Revista Dr. Plinio 238
Janeiro de 2018
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Flávio Lourenço<br />
pelo maravilhoso. Ora, por que não<br />
explicam, não comentam tanta coisa<br />
assim? Pelo contrário, dizem: “Olha,<br />
menino, deixa disso. Chegou a hora<br />
de estudar Matemática!” Lá vai ele<br />
com raiva da Matemática.<br />
Quando vemos descrições sobre como<br />
era o ensino no Ancien Régime 4 , vemos<br />
que ia nessa linha, mas sem o aspecto<br />
do maravilhamento e da temática<br />
“Revolução e Contra-Revolução”.<br />
Discernindo o caráter<br />
sobrenatural e preternatural<br />
das realidades<br />
Entretanto, alguém poderia pensar<br />
que essa temática R-CR não é<br />
senão o conceito católico do caráter<br />
militante da Igreja e da vida, de<br />
maneira tal que tendo esse conceito,<br />
domina-se toda a temática. Portanto,<br />
Uma família do Ancien Régime<br />
estude Anjos, demônios um pouco,<br />
pecado original, fraqueza do homem<br />
e ascese, pratique os princípios contidos<br />
no livro Revolução e Contra-Revolução<br />
(RCR), reprima seus defeitos,<br />
desenvolva suas virtudes, e você<br />
terá uma RCR viva em si mesmo!<br />
Haveria muita gente que diria:<br />
“Está vendo? Esse é um homem de<br />
Fé e que dá doutrina sólida.”<br />
Ora, não é só isso. Estamos neste<br />
mundo não só para travar esse combate,<br />
mas para conhecê-lo. E conhecendo-o,<br />
ver a vida, que é um objeto<br />
de contemplação, como reflexo de<br />
Deus na sua santidade e de luta contra<br />
o demônio na sua ignomínia. Evidentemente,<br />
não há identidade de situação.<br />
Não são dois deuses: um bom<br />
e um ruim. O demônio não se reflete<br />
nas coisas como Deus, mas mesmo<br />
assim, ele tem seus reflexos. De-<br />
vemos aprender a amar a Deus nessa<br />
realidade chamada “luta”, em que<br />
conhecemos o bem e o mal, amamos<br />
o bem e odiamos o mal, em concreto,<br />
como existem. Porque isso nos foi<br />
dado para subir, depois, às mais altas<br />
cogitações do amor de Deus na medida<br />
em que nossas almas peçam.<br />
Mas para isso, temos que amar a<br />
ordem do universo. Para amar essa<br />
ordem, temos que amar as várias<br />
ordens que a constituem, e odiar o<br />
contrário daquilo, isto é, o que o demônio<br />
está fazendo.<br />
Não é uma luta em tese, mas como<br />
ela existe hoje. Esta é a batalha que<br />
devemos conhecer. Nosso amor e ódio<br />
devem estar postos ali, vendo Deus<br />
enquanto infinitamente superior a todas<br />
essas realidades, Autor de tudo<br />
quanto é bom e oposto a tudo quanto<br />
é mau. Pairando por cima de tudo isso<br />
há uma graça correspondente a um<br />
certo discernimento do caráter sobrenatural<br />
e preternatural dessas realidades<br />
e que, em certo sentido, é o melhor<br />
sol delas. Aí temos a R-CR. v<br />
(Extraído de conferência de<br />
15/10/1986)<br />
1) George Edward, 5 o Conde de Carnarvon.<br />
Financiou a expedição liderada<br />
por Howard Carter, descobrindo<br />
a tumba de Tutancâmon em 1922 no<br />
Vale dos Reis.<br />
2) Jean-François Champollion (*1790 -<br />
†1832). Egiptólogo francês que encontrou<br />
as bases para a decifração<br />
dos hieróglifos.<br />
3) Expressão onomatopeica criada por<br />
<strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong> para designar o defeito de<br />
certas pessoas que, desprovidas de intuição,<br />
minoram a importância dos<br />
símbolos e negam o valor da ação de<br />
presença. Querem tudo explicar por<br />
raciocínios desenvolvidos de modo<br />
lento e pesado, à maneira de um paralelepípedo<br />
que, ao ser girado sobre<br />
o solo, emite o ruído “ploc-ploc”.<br />
4) Sistema social e político aristocrático<br />
em vigor na França entre os séculos<br />
XVI e XVIII.<br />
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