especial Os bastidores dO Brasil Open Antonio Kurazumi De volta ao Ibirapuera, único torneio de nível ATP realizado em São Paulo agrada público, mas ainda pode ser melhor aproveitado Marcello Zambrana <strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 12
A história do menino Luca Banzato com o Brasil Open é um exemplo de onde queremos chegar com essa matéria. Com apenas 10 anos, ele joga tênis e começou a competir faz pouco tempo. Pensando em motivar o garoto, o tio Dalton Teixeira Filho resolveu levá-lo ao Ibirapuera. Chegando ao complexo, de carro, logo avistaram o francês Gael Monfils, estrela e garoto-propaganda do ATP 250. Luca recebeu o tão almejado autógrafo. O jovem se empolgou com tudo aquilo, aprendeu e curtiu cada ponto dos jogos que assistiu, mas antes de ir embora precisou de paciência para pegar uma assinatura de Fabio Fognini. A espera levou uma hora. Não bastasse isso, as pessoas que trabalhavam no torneio não sabiam dizer se o italiano ainda estava nos vestiários ou se já tinha partido. “Na verdade, não tinha organização para chegar nos jogadores. Andando pela parte externa vimos por onde eles entravam e saiam (tenistas) e ficamos por ali esperando. Os autógrafos foram na sorte e na raça”, explicou Dalton. A despeito das informações desencontradas, a experiência no Ibirapuera fortaleceu os sonhos de Luca. “Ele está motivado, viu até onde pode ir (na carreira) com muito esforço, treino e dedicação”, garantiu o tio, que também dá suas raquetadas. “Valeu todo o evento para mim, ele assistindo os jogos, perguntando, comentando. A alegria dele não teve preço.” Na condição de um esporte, o tênis carrega um aspecto emocional que dá a um torneio do nível do Brasil Open - único desse porte realizado em São Paulo - a oportunidade de fidelizar uma criança igual ao Luca, de conquistar novos amantes para a modalidade. Porém, pela falta de uma divulgação mais agressiva e de comunicação com o próprio público presente, as chances se perdem. Não fica o legado e olha que tivemos um caso recente com a arena do tênis nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Na sua 18ª edição, o evento voltou ao complexo do Ibirapuera depois de passagem “Valeu todo o evento para mim, ele assistindo os jogos, perguntando, comentando. A alegria dele não teve preço” pelo Pinheiros. A mudança agradou ao público, vide os números, mas não escapou das críticas dos jogadores e de falhas na organização. São qualidades ou problemas que muitas vezes se refletem na realidade do tênis no país, como <strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 13