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Revista Dr Plinio 240

Março de 2018

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dor d’Ele. Mas esses gritos<br />

eram mais harmoniosos<br />

e mais bonitos que os<br />

sons de qualquer orquestra,<br />

mais atraentes que as<br />

exclamações de qualquer<br />

orador, por mais famoso<br />

que fosse.<br />

Ele naquela púrpura<br />

de seu sangue, jorrando<br />

sobre todo o seu Corpo<br />

sagrado, era mais majestoso<br />

do que um rei na<br />

púrpura de seu manto real.<br />

Os carrascos viam isso<br />

e O flagelavam porque<br />

queriam a vulgaridade,<br />

a indecência, a imoralidade.<br />

Então mais flagelavam,<br />

e Jesus gemia.<br />

Gemia por seu Corpo sagrado<br />

– um homem geme<br />

quando sente isso –, porém<br />

muito mais por causa<br />

das almas tão ruins que<br />

O açoitavam, como Ele<br />

via o que aconteceria até<br />

o fim dos séculos. Nosso<br />

Senhor nos olharia passando<br />

a Semana Santa indiferentes<br />

aos gemidos, às<br />

dores d’Ele, e diria: “Até<br />

vós, a quem Eu chamei<br />

para um amor especial?<br />

Vós ouvis os meus gemidos,<br />

Me contemplais coroado<br />

de espinhos, como<br />

em outros episódios da minha Paixão,<br />

e também sois indiferentes!” E Jesus<br />

dando brados e gemidos por causa de<br />

nossa indiferença.<br />

Maria Santíssima,<br />

fixai em mim as chagas<br />

do Crucificado!<br />

Virgem das Dores - Igreja de Santa<br />

Maria, Ubeda, Espanha<br />

Flávio Lourenço<br />

Pensem na tristeza de Nossa Senhora<br />

diante disso. Provavelmente<br />

Ela sofria porque tinha algum conhecimento<br />

do que se passava com<br />

Jesus. Em suas santas intuições, contemplando<br />

cada brado, cada gemido<br />

d’Ele, cada pedaço de carne que<br />

os açoites arrancavam e jogavam no<br />

chão – a união hipostática continuava<br />

com aqueles pedaços de carne –, Ela,<br />

completamente transida de dor, sabia<br />

como seria a nossa Semana Santa.<br />

Quantas vezes, no lugar onde deveria<br />

estar o amor a Ele está o amor<br />

a outras coisas, ou quiçá a outras<br />

pessoas. Para pegar exemplos que<br />

não sejam amizades e afetos de si pecaminosos,<br />

suponhamos um amigo<br />

de quem gostamos porque é engraçado;<br />

de outro porque é prestigioso<br />

e nos prestigia; de um terceiro porque<br />

nos admira. São essas<br />

as razões pelas quais<br />

se deve gostar dos outros,<br />

ou é porque eles se parecem<br />

com Nosso Senhor?<br />

São Tiago era, por uma<br />

razão natural de parentesco<br />

intencionada por Deus,<br />

muito parecido com Nosso<br />

Senhor. De maneira<br />

que quando os algozes tiveram<br />

medo de errar na<br />

escolha e pediram para<br />

Judas indicar quem era,<br />

ele disse: “Aquele que eu<br />

oscular, esse é o Homem”<br />

(cf. Mt 26, 48).<br />

Por isso, após a morte<br />

de Nosso Senhor havia<br />

quem percorresse distâncias<br />

enormes para ver<br />

o Apóstolo que se parecia<br />

com o Redentor. Ora,<br />

nós temos a Ele presente<br />

na Sagrada Eucaristia... É<br />

Semana Santa. O que fazemos?<br />

O que isso arranca<br />

de nossas almas? Nós rezamos<br />

a Nossa Senhora pedindo-Lhe<br />

que ponha em<br />

nós as disposições de alma<br />

d’Ela para vivermos a Semana<br />

Santa como deveríamos<br />

viver?<br />

Há um hino da Liturgia<br />

que diz: Sancta Mater,<br />

istud agas, crucifixi fige<br />

plagas – Santa Mãe, fazei isso, prendei<br />

em mim as chagas do Crucificado.<br />

Isso nós deveríamos afirmar durante<br />

a Semana Santa. E quando chegar<br />

as três horas da tarde de Sexta-Feira<br />

Santa e adorarmos a Nosso Senhor<br />

na Santa Cruz, pensemos na seriedade<br />

e procuremos sentir fixas em nós<br />

as chagas do Divino Redentor. Então<br />

peçamos a Nossa Senhora que faça<br />

de nós homens que vivam da tristeza<br />

de Nosso Senhor Jesus Cristo. ❖<br />

(Extraído de conferência de<br />

29/3/1988)<br />

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