Revista Ferroviária Edição de Maio/Junho 2018

gente
Competência e paixão pela ferrovia
Trabalhar em um meio
dominado por homens
nunca foi problema para
Gleidiane Pinheiro . Sua
carreira profissional começou na construção
civil, aos 18 anos. Quatro anos
depois, desembarcou na Estrada de
Ferro Carajás (EFC), para trabalhar na
área técnica de via permanente. Gleidiane,
que hoje tem 32 anos, cresceu
e apareceu na ferrovia. Única mulher
a operar na Vale um equipamento rodoferroviário
de inspeção preditiva
por meio de ultrassom, ela ganhou em
"Gosto da minha
profissão e busco
fazer o melhor,
pois sei que o meu
trabalho é muito
importante para
garantir a segurança
no transporte
ferroviário."
de trabalho de Gleidiane – que desempenha
uma função de liderança numa
equipe composta por 21 homens – se dá
a cada 15 dias (estes divididos em sete
dias de trabalho, mais sete dias de folga).
Durante os dias de inspeção, Gleidiane,
que mora em São Luís, capital do
Maranhão, percorre diversas cidades do
estado por meio dos trilhos da EFC. Em
um mês costuma completar a extensão
abril mais um reconhecimento: tornou-se
a primeira mulher no Brasil a
obter a Certificação Metroferroviária
de Via Permanente (US-N2-VP) da
Associação Brasileira Ensaios Não
Destrutivos e Inspeção (Abendi). Pegando
carona no Dia do Ferroviário,
comemorado em 30 de abril, a RF selecionou
a história de Gleidiane para
ilustrar a seção Gente desta edição.
A área em que a profissional atua
hoje na EFC é responsável por garantir
a confiabilidade da ferrovia, pois
tem a função de identificar ao longo
de todo o trecho avarias e eventuais
descontinuidades nos trilhos. O turno
da ferrovia, de 889 quilômetros, a bordo
do veículo rodoferroviário de ultrassom.
“Trabalhei na via permanente como
técnica e aprendi muita coisa sobre ferrovia,
logística, minério de ferro, Vale
e mundo. Após um tempo, surgiu a
oportunidade de operar uma máquina
e, assim, diagnosticar a linha por meio
de um sistema de ultrassom. E foi nessa
área que me aperfeiçoei profissionalmente,
busquei conhecimento a fundo
sobre o processos e me dediquei. Gosto
da minha profissão e busco fazer o
melhor, pois sei que o meu trabalho é
muito importante para garantir a segurança
no transporte ferroviário”, conta.
Não por acaso, Gleidiane é apaixonada
por ferrovias e se interessa por
todo assunto relacionado ao setor. Ao
ver pela primeira vez um trem passando
pelos trilhos, ficou admirada e percebeu
que ali estava o seu futuro profissional.
“Eu me sinto lisonjeada por
estar nesse universo ferroviário. Gosto
do que faço e pretendo avançar ainda
mais na carreira. Atualmente trabalho
no período diurno e estudo à noite, sou
casada e ainda não tenho filhos. Até
o momento, consigo conciliar os horários
de profissional, estudante e esposa,
e espero que continue assim pra
sempre, afinal nós, mulheres, temos
essa habilidade de fazer muitas coisas
ao mesmo tempo”.
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REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2018