A relação da música com protestos sociais é antiga. O termo “canção de protesto”, por exemplo, ganhou destaque na década de 60 e desde então tem variado em sua forma e contexto produtivo. Durante a Ditadura no Brasil, período marcado por intensa efervescência política, essas canções externavam uma vontade de mudar o mundo e politizar as pessoas, sendo difundidas principalmente por jovens da classe média brasileira. No pós Segunda Guerra, no cenário internacional, as canções de protesto também estiveram presentes na revolução cubana, na independência da Argélia, durante a guerra antiimperialista no Vietnã e nas lutas anticoloniais na África. Em junho de 2013, o Brasil apresentou imagens poéticas (termo usado pelo historiador Marcos Napolitano para se referir às ideias utópicas captadas nas letras de canções de protesto), como na década de 60. “A crença no poder da canção e do ato de cantar para todo mundo ouvir; A denúncia e o lamento de um presente opressivo além da crença na esperança de um futuro libertador’’. Como complementa o produtor musical Alex Gomes, “A música é a forma mais simples de atingir a massa, que movida por um mesmo sentimento, transforma-se num forte elemento capaz não só de influenciar, mas de transformar a sociedade, no caso fortalecer os protestos”. Alguns estudiosos acreditam que não é necessariamente o momento histórico que determina a existência dessas canções, mas também o lugar de onde elas vêm. A pluralidade que o termo “canção de protesto” atingiu está relacionada à apropriação das canções de protesto por vários grupos sociais que lutam por diferentes causas no cotidiano. O doutor em Multimeios Eduardo Paiva, professor no departamento de Multimeios, Mídia e Comunicação da UNICAMP, afirma, “cada grupo social hoje tem a sua canção de protesto. O pessoal da periferia, por exemplo, tem o rap. Acredito que não existe uma canção de protesto como a de 1960 que consiga juntar todas as tribos”. Ilustração: Lívia Almeida “Nao adianta olhar pro Com muita fe e p No Brasil, letras e estilos O texto do manifesto do Centro Popular de Cultura (CPC), organização associada à União Nacional dos Estudantes (UNE), dizia, em 1962, que o intelectual deveria aproximar-se das massas com o intuito de levar até elas a consciência política capaz de superar o estado de alienação e de produzir a partir de elementos da própria cultura do povo a verdadeira “arte popular revolucionária.”. Levanta aií que voceê tem E muita gre
“Nos estamos aqui para revolucionar a MPB, pra pintar de negro a asa branca, atrasar o trem das onze, pisar nas flores do Geraldo Vandre, e fazer da Amelia uma mulher qualquer.” Clemente Tadeu ceu ouca luta muito protesto pra fazer ve, vocE pode, voceê deve, pode crer”. Gabriel o pensador