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www.secovirio.com.br<br />
OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO 2018 - venda proibida<br />
nº<strong>113</strong><br />
CURTINHAS<br />
pág. 5 » 7<br />
ENTREVISTA<br />
pág. 9 » 18<br />
JURÍDICO<br />
pág. 22 » 27<br />
NOSSOS LUGARES<br />
pág. 44 » 49<br />
UMA CIDADE,<br />
Em seu novo livro, André Trigueiro mostra que sustentabilidade no Brasil<br />
está diretamente relacionada ao bom senso e saneamento básico
SUMÁRIO<br />
PALAVRA DO PRESIDENTE<br />
JURÍDICO<br />
MATÉRIA ESPECIAL 1<br />
MATÉRIA ESPECIAL 2<br />
4<br />
22<br />
30<br />
CURTINHAS<br />
CONSULTAS JURÍDICAS<br />
MERCADO<br />
INDICADORES<br />
HABITACIONAIS<br />
5<br />
25<br />
38<br />
ENTREVISTA/ CAPA<br />
NOSSOS LUGARES<br />
44<br />
SERVIÇOS E PRODUTOS<br />
9<br />
OUTUBRO•NOVEMBRO•DEZEMBRO 2018 / nº <strong>113</strong><br />
50<br />
56<br />
63<br />
Faça a diferença<br />
Mais um ano vai chegando ao fim e é neste momento que aquelas famosas promessas e<br />
resoluções surgem para nortear o novo ano que, aos poucos, se desenha. Ideias e ideais costumam<br />
pipocar em nossa mente, trazendo consigo doses de arrependimento ou gratidão, além de<br />
algumas certezas. Independentemente do que passou, sejam chances perdidas ou oportunidades<br />
não vividas, um mundo de possibilidades está por vir, e cabe a você – e somente a você –<br />
aproveitar este novo tempo para fazer a diferença em sua vida e/ou na daqueles que estão ao seu<br />
redor.<br />
Nesta edição, a <strong>Revista</strong> Secovi Rio traz histórias de pessoas que, ao investirem em conhecimento,<br />
vislumbraram a possibilidade de um novo – e bem-sucedido – capítulo de suas vidas. O curso de<br />
Administração de Condomínios da UniSecovi Rio ofereceu o entendimento e a coragem<br />
necessários para promover uma mudança de atitude no condomínio onde moram. Afinal, se você<br />
acredita que suas ideias podem melhorar a sua vida e a de seus vizinhos, por que não se esforçar<br />
para colocar sua convicção em prática em vez de simplesmente ficar reclamando no sofá?<br />
Mudança de atitude, aliás, é o segredo para o sucesso de qualquer empreitada, até mesmo para<br />
quem deseja colorir sua rotina com tons mais verdes. Em um bate-papo leve e informativo, André<br />
Trigueiro contou um pouquinho de sua experiência com jornalismo ambiental e deu dicas valiosas<br />
para uma gestão condominial mais sustentável. Acredite, muitas vezes é uma questão de ajuste.<br />
Em 2019, um novo ciclo se inicia, com novas oportunidades e desafios. Cabe a você fazer a<br />
diferença!<br />
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conteúdo especial<br />
EQUIPE SECOVI RIO
DIRETORIA/EXPEDIENTE<br />
DIRETORIA SECOVI RIO<br />
Efetivos<br />
Presidente: Pedro José Maria Fernandes Wähmann<br />
Vice-Presidente: Leonardo Conde Villar Schneider<br />
Vice-Presidente Administrativo e Financeiro: Ronaldo Coelho Netto<br />
Vice-Presidente de Marketing e Comunicação: João Augusto Pessôa<br />
Vice-Presidente Jurídico e de Assuntos Legislativos: Alexandre Hermes Rodrigues Corrêa<br />
Vice-Presidente de Relações do Trabalho e Gestão Imobiliária: Dennys Abdalla Muniz Teles<br />
Suplentes<br />
Aldo Fernando Villar Hecht da Fonte; Antônio Carlos Ferreira; Antônio Henrique Lopes da Cunha; Luiz Alberto Queiroz Conceição; Luís Carlos<br />
Bulhões Carvalho da Fonseca Filho; Pedro Carlos Carsalade<br />
DELEGADOS REPRESENTANTES JUNTO À FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO<br />
Efetivos<br />
Pedro José Maria Fernandes Wähmann; Manoel da Silveira Maia<br />
Suplentes<br />
João Augusto Pessôa; Ronaldo Coelho Netto<br />
CONSELHO FISCAL<br />
Efetivos<br />
Marco Antônio Moreira Barbosa; Antônio José Fernandes Costa Neto; Marco Antônio Valente Tibúrcio Rodrigues<br />
Suplentes<br />
Marco Antônio Vieira de Mello; Frederico Honorato Rodrigues Moreira; Jorge Ronaldo Ferreira Santos<br />
CONSELHO DE RELAÇÕES DE TRABALHO<br />
Dennys Abdalla Muniz Teles – Presidente; Alexandre Hermes Rodrigues Corrêa; Fernando Schneider; Maria Teresa Mendonça Dias; Antônio Henrique<br />
Lopes da Cunha<br />
REGIONAIS SECOVI RIO<br />
Regional Baixada Fluminense<br />
Avenida Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />
CEP: 20031-918<br />
Telefone: (21) 2272-8000<br />
E-mail: baixadafluminense@secovirio.com.br<br />
Regional Lagos<br />
Avenida Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />
CEP: 20031-918<br />
Telefone: (21) 2272-8000<br />
E-mail: lagos@secovirio.com.br<br />
Regional Litorânea<br />
Avenida Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />
CEP: 20031-918<br />
Telefone: (21) 2272-8000<br />
E-mail: litoranea@secovirio.com.br<br />
Noroeste Fluminense<br />
Avenida Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />
CEP: 20031-918<br />
Telefone: (21) 2272-8000<br />
E-mail: noroestefluminense@secovirio.com.br<br />
Regional Norte Fluminense<br />
Avenida Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />
CEP: 20031-918<br />
Telefone: (21) 2272-8000<br />
E-mail: nortefluminense@secovirio.com.br<br />
Regional Costa Verde<br />
Avenida Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />
CEP: 20031-918<br />
Telefone: (21) 2272-8000<br />
E-mail: costaverde@secovirio.com.br<br />
Regional Serra Imperial<br />
Avenida Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />
CEP: 20031-918<br />
Telefone: (21) 2272-8000<br />
E-mail: serraimperial@secovirio.com.br<br />
Regional Serra Norte<br />
Avenida Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />
CEP: 20031-918<br />
Telefone: (21) 2272-8000<br />
E-mail: serranorte@secovirio.com.br<br />
Regional Serra Verde<br />
Avenida Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />
CEP: 20031-918<br />
Telefone: (21) 2272-8000<br />
E-mail: serraverde@secovirio.com.br<br />
SEDE<br />
Av. Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />
CEP: 20031-918<br />
Telefone: (21) 2272-8000 - Fax: (21) 2272-8001<br />
E-mail: secovi@secovirio.com.br<br />
A <strong>Revista</strong> Secovi Rio é uma publicação institucional, trimestral, do<br />
Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração<br />
de Imóveis e dos Condomínios Residenciais e Comerciais em todo o<br />
Estado do Rio de Janeiro.<br />
EXPEDIENTE<br />
Conselho Editorial: Pedro Wähmann e João Augusto Pessôa<br />
Coordenadora de Marketing e Comunicação: Edmara Carvalho<br />
REDAÇÃO<br />
imprensa@secovirio.com.br<br />
Jornalista responsável: Gustavo Monteiro (25.140 MTE/RJ)<br />
Redação: Ana Clara Carvalho, Carla Neiva e Gustavo Monteiro<br />
Projeto gráfico e diagramação: Henrique Vasconcellos<br />
Revisão: Sandra Paiva<br />
PUBLICIDADE<br />
Patricia Salles<br />
(21) 2272-8009 - (21) 99507-4574<br />
patricia@secovirio.com.br<br />
Flavia Andrade<br />
(21) 2272-8008 - (21) 98081-4275<br />
flavia@secovirio.com.br<br />
A revista reserva-se o direito de não aceitar publicidade sem<br />
fundamentar motivação de recusa.<br />
Os anúncios veiculados são de responsabilidade dos anunciantes.<br />
Distribuição gratuita.<br />
Distribuição nacional:<br />
Treelog S.A. Logística e Distribuição.<br />
Regional Sul Fluminense<br />
Avenida Almirante Barroso, 52/9º andar, Centro, Rio de Janeiro - RJ<br />
CEP: 20031-918<br />
Telefone: (21) 2272-8000<br />
E-mail: sulfluminense@secovirio.com.br<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 2
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dia a dia operacional, já que a digitalização<br />
de documentos feita por nossa equipe agiliza<br />
a consulta e conferência dos dados, trazendo<br />
muito mais transparência e rapidez.<br />
A partir daí, os condôminos acompanham a<br />
movimentação e a saúde financeira do<br />
condomínio sem necessitar interromper o<br />
trabalho do síndico e do conselho. Todos<br />
ganham e os processos fluem melhor.<br />
Seu condomínio online: central<br />
de mensagens entre moradores, reserva<br />
de áreas comuns, 2ª via de boleto, registro<br />
de ocorrências e demonstrativo financeiro,<br />
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Rua Amaury Monteiro, 35 GR. 201/217<br />
Tel: 2437-9445 - recreio@zirtaeb.com<br />
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Av. das Américas, 2901 GR. 411/412<br />
Tel: 2439-8170 - barra@zirtaeb.com<br />
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Av. N. S. Copacabana, 647 GR. 709<br />
Tel: 2255-9893 - copacabana@zirtaeb.com<br />
www.zirtaeb.com<br />
fb.com/zirtaeb.com.br<br />
instagram @zirtaeb_adm<br />
Condomínios e Bens Imóveis
PALAVRA DO PRESIDENTE<br />
O ano de 2018 se aproxima do final e com ele a mesma pergunta de todos os<br />
anos: estamos fazendo a nossa parte? Seja no âmbito pessoal ou no corporativo,<br />
nossas ações estão surtindo efeitos e influenciando positivamente amigos,<br />
familiares e clientes? Assim como todos os cidadãos brasileiros, em suas vidas<br />
privadas, e todas as empresas de diversos segmentos têm se reinventado para transpor momentos<br />
de dificuldade em um cenário político-econômico desanimador, o Secovi Rio está aproveitando a<br />
oportunidade para se fortalecer.<br />
Num momento em que deveríamos estar desolados, fizemos o contrário: arregaçamos as mangas e<br />
voltamos nossos olhos para nós mesmos, identificando os gargalos, melhorando nossos serviços e<br />
mostrando aos síndicos e condomínios que seguimos como referência. Desejamos contribuir cada<br />
vez mais para a melhoria de vida de milhões de pessoas que moram em condomínios e trabalham<br />
em empresas do setor imobiliário. Estamos mais fortes.<br />
E, com essa certeza de que estamos fazendo nosso melhor, convidamos você a se juntar a nós.<br />
Porque o trabalho do Secovi Rio pretende justamente combater o preconceito de que sindicatos são<br />
meros arrecadadores. É preciso separar o joio do trigo e dar um voto de confiança aos que<br />
trabalham com dedicação e seriedade.<br />
Assim como as cidades carecem de soluções inteligentes para combater a degradação do meio<br />
ambiente e assegurar o bem-estar de seus moradores, como ensina o jornalista André Trigueiro na<br />
entrevista desta edição, nós também pensamos em soluções que contribuam para o<br />
desenvolvimento do setor da habitação e da qualidade de vida da população fluminense.<br />
As eleições estão aí, e com elas as esperanças se renovam. Independentemente de<br />
quem sejam os vencedores, o Secovi Rio torce para que estejam alinhados e<br />
dispostos a seguir junto conosco, cuidando para que o setor imobiliário evolua e,<br />
mais que isso, pensando em políticas eficientes que permitam o desabrochar de<br />
uma cidade mais justa, moderna e sustentável.<br />
Pedro Wähmann<br />
Presidente do SECOVI RIO<br />
Sua opinião é muito importante<br />
Quer mandar um comentário sobre esta edição<br />
ou sugerir uma pauta?<br />
Envie um e-mail para imprensa@secovirio.com.br<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 4
CURTINHAS<br />
Jirsa/Shutterstock.com Divulgação: pt.wikipedia.org<br />
Sem Museu Nacional, São Cristóvão perde um pouco do brilho<br />
eSocial está valendo!<br />
Desde julho, os condomínios já estão obrigados<br />
a aderir ao eSocial, assim como todas as<br />
empresas com faturamento anual de até R$ 78<br />
milhões. A exceção são as pequenas e<br />
microempresas e os Microempreendedores<br />
Individuais (MEI), que passarão a integrar o<br />
sistema a partir de novembro.<br />
Após consulta realizada pelo Secovi Rio, a<br />
Receita Federal recomendou que os<br />
condomínios fizessem o cadastramento inicial<br />
de tabelas até o dia 31 de agosto de 2018. Já o<br />
cadastramento inicial das admissões anteriores<br />
e eventos não periódicos puderam ser feitos ao<br />
longo de setembro. As demais informações, até<br />
novembro.<br />
Em 2013 a <strong>Revista</strong> Secovi Rio publicava uma reportagem<br />
sobre o bairro de São Cristóvão e suas particularidades,<br />
citando atrativos como o Museu Nacional, o Jardim<br />
Zoológico e a Feira Nordestina. Na época, a região,<br />
considerada o “Central Park” carioca, começava a receber<br />
empreendimentos imobiliários de alto padrão, com o metro<br />
quadrado valorizando quase 30%, um dos maiores índices<br />
da cidade. No dia 2 de setembro de 2018, um incêndio de<br />
grandes proporções destruiu a maior parte do acervo do<br />
Museu Nacional, construção de 200 anos que foi<br />
residência da família real portuguesa. Em poucas horas,<br />
viraram cinza 20 milhões de itens, entre fósseis, múmias,<br />
registros históricos, obras de arte e documentos. São<br />
Cristóvão perdia aquilo que era um dos orgulhos de quem<br />
escolheu fixar residência por lá. O bairro, a cidade e o<br />
Brasil nunca mais serão os mesmos.<br />
Plogging<br />
Praticar uma atividade física é uma<br />
excelente atitude para quem se<br />
preocupa com o bem-estar físico e<br />
mental. Movimentar o corpo ajuda a<br />
combater o estresse, melhora a<br />
circulação sanguínea e ainda fortalece o<br />
sistema imunológico. Praticar exercícios<br />
ao ar livre proporciona contato direto<br />
com a natureza, o que é uma boa dica<br />
para quem deseja recarregar as<br />
energias. Melhor do que isso, só se<br />
fosse possível aproveitar esse tempo<br />
para ajudar o meio ambiente. Com o<br />
plogging, isso já é possível!<br />
No final de 2016, já existiam algumas<br />
menções no Instagram a essa atividade,<br />
que foi criada na Suécia. Plogging é uma<br />
expressão que mescla os termos “plocka<br />
skräp” (pegar o lixo) com “jogga” (correr).<br />
Dessa forma, praticar plogging significa<br />
recolher resíduos enquanto corre. Para<br />
iniciar a atividade, basta vestir roupas<br />
adequadas e levar consigo uma sacola<br />
para guardar o lixo, luvas para proteger<br />
as mãos e muita disposição! Será que<br />
teremos, em breve, muitos grupos de<br />
plogging em nossa cidade?<br />
David Pereiras/Shutterstock.com
Condomínio mais seguro com baixo custo<br />
A segurança do condomínio é um dever de<br />
todos: síndicos, moradores e empregados.<br />
Além do treinamento dos porteiros, que pode<br />
fazer toda a diferença, e das orientações aos<br />
condôminos para que evitem situações de<br />
risco, a tecnologia é fundamental para a<br />
redução das vulnerabilidades. Uma parceria do<br />
Secovi Rio com a empresa Venses Technology,<br />
o projeto Luz Azul – que consiste na instalação<br />
de câmeras de vigilância voltadas para a rua,<br />
identificadas com uma luz azul, com imagens<br />
compartilhadas com os órgãos de Segurança<br />
Pública – é o mais novo aliado dos<br />
condomínios. E o melhor: com baixo custo.<br />
O condomínio que aderir precisará investir<br />
mensalmente R$ 340 por câmera, caso opte<br />
por alugar o equipamento. O preço engloba a<br />
manutenção, a gravação das imagens e o<br />
armazenamento por 30 dias na nuvem. Se o<br />
usuário já tiver as câmeras, o custo do serviço<br />
Cópias de documentos<br />
pessoais em<br />
estabelecimentos<br />
fluminenses<br />
Nos casos em que houver a<br />
retenção de cópias de<br />
documentos pessoais por<br />
estabelecimentos comerciais<br />
ou órgãos públicos, no<br />
Estado do Rio, devem ser<br />
inseridas, nos referidos<br />
documentos, duas linhas<br />
paralelas com os dizeres<br />
“entregue ao órgão ou<br />
estabelecimento”, seguindo o<br />
nome do mesmo. A<br />
obrigatoriedade está contida<br />
na Lei nº 7.963/2018, que já<br />
está em vigor. O<br />
descumprimento sujeita os<br />
infratores, pessoas físicas ou<br />
jurídicas, ao pagamento de<br />
multa equivalente a R$ 1 mil<br />
por documento retido.<br />
sairá a R$ 220 mensais. Os condomínios em<br />
dia com as contribuições ao Secovi Rio terão<br />
15% de desconto. Num edifício com 100 salas<br />
comerciais, o valor seria de apenas R$ 3,40<br />
por condômino ao mês. Para mais informações<br />
sobre o projeto Luz Azul, acesse nosso site ou<br />
envie uma mensagem para nosso WhatsApp:<br />
(21) 98547-2812.<br />
Segurança é debatida em evento para síndicos<br />
Combater a falta de segurança com prevenção pode ser a melhor<br />
arma. Com essa ideia, o vice-presidente Administrativo e Financeiro<br />
do Secovi Rio, Ronaldo Coelho Netto, realizou palestra no Encontro<br />
de Síndicos da Associação de Moradores e Amigos de Laranjeiras<br />
(AMAL), em julho, nas Casas Casadas, em Laranjeiras. Ele citou o Luz<br />
Azul como um bom exemplo de projeto que pode colaborar para a<br />
redução dos índices de criminalidade no Rio.<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 6<br />
Ana Clara Carvalho bestfoto77/Shutterstock.com
Saiba mais sobre os benefícios da mediação<br />
CÂMARA DE MEDIAÇÃO DO SECOVI RIO<br />
RESOLUÇÃO ÁGIL DE CONFLITOS IMOBILIÁRIOS<br />
Quem pode utilizar a Câmara de Mediação do<br />
Secovi Rio?<br />
Qualquer pessoa física ou jurídica pode solicitar uma<br />
sessão de mediação. Todos os conflitos que não<br />
versem sobre direitos indisponíveis (aqueles que não<br />
podem ser negociados) e tenham integrantes do<br />
mercado imobiliário como partes<br />
podem ser atendidos pela Câmara de Mediação do<br />
Secovi Rio.<br />
O número de processos em tramitação no Brasil<br />
aumenta a cada ano. De acordo com dados de<br />
relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ),<br />
atualmente são cerca de 109 milhões. Além do<br />
excesso de demandas desnecessárias, o Brasil<br />
possui um dos Judiciários mais morosos do<br />
mundo, o que tem gerado um interesse cada vez<br />
maior pelos métodos de solução extrajudicial,<br />
entre eles as Câmaras de Mediação, consideradas<br />
o melhor e mais rápido caminho de composição<br />
de conflitos.<br />
Os dados foram apresentados pela advogada<br />
Wania Baeta, membro da Associação Brasileira<br />
dos Advogados do Mercado Imobiliário (Abami) e<br />
mediadora extrajudicial formada pela UniSecovi<br />
Rio, durante a palestra “Câmara de Mediação do<br />
Secovi Rio”, no auditório da Abami, no Centro do<br />
Rio, em agosto.<br />
Solange Santos, gerente do Departamento<br />
Jurídico do Sindicato e palestrante do evento,<br />
comentou a atuação da Câmara de Mediação do<br />
Secovi Rio: “É um procedimento voluntário, em<br />
que um terceiro imparcial (mediador) facilita o<br />
diálogo e a negociação entre duas ou mais partes<br />
em conflito, auxiliando-as a identificar interesses<br />
comuns, complementares e divergentes. O<br />
objetivo é encontrar soluções que são construídas<br />
com base no consenso, no atendimento de<br />
interesses, nas necessidades e na satisfação<br />
mútua.”<br />
Esse tipo de serviço tem garantias legais?<br />
Sim. A atividade mediadora está amparada em<br />
diversos dispositivos legais, como o Código de<br />
Processo Civil e a Lei Federal nº 13.140/2015. Além<br />
disso, é estimulada pelo Conselho Nacional de<br />
Justiça, por meio da Resolução nº 125/2010 e de<br />
outras normas baixadas desde então.<br />
Qual é a função do mediador?<br />
Cabe ao mediador zelar pela imparcialidade e sigilo<br />
do conflito, atuando como um facilitador da<br />
negociação e, eventualmente, auxiliando as partes na<br />
redação do acordo final. Conforme consta do Código<br />
de Ética do Mediador, editado pelo Conselho<br />
Nacional das Instituições de Mediação e Arbitragem,<br />
ele é um terceiro imparcial que, por meio de uma<br />
série de procedimentos próprios, auxilia as partes a<br />
identificar os seus conflitos e interesses, e a construir,<br />
em conjunto, alternativas de solução visando ao<br />
consenso e à realização do acordo.<br />
Como solicitar uma sessão de mediação?<br />
O interessado em ter acesso aos serviços da Câmara<br />
de Mediação do Secovi Rio deve entrar em contato<br />
com a entidade pelo telefone (21) 2272-8000 ou pelo<br />
e-mail mediacao@secovirio.com.br. Pode ainda<br />
consultar no site do Secovi Rio, no menu Produtos e<br />
Serviços/Câmara de Mediação, onde consta a tabela<br />
com o valor da taxa administrativa e dos honorários<br />
do mediador. O interessado deverá formalizar a<br />
solicitação, informando nome e dados das partes<br />
envolvidas, além de um breve relato sobre o conflito<br />
em questão. Condomínios e empresas em dia com as<br />
contribuições ao Secovi Rio têm direito a três<br />
mediações ao ano, sem custos.<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 7
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ENTREVISTA • ANDRÉ TRIGUEIRO<br />
Ana Clara Carvalho<br />
V<br />
Ser<br />
sustentável<br />
é apenas<br />
uma<br />
questão<br />
de<br />
ajuste<br />
iver sustentavelmente pode parecer<br />
uma tarefa complicada, mas na verdade é<br />
bem simples. Ser sustentável é retirar da<br />
natureza somente aquilo que é necessário<br />
para a sobrevivência humana; é reaproveitar,<br />
reutilizar e reciclar o que já foi produzido; é ser<br />
consciente no consumo dos bens materiais. Os<br />
desenvolvimentos social e econômico precisam<br />
estar atrelados à preservação do meio ambiente.<br />
Esses três fatores precisam ser integrados para<br />
que a sustentabilidade de fato aconteça.<br />
As principais questões acerca do tema foram<br />
apresentadas na última década durante o<br />
“Cidades e Soluções”, transmitido pela emissora<br />
GloboNews e apresentado pelo jornalista André<br />
Trigueiro. No ar desde 2007, o programa se<br />
especializou em buscar, apresentar e debater<br />
experiências transformadoras, capazes de<br />
impactar positivamente a qualidade de vida dos<br />
habitantes das cidades por meio do uso<br />
inteligente e sustentável dos recursos naturais.<br />
Trigueiro e a esposa, Cláudia Guimarães,<br />
decidiram eternizar o conteúdo do “Cidades e<br />
Soluções” em forma de livro em comemoração ao<br />
aniversário de dez anos do programa. A<br />
publicação, com o mesmo nome, contém dados,<br />
informações e abordagens inéditos e apresenta<br />
uma leitura fácil, com textos curtos e objetivos,<br />
voltados aos mais variados públicos. Os direitos<br />
autorais foram integralmente cedidos para o<br />
Centro de Valorização da Vida, uma organização<br />
voluntária e filantrópica que realiza há mais de 50<br />
anos em todo o Brasil um trabalho de apoio<br />
emocional e prevenção do suicídio.<br />
O jornalista, além de especialista e professor de<br />
Jornalismo Ambiental, escritor, repórter da TV<br />
Globo, colunista da “Folha de S. Paulo”, é<br />
responsável pelo site Mundo Sustentável. O<br />
portal reúne todo o conteúdo produzido por ele<br />
nas diversas mídias em que atua, que vão desde<br />
reportagens para a televisão a podcasts.<br />
Em entrevista à <strong>Revista</strong> Secovi Rio, André<br />
Trigueiro fala sobre como o “Cidades e Soluções”<br />
pode ser útil na construção de uma sociedade<br />
mais sustentável, além de dar sugestões de<br />
pequenas atitudes no dia a dia que podem<br />
transformar a realidade em que vivemos.<br />
Divulgação: g1.globo.com<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 9
ENTREVISTA • ANDRÉ TRIGUEIRO<br />
Em que momento você percebeu que era preciso uma<br />
mudança de atitude para o bem do nosso planeta?<br />
Ines Sacramento/Shutterstock.com<br />
Eu teria dificuldade em precisar o momento exato em que a questão ambiental passou a ser algo<br />
importante para mim. Quem mora no Rio de Janeiro costuma ter uma relação diferenciada com a<br />
natureza, por ser uma cidade ainda muito exuberante. A partir da cobertura da Rio 92, há 26 anos,<br />
houve a percepção minha de que, no exercício do jornalismo, eu poderia abrir espaços para falar<br />
sobre a crise ambiental planetária, compartilhando os diagnósticos terríveis sobre o esgotamento de<br />
um modelo de desenvolvimento que não tem o compromisso com a erradicação da miséria, da<br />
pobreza e da exclusão social. E isso passou a ser algo muito natural para mim. Eu não planejei nada.<br />
Foi uma identificação muito espontânea, a ponto de eu não considerar isso propriamente algo que<br />
eu fui buscar. Isso me pegou. É uma identificação espiritual.<br />
TRIGUEIRO<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 10
ENTREVISTA • ANDRÉ TRIGUEIRO<br />
Quais foram os cursos mais importantes para a sua carreira no jornalismo ambiental?<br />
Todos que se interessam por meio ambiente são eternamente autodidatas. Você vai fazer cursos<br />
que vão ajudar a clarear aspectos desse universo inesgotável. Eu tenho pós-graduação em Gestão<br />
Ambiental e curso de Jornalismo Científico pela UFRJ. Mas o que eu aprendi 18 anos atrás já está<br />
em certa medida defasado. E isso não acontece só na área ambiental. O mundo avança, a fila<br />
anda, e o conhecimento ambiental se sofistica e evolui na linha do tempo de uma forma<br />
impressionante. Portanto, os cursos são importantes, as leituras são fundamentais, os contatos<br />
com fontes sempre serão referenciais para o trabalho de qualquer jornalista, mas a gente nunca<br />
deixa de se informar sobre o que está acontecendo de novo. Que novas tecnologias? Que novos<br />
problemas? Que novos desafios estão colocados?<br />
TRIGUEIRO<br />
O mundo avança, a fila anda, e o conhecimento ambiental se sofistica<br />
Você lançou recentemente o livro “Cidades e Soluções”, mesmo nome do programa<br />
que você dirige na GloboNews. Como foi para você esse processo?<br />
Werayuth Tes/ Shutterstock.com<br />
A ideia do livro surgiu quando o programa completou dez anos no ar e a minha esposa perguntou:<br />
“Você vai deixar passar em branco essa data? Você não vai fazer nenhum livro?” Eu respondi que<br />
não tinha tempo, e ela, além de proponente da ideia, foi minha parceira na concepção do projeto.<br />
Eu faço um agradecimento a ela na apresentação porque foi o elemento detonador. Mas o livro<br />
vai além do programa: compartilhamos algumas coisas que foram mostradas na TV, mas com as<br />
informações atualizadas e muito conteúdo novo.<br />
O tom documental é muito importante para a gente dar longevidade às experiências que<br />
conhecemos de perto. O “Cidades e Soluções” não perde tempo com projetos ou ideias. A gente<br />
quer mostrar aquilo que já transforma realidades, que já muda para melhor a qualidade de vida<br />
das pessoas. Queremos mostrar como uma pessoa consegue, a partir de uma atitude inovadora,<br />
promover alteração na rotina que merece visibilidade.<br />
TRIGUEIRO<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 11
ENTREVISTA • ANDRÉ TRIGUEIRO<br />
De que forma o livro pode contribuir para a mudança de comportamento das pessoas?<br />
Mopic/Shutterstock.com<br />
O livro abre caminho para a divulgação daquilo que dá certo, que inspira num momento de crise. O<br />
lançamento acontece num momento em que o Brasil e boa parte do mundo registram uma crise<br />
civilizatória. São muitas crises: econômica, política, ética, ambiental. E esse é o grande barato do<br />
livro. A gente está tentando apontar caminhos, sinalizar rumos e perspectivas. E a gente tem esse<br />
foco urbano porque há mais ou menos cinco anos o mundo se tornou, pela primeira vez na História,<br />
predominantemente urbano.<br />
O Brasil tem uma das maiores taxas de urbanização do planeta: 75% da população brasileira vive em<br />
cidades. As maiores causas da destruição do meio ambiente têm origem nos hábitos, nos<br />
comportamentos, nos estilos de vida e nos padrões de consumo de quem vive em cidade. E isso, do<br />
meu ponto de vista, o que significa? Virar o jogo, dobrar essa esquina civilizatória. Vencer o desafio<br />
que está colocado para a humanidade hoje passa por uma nova maneira de viver em cidade.<br />
Portanto, as soluções para o mundo impreterivelmente passam pelas soluções urbanas.<br />
Vencer o desafio que está colocado para a humanidade<br />
hoje passa por uma nova maneira de viver em cidade<br />
TRIGUEIRO<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 12
ENTREVISTA • ANDRÉ TRIGUEIRO<br />
Você leciona para universitários da PUC-Rio e da UFRJ, mas você também fala para crianças?<br />
Não é a regra do meu trabalho, mas por vezes eu falo. Temos vídeos de dinâmicas que fazemos com<br />
jovens no YouTube. Eu acho importante abrir espaço para isso. As novas gerações já perceberam<br />
que não há muita opção: ou se corrige o rumo e se entende qual é a importância de ser um<br />
consumidor consciente, ou não tem jeito. Eu tenho visto muito jovem ativista em escolas públicas e<br />
particulares. Um exemplo disso é a quantidade de gente nova que está optando pelo<br />
vegetarianismo e pelo veganismo. É uma coisa impressionante. E isso é espontâneo! Os pais, por<br />
vezes, ficam até assustados. Essa consciência está no ar. A gente está impregnado da cultura da<br />
mudança. E não basta só mudar, tem que mudar rápido. Nisso a garotada surpreende a nós adultos<br />
pela identificação com o tema.<br />
TRIGUEIRO<br />
Mundo Sustentável é um site que comporta todo o seu trabalho em diferentes mídias, como<br />
reportagens, podcasts, vídeos no YouTube, trechos de palestras e textos inéditos. Como<br />
surgiu a ideia de criar o portal?<br />
prasit2512/Shutterstock.com<br />
A ideia era ter um espaço na internet que pudesse ancorar os meus trabalhos nas diferentes mídias.<br />
Faço questão de o site não ter patrocínio para que eu possa me sentir livre na proposição dos<br />
assuntos e nas abordagens que faço, da forma que me convém, do jeito que eu queira, com absoluta<br />
independência e autonomia editorial. O site tem uma perspectiva de interação com as pessoas.<br />
Minha atividade jornalística está ancorada no Mundo Sustentável. Esse é o meu espaço na internet.<br />
As pessoas que queiram acessar informações a partir da minha perspectiva do que seja relevante<br />
vão encontrar, sem intermediários, no site.<br />
TRIGUEIRO<br />
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Tel: (21) 3341-1118/ 98836-1958 / 97083-7137<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 13
ENTREVISTA • ANDRÉ TRIGUEIRO<br />
No seu dia a dia, que pequenas atitudes você toma para tornar o mundo mais sustentável?<br />
Anna Hoychuk/Shutterstock.com<br />
São tantas coisas relativamente simples de fazer para ser coerente com esse pensamento. Em<br />
relação a resíduos, por exemplo, eu reciclo o lixo seco e o que é matéria orgânica eu coloco na<br />
composteira doméstica que tenho em casa. Eu também discrimino o resíduo problemático: não levo<br />
para casa isopor e evito plástico. Tento consumir apenas o que é necessário e importante. Além<br />
disso, jornal eu faço questão de ter assinatura digital; celular com defeito eu coloco para consertar;<br />
não gasto água potável lavando o carro, deixo esse trabalho para São Pedro, e só uso etanol, porque<br />
é menos danoso ao aquecimento global do que combustível fóssil; e os móveis da minha casa são<br />
de madeira de demolição. Então, é uma questão de coerência. A gente precisa fazer o que a gente<br />
diz que é o certo, senão cai num discurso vazio do ecologicamente correto.<br />
A gente precisa fazer o que diz que é o certo, senão<br />
cai num discurso vazio do ecologicamente correto<br />
TRIGUEIRO<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 14
ENTREVISTA • ANDRÉ TRIGUEIRO<br />
Qual foi a cobertura jornalística que mais marcou?<br />
Pavel L Photo and Video/Shutterstock.com<br />
Várias! Eu teria enorme dificuldade de falar. Essa última dos carros elétricos no “Jornal Nacional” foi<br />
uma semana falando sobre isso, foi muito legal. A viagem à China foi inesquecível; é um país muito<br />
diferente, com muitas urgências ambientais. Nas duas vezes em que estive na Alemanha a trabalho<br />
vi um país muito inspirador do ponto de vista da promoção do ecodesign em tudo: construção civil,<br />
planejamento urbano, energia. Eles têm uma visão muito moderna e arrojada do que seria meio<br />
ambiente no dia a dia. Eles levam a sério esse assunto. Então, eu teria uma certa dificuldade de dizer<br />
qual foi a cobertura mais importante, porque tenho o privilégio de trabalhar com o que eu gosto. Eu<br />
me apaixono pelas coisas que eu faço. E escolher um filho em detrimento de outro é muito cruel.<br />
TRIGUEIRO<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 15
ENTREVISTA • ANDRÉ TRIGUEIRO<br />
Você já circulou muito pelo Brasil afora conhecendo soluções sustentáveis para as cidades. Nessas<br />
viagens, você viu algum tipo de tecnologia interessante para diminuir o impacto da ação humana no<br />
meio ambiente?<br />
Eu vi, mas confesso a você que, no mundo globalizado, as tecnologias não são exclusivas. Tem muita<br />
coisa que eu vi fora que pode totalmente ser aplicada aqui, mas no Brasil a gente não tem<br />
saneamento básico. Eu não acho que hoje a gente deva ficar perseguindo obstinadamente apenas<br />
tecnologias. A gente precisa cuidar de cocô e xixi, tratar excremento. A gente precisa não colocar o<br />
lixo a céu aberto em lixão.<br />
Para isso não precisa gastar em dólar ou em euro, não precisa saber qual é a última invenção do<br />
terceiro milênio. A gente precisa apenas ter bom senso. Essa epifania tecnológica me irrita um<br />
pouco, porque eu acho que a gente precisa, na verdade, ter o pé no chão, fazer o que der para fazer<br />
com os recursos que a gente tem à mão. Se a gente fizesse apenas o dever de casa, com os recursos<br />
disponíveis e com as tecnologias à mão, nós faríamos uma revolução sem precedentes. O que falta<br />
ao Brasil é bom senso, vergonha na cara.<br />
Na sua opinião, é possível ter uma<br />
gestão condominial sustentável?<br />
A gente precisa, na verdade, ter o pé no<br />
chão, fazer o que der para fazer com os<br />
recursos que a gente tem à mão<br />
TRIGUEIRO<br />
Eviart/Shutterstock.com<br />
Sem dúvida alguma. Não é uma questão de fé, é uma questão de inteligência. Existem vários<br />
condomínios que dão exemplos consistentes de uma gestão inteligente a partir da redução do<br />
desperdício, seja na coleta seletiva, coleta do óleo de cozinha, da água da chuva para fins não<br />
nobres – como rega de jardim, lavagem de pisos, janelas e vaso sanitário –, porque aí você não gasta<br />
água potável da Cedae à toa. Vai fazer a conta: os dois itens de condomínio mais caros usualmente<br />
são despesas com folha de pessoal e água. Quando você quer reduzir despesa condominial, você<br />
promove, por exemplo, coleta de água da chuva, combate à infiltração, goteira, válvula de descarga<br />
descalibrada, ou seja, quando você consegue operar uma vigilância para que não haja desperdícios,<br />
a conta do condomínio cai.<br />
TRIGUEIRO<br />
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71<br />
71<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 16
ENTREVISTA • ANDRÉ TRIGUEIRO<br />
A água realmente é uma questão crucial para os condomínios. Que outras ações eles podem<br />
empreender em prol da sustentabilidade?<br />
Karin Jaehne/Shutterstock.com<br />
Moradores e síndicos podem, por exemplo, escolher a dedo quem vai fazer alguma reforma no<br />
condomínio. É muito importante que essas empresas sejam qualificadas para não gerar material<br />
residual de obra. Para economizar energia, você pode fazer pequenos ajustes no edifício a fim de<br />
promover iluminação natural. A gente está num país tropical, o sol é aliado. E tem gente que acende<br />
lâmpada em plena luz do dia de verão porque o projeto não contemplou a iluminação natural. Outra<br />
opção são os elevadores inteligentes, que, por meio de softwares, não permitem que a pessoa<br />
chame o elevador social e o de serviço ao mesmo tempo. Em prédios onde há espaço, uma boa<br />
sugestão é plantar árvores, porque o sombreamento reduz calor, gera frescor e regulação térmica,<br />
deixando o ambiente mais gostoso de se estar, atraindo passarinho e melhorando a paisagem.<br />
TRIGUEIRO<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 17
ENTREVISTA • ANDRÉ TRIGUEIRO<br />
A gente sabe que a sustentabilidade passa também pela educação das pessoas, e, na maioria<br />
das vezes, os síndicos esbarram na preguiça e na má vontade dos moradores. Quais dicas<br />
você daria para esses gestores?<br />
Qualifiquem os seus argumentos. Vão buscar informação. Tentem buscar aliados, pessoas mais<br />
sensíveis à temática, chamando em reuniões à parte. Não deixem para discutir isso somente nas<br />
assembleias. Façam um trabalho de construção de rede. Elevem o coeficiente de informação dos<br />
condôminos antes da reunião. E procurem também aqueles que são contrários. Mostrem que eles<br />
não são seus inimigos por pensar diferente. O condomínio pode ser um espaço de combate à<br />
intolerância. As pessoas não precisam se odiar, se colocar em campos opostos de uma forma<br />
radicalizada, com antipatia, porque pensam diferente. A gente no Brasil não sabe, mas fazemos<br />
política o tempo todo. Não é política partidária, é exatamente a defesa de suas ideias visando ao<br />
bem comum.<br />
As pessoas não precisam se odiar, se colocar em campos opostos<br />
de uma forma radicalizada, com antipatia, porque pensam diferente<br />
TRIGUEIRO<br />
Você saberia dizer se existe alguma certificação e/ou vistoria em condomínios que<br />
contemple programas de sustentabilidade? Como funciona?<br />
Existe. No livro a gente mostra. Compartilho pelo menos quatro certificadoras, algumas delas<br />
brasileiras, outras internacionais. E isso, do meu ponto de vista, para a maioria absoluta dos<br />
condomínios, não é importante. Porque parece que você está fazendo aquilo para se mostrar para<br />
os outros. Porém, temos uma outra questão. Em alguns lugares do mundo – eu vi isso na Europa –,<br />
você tem um upgrade no mercado de imóveis para condomínios certificados. Por exemplo, no Brasil<br />
temos a certificação de eficiência energética do Inmetro.<br />
O selo vai dar uma letra para o condomínio que for eficiente no consumo de energia. Mas, num país<br />
onde a tarifa de energia não para de subir, se você mora num prédio certificado, com selo do<br />
Inmetro pelo consumo baixo e inteligente de energia, você está cacifando no mercado de imóveis,<br />
porque você está usando a certificação para mostrar que quem mora ali paga menos, sem prejuízo<br />
da qualidade de vida. Porque você aprendeu a usar a energia de forma eficiente.<br />
TRIGUEIRO<br />
Elnur/Shutterstock.com<br />
Com 336 páginas, o “Cidades e Soluções” foi lançado em 5 de junho de 2017<br />
na Livraria da Travessa do Leblon, no Rio de Janeiro, e está à venda em todas<br />
as livrarias e na internet. A obra foi impressa em papel certificado<br />
ambientalmente. Por decisão do André Trigueiro, a parte dos direitos<br />
autorais foi cedida ao Centro de Valorização da Vida (www.cvv.org.br).<br />
Para acompanhar o trabalho do jornalista, acesse<br />
www.mundosustentavel.com.br.<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 18
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 19
JURÍDICO - ARTIGO<br />
ImageFlow/Shutterstock.com<br />
Alexandre Corrêa • Vice-Presidente Jurídico e de Assuntos Legislativos<br />
Com a recente mudança na legislação<br />
municipal do Rio de Janeiro, que<br />
passou a admitir o fechamento das<br />
varandas nos edifícios, por sistema<br />
retrátil, surge interessante discussão<br />
quanto aos aspectos legais que envolvem o<br />
tema. Tal situação ocorre pelo fato de a lei exigir,<br />
como condição para aprovação da obra pelo<br />
condômino/morador, a expressa concordância<br />
do condomínio.<br />
Nesse contexto, é necessário enfrentar uma das<br />
premissas que entendemos de grande relevância<br />
no desenvolvimento do tema, por restar<br />
absolutamente inequívoco, ainda que existam<br />
posições em contrário, que toda e qualquer<br />
introdução de benfeitorias na fachada acarreta<br />
mudança no projeto arquitetônico da edificação.<br />
Como é de conhecimento geral, a fachada<br />
constitui parte comum e indivisível de todos os<br />
condôminos, tendo inegável valor econômico na<br />
composição do preço de um imóvel, ainda que<br />
não declarado de maneira formal.<br />
Um prédio que mantenha a sua fachada em<br />
harmonia estética e em bom estado de<br />
conservação certamente apresenta um<br />
diferencial em relação àqueles que a tenham<br />
sem uma aparência uniforme, dado o aspecto<br />
negativo que a falta de padronização acarreta.<br />
A proibição legal<br />
acaba por transferir<br />
e assegurar ao<br />
síndico, como<br />
representante legal<br />
da coletividade,<br />
poderes para agir<br />
contra qualquer tipo<br />
de interferência na<br />
harmonia e na<br />
estética da fachada<br />
do prédio<br />
O próprio<br />
legislador,<br />
atento e<br />
reconhecendo a<br />
necessidade de<br />
proteção do<br />
projeto<br />
arquitetônico da<br />
edificação, ainda<br />
que de valor<br />
intangível,<br />
previu, não só no<br />
artigo 10º, inciso<br />
I, da Lei nº<br />
4.591/1964,<br />
hoje parcialmente revogada, como no artigo<br />
1.336, inciso III, do Código Civil, a proibição de<br />
qualquer alteração na forma e cor da fachada<br />
pelo condômino.<br />
E, na esteira desse raciocínio, parece-nos claro<br />
que a proibição legal acaba por transferir e<br />
assegurar ao síndico, como representante legal<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 22
da coletividade, poderes para agir contra<br />
qualquer tipo de interferência na harmonia e na<br />
estética da fachada do prédio.<br />
Além do aspecto legal, a grande maioria das<br />
Convenções que foram elaboradas sob a égide<br />
da Lei nº 4.591/1964 também contempla a<br />
proibição de que se promova qualquer tipo de<br />
alteração ou modificação na fachada.<br />
Segundo a doutrina de Caio Mário da Silva<br />
Pereira, na publicação “Condomínios e<br />
Incorporações” (Editora Forense, 8ª edição), “a<br />
fachada do edifício é um bem comum a todos os<br />
coproprietários, e, como tal, não pode qualquer<br />
condômino nela inovar sem o consentimento<br />
dos demais. A aplicação dessa proibição<br />
converte-se em dever de todos os condôminos<br />
quanto à conservação das linhas exteriores do<br />
prédio”.<br />
Vê-se, portanto, que o condômino, embora<br />
titular da propriedade autônoma no condomínio<br />
edilício, sofre legítima restrição no uso do seu<br />
direito individual, tendo por pressuposto a<br />
manutenção e preservação do interesse coletivo.<br />
Nada obstante, ao longo dos últimos anos, há de<br />
se reconhecer que o entendimento dos nossos<br />
Tribunais vem relativizando o conceito daquilo<br />
que efetivamente deve ser tratado como<br />
alteração de fachada.<br />
Em linhas gerais, a colocação de redes de<br />
proteção e mesmo a instalação das<br />
denominadas “cortinas de vidro” nas varandas<br />
passaram a ser consideradas benfeitorias<br />
necessárias aos titulares dos imóveis.<br />
O fundamento que sustenta a atual orientação<br />
jurisprudencial é no sentido de que a instalação<br />
da “cortina de vidro” nas varandas não importa<br />
no seu fechamento, por ser retrátil, tendo por<br />
finalidade proteger o imóvel do ruído, da poeira<br />
e das demais intempéries, sem produzir qualquer<br />
alteração na fachada do prédio.<br />
Ora, não se discutem os argumentos que<br />
sustentam a instalação da “cortina de vidro” nas<br />
varandas, que são legítimos, mas a verdade é<br />
que essa situação (ruído, poeira etc.), de fato, só<br />
agora tida como base para legitimar a<br />
benfeitoria pelos nossos Tribunais, sempre se fez<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 23
presente nas edificações, tal qual a vedação<br />
está prevista desde 1964, não se tratando, pois,<br />
de fato novo.<br />
No que concerne ao<br />
condomínio edilício, o<br />
direito individual do<br />
proprietário do<br />
imóvel não goza de<br />
plena autonomia e,<br />
como tal, está e<br />
sempre estará<br />
submetido à vontade<br />
soberana da<br />
coletividade e à<br />
própria lei<br />
No que<br />
concerne ao<br />
condomínio<br />
edilício, o direito<br />
individual do<br />
proprietário do<br />
imóvel não goza<br />
de plena<br />
autonomia e,<br />
como tal, está e<br />
sempre estará<br />
submetido à<br />
vontade<br />
soberana da<br />
coletividade e à<br />
própria lei, mesmo porque, no caso das<br />
varandas, todos os condôminos indistintamente<br />
estão sujeitos às mesmas condições (ruído,<br />
poeira e intempéries), não havendo uma<br />
situação excepcional que exija tratamento<br />
diferenciado.<br />
No momento em que o prédio foi construído e<br />
as varandas das unidades autônomas não<br />
contemplam qualquer tipo de benfeitoria (toldo,<br />
cortinas de vidro, telas de proteção etc.), não há<br />
efetivamente como se abstrair que qualquer<br />
modificação no status quo existente implica<br />
alteração de fachada, ante os efeitos que<br />
repercutem na harmonia e na estética do<br />
projeto arquitetônico da edificação.<br />
Por esse motivo, sem desconsiderar que a<br />
jurisprudência majoritária dos nossos Tribunais<br />
trilha o caminho de relativizar a questão,<br />
permanecemos fiéis à nossa leitura de que a<br />
instalação da “cortina de vidro” nas varandas<br />
implica mudança no projeto original da<br />
edificação e, consequentemente, alteração de<br />
fachada, o que é vedado em lei.<br />
Entretanto, se por um lado a lei é clara ao vedar<br />
a alteração da fachada pelo condômino, não<br />
encontramos nenhum dispositivo legal que<br />
impeça o condomínio de tratar do assunto<br />
numa assembleia, abrindo a possibilidade de<br />
deliberação do tema pelos condôminos, que<br />
poderão aprovar ou não a instalação das<br />
“cortinas de vidro”.<br />
Como a lei municipal não proíbe mais a<br />
instalação da “cortina de vidro”, desde que feita<br />
por sistema retrátil, em material incolor e<br />
translúcido, a iniciativa do condomínio pode<br />
revelar-se um caminho legítimo e legal para a<br />
discussão e a pacificação do assunto,<br />
envolvendo os condôminos num tema que<br />
efetivamente até pode ser do interesse da<br />
maioria, levando em conta a<br />
contemporaneidade da norma legal.<br />
Com efeito, no momento da deliberação<br />
assemblear, se aprovado o fechamento,<br />
entendemos ser oportuno estabelecer um<br />
padrão uniforme das “cortinas de vidro”, de<br />
modo a não comprometer a segurança<br />
estrutural da varanda, sem esquecer a harmonia<br />
estética da fachada, o que há de ser analisado<br />
tecnicamente por empresas ou profissionais<br />
registrados no Crea-RJ, na forma da Lei<br />
Municipal, evitando-se ainda que a escolha<br />
fique a critério de cada condômino.<br />
Quanto ao quórum de deliberação da<br />
matéria, entendemos que, por se<br />
tratar de benfeitoria útil, a sua<br />
aprovação exigirá um quórum<br />
mínimo de votos que<br />
represente a maioria dos<br />
condôminos do prédio,<br />
salvo a existência de<br />
quórum próprio na<br />
Convenção.<br />
orcunkoraliseri/Shutterstock.com
JURÍDICO - CONSULTAS<br />
Demissão<br />
Empregado com 27 anos de casa deseja sair do<br />
condomínio. O custo, porém, fica muito alto, e o<br />
empregado se recusa a pedir demissão. Existe a<br />
possibilidade de um acordo entre as partes?<br />
Com a Reforma Trabalhista, o artigo 484-A criou a<br />
hipótese da rescisão por acordo. Neste formato, a<br />
multa rescisória do FGTS será de 20%, e o<br />
aviso-prévio será pago pela metade, se indenizado,<br />
com pagamento integral das demais verbas. O<br />
saque do FGTS está limitado a 80%, e o empregado<br />
não terá direito ao seguro-desemprego.<br />
Com a nova lei trabalhista, não há mais<br />
homologação pelo sindicato profissional, e o<br />
empregador deverá proceder à anotação na carteira<br />
de trabalho e previdência social, efetuar a entrega<br />
ao empregado de documentos que comprovem a<br />
comunicação da extinção contratual aos órgãos<br />
competentes e realizar o pagamento das verbas<br />
rescisórias no prazo de dez dias,<br />
independentemente do tipo de aviso-prévio.<br />
Rescisão<br />
Como ficam as rescisões para contratos de<br />
trabalho firmados anteriormente à Lei nº<br />
13.467/2017? Pode ser feita a quitação anual?<br />
A partir da vigência da Lei nº 13.467/2017, na<br />
forma do artigo 477, § 6º, as homologações das<br />
rescisões deixaram de ser obrigatórias, seja no<br />
sindicato ou na Superintendência Regional do<br />
Trabalho, sendo sua formalização feita diretamente<br />
na sede do empregador, procedendo-se a<br />
comunicação aos órgãos competentes, como Caixa<br />
Econômica e Ministério do Trabalho.<br />
Com relação à quitação anual, conforme expresso<br />
no artigo 507-B, é uma faculdade dada ao<br />
empregado e ao empregador firmarem um termo de<br />
quitação anual de obrigações trabalhistas, perante<br />
o sindicato dos empregados da categoria. Portanto,<br />
para que tal procedimento ocorra, é necessário que<br />
haja consenso entre empregado e empregador. Até<br />
o presente momento, não temos informação de que<br />
o sindicato laboral esteja realizando esse<br />
procedimento.<br />
Contrato<br />
Como proceder na contratação de empregado<br />
para trabalhar em regime de tempo parcial? O<br />
condomínio precisa contratar um empregado para<br />
trabalhar apenas oito horas semanais na limpeza.<br />
A Lei nº 13.467/2017, conhecida por Reforma<br />
Trabalhista, considera como trabalho em regime de<br />
tempo parcial aquele cuja duração não exceda a 30<br />
horas semanais, sem a possibilidade de horas<br />
suplementares, ou, ainda, aquele cuja duração não<br />
exceda a 26 horas semanais, com a possibilidade de<br />
acréscimo de até 6 horas suplementares.<br />
Como se vê, o limite do regime de tempo parcial é<br />
por semana, devendo o empregador distribuir as 26<br />
horas ou 30 horas durante a semana de trabalho,<br />
mas limitado à jornada diária de 8 horas.<br />
Férias<br />
Como fica o parcelamento de férias previsto na<br />
Reforma Trabalhista?<br />
Para que as férias sejam fracionadas, será<br />
necessária a concordância do empregado, pois a lei<br />
é clara ao dispor que: “Desde que haja<br />
concordância do empregado, as férias poderão ser<br />
usufruídas em até três períodos, sendo que um<br />
deles não poderá ser inferior a quatorze dias<br />
corridos e os demais não poderão ser inferiores a<br />
Volodymyr Baleha/Shutterstock.com<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 25
cinco dias corridos, cada um” (§ 1º, art. 134, CLT).<br />
Assim, a concordância do empregado pode ser<br />
demonstrada por uma carta de próprio punho<br />
solicitando ou concordando com o fracionamento,<br />
bem como pode ser feita em documento assinado<br />
pelo empregador e pelo empregado, no qual eles<br />
acordam o fracionamento e as respectivas datas<br />
para o gozo de férias.<br />
Com relação às datas das férias, a regra não mudou,<br />
cabendo ao empregador concedê-las na época mais<br />
apropriada aos seus interesses, observando que as<br />
férias não poderão iniciar nos dois dias que<br />
antecedem feriado ou dia de repouso semanal<br />
remunerado (§ 3º, art. 134, CLT).<br />
Os demais procedimentos para concessão das<br />
férias, entre eles comunicação e prazo para<br />
pagamento, não foram alterados.<br />
Piscina<br />
A piscina pode funcionar normalmente durante o<br />
horário de almoço do guardião? No meu<br />
condomínio, o funcionamento da área é<br />
interrompido até o retorno do profissional.<br />
A Lei Estadual nº 3.728/2001 determina a<br />
obrigatoriedade da presença do guardião nas<br />
piscinas com mais de 36m² durante seu horário de<br />
funcionamento. Assim, entendemos como correto o<br />
procedimento adotado pelo condomínio, posto que,<br />
permitindo a utilização da piscina, sem a presença<br />
do guardião, fica passível de autuação e multa em<br />
caso de fiscalização.<br />
O guardião tem a importante função de garantir a<br />
segurança dos condôminos, visitantes, empregados<br />
e demais frequentadores, portanto, a vedação do<br />
uso do espaço quando o profissional não está<br />
presente é medida preventiva que deve ser apoiada<br />
por todos.<br />
Barulho<br />
O condomínio deixa sua sinaleira ligada durante<br />
toda a noite, e alguns condôminos estão<br />
reclamando do barulho. Como o síndico deve<br />
proceder?<br />
Atualmente a norma legal em vigor é a Lei nº 5.526,<br />
de 25 de setembro de 2012, que veda a emissão de<br />
som nas sinaleiras. Na época de sua edição, o<br />
prefeito Eduardo Paes, ao receber o projeto de lei<br />
aprovado na Câmara, vetou-o integralmente, por<br />
entender que ele era inconstitucional,<br />
determinando à Procuradoria Geral do Município<br />
apresentar Representação por<br />
Inconstitucionalidade, que passaria então a tramitar<br />
no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.<br />
No entanto, até a presente data, não há registro do<br />
ingresso da ação.<br />
Nas razões do veto, o prefeito fez menção à<br />
Resolução Contran nº 38 e à Resolução<br />
SMAC/SMU/nº 13, de 2009, que regulamenta o<br />
funcionamento de sinaleiras nas saídas de oficinas,<br />
estacionamentos e garagens coletivas,<br />
determinando que, no período compreendido<br />
entre as 20 horas de um dia e as 8 horas do dia<br />
seguinte, os dispositivos sonoros das sinaleiras<br />
devem ser desligados.<br />
Na realidade, encontramo-nos em um momento de<br />
insegurança jurídica, visto que a Lei nº 5.526/2012<br />
está em vigor e assim permanecerá até que seja<br />
declarada sua inconstitucionalidade.<br />
Diante da controvérsia, orientamos que os<br />
condomínios procedam ao desligamento dos<br />
dispositivos sonoros das sinaleiras no período<br />
acima citado.<br />
Temporada<br />
O condomínio pode impedir uma unidade de<br />
alugar seu imóvel por temporada, para períodos<br />
curtos? Que medida legal o condomínio pode<br />
adotar para coibir essa prática?<br />
O artigo 48 da Lei nº 8.245/1991 disciplina que a<br />
locação por temporada é de livre pactuação por<br />
qualquer condômino. Assim, em tese, qualquer<br />
procedimento objetivando impedir ou limitar a<br />
locação por temporada interferirá diretamente no<br />
direito de propriedade, e, em eventual<br />
questionamento judicial, há muita chance de ser<br />
considerado nulo.<br />
No entanto, há juristas defendendo que o direito de<br />
propriedade não é absoluto, devendo ser exercido<br />
em observância a determinados princípios, como o<br />
fim social da propriedade, por exemplo. Isto é,<br />
quando um condômino aluga a sua unidade para<br />
um número exagerado de pessoas, além de gerar<br />
um gasto extraordinário para os demais moradores,<br />
devido à utilização dos equipamentos comuns,<br />
inclusive a água, também poderá gerar<br />
desassossego ou insegurança, dependendo do<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 26
comportamento desses locatários, o que poderia ser classificado<br />
como uso nocivo da propriedade.<br />
Neste caso, havendo restrição na Escritura de Convenção, todos os<br />
condôminos teriam que respeitar a norma. Trata-se de uma questão<br />
que ainda não está pacificada nos tribunais, até mesmo porque<br />
demanda análise caso a caso.<br />
Por esta razão, objetivando se resguardar de problemas futuros com<br />
os moradores temporários, os condomínios podem, em assembleia<br />
geral, criar normas mais rígidas para utilização das partes comuns e<br />
instituir multas elevadas, de até cinco vezes o valor da cota<br />
condominial, visando manter as diretrizes desejadas pela comunidade<br />
que reside habitualmente na edificação.<br />
Venda<br />
O que fazer quando o locatário se recusa a permitir a visita de<br />
interessados em adquirir o imóvel ?<br />
De acordo com o inciso IX do artigo 23 da Lei nº 8.245/1991, que<br />
trata das obrigações do locatário, destaca-se a de permitir visitas em<br />
caso de venda. Portanto, o locatário está obrigado a permitir que o<br />
imóvel seja visitado pelos pretendentes à sua aquisição, mediante<br />
agendamento prévio.<br />
O doutrinador Sylvio Capanema de Souza, na obra “Lei do Inquilinato<br />
Comentada Artigo por Artigo”, 10ª edição, Editora Forense, pág. 142,<br />
ao comentar o inciso IX do artigo 23, entende que a obstrução da<br />
unidade é uma infração, dando ensejo à ação de despejo. Vejamos:<br />
(...)<br />
“Daí se incluir, entre os deveres do locatário, o de permitir a vistoria do<br />
imóvel pelo locador, o que não traduz turbação da posse.<br />
Mas é evidente que o locador poderia abusar do seu direito, marcando<br />
visitas repetidas, com curto prazo de intervalo, ou em horários<br />
inconvenientes, que perturbassem a privacidade, o descanso ou o lazer do<br />
locatário. Para se evitar este comportamento, que constrangeria o<br />
locatário, levando-o, até mesmo, a encerrar a locação, a lei condicionou a<br />
vistoria à combinação prévia do dia e da hora em que se realizará.<br />
Igual obrigação tem o locatário, quando o locador pretender alienar o<br />
imóvel, e, para isto, precisa mostrá-lo aos eventuais pretendentes.<br />
Esta disposição não constava da lei anterior, e, graças a esta omissão,<br />
felizmente agora suprida, muitos locatários dificultavam a venda,<br />
impedindo as visitas dos candidatos. Se os locatários agora assim<br />
procederem, estarão cometendo infração legal e sujeitando-se à ação de<br />
despejo.<br />
Não havendo acordo entre o locador e o locatário, quanto aos dias e<br />
horários das visitas, caberá ao juiz designá-los, de acordo com o seu<br />
prudente arbítrio, respeitando os costumes do lugar e as peculiaridades<br />
de cada caso concreto.”<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 27<br />
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Ana Clara Carvalho<br />
Capacitação é ferramenta para<br />
alcançar objetivos<br />
Saiba como a UniSecovi Rio transformou a vida daqueles que administram condomínios<br />
Ser síndico é sinônimo de ter grandes<br />
responsabilidades, entre elas cumprir com<br />
as obrigações legais do condomínio, cuidar<br />
da infraestrutura do prédio e ser um ente<br />
agregador nas relações entre os moradores. É uma<br />
tarefa que exige esforço e qualificação. E foi<br />
pensando nesse público que a Universidade<br />
Corporativa Secovi Rio (UniSecovi Rio) criou o<br />
curso “Administração de Condomínios” em 2012.<br />
Um sucesso absoluto. Com grande procura e<br />
credibilidade no segmento, ele já teve 20 turmas,<br />
somando um total de 791 formados.<br />
De acordo com o coordenador da UniSecovi Rio,<br />
Alexandre Tavares, este é o curso mais completo do<br />
mercado, e com a maior carga horária. “Administrar<br />
com excelência um condomínio é uma atividade<br />
que requer conhecimentos avançados em várias<br />
áreas. Temos certeza de que o conteúdo oferecido<br />
capacita síndicos e gestores condominiais a<br />
desempenharem suas funções da melhor forma<br />
possível, contribuindo para o desenvolvimento do<br />
mercado de gestão imobiliária”, explica Tavares.<br />
Professor há cinco anos na UniSecovi Rio, o<br />
advogado André Luiz Junqueira compara a<br />
administração de um condomínio à de uma<br />
empresa, na qual as demandas se apresentam de<br />
uma forma bem parecida. “Elaborar orçamento,<br />
manter controle de gastos, cumprir os inúmeros<br />
deveres legais, prestar contas, administrar conflitos<br />
entre os condôminos e gerenciar os funcionários<br />
são muitas funções que representam uma missão<br />
para poucos executarem com excelência. Por isso, a<br />
capacitação constante e de qualidade deve ser<br />
sempre perseguida pelo síndico”, afirma Junqueira.<br />
Tavares lembra que os módulos que mais<br />
despertam a atenção dos alunos são os que<br />
abordam legislação condominial, assembleias de<br />
condomínio e responsabilidade civil. Além de<br />
funcionários de administradoras, síndicos,<br />
advogados, contadores e corretores, o curso é<br />
procurado por condôminos e moradores que<br />
desejam se aprofundar no estudo da função de<br />
síndico para defender melhor seus próprios<br />
interesses.<br />
A <strong>Revista</strong> Secovi Rio quis conhecer histórias de<br />
ex-alunos da UniSecovi Rio para saber como o<br />
curso “Administração de Condomínios” influenciou<br />
em suas vidas e carreiras.<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 30
HENRIQUE LUIZ<br />
GRYNBERG<br />
TURMA 2013<br />
“Todo síndico deveria<br />
fazer esse curso”<br />
O economista Henrique Grynberg, de 63 anos,<br />
trabalhou no mercado financeiro por 22 anos<br />
quando resolveu largar tudo e mudar de vida<br />
completamente devido ao estresse que o antigo<br />
emprego lhe causava. Assumiu a administração<br />
do prédio onde morava em Copacabana e, após<br />
alguns anos de gestão, recebeu indicação para<br />
administrar outros condomínios vizinhos. A<br />
partir daí, foi estudar para se aperfeiçoar na<br />
área. “Eu aprendi muito no Secovi Rio e passei a<br />
ter mais segurança. Em todas as matérias a<br />
teoria vem junto da prática”, comenta.<br />
Segundo Henrique, muitos profissionais não têm<br />
consciência da responsabilidade civil e criminal<br />
que carregam, e por isso acha tão importante a<br />
capacitação da pessoa que pretende ocupar esse<br />
cargo: “Para você ser bom, tem que se qualificar<br />
e tentar ser o melhor possível para não errar,<br />
porque receber reclamação de morador é muito<br />
chato. Na hora em que você entra no prédio, a<br />
coisa mais importante é demonstrar segurança<br />
na fala. Não pode gaguejar na frente de<br />
ninguém.” O economista acredita que é preciso<br />
ter jogo de cintura para lidar com todas as<br />
tarefas que lhe competem e compara a profissão<br />
com a de um goleiro: “Se ele agarra dez bolas,<br />
ninguém dá parabéns, mas, se franga uma, todo<br />
mundo critica.”<br />
O gestor, que hoje mora em Ipanema e<br />
administra somente edifícios situados na Zona<br />
Sul, recomenda: “Acho importante residir<br />
próximo aos condomínios administrados por<br />
conta dos inúmeros problemas que acontecem<br />
simultaneamente em vários deles, sendo<br />
necessária a resolução no mesmo dia; e manter<br />
sempre um bom relacionamento com os<br />
porteiros e funcionários, porque, do contrário,<br />
eles podem atrapalhar bastante o trabalho.”<br />
ALEXANDRE<br />
LAZARINO<br />
TURMA 2014<br />
“Para mim, foi muito<br />
recompensador ter<br />
aprendido com<br />
profissionais tão bons”<br />
Inspirado pela esposa, o técnico de segurança<br />
Alexandre Lazarino, de 39 anos, resolveu há<br />
quatro anos estudar para atuar na função de<br />
síndico e atualmente faz gestão de três<br />
condomínios, dois no Leblon e um em Maricá.<br />
Antes ele já trabalhava com gestão de contratos<br />
de uma empresa de engenharia e dominava tudo<br />
que estava relacionado a estruturas, mas foi o<br />
curso “Administração de Condomínios” que lhe<br />
deu base para atuar na área.<br />
O conteúdo que mais o ajudou foi “Direito<br />
Imobiliário”, por conta da responsabilidade civil<br />
que compete ao síndico. Saber as leis<br />
condominiais e aprender a administrar um<br />
condomínio com bons profissionais foi de<br />
grande valia em sua vida. Além de sempre<br />
recomendar o curso, Alexandre está<br />
constantemente revisando as apostilas, pois<br />
acredita ser importante o aprendizado constante<br />
para o bom exercício da profissão.<br />
“O objetivo é realmente aprender, ter a base de<br />
pesquisa, saber como funciona um condomínio,<br />
como você vai aplicar isso no dia a dia. O curso é<br />
a base de tudo. Muitas pessoas cometem falhas<br />
por falta de conhecimento. Para fazer uma boa<br />
gestão, tem que ter uma base técnica”, afirma.<br />
Para ele, as trocas de informações dentro da sala<br />
da aula são muito importantes para que as<br />
pessoas tenham esse tipo de laboratório: “Às<br />
vezes os problemas de um condomínio são<br />
idênticos aos de outros, mas o que vai fazer a<br />
diferença é o conhecimento que está implícito<br />
nas atitudes do síndico. Eu acredito que a<br />
capacitação é de extrema importância para se<br />
administrar bem um condomínio.”<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 31
KARINE PRISCO<br />
TURMA 2016<br />
“O curso foi o meu guia.<br />
Foi onde consegui<br />
aprender o que eu<br />
tinha que fazer”<br />
Após trabalhar em algumas multinacionais, a<br />
administradora de empresas Karine Prisco<br />
resolveu seguir os passos da mãe e se<br />
matriculou no curso “Administração de<br />
Condomínios”. No início, achava que não iria<br />
seguir no ramo, mas acabou gostando, e hoje,<br />
com 29 anos, administra 28 edifícios, além de<br />
prestar consultoria para outros síndicos. A parte<br />
jurídica foi do que ela mais gostou, pois<br />
conseguiu entender melhor o funcionamento de<br />
um condomínio, que é pura legislação.<br />
De acordo com Karine, essa é uma área que<br />
exige do síndico uma formação bem ampla. “As<br />
pessoas ainda não entenderam que o síndico<br />
tem que saber de tudo um pouco. Tem que<br />
estudar direito, finanças, administração,<br />
departamento pessoal, gestão de facilities,<br />
obras... Até curso de porteiro no Secovi Rio eu<br />
fiz. Para seguir essa profissão não basta só<br />
estudar uma disciplina, é preciso ser<br />
multidisciplinar”, comenta ela.<br />
Seu principal desafio é lidar com os conflitos que<br />
envolvem moradores, e por isso acha de extrema<br />
importância que o profissional dessa área cuide<br />
bem da cabeça. “Não dá para fazer um bom<br />
trabalho se não fizer terapia. É uma quantidade<br />
enlouquecedora de problemas. Mediar conflitos<br />
e manter o equilíbrio não é fácil. Presenciamos<br />
brigas por motivos banais e temos que estar ali,<br />
serenos. Não dá para perder o controle. Seria<br />
muito melhor se as pessoas fossem mais<br />
tolerantes. Acho que os desentendimentos que<br />
acontecem no condomínio são reflexo da sociedade<br />
atual, em que cada um só pensa em si mesmo e não<br />
tem o mínimo de empatia com o outro”, finaliza.<br />
GLÓRIA<br />
MITRANO<br />
TURMA 2017<br />
“O entrosamento<br />
aluno-professor é um<br />
diferencial no curso”<br />
A professora de Português e Literatura Glória<br />
Mitrano, de 60 anos, decidiu assumir a<br />
administração de seu condomínio no Recreio<br />
porque não se conformava com o estado de<br />
deterioração em que o prédio se encontrava.<br />
Depois de muito sugerir soluções nas<br />
assembleias e nada acontecer, resolveu ela<br />
mesma cuidar da valorização do seu patrimônio.<br />
Muitos não acreditavam em suas ideias, mas ela<br />
provou estar certa e hoje já está indo para a<br />
sétima gestão do condomínio onde mora, no<br />
Riachuelo. E, para entender melhor suas<br />
funções, matriculou-se no curso “Administração<br />
de Condomínios”, no qual aprendeu, por<br />
exemplo, a ter mais segurança no<br />
relacionamento com os moradores.<br />
“Antes de propor algo para o morador, eu já vou<br />
estudada, sabendo o que posso e o que não<br />
posso, o que devo e o que não devo. Essa é a<br />
parte mais difícil da profissão. Tem que ter muito<br />
jogo de cintura”, explica.<br />
Ela gostou tanto do curso que o indica para<br />
todos os colegas e ainda traz seus porteiros para<br />
se capacitarem na UniSecovi Rio. O que mais<br />
agradou foram os facilitadores: “Os professores<br />
estão sempre dispostos a ajudar em tudo. Nós<br />
tivemos a parte teórica com muita troca de<br />
experiência. Consigo aplicar tudo que aprendi.<br />
Uso as apostilas para consulta até hoje. E<br />
continuo estudando, porque a gente não pode<br />
parar.”<br />
Além disso, Glória acha primordial adquirir<br />
conhecimentos para administrar um condomínio.<br />
“Nós temos que acabar com aquela história de que,<br />
para ser síndico, você precisa estar aposentado. As<br />
leis estão aí, as normativas estão aí, e a gente vê<br />
muita barbárie. Eu acho que a habilitação deveria<br />
ser um pré-requisito para ser síndico”, reitera.<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 32
DIRETO AO PONTO – ASSEMBLEIAS GERAIS<br />
Compreenda os aspectos básicos que geram controvérsias em uma assembleia, abordando soluções em casos reais.<br />
eSocial – SPED DA FOLHA DE PAGAMENTO<br />
(Inovação em sistema de controle das informações trabalhistas e previdenciárias)<br />
<br />
obrigações acessórias relacionadas.<br />
CONTRATOS DE LOCAÇÃO DE IMÓVEIS<br />
<br />
VISTORIA PARA LOCAÇÃO DE IMÓVEIS<br />
<br />
contrato.<br />
QUALIDADE NOS SERVIÇOS DE PORTARIA<br />
<br />
maneira correta.<br />
INCÊNDIO – PREVENÇÃO E COMBATE<br />
<br />
GESTÃO DE CONFLITOS EM CONDOMÍNIOS<br />
<br />
CURSOS ESPECIAIS<br />
ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
EM BREVE, UMA NOVA TURMA<br />
PARA MAIS INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES DESTES E OUTROS CURSOS, ACESSE<br />
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unisecovirio@secovirio.com.br • (21) 2272-8000<br />
Avenida Almirante Barroso, 52 - 9º andar - Centro / RJ<br />
Parceria:
JOÃO CARLOS BRANCO<br />
TURMA 2018<br />
“Tive um aproveitamento<br />
muito bom, foi além da<br />
minha expectativa”<br />
De tanto sugerir ideias nas assembleias para<br />
melhorar as condições do prédio em que morava<br />
no Grajaú, o porto-alegrense João Carlos, de 61<br />
anos, decidiu assumir de vez a administração. Ele<br />
atuou como síndico de lá por dez anos, mesmo<br />
depois de ter mudado de residência, e hoje<br />
administra o condomínio que habita, na Tijuca,<br />
há seis anos. De acordo com ele, o principal<br />
desafio do síndico é fazer uma gestão que tenha<br />
um custo bastante enxuto, para não haver<br />
necessidade de cotas extras. “Administrar com<br />
honestidade é obrigação, mas é um ponto<br />
importantíssimo equilibrar os gastos para que os<br />
moradores não sejam sobrecarregados”, afirma.<br />
Para João Carlos, o curso foi essencial para sua<br />
formação, pois pôde aprender coisas que antes<br />
não dominava, como a comunicação com os<br />
moradores: “Estou informando com mais<br />
frequência o que eu faço e pretendo fazer aos<br />
condôminos. Os conflitos acontecem em todos<br />
os condomínios, dos mais simples aos mais<br />
elitizados. E, quando se trata de resolução de<br />
conflitos, a comunicação requer bom senso,<br />
certa experiência e aprendizado para podermos<br />
conviver com as mais diferentes pessoas. O que<br />
eu procuro fazer é ter sempre um bom<br />
relacionamento com todos, atender e ouvir.”<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 34
Administração de Condomínios • UNISECOVI RIO<br />
O curso “Administração de Condomínios” é o único<br />
curso do Rio de Janeiro que oferece a possibilidade<br />
de obtenção pelos alunos da certificação ARM –<br />
Accredited Residential Manager (Gestor de<br />
Propriedades Certificado), do IREM (Institute of<br />
Real Estate Management), maior entidade do<br />
mundo em gestão de propriedades.<br />
Conheça o conteúdo:<br />
MÓDULO 1 – NORMAS LEGAIS<br />
• Legislação condominial, Convenção e<br />
Regulamento Interno<br />
• Assembleias condominiais: atas, registros de<br />
ocorrências nos condomínios e responsabilidade<br />
civil dos condomínios e dos síndicos<br />
• Direito do Trabalho aplicado ao condomínio<br />
MÓDULO 2 – DESPESAS CONDOMINIAIS<br />
• Folha de pagamento/cálculos trabalhistas<br />
• Previsão orçamentária para condomínios<br />
• Despesas condominiais, inadimplência e<br />
penalidades<br />
MÓDULO 3 – ADMINISTRAÇÃO CONDOMINIAL<br />
• Rotinas administrativas em condomínios<br />
• Manutenção predial e gerenciamento de riscos<br />
• Excelência no atendimento ao cliente<br />
• Administração de conflitos em condomínios<br />
MÓDULO 4 – COMUNICAÇÃO<br />
• Marketing de serviços<br />
• Marketing pessoal (personal branding)<br />
• Comunicando-se de forma eficiente com<br />
condôminos e com sua administradora<br />
A UniSecovi Rio oferece programas de qualificação profissional voltados para o segmento imobiliário.<br />
Acesse o site www.secovirio.com.br, ou envie um WhatsApp para (21) 98547-2812.<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 36
MERCADO<br />
Leilão:<br />
negócio em ascensão<br />
Modalidade de compra de imóveis vem crescendo por conta<br />
dos descontos e do maior volume de unidades disponíveis<br />
Gustavo Monteiro<br />
Billion Photos/ Shutterstock.com<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 38
E.Z.<br />
, engenheiro eletrônico aposentado,<br />
arrematou o primeiro imóvel em<br />
leilão em 2007. “Havia acabado de me<br />
aposentar, não tinha muito o que fazer e<br />
surgiu essa oportunidade”, conta o carioca,<br />
que adquiriu na ocasião uma sala comercial de<br />
300m² no Centro do Rio por R$ 40 mil, 50%<br />
do valor da avaliação. “Foi um momento em<br />
que comecei a investir em imóveis para<br />
vender, e os leilões se tornaram uma ótima<br />
alternativa”, diz o aposentado de 66 anos, que<br />
pede para não ser identificado.<br />
De 2007 a 2013, E.Z. arrematou mais cinco<br />
imóveis, sendo dois comerciais, no Centro de<br />
Niterói e na Lapa, e três residenciais<br />
(3 quartos, cada), na Barra, Freguesia e<br />
Recreio, desembolsando, ao todo, R$ 1,6<br />
milhão, considerando apenas os valores de<br />
arrematação. O custo total de uma transação<br />
como esta inclui a comissão para o leiloeiro,<br />
que em geral é de 5% do valor do imóvel, e o<br />
comprador precisa também arcar com os<br />
custos da regularização do imóvel, que<br />
incluem o ITBI e os gastos com cartório.<br />
Hoje experiente no ramo, o engenheiro alerta<br />
quem pretende enveredar por essa seara: “No<br />
primeiro leilão, o edital não afirmava que o<br />
imóvel estava livre de ônus. Só que eu não<br />
prestei atenção e acabei não fazendo um bom<br />
negócio por conta das pendências.”<br />
Para o arrematante não cometer o mesmo<br />
erro que E.Z., o diretor de Condomínio e<br />
Locação da Associação Brasileira das<br />
Administradoras de Imóveis (Abadi), Marcelo<br />
Borges, alerta: “É muito importante contar<br />
com a assessoria de um advogado<br />
especializado.” Ele recomenda ainda fazer uma<br />
análise meticulosa do processo, para fins de<br />
certificação da ausência de vícios ou falhas<br />
que possam gerar a anulação do leilão e,<br />
consequentemente, da arrematação.<br />
“Também julgamos importante uma visita ao<br />
imóvel, quando isso é possível, bem como ao<br />
condomínio, para que todas as informações<br />
sejam absorvidas e pesadas no momento da<br />
decisão de aquisição de uma nova<br />
propriedade”, indica Borges. Se não houver<br />
informações suficientes no edital, há que se<br />
buscar na Prefeitura, na Receita Federal ou no<br />
próprio condomínio. O especialista alerta que<br />
se o imóvel arrematado tiver um débito<br />
condominial, por exemplo, o novo proprietário<br />
deverá assumir a dívida, ingressando<br />
posteriormente com uma ação regressiva em<br />
face do alienante para buscar a recuperação<br />
do prejuízo.<br />
Após os percalços da primeira arrematação,<br />
E.Z. pegou a manha: “Passei a analisar os<br />
editais minuciosamente.” Sobre os imóveis<br />
adquiridos, afirma: “Esperei valorizarem para<br />
revendê-los, mas com a crise acabaram<br />
encalhando. Apenas duas salas estão<br />
ocupadas (Niterói e Lapa), mesmo assim<br />
porque cobrei apenas o pagamento do<br />
condomínio e do IPTU.” Apesar da má fase<br />
econômica do país, o engenheiro acredita que<br />
os leilões sejam uma boa alternativa para<br />
investidores. “Sou otimista, acho que daqui a<br />
dois anos o cenário deve começar a melhorar,<br />
e eu vou poder finalmente vender os imóveis<br />
por preços mais competitivos”, diz.<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 39
Tipos de leilão<br />
Um dos maiores especialistas no tema, o advogado Rômulo Mota,<br />
ex-vice-presidente Jurídico do Secovi Rio, esclarece que existem dois<br />
tipos mais comuns de leilão de imóveis: o judicial e o extrajudicial. O<br />
primeiro envolve imóveis penhorados após alguma ação de cobrança de<br />
dívida contra o proprietário, como condomínio atrasado, por exemplo.<br />
Já o leilão extrajudicial inclui casas e apartamentos confiscados pelos<br />
bancos por inadimplência no financiamento imobiliário.<br />
A crise impactou diretamente o mercado de leilões. De 2015 para<br />
2016, houve um aumento de mais de 80% no número de unidades<br />
retomadas pela Caixa Econômica Federal, segundo dados da instituição<br />
– um total de 15.881, contra 8.775 no ano anterior.<br />
Paralelamente a isso, o interesse dos compradores também está<br />
crescendo, garante Lizia Jacintho, presidente da Associação dos<br />
Mutuários do Rio de Janeiro (AmuRio): “É cada vez maior o número de<br />
pessoas que são atraídas por essa modalidade. E se antes,<br />
primordialmente, eram os grandes investidores que mais arrematavam<br />
em leilão, hoje percebemos um aumento crescente de pequenos<br />
investidores e de pessoas que arrematam para própria moradia, em vez<br />
de adquirir através da compra tradicional de imóvel.”<br />
Driblando a crise<br />
O economista carioca José Carlos Kruel, de 52 anos, é um dos<br />
interessados em surfar essa onda. Atuando no ramo de construção e<br />
reforma de apartamentos arrematados em leilões para revenda, ele, que<br />
é dono de uma construtora desde 1990, adquiriu o primeiro imóvel em<br />
leilão judicial há 20 anos, uma unidade de 3 quartos em Copacabana,<br />
por R$ 500 mil. De lá para cá, já arrematou um total de 35 imóveis, a<br />
maioria deles de 2 quartos.<br />
Com dez unidades em processo de legalização e mais dez à venda, por<br />
valores que vão de R$ 300 mil, no subúrbio, a R$ 1,2 milhão, na Zona<br />
Sul, Kruel não encontrou outra opção senão alugar os demais<br />
apartamentos disponíveis. “O mercado está ruim por conta da crise”,<br />
reforça. O último imóvel arrematado pelo economista, em junho deste<br />
ano, foi um de 4 quartos no Alto da Gávea. “Devido à proximidade com<br />
a Rocinha, vendê-lo ficou ainda mais difícil”, explica.<br />
Sobre os leilões, Kruel alerta que nem tudo são flores. “Recomendo que<br />
o arrematante tenha sempre um advogado. Já tive prejuízo por conta<br />
de pendências de imóveis devido à briga na Justiça entre condomínio e<br />
proprietário. Muitas vezes o apartamento leva anos para ser<br />
regularizado; é sorte ter tudo certinho no primeiro ano”, alerta.<br />
Para não entrar numa roubada, especialistas orientam: após o arremate,<br />
o primeiro passo é atualizar o registro do imóvel em cartório,<br />
principalmente para evitar que ele vá a leilão novamente – o<br />
proprietário pode responder a mais de uma ação de cobrança. Dívidas,<br />
má conservação da propriedade e até conflitos com o antigo morador<br />
são outros problemas que o novo dono pode enfrentar.<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 40
Como funciona um<br />
leilão?<br />
O leiloeiro faz a oferta pública do imóvel por<br />
edital, no qual determina data e horário da<br />
primeira e segunda praças e valores de lance<br />
mínimo. Para a primeira praça, o primeiro lance<br />
deve respeitar o valor da avaliação; já para a<br />
segunda, caso não haja licitante na primeira, o<br />
lance mínimo corresponde a 50% do valor da<br />
avaliação.<br />
O juízo poderá estipular outro valor mínimo,<br />
desde que não seja menor que 50%, caso<br />
contrário considera-se o preço vil e o leilão é<br />
anulado. No caso de haver incapaz envolvido no<br />
processo de alienação judicial, o valor mínimo<br />
será de 80% sobre o valor da avaliação.<br />
Caso a segunda praça não tenha interessados,<br />
posteriormente pode-se requerer de novo outro<br />
leilão. A avaliação é realizada no próprio<br />
processo, por perito designado pelo juízo ou por<br />
oficial de justiça.<br />
Como fechar um bom<br />
negócio<br />
Arrematar um imóvel em leilão pode ser um<br />
excelente negócio, mas também pode se tornar<br />
uma grande dor de cabeça se o comprador não<br />
tomar certas precauções. Veja abaixo dicas de<br />
ouro!<br />
Leia o edital<br />
O documento terá todas as<br />
informações e regras sobre o<br />
leilão, como data, horário e<br />
condições de pagamento. Os<br />
editais também costumam informar se há dívidas<br />
ou pendências.<br />
Visite o lugar<br />
Caso o imóvel esteja em mau<br />
estado e exija muito<br />
investimento em reformas,<br />
talvez não valha a pena<br />
arrematá-lo. É recomendável levar um arquiteto<br />
ou engenheiro junto para uma avaliação mais<br />
precisa.<br />
Cheque se há dívidas<br />
Todas as pendências<br />
relacionadas ao imóvel serão<br />
transferidas para o novo<br />
proprietário. Se não há<br />
informações no edital, busque na Prefeitura, na<br />
Receita Federal e no condomínio.<br />
Calcule os gastos<br />
Quem arrematar uma unidade<br />
terá que pagar uma comissão<br />
para o leiloeiro, que em geral é<br />
de 5% do valor do imóvel.<br />
Também precisará arcar com os custos da<br />
regularização do imóvel, que incluem o ITBI e os<br />
gastos com cartório.<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 42
Veja se o lugar está<br />
desocupado<br />
Caso o antigo morador se<br />
recuse a sair, caberá ao<br />
arrematante ingressar com uma<br />
ação judicial de imissão de posse ou tentar chegar a<br />
um acordo.<br />
Contrate um especialista<br />
Um advogado pode ajudar no<br />
processo, atuando tanto antes<br />
do leilão – lendo o edital e<br />
checando as pendências –<br />
quanto depois, ajudando na regularização da<br />
unidade e em eventuais ações.<br />
Estipule um limite para o<br />
lance<br />
É fundamental determinar um<br />
teto para a oferta, baseado em<br />
pesquisas de mercado em<br />
imobiliárias e portais de imóveis, para fazer um bom<br />
negócio.<br />
Entre em portais<br />
confiáveis<br />
Antes de participar de um leilão<br />
on-line, em site especializado,<br />
cheque a reputação do leiloeiro<br />
e se está devidamente matriculado na Junta<br />
Comercial do estado onde vive.<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 43
NOSSOS LUGARES<br />
FORTE<br />
DUQUE DE CAXIAS<br />
uma visão em 360º da paisagem carioca<br />
Carla Neiva<br />
Fortalezas são estruturas<br />
arquitetônicas militares projetadas<br />
para defender uma região de possíveis<br />
invasores. Além do aspecto histórico, essas<br />
construções reservam visuais incríveis de<br />
determinados pontos da cidade, capazes de<br />
surpreender moradores e turistas. No Rio de<br />
Janeiro, o forte mais visitado é o de<br />
Copacabana, conhecido por oferecer uma<br />
visão privilegiada da “Princesinha do Mar” e<br />
por abrigar a tradicional Confeitaria Colombo.<br />
No entanto, pertinho dele, existe outro forte,<br />
menos badalado, mas que, além da<br />
arquitetura, encanta pela beleza que o rodeia:<br />
o Forte Duque de Caxias.<br />
Localizado no início da Praia do Leme, o Forte<br />
Duque de Caxias fica dentro do Centro de<br />
Estudos de Pessoal do Exército (CEP) e faz<br />
parte da Área de Proteção Ambiental (APA)<br />
do Morro do Leme. A APA foi criada para<br />
conservar um dos últimos remanescentes de<br />
Mata Atlântica dessa região da cidade e<br />
proteger 90 espécies de plantas nativas<br />
ameaçadas de extinção. A presença do<br />
Exército no local foi decisiva para a<br />
preservação da área. Na década de 1980, os<br />
Morros do Leme e do Urubu foram<br />
reflorestados pela Prefeitura, com o apoio<br />
dos militares, o que ajudou a recuperar o<br />
aspecto original da cobertura verde da região.<br />
Carla Neiva<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 44
Ana Clara Carvalho<br />
Ana Clara Carvalho<br />
UM POUQUINHO DA HISTÓRIA<br />
O forte foi originalmente construído em<br />
1776 por ordem do Marquês do Lavradio,<br />
quando o Brasil ainda era parte do Império<br />
Português. Inicialmente, era conhecido como<br />
Forte do Vigia ou do Espia, pois tinha como<br />
missão alertar as outras fortificações sobre a<br />
chegada de navios ao Rio de Janeiro.<br />
Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes),<br />
herói e mártir da Independência brasileira,<br />
serviu por um breve período nesse forte, em<br />
1789.<br />
A construção atual foi erguida entre 1913 e<br />
1919 sob as ruínas do antigo Forte do Vigia.<br />
Devido à sua posição geográfica privilegiada,<br />
recebeu obuseiros (um artigo de artilharia<br />
semelhante a um canhão) e outros<br />
armamentos que se destinavam a transpor<br />
altas barreiras. Em 1935 foi renomeado<br />
como Forte Duque de Caxias, em<br />
homenagem ao patrono do Exército<br />
Brasileiro. Em 1987, foi tombado pelo<br />
Conselho Municipal de Cultura por meio de<br />
um decreto.<br />
O forte participou de importantes<br />
intervenções na História do Brasil, entre elas<br />
a Revolução de 1932, a Intentona Comunista<br />
(1935) e a 2ª Guerra Mundial (1939 a 1945).<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 45
Ana Clara Carvalho<br />
CAMINHADA ECOLÓGICA<br />
Os fortes proporcionam um mergulho na<br />
história de determinada região. A<br />
possibilidade de vivenciar ao menos um<br />
pouquinho o passado, que para muitos é tão<br />
distante, encanta e estimula a visitação de<br />
tais lugares. O Forte Duque de Caxias, além<br />
de oferecer essa experiência, ainda brinda os<br />
visitantes com um passeio pela Mata<br />
Atlântica.<br />
O acesso ao forte se dá por meio de uma<br />
estrada de paralelepípedos toda arborizada.<br />
São 800 metros de subida íngreme, que<br />
geralmente dura de 20 a 30 minutos. O<br />
caminho exige um pouquinho de preparo<br />
físico, porém, durante o trajeto, é possível<br />
encontrar vários bancos para uma pausa ou<br />
outra.<br />
Aproveite a caminhada ecológica para<br />
observar a paisagem que vai surgindo aos<br />
poucos, respirar ar puro e se encantar com os<br />
espertos micos e saguis que pulam de galho<br />
em galho. Leve uma garrafa de água para se<br />
hidratar durante o trajeto e não alimente os<br />
animais nem deixe comida “dando sopa”.<br />
Acredite: esses pequenos primatas são mais<br />
espertos do que você imagina quando estão<br />
com fome (risos)!<br />
Ana Clara Carvalho<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 46
VISUAL DE TIRAR O FÔLEGO<br />
Depois de uma caminhada cercada por muito<br />
verde, chegamos ao forte e, de cara, já somos<br />
premiados com uma linda paisagem: a<br />
belíssima Praia de Copacabana em toda a sua<br />
extensão. Com o céu azul e poucas nuvens, é<br />
possível ainda avistar outras elevações<br />
topográficas da cidade, como o Morro Dois<br />
Irmãos e a Pedra da Gávea. Aproveite a<br />
mureta, capriche nas poses e tire belas fotos.<br />
Mas atenção: não debruce no muro nem<br />
suba nele, ok?<br />
Um pouco mais à direita, vemos uma<br />
imponente bandeira do Brasil com mais um<br />
cartão-postal ao fundo: o Corcovado! Dali<br />
ainda é possível avistar o Morro do Sumaré,<br />
com as antenas de televisão, além de<br />
construções comerciais e residenciais dos<br />
bairros de Copacabana e Leme. Neste ponto,<br />
existe uma pequena loja que vende bebidas e<br />
petiscos. Refrescar-se com uma água de coco<br />
é uma boa pedida.<br />
Ao descer as escadas, temos essencialmente<br />
o mesmo visual da parte anterior, mas é ali<br />
que encontramos a base da bandeira do<br />
Brasil fincada no chão. Se você tiver sorte e o<br />
vento estiver a seu favor, será possível tirar<br />
uma linda foto de nossa bandeira com o<br />
Cristo Redentor ao fundo. Neste local<br />
existem ainda banheiros abertos aos<br />
visitantes.<br />
Ana Clara Carvalho<br />
Ana Clara Carvalho<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 47
Ana Clara Carvalho<br />
Ao retornar ao piso anterior, subimos uma<br />
rampa que dá acesso ao Forte Duque de<br />
Caxias. Logo na entrada, já é possível avistar<br />
algumas esculturas e objetos que remetem à<br />
época em que o forte era ativo. Seguindo<br />
adiante, encontramos quatro obuseiros que<br />
chamam atenção pelo tamanho. Ao entrar<br />
em cada um deles, é possível ver de perto<br />
cada detalhe desse imponente tipo de<br />
artilharia.<br />
Subindo mais um pouco, chegamos ao ponto<br />
alto do passeio: uma vista em 360 graus de<br />
vários cartões-postais da cidade do Rio de<br />
Janeiro. O visual que o local proporciona<br />
impressiona pela beleza, pois, para qualquer<br />
lado que você olhe, uma linda paisagem<br />
surgirá diante dos seus olhos!<br />
De um lado estão a Praia de Copacabana e o<br />
Cristo Redentor. Do outro, uma visão<br />
impressionante do Pão de Açúcar e do Morro<br />
da Urca. Seguindo adiante, vemos a entrada<br />
da Baía de Guanabara. Logo depois, é<br />
possível avistar a Fortaleza Santa Cruz e<br />
algumas praias da Região Oceânica de<br />
Niterói. Outras formações rochosas, como a<br />
Pedra do Elefante, também podem ser<br />
admiradas. Se você quer conhecer um local<br />
que permita contemplar diversas paisagens<br />
em um único lugar, o Forte de Duque de<br />
Caxias é a escolha certa.<br />
Ana Clara Carvalho<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 48
ALÉM DA NATUREZA<br />
A visão privilegiada que o Forte Duque de<br />
Caxias proporciona da cidade já vale o<br />
passeio, mas o local ainda oferece galerias e<br />
exposições que contam um pouco da história<br />
do lugar. Uma sala de vídeo apresenta<br />
resumidamente a trajetória do forte, e uma<br />
galeria retrata, em imagens, a participação da<br />
fortaleza em eventos históricos.<br />
A sala de cálculo de tiro, que era usada para<br />
a realização de disparos de obuseiro, merece<br />
sua atenção. Já o patrono do Exército<br />
Brasileiro, além de dar nome ao forte, tem<br />
sua história destrinchada. Uma galeria<br />
homenageia o Duque de Caxias, mostrando<br />
detalhes de sua carreira militar.<br />
O forte possui ainda um espaço com<br />
bandeiras da época do Brasil Colônia até os<br />
dias atuais, incluindo algumas que chegaram<br />
a ser modelos da bandeira da República.<br />
A sala “Os Olhos da Natureza” é dedicada ao<br />
meio ambiente e mostra todos os animais<br />
que podem ser encontrados na APA.<br />
SERVIÇO<br />
Funcionamento: de terça-feira a domingo,<br />
das 9h30 às 16h30<br />
Ingressos: R$ 4,00 (R$ 2,00 a meia entrada).<br />
Gratuidade: terça-feira<br />
Tels.: (21) 3223-5076/3223-5000<br />
Site: http://www.cep.eb.mil.br<br />
Ana Clara Carvalho<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 49
MATÉRIA ESPECIAL<br />
Brincadeira<br />
é coisa<br />
séria<br />
Carla Neiva<br />
Golden Pixels LLC/ Shutterstock.com<br />
oda criança tem direito a brincar e se<br />
divertir.” Esta frase poderia facilmente ter<br />
sido dita por um pequenino logo após mais um<br />
dia de muito estudo e aprendizado na escola.<br />
Mas, apesar de parecer uma artimanha de<br />
algum espertinho para deixar os livros de lado,<br />
brincar é, sim, um direito infantil, previsto no<br />
Estatuto da Criança e do Adolescente. Em<br />
1990, com a promulgação do estatuto, as<br />
crianças em nosso país passaram a ter direitos<br />
e deveres adequados à sua idade. Alguns<br />
direitos humanos fundamentais, como acesso<br />
à educação, à saúde, à dignidade e à<br />
convivência familiar, foram estabelecidos, e o<br />
lazer também foi atribuído como um direito<br />
fundamental para o desenvolvimento das<br />
crianças.<br />
Em um condomínio, esse direito reservado aos<br />
pequenos deve ser preservado, porém existem<br />
alguns cuidados que síndicos e condôminos<br />
devem adotar para garantir a segurança das<br />
crianças, além de evitar transtornos para os<br />
demais moradores. Oferecer um espaço<br />
adequado para as brincadeiras, ventilado, com<br />
alguma insolação e sombreamento, é muito<br />
importante para o conforto e segurança. A<br />
supervisão de um adulto é indispensável, e a<br />
manutenção preventiva dos brinquedos é uma<br />
atitude fundamental, que deve fazer parte da<br />
rotina dos síndicos.<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 50
O PERIGO DAS QUEDAS<br />
Pesquisa elaborada pelo Datasus/Ministério<br />
da Saúde – e apresentada na página da ONG<br />
Criança Segura, dedicada à promoção da<br />
prevenção de acidentes com crianças e<br />
adolescentes – revela que, em 2016, 46% das<br />
internações de crianças de 0 a 14 anos em<br />
hospitais cobertos pelo Sistema Único de<br />
Saúde (SUS) tiveram como causa algum tipo<br />
de queda. A mesma pesquisa apontou ainda<br />
que a segunda maior causa de morte de<br />
crianças dessa mesma faixa etária ocorreu por<br />
afogamento. Em primeiro lugar aparecem os<br />
acidentes de trânsito.<br />
Segundo a psicóloga clínica Maria Angélica<br />
Lima, especialista no atendimento de crianças<br />
e adolescentes, essas quedas podem gerar<br />
muita insegurança nas crianças: “Ao ter uma<br />
experiência ruim, como uma ameaça de<br />
afogamento, a criança pode sentir dificuldade<br />
de entrar novamente na piscina.” Para a<br />
especialista, esse medo pode ter ainda outras<br />
consequências. “Em uma dimensão maior, a<br />
queda pode causar retraimento e restrição a<br />
novas experiências”, completa.<br />
SEGURANÇA EM PRIMEIRO LUGAR<br />
As áreas de lazer são fundamentais para a<br />
evolução das crianças, pois, através das<br />
brincadeiras, elas conseguem desenvolver<br />
tanto os aspectos de sua individualidade<br />
quanto os de sociabilidade. “As crianças<br />
precisam estar em ambientes que possibilitem<br />
movimento, expansão e que estimulem a<br />
experimentação e a convivência com outras<br />
crianças e adultos”, reforça Maria Angélica.<br />
Aprender a dividir o espaço e exercer a<br />
criatividade são outros benefícios que as áreas<br />
de lazer proporcionam, mas os condomínios<br />
devem oferecer condições adequadas de<br />
segurança.<br />
Alessandro Medeiros é síndico do Residencial<br />
Don Garcia, no Cachambi, desde abril de<br />
2018. O condomínio, que conta com dois<br />
blocos, 11 andares e seis unidades por andar,<br />
possui diversas opções de lazer, como<br />
piscinas, campo de futebol, salão de jogos e<br />
parquinho. Para ficar de olho em tudo que<br />
acontece nas áreas comuns, o prédio aposta<br />
no monitoramento.<br />
“Temos um sistema de câmeras e uma portaria<br />
24h que dão aos porteiros total visibilidade de<br />
todas as áreas comuns. No playground, as<br />
câmeras são direcionadas para todos os<br />
atrativos”, conta o síndico. Se algum risco for<br />
identificado, ele garante que os porteiros<br />
sabem como agir: “Caso eles vejam algo que<br />
coloque a integridade da criança em risco, eles<br />
informam os responsáveis. Temos ainda avisos<br />
para que não deixem crianças circulando<br />
sozinhas nas áreas comuns.”<br />
Morador do prédio desde 2012, Alessandro<br />
está em seu primeiro mandato e reforça que a<br />
segurança dos pequenos é prioridade. “O<br />
reparo e a manutenção dos brinquedos são<br />
feitos por empresas especializadas, e aqueles<br />
que, por qualquer motivo, venham a colocar as<br />
crianças em risco são retirados e substituídos<br />
por novos. Este ano trocamos as grades e telas<br />
de proteção do campo de futebol”, comenta o<br />
síndico, que destaca ainda a atenção especial<br />
que é dada à piscina.<br />
“Ano passado fizemos a restauração do deque<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 51
e temos um guardião para tomar conta das<br />
crianças. Temos ainda um botão de<br />
emergência no local, caso ocorra algum<br />
incidente, e um cilindro de oxigênio”, reforça<br />
Alessandro. Ele ressalta a importância de<br />
contratar profissionais especializados e<br />
comemora os resultados das ações<br />
preventivas: “Todos os serviços possuem a<br />
garantia dos contratados. Graças a Deus não<br />
temos relatos de crianças acidentadas por<br />
falta de manutenção ou por mau uso da área<br />
de lazer do condomínio.”<br />
Luiz Carlos Rodrigues é morador do<br />
Condomínio Palazzo Di Siena, no Méier, desde<br />
1990 e, em seu quinto mandato como síndico,<br />
aposta na comunicação eficiente para evitar<br />
acidentes com crianças. Para ele, é muito<br />
importante orientar os responsáveis sobre a<br />
importância de os pequenos estarem sempre<br />
acompanhados, tanto nas dependências do<br />
prédio quanto nas áreas de lazer.<br />
“Periodicamente emitimos avisos que ficam<br />
nos quadros dos elevadores e, quando<br />
ocorrem episódios com mais frequência,<br />
enviamos circular a todos os moradores”,<br />
conta o síndico. Segundo ele, no Regulamento<br />
Interno consta que os menores de 8 anos<br />
A manutenção preventiva é<br />
fundamental para garantir<br />
a segurança das crianças e<br />
também para assegurar<br />
melhor durabilidade de<br />
brinquedos e equipamentos<br />
devem circular acompanhados por um<br />
responsável. Já nos elevadores, a idade<br />
mínima para transitarem desacompanhados é<br />
de 10 anos. No entanto, ele admite enfrentar<br />
a resistência de alguns condôminos: “Nem<br />
sempre as regras são cumpridas<br />
integralmente, mas os funcionários são<br />
instruídos a acompanhar as movimentações<br />
dos menores pelas câmeras e informar os<br />
responsáveis caso estejam desacompanhados.”<br />
Composto por dois blocos com 48 unidades<br />
cada, o condomínio apresenta diversas opções<br />
para os pequenos, como playground, quadra<br />
de futebol de salão e área de brinquedos de<br />
grupo com mesa de pingue-pongue, totó e<br />
tamancobol. Luiz Carlos considera a<br />
manutenção preventiva fundamental para<br />
garantir a segurança das crianças e também<br />
para assegurar melhor durabilidade de<br />
brinquedos e equipamentos.<br />
“No caso dos brinquedos específicos de<br />
playground, existe hoje a Norma NBR<br />
16071/2012, que define, entre outras coisas,<br />
a necessidade de manutenção preventiva e<br />
inspeção periódica para todos os<br />
equipamentos lotados no playground”, diz o<br />
síndico, que garante que a manutenção dos<br />
brinquedos está em dia. “O estado de<br />
conservação dos brinquedos é verificado<br />
mensalmente nos estacionários e<br />
semanalmente nos brinquedos que têm<br />
movimentos (balanços e escorregas).<br />
Normalmente a manutenção é feita pela<br />
empresa fornecedora do equipamento”,<br />
acrescenta.<br />
Apesar do investimento em ações preventivas,<br />
Luiz Carlos admite que é preciso implementar<br />
outras melhorias para adequar o playground<br />
às diretrizes da ABNT. “Estamos agora<br />
preparando mudanças no posicionamento dos<br />
brinquedos, que hoje estão em um espaço<br />
aberto. A ideia é colocá-los em uma área<br />
cercada e revestir o piso com material de<br />
absorção de impacto, conforme a Norma. Já<br />
temos o projeto e estamos aguardando<br />
apenas apropriação de verba para a<br />
implantação”, finaliza o síndico.<br />
Ana Clara Carvalho<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 52
RESPONSABILIDADE DO SÍNDICO<br />
Segundo o artigo 1.348, inciso V, do Código<br />
Civil, cabe ao síndico “diligenciar a<br />
conservação e a guarda das partes comuns”.<br />
Dessa forma, em caso de acidente causado<br />
por negligência na manutenção, o síndico<br />
pode, sim, ser responsabilizado. “O síndico<br />
deve estar atento a todos os equipamentos do<br />
condomínio, principalmente aqueles de uso<br />
das crianças, para que estejam sempre em<br />
perfeito estado de funcionamento, sejam de<br />
boa qualidade e certificados, de forma a não<br />
causar qualquer dano”, explica a advogada do<br />
Departamento Jurídico do Secovi Rio Corina<br />
Costa.<br />
No entanto, se o síndico realiza seu trabalho<br />
de forma eficiente, investe em manutenção<br />
preventiva e na limpeza correta dos<br />
ambientes, brinquedos e equipamentos, o<br />
condomínio provavelmente ficará isento em<br />
caso de acidente. Entre os advogados<br />
especializados do mercado imobiliário existe<br />
um consenso: a responsabilidade pelos<br />
menores é dos pais.<br />
O simples fato de haver um playground em<br />
área interna, cercada e monitorada, não quer<br />
dizer que a responsabilidade por incidentes<br />
seja necessariamente do condomínio. “Cabe<br />
aos pais zelar pela segurança de seus filhos.<br />
Para evitar problemas, o condomínio poderá<br />
aprovar um regulamento para uso do espaço,<br />
estabelecendo, por exemplo, a idade em que a<br />
criança poderia frequentar o local<br />
desacompanhada e os tipos de brincadeiras<br />
proibidas”, esclarece a advogada.<br />
Algumas áreas do<br />
condomínio podem oferecer<br />
mais riscos para as<br />
crianças e, por isso, o<br />
síndico deve ficar atento.<br />
VEJA ALGUMAS DICAS:<br />
PISCINAS<br />
- Mesmo que a piscina seja rasa,<br />
apropriada para crianças, não é<br />
indicado deixá-las sozinhas.<br />
- Lembre-se de que os<br />
funcionários do condomínio não podem ficar<br />
tomando conta das crianças na piscina. Por isso<br />
oriente todos os funcionários a ligarem<br />
imediatamente para os pais das crianças que<br />
forem encontradas desacompanhadas de<br />
adultos.<br />
- A Resolução nº 669, de 15 de dezembro de<br />
2003, que estabelece o novo Regulamento de<br />
Piscinas do Município do Rio de Janeiro,<br />
orienta, no artigo 10º, que o sistema de<br />
tratamento da água deverá ser tal que<br />
mantenha sua qualidade físico-química e<br />
bacteriológica, obedecidos diversos requisitos.<br />
- A presença do guardião de piscina é exigida<br />
por lei em piscinas com dimensões superiores a<br />
6m x 6m.<br />
PLAYGROUND<br />
- Os brinquedos devem ser<br />
permanentemente vistoriados,<br />
em busca de defeitos nas<br />
partes visíveis. Os brinquedos<br />
móveis, como gira-gira,<br />
balanço e gangorra, merecem atenção<br />
especial.<br />
- Deve ser inspecionado, uma vez por ano, por<br />
um profissional responsável.<br />
- Deve seguir as normas da ABNT.<br />
- Observar a distância de passagem em frente<br />
ao balanço, prevenindo choques.<br />
- Verificar a boa iluminação do local.<br />
- Procurar estabelecer e respeitar os horários<br />
para a utilização.<br />
- Não deixar que a criança brinque sozinha no<br />
playground, pois ela poderá cair ou se<br />
machucar e não terá ninguém por perto para<br />
socorrê-la.<br />
- Evite o uso de areia no piso.<br />
Ana Clara Carvalho<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> 112 / 53
ELEVADORES<br />
- A manutenção deve ser<br />
mensal.<br />
- Durante a manutenção,<br />
colocar placas de<br />
advertência no térreo e<br />
realizar o desligamento da chave geral para<br />
evitar que o equipamento se movimente.<br />
- O equipamento nunca deve partir com as<br />
portas abertas.<br />
- O desnível entre o andar e o piso não deve<br />
ser maior que 5cm.<br />
- Evitar que crianças menores de 10 anos<br />
andem sozinhas.<br />
ESCADAS<br />
- Evitar que as crianças<br />
brinquem nas escadas.<br />
- Manter o local iluminado.<br />
- Não deixar as portas<br />
trancadas.<br />
- Não deixar entulhos ou outros materiais nos<br />
corredores ou na passagem.<br />
Ana Clara Carvalho<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 54
INDICADORES HABITACIONAIS<br />
CENÁRIO IMOBILIÁRIO<br />
FLUMINENSE<br />
Enquanto o Rio registra queda de preços,<br />
Baixada, Região Serrana<br />
e Região dos Lagos<br />
apresentam<br />
valorização<br />
Gustavo Monteiro<br />
Se no Rio de Janeiro os preços dos imóveis<br />
continuam seguindo tendência de queda, em<br />
regiões mais afastadas, as unidades<br />
residenciais têm apresentado valorizações<br />
bastante expressivas. Na Baixada e na Região dos<br />
Lagos, por exemplo, os valores de venda<br />
aumentaram mais de 10% em algumas localidades.<br />
Na Serra, os índices são mais modestos, mas ainda<br />
assim se percebem variações positivas. Por outro<br />
lado, regiões como as Zonas Central e Sul cariocas<br />
tiveram queda de preços. Niterói foi onde se<br />
constatou a maior redução na locação de<br />
apartamentos: 13%.<br />
A análise minuciosa dos mercados locais é possível<br />
graças ao trabalho estatístico do Departamento de<br />
Pesquisa do Secovi Rio, que acompanha<br />
permanentemente a evolução dos preços de aluguel<br />
e venda de unidades residenciais e comerciais. Os<br />
dados, compilados e apresentados ao longo do ano,<br />
em diversas regiões da cidade e do estado, são<br />
reunidos em publicações intituladas “Cenário do<br />
Mercado Imobiliário”. Veja o que o departamento já<br />
apurou em 2018.<br />
BAIXADA FLUMINENSE<br />
Valorização de 6% a 12%<br />
Com 13 municípios e cerca de 3,7<br />
milhões de habitantes, a Baixada<br />
Fluminense teve valorizações nos<br />
preços do metro quadrado de<br />
venda alcançando os 6% para<br />
apartamentos e 12% para casas. Os<br />
números são bem mais animadores que<br />
os apurados no Rio de Janeiro no mesmo período –<br />
o preço do metro quadrado de apartamentos caiu<br />
entre 5% (venda) e 10% (locação).<br />
Quarta cidade mais populosa do Estado do Rio,<br />
Nova Iguaçu ainda se destaca como uma das<br />
preferidas para quem opta por morar na Baixada<br />
Fluminense – migrando da Zona Norte do Rio ou de<br />
cidades vizinhas. Por conta da infraestrutura mais<br />
desenvolvida, o município é o que apresenta os<br />
maiores preços de venda de apartamentos na<br />
região, em torno de R$ 4.463 o metro quadrado,<br />
valor que se aproxima do praticado no Méier. Os<br />
dados foram apresentados no “Cenário do Mercado<br />
Imobiliário da Baixada Fluminense”, em julho.<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> 112 / 56
REGIÃO SERRANA<br />
Valorização de 2% a 7%<br />
Bons ventos sopram para o mercado<br />
imobiliário da Serra Fluminense.<br />
Com cerca de 500 mil<br />
habitantes, a região, que é uma<br />
das mais procuradas por turistas, tem<br />
atraído também moradores fixos em<br />
virtude dos preços mais acessíveis<br />
que na área metropolitana, sem falar na segurança e<br />
na qualidade de vida.<br />
O valor do metro quadrado subiu no primeiro<br />
semestre de 2018 nas três principais cidades da<br />
região. Em Teresópolis, o preço dos apartamentos<br />
aumentou 7%. Em Petrópolis, as coberturas<br />
valorizaram 5%, e em Nova Friburgo as casas<br />
ficaram 2% mais caras. Já no Rio, os preços caíram<br />
5%. As informações, contidas no “Cenário do<br />
Mercado Imobiliário da Região Serrana”, foram<br />
apresentadas em agosto.<br />
Os preços mais elevados continuam sendo<br />
praticados em Petrópolis, onde o metro quadrado<br />
médio de venda de apartamentos, de R$ 5.913, é<br />
14% mais caro que o de Teresópolis e 38% mais alto<br />
que o de Nova Friburgo.<br />
REGIÃO DOS LAGOS<br />
Valorização de 11% a 13%<br />
Formada por sete municípios que<br />
compreendem mais de 100<br />
quilômetros de litoral, a Região<br />
dos Lagos pode ser<br />
considerada um sucesso imobiliário,<br />
seja na ocupação sazonal ou<br />
permanente. Com belezas naturais<br />
que encantam turistas de todo o país e do mundo,<br />
ela tem atraído também moradores fixos fugindo da<br />
violência dos grandes centros urbanos. Além da<br />
tranquilidade e das praias, o preço compensa: o<br />
valor médio do metro quadrado de apartamentos e<br />
casas chega a ser 60% mais barato do que os<br />
praticados na capital fluminense.<br />
Lançado em junho, o “Cenário do Mercado<br />
Imobiliário de Cabo Frio”, que faz um<br />
acompanhamento dos preços de venda de<br />
apartamentos e casas não apenas na cidade mais<br />
famosa da região, mas também em municípios<br />
vizinhos, revelou resultados animadores para quem<br />
planeja comprar ou alugar: o preço médio dos<br />
apartamentos caiu 1%, enquanto em 2017<br />
apurou-se valorização de 2%. No bairro mais caro,<br />
Praia do Forte, o valor do metro quadrado é de R$<br />
10.051, próximo ao que se pratica em Laranjeiras,<br />
na Zona Sul do Rio.<br />
Já em cidades como Araruama, Arraial do Cabo e<br />
Saquarema, que têm caído no gosto de quem deseja<br />
comprar ou alugar, os preços refletem essa<br />
demanda: valorização que chega a 11% para<br />
apartamentos e 13% para casas. No Rio, a variação<br />
nos preços de venda no mesmo período foi<br />
negativa: -7%.<br />
ZONA CENTRAL<br />
Queda de 7% a 20%<br />
Com 11 bairros e cerca de 192 mil<br />
habitantes, a Zona Central do Rio<br />
vem passando por muitas<br />
transformações ao longo dos últimos<br />
anos. E essas mudanças estão<br />
influenciando o mercado imobiliário local.<br />
Para mostrar tal evolução, o Secovi Rio<br />
apresentou em maio o “Cenário do Mercado<br />
Imobiliário da Zona Central do Rio”, com dados<br />
sobre compra, venda, locação e taxas condominiais.<br />
No segmento comercial, o cenário de desocupação<br />
em 2017 – um ano após o boom na construção de<br />
torres comerciais – é preocupante, mas a taxa de<br />
vacância começa a cair em 2018 (de 77,5% para<br />
62,5%), com a chegada de grandes empresas à Zona<br />
Portuária. O aumento da oferta de salas para<br />
vender, de abril de 2017 a abril de 2018, foi de<br />
quase 60%, mas, ainda assim, o preço médio do<br />
metro quadrado na área central caiu apenas 7%.<br />
No segmento residencial, a quantidade de<br />
apartamentos disponíveis para venda ultrapassou os<br />
100% em diversos bairros centrais, porém a queda<br />
nos preços foi de no máximo 20%, na Lapa. Com<br />
problemas de segurança, Estácio, Catumbi e Rio<br />
Comprido também tiveram redução de preços<br />
beirando os 10%, enquanto no Rio como um todo a<br />
queda foi de 7%. Na locação, a oferta também<br />
cresceu, o que contribuiu para a queda de quase 8%<br />
em toda a região. Em áreas como o Rio Comprido,<br />
bairro bastante afetado pela violência, entretanto, a<br />
redução foi de 18%.<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 57
ZONA SUL<br />
Queda de 3% a 10%<br />
Com 18 bairros e cerca de 700<br />
mil habitantes, a Zona Sul se<br />
destaca do restante da cidade<br />
não apenas pelas praias e paisagens<br />
estonteantes, mas também pela<br />
infraestrutura urbana, oferta de<br />
espaços culturais, gastronômicos e de<br />
lazer, e, claro, pela verticalização: 31% dos<br />
condomínios do Rio estão nesta região.<br />
Esse cenário de novela influencia diretamente no<br />
mercado imobiliário: o preço médio do metro<br />
quadrado de venda (apartamentos), de R$ 14 mil, é<br />
o maior da cidade. No primeiro semestre,<br />
entretanto, os valores de imóveis para comprar e<br />
alugar na Zona Sul caíram mais que a média da<br />
cidade: 3% e 10%, respectivamente, num contexto<br />
de aumento da oferta, crise econômica e aumento<br />
da insegurança. No mesmo período, o preço médio<br />
no Rio diminuiu 2% (venda) e 7,5% (locação). Os<br />
dados estão no “Cenário do Mercado Imobiliário da<br />
Zona Sul”, apresentado em setembro.<br />
NITERÓI<br />
Queda de 2% a 13%<br />
Uma das cidades mais<br />
importantes do estado, Niterói<br />
sofre reflexos das oscilações no<br />
mercado imobiliário carioca. De<br />
janeiro a julho, os apartamentos tiveram<br />
queda de 2% no preço do metro quadrado<br />
de venda e 13% no de locação. Os dados<br />
estão no “Cenário do Mercado Imobiliário de<br />
Niterói”, pesquisa com informações sobre quase 30<br />
bairros (condomínios, compra, venda e locação de<br />
imóveis residenciais e comerciais), apresentado em<br />
setembro.<br />
Com quase 500 mil habitantes e 52 bairros reunidos<br />
em cinco regiões, a cidade oferece imóveis com<br />
preços mais convidativos que os praticados no Rio:<br />
o valor médio do metro quadrado de venda de<br />
apartamento na terra de Arariboia é cerca de 30%<br />
mais baixo.<br />
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SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 58
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e muitos outros!<br />
e muitos outros!<br />
326 - Barra Av. João da Tijuca Cabral - RJ de Melo Neto, 200, 02 Corporate, Bloco 7, Salas 325 3 326 - Barra da Tijuca - RJ<br />
Vista- SP<br />
Avenida Paulista, 1294, Edifício Eluma, 1º Andar - Bela Vista- SP
Promover ações para melhoria da<br />
segurança no Rio de Janeiro<br />
passou a ser responsabilidade<br />
de todos que aqui vivem.<br />
O Secovi Rio, em um convênio com a<br />
empresa Venses Technology, acaba<br />
de entrar nesta empreitada<br />
com a criação do Luz Azul.<br />
A SEGURANÇA QUE VOCÊ PRECISA,<br />
COM A QUALIDADE QUE VOCÊ NÃO IMAGINAVA<br />
Veja como fazer parte no site<br />
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Se preferir, ligue para: 2425-1960 / 2425-2950
SERVIÇOS E PRODUTOS<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 63
SERVIÇOS E PRODUTOS<br />
(21) 3547-6010<br />
SECOVI RIO / 2018 / nº <strong>113</strong> / 64
CONTROLE DE SEGURANÇA DO EDIFÍCIO:<br />
• Chance de faltar extintores: 0,01%<br />
0,07%<br />
0,03%<br />
• Chance de incêndio em um apartamento<br />
com carpetes: imprevisível.<br />
Por mais que você planeje,<br />
um condomínio é cheio de imprevistos.<br />
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