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Revista Curinga Edição 16

Revista Laboratorial do Curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.

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Segurança x fiscalização<br />

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o Departamento<br />

Nacional de Produção Mineral (DNPM) tem obrigação<br />

legal de fiscalizar todas as barragens de rejeitos no país.<br />

Porém, nem sempre isso acontece. A barragem de Fundão, que<br />

se rompeu no dia 5 de novembro de 2015, em Mariana, Minas<br />

Gerais, é destinada ao acumulo de rejeitos de mineração, e sua<br />

última fiscalização ocorreu em 2012. Segundo o Cadastro de<br />

Barragens de Minérios do DNPM, Fundão era classificada como<br />

categoria de baixo risco, pois tratava-se de uma barragem bem<br />

gerida, com bom monitoramento e com toda a documentação<br />

em dia. Por esse motivo ainda não havia recebido vistoria técnica,<br />

pois a prioridade é vistoriar barragens com risco mais alto.<br />

O advogado Emerson Freitas, especializado em Direito Ambiental,<br />

explica que a Política Nacional de Segurança de Barragens<br />

(PNSB) estabelece no artigo 5º que a fiscalização da segurança<br />

das barragens compete também aos órgãos ambientais<br />

integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNA-<br />

MA), composto por entidades da União, dos Estados, do Distrito<br />

Federal e dos Municípios. Por outro lado, a empresa exploradora<br />

também é responsável pela segurança da barragem, pois de<br />

acordo com a PNSB, “cabe ao agente privado ou governamental<br />

com direito real sobre as terras onde se localizam a barragem e<br />

o reservatório ou que explore a barragem para benefício próprio<br />

ou da coletividade realizar inspeções de segurança e a elaborar<br />

de um Plano de Segurança de Barragens”.<br />

Segundo a Samarco, todas as barragens, principalmente as<br />

do Complexo Germano, onde ficam as barragens de Santarém,<br />

Fundão e Germano, possuem Licenças de Operação concedidas<br />

pela Superintendência Regional de Regularização Ambiental<br />

(SUPRAM), órgão que, nos recorrentes processos de fiscalização,<br />

atesta o comportamento e a integridade das estruturas. A<br />

empresa também afirma que sua última fiscalização ocorreu<br />

em julho de 2015 e indicou que as barragens “encontravam-se<br />

em totais condições de segurança para continuar funcionando”.<br />

Além dessas vistorias, a Samarco garante ter uma equipe preparada<br />

para realizar inspeções próprias, conforme Lei Federal de<br />

Segurança de Barragens, fazendo monitoramento por meio de<br />

drones, acompanhamento de piezômetros (medidores de pressão<br />

e nível de água), inspeções visuais, e conta com equipe de<br />

operação em turno de 24 horas para manutenção e identificação,<br />

de forma imediata, de qualquer anormalidade.<br />

Mas se estava tudo regular, o que provocou o rompimento?<br />

Fiscalização<br />

duvidosa<br />

As barragens de rejeitos deveriam amenizar<br />

impactos ambientais, porém isso nem sempre acontece<br />

Texto: Eliene Santos<br />

Fotos: Luíza Lacerda<br />

Arte: Igor Capanema<br />

CURINGA | EDIÇÃO <strong>16</strong><br />

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