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Revista Winner ABC - Edição 08

Revista voltada ao amantes do Tênis!

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e vivência nos permitem pensar fora da caixa.<br />

É bom lembrar que lesão não se refere apenas<br />

a uma alteração da estrutura. Lesão pode se<br />

referir a um dano funcional, ou seja, a queda<br />

de rendimento pode ser considerada uma<br />

lesão funcional e o jogador pode, nesse caso,<br />

não apresentar nenhuma lesão visualmente<br />

detectada. Por esse motivo existe a limitação<br />

de jogos em calor excessivo, pois o dano<br />

ao organismo ocorre no nível metabólico<br />

(funcional) e não estrutural.<br />

Em que região do corpo são mais recorrentes<br />

as lesões raras atualmente e quais são as que<br />

dão mais dor de cabeça aos médicos? Explique<br />

o porquê.<br />

Considerando as estatísticas, o tenista<br />

profissional tem mais lesões da cintura para<br />

baixo porque ele usa mais os membros<br />

inferiores para transmitir energia à bola,<br />

enquanto o amador tem mais problemas da<br />

cintura para cima - pois utiliza a força do braço<br />

para acelerar a bola ou gerar mais potência ao<br />

golpe. Quando ocorre o inverso é um sinal de<br />

alerta, já que sai da curva da normalidade.<br />

O que mais dificulta os profissionais de saúde<br />

é a qualidade e a totalidade de informações<br />

com que se trabalha para fazer o diagnóstico<br />

e gerenciar o tratamento. Não é raro que<br />

as informações iniciais sejam superficiais e<br />

tendenciosas buscando um diagnóstico comum<br />

e que, especialmente na visão do tenista, não<br />

necessite interromper a prática esportiva.<br />

Assim, se faz um diagnóstico inicial errado<br />

baseado apenas em sintomas locais e, quando<br />

não se observa o resultado esperado com o<br />

tratamento, buscam outras informações que<br />

não foram abordadas na primeira avaliação.<br />

Qual é a relação das lesões raras com a<br />

evolução da modalidade? Esses problemas<br />

físicos incomuns aumentaram nos últimos<br />

anos? Explique.<br />

À medida em que a tecnologia avançou<br />

e foi aplicada à ciência esportiva, houve<br />

evolução na forma de se jogar tênis. Isso<br />

levou ao aperfeiçoamento do gesto esportivo<br />

impactando sobre a economia de energia e<br />

melhor aproveitamento das capacidades físicas<br />

e mentais. Ao mesmo tempo que a tecnologia<br />

contribuiu para melhorar a análise biomecânica<br />

(e consequentemente o treinamento), ela<br />

também ajudou a melhorar a análise estrutural<br />

como, por exemplo, através da ressonância<br />

magnética e exames com reconstruções 3D.<br />

Porém, existe o que se chama dissociação<br />

clínico-radiológica, ou seja, nem tudo que<br />

aparece nos exames o indivíduo sente ou está<br />

relacionado ao quadro clínico. Um exemplo<br />

clássico é o da ressonância magnética da<br />

coluna vertebral. Na faixa etária dos 20 anos de<br />

idade, quase 40% dos indivíduos sem sintomas<br />

apresentam algum grau de degeneração dos<br />

discos. Aos 30 anos, mais de 50% vão apresentar<br />

essa alteração, mas nem por isso sentirão dor<br />

ou vão necessitar de qualquer tratamento.<br />

Isso significa que em parte essa melhora dos<br />

equipamentos levou ao exagero diagnóstico e<br />

ao aumento do número de diagnósticos, mas<br />

não necessariamente ao aumento do número<br />

real de lesões. Possivelmente, os jogadores<br />

tenham as mesmas lesões que há 20 ou 30<br />

anos, mas apenas não sabíamos o que era pela<br />

dificuldade de diagnóstico. Na última grande<br />

revisão científica de lesões relacionadas ao<br />

tênis, não se pode concluir que o aumento da<br />

exigência física levou ao aumento de lesões.<br />

Quando o tênis está diante de uma lesão que<br />

é o que parece? O que é preciso fazer para<br />

evitar a confusão, seja por parte do jogador ou<br />

do corpo médico que o acompanha?<br />

O problema maior é o que citei nas respostas<br />

anteriores. A experiência, a qualidade e<br />

totalidade de informações e a evolução diante<br />

do tratamento são os pontos fundamentais<br />

para o diagnóstico preciso. Veja o raciocínio<br />

comum: dor no ombro é igual a tendinite ou<br />

bursite; dor no cotovelo é sinônimo de “tennis<br />

elbow”; dor na coluna é um mal jeito; dor no<br />

joelho ou é lesão de menisco, condromalácia<br />

ou tendinite patelar; dor no quadril ou é a<br />

lesão igual do Guga (e agora) ou do Nadal. Isso<br />

não significa que pensar primeiramente nas<br />

lesões mais comuns esteja errado, mas deixar<br />

de levantar outras hipóteses pode resultar em<br />

danos mais graves.<br />

Vou citar apenas um exemplo fictício, mas<br />

com descrição de uma lesão real. Ao mudar<br />

de quadra, do saibro para a quadra dura, um<br />

tenista passa a sentir dor no pé e acha que a<br />

mudança de quadra foi o único motivo. Assim,<br />

continua treinando e jogando, aplicando gelo<br />

e tomando medicações. Ao notar que não<br />

melhora, um dos primeiros diagnósticos que<br />

se faz é de fascite plantar (ou fasceíte plantar,<br />

como alguns falam) e se passa a culpar, além<br />

da quadra, o calçado. Feitos os ajustes, a dor<br />

persiste. Muito possivelmente o tenista já tem<br />

uma ressonância do pé e que não acusa fascite<br />

ou qualquer outra lesão. Não havendo lesão,<br />

continua a treinar e jogar, mas a dor também<br />

persiste ´sem explicação´. Alguns diagnósticos<br />

‘fora da caixinha’ são: fratura por sobrecarga<br />

óssea, bursite no pé (muitos acham que só<br />

existe bursite no ombro), pinçamento de nervo<br />

no pé ou na coluna, como por exemplo uma<br />

hérnia de disco lombar, trombose venosa,<br />

lesão de outros tecidos do pé.<br />

Esse é só um exemplo. É necessário pensar<br />

em pelo menos outro diagnóstico para cada<br />

lesão comum. O excesso de confiança em<br />

apenas um diagnóstico é muito arriscado. Um<br />

médico conhece, em média, 300 diagnósticos<br />

diferentes num universo de milhares deles,<br />

ou seja, a chance de não saber ou de errar o<br />

diagnóstico é maior do que acertar e por isso<br />

é importante que todos colaborem para que<br />

sejam aplicados os melhores conhecimentos,<br />

procedimentos diagnósticos e terapêuticos.<br />

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thiago<br />

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CAMPEÕES<br />

DA ATP<br />

monteiro<br />

Entrevistamos Jofre Porta, o técnico<br />

ue levou Nadal ao profissionalismo<br />

obriu Carlos MoyÁ<br />

rasil Open incentiva a prática<br />

era empregos e<br />

cios<br />

N<br />

volta,<br />

HAVERÁ<br />

FUTURO?<br />

ThIAGO ALVES é<br />

um dos nomes<br />

importantes para<br />

ajudar a erguer o<br />

tênis brasileiro<br />

O DESABAFO DE

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