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Revista Curinga Edição 07

Revista Laboratorial do Curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.

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A relação da música com protestos sociais<br />

é antiga. O termo “canção de protesto”, por<br />

exemplo, ganhou destaque na década de 60 e<br />

desde então tem variado em sua forma e contexto<br />

produtivo. Durante a Ditadura no Brasil,<br />

período marcado por intensa efervescência política,<br />

essas canções externavam uma vontade<br />

de mudar o mundo e politizar as pessoas,<br />

sendo difundidas principalmente por jovens<br />

da classe média brasileira. No pós Segunda<br />

Guerra, no cenário internacional, as canções<br />

de protesto também estiveram presentes na<br />

revolução cubana, na independência da Argélia,<br />

durante a guerra antiimperialista no Vietnã<br />

e nas lutas anticoloniais na África.<br />

Em junho de 2013, o Brasil apresentou<br />

imagens poéticas (termo usado pelo historiador<br />

Marcos Napolitano para se referir às<br />

ideias utópicas captadas nas letras de canções<br />

de protesto), como na década de 60. “A crença<br />

no poder da canção e do ato de cantar para<br />

todo mundo ouvir; A denúncia e o lamento de<br />

um presente opressivo além da crença na esperança<br />

de um futuro libertador’’. Como complementa<br />

o produtor musical Alex Gomes, “A<br />

música é a forma mais simples de atingir a<br />

massa, que movida por um mesmo sentimento,<br />

transforma-se num forte elemento capaz<br />

não só de influenciar, mas de transformar a<br />

sociedade, no caso fortalecer os protestos”.<br />

Alguns estudiosos acreditam que não é<br />

necessariamente o momento histórico que<br />

determina a existência dessas canções, mas<br />

também o lugar de onde elas vêm. A pluralidade<br />

que o termo “canção de protesto” atingiu<br />

está relacionada à apropriação das canções de<br />

protesto por vários grupos sociais que lutam<br />

por diferentes causas no cotidiano. O doutor<br />

em Multimeios Eduardo Paiva, professor no<br />

departamento de Multimeios, Mídia e Comunicação<br />

da UNICAMP, afirma, “cada grupo<br />

social hoje tem a sua canção de protesto. O<br />

pessoal da periferia, por exemplo, tem o rap.<br />

Acredito que não existe uma canção de protesto<br />

como a de 1960 que consiga juntar todas<br />

as tribos”.<br />

Ilustração: Lívia Almeida<br />

“Nao adianta olhar pro<br />

Com muita fe e p<br />

No Brasil, letras e estilos<br />

O texto do manifesto do Centro Popular de<br />

Cultura (CPC), organização associada à União<br />

Nacional dos Estudantes (UNE), dizia, em<br />

1962, que o intelectual deveria aproximar-se<br />

das massas com o intuito de levar até elas a<br />

consciência política capaz de superar o estado<br />

de alienação e de produzir a partir de elementos<br />

da própria cultura do povo a verdadeira<br />

“arte popular revolucionária.”.<br />

Levanta aií que voceê tem<br />

E muita gre

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