Hospitais Portugueses n.º5 janeiro-março 1950
HOMENAGEM AO EX.MO SR. DR. TRIGO DE NEGREIROS PALAVRAS DE FÉ LIGEIRAS CONSIDERAÇÕES ACERCA DAS DIFICULDADES COM QUE LUTAM AS MISERICÓRDIAS FALANDO DE HOSPITAIS O INQUÉRITO HOSPITALAR E O SENTIDO SOCIAL DO INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA À FAMÍLIA O QUARTO CENTENÁRIO DO PATRONO DOS HOSPITAIS, ENFERMOS E ENFERMElROS A ORDEM HOSPITALEIRA DE S. JOÃO DE DEUS BASES E PLANOS PARA UM HOSPITAL MEDICINA, CIRURGIA, ESPECIALIDADES ENFERMAGEM COISAS GRANDES ... E PEQUENAS NOTÍCIAS DO IMPÉRIO GENTE DOS HOSPITAIS NOTÍCIAS DOS HOSPITAIS O HOSPITAL E A LEI
HOMENAGEM AO EX.MO SR. DR. TRIGO DE NEGREIROS
PALAVRAS DE FÉ
LIGEIRAS CONSIDERAÇÕES ACERCA DAS DIFICULDADES COM QUE LUTAM AS
MISERICÓRDIAS
FALANDO DE HOSPITAIS
O INQUÉRITO HOSPITALAR E O SENTIDO SOCIAL DO INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA À FAMÍLIA
O QUARTO CENTENÁRIO DO PATRONO DOS HOSPITAIS, ENFERMOS E ENFERMElROS
A ORDEM HOSPITALEIRA DE S. JOÃO DE DEUS
BASES E PLANOS PARA UM HOSPITAL
MEDICINA, CIRURGIA, ESPECIALIDADES
ENFERMAGEM
COISAS GRANDES ... E PEQUENAS NOTÍCIAS DO IMPÉRIO
GENTE DOS HOSPITAIS
NOTÍCIAS DOS HOSPITAIS
O HOSPITAL E A LEI
- No tags were found...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
HOSPITAIS<br />
PORTUGUESES<br />
N.o 5 ~ JANE I RO-MA R Ç O ~ <strong>1950</strong>
HOSPITAIS PORTUGUES.ES<br />
REVISTA DE ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO HOSPITALAR<br />
DIRECTOR, PROPRIETÁRIO E EDITOR:<br />
c o R lO L A NO FERRE 1 R A<br />
ADMINISTRADOR: EVANISTO DE MENEZES PASCOAL<br />
REDACÇÃO E<br />
ADMINISTRAÇÃO:<br />
RUA VISCONDE DA Luz, roo-2,0<br />
Telefone 2276<br />
COIMBRA<br />
Composto e impresso na Tip. da «Atlântida1<br />
Rua Ferreira Borges, 103-1II- CoJMI:lR A<br />
SUMÁRIO<br />
HOMENAGEM AO EX.m 0<br />
PALAVRAS DE FÉ<br />
DR. COR!OLANO FERREIRA<br />
SR. DR. TRIGO DE NEGREIROS<br />
LIGEIRAS CONSIDERAÇÕES ACERCA DAS DIFICULDADES COM QUE LUTAM AS<br />
MISERICÓRDIAS<br />
DR. FERNANDO CALIXTO MOREIRA<br />
FALANDO DE HOSPITAIS<br />
DR. AMADEU LOI:!O DA COSTA<br />
,J O INQUÉRITO HOSPITALAR E O SENTIDO SOCIAL DO INSTITUTO DE ASSIS·<br />
TÊNCIA A fAMÍLIA<br />
DR. J. MACHA DO DE ARAUJO<br />
O QUARTO CENTENÁRIO DO PATRONO DOS HOSPITAIS, ENFERMOS E ENFER·<br />
MElROS<br />
P.E JOÃO GAMEJRO ALEXANDRE<br />
A ORDEM HOSPITALEIRA DE S. JOÃO DE DEUS<br />
P.E JOÃO GAMEIRO ALEXANDRE<br />
BASES E PLANOS PARA UM HOSPITAL<br />
Dn. VAN E M. H OGE M. D.<br />
MEDICINA, CIRURGIA, ESPECIALIDADES<br />
ENFERMAGEM<br />
COISAS GRANDES ... E PEQUENAS<br />
NOTÍCIAS DO IMPÉRIO<br />
GENTE DOS HOSPITAIS<br />
NOTÍCIAS DOS HOSPITAIS<br />
O HOSPITAL E A LU<br />
VÁRIA :<br />
PROFESSOR EGAS MONIZ; A «CONFERÊNCIA DOS H OSPITAIS P ORTUGUESES» ; MEDI·<br />
CINA, CIRUR GIA, ESPECIALIDADES; CONGRESSO DOS T ÉCNICOS Dti: S AUDE ; ALIMEN·<br />
T AÇÃO DOS DOEN I ES<br />
DR. JOAQUIM TRIGO DE NEGREIROS<br />
Subsecretário de Estado de Assistência Social<br />
Ao iniciar o segundo ano de publicação, <strong>Hospitais</strong> P ortugueses presta homenagem<br />
sincera ao estadista que tem presidido à maior renovação da história<br />
da assistê ncia em Portugal e que, desde a primeira hora, reconhecendo<br />
a sinceridade dos nossos intuitos e a utilidade desta iniciativa, lhe deu<br />
amparo valioso e estímulo amigo.<br />
ESTE NÚ M E RO F Ol V ISADO Pl!:L A COMISSÃO DE CENSURA
I<br />
li<br />
PtlLilVBil.S DE FE<br />
por COBIOLA~O FERREIR.t<br />
Com o número presente,
Li~eit•as<br />
eonsidet·a~ões àeêt•ea das<br />
difteuldades eom Qtte I11tam as<br />
ltliserieót•dias<br />
Pelo DR. FERNANDO CALIXTO MOREIRA<br />
Provedor da Misericórdia de Aveiro.<br />
Foram as disposições governamentais de um período da nossa<br />
História que lançaram as Misericórdias na situação aflitiva que hoje<br />
atravessam.<br />
concedendo-lhes subsídios ordinários e eventuais que muito as têm<br />
beneficiado; mas, porque as necessidades provenientes de um aumento<br />
sempre crescente de assistência, se avolumam dia a dia, esses subsídios<br />
são absolutamente insuficientes.<br />
Como Provedor da Misericórdia de Aveiro, apresento esta como<br />
exemplo do que será a vida das demais.<br />
Tem constituído principal encargo desta Misericórdia a sustentação<br />
do seu Hospital. Para não me reportar a datas longínquas,<br />
vou apenas procurar o ano de 1943, para o colocar em confronto<br />
com o de 1948. Naquele ano de 1943, foi no Hospital da Misericórdia<br />
de Aveiro, prestada a assistência que se traduz nos seguintes<br />
números estatísticos:<br />
H os pi talizações ........................ .<br />
l Grande Cirurgia .... . ... (<br />
Operações de i Pequena Cirurgia ...... .<br />
/ Oto-rino-laringologia ... .<br />
Maternidade- (Crianças nascidas) .....•.<br />
Agentes Físicos- (n. 0 de tratamentos) ... .<br />
Raios X- Radiografias e radioscopias ... .<br />
Análises Clínicas ...................... .<br />
Consulta Externa e Banco (n. 0 de consultas)<br />
~ ~ ,. ~ (n. 0 de cura ti vos<br />
e injecções ...<br />
391<br />
III<br />
45<br />
205<br />
104<br />
Não existia<br />
337<br />
No ano de 1948, os números foram estes:<br />
Hospital da Misericórdia de A v e iro -<br />
Quartos particulares<br />
A obrigação de converter os seus preciosos bens imóveis, cujo<br />
rendimento oscilava consoante as épocas, .mas que estava sempr<br />
actualizado, em papéis de crédito, roubou-lhes o bem estar e'<br />
prosperidade de que então gozavam, para as tornar em casas d<br />
penúria, absolutamente incapazes de cumprir o fim para que foran·<br />
criadas.<br />
Tem sido enorme o esforço dispendido pelo Governo de 192<br />
no sentido de prestar auxílio a tão simpáticas e úteis instituiçõe~<br />
H os pi talizações.. . . . . . . . . . . .......... . . .<br />
Grande Cirurgia .... : .... ·<br />
Operações de Pequena Cirurgia ........ .<br />
Oto-rino-laringologia .... .<br />
Maternidade - (Crianças nascidas) ...... .<br />
Agentes Físicos (n. 0 de tratamentos) ..... .<br />
Raios X- (radiografias e radioscopias) .. .<br />
Análises Clínicas ............... . ...... .<br />
Consultas .............................. .<br />
Consulta. Externa e Banco - Cura ti vos .. .<br />
Injecções .............................. .<br />
!.230<br />
449<br />
2 75<br />
92<br />
64<br />
2.703<br />
649<br />
4·943<br />
1.477<br />
5·379<br />
9·738
Vejamos agora o auxílio prestado pelo Estado nos referidos<br />
anos:<br />
1943· ..... . .. . ..... . ... . .. . . . ...... . . . .. .. . .<br />
1948 .. . .......... . . . . ........ . .... . ....... .<br />
77·ooo$oo<br />
17o.ooo$oo<br />
A insuficiencia deste su-bsídio e as dificuldades com que se tem<br />
lutado, poderá avaliá-las, quem, como nós, se encontra à testa da<br />
governação de Instituições como esta.<br />
Ora, a verdade é que grande auxilio poderia ser prestado às<br />
Misericórdias sem mais encargos para o Estado.<br />
É enorme a verba dispendida com os Postos das Caixas de<br />
Previdência.<br />
Por que se não entrega o serviço destes Postos às Misericórdias<br />
que a seu cargo têm a manutenção de <strong>Hospitais</strong>?<br />
Tal facto representaria uma importante economia, pela centralização<br />
da assistência, com a utilização comum do pessoal de enfer·<br />
mágem, aparelhagem e instalação e, essa economia, bem podia<br />
reverter a favor das Misericórdias, tornando-lhes a vida menos<br />
difícil.<br />
A dispersão dos serviços de assistência tem como consequência·<br />
o aumento do seu custo, sem qualquer vantagem.<br />
E, porque à dispersão conduz tambem a preocupação local de<br />
dar ao Hospital de cada terra possibilidade de prestar uma assistência<br />
completa, deveria reprimir-se tal erro.<br />
Contrariando o espírito da Lei 2.orr, de 2 de Abril de 1946,<br />
têm sido montados aparelhos de Raios X de grande custo em <strong>Hospitais</strong><br />
onde apenas se tiram umas duas dúzias de radiografias anualmente!<br />
E esses mesmos <strong>Hospitais</strong> têm sido apetrechados com todo o<br />
material necessário à grande cirurgia, para apenas se efectuarem no<br />
espaço de :r2 meses outras tantas operações!<br />
Justificará tão reduzido serviço o dispêndio de centenas de con·<br />
tos, sendo certo que, sem esse dispêndio, a assistência seria p:-estada<br />
até em melhores condições?<br />
Atente-se na impossibilidade de dotar todos os <strong>Hospitais</strong> do<br />
País de um corpo clínico e cirúrgico eficiente e competente, bem<br />
como de pessoal de enfermagem correspondente. Um radiologista<br />
que mereça este nome não se encontra em toda a pa~te .; e, ~s que ?<br />
merecem, devem ser aproveitados para aqueles Hosprtais CUJO mo~lmento<br />
justifique a sua utilização, com a consequente remuneraçao.<br />
Bairro de casas económicas construido pela Misericórdia de Aveiro<br />
Outro tanto podemos di~er do cirurgião e do especialista. .<br />
Os <strong>Hospitais</strong> subregionais deveria~ prestar apenas serviÇ~ S<br />
de medicina geral, tendo as suas enfermanas, para os ~as~~ que nao<br />
reclamam assistência de especialistas e prestando os pnmen os soc_or~<br />
ros, nos casos em que 0 doente deva ser. remetido ao Hospital<br />
Regional. 1 · ·<br />
Desta forma, a despesa com a sustentação destes I ospitais<br />
seria enormemente reduzida, com a supressão do pessoal e. de~n~cessidade<br />
de aparelhagem, que apenas deveric existir nos <strong>Hospitais</strong><br />
Regionais. . . . 1· . -<br />
Procure-se centraliza r a ass1stênc1a, pms dessa ~entra Izaçao<br />
resultará uma enorme economia e um melhor aproveitamento das<br />
competências médicas.<br />
IIOSPI'I',d8
l<br />
São centenas, se não milháres de contos, dispendidos em <strong>Hospitais</strong><br />
cujo movimento não justifica tal dispêndio.<br />
Com um -telefone e uma am bÚlância, ràpidamente o doente pode<br />
ser transportado ao Hospital Regional, quando os socorros por ele<br />
devam ser prestados.<br />
E desta centralização, resultarei um apreciável auxílio para as<br />
Misericórdias, reduzindo a umas as suas despesas e aumentando a<br />
outras as suas receitas.<br />
illi•·netata~áo<br />
Do magnífico livro L'hospital<br />
j1-ançais, de Henri Thoillier, transcrevemos<br />
o quadro das necessidades<br />
alimentares diárias, elab0rado<br />
Estados fisiológicos<br />
Homem adt1llo<br />
dos floeJates<br />
por Mm e Lucie Randoin e que os<br />
nossos dirigentes de hospitais gos·<br />
tarão, certamente, de consultar:<br />
Princípios<br />
"' .. "<br />
Vitaminas<br />
Ene rgéticos :g<br />
I<br />
MineraiS<br />
.9<br />
-;;<br />
I<br />
~<br />
.:..<br />
.::<br />
~ " ~ .. "' <<br />
"' o "'<br />
o<br />
"' "'<br />
o s<br />
ô<br />
·C<br />
o e c<br />
~<br />
o N ·- ~ ... D<br />
"' "' 'ü o<br />
o 0..<br />
·Õ 'ii. ',ii ·;:;<br />
-;; .,<br />
1: "' " .. "<br />
~ ·;:; 8 +<br />
u ...<br />
·o<br />
::l<br />
" - +<br />
0.. l!l ~ u ~
Corno já aqui se disse, os serviços hospitalares para serem capazes,<br />
dignos de um país civilizado, terão de ser necessàriamente muito caros.<br />
Na América . do Norte, a organização hospitalar conta-se entre uma das<br />
12 maiores empresas de tipo industrial!<br />
É necessário por isso, que o preço de tão importantes serviços seja<br />
compensado por um benefício real, traduzindo-se numa contribuição apreciá·<br />
vel para a saúde pública . . Isto é, deve procurar-se que um hospital trate o<br />
melhor e o maior número possível de indivíduos, por unidade de tempo.<br />
Todos os serviços hospitalares devem ter a preocupação de constantemente<br />
melhorar os índices universalmente considerados como realmente inte·<br />
ressantes.<br />
Entre esses convém destacar o índice de ocupação média- «the<br />
occupancy», dos autores americanos- o índice de permanência, o de mor·<br />
talidade e, finalmente, o custo diário médio, por doente.<br />
Quero frisar que, contra o que se pode supor, tais índices não servem<br />
para comparar o funcionamento ou eficácia social de estabel.-:!cimentos riistin·<br />
tos. A comparação dos índices de permanência ou de demora média, o mais<br />
discutido entre nós, não pode, por exemplo, dar quaisquer indicações sobre o<br />
funcionamento de dois hospitais, não se sabendo se exercem ou não Junçôes<br />
educativas. A preparação de enfermeiros, o aperfeiçoamento de médicos, assim<br />
corno o internamento de doentes crónicos, a categoria social dos seus assisti·<br />
dos, a existência ou falta de maternidade, a admissão de doentes infecto-coo·<br />
tagiosos, são alguns factores, entre muitos, que são capazes de influenciar o<br />
referido índice, independentemente dos esforços da direcção, da competência<br />
do corpo clínico, da eficiência da administração do Hospital.<br />
Ainda, acerca do valor do índice de permanência, quero referir que,<br />
em 1943, se verificou, segundo Corwin, que a demora média, nos hospitais<br />
gerais dos Estados Unidos, foi de 19 dias, nos estabelecimentos a cargo do<br />
Estado, de IO dias, nos chamados «Voluntary hospitais~ e apenas de 8 dias<br />
nos hospitais particulares.<br />
Sabendo que não existe apreciável distinção, quanto ao tratamento<br />
prestado em qualquer dessas categorias de hospitais, nem mesmo quanto ao<br />
seu modo de funcionamento, Corwin pôde filiar fàcilmente a razão de uma<br />
tão notável diferença no facto de ser legítimo dar alta mui to mais cedo a um<br />
indivíduo que dispõe, na sua casa particular, de todo o cuidado e conforto do<br />
que a outro, total ou parcialmente destituído deles .. Ora, na América, os<br />
hospitais governamentais são frequentados principalmente por indivíduos das<br />
camadas menos favorecidas da sociedade.<br />
Servem, porém, muito bem estes índices, para se estudar a evolução da<br />
administração de uma mesma unidade hospitalar.<br />
O índice de ocupação média, que se mede pela relação entre a capacidade<br />
prevista e o número de camas efectivamente ocupado por enfermos,<br />
parece-nos ser um dos mais importantes, no ponto de vista administrativo.<br />
Em relação a este índice, que convém oscile ent.re os 70 e 8o por cento, passa-se,<br />
entre nós, um facto singular que, por si só, denuncia a falta de coordenação<br />
do sistema hospitalar da N ~ção.<br />
Na verdade, estou certo que esse índice será exageradamente elevado,<br />
superior por vezes a cem, nos grandes hospit:üs centrais. Poderá dizer-se<br />
que, só em algumas capitais de distrito, este índice será favorável nas vizinhanças<br />
dos 8o por cento ...<br />
Tampouco se poderá fazer juízo sobre a administração de um hospital<br />
através da apreciação do custo diário médio por doente, sem se entrar em<br />
consideração com mui tos factores.<br />
Em primeiro lugar, deve considerar-se a influência da capacidade do<br />
hospital e do sistema adoptado na construção. O custo diário médio será<br />
sempre superior num hospital construído segundo o tipo de pavilhões, pois<br />
que é perfeitamente impossível uma conveniente distribuição dos serviços,<br />
utilizando duas únicas dimensões. Será preciso mais pessoal e a energia<br />
dispendida em transportes, aquecimento, condicionamento de ar, etc., será<br />
de ordem muito superior.<br />
Por outro lado, para baixo de certa capacidade, o custo médio diário,<br />
por doente, sobe em progressão geométrica, pois que ás despesas gerais são<br />
muito elevadas, actualmente, neste género de estabelecimentos. Hoje, considera-se<br />
que a capacidade hospitalar desejável oscila entre as 6oo e as J.ooo camas,<br />
mas para cima das 200 já é possível uma administração satisfatória, não só no<br />
ponto de vista económico como técnico.<br />
Basta para demonstrar a influência que a capacidade dos hospitais<br />
exerce sobre a sua eficiência o seguinte facto observado em 1945, na América<br />
do Norte. Efectivamente, nesse ano, o «American College of Surgeons~, examinando<br />
vários hospitais, aprovou as instalações e o funcionamento de 88,2%<br />
das instituições existentes, com mais de 100 camas e 57,7% das que tinham<br />
uma capacidade compreendida entre 50 e 99 camas. Dos hospitais com<br />
capacidade superior a 25 e inferior a 49 camas, apenas 37,4% foram<br />
aprovados.<br />
Também, sobre o mesmo assunto, diz Graham· Davis, «Director of the<br />
~ellogg Foundation», que a capacidade do Hospital tem uma .decisiva influên<br />
Cia, não só sobre a qualidade do serviço, como também sobre o preço. Na<br />
realidade, os seguintes números, fornecidos por Isadore Rosenfield, são muito<br />
expressivos:<br />
Bellevue Hospital,<br />
Lincoln Hospital,<br />
Gouverneur Hospital,<br />
capacidade de 2.594- custo diário<br />
» ~ 415- ~ ~<br />
» 2f4- » »<br />
médio $4.895<br />
~ $5.821<br />
~ $6.748<br />
lO UOWPITJll~ Poll'I'UGUESES li
"I<br />
Tenha-se presente que todos estes estabelecimentos se encontram situa·<br />
dos em New York e que, por outro lado, é idêntica a qualidade da assistén·<br />
cia que prestam.<br />
Este autor frisa, que os hospitais de.grande capacidade são muito mais<br />
ec~nó.micos, do ponto de vista da manutenção mas acr~scenta além disso, que a<br />
propna construção resulta mais barata, quando considerada relativamente ao<br />
número de camas. «What is true of operating c6st, is also true of the cons·<br />
truction cost>>- diz o conceituado autor.<br />
Por outro lado, o custo diário médio por doente cresce quando aumenta<br />
o número das funções atribuídas à instituição. ·<br />
Assim, é sempre mais caro o serviço hospitalar, quando, pela sua impor·<br />
tância, .o estabelecimento passa a desempenhar funções científicas apreciáveis<br />
ou se Interessa por trabalhos de investigação, ou até se, simplesmente, se<br />
preocupa com uma actividade didáctica importante.<br />
Os hospitais especiais, tais como os sanatórios e os de doenças mentais,<br />
são em regra mais económicos, se possuem capacidade elevada.<br />
Melhor se poderá formular um conceito ajustado e sério sobre o valor<br />
técnico e administrativo, quer di:zer, social, de um hospital, enunciando a<br />
valorização do mesm, do ponto de vista estático, da construção em que se<br />
e~contra instalado e dinâmico, considerando a qualidade e quantidade do ser·<br />
viço que produz.<br />
Pode dizer-se que todo o problema da instalação se reduz ao cumpri·<br />
mento, religioso quase, de um certo número de princípios, já hoje clássicos,<br />
definitivamente assentes.<br />
Em obediência a tais princípios, terá o Hospital de manter uma perfeita<br />
unidade de organização. Deve ser estudada a · sua construção ou adaptaçãO<br />
de modo que nenhuma das suas partes apareça, mercê da sua exagerada ou<br />
diminuída importância, a complicar e a entravar o funcionamento do todo.<br />
A diversidade das funções, que permitem a realização perfeita e acabada do<br />
serviço hospitalar moderno, tem levado muitos arquitectos a projectar sepa·<br />
radamente cada uma das diferentes partes do organismo. Tal sistema teOI<br />
conduzido esses arquitectos irremediàvelmente à desgraça ...<br />
O Hospital Contemporâneo pode ser comparado, neste sentido, com a<br />
maravilhosa unidade que constitui a diversidade dos aparelhos e órgãos da<br />
economia humana! Para o bom funcionamento, para a saúde e duração do<br />
indivíduo, necessário se torna que a capacidade funcional do coração, do<br />
fígado, dos rins, etc., seja suficiente apenas, para que, sem esforço nem «sur·<br />
menage)), possam ser satisfeitas as necessidades do todo.<br />
Se um órgão se encontra hipertrofiado, ou se pelo contrário se mostra<br />
insuficiente, por debilidade congénita ou adquirida, todo o organismo se res·<br />
sente, a saúde torna-se precária, o indivíduo entra em deficiência fisiológica,<br />
e o seu valor social torna-se a breve tempo negativo, a não ser que a<br />
Natureza, entretanto, o elimine, destruindo-o, a bem do maravilhoso Concerto<br />
Uni ver sal!<br />
Assim, também será mÍster eliminar o Hospital, se as suas partes não<br />
constituírem um conjunto harmónico, pma unidade equilibrada, útil à sociedade,<br />
a bem da Economia Nacional.<br />
Unidade, porém, não quer dizer monotonia ou igualdade de todos os<br />
locais e dependências.<br />
Pelo contrario, outra característica fundamental a observar, na construção<br />
e instalação de um hospital é a da diversidade dos serviços, quer dizer,<br />
dos locais onde eles devem ser instalados.<br />
Diversidade na construção intrínseca, no critério de maior ou menor<br />
rigorismo a adoptar com os preceitos de higiene, no grau de isolamento a<br />
exigir dos materiais empregados, na orientação, na intensidade da iluminação,<br />
etc., etc. Por isso, cada dependência deve ser estudada detalhadamente,<br />
não se perdendo, porém, o sentido de que tal diversidade deverá apenas<br />
resultar de simples aspectos particulares de um todo harmónico e coerente.<br />
Em síntese, pode dizer-se que o Hospital Contemporâneo deve apresentar<br />
uma máxima diversidade, dentro de uma perfeita unidade.<br />
Mas o Hospital deve também ser construído de modo que ofereça a<br />
maior facilidade de funcionamento. Pela sua situação, pela localização das<br />
suas portas de entrada e de saída, pela distribuição conveniente dos diferentes<br />
serviços, pela harmoniosa repartição das suas complicadas aparelhagens,<br />
deve permitir aos elementos vivos uma máxima facilidade na<br />
realização das suas obrigações, assim como na satisfação das suas naturais<br />
necessidades.<br />
A acessibilidade do Hospital tem particular interesse, não só por causa<br />
dos doentes e visitas, mas também pela comodidade que representa para<br />
o pessoal.<br />
A entrada para a cozinha não pode, nem deve, estar perto dos elevadores<br />
destinados às visitas. Estas, em caso algum devem poder cruzar-se<br />
com um cadáver, que vai ser evacuado, ou com um doente que vem à primeira<br />
consulta.<br />
Por isso, Goldwater, considera absolutamente.necessário que quem quer<br />
que se aventure a projectar, em nossos dias, um hospital de importância média,<br />
tenha um conhecimento detalhado e vivido do funcionamento de um tal organismo!<br />
São tão complexos os problemas, tantos os casos particulares a considerar,<br />
que a informação literária, o simples estudo teórico, se há-de tornar,<br />
provàvelmente insuficiente ...<br />
Finalmente, o Hospital deve ser dotado de flexibilidade, isto é, a construção<br />
deve ser estudada de molde a adaptar-se, sem grandes dispêndios,<br />
sem grande sacrifício das suas qualidades fundamentais, a possíveis aumentos<br />
de capacidade e ao desempenho de novas funções.<br />
·~<br />
PORTUGUESES<br />
13<br />
I.
l<br />
*<br />
. «Healthy hospitais are growing hospitais, but their growth ist not neces· funcionamento terá sobre todos os outros. Isto é, o mau funcionamento de<br />
sanly symmetricah, diz ainda Goldwater.<br />
um serviço, provoca irremediàvelmente uma diminuição da produtividade de<br />
Efectivamente, os progressos constantes ·da ciência exigem novos locais todos os outros, embora não afectados directamente pela avaria, traduzindo-se<br />
de trabalho. Os laboratórios crescem, ou porque é necessário montar um num agravamento do custo médio da saúde produzida.<br />
n_ovo posto_ de esterilização de plasma ou porque as pesquisas de alta bacte- Resumindo: unidade, diversidade, facilidade de funcionamento, flexibinologia<br />
exigem a montagem de um microscópio electrónico...<br />
I'" !idade, higiene e economia, eis as qualidades basilares de um organismo hos-<br />
A escola de enfermagem que se notabilizou, mercê do esforço pessoal pitalar, de nossos dias.<br />
do corp_o docente, é convidada a realizar cursos especiais de aperfeiçoamento<br />
e, por Isso, haverá que aumentar largamente o local de internamento para<br />
novos alunos.<br />
O _génio de um médico, de um professor, exige e justifica a criação de<br />
um serviço altamente especializado em determinado ramo e assim haverá<br />
qu_e d~stinar a esse fim exclusivo, mais enfermarias, talvez al~um laboratório<br />
pnvativo, um novo bloco operatório excepcionalmente dotado. Entretanto<br />
sem uma tão feliz e imprivesível casualidade, nada justificaria a existênci;<br />
desses serviços ...<br />
Mas o Hospital deve apresentar-se, ainda, pletórico de elementos de<br />
conforto e higiene, que lhe garantam o mais alto nível sanitário.<br />
. Não se julgue, porém, que basta, para tanto, um aspecto superficial de<br />
lrmpe_za, que as paredes sejam de mármore, bem lisas e os pavimentos de<br />
madeiras car
I'<br />
pequeno adenoma do seio, clínicamente diagnosticado, e, com relativa preci·<br />
são, afastada a idéia de se tratar de um processo degenerativo, pode e deve<br />
ser realizada, com a maior facilidade, por um cirurgião geral, por um interno 1<br />
com dois ou três anos de prática, utilizando-se a simples anestesia local.<br />
Entretanto, após o primeiro tempo operatório, enquanto o cirurgião<br />
laqueia alguns pequenos vasos e recompõe os bordos da incisão operatória 1<br />
para uma cicatrização mais estética, deve a peça anatómica, o pequeno ade·<br />
noma, ser levado ao laboratório de análises histo-patológicas, a fim do espe·<br />
cialista realizar um exame rápido, mas de transcendente significado! Efecti·<br />
vamente, de acordo com a resposta laboratorial, deverá continuar a intervenção<br />
cirúrgica prevista, se ela for favorável, regressando a doente a sua casa sem<br />
qualquer recordação séria do drama vivido no Hospital, mas se o analista se<br />
inclina para a existência de um processo degenerativo em evolução, se o can·<br />
cro é diagnosticado, o quadro só por isso deverá mudar radicalmente!<br />
À anestesia local irá juntar-se a inalação de éter, de balsofórmio ou de<br />
ciclopropana e· a exérese do pequeno nódulo· é substituída pela amputação<br />
total do seio, com esvasiamento axilar ...<br />
A medicina moderna torna-se dia a dia mais complexa e as especiali·<br />
dades são de tal modo interdependentes que os mais insignificantes casos de<br />
clínica corrente, exigem o concurso de vários práticos e especialistas. Entre·<br />
tanto, mesmo na rica América, se pode e deve ainda hoje dizer que (( The<br />
pathological laboratory is relatively inaccessible».<br />
Seria, efectivamente, tolice rematada pensar em montar, num hospital<br />
com 200 ou 300 camas, um laboratório deste tipo. Não haveria casos bas tan·<br />
tes para manter os técnicos e estes h a veriam de ser de tal categoria que só<br />
serviriam para embaraçar as decisões clínicas!<br />
o público, profano em questões médicas, tem uma noção muito opti·<br />
mista do valor das análises clínicas e dos exames radiológicos. Na realidade/<br />
o laboratório, assim como os Raios X, só auxiliam a clínica na medida da<br />
competência e honestidade dos especialistas que chefiam tais serviços.<br />
Contra a opinião corrente entre o público laico, sabem os médicos que/<br />
nem os laboratórios nem os Raios X podem fazer diagnósticos! Uns e outros<br />
tiram, por vezes as dúvidas dos médicos assistentes, mas isso mesmo só acontece<br />
quando a su·a proficiência técnica e científica atinge um nível bastante elevado.<br />
Tenho para mim que, neste campo da técnica moderna, se não pode<br />
admitir o razoável: ou muito bom au nada. Assim, é que só muito poucos<br />
hospitais deverão dispor, entre nós, de um laboratório capaz de realizar aná·<br />
lises histopatológicas. Isso, porém, não há-de impedir que o tratamento cor·<br />
rente seja realizado. O doente serà convenientemente conduzido ao local<br />
apropriado, segundo o caso.<br />
(CONTINUA)<br />
o IJtQttét•ito Dospitalat• e o setatido<br />
soeial fio Itastitu1o de il ssistê11eia<br />
à Fatnília<br />
por J. MACHADO DE ARAÚJO<br />
Inspector da Assistência Social<br />
Uma das actividades sociais do Instituto de Assistência<br />
à Família em Coimbra é o Inquérito Hospitalar, cuja<br />
finalidade nem todos parecem ter compreendido ainda~<br />
«Ora o inquérito assistencial, ao contrário do que<br />
erradamente se supõe, não é urna exigência dos serviços<br />
com o fim apenas de averiguar da situação económica da família<br />
do assistido». - Finalidade preventiva correspondente ao «pé de<br />
meia» na linguagem figurada do povo - «Ainda que haja necessidade<br />
de distinguir os que recorrem à assistência por necessidade,<br />
dos que, embora· pussuindo recursos próprios, pretendam viver à<br />
sua custa, o inquérito não se limita a investigar quanto ao aspecto ·<br />
económico, já que, mais do que este, lhe interessam os aspectos<br />
sanitário, moral e social» -Finalidade de resolução dos problemas<br />
familiares.<br />
É tal a importância do inquérito hospitalar em Coimbra que<br />
urna vez resolvido como determina o despacho de Sua Excelência o<br />
Subsecretário de Estado da Assistência Social, de 10 de Julho<br />
de 1946, verificou-se que nele estava o fulcro de quase todas as<br />
solicitações às actividades do Serviço Social do Instituto, por ser<br />
através dele que a Agente Social recebe as pfincipais directivas e<br />
nele centraliza o resultado das informações de cada meio familiar<br />
visitado. Quere por tanto dizer que o inquérito hospitalar é um<br />
meio de que a assistência social se serve para abrir caminho às suas.<br />
actividades sociais. Só assim se consegue com vantagem ir-se ao<br />
encontro das famílias das diversas camadas sociais.<br />
Apesar dos resultados do inquérito hospitalar obtidos durante<br />
0<br />
ano de 1949, não se satisfizeram ainda inteiramente as exigências<br />
da nova orgânica assistencial. Por este motivo há necessidade de<br />
IG UOSPIT..t18 I>OilTUGUESES l'f<br />
"
I<br />
. r<br />
se organizar quanto antes o Serviço Social Hospitalar dos <strong>Hospitais</strong><br />
da Universidade de Coimbra, em ligação directa com o Instituto de<br />
Assistência à Família, afim de se dar maior eficiência e coesão às<br />
suas actividades.<br />
As razões de tal necessidade, por bem fundamentadas e fàcil·<br />
mente compreensíveis, terão por certo urna solução apropriada em<br />
momento julgado oportuno.<br />
A 25 de Janeiro de 1940, o Professor Dr. João Porto, numa<br />
brilhante conferência, realizada no salão nobre dos <strong>Hospitais</strong> da Uni·<br />
versidade de Coimbra, falando sobre o Serviço Social Hospitalar,<br />
disse que «No seio das massas populares, esmagadas pelo mundo<br />
moderno, o indivíduo é a vítima, pois só quando está em crise é que<br />
a sociedade dele se ocupa~ Se é pobre, tem o hospício; se é d oente,<br />
tem o Hospital; se é louco, tem o manicómio ou o asilo; se é crimi·<br />
noso, tem a prisão; se é tarado, tem a tutoria ou o reformatóri o.<br />
lgno;a muitas vezes o auxílio preventivo.»<br />
Ora com a criação do S ubsecreta riado de Estado d t Assistên·<br />
cia S ocial em 27 de Agosto de 1940 e com a publicação das leis<br />
n. 05 1:998 e 35:rn8, de 15 de Maio de 1944 e 7 de Novembro de 1945<br />
respectivamente, assistiu-se a uma transformação profunda de toda<br />
a orgânica assistencial no último decénio.<br />
· E assim «a assistência social não deve limitar a sua acção a<br />
minorar ou curar os sofrimentos provenientes da doença ou da<br />
miséria (assistência paliativa e curativa) pois lhe cumpre combater,<br />
na medida do possível, as suas próprias causas, através da luta con·<br />
tra os flagelos sociais (assistência preventiva) e da melhoria das con·<br />
dições de vida da população (assistência construtiva).<br />
Desta forma, pouco a pouco, sem ostentações que seriam pre·<br />
judiciais à boa execução dos princípios que informam a moderna<br />
assistência social, além dos meios materiais serem sempre escassos,<br />
quer nos países modestos quer nos países ricos financeiramente,<br />
têm-se transposto as barreiras de hábitos arreigados de uma assis·<br />
t ência passiva e rotineira para o campo social de uma assistência<br />
dinâmica e criadora, tendo como fundamento a Nação e a Família<br />
nas suas manifestações espirituais e morais.<br />
«Todo o Estado moderno, independentemente do seu fácies<br />
político, vai ser dominado pela preocupação do «social», preocupação<br />
qu e há-de certamente traduzir-se em intervenção mais ou menos<br />
profunda no domínio do económico», dizia Sua Excelência o Presidente<br />
do Conselho em 1946.<br />
Nestas condições impunha-se ao Estado criar os órgãos de<br />
acção social capazes de enfrentarem os problemas familiares tão<br />
delicados corno complexos. É através destes organismos assistenciais<br />
que, uma vez verificadas as dificuldades familiares, se terá de<br />
proceder à sua interpretação de harmonia com o meio ambiente<br />
social, profissional e familiar, para em seguida se.prescrever em cada<br />
caso a terapê utica adequada ao aproveitamento das suas faculdades<br />
morais de trabalho; ajudar a ajudar-se.<br />
•<br />
Finalmente as reali;wções destes objectivos dependem não só<br />
da compreensão do público, mas principalmente de uma boa preparação<br />
e formação profissional das Agentes Sociais, tornando-se, pois,<br />
«necessário venc~r o nosso lamentável atraso ... e lutar energicamente»,<br />
como se diz no relatório que precede o decreto-lei n. 0 35.108.<br />
No próximo artigo se indicarão algumas normas sumárias a<br />
observar na execução dos inquéritos.<br />
r==============================~<br />
p R o o u T o s q<br />
MANTEIGA<br />
QUEIJO<br />
LEITE PASTEURIZADO<br />
v<br />
o u G A s u L » 11<br />
L::ACTICÍNIOS DE AVEIRO,<br />
L. DA<br />
li<br />
18<br />
19<br />
l
li Película Radiográfica KodaM 1\<br />
IJ BLUE BI~A~ O li<br />
11<br />
Desrle que em 1895 Rontgen 11<br />
descobriu os Raios X e os seus 1<br />
efeitos, a Radiografia alargou<br />
cada vez mais o seu campo de<br />
acção.<br />
Para esse progressso da Radiografia<br />
concorrem enormemente<br />
os trabalhos científicos<br />
da Companhia . Kod~Ik de que a<br />
introdução da Película Radio·<br />
gráfica de rl u pla emulsão e base<br />
azul foi um dos mais valiosos<br />
elementos, visto permitir ao<br />
Radiologista a obtenção de radiografias<br />
de verdadeiro valor<br />
para o diagnóstico.<br />
Por isso, a quase totalidade<br />
dos Radiologistas portugueses<br />
usa para os seus trabalhos<br />
PEL(CULA RADIOGRÁFICA KODAK<br />
BLUE BRAND<br />
11 KODAK, Limited, Rua Garrett, 33<br />
L LISBOA<br />
Fábrica ADICO I<br />
MO~ILIÁRIO METÁLICO l1<br />
CIRURGICO E HOSPITALAR<br />
~ -<br />
Distribuidores para o Continente:<br />
5 ANO T É C N 1 C A, L _DA<br />
Rua X0va do Alm•da, 6t -LISBOA<br />
Vendas no Porto:<br />
. H ua Fernandes T omaz, 674<br />
Vendas em Coimbra:<br />
Avenida Sú da Bandeira, 73<br />
Fábricas e Escritórios em AVANCA<br />
Tele!. 2<br />
Teleg, ADICO<br />
Adelino Dias Costa & C.", L.da I<br />
~<br />
SOCIAL<br />
Companhia Portu,l!'uesa de Seguros<br />
S. A. R. L.<br />
Lb;l)OO -Rua Rodrigues Sampaio, 52<br />
49107<br />
Telef. 44857<br />
{<br />
49167<br />
Telegramas SOCJGURO<br />
Po1•to - Rua Cândido dos Reis, 51 I<br />
Telef. :
O quat•to eentettáa•io do Patt•otto dos<br />
hospitais, eJtfet•mos e e••f·e•·mei•·os<br />
Pelo P.e ]OÃO GAAfEIRO ALEXA1\DRE<br />
De oito de Março do corrente ano a igual data<br />
de 1951 vai passar o ano centenário do grande bene·<br />
mérito da humanidade sofredora, S. João de Deus, uma<br />
das maiores glórias nacionais.<br />
Embora pouco conhecido em Portugal, sua terra<br />
natal, S. João de Deus não é uma figura vulgar. Os<br />
Sumos Pontifices tanto o têm apreciado que não só o<br />
elevaram à suprema honra dos altares, mas também o<br />
declararam Protector dos <strong>Hospitais</strong> e Patrono de todos os Enfermos,<br />
Enfermeiros e Enfermeiras do Orbe Católico.<br />
Portugal não fica nem podia ficar indiferente perante tais come·<br />
morações: o simples patriotismo é bastante para despertar iniciativas<br />
e mover a grandes empreendimentos.<br />
Sua Excelência o Senhor Presidente da Repúbliça já assumiu<br />
a presidência da Comissão de Honra de tais festas, e Sua Eminên·<br />
cia Rev.ma o Senhor Cardeal Patriarca de Lisboa, a vice-presidência.<br />
Deram o seu nome para a lista dos vogais da dita Comissão três<br />
Arcebispos, três Monsenhores e seis Ministros de Estado, além de<br />
outros dignitários e representantes da Imprensa e Rádio,<br />
O programa é magnífico. Além rle um Tríduo solene na<br />
igreja de S. Domingos, em Lisboa e de um Pontifical ·a celebrar<br />
por Sua Eminência Rev.ma o Senhor Cardeal Patriarca, na vetusta<br />
Sé Patriarcal no dia 12 de Março, haverá também uma exposição<br />
da Ordem fundada pelo Santo, a inaugurar por Sua Excelência o<br />
Senhor Presidente da República na Casa de Saúde do Telha], e duas<br />
semanas de escudos em Madrid nos meses de Junho e Outubro, urna<br />
de Psiquiatria, outra de Cirurgia Ortopédica.<br />
Um dos números mais explendorosos será por certo a vinda<br />
das Sagradas Relíquias do Santo, de Granada a Lisboa, no mês de<br />
Outubro. Nessa ocasião, além das funções religiosas, haverá urna<br />
sessão solene e um congresso nacional dê enfermeiros com várias<br />
sessões de estudo, terminando com a proclamação de S. João de Deus<br />
Patrono de toda a Enfermagem Portuguesa.<br />
Está-se organizando também uma peregrinação a Granada, presidida<br />
por sua Eminência Rev.ma o Senhor Cardeal Patriarca, a fim<br />
de tomarem parte nas principais festas que se realizarão no lugar<br />
mesmo da prodigiosa actividade e ditosa morte do Santo.<br />
Casa de Saúde de S. João de Deus- FUNCHAL<br />
Perante tal festa que assume o caracter de nacional nenhum<br />
Português se pode alhear. Todavia os Hospit~is <strong>Portugueses</strong>, com<br />
os seus doentes e pessoal sanitário devem mostrar particular interesse<br />
no movimento de glorificação do caro Santo que nos pertence<br />
não só por ser do mesmo sangue mas também por ser celeste Patrono<br />
e insigne modelo.<br />
Que não fique nenhum hospital, enfermeiro ou enfermeira à<br />
margem deste patriótico e piedoso movimento: a festa pertence-lhes<br />
de uma maneira particularissima.<br />
Ao brio dos senhores Directores dos hospitais e outras casas<br />
de assistência assim como aos seus Revs. Capelães fica confiado o
ilhantismo a dar a estas festas centenárias. Importa nomear, sem<br />
perda de tempo, as comissões encarregadas dos vários serviços, de<br />
modo que as festas tomem um carácter religioso, intelectual e cívico.<br />
Cada comissão tratará de estudar as possibili-dades de se fazer<br />
representar no congresso nacional a realizar em Lisboa em fins de<br />
Setembro e princípios de Outubro e comunicá-lo-á a esta revista ou<br />
Casa de Saúde do Telhai- Enfermaria de S. João de Deus<br />
à Comissão Organizadora das Festas Centenárias de S. João de Deus<br />
- Telhal, Algueirão, até ao mês de Maio- a fim de tudo se organi·<br />
zar convenientemente e a tempo.<br />
Todos aqueles que desejarem apresentar qualquer estudo no<br />
congresso ou propor qualquer iniciativa, devem anunciá-lo dentro<br />
do mesmo prazo.<br />
1 ot•dem ltospitaleit•a de S. Joáo<br />
de Deus<br />
De entre todas as virtudes cristãs a mais<br />
sublime, a que resume toda a doutrina de Cristo,<br />
é a C.-\RIDADE • . Nisto conhecerão todos qut sois meus<br />
discípulos, disse o Senhor, se vos amardes uns aos<br />
outros. Eu vos dou um Mandamento Novo: Que vos<br />
ameis uns aos outros como eu vos amei.<br />
Bem penetrados desta recomendação do Mestre,<br />
os primeiros cristãos amavam-se, isto é, estimavam-se, ajudavam-se<br />
mutuamente, de tal modo que os pagãos, atónitos perante<br />
uma tal solidariedade, exclamavam: «Eis como eles se amam!»<br />
Tal é a importância desta virtude, que o Supremo Juiz promete<br />
não ter outro critério na sua recompensa ou castigo : «Vinde,<br />
benditos do meu Pai (dirá Ele), porque eu tive fome e me destes de<br />
comer; tive sede e me destes de beber; estive enfermo e me visitastes;<br />
estive nú e me cobristes; estive no cárcere e me fostes ver.<br />
Em verdade vos digo que o que fizestes ao menor dos meus a mim<br />
mesmo o fizestes ». Aos que nada disto fizeram dirá: «Afastai-vos<br />
de mim, malditos» ...<br />
É este o segredo que mantém firmes à cabeceira dos doentes<br />
esses anjos de caridade que se esquecem de si mesmos para não<br />
pensarem senão em aliviar os sofrimentos alheios. Sublime! Não é<br />
verdade?<br />
Ora um dos mortais que mais assimilaram este espírito cristão<br />
e o transmitiram à sociedade foi, sem dúvida, o nosso S. João de<br />
Deus, cujo IV c~ntenário celebramos. Foi na contemplação do<br />
amor imenso de Jesus para com a Humanidade que ele aprendeu a<br />
ser compassivo e misericordioso para com os pobres e doentes.<br />
Um dia, após a sua meditação sobre a Sagrada Paixão do<br />
Senhor, passa através das ruas da cidade de Granada e viu numa<br />
casa a ·indicação de que se alugava para pobres. Não consultando<br />
senão o seu coração generoso e caritativo, toma conta da casa,
coloca nela quarenta e seis camas onde hospitaliza todos os pobres<br />
doentes que pode. Corria o ano 1537.<br />
O Santo, sem outros recursos mais que a caridade pública, per·<br />
corre a cidade e arredores pedindo esmola. «Irmãos, fazei bem a<br />
vós mesmo»- repetia ele.<br />
O trabalho do hospital e o peditório ocupavam-no de tal<br />
maneira que vários indivíduos, edificados com tal vida e tal obra,<br />
Hoje este Instituto denominado Ordem Hospitaleira de S. João<br />
de Deus está estabelecido em 28 nações e assiste para óma de 36.ooo<br />
enfermos em r8s casas-hospitais, sem contar o ramo feminino fundado<br />
no século passado por um sacerdote da Ordem chamado Bento<br />
Menni, e que se denomina Congregação das Irmãs Hospitaleiras do<br />
Sagrado Coração de Jesus.<br />
Casa de Saúde do Telha! (Sede dos Irmãos Hospitaleiros de S. João de Deus<br />
em Portugal)- Enfermaria do Beato João Grande<br />
Casa de Saúde de S. João de Deus- BARCELOS<br />
tomaram a resolução de o ajudarem e puseram-se às suas ordens.<br />
A obra, conquanto seja a mesma, vai tomando maior amplitude, até<br />
que se fundam novos hospitais à imitação do primeiro de Granada,<br />
e 21 anos após o falecimento do santo Fundador, os irmãos Hospí·<br />
taleiros de S. João de Deus são aprovados pelo Papa S. Pio v, corn<br />
todos os privilégios de uma verdadeira Congregação religiosa de<br />
direito pontifício.<br />
A primeira casa estabelecida em Portugal foi em Montemor-o<br />
-Novo no ano de r6o6.<br />
Pelo decreto de exclaustração de 1834 loi abolida esta Ordem<br />
em Portugal e seus domínios. Em r893, com a fundação da Casa de<br />
Saúde do Telhai, de novo os filhos espirituais de S . João de Deus<br />
começaram a prestar serviços de assistência na Nação. Em 1928 os<br />
religiosos portugueses destacaram-se da Província Espanhola para<br />
formarem uma nova Província, ou secção independente, com obediência<br />
directa a Roma. Em Janeiro de 1944 foi a Província Portu-<br />
2G
guesa da Ordem Hospitaleira de S. João de Deus aprovada pelo<br />
Governo da Nação como Instituto Missionário, sem direito a subsí·<br />
dio pecuniário.<br />
Hoje a Província Portuguesa tem IO casas, sendo três na Metró·<br />
pole, três nas Ilhas Adjacentes, três no Ultramar e uma no Brasil.<br />
Assiste para cima de 3.ooo enfermos diàriamente. A sua sede é·;na<br />
Casa de Saúde do Telhal-Algueirão.<br />
«<strong>Hospitais</strong> <strong>Portugueses</strong>» associa-se jubilosamente às festascen·<br />
tenárias do grande Santo português e cumprimenta a Ordem que<br />
ostenta o seu nome na pessoa do Rev.o Superior.<br />
li<br />
A LIGADURA GESSADA<br />
OESSELONA<br />
é um produto de Indústria Nacional, fabricado por SIEPA (Sociedade<br />
Industrial Exploradora de Patentes, Limitada) e vendido no Império<br />
Português por<br />
V. REIS, LIMITADA<br />
RUA DOS CORREEIROS, 28-2. 0 -<br />
LISBOA<br />
São preferidas pelos <strong>Hospitais</strong> Civis de Lisboa, <strong>Hospitais</strong> da Universidade<br />
de Coimbra, Hospital Escolar de Lisboa, Santa Casa da Misericórdia<br />
de Lisboa, Federação de Caixas de Previdência, etc., etc., etc.<br />
Bases e plataos pat•a um hospital<br />
(Continuação do 11.0 4)<br />
Pelo DR. V ANE M. HOGE M. D.<br />
.Chefe da R epartição dos Serviços Hospitalares<br />
nos Estados Unidos da América do Norte<br />
É DE CAPITAL IMPORTÂNCIA que O blOCO operatório esteja COmpletamente<br />
isolado do resto do hospital e que não haja<br />
passagem através dele. Por isso, deveria ficar ou num andar<br />
próprio, ou num corpo separado do edifício, com elevadores<br />
para todos os andares onde haja doentes.<br />
Cerca de metade dos doentes internados num hospital<br />
geral necessita de ser operada. Se se internarem, por<br />
ano, cerca de 3.6oo doentes, isto é, uma média de ro por<br />
dia, um hospital médio de roo camas precisará de instalações<br />
para 3 a 5 operações por dia.<br />
Uma sala de operações não pode servir mais de duas vezes por dia.<br />
A preparação da sala, a própria operação e esterilização do material levaria<br />
uma média de três horas; ora a maior parte dos operadores prefere operar<br />
de manhã.<br />
Seria difícil alterar este hábito porque os cirurgiões querem estar livres<br />
durante o dia para se dedicarem à consulta e a outros trabalhos. Este problema<br />
não surge nos hospitais em que os operadores trabalham em regime<br />
de ~tempo-total», como nas Instituições de Assistência e em algumas cooperativas<br />
com pessoal médico privativo. Um hospital com uma média de<br />
roo camas terá necessidade de 3 salas de operações (duas maiores e uma<br />
mais pequena, esta destinada às operações sépticas) uma sala de cistoscopia<br />
e Ull)a de ortopedia. Sempre que o hospital aumente de tamanho havera<br />
necessidade de uma sala de operações das maiores por cada cinquenta camas<br />
a mais.<br />
. É preciso notar-se, contudo, que há necessidade de se fazer uma análise<br />
ngorosa do tipo de doentes, visto que uma mudança nas percentagens ou<br />
0<br />
aumento de um ou outro tipo poderá afectar visivelmente as necessidades.<br />
Mesmo num hospital pequeno deveria haver, pelo menos, uma sala de<br />
operações grande e uma mais pequena. Nos hospitais muito pequenos basta<br />
uma sala.<br />
28
!<br />
Salas de operações<br />
Sala de Uistose.opia<br />
As SALAs DE OPERAÇõEs devem ser monta das aos pares, com serviços de<br />
limpeza e esterilização entre cada par. A orientação das salas não é de<br />
grande importância, porque nelas se usará luz artificial. Já se não consi·<br />
deram recomendáveis as claraboias nem as janelas grandes voltadas para<br />
o norte.<br />
Se no hospital houver aulas prática'>, haverá galerias de observação.<br />
O acesso para estas galerias poderá ser feito pela sala de operações, mas<br />
separada por divisórias de vidro.<br />
É aconselhável o ar condicionado para manter a temperatura a 8o•f<br />
no inverno e um mínimo de 55 °o de humidade relativa, sem correntes de ar.<br />
Nos hospitais menores devem usar-se os dispositivos de ar condicionado à<br />
prova de explosão.<br />
O tamanho mínimo aconselhável para uma sala de operações é de Ii<br />
por rs pés. Deverá haver espaço suficiente para a mesa de op~rações, mesas<br />
para instrumentos e pensos, mesa do anest~s ista, .aparelho de anestesia,<br />
suportes para bacias, bancos, um recipiente para esponjas, caixas de pensos<br />
e um balde para conspurcados.<br />
Deveria haver armários abertos ou fechados embutidos nas paredes<br />
para suturas, soluções, taboleiros e outro material necessário à operação;<br />
mas os instrumentos cirúrgicos, as com pressas, etc. nunca se guardam nestas<br />
salas nos períodos que medeiam entre as operações.<br />
O equipamento das salas inclui ainda as luzes móveis e de emergência,<br />
relógios que marquem os segundos (com certo ruído), campainhas de emer·<br />
gência à prova de explosão para chamar as enfermeiras, aspL·adores e un1<br />
negativoscópio embutido na p:trede e também à prova de explosão. Uma<br />
sala de operações deve ter lâmpadas com luz adequada a cirurgia oftal·<br />
mológica ou outra que necessite de usar câmara escura. Se não houver sala<br />
de ortopedia, uma das salas de operações ou a de serviços de emergência<br />
deverá ter uma pia para gessados.<br />
Em todas as salas em que se usam gazes anestésicos, nos corredores<br />
e áreas adjacentes deverá haver um cuidado especial para evitar qualquer<br />
explosão.<br />
A instalação eléctrica deve ser devidamente isolada,, o s.oalho bo OI<br />
condutor de electricidade. Todo o equipamento deve estar ligado à terra·<br />
A instalação eléctrica deverá incluir interruptores à prova de explosão, lâm·<br />
padas protegidas, motores e reóstatos. Todas as tomadas eléctricas são colo·<br />
cadas, pelo menos, a dois pés a cima do chão. As paredes serão baças e<br />
forradas de mármore até à altura mínima de 6 pés, ou de preferência até<br />
ao tecto.<br />
EsTA sALA, se se montar, pode ser na área do bloco operatório.<br />
Embora se prefira urna mesa de cistoscopia com uma lâmpada de<br />
Raios X, tan. bém se poderá usar um aparelho de Raios X, móvel.<br />
Esta sala deverá estar rnon tada de molde a servir para outros tratamentos<br />
de endoscopia urológica e terá instalações sanitárias anexas.<br />
Sala de Ortopedia<br />
Nos HOSPITAIS de 100 camas ou mais é necessária uma sala de ortopedia.<br />
Poderá ser nos serviços de emergência ou no bloco cirúrgico, sendo<br />
preferível neste último. O equipamento, inclui um estrado de aço inoxidável,<br />
onde o cirurgião preparará o gesso para aplicar, com uma bacia de<br />
escoadouro. Serão necessários candieiros no tecto, tomadas eléctricas nas<br />
paredes e um negativoscópio, embutido na parede. Os ganchos usados nos<br />
tratamentos ortopédicos serão colocados no tecto, onde o ortopedista indicar.<br />
Todas as coisas que se encontram nesta sala devem ser à prova de explosão<br />
porque se usam gazes anestésicos.<br />
Suger~-se a existência de uma porta com a largura mínima de 4 pés<br />
e 6 polegadas, para permitir a passagem de uma maca e o seu doente, com<br />
a extensão contínua de um membro. A porta não deverá deixar entrar luz.<br />
Sala llaJ•a talas e gesso<br />
É ACONSELHÁVEL que haja uma sala para as talas e outra para o gesso<br />
anexas à sala de ortopedia. A primeira requer só mente prateleiras de 18 polegadas<br />
de largura aos dois lados e duas filas de cabides alternados para colocar<br />
as talas.<br />
O quarto do gesso tem um estrado de aço in~xidável de 36 pés de<br />
altura, uma gaveta para o gesso, um balde para o lixo e, pelo menos, três<br />
Prateleiras de doze polegadas.<br />
Salas de esteJ•iliza~ão<br />
Os SERVIços AUXILIAREs de esterilização costumam ser vulgarmente colo<br />
Cados entre cada par de salas de operações. É aconselhável que tenham<br />
comunicação directa com as salas e o corredor. Deverá h a ver um esterili<br />
Zador pequeno de alta pressão e rapidez para instrumentos, água esterilizada<br />
30<br />
31
I<br />
fria e quente (a não ser que os serviços centrais de esterilizações a forneçam uma caixa onde se guardam os filmes, uma bacia e água fria suficiente para<br />
em garrafas), uma pia para instrumentos cirúrgicos ~ um balcão e um relógio. o trabalho a que a sala se destina. Haverá aberturas para a ventilação, mas<br />
Os esterilizadores de água e as autoclaves são metidos na parede, mas 11que não deixem entrar luz, ou então ventoinhas de aspiração.<br />
de modo a poderem ser examinados e reparados. quando for preciso. Podera<br />
haver um aquecedor para cobertores, mas ultimamente os cobertores ague·<br />
ciclos electricamente substituem este processo.<br />
O arsenal eh•út•gieo<br />
li<br />
NuM HOSPITAL muito pequeno não haverá necessidade de uma sala<br />
Sala de lava.vos<br />
separada para o arsenal cirúrgico, visto que os armários embutidos no corredor<br />
ou nos serviços gerais são geralmente suficientes. Nos hospitais de<br />
PARA CAD.\ PAR DE SALAS de operações deverá haver, pelo menos, três ~ 00 ca~as ou mais, uma sala própria para 0 arsenal cirúrgico é quase uma<br />
bacias de desinfecção. Estas bacias têm torneiras em pescoço de ganso ecessrdade, d_evendo ter a largura mínima de 8 pés e a superfície de rso pés<br />
. . . . . _ . . . 1<br />
. quadrados mars ou menos.<br />
ou outro disposrtrvo alto para agua quente e fna, sabao ltqurdo, um c!JD· p<br />
. _<br />
dro com a ·1 coo, 1 uma prate 1 erra · d e vr ·d ro. E. convemente · que h aJa · uma cent ara cada . sa 1 a de operaçoes a mais, que se monte, deveríamos acres-<br />
d Ivisona . · · · envr 'd raça d a entre os servrços · d e d esrn · f ecçao - e as sa 1 as d e ope ra · ar s- 30 a 50 pes . quadrados. . . . . .<br />
ção. Deveria haver um relógio colocado em lugar visível. Os ~~ necessanos armanos com 7 pes de altura, com portas de vidro.<br />
Existe às vezes sobre cada bacia um dispositivo que marca o tempo · armanos devem ter chave, porque os operadores ali deixam muitas vezes<br />
que cada qual gastou a lavar-se ou a desinfectar-se. l~ stru_mentos seus. ~or est~ razão, aconselham-se armários pequenos indi-<br />
Viduars. Estes armános assim como todos os outros, deverão ser embutidos<br />
na parede, onde for possível. Entre os armários haverá espaço para passar<br />
Sala. de lin1peza<br />
uma cama rodada. As prateleiras terão, no máximo, rs polegadas. Deixando<br />
P.olegada e meia de espaço na parte da frente e na de trás, obtém-se assim a<br />
NA ÁREA DE ė s ficiente uma sala para sei viços de limpeza Ci:c~ lação de ar necessária. Colocando uma luz pequena dentro do armário,<br />
CIRURGIA U · elJmr d h 'd d 'b' · · .<br />
que deverá ser instalada perto das salas de operações e provida de uma pia de]J'cnda-se to a_da umi a e e a possi Ihdade de alguns mstrumentos mars<br />
. . . . · a os se oxr arem.<br />
para despeJOS que derte agua às descargas, com uma mesa, um armarJ 0<br />
pequeno por baixo da mesa para os instrumentos limpos, um taboleiro de<br />
lavanderia com duas . divisões e um dispositivo onde se põe a escorrer 0<br />
A sala dos a.nestésieos<br />
material ou instrumentos, um secador e uma tabela de doentes.<br />
É NECESSÁRIA uma sala, à prova de fogo, para guardar o éter, os gazes<br />
~nestésicos e toda a aparelhagem de anestesia. Esta sala deveria ser junto<br />
Laboratório<br />
as salas de operações, mas abrindo para o corredor. Requer ventilação<br />
exterior, natural ou artificial e outros dispositivos de a~ordo com os regula<br />
Nos HOSPITAIS de roo camas ou mais há necessidade de uma sala ! ,~entos locais de prevenção contra incêndios. Não deve haver irradiadores.<br />
pequena para observar as preparações. A sala poderá ter equipamento pr~l''ão há necessidade de grande número de prateleiras. Os interruptores,<br />
08 prio que também poderá ser trazido, num carro, do laboratório princip~ · aparelhos devem ser à prova de explosão e o soalho bom condutor de<br />
1 ·o e 1<br />
A acrescentar ao equipamento pooerá haver uma bacia pequena e um ba ca · ectri cr · d a d e.<br />
A eâmara esenra<br />
li<br />
O vestiário dos médieos<br />
d HA TODA A coNVENitNCIA em que o vestiário dos médicos seja à entrada<br />
EsTA SALA, se for precisa, destina-se à revelação das radiografias dai ~ bloco operatório. Deve estar bem mobilado, com cadeiras e mesas. Presalas<br />
de ortopedia e cistoscopia. Terá um pequeno tanque para revelage!ll· Cisa também de um relógio, tabelas dos doentes, telefone de chamadas inter-<br />
!<br />
32<br />
li<br />
33<br />
'<br />
I<br />
!
nas e armanos individuais. Poderá haver espaço para escrever à máquim<br />
ou ditar os relatórios. Os chuveiros, as instalações sanitárias e os lavatóriOi<br />
com copos e toalhas de papel, serão anexos.<br />
O vestiát•io das enfermeil•as<br />
O vESTIÁRIO das enfermeiras pode ser dentro da área cirúrgica, um·<br />
vez que elas têm de mudar de fato quando chegam. Um hospital pequeD(<br />
deverá ter armários, chuveiro, instalações sanitárias e lavatórios, e nos ho:<br />
pitais maiores poderá haver espaço para uma mesa com sof~ ~cadeiras.<br />
Haverá aqui também as tabelas dos doentes, um relogw e um quadr<br />
de chamada das campainhas.<br />
Gabinete da eueat•t•egada da sala de opera~~õe.<br />
Nos HOSPITAIS PEQUENos, deve reservar-se espaço para a secretar · ia d .<br />
encarregada da sala de operações. Nos hospitais· maiores haverá nec~s:~<br />
dade de um gabinete separado. O gabinete estará situado do modo a vrgi_<br />
a secção e seria preferível que tivesse uma divisória de vidro, para o corri<br />
dor. Como mobiliário terá: uma tabela dos doentes, um telefone de chaOJ<br />
das internas, um relógio, um marcador das chamadas das enfermeiras eu<br />
armário com medicamentos de urgência.<br />
Nos hospitais maiores deverá haver lugar para um estenógrafo a que<br />
os cirurgiões ditem os seus relatórios.. . . rd<br />
Para cada sala de operações maiOr é necessano uma sala para gua<br />
a cama rodada.<br />
At•reeada~ões<br />
EsTA sALA destina-se aos aparelhos que não pertencem à sala de ope(l<br />
· b · · · d h- mi' ti'ndo assl<br />
ções. Terá prateleiras, a mais arxa a 4 pes acrm~ o c ao, per .<br />
que os aparelhos pesados sejam guardados por baixo das prateleiras.<br />
QuER HAJA ou NÃO um quarto de arrumaçoes - no an d ar, t em de esisl<br />
, . . d 1' rn ca r~<br />
outro junto do bloco operatono para caixotes o rxo e espaço para u<br />
p.equeno onde se transportem vassouras e espanadores.<br />
3
Ao lado 'da preparação e distribuição do material não esterilizado, !<br />
função mais importante dos serviços diz respeito ao material não esterili·<br />
zado (tenda,s de oxigénio, inaladores e outros instrumentos).<br />
Há necessidade de uma sala separada, de preferência junto da área dt<br />
trabalho da zona asséptica, para cuidar da distribuição e preparação des t1<br />
material, com uma porta de comunicação entre esta sala e a área de trabalho<br />
Cálculo de áreas para o Bloco Cirúrgico<br />
36<br />
Áreas em pés quadrados<br />
I 50 camas IIoo camas 1150 camas<br />
BLOCO CIRÚRGICO<br />
320(1)<br />
320<br />
-<br />
6o (r)<br />
120(1)<br />
435<br />
90<br />
-<br />
120<br />
-<br />
30<br />
20<br />
50<br />
-<br />
I85<br />
130<br />
-<br />
-<br />
-<br />
-<br />
Salas de operações (grandes)<br />
Salas de operações (pequenas)<br />
Sala de cistoscopia<br />
Lavabos<br />
Esterilização<br />
Serviços gerais<br />
Zona séptica<br />
Arsenal cirúrgico<br />
Sala de limpeza<br />
Arrecadação<br />
Espaço para cama rodada<br />
Arrumações<br />
Encarregada das salas de operações<br />
Encarregado elo arquivo médico<br />
Vestiários dos médicos<br />
Vestiários das enfermeiras<br />
Sala de ortopedia<br />
Sala do gesso<br />
Sala das talas<br />
Câmara escura (Raios X)<br />
Armazem do material e produtos<br />
para anestesia<br />
IOO<br />
Total<br />
I a) Três bacias pelo menos em cada lavabo<br />
6ro (2) 1 88o (3) 1.305 (4)<br />
190 225 265<br />
190 215 230<br />
105 (2) 185 (2) r8s (2)<br />
165 (2) r 260 (2) 245 (2)<br />
520 720 890<br />
II5 140 160<br />
- IOO 145<br />
120 140 140<br />
IOO<br />
30<br />
45<br />
20<br />
145<br />
6o<br />
20 75 20<br />
6o 45 90<br />
45 310 45<br />
250 230 34°<br />
r8o 220 250<br />
190 35 220<br />
30 55 35<br />
55 30 as<br />
30 140 30<br />
100 140 145<br />
!s tt•ês etapes da explot•açâo das eot•t•entes<br />
eléeti•ieas de ot•igem eat•díaea<br />
Méd i co~Soc i a l es<br />
caracterizadas.<br />
mais ou menos o músculo cardíaco.<br />
HOSPI'I'.l 1<br />
(CONTINUA)<br />
por ] . - B. MILOV ANOVICH<br />
Em • T écniques Hospitaliéres<br />
et San itaires,<br />
Fevereiro <strong>1950</strong><br />
A electrocardiografia e o seu desmvolvímento mais recente,<br />
a vectocardiografia, era considerada, hd alguns anos, como um<br />
método empregado i'tnicamente pelos cardiólogos-especialistas e<br />
aplicado aos doentes portadores de perturbações cardíacas bem<br />
A precisão atingida pelos aparelhos e as informações<br />
de grande valor obtidas pelo diagnóstico e despistagem de<br />
lesões cardíacas não traduzidas por sintomas funcionais ou clínicos,<br />
permite considerar a extensão rdpida deste processo de investigação.<br />
Fora dos serviços especializados de cardiologia, o electrocardiógrafo<br />
e o vectógrafo, acham o seu lugar cada vez que se<br />
torna necessdrio precisar o valor e a resistência de um miocárdio,<br />
seja antes de uma intervenção cirúrgica, antes de uma anestesia<br />
ou ainda durante a evolução de uma afecção susceptível de lesar<br />
O mecanis_mo da síncope<br />
branca, a qual continua sendo uma das causas irredutíveis de<br />
morte súbita no início de uma anestesia geral, não esta ainda<br />
defenido com precisão se bem que o papel da adrenalina intra<br />
·suprarrenal e sua brusca libertação por perturbação do equilíbrio<br />
circulatório, parece extremamente importante. Um exame electrocardiografico<br />
preventivo e sistemático do coração será dentro em<br />
breve considerado como uma operac-ão de rotina, cujo esquecimento<br />
será imputado como uma falta ao anestesiologista responsdvel.<br />
Do mesmo modo, no decurso de numerosas doenças infecciosas, o<br />
miocdrdio pode ser tocado e importa descobrir as lesões antes que<br />
apareçam evidentes sinais clínicos. Sabe-se que a difteria, a febre<br />
tifóide e outras doenças infecciosas, comportam um importante<br />
Jloll'I'UG l .TE SES<br />
3'1'
isco de miocardite e este risco não parece deminuido pela aplicação<br />
dos antibióticos mais recentes.<br />
Ora, deverá praticar-se a grande cirurgia e cuidar-se de doen <br />
tes contagiosos em mais de 6oo hospitais metropolitanos, que há<br />
necessidade de equipar da maneira mais completa, afim de dar<br />
aos doentes a maior segurança possível. Cada um destes estabelecimentos<br />
deverá então possuir uma instrução que permita descobrir<br />
as perturbações eléctricas do coração. Poderá objectar-se que a<br />
interpretação dos traçados necessita dé um especiahsta qualificado<br />
e que se pode introduzir uma perigosa possibilidade de falsa segurança<br />
ao multiplicar os aparelhos cujos resultados devem ser controlados<br />
por pessoas qualificadas. R esponderemos a isto que a<br />
colheita . de um traçado e a s~ta interpretação são duas coisas diferentes<br />
e que nada se opõem ao desenvolvimento daquilo que é<br />
corrente nos Estados Unidos, nas regiões 1'urais onde os pequenos<br />
hospitais se encontram espalhados, e que consiste no envio do traçado<br />
ao serviço de cardiologia mais competente do centro hospitalar<br />
de ligação. Se a expedição é feita pelo correio o resultado<br />
pode ser ditado pelo telefone. Em caso de UrJ?ência a transmissão<br />
por belinograma é sempre possível e permite ie1' a 1'esposta do cardiologista<br />
competente em alg~ms minutos. Não é então quimérico<br />
prever, para a elt ct1'0cardingrafia, um desenvolvimento extremamente<br />
importante.<br />
Dr. R. F. BRIDGMAN<br />
Há um século que uma experiência<br />
bem conhecida, de Matteucci permite<br />
pôr em evidência a existência<br />
de descargas eléctricas contem porâneas<br />
de toda a actividade cardíaca.<br />
Ela consiste em observar a aparição<br />
de contracções de uma pata de rã<br />
seccionada por cima do joelho e provida<br />
do seu nervo. Para este efeito,<br />
basta aplicar este nervo à superfície<br />
do coração do animal para ver uma<br />
contracção breve no início de cada<br />
batimento. Este dispositivo notàvelmente<br />
sensível, pois permite pôr em<br />
evidência urna variação de potencial<br />
da ordem da milésima do volt, não se<br />
presta entretanto a um estudo qu 2<br />
litativo ou qantitativo, base de to ~<br />
o conhecimento científico. O estu ~<br />
preciso das correntes eléctricas ~<br />
coração não pôde ser encetado seDa<br />
graças ao electrómetro capilar d<br />
sábio físico francês Lippmann (181J<br />
O electrómetro é constituído poru ~<br />
pipeta capilar contendo mercúrio<br />
mergulhando em água acidu)ad<br />
Ligado por intermédio de dois cor<br />
d u tores à superfície do coração pos:<br />
a nu, o menisco, separando o Jlle:<br />
cúria, acha-se animado de oscilaÇ ~<br />
que são a expressão de variações ,<br />
potencial eléctrico de origem cardía~<br />
As aplicações médicas não estavam<br />
em questão e o ilustre Jaccoud<br />
resumia bem em 1870 a posição do<br />
problema quando notava que o estudo<br />
da «questão das propriedades electromotrizes»,<br />
exige mutilações prévias<br />
que tiram a estas investigações<br />
todo o carácter prático.<br />
Será suficiente ligar dois electrados<br />
aplicados à superfície da pele, ao<br />
electrómetro capilar de Lippmann<br />
para descobrir a electrocardiografia<br />
no homem (A. Waller, Londres 1887).<br />
Após um trabalho precursor indiscutível<br />
do engenheiro trances Ader<br />
(Academia das Ciências 1887, página<br />
1440), de que parece não ficou<br />
conhecimento, W. Einthoven- futuro<br />
Prémio Nobel da Física, 1924-<br />
criou este instrumento notável que<br />
e o galvanómetro de corda (1903),<br />
especia lmente adaptado ao registo<br />
de correntes eléctricas de origem<br />
cardíaca, e graças ao qual a electrocardiografia<br />
(Ecg.) devia conhecer<br />
uma tão alta fortuna.<br />
Apenas alguns anos mais tarde<br />
e sobre os próprios planos de Einthoven,<br />
L. Bull construiu no Instituto<br />
Marey (Paris), o primeiro electrocardiógrafo<br />
em França (1907).<br />
Desde a descrição do galvanómetro<br />
de Einthoven, principia toda uma<br />
Série de investigações experimentais<br />
e clínicas e a electrocardiogralia<br />
toma ràpidamente uma extensão<br />
considerável.<br />
Durante esta segunda etapa e<br />
Paralelamente a ela vão aparecer os<br />
Primeiros trabalhos de H. Mann<br />
(New-York), sobre um novo método<br />
nascido da electrocardiografia e que<br />
o seu autor chamava monocardiografia.<br />
Com efeito, uma curva única<br />
chegava para substituir os três registos<br />
(três derivações clássicas), efectuadas<br />
habitualmente com o aparelho<br />
de Einthoven.<br />
Na realidade, as coisas são mais<br />
complexas. O coração órgão volumétrico,<br />
apresenta uma repartição<br />
espacial, tridimensional dos potenciais<br />
eléctricos de que é sede. Para<br />
chegar a um conhecimento ao mesmo<br />
tempo tempo exacto e completo das<br />
correntes eléctricas do coração, é no<br />
espaço a três dimensões que deveremos<br />
estudá-lo. Após Savjaloff(1929),<br />
Schellong e Heller (1936), H. E. Hollmann<br />
e W. Hollmann (1937), Sulzer<br />
e Duchosal (1938), abordaram o problema<br />
da electrocardiografia e depois<br />
da Vectografia no espaço. Estes autores<br />
todavia distanciam-se dos padrÕes<br />
usuais e, ainda que o tronco<br />
do homem seja considerado como<br />
um meio condutor homogénio, comparável<br />
a uma esfera, os resultados<br />
assim obtidos destanciam-se pouco<br />
ou mui to dos traçados electrocardiográficos<br />
clássicos.<br />
Foi graças a uma concepção nova<br />
da significação espacial da electrocardiografia<br />
~nipolar, que nós chegámos<br />
desde 1946-1947, a obter vectogramas<br />
tridimensionais, mesmo a<br />
partir das derivações usuais. Esta<br />
solução tridimensional, original, nos<br />
permitiu criar uma vectografia ao<br />
mesmo tempo prática e precisa: a<br />
vectografia espacial unipolar. O aparelho,<br />
cuja realização e soluções<br />
electrónicas eu devo a uma colaboração<br />
estreita com o meu amigo,<br />
I<br />
l<br />
!<br />
I<br />
:<br />
i<br />
I<br />
!<br />
I<br />
~<br />
i<br />
i<br />
~<br />
I<br />
i<br />
!<br />
l<br />
I<br />
I<br />
:<br />
!<br />
'<br />
i<br />
I<br />
I<br />
I<br />
I<br />
38<br />
UO!iiPl'l'-' 1<br />
I>OitTUGl_lESES
I<br />
I<br />
l<br />
li<br />
o engenheiro P. Pouret -sob o<br />
nome de Cardiovectógrafo - põe o<br />
cardiologista na situação previlegiada<br />
do radiologista que examina<br />
um doente sob o écran. Olhando o<br />
tubo catódico, o médico vê directamente<br />
a marcha do processo de excitação<br />
eléctrica do coração, enquanto<br />
que os electrocardiogramas não lhe<br />
mostram senão aspectos parcelares,<br />
sob a forma de projecções lineares.<br />
E ainda que exista uma correlação<br />
estreita entre a electrocardiografia e<br />
a vectografia, e vice-versa, ràpidamente<br />
se nos afigurou que a vectografia<br />
era a um tempo mais simples<br />
e mais precisa. Mais simples, porque<br />
em lugar das doze derivações actualmente<br />
usuais, duas imagens são suficientes<br />
(uma vista de face e uma de<br />
perfil, por exemplo), para identificar<br />
o comportamento espacial eléctrico<br />
do coração; mais precisa porque; se<br />
os aparelhos com quatro ou seis derivações<br />
electrocardiográficas marcam<br />
um progresso certo em relação aos<br />
aparelhos de derivação única, para<br />
dar toda a sua medida, estes poligramas<br />
necessitam ser analizados<br />
uns em relação aos outros, quer<br />
dizer, transformados em monocardiogramas<br />
(A. Mann) trabalho considerável<br />
que o cardiovectógrafo<br />
efectua instantâneamente com uma<br />
precisão desigual a cada batimento<br />
do coração. O cardioectógrafo não<br />
é somente um vectógrafo; é também<br />
um electrocardiógrafo aperfeiçoado<br />
q ue permite o registo, pelo comando<br />
de um comutador único, ao lado de<br />
gresso, organizado pela Federação dos <strong>Hospitais</strong> Suíços (Veska) em<br />
que os principais assuntos tratados foram: a função dos hospitais;<br />
problemas de alimentação; o pessoal; problemas de economia hospitalar;<br />
questões técnicas; prob!tmas jurídicos, etc.<br />
Em França realizar-se-á em Junho de <strong>1950</strong> o Congresso dos<br />
Técnicos de Saúde, com o patrocínio da grande revista « Techni·<br />
ques Hospitalieres». Eis as suas principais secções: A) Medicina<br />
hospitalar; B) Arquitectura sanitária; C) Equipamento sanitário;<br />
D) Administração sanitária; E) Econ01nato; F) O doente.<br />
Portugal tem de acertar o passo com os países que lhe levam<br />
algum avanço em tais assuntos.<br />
Estamos certos de que todos os médicos, administradores,<br />
enfermeiros, arquitectos, engenheiros, funcionários do Estado, etc.,<br />
ligados aos hospítais, acorrerão a participar nesta conferência, a bem<br />
da assistência hospitalar em Portugal.<br />
E, com esta certeza, colocamos desde já as colunas desta<br />
revista à disposição de todos para nelas exporem os seus propó·<br />
sitos e pareceres.<br />
Pelo Ministro da Suécia, que<br />
propositamente se deslocou a<br />
Lisboa em 3 de Janeiro último,<br />
foram entregues ao Prof. Doutor<br />
António Egas Moniz a medalha<br />
de ouro e o diploma do Prémio<br />
Nobel de Medicina de I949·<br />
Esta altíssima distinção conferida<br />
ao grande cientista português,<br />
destina-se principalmente<br />
a galardoar a descoberta do valor<br />
terapêutico da leucotomia<br />
pre-frontal.<br />
É a vez primeira que aq<br />
prémio é atribuído a um portu·<br />
guês; daí o orgulho que tal<br />
representa para Portugal, e<br />
justificação das simpáticas h<br />
nagens que por toda a parte<br />
têm sido prestadas.<br />
Associamo-nos sinceram<br />
a estas homenagens, e a S. E:x. ,<br />
uma das maiores glórias ·<br />
nais, pedimos licença para<br />
sentar as nossas smceras<br />
tações.<br />
Do jornal do Médico publicado em 29 de Outubro último, transcrevemos,<br />
sem qualquer comentário, a seguinte «Nota à margem», a propósito dos<br />
exames para auxiliares de Enfermagem no Hospitdl de Santo António do Porto:<br />
«Acabam de realizar-se, no Hospital de Santo António, do Porto,<br />
exames para ajudantes de enfermeiros, a que concorreu um avultado número<br />
de candidatos.<br />
Os exames, embora realizados ao abrigo da legislação antiga, abrangiam<br />
conhecimentos sobre uri.n matéria suficientemente vasta, e os membros<br />
do júri souberam ser exigentes, sem, no entanto, serem exagerada mente severos.<br />
Consta que estes exames serão os últimos realizados ao abrigo da antiga<br />
legislação, e que, de futuro, todos os candidatos ao título de enfermeiro deverão<br />
possuir um mínimo de habilitações estabelecido por lei.<br />
Torna-se, efectivamente; necessário prestigiar e desenvolver os conhecimentos<br />
de uma classe que é imprescindível e cujos membros têm de ser<br />
apenas os auxiliares directos e imediatos dos médicos. Mas torna-se, ao<br />
mesmo tempo, necessário também que a essa classe sejam dadas as regalias<br />
e as remunerações compat1veis com uma vida decente e digna, norteada por<br />
boas normas de honestidade profissioBal.<br />
Somos, por educação e temperamento, contrários a tudo o que represente<br />
abuso ou desmando, e por isso nos não conformamos com certas veleidades<br />
de autonomias que por vezes se concedem aos serviços de enfermagem,<br />
furtando-os, quase por completo, à direcção e controle superior do médico;<br />
mas também não podemos compreender o enfermeiro semi-analfabeto, o<br />
Prático inculto, fazendo um penso com a mesma meticulosa uniformidade<br />
com que as andorinhas fazem os seus ninhos, indiferentes ao progresso do<br />
lllundo e das ciências.<br />
A profissão de enfermeiro vai, ao que parece, entrar em nova fase:<br />
n.uma fase de renovação, de modernização e de ampliação de conhecimelltos<br />
c.tentíficos. Como preparação básica, vai passar a exigir-se aos futuros profissionais<br />
da enfermagem civil habilitações liceais bastante vastas. Mas bom<br />
será não cair do exagero dos velhos enfermeiros semi-analfabetos, no outro<br />
exagero dos enfermeiros semi-doutores.<br />
. No meio está a virtude e os exames agora realizados, sob a presidên-<br />
Cia de um ilustre Inspector da Assistência Social, provam-no claramente».<br />
-12<br />
43
O internato nas Escolas<br />
de Enfe•·•nagem<br />
Determina o artigo I. 0 1<br />
§ 2. 0 do<br />
1<br />
Decreto-lei n. 0 36.219, que os cursos<br />
de enfermagem funcionem, quando<br />
possível, em regime de internato.<br />
É que não se concebe hoje o ensino<br />
da enfermagem em externato abso-<br />
1 u to, pois está assente que a profissão<br />
exige, além dos estritos conhecimentos<br />
técnicos uma formação<br />
cultural e uma disciplina de<br />
carácter que só em regime de internato<br />
obrigatório será possível<br />
facultar.<br />
A Escola do Doutor Ângelo da<br />
Fonseca que funciona nos <strong>Hospitais</strong><br />
da Universidade de Coimbra, desejando<br />
imprimir ao ensino a orientação<br />
que a lei e as últimas experiências<br />
impõem e, não dispondo de instalações<br />
para o internato, achou a<br />
solução curiosa -- e supomos que<br />
inédita entre nós- de contratar a<br />
aposentadoria das suas alunas com<br />
uma instituição particular de assistência:<br />
o Lar das Alunas-Enfermeiras<br />
de Coimbra.<br />
Todas as alunas são associadas<br />
desta instituição em cuja Comissão<br />
Instaladora funcionam como presidente<br />
o secretário da Escola, como<br />
· vice-presidente a Monitora e como<br />
tesoureira a Assistente Social dos<br />
<strong>Hospitais</strong> da Universidade.<br />
A Monitora tem residência obrigatória<br />
no Lar, onde vigia, orienta<br />
e forma as suas alunas.<br />
A experiência é curiosa e digna<br />
de ser estudada por todas as escolas<br />
que queiram cumprir o imperativo<br />
legal e actualizar os seus méto·<br />
dos de ensino, como fez a que fun·<br />
cio na sob a alta direcção do Prof. João<br />
Porto.<br />
l'Wol'as ••eformas<br />
Em obediência ao disposto no<br />
art. IL 0 do Decreto-lei n. 0 37-41i<br />
de r8 de Maio de 1949, foram já revis·<br />
tos os quadros do pessoal de enfer·<br />
magem dos <strong>Hospitais</strong> Civis de Lis·<br />
boa e dos da Universidade de Coiro·<br />
bra.<br />
Consta-nos que nenhuns destes<br />
profissionais ficaram satisfeitos coro<br />
o novo regime de vencimentos. E<br />
têm razão.<br />
Sempre se esperou que, após are·<br />
forma dos cursos de enfermagem,<br />
elevado o critério .de selecção e<br />
intensificada a preparação profissio·<br />
nal dos enfermeiros, paralelamente<br />
se melhorariam os vencimentos das<br />
várias categorias. Porém, o citado<br />
Decreto-lei n.n 37.418 ainda desta<br />
vez manteve a generalidade dos ven·<br />
cirnen tos anteriores: injustiça para<br />
os profissionais e pretexto para espe·<br />
culações várias.<br />
CIII'SO de Enfe•·•nageJU e Acção<br />
~oclal Colonial<br />
A 20 de Março, efectuou-se no<br />
Semi-inte:mato de Nossa Senhora<br />
da Conceição, na Rua do Sol ao<br />
Rato, sob a presidência do Sr. Mi·<br />
nistro das Colónias, a inauguração<br />
do Curso de Enfermagem e Acção<br />
Social Colonial a cargo das irm ãs<br />
Franciscanas Missionárias de Maria-<br />
Numa sessão solene, usaram da<br />
palavra o Rev. Padre Alves Pereira<br />
que agradeceu a presença do Ministro<br />
e salientou o interesse que o<br />
mesmo tem dispensado à obra missionária,<br />
o Sr. Dr. Braga Paixão e o<br />
Sr. Ministro das Colónias.<br />
Esta obra de grande alcance que<br />
vem prestigiar a nossa actual política<br />
no Ultramar, recebeu unânime<br />
e favorável aceitação, tanto por parte<br />
das outras corporações religiosas como<br />
do Governo.<br />
Frequentam este Curso, na sua<br />
primeira fase, 24 religiosas, as quais<br />
terminada a aprendizagem, seguirão<br />
para o Ultramar.<br />
Quase todas as Ordens se fizevV<br />
A P PLER<br />
A. C. M. I.<br />
ram representar com alunas neste<br />
Curso. Eis a relação dessas alunas:<br />
Franciscanas Missionárias de Maria,<br />
com 2; Franciscanas Hospitaleiras,<br />
com 2; S. José de Cluny, com 2;<br />
Franciscanas de Calais, com 4; Apresentação<br />
de Maria, com 5; Congregação<br />
da Senhora das Vitórias, com 2;<br />
Beneditinas religiosas, com 2; Missionárias<br />
do Espírito Santo, com r;<br />
Reparadoras do Sagrado Coração de<br />
Jesus, com 3·<br />
O Hospital Colonial e o Instituto<br />
de Medicina Tropical prontificaram<br />
-se a colaborar neste alto serviço<br />
prestado à saúde das populações<br />
coloniais.<br />
AMEHICAn CVSTOSCOPE MAKEHS lnC<br />
UROLOGIA. DIATERMIA, GASTRO COE lA , BRONCOSCOPIA,<br />
T ORA COSCOP!A, E LECTRl ·MEDICINA , ELECT ROCIRURGIA<br />
: : : : : : : : : : E OTO-Rl N O-LARl ~GO L OG I A : : : : : : : : : :<br />
I NSTRUMENTOS RECTAIS, AB DOMI NAIS E P ÉLVICOS, ETC.<br />
•<br />
YV. A. BAUM Co. INC.<br />
MODELOS PORT.ATElS, DE PAREDE E DE CONSULTÓRIO<br />
•<br />
REPRESENTA ÇÕES EXCLUSIVAS DE<br />
JAYME ALVES BARATA, LIMITADA<br />
FA RM AC I A<br />
B A R RA L<br />
S E C ÇÃ O DE MATERIAL CIR Ú R G ICO<br />
Rua Áurea, 124-1 .o-lisboa-Telef. 31531<br />
l'OJtTUGUESES
I ,III~~'~ ~--~~--, ~~ ~' ~~~~~ há quem te~ha dúvidas .sé~ias . ~.<br />
---'1~--~~- {! Jl L~ ~---~~-~ ~~ -~ l -~--~~,~ ~ vandaria, armazens, secretarias, etc.)<br />
'--------' "--' __ I__ ~-"~ .L ~- ~""~ '--~ -~- ~- }., ._ --~- ~ --~---~ --~'"~ Em vez de dispersar hospitais, nao<br />
Os tlil'igentes tlepôem<br />
Em boa hora oferecemos aos hospitais<br />
de Portugal o meio de exporem<br />
publicamente os seus problemas<br />
e as suas necessidades.<br />
Chegam-nos dia a dia depoimentos<br />
de dirigentes de hospitais onde<br />
as questões são ventiladas com sentido<br />
prático e honesto propósito de<br />
trabalhar a bem dos hospitais portugueses.<br />
Neste número publicamos o trabalho<br />
do Ex.mo Sr. Dr. Fernando<br />
Calisto Moreira, ilustre Provedor<br />
da Misericórdia de Aveiro e a cuja<br />
obra tivemos ocasião de nos referir<br />
logo no n. 0 r desta revista.<br />
O trabalho «Ligeiras considerações<br />
acerca das dificuldades com que<br />
lutam as Misericórdias», sendo objectivo<br />
e claro, aborda alguns problemas<br />
dos mais instantes da nossa<br />
organização. O auxílio às Misericórdias;<br />
o problema da ligação entre<br />
a assistência e a previdência; o defeito<br />
de 'visão no equipamento de<br />
mui tos dos nossos hospitais ; o<br />
esquema de serviços a montar nos<br />
hospitais subregionais, etc., aparecem<br />
ràpidamente neste trabalho e<br />
sempre lhes é apontada uma solução<br />
digna de estudo.<br />
'l"""i ''1"'1 'I'''~ ~----''I I" 'I'"~ ri_ J Jl ~ seria preferí ve.l aumenta r a lotação de<br />
t l' t IJ U'"t ll i\ :"d 1 g~~ss:o: ~~;~;~;r d~~Z~r~~t:-;:;<br />
''~ estmado a asilo psiq u1atnco, - co-<br />
Felicitamos, pois, o sr. Dr. Fer·<br />
nando Moreira.<br />
E a Revista fica aberta a todo!<br />
os que, com o mesmo espírito, que i·<br />
ram trabalhar nesta obra eminente·<br />
mente nacional.<br />
É preciso que os dirigentes deponham<br />
perante a Nação com clareZI<br />
e lealdade.<br />
O t·ouveuto de Lorvão<br />
Este belo edifício situado no ce n·<br />
tro do país, em lugar retirado, vai<br />
deixar de ser a colmeia vergonhas<<br />
de famílias miseráveis que em telll·<br />
pos de perseguição religiosa ali fora rr<br />
instaladas. ~<br />
mo também já ouvimos -as objecções<br />
formuladas parecem valer<br />
igualmente.<br />
A Delegação do Instituto<br />
de llssistêucia à Família<br />
em Coimbra<br />
Eis alguns números que dão o<br />
índice exacto da obra realizada em<br />
Coimbra pelo Instituto de Assistência<br />
à Família:<br />
O Serviço Social dispendeu,<br />
no ano de 1949, 31o.8r5$oo com<br />
553 famílias, cujos problemas económicos<br />
e morais foram especialmente<br />
revelados através do inquérito hospitalar.<br />
o Decreto-lei n.o 37<br />
.621 de 13d1 IEDIUI~A..<br />
Novembro autoriza o Ministério da! Sob esta epígrafe aparece, hoje<br />
Obras Públicas a promover a cons e de futuro, uma nova secção desta<br />
tru ção de um agrupamento de 30 ca· revista onde serão incluídos artigos<br />
sas para as famílias a desalojar dr . origin;is ou seleccionados de revismagnífico<br />
edifício, o qual será ~ t tas similares, sobre assuntos de mepois<br />
adaptado a hospital de ahe· dicina e cirurgia gerais e de uma<br />
nados. ou outra especialidade. Procurared<br />
os aprovam 1ncon · d'<br />
To IClO<br />
· nal mos escrever ou reproduzir artigos<br />
mente a solução dada ao problerll de marcado interesse médico-cirúrhahitacional<br />
das tais famílias mise gico, como os que dizem respeito a<br />
ráveis. Mas quanto a criar mais u ~ novas técnicas semiológicas e terahospital<br />
de alienados, num edifíclí Pêuticas, os problemas clínicos do<br />
de adaptação cara, o qual obrigar hospital moderno, etc., etc.<br />
a criar novos serviços (cozinhas, la A direcção desta secção e bem<br />
A assistência prestada revestiu<br />
as seguintes modalidades:<br />
Alimentação (8.584 refeições),<br />
utensílios de trabalho (a 43 famílias),<br />
çasamentos e baptizados (14), conforto<br />
doméstico (mobílias, camas,<br />
colchões, roupas de cama e outros<br />
utensílios) a 81 famílias, colocações<br />
familiares (5 crianças), educação e<br />
instrução (ro crianças), receitas<br />
(óculos, cintas para operados e parturientes<br />
e aparelhos ortopédicos)<br />
a 21, rendas de casa ( 355 ), reparação<br />
de habitações (4), transportes (7),<br />
internamentos em Sanatórios e outras<br />
Instituições (8), empréstimos(rr),<br />
invalidez (76), vestuário e calçado<br />
(273 adultos).<br />
Além da assistência acima indicada<br />
foram distribuídas roupas e<br />
calçado a 1.255 crianças.<br />
Ao Ex.mo Delegado, sr. Dr. Joaquim<br />
Machado de Araújo as nossas .<br />
felicitações pela magnifica obra de<br />
assistência que está realizando.<br />
UIRIJRGIA.. ESPEUIALIDA.DES<br />
assim toda a orientação técnica darevista<br />
foi confiada ao Ex. mo Sr. Dr. Manuel<br />
Ramos· Lopes, · Assistente da<br />
Faculdade de Medicina de Coimbra<br />
que, desta forma acedeu a colaborar<br />
na campanha que aqui desenvolvemos<br />
em prol da assistência em Por-·<br />
tugal.<br />
Para os nossos lei tores vai a<br />
certeza do muito que valorizamos<br />
a publicação com a chefia do Sr.<br />
Dr. Ramos Lopes, ao qu al apresentamos<br />
aqui amigos cumprimentos<br />
de boas vindas.<br />
'<br />
I
do<br />
essa gratificação, para cada caso,<br />
sob proposta dos respectivos governadores.<br />
Estas gratificações serão atribuídas<br />
independentemente de qualquer<br />
outro benefício.<br />
:1- Em missão oficial do Ministério<br />
das Colónias, seguiram em 26<br />
de Dezembro último para a Guiné<br />
Portuguesa os srs. Drs. Carlos Pinto<br />
Trincão e Egídio Rocha de Gouveia,<br />
respectivamente profe·ssor e assistente<br />
livre do Instituto de Medicina<br />
Tropical, aonde foram proceder a<br />
estudos relativos à doença do sono.<br />
:I-No Diário do Gove1'110 de ro<br />
de Novembro ultimo foi publicado o<br />
Decreto n.o 37.602 que veio alterar<br />
a redacção do Decreto n.o 34-417, no<br />
art. 83. 0 1 permitindo que no quadro<br />
cialidade não for classificada e titu·<br />
lada pela Ordem dos Médicos.<br />
~ -A portaria n.o 13.058, de 2i<br />
de Janeiro, reconhecendo a necessi·<br />
Hospital Central de Luanda- Residência do director<br />
de cirurgiões e especialistas possam<br />
ser providos não só os médicos que<br />
façam prova de habilitação bastante,<br />
reconhecida pela Ordem dos Médicos,<br />
mas ainda e supletivamente<br />
aqueles cuja habilitação seja reconhecida<br />
pela Repartição dos Serviços<br />
de Saúde e Higiene do Ministério<br />
das Colónias, enquanto tal espe-<br />
Co1t~resso<br />
Para maior elucidação dos nossos<br />
leitores e, dando satisfação a um<br />
pedido formulado pelo director da<br />
magnífica revista francesa «Techniques<br />
hospitalieres», damos aqui mais<br />
alguns pormenores desta importante<br />
reunião que se realizará em Paris<br />
de 6 a 9 de Junho próximo.<br />
O congresso funciona com 6 comissões<br />
já enumeradas a páginas 42<br />
desta revista.<br />
Cada comissão será presidida por<br />
uma personalidade especializada e<br />
nela funciona ·um relator geral que,<br />
conhecendo antecipadamente o texto<br />
de todas as comunicações, dirigirá<br />
os trabalhos.<br />
Paralelamente ao Congresso, organizou-se<br />
uma exposição de todas<br />
as realizações de saúde pública, com<br />
. ·{ Planos e requções de hospitais, esdade<br />
de tornar extens1 v a aos me 1 quem as de organização sanitária,<br />
cos e demais pessoal em contac:o documentos fotográficos, bibliogradiá<br />
rio com os leprosos, nas colo· tia, aparelhagem etc.<br />
· t'f - d o; bre 0 '<br />
mas, a gra 1 1caçao e 50 o so Algumas organizações sanitárias<br />
vencimento-base, nas mesmas con· de vários países garantiram a sua<br />
dições em que é atribuída pelo pe· representação neste congresso que<br />
ngo<br />
· d<br />
e contagw,<br />
· ·<br />
ao pessoa<br />
1 d 0 Hos·<br />
. adquire assim curioso carácter interpi<br />
tal-Colónia Rovisco Pais, au to~J z3 nacional.<br />
o Ministério das Colónias a flxal<br />
dos Tée11ieos fia Saí1de<br />
Pai·is- G a 9 de Junllo<br />
Para terminar, eis a ordem dos<br />
trabalhos do congresso:<br />
A) Medicina hospitalar- Técnicas<br />
puras; administração médica;<br />
médicos e especialistas ; clínicas<br />
ab€rtas, etc.<br />
B) Arquitectura sanitária - Construção<br />
de hospitais, sanatórios, preventórios,<br />
hospitais psiquiátricos,<br />
centros di versos, e te.<br />
c) Equipamento sanitário-equipamento<br />
técnico, médico e cirúrgico<br />
-Aquecimento, refrigeração, ventilação,<br />
electricidade, água, etc.<br />
n) Administração hospitalar -<br />
planejamento, organização, mecanização,<br />
administração, pessoal, serviços<br />
especiais, etc.<br />
E) Economato-dietética - Economato,<br />
alimentação, cozinhas, desinfecção,<br />
serviços económicos e<br />
gerais, etc.<br />
F) O doente - conforto, distracções<br />
intelectuais, educação, cultos,<br />
serviços especiais, reeducação, readaptação,<br />
etc.<br />
O secretariado geral está instalado<br />
em Paris- Rua de Chateaudun,<br />
ro.<br />
48<br />
aJJ I'OllTUGlTESES<br />
BOSPI T ,
Dr. Vaue 11. Roge- Acaba de nos chegar ·a grata notícia de<br />
o Dr. Vane M. Hoge, Chefe da Repartição de Construções Ho<br />
dos Estados Unidos, foi nomeado<br />
adjunto do «Bureau of Medical<br />
o mais importante departamento<br />
americano dos serviços de saúde pú<br />
Já no primeiro número desta<br />
demos uma resenha biográfica do Dr.<br />
como introdução do trabalho «Bases e<br />
nos para um hospital» que ele em Portu<br />
gentilmente acedeu a difundir por<br />
intermédio.<br />
Dissemos então que o Dr. Hoge<br />
das · figuras mais conhecidas na A<br />
em matéria de organização hospitalar,<br />
era dos autores mais lidos e a<br />
em tais assuntos.<br />
A sua promoção só<br />
com a maior sinceridade<br />
enviamos as mais amigas felicitações.<br />
F'aJ•macêutieo Jaime ' raJougo- Natural de<br />
Barcelos, exerceu a sua actividade no Hospital de Joaquim<br />
Urbano até 3 de Setembro último, data em que atingiu<br />
o limite de idade.<br />
Foi encarregado várias vezes pelo Governo de missões<br />
especiais, onde a sua alta competência e o entusiasmo<br />
com que tratava todos os assuntos relacionados com a farmácia<br />
hospitalar, se revelaram abundantemente.<br />
No dia em que, por imposição legal, teve de abandonar<br />
o serviço foi alvo de simpática homenagem de<br />
todo o pessoal clínico, administrativo e farmacêutico do hospital onde<br />
balhou.<br />
Ao chegar-nos a notícia do seu falecimento, «<strong>Hospitais</strong> <strong>Portugueses</strong>~<br />
que teve a honra de publicar um trabalho do farmacêutico Jaime Valongo,<br />
•a•,•u'--"'·se sentidamente ao pesar da sua ilustre família.<br />
D. rtlaJ•ia Elvh•a Almeida GlõJ•ia- Natural do Porto, formou-se<br />
ali, na Faculdade de Farmácia no ano de 1939·<br />
........ 111'1 Iniciou a sua carreira na farmácia do Hospital de<br />
Joaquim Urbano onde esteve até que, com a criação da<br />
Delegação do Instituto Maternal na cidade do Porto, para<br />
ali passou a prestar serviços da sua especialidade.<br />
Em Novembro de 1948, voltou, por opção, àquele<br />
hospital onde se conserva ainda, ascendendo agora ao<br />
grau mais alto da hierarquia farmacêutica do estabelecimento.<br />
Os nossos sinceros cumprimentos de felicitações e<br />
a certeza de que muito lucrará o Hospital de Joaquim<br />
Urbano com a sua inteligente e dedicada actuação.<br />
Dr. Luís de Couto rtlonlz- Um grupo-de amigos e admiradores<br />
prestou significativa homenagem ao Sr. Dr. Luís de Couto Moniz, que<br />
exerce a sua actividade desde há bastantes anos no Hospital da Ordem<br />
de S. Francisco.<br />
O programa abriu com uma missa em acção de graças. Ao almoço<br />
presidiu o homenageado, tomando lugar à mesa individualidades de destaque<br />
no Porto e norte do País.<br />
Em todas as manifestações se procurou salientar as distintas q ualidades<br />
do Sr. Dr. Couto Moniz.<br />
Professo•· Douto•· FJ•aneiseo Gentil - Pela Sociedade Brasileira<br />
de Ginecologia foi enviada a este ilustre PrOfessor, Presidente da<br />
Comissão Directora do Instituto Português de Oncologia, o diploma que lhe<br />
confere o honroso título de sócio honorário daquela agremiação científica.<br />
A S. Ex.a pedimos licença para nos congratularmos com a alta e merecida<br />
distinção que do Brasil lhe .é conferida.<br />
I'OilTUGUESES<br />
õl
<strong>Hospitais</strong> _Civis de Lisboa<br />
A portaria n. 0 I3.oro, publicada<br />
no Diário do Governo de 13 de Dezembro<br />
último, aprova o mapa do<br />
pessoal de enfermagem dos <strong>Hospitais</strong><br />
Civis de Lisboa.<br />
O quadro fica constituido por<br />
676 unidades de trabalho, mas alguns<br />
dos lugares ficam cativos para só<br />
poderem ser preenchidos mediante<br />
prévia autorização do Ministério das<br />
Finanças.<br />
-A partir de r de Janeiro último<br />
deixou de ser permitido aos doentes<br />
hospitalizados nos <strong>Hospitais</strong> Civis de<br />
Lisboa receberem comidas dos visitantes.<br />
Aplaudimos sinceramente tal<br />
medida.<br />
-Foi reformado o regime de internato<br />
e externato médicos destes<br />
<strong>Hospitais</strong>, que agora funcionará em<br />
bases de maior eficiência.<br />
-No dia r de Janeiro último,<br />
o sr. Subsecretário da Assistência<br />
inaugurou, no Hospital dos Capuchos,<br />
um novo bloco operatório, apetrechado<br />
com os mais modernos aparelhos.<br />
Est bloco operatório, melhoramento<br />
que foi da mais alta importância<br />
e maior utilidade para aquele<br />
estabelecimento, compõe-se dedu<br />
salas, cada uma com duas mes<br />
operatórias, sendo uma para mulh<br />
res e outra para homens; duas sala<br />
de anestesia; uma de esterilizações<br />
uma de Raios X, móvel,<br />
nal cirúrgico.<br />
llost)ltais da Universidade<br />
tle Cointbt•a<br />
As portarias n.os 13.051 e 13.09<br />
de n de Janeiro do ano correntf<br />
publicam os novos quadros de pes<br />
soal do maior estabelecimento bo<br />
pitalar do centro do país.<br />
Mais tarde foi feita a distribu·<br />
ção do pessoal pelos novos carg'<br />
ficando, nos principais lugares,<br />
seguintes funcionários:<br />
Director, Prof. Doutor João Mar'·<br />
Porto; Administrador, Dr. CorioJan<br />
Ferreira; Chefe de Contabilidadr<br />
Dr. Rui Henrique dos Santos; Chel<br />
dos Serviços Farmacêuticos, Dr·<br />
Maria do Céu Nunes Granada ; Chel:<br />
dos Serviços de Raios X, Dr. Ant'<br />
nio Fonseca ; Chefe dos Serviços d.<br />
Transfusão de Sangue, Dr. T e odo~<br />
Mendes; Directores de Clínicas, ~<br />
Professores da Faculdade de Me di<br />
cina que ali regem às cadeiras Cotresponden<br />
tes.<br />
lUise.ll.'lcOJ•dla de ltlat•vão<br />
Por portaria publicada no Diário<br />
do Governo, de 21 de Janeiro,<br />
foi extinto o Centro de Assistência<br />
Social de Marvão, cujos estatutos<br />
tinham sido aprovados em I7 de<br />
Agosto de 1945, e integrados os respectivos<br />
bens no património da Santa<br />
Casa da Misericórdia daquele concelho,<br />
impondo-se a esta obrigação de<br />
m~nter e desenvolver os serviços que<br />
pertenciam ao referido Centro.<br />
llospltais Escolares de Lisboa<br />
e Pot•to<br />
O Decreto-lei n. 0 37.643 de ro<br />
de Dezembro último aumentou em<br />
ro:ooo.ooo$oo o limite dos encargos<br />
de construção destes <strong>Hospitais</strong>. Tudo<br />
nos leva a crer que, mercê dos<br />
novos meios financeiros postos à<br />
disposição da Comissão encarregada<br />
da construção destes blocos hospitalares,<br />
as obras entrarão em novo<br />
ritmo e que teremos brevemente o<br />
contentamento de anunciar a sua<br />
entrada em actividade, a bem da<br />
assistência nacional.<br />
llospltal-Colonla Rovisco<br />
Pais<br />
O Decreto-lei n. 0 37.522, com<br />
data de r8 de Novembro, manda<br />
eletinguir em 31 de Dezembro de<br />
1 94~ a Comissão de Obras nomeada<br />
Pelo Decreto·lei n. 0 29.122 para exe-<br />
éuçâo das instalações destinadas<br />
àquela leprosaria, hoje denominada<br />
Hospital-Colónia Rovisco Pais.<br />
As funções desta Comissão passam<br />
para a Direcção-Geral dos Edifícios<br />
e Monumentos Nacionais.<br />
A Comissão de Obras mandada<br />
agora extinguir era constituída pelos<br />
srs. Professor Doutor Bissaia<br />
Barreto,. Engenheiro Maçãs Fernandes<br />
e Arquitecto Carlos Ramos.<br />
Instituto Pol'tnguês<br />
de Oncologia<br />
Pelo Ministério das Obras Públicas<br />
foi concedido à Comissão Administrativa<br />
dos Novos Edifícios Hospitalares<br />
um subsídio de 400 contos<br />
para as despesas a realizar com a<br />
aquisição de equipamento destinado<br />
ao bloco hospitalar do Instituto Português<br />
de Oncologia.<br />
- Acaba de ser remodelada a<br />
constituição da Comissão Directora<br />
deste Instituto. Passa a ser composta<br />
por 5 membros efectivos e<br />
3 substitutos, todos escolhidos pelo<br />
Ministro da Educação Nacional, de<br />
entre pessoas de reconhecida idoneidade.<br />
O mesmo Ministro designará os<br />
membros efectivos que deverão desempenhar<br />
as funções de presidente,<br />
vice-presid{'nte e secretário da Comissão.<br />
Asilos de Olhão e Hospital<br />
de Fat•o<br />
Pelo Clube Português de Buenbs<br />
Aires foi aberta uma subscrição a<br />
'<br />
UOSJ•I'f,tl' I'Oit'I'UGUESES<br />
53
'<br />
favor dos asilos de Olhão e do Hospital<br />
de Faro que sobe já a mais de<br />
9 mil pesos.<br />
O sr. João Maria dos Reis, português<br />
de gema, contribuiu sozinho<br />
com 2 mil pesos.<br />
Jlospital llilitaJ• de Doenças<br />
Infecto-Uontagiosas<br />
Acaba de ser criado este Hospital<br />
por meio de desintegração dos<br />
serviços equivalentes até aqui a<br />
cargo do Hospital Militar Principal.<br />
Para o novo Hospital vão ser<br />
aproveitadas as instalações do antigo<br />
Hospital de Belem e da actual<br />
secção de infecto- contagiosos do<br />
Hospital Militar Principal.<br />
SanatóJ•io llaJ•íthno do Outão<br />
Vai ser remodelado e ampliado<br />
este Sanatório Marítimo para o que<br />
se contrataram obras que atingem a<br />
cifra de 1:695.841$oo a dispender nos<br />
anos de <strong>1950</strong> e 1951.<br />
Ulínlca Infantil DI'. llário<br />
Pais tle Sousa<br />
Por iniciativa da Junta de Freguesia<br />
da Lapa, foi criada uma Clínica<br />
Infantil que funcionará numa<br />
casa cedida pelo falecido provedor<br />
da Misericórdia de Lisboa, Dr. Mário<br />
Pais de Sousa.<br />
A nova clínica prestará assistência<br />
a numerosas crianças até aos<br />
5 anos, ministrando-lhes alimentação<br />
e velando pela sua saúde até à<br />
idade escolar. Haverá também consultas<br />
pré e post-natais e as<br />
terão direito a medicamentos.<br />
Jlospital da l1Jise•·lcó•·dla<br />
de Al111ada<br />
Tendo-se notado li 1 ti mame<br />
grande movimento nas cons<br />
externas deste Hospital, a<br />
deliberou ampliar os respec<br />
serviços e alterar os horários<br />
passam a ser os seguintes: Ciru<br />
-Terças, quintas e sábados às<br />
horas ; Medicina - Quartas, s<br />
e sábados às 10 1<br />
30 horas; O<br />
logia- Terças e sábados às rs<br />
ras; Obstetrícia- Quartas às<br />
horas ; Fisicoterápica - Segu<br />
quartas e sextas às 8,45 horas.<br />
,<br />
AGUA<br />
RÁD<br />
DE<br />
O-AZOTA<br />
PODEROSO AUX ILIAR NO TRA·<br />
TA~IENTO DOS ENF'RAQUECJDOS<br />
Distribuidor em Coimbra:<br />
J. Sf~~A, LIMIT AV4<br />
R. :::largento-Mór, 42-1.'<br />
Telefone 4866- A parta do 123<br />
IIOSP<br />
o<br />
n. 0 13:031, de 5 de Janeiro de <strong>1950</strong><br />
Manda o Governo da República<br />
esa, pelo Ministro do Inteaprovar,<br />
sobre proposta da Di<br />
Geral de Saúde, nos termos<br />
n.o 1. 0 da base IX da Lei n.o 2:036,<br />
9 de Agosto do corrente ano,<br />
vido o Conselho Superior de Hie<br />
Assistência Social, a segcinte<br />
das doenças contagiosas de<br />
ão obrigatória que substia<br />
tabela constante da Portaria<br />
10:r69, de 22 de Agosto de 1942:<br />
r- Anquilostomíase.<br />
2- Bilharzioze.<br />
3- Brucelose (febres ondulan-<br />
4- Carbúnculo.<br />
5- Cólera.<br />
6- Difteria.<br />
7- Disenterias bacilar e ami-<br />
8 --.: Encefalite letárgica.<br />
9 - Escarlatina.<br />
I?- Espiroq uetose ictero-hemor-<br />
Ir - Febre amarela.<br />
I2- Febres recorrentes.<br />
I3- Febres tifóide e para tifóide.<br />
14- Hepatite epidémica.<br />
Is- Kala-azar.<br />
GUESES<br />
16- Lepra.<br />
17- Meningite cerebrospinal.<br />
18- Peste.<br />
19 - Poliomielite.<br />
20- Psitacose humana.<br />
21- Sezonismo.<br />
22- Sodoku.<br />
23- Tifo exantemático e outras<br />
Ricktsioses.<br />
24- Tosse convulsa.<br />
25 - Tracoma.<br />
26- Varíola (ou variolóide) e alastrim.<br />
27 - Doenças venéreas em período<br />
de contágio: sífilis, blenorragia,<br />
cancro mole, linfogranuloma<br />
(doença de Nicolas-Favre).<br />
Pessoal das lliserlcóJ•dias<br />
O sr. Subsecretário de Estado<br />
das Corporações e Previdência Social<br />
proferiu um despacho, publicado<br />
no Boletim do Instituto Nacional<br />
de Trabalho e Previdência (ano<br />
XV1 1 n. 0 24 1 pág. 516), segundo O<br />
qual fica entendido que não estão<br />
sujeitos às obrigações sindicais os<br />
indivíduos que intermitentemente<br />
trabalhem num cinema pertencente<br />
a uma Santa Casa da Misericórdia.<br />
A irregularidade de funcionamento<br />
do referido cinema tira àqueles indi-
víduos o carácter de profissionalismo,<br />
pelo que lhes é de aplicar o<br />
principio firmado em anteriores despachos,<br />
de que um trabalhador que.<br />
preste serviços menos de 10 dias por<br />
mês na sua profissão está dispensado<br />
de contribuir para o Sindicato<br />
respectivo.<br />
cesso comum não constitúi nu·<br />
lidade atendível, por dela ná1<br />
resultar uma diminuição da!<br />
garantias do réu.<br />
II - Não carece a Misericórdia 01<br />
provar que o prédio já foi apli<br />
cado à assistência nem qG:<br />
ÍNDICE PUBLICITA RIO<br />
As Itlise••icói'dias<br />
e o inquilinato<br />
Publicamos a seguir o sumano<br />
do acórdão da Relação de Coimbra,<br />
com data de 6 de Janeiro de 1948 e<br />
inserto na Revista de justiça, ano<br />
XXXII, pág. 3II:<br />
«I -A acção própria para as Misericórdias<br />
obterem a rescisão<br />
de um contrato de arrendamento,<br />
ao abrigo do artigo 10. 0<br />
do Decreto n. 0 20.285, de 7 de<br />
Setembro de 1931, é a de despeJO.<br />
Mas o emprego de pro-<br />
ele voltou a ser necessário I<br />
esse fim; basta somente pr<br />
var que obteve autorização o:<br />
Direcção-Geral da Assistênc<br />
para a rescisão do contrato.<br />
III- O Decreto n. 0 20.285, apes<br />
de publicado em 7 de Setem<br />
bro de 1931, é aplicável a u ~<br />
contrato de arrendamento cel<br />
brado em 1942, no qual inter<br />
vieram apenas a Misericórdi·<br />
o inquilino e um .fiador, se n<br />
contrato se não fez a decla ra<br />
ção de que o inquilino era sG<br />
cessar dos direitos de anteri<br />
res inquilinos >>.<br />
li<br />
Actividades seguradoras<br />
Companhia de Seguros «A Sociab.<br />
A litnc11tação e dietetica<br />
Lacticínios de Aveiro, Limitada.<br />
Materiais e actividades de construção<br />
Adelino Dias Costa & c.a Limit ..<br />
.1! ateria/ médico· cirúrgico<br />
Farmácia Barra] .<br />
Kodak, Limited<br />
V. Reis, Limitada<br />
Mobiliário, adornos e equipammtos<br />
Adelino Dias Costa & c.a Limit ..<br />
20<br />
I9<br />
20<br />
45<br />
20<br />
20<br />
EXPOSIÇÃO REGIONAL DE COIMBRA<br />
DE 8 A r8 DE JULHO DE <strong>1950</strong><br />
(Por ocasião das Festas da Rainha Santa)<br />
COMÉRCIO 1/ IN DOSTRIA 11 ARTES PLASTICAS<br />
Produtos químicos e farmacêuticos, águas minerais, ferros forjados,<br />
louças domésticas, artísticas e regionais, cobres martelados, materiais<br />
de construção, automóveis, camionetas, máquinas de costura,<br />
material eléctrico, actividades seguradoras, etc., etc.<br />
Jnjormaç6es; COMISSÃO ORGANIZADORA - Avenida Sá da Bandeira, 90 -92<br />
Telef. 2843- COIMBRA<br />
Produtos Químicos e Farmacêuticos<br />
Farmácia Barrai .<br />
Instituto Pasteur de Lisboa.<br />
Tet·mas e águas mi11e1·ais<br />
J. Serra, Limitada<br />
Comét·cio e btdústria (geral)<br />
Exposição Hegional de Coimbra.<br />
Assinatura anual . { metrópole, colónias, Espanha e Brasil<br />
(pagame nto adia ntado) outros países. • • • • . • • • .<br />
Número avulso<br />
Cobrança pelo correio mais<br />
PUBLICA-SE TRIMESTRALMENTE<br />
45<br />
(capa)<br />
54<br />
60$00<br />
80$00<br />
20$00<br />
5$00
CRYPTIODOL<br />
IODOTERAPIA<br />
INDICAÇÕES<br />
ARTERIOSCLEROSE, HIPERTENSÃO ESSENCIAL,<br />
REUMATISMO CRÓNICO, LINFATISMO, ESCRO<br />
FULOSE, SÍFILIS TERÓARIA, ENFISEMA PULMONAR,<br />
ASMA, BRONQUITE ·CRÓNICA, GOTA, ETC.<br />
LABORATÓRIOS<br />
DO<br />
INSTITUTO PASTEUR DE LISBOA