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Revista Coamo - Junho de 2018

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ENTREVISTA: ROBSON MAFIOLETTI<br />

"COOPERATIVAS TÊM UMA CARACTERÍSTICA MUITO FORTE QUE É A FILOSOFIA DE<br />

TRABALHO E DE VALORES, E TODOS ENVOLVIDOS TRABALHAM COM ESTA PERSPECTIVA."<br />

rão contribuir para o crescimento<br />

cada vez mais sustentável dos negócios<br />

cooperativos.<br />

RC: As cooperativas <strong>de</strong> crédito<br />

vêm crescendo nos últimos anos.<br />

Por quê o senhor acredita que elas<br />

estão tendo mais espaço e credibilida<strong>de</strong><br />

nesse segmento?<br />

Mafioletti: O cooperativismo <strong>de</strong><br />

crédito tem crescido na última<br />

década com taxas acima <strong>de</strong> dois<br />

dígitos no Brasil. Isto é fruto do<br />

planejamento e da busca <strong>de</strong> políticas<br />

públicas que possibilitassem<br />

a entrada <strong>de</strong> novos profissionais,<br />

produtores, empresários e púbico<br />

em geral no sistema. Atualmente,<br />

dos mais <strong>de</strong> 13 milhões <strong>de</strong> cooperados<br />

das diversas ativida<strong>de</strong>s no<br />

Brasil, cerca <strong>de</strong> 70% participam do<br />

ramo crédito. Isso aconteceu com<br />

mais força a partir <strong>de</strong> 2009 com a<br />

aprovação da Lei Complementar<br />

nº 130 e <strong>de</strong> um intenso trabalho<br />

realizado pelos sistemas <strong>de</strong> crédito<br />

e das cooperativas <strong>de</strong> crédito<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. O caso da Credicoamo<br />

é extraordinário, ela ocupa<br />

as primeiras colocações entre as<br />

cooperativas <strong>de</strong> crédito do Brasil<br />

com uma estrutura <strong>de</strong> custos bem<br />

enxuta, atendimento personalizado<br />

e prima pelo relacionamento<br />

com o seu quadro social que<br />

são os próprios cooperados da<br />

<strong>Coamo</strong>. O diferencial do cooperativismo<br />

<strong>de</strong> crédito está na proximida<strong>de</strong><br />

com seu cooperado e<br />

obviamente com seus custos mais<br />

baixos. Desta forma, no cooperativismo<br />

<strong>de</strong> crédito os custos para os<br />

cooperados e a rentabilida<strong>de</strong> dos<br />

investimentos é maior.<br />

RC: O cooperativismo é uma saída<br />

para o Brasil crescer <strong>de</strong> forma<br />

mais sustentável?<br />

Mafioletti: Sim, mas pensando<br />

nos 207 milhões <strong>de</strong> brasileiros,<br />

dos quais, 13 milhões (6%) participam<br />

diretamente do cooperativismo,<br />

temos que ter políticas<br />

públicas mais apropriadas para os<br />

diversos ramos do sistema. O Paraná<br />

é um exemplo disto, on<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

forma empreen<strong>de</strong>dora, milhares<br />

<strong>de</strong> cooperados do ramo agro são<br />

responsáveis por 2/3 da produção<br />

do Estado. Produção esta com garantia<br />

na sua origem com acompanhamento<br />

técnico <strong>de</strong> profissionais<br />

capacitados, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a escolha<br />

<strong>de</strong> semente, como na aplicação<br />

racional <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensivos, armazenamento<br />

a<strong>de</strong>quado, secagem do<br />

produto e industrialização <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> todos os padrões exigidos tanto<br />

internamente como lá <strong>de</strong> fora.<br />

Precisamos também ter políticas<br />

para que outros segmentos do<br />

cooperativismo no Brasil possam<br />

crescer e ajudar no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

das regiões e da economia.<br />

RC: O setor agropecuário é uma<br />

forte alavanca para impulsionar a<br />

economia não só do Paraná, como<br />

do Brasil. Quais são os principais<br />

entraves enfrentados pela Ocepar?<br />

Mafioletti: Sem dúvida, o principal<br />

gargalo é a infraestrutura.<br />

Tem as <strong>de</strong>ficiências nas rodovias,<br />

portos, ferrovias e aeroportos.<br />

Esta é uma preocupação muito<br />

gran<strong>de</strong> porque prejudica todo o<br />

agronegócio brasileiro. Há, inclusive,<br />

uma tributação significativa<br />

em alimentos básicos, o que não<br />

<strong>de</strong>veria acontecer. Outra questão<br />

importante é a garantia <strong>de</strong> renda.<br />

Esta é uma antiga <strong>de</strong>manda<br />

que não vamos parar <strong>de</strong> cobrar e<br />

sugerir ao governo. A política <strong>de</strong><br />

seguro vigente no país não é suficiente,<br />

pois cerca <strong>de</strong> 20% da área<br />

cultivada no Brasil é coberta com<br />

o seguro rural ou Proagro, contra<br />

50 a 80% em nossos concorrentes.<br />

"Dos 399 Municípios do Paraná, em 120 <strong>de</strong>les as<br />

cooperativas são as principais empresas, gerando<br />

emprego, renda e distribuindo riquezas. Em mais<br />

<strong>de</strong> 70 municípios, as nossas cooperativas <strong>de</strong> crédito<br />

são a única instituição financeira."<br />

10 REVISTA<br />

<strong>Junho</strong>/<strong>2018</strong>

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