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Gabriel K.<br />
Deus, mas fomos batizados e em<br />
consequência do Batismo começou a<br />
viver em nós a graça, que é uma participação<br />
criada na própria vida incriada<br />
de Deus. E há alguma coisa<br />
que não deixa de ter vaga semelhança<br />
com a união hipostática.<br />
Nós somos os templos do Espírito<br />
Santo. Isto posto, a grande preocupação<br />
nossa na vida é de notar na<br />
Igreja Católica, nos Santos que Ela<br />
gerou, nos seus Institutos, nas páginas<br />
luminosas de sua História, aquilo<br />
que é santo e, portanto, lembra a<br />
Deus, a Nosso Senhor Jesus Cristo,<br />
porque nós amamos o que é parecido<br />
com Ele. Isso é o mais importante<br />
de nossa existência, como para<br />
Ele o centro da vida terrena era viver<br />
na união hipostática e querer que os<br />
homens recebessem a graça e O adorassem<br />
como Homem-Deus.<br />
E, portanto, a nossa grande alegria<br />
– se somos fiéis ao nosso Batismo e<br />
coerentes na nossa Fé – deve ser ver<br />
Catedral de Notre-Dame, Paris, França<br />
que os homens estão amando Nosso<br />
Senhor, e que tudo no mundo se<br />
passa de acordo com o Espírito, a Lei<br />
d’Ele, como se Jesus estivesse presente.<br />
Não queremos para nós outra coisa:<br />
que tudo seja semelhante a Ele.<br />
Devemos ter um<br />
fundo de seriedade<br />
luminosamente triste<br />
Sem dúvida, eu admiro Paris, descontados<br />
todos os aspectos mundanos.<br />
Porém, se me dessem para escolher<br />
entre viver naquela cidade, onde<br />
o pecado deixou tantas marcas e<br />
o amor de Deus algumas coisas tão<br />
maravilhosas – a Catedral de Notre-<br />
-Dame, por exemplo –, ou numa localidade<br />
habitada pelo povo mais<br />
vulgar, mais desvalido, mais inculto<br />
da Terra, mas onde todos amassem<br />
verdadeira e sinceramente a Deus,<br />
eu preferiria viver naquele povo, e<br />
sairia de Paris voando.<br />
Porque, embora Paris seja tudo<br />
quanto é, e Notre-Dame signifique<br />
tanto para mim, prefiro ver almas e<br />
não apenas pedras, inteiramente segundo<br />
Deus, que amam o Criador<br />
em espírito e verdade, e tratando<br />
com elas tenho a impressão fundada<br />
e viva de discernir o Espírito Santo<br />
presente em cada uma. Por isso, quero<br />
ir para lá ainda que as pessoas só<br />
usem uns tecidos grosseiros feitos de<br />
palmeira, comam apenas uns peixes<br />
ordinários que se pescam no rio local.<br />
Se nelas estais Vós, meu Senhor<br />
e meu Deus, é lá que eu quero estar!<br />
Não sei se cada um de nós teria<br />
a mesma reação, e se faz assim de<br />
Deus o sol de sua própria seriedade.<br />
Mas o fato concreto é que na alma<br />
do católico deve haver um fundo<br />
de seriedade, vaga e luminosamente<br />
triste pelas condições abjetas, altamente<br />
censuráveis do mundo contemporâneo.<br />
Nós devemos nos sentir<br />
censurados, rejeitados, detesta-<br />
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