Revista Ferroviária Edição de Maio/Junho 2018

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eportagem dier, que venceu a licitação para o fornecimento do sistema, atrasou a entrega e chegou a ser multada pelo governo, segundo Pelissioni, em R$ 48 milhões. O CBTC só foi instalado em janeiro de 2017 – e aí, sim, os novos trens da CAF, enfim, começaram a atender os passageiros da Linha 5-Lilás. Atualmente, garante o secretário, todas as 26 unidades estão operando entre as estações Capão Redondo e Moema. Em janeiro desse ano, a CCR arrematou a operação das linhas 5-Lilás e 17-Ouro (monotrilho) em leilão. Enquanto que para a Linha 5-Lilás o imbróglio se deu a partir da chegada dos trens, para a Linha 17- Ouro, o enredo é diferente. Responsável pela fabricação dos 14 monotrilhos, por meio de um contrato assinado em 2013, a Scomi ainda não entregou nenhuma composição ao governo de São Paulo. A previsão, segundo a STM, é receber o primeiro trem ainda este ano. A outorga, que inclui a operação das linhas 5-Lilás e 17-Ouro, foi assinada entre as partes no início de abril. Após algumas etapas burocráticas do contrato, a CCR deve assumir efetivamente a operação das linhas em agosto próximo. Entre o fim de 2017 e início deste ano, a Linha 5-Lilás ganhou mais cinco estações: Alto da Boa Vista, Borba Gato, Brooklin, Eucaliptos e Moema. Trens que chegaram antes da linha A situação de trens fora de operação aguardando o fim das obras não é totalmente nova para São Paulo. Algumas unidades do monotrilho da Linha 15-Prata do Metrô de SP, fabricadas pela Bombardier, também aguardam desde 2015 o fim da construção da via para começarem a rodar. Dos 27 trens, apenas oito estão operando. Nos empreendimentos ferroviários, não é incomum que os trens fiquem prontos e cheguem aos seus destinos antes que as obras na linha sejam concretizadas. Além da Linha 15-Prata do Metrô do São Paulo, outros dois exemplos de descompasso entre material rodante e via notórios nos Brasil ocorreram em Salvador e Cuiabá. Na capital baiana, onde a construção do metrô levou quase 15 anos para ser concluída, os trens chegaram bem antes que as linhas ficassem prontas. Antes da conclusão do trecho da Linha 1, Lapa-Acesso Norte, o governo estadual da Bahia adquiriu em 2008 seis trens de quatro carros da Hyundai- -Rotem. O início da operação comercial dessas composições aconteceu em junho de 2014, quando a CCR “Nos empreendimentos ferroviários, não é incomum que os trens fiquem prontos e cheguem aos seus destinos antes que as obras na linha sejam concretizadas.” Metrô Bahia já havia assumido a concessão e as obras de expansão do sistema (veja nas págs. 14 a 19). Sem a linha pronta, os trens foram guardados na Estação Aduaneira do Interior (Eadi/Salvador). O custo do aluguel do espaço por mês, pago pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), era de R$ 80 mil por mês. Três meses depois, o Conder pelo menos passou a economizar R$ 70 mil por mês com a transferência das unidades para galpões da Companhia de Transporte de Salvador. Em Cuiabá, os trens do VLT seguem até hoje parados. O material rodante foi fabricado pela CAF, integrante do grupo que venceu a licitação em maio de Divulgação/CCR Metrô Bahia Trens da Hyundai-Rotem foram comprados antes da conclusão das linhas em Salvador 2012. O consórcio, responsável também pelas obras, conta também com a CR Almeida, Santa Bárbara Construções, Magna Engenharia e Astep Engenharia. Os trens começaram a ser entregues em novembro de 2013, mas, nessa época, as obras já se arrastavam. Nem os mais otimistas imaginavam que os modernos bondes circulariam pela capital mato-grossense durante o Mundial de futebol, do qual a cidade foi uma das sedes. Com isso, os 40 VLTs foram estacionados no espaço onde seria o Centro de Controle Operacional do sistema. Não há prazo para o início da operação (veja nas págs. 36 a 43). 32 REVISTA FERROVIÁRIA | Maio/Junho DE 2018
arquivo ferroviário Trem modelo X’Ttrapolis Mega, da Alstom, estacionado na estação Pretoria, localizada na cidade sul-africana de mesmo nome. As composições fazem parte de um contrato bilionário assinado em 2013 entre a estatal Prasa (Passenger Rail Agency of South Africa) e o consórcio Gibela – liderado pela Alstom, com a participação das empresas locais Ubumbano Rail e New Africa Rail – que prevê a entrega de 600 trens daquele modelo até 2023. As primeiras 20 unidades foram fabricadas na unidade da Lapa, em São Paulo, e entregues em 2017. O restante será produzido em uma fábrica de 600 mil metros quadrados em Dunnottar (a 50 km de Joanesburgo), que vai começar a operar no fim deste ano. Colaboradores da Alstom Brasil foram à África do Sul para treinar profissionais que serão responsáveis pela continuação da produção naquele país. VEJA A FOTO AMPLIADA
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