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Revista Curinga Edição 07

Revista Laboratorial do Curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.

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duto que venha a existir. Esse contato é o mais<br />

genuíno e a gente percebe, não é?<br />

C: O que é música para você?<br />

L: Música é minha profissão e meu prazer. Eu<br />

pude conjugar essas duas coisas. Sou um puta<br />

felizardo! (risos)<br />

C: O compositor e o músico imprimem no seu<br />

trabalho muito de suas ideias e percepções<br />

íntimas acerca do mundo material. E quando<br />

essa música se dissipa, ela pode levar uma<br />

mensagem engajada para quem ouve. Você<br />

se preocupa com essa responsabilidade,<br />

com o efeito da música sobre as pessoas?<br />

L: Perfeitamente. Prefiro acreditar que meu<br />

trabalho vai além do entretenimento. Prefiro<br />

acreditar que meu trabalho tem a ver com historificação.<br />

Que o que eu faço passa pelo viés<br />

da educação; que depois de um show, além de<br />

ter se divertido ou ter dançado, também tenha<br />

ficado algum tipo de residual do questionamento<br />

que minhas músicas levam. Se isso<br />

acontece ou não, aí é outra questão. Eu continuo<br />

acreditando que sim.<br />

C: Você acredita que a música pode ser<br />

política?<br />

L: Não existe nada sem ser político. Para mim,<br />

tudo é política! A política de fazer uma boa<br />

reportagem. A política da boa vizinhança. A<br />

política do amor, que é a coisa mais complexa.<br />

A política é uma coisa que está no ser humano.<br />

Nesse sentido, não estou falando de politicagem.<br />

(risos) Não estou falando de Brasília<br />

não! Estou falando de política, do convívio entre<br />

seres, de uma maneira social.<br />

C: Se a música fosse uma pessoa, quem ela<br />

seria para você?<br />

L: (Longa pausa).Um filho de Deus! (risos)<br />

Um filho do divino, um dos filhos mais perfeitos<br />

do divino.<br />

C: E se você fosse um professor, dentro de<br />

uma sala de aula e tivesse que definir o que<br />

é a música para os seus alunos, como você<br />

a definiria?<br />

L: Música é uma maneira de se tocar o outro.<br />

C: Como a música está em você? É possível<br />

separar o Lenine da música?<br />

L: Não. A música é uma coisa do convívio diário.<br />

A música é na hora da chaleira. O “Chão“<br />

é repleto de uma música que é diária comigo.<br />

A chaleira, a máquina de lavar. Sabe, tudo tem<br />

um relevo sonoro e estou atento (ele aponta<br />

para o céu enquanto um avião sobrevoa o local<br />

onde estávamos) a tudo isso. Isso compõe<br />

uma trilha sonora que é a da vida da gente.

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