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Revista Dr Plinio 240

Março de 2018

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Quatorze anos mais tarde, ainda<br />

nessa luta, comandou, como capitão,<br />

uma companhia de cem homens.<br />

Nicolau, na guerra, lutava sempre<br />

tendo numa das mãos a espada e, na<br />

outra, seu Rosário. Soldado de bravura<br />

invulgar, foi agraciado com a mais<br />

alta condecoração de sua terra.<br />

Que linda cena! Entrar esse homem<br />

valoroso no campo de batalha<br />

com uma das mãos portando a espada,<br />

desferindo golpes, e com a outra<br />

segurando o escudo e o Rosário.<br />

É de se notar como o ambiente<br />

que cerca os objetos de piedade foi<br />

mudando ao longo dos séculos, por<br />

causa da influência do espírito “heresia<br />

branca” 2 . Quem, vendo hoje<br />

um Rosário, diria: “Esse objeto me<br />

lembra um guerreiro”? Pelo contrário,<br />

a maioria das pessoas associará<br />

o Rosário a um símbolo do homem<br />

incapaz de guerrear, de tal manei-<br />

C omentarei uma ficha a respeito<br />

de São Nicolau de Flue, ti-<br />

rada do livro Os Santos Militares,<br />

do Pe. Charles Profillet 1 .<br />

Inclinação para a<br />

vida contemplativa<br />

Nicolau de Flue nasceu no dia 25<br />

de março de 1417, falecendo no mesmo<br />

dia, no ano de 1487. Era natural<br />

do cantão de Unterwalden, na Suíça.<br />

Filho de modestos agricultores, demonstrou,<br />

desde criança, aptidões invulgares<br />

de inteligência e piedade.<br />

Por isso seus pais procuraram dar-lhe<br />

uma educação um pouco melhor daquela<br />

que seria ministrada a um futuro<br />

lavrador. Nicolau sentia enorme inclinação<br />

para a vida contemplativa.<br />

Tinha visões que o convidavam a isso.<br />

Mortificava-se tão violentamente<br />

que sua mãe temeu por sua saúde<br />

e procurou orientá-lo nesse sentido. É<br />

interessante que, mesmo com tal vocação,<br />

Nicolau casou-se, tendo numerosa<br />

prole e atingindo seus descendentes<br />

as mais altas dignidades do país.<br />

Casado, continuou com seu gênero<br />

de vida: levantava-se cada noite para<br />

rezar e todos os dias recitava o Saltério<br />

em honra de Nossa Senhora.<br />

Aos 23 anos foi ele chamado a lutar<br />

contra o cantão de Zurique, que se<br />

rebelara contra a Confederação Helvética.<br />

Já naquele tempo, a Suíça era dividida,<br />

como hoje, em cantões, ou seja,<br />

províncias tão pequenas que quase<br />

poderiam ser comparadas a municípios.<br />

Na época de São Nicolau de<br />

Flue, esses cantões eram quase completamente<br />

independentes uns dos<br />

outros. Tinham uma vaga confederação<br />

e viviam numa certa luta entre si,<br />

porque a influência política dentro<br />

da Suíça era disputada pelos países<br />

vizinhos. Cada grupo de cantões – de<br />

língua francesa, alemã, italiana, etc.<br />

– era trabalhado pela potência que<br />

lhe era afim.<br />

Então, isso proporcionava um jogo<br />

político muito intenso. É preciso<br />

considerar que esse foi o século militar<br />

da Suíça. Foi nesse período que<br />

os suíços começaram a se revelar<br />

grandes militares, fornecendo tropas<br />

mercenárias para a Europa inteira.<br />

A Guarda Suíça, que ainda serve<br />

os Papas, é uma reminiscência dessa<br />

tradição. Portanto, nessa época a<br />

Suíça ia entrando no seu período, relativamente<br />

ráp ido, de glória militar.<br />

Numa das mãos a espada,<br />

noutra o Rosário<br />

Que linda cena! Entrar esse homem valoroso<br />

no campo de batalha com uma das mãos<br />

portando a espada, desferindo golpes, e com<br />

a outra segurando o escudo e o Rosário.<br />

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