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SaúdeOnline nº 03

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SAÚDE ONLINE | NACIONAL<br />

INOVAÇÃO<br />

Hospital da Feria pioneiro em<br />

discectomias lombares totalmente<br />

endoscópicas<br />

O Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga (CHEDV) revelou ter realizado com sucesso as primeiras cirurgias<br />

endoscópicas a hérnias discais pelo Serviço Nacional de Saúde, num procedimento menos invasivo,<br />

com agressão mínima e mais fácil recuperação.<br />

“O Hospital São Sebastião é o<br />

primeiro hospital público do país<br />

a realizar esta cirurgia inovadora<br />

que, sendo muito menos<br />

invasiva do que uma intervenção<br />

convencional aberta, representa<br />

maior conforto para o doente e<br />

menos tempo de internamento<br />

pós-cirúrgico”, afirmou Miguel<br />

Paiva, presidente do conselho de<br />

administração do CHEDV.<br />

Em causa estão quatro discectomias<br />

(excisão parcial<br />

ou total de um disco<br />

intervertebral herniado) lombares<br />

totalmente endoscópicas,<br />

realizadas em Santa Maria da<br />

Feira pelo Serviço de Ortopedia<br />

e Unidade de Coluna do Hospital<br />

São Sebastião, que é um<br />

dos três sob administração do<br />

CHEDV.<br />

“O Hospital São Sebastião é o<br />

primeiro hospital público do país<br />

a realizar esta cirurgia inovadora<br />

que, sendo muito menos invasiva<br />

do que uma intervenção<br />

convencional aberta, representa<br />

maior conforto para o doente e<br />

menos tempo de internamento<br />

pós-cirúrgico”, afirmou Miguel<br />

Paiva, presidente do conselho<br />

de administração do CHEDV.<br />

Segundo o responsável, este<br />

tipo de intervenção “tem ainda<br />

a vantagem de diminuir a exposição<br />

do doente ao ambiente<br />

hospitalar e de reduzir os<br />

inerentes custos do SNS com<br />

essa estadia”.<br />

No essencial, cada uma das<br />

referidas discectomias concretizou-se<br />

com recurso a duas pequenas<br />

incisões: uma por onde<br />

circulou o endoscópio, aparelho<br />

que, munido de uma fonte de luz<br />

e uma câmara, permite ao médico<br />

identificar o local em que<br />

pretende intervir e controlar os<br />

seus movimentos através de um<br />

visor; e outra pela qual foi manuseado<br />

o instrumento cirúrgico<br />

com que o médico retirou da vér-<br />

tebra do doente o disco que lhe<br />

vinha causando a hérnia.<br />

Segundo Miguel Paiva, a vantagem<br />

desse procedimento é que<br />

permite fazer a mesma operação<br />

que a técnica aberta, mas<br />

apenas com uma incisão mínima,<br />

sem destruição muscular e<br />

quase sem qualquer lesão ao<br />

nível de ligamentos e ossos, o<br />

que se traduz numa “agressão<br />

cirúrgica mínima, ótimos resultados<br />

cosméticos graças a uma<br />

cicatriz quase impercetível - inferior<br />

a um centímetro - e uma taxa<br />

de infeção próxima de 0%”.<br />

Além disso, a discectomia endoscópica<br />

pode ser feita “com<br />

internamentos de apenas um<br />

dia e o pós-operatório é habitualmente<br />

pouco doloroso”.<br />

Artur Teixeira, responsável pela<br />

Unidade de Coluna do CHEDV,<br />

admite que o tratamento menos<br />

agressivo da hérnia discal já há<br />

muito era um objetivo do Serviço<br />

de Ortopedia do Hospital São<br />

Sebastião.<br />

“Em 1999 começámos pela utilização<br />

do microscópio como<br />

forma de potenciar a visão e permitir<br />

uma pequena incisão”, recordou<br />

o médico, acrescentando<br />

que em 2006 foram introduzidas<br />

“técnicas minimamente invasivas<br />

que permitiram uma grande<br />

evolução no sentido de diminuir<br />

a extensão da cicatriz, que então<br />

passou a ser de cerca de dois<br />

centímetros, e agora o tratamento<br />

da hérnia discal através desta<br />

técnica totalmente endoscópica<br />

vem dar continuidade a esse<br />

percurso”.<br />

O ortopedista quer, por isso,<br />

alargar o procedimento a mais<br />

utentes com necessidades idênticas,<br />

estimando que “cerca de<br />

150 doentes por ano poderão<br />

beneficiar da nova técnica”.<br />

Para Miguel Paiva, esse recurso<br />

a práticas cirúrgicas “inovadoras<br />

e muito diferenciadas mostra<br />

bem que unidades hospitalares<br />

de média dimensão como<br />

o CHEDV também dispõem de<br />

profissionais que se distinguem<br />

pela qualidade e pioneirismo”.<br />

No caso particular do Serviço<br />

de Ortopedia, realçou que os<br />

médicos da unidade funcional<br />

de coluna “realizam técnicas<br />

de elevada diferenciação, o<br />

que tem sido reconhecido com<br />

vários prémios e publicações em<br />

revistas científicas”.<br />

14 NOTÍCIAS SAÚDE ONLINE | MARÇO 2017 WWW.SAUDEONLINE.PT

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