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Revista Dr. Plinio 238

Janeiro de 2018

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Dom Guéranger faz os seguintes<br />

comentários a respeito<br />

da vocação e dignidade<br />

dos Magos 1 .<br />

Os Reis Magos professam<br />

o desejo firme de<br />

adorar o Messias<br />

Tendo a estrela anunciada por Balaão<br />

se levantado sobre o Oriente, os<br />

três Magos, cujo coração se tinham<br />

aberto à espera do Messias Libertador,<br />

sentiram antes de tudo a impressão de<br />

amor que os levava a Ele.<br />

Eles receberam a nova da alegre<br />

vinda do Rei dos Judeus de um modo<br />

místico e silencioso, diferente dos<br />

pastores de Belém aos quais a voz de<br />

um Anjo convidou para irem ao Presépio.<br />

Mas a linguagem muda da estrela<br />

é explicada em seus corações pela<br />

ação do Pai Celeste que lhes revelava<br />

seu Filho.<br />

Nisto sua vocação foi mais alta<br />

em dignidade do que a dos pastores,<br />

os quais, segundo<br />

as disposições divinas<br />

na antiga Lei, nada conheceram<br />

a não ser pelo<br />

ministério dos Anjos, mas<br />

se a graça divina se dirigiu<br />

imediatamente a todos os<br />

corações pode-se também<br />

dizer que ela os encontra<br />

fiéis.<br />

Os Magos, falando a<br />

Herodes, exprimiram a<br />

simplicidade de sua empresa:<br />

“Nós vimos sua estrela<br />

e viemos para adorá-<br />

-Lo”. Esses reis dóceis deixam,<br />

portanto, de um momento<br />

para outro, sua pátria,<br />

suas riquezas, seu repouso<br />

para caminharem<br />

em seguimento de uma estrela<br />

de que eles ignoravam<br />

o termo.<br />

O poder de Deus que os<br />

tinha chamado os reunia<br />

em uma mesma viagem,<br />

em uma mesma fé. Os perigos da viagem,<br />

os cansaços, o temor de se levantarem<br />

contra si as suspeitas do Império<br />

Romano, nada os fez recuar. Seu<br />

primeiro passo, seu primeiro repouso<br />

foi em Jerusalém. É, pois, nesta cidade<br />

sagrada que em pouco tempo será<br />

maldita que eles chegam, eles gentios,<br />

para anunciar Jesus Cristo e declarar<br />

que Cristo veio. Com toda a segurança,<br />

toda a calma dos apóstolos e<br />

dos mártires, eles professam seu desejo<br />

firme de adorar o Messias. Eles obrigam<br />

a Israel, depositária dos oráculos<br />

divinos, a confessar um dos principais<br />

caracteres do Messias: seu nascimento<br />

em Belém.<br />

Herodes se agita em seu leito e medita<br />

o projeto de carnificina, mas é tempo<br />

para os Magos deixarem a cidade<br />

infiel, que já recebeu por sua presença<br />

o anúncio de seu repúdio. A estrela<br />

aparece no céu e os reis decidem tomar<br />

novamente seu caminho. Mais alguns<br />

passos eles estarão em Belém, aos pés<br />

do Rei que eles vieram procurar.<br />

Os Reis Magos chegam a Jerusalém<br />

A vocação dos Magos<br />

foi mais alta do que<br />

a dos pastores<br />

Esses comentários são borbulhantes<br />

de ideias profundas, das quais cada<br />

uma mereceria verdadeiramente<br />

uma conferência.<br />

A primeira ideia é uma comparação<br />

entre os Magos que foram procurar<br />

o Menino Jesus, guiados pela<br />

estrela, e os pastores. Mas é uma<br />

comparação que procura o valor de<br />

procedimento de uns e de outros perante<br />

o Natal, pelo modo através do<br />

qual foi noticiada a uns e outros o<br />

advento de Jesus Cristo.<br />

Então ele diz que a chegada de Jesus<br />

Cristo foi anunciada aos pastores pelos<br />

Anjos. E aos Magos certamente por<br />

uma estrela que estava no céu, mas eles<br />

souberam que ela significava a vinda do<br />

Messias. Como? Em virtude de comunicações<br />

internas de caráter místico e<br />

silencioso operadas pela graça de Deus<br />

na alma de cada um, fazendo<br />

com que, quando a estrela<br />

chegasse, eles soubessem<br />

tratar-se do anúncio<br />

do Messias que vinha. Então,<br />

tocados por um movimento<br />

que era uma fidelidade<br />

à voz interna do Padre<br />

Eterno na alma deles,<br />

os Magos acreditaram na<br />

estrela, e como esta se movia<br />

eles a seguiram.<br />

Temos, assim, dois processos.<br />

Um é o anúncio de<br />

fora para dentro: os pastores,<br />

por um fato externo a<br />

eles, altamente miraculoso<br />

e extraordinário, ficam<br />

sabendo que o Messias<br />

nasceu. Pelo contrário, os<br />

Magos tomam conhecimento<br />

de que o Messias<br />

nasceu por meio de um fato<br />

interior, o qual a estrela<br />

apenas esclarece um pouco<br />

mais.<br />

Samuel Holanda<br />

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