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Hospitais Portugueses n.º5 janeiro-março 1950

HOMENAGEM AO EX.MO SR. DR. TRIGO DE NEGREIROS PALAVRAS DE FÉ LIGEIRAS CONSIDERAÇÕES ACERCA DAS DIFICULDADES COM QUE LUTAM AS MISERICÓRDIAS FALANDO DE HOSPITAIS O INQUÉRITO HOSPITALAR E O SENTIDO SOCIAL DO INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA À FAMÍLIA O QUARTO CENTENÁRIO DO PATRONO DOS HOSPITAIS, ENFERMOS E ENFERMElROS A ORDEM HOSPITALEIRA DE S. JOÃO DE DEUS BASES E PLANOS PARA UM HOSPITAL MEDICINA, CIRURGIA, ESPECIALIDADES ENFERMAGEM COISAS GRANDES ... E PEQUENAS NOTÍCIAS DO IMPÉRIO GENTE DOS HOSPITAIS NOTÍCIAS DOS HOSPITAIS O HOSPITAL E A LEI

HOMENAGEM AO EX.MO SR. DR. TRIGO DE NEGREIROS
PALAVRAS DE FÉ
LIGEIRAS CONSIDERAÇÕES ACERCA DAS DIFICULDADES COM QUE LUTAM AS
MISERICÓRDIAS
FALANDO DE HOSPITAIS
O INQUÉRITO HOSPITALAR E O SENTIDO SOCIAL DO INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA À FAMÍLIA
O QUARTO CENTENÁRIO DO PATRONO DOS HOSPITAIS, ENFERMOS E ENFERMElROS
A ORDEM HOSPITALEIRA DE S. JOÃO DE DEUS
BASES E PLANOS PARA UM HOSPITAL
MEDICINA, CIRURGIA, ESPECIALIDADES
ENFERMAGEM
COISAS GRANDES ... E PEQUENAS NOTÍCIAS DO IMPÉRIO
GENTE DOS HOSPITAIS
NOTÍCIAS DOS HOSPITAIS
O HOSPITAL E A LEI

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HOSPITAIS<br />

PORTUGUESES<br />

N.o 5 ~ JANE I RO-MA R Ç O ~ <strong>1950</strong>


HOSPITAIS PORTUGUES.ES<br />

REVISTA DE ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO HOSPITALAR<br />

DIRECTOR, PROPRIETÁRIO E EDITOR:<br />

c o R lO L A NO FERRE 1 R A<br />

ADMINISTRADOR: EVANISTO DE MENEZES PASCOAL<br />

REDACÇÃO E<br />

ADMINISTRAÇÃO:<br />

RUA VISCONDE DA Luz, roo-2,0<br />

Telefone 2276<br />

COIMBRA<br />

Composto e impresso na Tip. da «Atlântida1<br />

Rua Ferreira Borges, 103-1II- CoJMI:lR A<br />

SUMÁRIO<br />

HOMENAGEM AO EX.m 0<br />

PALAVRAS DE FÉ<br />

DR. COR!OLANO FERREIRA<br />

SR. DR. TRIGO DE NEGREIROS<br />

LIGEIRAS CONSIDERAÇÕES ACERCA DAS DIFICULDADES COM QUE LUTAM AS<br />

MISERICÓRDIAS<br />

DR. FERNANDO CALIXTO MOREIRA<br />

FALANDO DE HOSPITAIS<br />

DR. AMADEU LOI:!O DA COSTA<br />

,J O INQUÉRITO HOSPITALAR E O SENTIDO SOCIAL DO INSTITUTO DE ASSIS·<br />

TÊNCIA A fAMÍLIA<br />

DR. J. MACHA DO DE ARAUJO<br />

O QUARTO CENTENÁRIO DO PATRONO DOS HOSPITAIS, ENFERMOS E ENFER·<br />

MElROS<br />

P.E JOÃO GAMEJRO ALEXANDRE<br />

A ORDEM HOSPITALEIRA DE S. JOÃO DE DEUS<br />

P.E JOÃO GAMEIRO ALEXANDRE<br />

BASES E PLANOS PARA UM HOSPITAL<br />

Dn. VAN E M. H OGE M. D.<br />

MEDICINA, CIRURGIA, ESPECIALIDADES<br />

ENFERMAGEM<br />

COISAS GRANDES ... E PEQUENAS<br />

NOTÍCIAS DO IMPÉRIO<br />

GENTE DOS HOSPITAIS<br />

NOTÍCIAS DOS HOSPITAIS<br />

O HOSPITAL E A LU<br />

VÁRIA :<br />

PROFESSOR EGAS MONIZ; A «CONFERÊNCIA DOS H OSPITAIS P ORTUGUESES» ; MEDI·<br />

CINA, CIRUR GIA, ESPECIALIDADES; CONGRESSO DOS T ÉCNICOS Dti: S AUDE ; ALIMEN·<br />

T AÇÃO DOS DOEN I ES<br />

DR. JOAQUIM TRIGO DE NEGREIROS<br />

Subsecretário de Estado de Assistência Social<br />

Ao iniciar o segundo ano de publicação, <strong>Hospitais</strong> P ortugueses presta homenagem<br />

sincera ao estadista que tem presidido à maior renovação da história<br />

da assistê ncia em Portugal e que, desde a primeira hora, reconhecendo<br />

a sinceridade dos nossos intuitos e a utilidade desta iniciativa, lhe deu<br />

amparo valioso e estímulo amigo.<br />

ESTE NÚ M E RO F Ol V ISADO Pl!:L A COMISSÃO DE CENSURA


I<br />

li<br />

PtlLilVBil.S DE FE<br />

por COBIOLA~O FERREIR.t<br />

Com o número presente,


Li~eit•as<br />

eonsidet·a~ões àeêt•ea das<br />

difteuldades eom Qtte I11tam as<br />

ltliserieót•dias<br />

Pelo DR. FERNANDO CALIXTO MOREIRA<br />

Provedor da Misericórdia de Aveiro.<br />

Foram as disposições governamentais de um período da nossa<br />

História que lançaram as Misericórdias na situação aflitiva que hoje<br />

atravessam.<br />

concedendo-lhes subsídios ordinários e eventuais que muito as têm<br />

beneficiado; mas, porque as necessidades provenientes de um aumento<br />

sempre crescente de assistência, se avolumam dia a dia, esses subsídios<br />

são absolutamente insuficientes.<br />

Como Provedor da Misericórdia de Aveiro, apresento esta como<br />

exemplo do que será a vida das demais.<br />

Tem constituído principal encargo desta Misericórdia a sustentação<br />

do seu Hospital. Para não me reportar a datas longínquas,<br />

vou apenas procurar o ano de 1943, para o colocar em confronto<br />

com o de 1948. Naquele ano de 1943, foi no Hospital da Misericórdia<br />

de Aveiro, prestada a assistência que se traduz nos seguintes<br />

números estatísticos:<br />

H os pi talizações ........................ .<br />

l Grande Cirurgia .... . ... (<br />

Operações de i Pequena Cirurgia ...... .<br />

/ Oto-rino-laringologia ... .<br />

Maternidade- (Crianças nascidas) .....•.<br />

Agentes Físicos- (n. 0 de tratamentos) ... .<br />

Raios X- Radiografias e radioscopias ... .<br />

Análises Clínicas ...................... .<br />

Consulta Externa e Banco (n. 0 de consultas)<br />

~ ~ ,. ~ (n. 0 de cura ti vos<br />

e injecções ...<br />

391<br />

III<br />

45<br />

205<br />

104<br />

Não existia<br />

337<br />

No ano de 1948, os números foram estes:<br />

Hospital da Misericórdia de A v e iro -<br />

Quartos particulares<br />

A obrigação de converter os seus preciosos bens imóveis, cujo<br />

rendimento oscilava consoante as épocas, .mas que estava sempr<br />

actualizado, em papéis de crédito, roubou-lhes o bem estar e'<br />

prosperidade de que então gozavam, para as tornar em casas d<br />

penúria, absolutamente incapazes de cumprir o fim para que foran·<br />

criadas.<br />

Tem sido enorme o esforço dispendido pelo Governo de 192<br />

no sentido de prestar auxílio a tão simpáticas e úteis instituiçõe~<br />

H os pi talizações.. . . . . . . . . . . .......... . . .<br />

Grande Cirurgia .... : .... ·<br />

Operações de Pequena Cirurgia ........ .<br />

Oto-rino-laringologia .... .<br />

Maternidade - (Crianças nascidas) ...... .<br />

Agentes Físicos (n. 0 de tratamentos) ..... .<br />

Raios X- (radiografias e radioscopias) .. .<br />

Análises Clínicas ............... . ...... .<br />

Consultas .............................. .<br />

Consulta. Externa e Banco - Cura ti vos .. .<br />

Injecções .............................. .<br />

!.230<br />

449<br />

2 75<br />

92<br />

64<br />

2.703<br />

649<br />

4·943<br />

1.477<br />

5·379<br />

9·738


Vejamos agora o auxílio prestado pelo Estado nos referidos<br />

anos:<br />

1943· ..... . .. . ..... . ... . .. . . . ...... . . . .. .. . .<br />

1948 .. . .......... . . . . ........ . .... . ....... .<br />

77·ooo$oo<br />

17o.ooo$oo<br />

A insuficiencia deste su-bsídio e as dificuldades com que se tem<br />

lutado, poderá avaliá-las, quem, como nós, se encontra à testa da<br />

governação de Instituições como esta.<br />

Ora, a verdade é que grande auxilio poderia ser prestado às<br />

Misericórdias sem mais encargos para o Estado.<br />

É enorme a verba dispendida com os Postos das Caixas de<br />

Previdência.<br />

Por que se não entrega o serviço destes Postos às Misericórdias<br />

que a seu cargo têm a manutenção de <strong>Hospitais</strong>?<br />

Tal facto representaria uma importante economia, pela centralização<br />

da assistência, com a utilização comum do pessoal de enfer·<br />

mágem, aparelhagem e instalação e, essa economia, bem podia<br />

reverter a favor das Misericórdias, tornando-lhes a vida menos<br />

difícil.<br />

A dispersão dos serviços de assistência tem como consequência·<br />

o aumento do seu custo, sem qualquer vantagem.<br />

E, porque à dispersão conduz tambem a preocupação local de<br />

dar ao Hospital de cada terra possibilidade de prestar uma assistência<br />

completa, deveria reprimir-se tal erro.<br />

Contrariando o espírito da Lei 2.orr, de 2 de Abril de 1946,<br />

têm sido montados aparelhos de Raios X de grande custo em <strong>Hospitais</strong><br />

onde apenas se tiram umas duas dúzias de radiografias anualmente!<br />

E esses mesmos <strong>Hospitais</strong> têm sido apetrechados com todo o<br />

material necessário à grande cirurgia, para apenas se efectuarem no<br />

espaço de :r2 meses outras tantas operações!<br />

Justificará tão reduzido serviço o dispêndio de centenas de con·<br />

tos, sendo certo que, sem esse dispêndio, a assistência seria p:-estada<br />

até em melhores condições?<br />

Atente-se na impossibilidade de dotar todos os <strong>Hospitais</strong> do<br />

País de um corpo clínico e cirúrgico eficiente e competente, bem<br />

como de pessoal de enfermagem correspondente. Um radiologista<br />

que mereça este nome não se encontra em toda a pa~te .; e, ~s que ?<br />

merecem, devem ser aproveitados para aqueles Hosprtais CUJO mo~lmento<br />

justifique a sua utilização, com a consequente remuneraçao.<br />

Bairro de casas económicas construido pela Misericórdia de Aveiro<br />

Outro tanto podemos di~er do cirurgião e do especialista. .<br />

Os <strong>Hospitais</strong> subregionais deveria~ prestar apenas serviÇ~ S<br />

de medicina geral, tendo as suas enfermanas, para os ~as~~ que nao<br />

reclamam assistência de especialistas e prestando os pnmen os soc_or~<br />

ros, nos casos em que 0 doente deva ser. remetido ao Hospital<br />

Regional. 1 · ·<br />

Desta forma, a despesa com a sustentação destes I ospitais<br />

seria enormemente reduzida, com a supressão do pessoal e. de~n~cessidade<br />

de aparelhagem, que apenas deveric existir nos <strong>Hospitais</strong><br />

Regionais. . . . 1· . -<br />

Procure-se centraliza r a ass1stênc1a, pms dessa ~entra Izaçao<br />

resultará uma enorme economia e um melhor aproveitamento das<br />

competências médicas.<br />

IIOSPI'I',d8


l<br />

São centenas, se não milháres de contos, dispendidos em <strong>Hospitais</strong><br />

cujo movimento não justifica tal dispêndio.<br />

Com um -telefone e uma am bÚlância, ràpidamente o doente pode<br />

ser transportado ao Hospital Regional, quando os socorros por ele<br />

devam ser prestados.<br />

E desta centralização, resultarei um apreciável auxílio para as<br />

Misericórdias, reduzindo a umas as suas despesas e aumentando a<br />

outras as suas receitas.<br />

illi•·netata~áo<br />

Do magnífico livro L'hospital<br />

j1-ançais, de Henri Thoillier, transcrevemos<br />

o quadro das necessidades<br />

alimentares diárias, elab0rado<br />

Estados fisiológicos<br />

Homem adt1llo<br />

dos floeJates<br />

por Mm e Lucie Randoin e que os<br />

nossos dirigentes de hospitais gos·<br />

tarão, certamente, de consultar:<br />

Princípios<br />

"' .. "<br />

Vitaminas<br />

Ene rgéticos :g<br />

I<br />

MineraiS<br />

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Corno já aqui se disse, os serviços hospitalares para serem capazes,<br />

dignos de um país civilizado, terão de ser necessàriamente muito caros.<br />

Na América . do Norte, a organização hospitalar conta-se entre uma das<br />

12 maiores empresas de tipo industrial!<br />

É necessário por isso, que o preço de tão importantes serviços seja<br />

compensado por um benefício real, traduzindo-se numa contribuição apreciá·<br />

vel para a saúde pública . . Isto é, deve procurar-se que um hospital trate o<br />

melhor e o maior número possível de indivíduos, por unidade de tempo.<br />

Todos os serviços hospitalares devem ter a preocupação de constantemente<br />

melhorar os índices universalmente considerados como realmente inte·<br />

ressantes.<br />

Entre esses convém destacar o índice de ocupação média- «the<br />

occupancy», dos autores americanos- o índice de permanência, o de mor·<br />

talidade e, finalmente, o custo diário médio, por doente.<br />

Quero frisar que, contra o que se pode supor, tais índices não servem<br />

para comparar o funcionamento ou eficácia social de estabel.-:!cimentos riistin·<br />

tos. A comparação dos índices de permanência ou de demora média, o mais<br />

discutido entre nós, não pode, por exemplo, dar quaisquer indicações sobre o<br />

funcionamento de dois hospitais, não se sabendo se exercem ou não Junçôes<br />

educativas. A preparação de enfermeiros, o aperfeiçoamento de médicos, assim<br />

corno o internamento de doentes crónicos, a categoria social dos seus assisti·<br />

dos, a existência ou falta de maternidade, a admissão de doentes infecto-coo·<br />

tagiosos, são alguns factores, entre muitos, que são capazes de influenciar o<br />

referido índice, independentemente dos esforços da direcção, da competência<br />

do corpo clínico, da eficiência da administração do Hospital.<br />

Ainda, acerca do valor do índice de permanência, quero referir que,<br />

em 1943, se verificou, segundo Corwin, que a demora média, nos hospitais<br />

gerais dos Estados Unidos, foi de 19 dias, nos estabelecimentos a cargo do<br />

Estado, de IO dias, nos chamados «Voluntary hospitais~ e apenas de 8 dias<br />

nos hospitais particulares.<br />

Sabendo que não existe apreciável distinção, quanto ao tratamento<br />

prestado em qualquer dessas categorias de hospitais, nem mesmo quanto ao<br />

seu modo de funcionamento, Corwin pôde filiar fàcilmente a razão de uma<br />

tão notável diferença no facto de ser legítimo dar alta mui to mais cedo a um<br />

indivíduo que dispõe, na sua casa particular, de todo o cuidado e conforto do<br />

que a outro, total ou parcialmente destituído deles .. Ora, na América, os<br />

hospitais governamentais são frequentados principalmente por indivíduos das<br />

camadas menos favorecidas da sociedade.<br />

Servem, porém, muito bem estes índices, para se estudar a evolução da<br />

administração de uma mesma unidade hospitalar.<br />

O índice de ocupação média, que se mede pela relação entre a capacidade<br />

prevista e o número de camas efectivamente ocupado por enfermos,<br />

parece-nos ser um dos mais importantes, no ponto de vista administrativo.<br />

Em relação a este índice, que convém oscile ent.re os 70 e 8o por cento, passa-se,<br />

entre nós, um facto singular que, por si só, denuncia a falta de coordenação<br />

do sistema hospitalar da N ~ção.<br />

Na verdade, estou certo que esse índice será exageradamente elevado,<br />

superior por vezes a cem, nos grandes hospit:üs centrais. Poderá dizer-se<br />

que, só em algumas capitais de distrito, este índice será favorável nas vizinhanças<br />

dos 8o por cento ...<br />

Tampouco se poderá fazer juízo sobre a administração de um hospital<br />

através da apreciação do custo diário médio por doente, sem se entrar em<br />

consideração com mui tos factores.<br />

Em primeiro lugar, deve considerar-se a influência da capacidade do<br />

hospital e do sistema adoptado na construção. O custo diário médio será<br />

sempre superior num hospital construído segundo o tipo de pavilhões, pois<br />

que é perfeitamente impossível uma conveniente distribuição dos serviços,<br />

utilizando duas únicas dimensões. Será preciso mais pessoal e a energia<br />

dispendida em transportes, aquecimento, condicionamento de ar, etc., será<br />

de ordem muito superior.<br />

Por outro lado, para baixo de certa capacidade, o custo médio diário,<br />

por doente, sobe em progressão geométrica, pois que ás despesas gerais são<br />

muito elevadas, actualmente, neste género de estabelecimentos. Hoje, considera-se<br />

que a capacidade hospitalar desejável oscila entre as 6oo e as J.ooo camas,<br />

mas para cima das 200 já é possível uma administração satisfatória, não só no<br />

ponto de vista económico como técnico.<br />

Basta para demonstrar a influência que a capacidade dos hospitais<br />

exerce sobre a sua eficiência o seguinte facto observado em 1945, na América<br />

do Norte. Efectivamente, nesse ano, o «American College of Surgeons~, examinando<br />

vários hospitais, aprovou as instalações e o funcionamento de 88,2%<br />

das instituições existentes, com mais de 100 camas e 57,7% das que tinham<br />

uma capacidade compreendida entre 50 e 99 camas. Dos hospitais com<br />

capacidade superior a 25 e inferior a 49 camas, apenas 37,4% foram<br />

aprovados.<br />

Também, sobre o mesmo assunto, diz Graham· Davis, «Director of the<br />

~ellogg Foundation», que a capacidade do Hospital tem uma .decisiva influên­<br />

Cia, não só sobre a qualidade do serviço, como também sobre o preço. Na<br />

realidade, os seguintes números, fornecidos por Isadore Rosenfield, são muito<br />

expressivos:<br />

Bellevue Hospital,<br />

Lincoln Hospital,<br />

Gouverneur Hospital,<br />

capacidade de 2.594- custo diário<br />

» ~ 415- ~ ~<br />

» 2f4- » »<br />

médio $4.895<br />

~ $5.821<br />

~ $6.748<br />

lO UOWPITJll~ Poll'I'UGUESES li


"I<br />

Tenha-se presente que todos estes estabelecimentos se encontram situa·<br />

dos em New York e que, por outro lado, é idêntica a qualidade da assistén·<br />

cia que prestam.<br />

Este autor frisa, que os hospitais de.grande capacidade são muito mais<br />

ec~nó.micos, do ponto de vista da manutenção mas acr~scenta além disso, que a<br />

propna construção resulta mais barata, quando considerada relativamente ao<br />

número de camas. «What is true of operating c6st, is also true of the cons·<br />

truction cost>>- diz o conceituado autor.<br />

Por outro lado, o custo diário médio por doente cresce quando aumenta<br />

o número das funções atribuídas à instituição. ·<br />

Assim, é sempre mais caro o serviço hospitalar, quando, pela sua impor·<br />

tância, .o estabelecimento passa a desempenhar funções científicas apreciáveis<br />

ou se Interessa por trabalhos de investigação, ou até se, simplesmente, se<br />

preocupa com uma actividade didáctica importante.<br />

Os hospitais especiais, tais como os sanatórios e os de doenças mentais,<br />

são em regra mais económicos, se possuem capacidade elevada.<br />

Melhor se poderá formular um conceito ajustado e sério sobre o valor<br />

técnico e administrativo, quer di:zer, social, de um hospital, enunciando a<br />

valorização do mesm, do ponto de vista estático, da construção em que se<br />

e~contra instalado e dinâmico, considerando a qualidade e quantidade do ser·<br />

viço que produz.<br />

Pode dizer-se que todo o problema da instalação se reduz ao cumpri·<br />

mento, religioso quase, de um certo número de princípios, já hoje clássicos,<br />

definitivamente assentes.<br />

Em obediência a tais princípios, terá o Hospital de manter uma perfeita<br />

unidade de organização. Deve ser estudada a · sua construção ou adaptaçãO<br />

de modo que nenhuma das suas partes apareça, mercê da sua exagerada ou<br />

diminuída importância, a complicar e a entravar o funcionamento do todo.<br />

A diversidade das funções, que permitem a realização perfeita e acabada do<br />

serviço hospitalar moderno, tem levado muitos arquitectos a projectar sepa·<br />

radamente cada uma das diferentes partes do organismo. Tal sistema teOI<br />

conduzido esses arquitectos irremediàvelmente à desgraça ...<br />

O Hospital Contemporâneo pode ser comparado, neste sentido, com a<br />

maravilhosa unidade que constitui a diversidade dos aparelhos e órgãos da<br />

economia humana! Para o bom funcionamento, para a saúde e duração do<br />

indivíduo, necessário se torna que a capacidade funcional do coração, do<br />

fígado, dos rins, etc., seja suficiente apenas, para que, sem esforço nem «sur·<br />

menage)), possam ser satisfeitas as necessidades do todo.<br />

Se um órgão se encontra hipertrofiado, ou se pelo contrário se mostra<br />

insuficiente, por debilidade congénita ou adquirida, todo o organismo se res·<br />

sente, a saúde torna-se precária, o indivíduo entra em deficiência fisiológica,<br />

e o seu valor social torna-se a breve tempo negativo, a não ser que a<br />

Natureza, entretanto, o elimine, destruindo-o, a bem do maravilhoso Concerto<br />

Uni ver sal!<br />

Assim, também será mÍster eliminar o Hospital, se as suas partes não<br />

constituírem um conjunto harmónico, pma unidade equilibrada, útil à sociedade,<br />

a bem da Economia Nacional.<br />

Unidade, porém, não quer dizer monotonia ou igualdade de todos os<br />

locais e dependências.<br />

Pelo contrario, outra característica fundamental a observar, na construção<br />

e instalação de um hospital é a da diversidade dos serviços, quer dizer,<br />

dos locais onde eles devem ser instalados.<br />

Diversidade na construção intrínseca, no critério de maior ou menor<br />

rigorismo a adoptar com os preceitos de higiene, no grau de isolamento a<br />

exigir dos materiais empregados, na orientação, na intensidade da iluminação,<br />

etc., etc. Por isso, cada dependência deve ser estudada detalhadamente,<br />

não se perdendo, porém, o sentido de que tal diversidade deverá apenas<br />

resultar de simples aspectos particulares de um todo harmónico e coerente.<br />

Em síntese, pode dizer-se que o Hospital Contemporâneo deve apresentar<br />

uma máxima diversidade, dentro de uma perfeita unidade.<br />

Mas o Hospital deve também ser construído de modo que ofereça a<br />

maior facilidade de funcionamento. Pela sua situação, pela localização das<br />

suas portas de entrada e de saída, pela distribuição conveniente dos diferentes<br />

serviços, pela harmoniosa repartição das suas complicadas aparelhagens,<br />

deve permitir aos elementos vivos uma máxima facilidade na<br />

realização das suas obrigações, assim como na satisfação das suas naturais<br />

necessidades.<br />

A acessibilidade do Hospital tem particular interesse, não só por causa<br />

dos doentes e visitas, mas também pela comodidade que representa para<br />

o pessoal.<br />

A entrada para a cozinha não pode, nem deve, estar perto dos elevadores<br />

destinados às visitas. Estas, em caso algum devem poder cruzar-se<br />

com um cadáver, que vai ser evacuado, ou com um doente que vem à primeira<br />

consulta.<br />

Por isso, Goldwater, considera absolutamente.necessário que quem quer<br />

que se aventure a projectar, em nossos dias, um hospital de importância média,<br />

tenha um conhecimento detalhado e vivido do funcionamento de um tal organismo!<br />

São tão complexos os problemas, tantos os casos particulares a considerar,<br />

que a informação literária, o simples estudo teórico, se há-de tornar,<br />

provàvelmente insuficiente ...<br />

Finalmente, o Hospital deve ser dotado de flexibilidade, isto é, a construção<br />

deve ser estudada de molde a adaptar-se, sem grandes dispêndios,<br />

sem grande sacrifício das suas qualidades fundamentais, a possíveis aumentos<br />

de capacidade e ao desempenho de novas funções.<br />

·~<br />

PORTUGUESES<br />

13<br />

I.


l<br />

*<br />

. «Healthy hospitais are growing hospitais, but their growth ist not neces· funcionamento terá sobre todos os outros. Isto é, o mau funcionamento de<br />

sanly symmetricah, diz ainda Goldwater.<br />

um serviço, provoca irremediàvelmente uma diminuição da produtividade de<br />

Efectivamente, os progressos constantes ·da ciência exigem novos locais todos os outros, embora não afectados directamente pela avaria, traduzindo-se<br />

de trabalho. Os laboratórios crescem, ou porque é necessário montar um num agravamento do custo médio da saúde produzida.<br />

n_ovo posto_ de esterilização de plasma ou porque as pesquisas de alta bacte- Resumindo: unidade, diversidade, facilidade de funcionamento, flexibinologia<br />

exigem a montagem de um microscópio electrónico...<br />

I'" !idade, higiene e economia, eis as qualidades basilares de um organismo hos-<br />

A escola de enfermagem que se notabilizou, mercê do esforço pessoal pitalar, de nossos dias.<br />

do corp_o docente, é convidada a realizar cursos especiais de aperfeiçoamento<br />

e, por Isso, haverá que aumentar largamente o local de internamento para<br />

novos alunos.<br />

O _génio de um médico, de um professor, exige e justifica a criação de<br />

um serviço altamente especializado em determinado ramo e assim haverá<br />

qu_e d~stinar a esse fim exclusivo, mais enfermarias, talvez al~um laboratório<br />

pnvativo, um novo bloco operatório excepcionalmente dotado. Entretanto<br />

sem uma tão feliz e imprivesível casualidade, nada justificaria a existênci;<br />

desses serviços ...<br />

Mas o Hospital deve apresentar-se, ainda, pletórico de elementos de<br />

conforto e higiene, que lhe garantam o mais alto nível sanitário.<br />

. Não se julgue, porém, que basta, para tanto, um aspecto superficial de<br />

lrmpe_za, que as paredes sejam de mármore, bem lisas e os pavimentos de<br />

madeiras car


I'<br />

pequeno adenoma do seio, clínicamente diagnosticado, e, com relativa preci·<br />

são, afastada a idéia de se tratar de um processo degenerativo, pode e deve<br />

ser realizada, com a maior facilidade, por um cirurgião geral, por um interno 1<br />

com dois ou três anos de prática, utilizando-se a simples anestesia local.<br />

Entretanto, após o primeiro tempo operatório, enquanto o cirurgião<br />

laqueia alguns pequenos vasos e recompõe os bordos da incisão operatória 1<br />

para uma cicatrização mais estética, deve a peça anatómica, o pequeno ade·<br />

noma, ser levado ao laboratório de análises histo-patológicas, a fim do espe·<br />

cialista realizar um exame rápido, mas de transcendente significado! Efecti·<br />

vamente, de acordo com a resposta laboratorial, deverá continuar a intervenção<br />

cirúrgica prevista, se ela for favorável, regressando a doente a sua casa sem<br />

qualquer recordação séria do drama vivido no Hospital, mas se o analista se<br />

inclina para a existência de um processo degenerativo em evolução, se o can·<br />

cro é diagnosticado, o quadro só por isso deverá mudar radicalmente!<br />

À anestesia local irá juntar-se a inalação de éter, de balsofórmio ou de<br />

ciclopropana e· a exérese do pequeno nódulo· é substituída pela amputação<br />

total do seio, com esvasiamento axilar ...<br />

A medicina moderna torna-se dia a dia mais complexa e as especiali·<br />

dades são de tal modo interdependentes que os mais insignificantes casos de<br />

clínica corrente, exigem o concurso de vários práticos e especialistas. Entre·<br />

tanto, mesmo na rica América, se pode e deve ainda hoje dizer que (( The<br />

pathological laboratory is relatively inaccessible».<br />

Seria, efectivamente, tolice rematada pensar em montar, num hospital<br />

com 200 ou 300 camas, um laboratório deste tipo. Não haveria casos bas tan·<br />

tes para manter os técnicos e estes h a veriam de ser de tal categoria que só<br />

serviriam para embaraçar as decisões clínicas!<br />

o público, profano em questões médicas, tem uma noção muito opti·<br />

mista do valor das análises clínicas e dos exames radiológicos. Na realidade/<br />

o laboratório, assim como os Raios X, só auxiliam a clínica na medida da<br />

competência e honestidade dos especialistas que chefiam tais serviços.<br />

Contra a opinião corrente entre o público laico, sabem os médicos que/<br />

nem os laboratórios nem os Raios X podem fazer diagnósticos! Uns e outros<br />

tiram, por vezes as dúvidas dos médicos assistentes, mas isso mesmo só acontece<br />

quando a su·a proficiência técnica e científica atinge um nível bastante elevado.<br />

Tenho para mim que, neste campo da técnica moderna, se não pode<br />

admitir o razoável: ou muito bom au nada. Assim, é que só muito poucos<br />

hospitais deverão dispor, entre nós, de um laboratório capaz de realizar aná·<br />

lises histopatológicas. Isso, porém, não há-de impedir que o tratamento cor·<br />

rente seja realizado. O doente serà convenientemente conduzido ao local<br />

apropriado, segundo o caso.<br />

(CONTINUA)<br />

o IJtQttét•ito Dospitalat• e o setatido<br />

soeial fio Itastitu1o de il ssistê11eia<br />

à Fatnília<br />

por J. MACHADO DE ARAÚJO<br />

Inspector da Assistência Social<br />

Uma das actividades sociais do Instituto de Assistência<br />

à Família em Coimbra é o Inquérito Hospitalar, cuja<br />

finalidade nem todos parecem ter compreendido ainda~<br />

«Ora o inquérito assistencial, ao contrário do que<br />

erradamente se supõe, não é urna exigência dos serviços<br />

com o fim apenas de averiguar da situação económica da família<br />

do assistido». - Finalidade preventiva correspondente ao «pé de<br />

meia» na linguagem figurada do povo - «Ainda que haja necessidade<br />

de distinguir os que recorrem à assistência por necessidade,<br />

dos que, embora· pussuindo recursos próprios, pretendam viver à<br />

sua custa, o inquérito não se limita a investigar quanto ao aspecto ·<br />

económico, já que, mais do que este, lhe interessam os aspectos<br />

sanitário, moral e social» -Finalidade de resolução dos problemas<br />

familiares.<br />

É tal a importância do inquérito hospitalar em Coimbra que<br />

urna vez resolvido como determina o despacho de Sua Excelência o<br />

Subsecretário de Estado da Assistência Social, de 10 de Julho<br />

de 1946, verificou-se que nele estava o fulcro de quase todas as<br />

solicitações às actividades do Serviço Social do Instituto, por ser<br />

através dele que a Agente Social recebe as pfincipais directivas e<br />

nele centraliza o resultado das informações de cada meio familiar<br />

visitado. Quere por tanto dizer que o inquérito hospitalar é um<br />

meio de que a assistência social se serve para abrir caminho às suas.<br />

actividades sociais. Só assim se consegue com vantagem ir-se ao<br />

encontro das famílias das diversas camadas sociais.<br />

Apesar dos resultados do inquérito hospitalar obtidos durante<br />

0<br />

ano de 1949, não se satisfizeram ainda inteiramente as exigências<br />

da nova orgânica assistencial. Por este motivo há necessidade de<br />

IG UOSPIT..t18 I>OilTUGUESES l'f<br />

"


I<br />

. r<br />

se organizar quanto antes o Serviço Social Hospitalar dos <strong>Hospitais</strong><br />

da Universidade de Coimbra, em ligação directa com o Instituto de<br />

Assistência à Família, afim de se dar maior eficiência e coesão às<br />

suas actividades.<br />

As razões de tal necessidade, por bem fundamentadas e fàcil·<br />

mente compreensíveis, terão por certo urna solução apropriada em<br />

momento julgado oportuno.<br />

A 25 de Janeiro de 1940, o Professor Dr. João Porto, numa<br />

brilhante conferência, realizada no salão nobre dos <strong>Hospitais</strong> da Uni·<br />

versidade de Coimbra, falando sobre o Serviço Social Hospitalar,<br />

disse que «No seio das massas populares, esmagadas pelo mundo<br />

moderno, o indivíduo é a vítima, pois só quando está em crise é que<br />

a sociedade dele se ocupa~ Se é pobre, tem o hospício; se é d oente,<br />

tem o Hospital; se é louco, tem o manicómio ou o asilo; se é crimi·<br />

noso, tem a prisão; se é tarado, tem a tutoria ou o reformatóri o.<br />

lgno;a muitas vezes o auxílio preventivo.»<br />

Ora com a criação do S ubsecreta riado de Estado d t Assistên·<br />

cia S ocial em 27 de Agosto de 1940 e com a publicação das leis<br />

n. 05 1:998 e 35:rn8, de 15 de Maio de 1944 e 7 de Novembro de 1945<br />

respectivamente, assistiu-se a uma transformação profunda de toda<br />

a orgânica assistencial no último decénio.<br />

· E assim «a assistência social não deve limitar a sua acção a<br />

minorar ou curar os sofrimentos provenientes da doença ou da<br />

miséria (assistência paliativa e curativa) pois lhe cumpre combater,<br />

na medida do possível, as suas próprias causas, através da luta con·<br />

tra os flagelos sociais (assistência preventiva) e da melhoria das con·<br />

dições de vida da população (assistência construtiva).<br />

Desta forma, pouco a pouco, sem ostentações que seriam pre·<br />

judiciais à boa execução dos princípios que informam a moderna<br />

assistência social, além dos meios materiais serem sempre escassos,<br />

quer nos países modestos quer nos países ricos financeiramente,<br />

têm-se transposto as barreiras de hábitos arreigados de uma assis·<br />

t ência passiva e rotineira para o campo social de uma assistência<br />

dinâmica e criadora, tendo como fundamento a Nação e a Família<br />

nas suas manifestações espirituais e morais.<br />

«Todo o Estado moderno, independentemente do seu fácies<br />

político, vai ser dominado pela preocupação do «social», preocupação<br />

qu e há-de certamente traduzir-se em intervenção mais ou menos<br />

profunda no domínio do económico», dizia Sua Excelência o Presidente<br />

do Conselho em 1946.<br />

Nestas condições impunha-se ao Estado criar os órgãos de<br />

acção social capazes de enfrentarem os problemas familiares tão<br />

delicados corno complexos. É através destes organismos assistenciais<br />

que, uma vez verificadas as dificuldades familiares, se terá de<br />

proceder à sua interpretação de harmonia com o meio ambiente<br />

social, profissional e familiar, para em seguida se.prescrever em cada<br />

caso a terapê utica adequada ao aproveitamento das suas faculdades<br />

morais de trabalho; ajudar a ajudar-se.<br />

•<br />

Finalmente as reali;wções destes objectivos dependem não só<br />

da compreensão do público, mas principalmente de uma boa preparação<br />

e formação profissional das Agentes Sociais, tornando-se, pois,<br />

«necessário venc~r o nosso lamentável atraso ... e lutar energicamente»,<br />

como se diz no relatório que precede o decreto-lei n. 0 35.108.<br />

No próximo artigo se indicarão algumas normas sumárias a<br />

observar na execução dos inquéritos.<br />

r==============================~<br />

p R o o u T o s q<br />

MANTEIGA<br />

QUEIJO<br />

LEITE PASTEURIZADO<br />

v<br />

o u G A s u L » 11<br />

L::ACTICÍNIOS DE AVEIRO,<br />

L. DA<br />

li<br />

18<br />

19<br />

l


li Película Radiográfica KodaM 1\<br />

IJ BLUE BI~A~ O li<br />

11<br />

Desrle que em 1895 Rontgen 11<br />

descobriu os Raios X e os seus 1<br />

efeitos, a Radiografia alargou<br />

cada vez mais o seu campo de<br />

acção.<br />

Para esse progressso da Radiografia<br />

concorrem enormemente<br />

os trabalhos científicos<br />

da Companhia . Kod~Ik de que a<br />

introdução da Película Radio·<br />

gráfica de rl u pla emulsão e base<br />

azul foi um dos mais valiosos<br />

elementos, visto permitir ao<br />

Radiologista a obtenção de radiografias<br />

de verdadeiro valor<br />

para o diagnóstico.<br />

Por isso, a quase totalidade<br />

dos Radiologistas portugueses<br />

usa para os seus trabalhos<br />

PEL(CULA RADIOGRÁFICA KODAK<br />

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O quat•to eentettáa•io do Patt•otto dos<br />

hospitais, eJtfet•mos e e••f·e•·mei•·os<br />

Pelo P.e ]OÃO GAAfEIRO ALEXA1\DRE<br />

De oito de Março do corrente ano a igual data<br />

de 1951 vai passar o ano centenário do grande bene·<br />

mérito da humanidade sofredora, S. João de Deus, uma<br />

das maiores glórias nacionais.<br />

Embora pouco conhecido em Portugal, sua terra<br />

natal, S. João de Deus não é uma figura vulgar. Os<br />

Sumos Pontifices tanto o têm apreciado que não só o<br />

elevaram à suprema honra dos altares, mas também o<br />

declararam Protector dos <strong>Hospitais</strong> e Patrono de todos os Enfermos,<br />

Enfermeiros e Enfermeiras do Orbe Católico.<br />

Portugal não fica nem podia ficar indiferente perante tais come·<br />

morações: o simples patriotismo é bastante para despertar iniciativas<br />

e mover a grandes empreendimentos.<br />

Sua Excelência o Senhor Presidente da Repúbliça já assumiu<br />

a presidência da Comissão de Honra de tais festas, e Sua Eminên·<br />

cia Rev.ma o Senhor Cardeal Patriarca de Lisboa, a vice-presidência.<br />

Deram o seu nome para a lista dos vogais da dita Comissão três<br />

Arcebispos, três Monsenhores e seis Ministros de Estado, além de<br />

outros dignitários e representantes da Imprensa e Rádio,<br />

O programa é magnífico. Além rle um Tríduo solene na<br />

igreja de S. Domingos, em Lisboa e de um Pontifical ·a celebrar<br />

por Sua Eminência Rev.ma o Senhor Cardeal Patriarca, na vetusta<br />

Sé Patriarcal no dia 12 de Março, haverá também uma exposição<br />

da Ordem fundada pelo Santo, a inaugurar por Sua Excelência o<br />

Senhor Presidente da República na Casa de Saúde do Telha], e duas<br />

semanas de escudos em Madrid nos meses de Junho e Outubro, urna<br />

de Psiquiatria, outra de Cirurgia Ortopédica.<br />

Um dos números mais explendorosos será por certo a vinda<br />

das Sagradas Relíquias do Santo, de Granada a Lisboa, no mês de<br />

Outubro. Nessa ocasião, além das funções religiosas, haverá urna<br />

sessão solene e um congresso nacional dê enfermeiros com várias<br />

sessões de estudo, terminando com a proclamação de S. João de Deus<br />

Patrono de toda a Enfermagem Portuguesa.<br />

Está-se organizando também uma peregrinação a Granada, presidida<br />

por sua Eminência Rev.ma o Senhor Cardeal Patriarca, a fim<br />

de tomarem parte nas principais festas que se realizarão no lugar<br />

mesmo da prodigiosa actividade e ditosa morte do Santo.<br />

Casa de Saúde de S. João de Deus- FUNCHAL<br />

Perante tal festa que assume o caracter de nacional nenhum<br />

Português se pode alhear. Todavia os Hospit~is <strong>Portugueses</strong>, com<br />

os seus doentes e pessoal sanitário devem mostrar particular interesse<br />

no movimento de glorificação do caro Santo que nos pertence<br />

não só por ser do mesmo sangue mas também por ser celeste Patrono<br />

e insigne modelo.<br />

Que não fique nenhum hospital, enfermeiro ou enfermeira à<br />

margem deste patriótico e piedoso movimento: a festa pertence-lhes<br />

de uma maneira particularissima.<br />

Ao brio dos senhores Directores dos hospitais e outras casas<br />

de assistência assim como aos seus Revs. Capelães fica confiado o


ilhantismo a dar a estas festas centenárias. Importa nomear, sem<br />

perda de tempo, as comissões encarregadas dos vários serviços, de<br />

modo que as festas tomem um carácter religioso, intelectual e cívico.<br />

Cada comissão tratará de estudar as possibili-dades de se fazer<br />

representar no congresso nacional a realizar em Lisboa em fins de<br />

Setembro e princípios de Outubro e comunicá-lo-á a esta revista ou<br />

Casa de Saúde do Telhai- Enfermaria de S. João de Deus<br />

à Comissão Organizadora das Festas Centenárias de S. João de Deus<br />

- Telhal, Algueirão, até ao mês de Maio- a fim de tudo se organi·<br />

zar convenientemente e a tempo.<br />

Todos aqueles que desejarem apresentar qualquer estudo no<br />

congresso ou propor qualquer iniciativa, devem anunciá-lo dentro<br />

do mesmo prazo.<br />

1 ot•dem ltospitaleit•a de S. Joáo<br />

de Deus<br />

De entre todas as virtudes cristãs a mais<br />

sublime, a que resume toda a doutrina de Cristo,<br />

é a C.-\RIDADE • . Nisto conhecerão todos qut sois meus<br />

discípulos, disse o Senhor, se vos amardes uns aos<br />

outros. Eu vos dou um Mandamento Novo: Que vos<br />

ameis uns aos outros como eu vos amei.<br />

Bem penetrados desta recomendação do Mestre,<br />

os primeiros cristãos amavam-se, isto é, estimavam-se, ajudavam-se<br />

mutuamente, de tal modo que os pagãos, atónitos perante<br />

uma tal solidariedade, exclamavam: «Eis como eles se amam!»<br />

Tal é a importância desta virtude, que o Supremo Juiz promete<br />

não ter outro critério na sua recompensa ou castigo : «Vinde,<br />

benditos do meu Pai (dirá Ele), porque eu tive fome e me destes de<br />

comer; tive sede e me destes de beber; estive enfermo e me visitastes;<br />

estive nú e me cobristes; estive no cárcere e me fostes ver.<br />

Em verdade vos digo que o que fizestes ao menor dos meus a mim<br />

mesmo o fizestes ». Aos que nada disto fizeram dirá: «Afastai-vos<br />

de mim, malditos» ...<br />

É este o segredo que mantém firmes à cabeceira dos doentes<br />

esses anjos de caridade que se esquecem de si mesmos para não<br />

pensarem senão em aliviar os sofrimentos alheios. Sublime! Não é<br />

verdade?<br />

Ora um dos mortais que mais assimilaram este espírito cristão<br />

e o transmitiram à sociedade foi, sem dúvida, o nosso S. João de<br />

Deus, cujo IV c~ntenário celebramos. Foi na contemplação do<br />

amor imenso de Jesus para com a Humanidade que ele aprendeu a<br />

ser compassivo e misericordioso para com os pobres e doentes.<br />

Um dia, após a sua meditação sobre a Sagrada Paixão do<br />

Senhor, passa através das ruas da cidade de Granada e viu numa<br />

casa a ·indicação de que se alugava para pobres. Não consultando<br />

senão o seu coração generoso e caritativo, toma conta da casa,


coloca nela quarenta e seis camas onde hospitaliza todos os pobres<br />

doentes que pode. Corria o ano 1537.<br />

O Santo, sem outros recursos mais que a caridade pública, per·<br />

corre a cidade e arredores pedindo esmola. «Irmãos, fazei bem a<br />

vós mesmo»- repetia ele.<br />

O trabalho do hospital e o peditório ocupavam-no de tal<br />

maneira que vários indivíduos, edificados com tal vida e tal obra,<br />

Hoje este Instituto denominado Ordem Hospitaleira de S. João<br />

de Deus está estabelecido em 28 nações e assiste para óma de 36.ooo<br />

enfermos em r8s casas-hospitais, sem contar o ramo feminino fundado<br />

no século passado por um sacerdote da Ordem chamado Bento<br />

Menni, e que se denomina Congregação das Irmãs Hospitaleiras do<br />

Sagrado Coração de Jesus.<br />

Casa de Saúde do Telha! (Sede dos Irmãos Hospitaleiros de S. João de Deus<br />

em Portugal)- Enfermaria do Beato João Grande<br />

Casa de Saúde de S. João de Deus- BARCELOS<br />

tomaram a resolução de o ajudarem e puseram-se às suas ordens.<br />

A obra, conquanto seja a mesma, vai tomando maior amplitude, até<br />

que se fundam novos hospitais à imitação do primeiro de Granada,<br />

e 21 anos após o falecimento do santo Fundador, os irmãos Hospí·<br />

taleiros de S. João de Deus são aprovados pelo Papa S. Pio v, corn<br />

todos os privilégios de uma verdadeira Congregação religiosa de<br />

direito pontifício.<br />

A primeira casa estabelecida em Portugal foi em Montemor-o­<br />

-Novo no ano de r6o6.<br />

Pelo decreto de exclaustração de 1834 loi abolida esta Ordem<br />

em Portugal e seus domínios. Em r893, com a fundação da Casa de<br />

Saúde do Telhai, de novo os filhos espirituais de S . João de Deus<br />

começaram a prestar serviços de assistência na Nação. Em 1928 os<br />

religiosos portugueses destacaram-se da Província Espanhola para<br />

formarem uma nova Província, ou secção independente, com obediência<br />

directa a Roma. Em Janeiro de 1944 foi a Província Portu-<br />

2G


guesa da Ordem Hospitaleira de S. João de Deus aprovada pelo<br />

Governo da Nação como Instituto Missionário, sem direito a subsí·<br />

dio pecuniário.<br />

Hoje a Província Portuguesa tem IO casas, sendo três na Metró·<br />

pole, três nas Ilhas Adjacentes, três no Ultramar e uma no Brasil.<br />

Assiste para cima de 3.ooo enfermos diàriamente. A sua sede é·;na<br />

Casa de Saúde do Telhal-Algueirão.<br />

«<strong>Hospitais</strong> <strong>Portugueses</strong>» associa-se jubilosamente às festascen·<br />

tenárias do grande Santo português e cumprimenta a Ordem que<br />

ostenta o seu nome na pessoa do Rev.o Superior.<br />

li<br />

A LIGADURA GESSADA<br />

OESSELONA<br />

é um produto de Indústria Nacional, fabricado por SIEPA (Sociedade<br />

Industrial Exploradora de Patentes, Limitada) e vendido no Império<br />

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São preferidas pelos <strong>Hospitais</strong> Civis de Lisboa, <strong>Hospitais</strong> da Universidade<br />

de Coimbra, Hospital Escolar de Lisboa, Santa Casa da Misericórdia<br />

de Lisboa, Federação de Caixas de Previdência, etc., etc., etc.<br />

Bases e plataos pat•a um hospital<br />

(Continuação do 11.0 4)<br />

Pelo DR. V ANE M. HOGE M. D.<br />

.Chefe da R epartição dos Serviços Hospitalares<br />

nos Estados Unidos da América do Norte<br />

É DE CAPITAL IMPORTÂNCIA que O blOCO operatório esteja COmpletamente<br />

isolado do resto do hospital e que não haja<br />

passagem através dele. Por isso, deveria ficar ou num andar<br />

próprio, ou num corpo separado do edifício, com elevadores<br />

para todos os andares onde haja doentes.<br />

Cerca de metade dos doentes internados num hospital<br />

geral necessita de ser operada. Se se internarem, por<br />

ano, cerca de 3.6oo doentes, isto é, uma média de ro por<br />

dia, um hospital médio de roo camas precisará de instalações<br />

para 3 a 5 operações por dia.<br />

Uma sala de operações não pode servir mais de duas vezes por dia.<br />

A preparação da sala, a própria operação e esterilização do material levaria<br />

uma média de três horas; ora a maior parte dos operadores prefere operar<br />

de manhã.<br />

Seria difícil alterar este hábito porque os cirurgiões querem estar livres<br />

durante o dia para se dedicarem à consulta e a outros trabalhos. Este problema<br />

não surge nos hospitais em que os operadores trabalham em regime<br />

de ~tempo-total», como nas Instituições de Assistência e em algumas cooperativas<br />

com pessoal médico privativo. Um hospital com uma média de<br />

roo camas terá necessidade de 3 salas de operações (duas maiores e uma<br />

mais pequena, esta destinada às operações sépticas) uma sala de cistoscopia<br />

e Ull)a de ortopedia. Sempre que o hospital aumente de tamanho havera<br />

necessidade de uma sala de operações das maiores por cada cinquenta camas<br />

a mais.<br />

. É preciso notar-se, contudo, que há necessidade de se fazer uma análise<br />

ngorosa do tipo de doentes, visto que uma mudança nas percentagens ou<br />

0<br />

aumento de um ou outro tipo poderá afectar visivelmente as necessidades.<br />

Mesmo num hospital pequeno deveria haver, pelo menos, uma sala de<br />

operações grande e uma mais pequena. Nos hospitais muito pequenos basta<br />

uma sala.<br />

28


!<br />

Salas de operações<br />

Sala de Uistose.opia<br />

As SALAs DE OPERAÇõEs devem ser monta das aos pares, com serviços de<br />

limpeza e esterilização entre cada par. A orientação das salas não é de<br />

grande importância, porque nelas se usará luz artificial. Já se não consi·<br />

deram recomendáveis as claraboias nem as janelas grandes voltadas para<br />

o norte.<br />

Se no hospital houver aulas prática'>, haverá galerias de observação.<br />

O acesso para estas galerias poderá ser feito pela sala de operações, mas<br />

separada por divisórias de vidro.<br />

É aconselhável o ar condicionado para manter a temperatura a 8o•f<br />

no inverno e um mínimo de 55 °o de humidade relativa, sem correntes de ar.<br />

Nos hospitais menores devem usar-se os dispositivos de ar condicionado à<br />

prova de explosão.<br />

O tamanho mínimo aconselhável para uma sala de operações é de Ii<br />

por rs pés. Deverá haver espaço suficiente para a mesa de op~rações, mesas<br />

para instrumentos e pensos, mesa do anest~s ista, .aparelho de anestesia,<br />

suportes para bacias, bancos, um recipiente para esponjas, caixas de pensos<br />

e um balde para conspurcados.<br />

Deveria haver armários abertos ou fechados embutidos nas paredes<br />

para suturas, soluções, taboleiros e outro material necessário à operação;<br />

mas os instrumentos cirúrgicos, as com pressas, etc. nunca se guardam nestas<br />

salas nos períodos que medeiam entre as operações.<br />

O equipamento das salas inclui ainda as luzes móveis e de emergência,<br />

relógios que marquem os segundos (com certo ruído), campainhas de emer·<br />

gência à prova de explosão para chamar as enfermeiras, aspL·adores e un1<br />

negativoscópio embutido na p:trede e também à prova de explosão. Uma<br />

sala de operações deve ter lâmpadas com luz adequada a cirurgia oftal·<br />

mológica ou outra que necessite de usar câmara escura. Se não houver sala<br />

de ortopedia, uma das salas de operações ou a de serviços de emergência<br />

deverá ter uma pia para gessados.<br />

Em todas as salas em que se usam gazes anestésicos, nos corredores<br />

e áreas adjacentes deverá haver um cuidado especial para evitar qualquer<br />

explosão.<br />

A instalação eléctrica deve ser devidamente isolada,, o s.oalho bo OI<br />

condutor de electricidade. Todo o equipamento deve estar ligado à terra·<br />

A instalação eléctrica deverá incluir interruptores à prova de explosão, lâm·<br />

padas protegidas, motores e reóstatos. Todas as tomadas eléctricas são colo·<br />

cadas, pelo menos, a dois pés a cima do chão. As paredes serão baças e<br />

forradas de mármore até à altura mínima de 6 pés, ou de preferência até<br />

ao tecto.<br />

EsTA sALA, se se montar, pode ser na área do bloco operatório.<br />

Embora se prefira urna mesa de cistoscopia com uma lâmpada de<br />

Raios X, tan. bém se poderá usar um aparelho de Raios X, móvel.<br />

Esta sala deverá estar rnon tada de molde a servir para outros tratamentos<br />

de endoscopia urológica e terá instalações sanitárias anexas.<br />

Sala de Ortopedia<br />

Nos HOSPITAIS de 100 camas ou mais é necessária uma sala de ortopedia.<br />

Poderá ser nos serviços de emergência ou no bloco cirúrgico, sendo<br />

preferível neste último. O equipamento, inclui um estrado de aço inoxidável,<br />

onde o cirurgião preparará o gesso para aplicar, com uma bacia de<br />

escoadouro. Serão necessários candieiros no tecto, tomadas eléctricas nas<br />

paredes e um negativoscópio, embutido na parede. Os ganchos usados nos<br />

tratamentos ortopédicos serão colocados no tecto, onde o ortopedista indicar.<br />

Todas as coisas que se encontram nesta sala devem ser à prova de explosão<br />

porque se usam gazes anestésicos.<br />

Suger~-se a existência de uma porta com a largura mínima de 4 pés<br />

e 6 polegadas, para permitir a passagem de uma maca e o seu doente, com<br />

a extensão contínua de um membro. A porta não deverá deixar entrar luz.<br />

Sala llaJ•a talas e gesso<br />

É ACONSELHÁVEL que haja uma sala para as talas e outra para o gesso<br />

anexas à sala de ortopedia. A primeira requer só mente prateleiras de 18 polegadas<br />

de largura aos dois lados e duas filas de cabides alternados para colocar<br />

as talas.<br />

O quarto do gesso tem um estrado de aço in~xidável de 36 pés de<br />

altura, uma gaveta para o gesso, um balde para o lixo e, pelo menos, três<br />

Prateleiras de doze polegadas.<br />

Salas de esteJ•iliza~ão<br />

Os SERVIços AUXILIAREs de esterilização costumam ser vulgarmente colo­<br />

Cados entre cada par de salas de operações. É aconselhável que tenham<br />

comunicação directa com as salas e o corredor. Deverá h a ver um esterili­<br />

Zador pequeno de alta pressão e rapidez para instrumentos, água esterilizada<br />

30<br />

31


I<br />

fria e quente (a não ser que os serviços centrais de esterilizações a forneçam uma caixa onde se guardam os filmes, uma bacia e água fria suficiente para<br />

em garrafas), uma pia para instrumentos cirúrgicos ~ um balcão e um relógio. o trabalho a que a sala se destina. Haverá aberturas para a ventilação, mas<br />

Os esterilizadores de água e as autoclaves são metidos na parede, mas 11que não deixem entrar luz, ou então ventoinhas de aspiração.<br />

de modo a poderem ser examinados e reparados. quando for preciso. Podera<br />

haver um aquecedor para cobertores, mas ultimamente os cobertores ague·<br />

ciclos electricamente substituem este processo.<br />

O arsenal eh•út•gieo<br />

li<br />

NuM HOSPITAL muito pequeno não haverá necessidade de uma sala<br />

Sala de lava.vos<br />

separada para o arsenal cirúrgico, visto que os armários embutidos no corredor<br />

ou nos serviços gerais são geralmente suficientes. Nos hospitais de<br />

PARA CAD.\ PAR DE SALAS de operações deverá haver, pelo menos, três ~ 00 ca~as ou mais, uma sala própria para 0 arsenal cirúrgico é quase uma<br />

bacias de desinfecção. Estas bacias têm torneiras em pescoço de ganso ecessrdade, d_evendo ter a largura mínima de 8 pés e a superfície de rso pés<br />

. . . . . _ . . . 1<br />

. quadrados mars ou menos.<br />

ou outro disposrtrvo alto para agua quente e fna, sabao ltqurdo, um c!JD· p<br />

. _<br />

dro com a ·1 coo, 1 uma prate 1 erra · d e vr ·d ro. E. convemente · que h aJa · uma cent ara cada . sa 1 a de operaçoes a mais, que se monte, deveríamos acres-<br />

d Ivisona . · · · envr 'd raça d a entre os servrços · d e d esrn · f ecçao - e as sa 1 as d e ope ra · ar s- 30 a 50 pes . quadrados. . . . . .<br />

ção. Deveria haver um relógio colocado em lugar visível. Os ~~ necessanos armanos com 7 pes de altura, com portas de vidro.<br />

Existe às vezes sobre cada bacia um dispositivo que marca o tempo · armanos devem ter chave, porque os operadores ali deixam muitas vezes<br />

que cada qual gastou a lavar-se ou a desinfectar-se. l~ stru_mentos seus. ~or est~ razão, aconselham-se armários pequenos indi-<br />

Viduars. Estes armános assim como todos os outros, deverão ser embutidos<br />

na parede, onde for possível. Entre os armários haverá espaço para passar<br />

Sala. de lin1peza<br />

uma cama rodada. As prateleiras terão, no máximo, rs polegadas. Deixando<br />

P.olegada e meia de espaço na parte da frente e na de trás, obtém-se assim a<br />

NA ÁREA DE ė s ficiente uma sala para sei viços de limpeza Ci:c~ lação de ar necessária. Colocando uma luz pequena dentro do armário,<br />

CIRURGIA U · elJmr d h 'd d 'b' · · .<br />

que deverá ser instalada perto das salas de operações e provida de uma pia de]J'cnda-se to a_da umi a e e a possi Ihdade de alguns mstrumentos mars<br />

. . . . · a os se oxr arem.<br />

para despeJOS que derte agua às descargas, com uma mesa, um armarJ 0<br />

pequeno por baixo da mesa para os instrumentos limpos, um taboleiro de<br />

lavanderia com duas . divisões e um dispositivo onde se põe a escorrer 0<br />

A sala dos a.nestésieos<br />

material ou instrumentos, um secador e uma tabela de doentes.<br />

É NECESSÁRIA uma sala, à prova de fogo, para guardar o éter, os gazes<br />

~nestésicos e toda a aparelhagem de anestesia. Esta sala deveria ser junto<br />

Laboratório<br />

as salas de operações, mas abrindo para o corredor. Requer ventilação<br />

exterior, natural ou artificial e outros dispositivos de a~ordo com os regula­<br />

Nos HOSPITAIS de roo camas ou mais há necessidade de uma sala ! ,~entos locais de prevenção contra incêndios. Não deve haver irradiadores.<br />

pequena para observar as preparações. A sala poderá ter equipamento pr~l''ão há necessidade de grande número de prateleiras. Os interruptores,<br />

08 prio que também poderá ser trazido, num carro, do laboratório princip~ · aparelhos devem ser à prova de explosão e o soalho bom condutor de<br />

1 ·o e 1<br />

A acrescentar ao equipamento pooerá haver uma bacia pequena e um ba ca · ectri cr · d a d e.<br />

A eâmara esenra<br />

li<br />

O vestiário dos médieos<br />

d HA TODA A coNVENitNCIA em que o vestiário dos médicos seja à entrada<br />

EsTA SALA, se for precisa, destina-se à revelação das radiografias dai ~ bloco operatório. Deve estar bem mobilado, com cadeiras e mesas. Presalas<br />

de ortopedia e cistoscopia. Terá um pequeno tanque para revelage!ll· Cisa também de um relógio, tabelas dos doentes, telefone de chamadas inter-<br />

!<br />

32<br />

li<br />

33<br />

'<br />

I<br />

!


nas e armanos individuais. Poderá haver espaço para escrever à máquim<br />

ou ditar os relatórios. Os chuveiros, as instalações sanitárias e os lavatóriOi<br />

com copos e toalhas de papel, serão anexos.<br />

O vestiát•io das enfermeil•as<br />

O vESTIÁRIO das enfermeiras pode ser dentro da área cirúrgica, um·<br />

vez que elas têm de mudar de fato quando chegam. Um hospital pequeD(<br />

deverá ter armários, chuveiro, instalações sanitárias e lavatórios, e nos ho:<br />

pitais maiores poderá haver espaço para uma mesa com sof~ ~cadeiras.<br />

Haverá aqui também as tabelas dos doentes, um relogw e um quadr<br />

de chamada das campainhas.<br />

Gabinete da eueat•t•egada da sala de opera~~õe.<br />

Nos HOSPITAIS PEQUENos, deve reservar-se espaço para a secretar · ia d .<br />

encarregada da sala de operações. Nos hospitais· maiores haverá nec~s:~<br />

dade de um gabinete separado. O gabinete estará situado do modo a vrgi_<br />

a secção e seria preferível que tivesse uma divisória de vidro, para o corri<br />

dor. Como mobiliário terá: uma tabela dos doentes, um telefone de chaOJ<br />

das internas, um relógio, um marcador das chamadas das enfermeiras eu<br />

armário com medicamentos de urgência.<br />

Nos hospitais maiores deverá haver lugar para um estenógrafo a que<br />

os cirurgiões ditem os seus relatórios.. . . rd<br />

Para cada sala de operações maiOr é necessano uma sala para gua<br />

a cama rodada.<br />

At•reeada~ões<br />

EsTA sALA destina-se aos aparelhos que não pertencem à sala de ope(l<br />

· b · · · d h- mi' ti'ndo assl<br />

ções. Terá prateleiras, a mais arxa a 4 pes acrm~ o c ao, per .<br />

que os aparelhos pesados sejam guardados por baixo das prateleiras.<br />

QuER HAJA ou NÃO um quarto de arrumaçoes - no an d ar, t em de esisl<br />

, . . d 1' rn ca r~<br />

outro junto do bloco operatono para caixotes o rxo e espaço para u<br />

p.equeno onde se transportem vassouras e espanadores.<br />

3


Ao lado 'da preparação e distribuição do material não esterilizado, !<br />

função mais importante dos serviços diz respeito ao material não esterili·<br />

zado (tenda,s de oxigénio, inaladores e outros instrumentos).<br />

Há necessidade de uma sala separada, de preferência junto da área dt<br />

trabalho da zona asséptica, para cuidar da distribuição e preparação des t1<br />

material, com uma porta de comunicação entre esta sala e a área de trabalho<br />

Cálculo de áreas para o Bloco Cirúrgico<br />

36<br />

Áreas em pés quadrados<br />

I 50 camas IIoo camas 1150 camas<br />

BLOCO CIRÚRGICO<br />

320(1)<br />

320<br />

-<br />

6o (r)<br />

120(1)<br />

435<br />

90<br />

-<br />

120<br />

-<br />

30<br />

20<br />

50<br />

-<br />

I85<br />

130<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Salas de operações (grandes)<br />

Salas de operações (pequenas)<br />

Sala de cistoscopia<br />

Lavabos<br />

Esterilização<br />

Serviços gerais<br />

Zona séptica<br />

Arsenal cirúrgico<br />

Sala de limpeza<br />

Arrecadação<br />

Espaço para cama rodada<br />

Arrumações<br />

Encarregada das salas de operações<br />

Encarregado elo arquivo médico<br />

Vestiários dos médicos<br />

Vestiários das enfermeiras<br />

Sala de ortopedia<br />

Sala do gesso<br />

Sala das talas<br />

Câmara escura (Raios X)<br />

Armazem do material e produtos<br />

para anestesia<br />

IOO<br />

Total<br />

I a) Três bacias pelo menos em cada lavabo<br />

6ro (2) 1 88o (3) 1.305 (4)<br />

190 225 265<br />

190 215 230<br />

105 (2) 185 (2) r8s (2)<br />

165 (2) r 260 (2) 245 (2)<br />

520 720 890<br />

II5 140 160<br />

- IOO 145<br />

120 140 140<br />

IOO<br />

30<br />

45<br />

20<br />

145<br />

6o<br />

20 75 20<br />

6o 45 90<br />

45 310 45<br />

250 230 34°<br />

r8o 220 250<br />

190 35 220<br />

30 55 35<br />

55 30 as<br />

30 140 30<br />

100 140 145<br />

!s tt•ês etapes da explot•açâo das eot•t•entes<br />

eléeti•ieas de ot•igem eat•díaea<br />

Méd i co~Soc i a l es<br />

caracterizadas.<br />

mais ou menos o músculo cardíaco.<br />

HOSPI'I'.l 1<br />

(CONTINUA)<br />

por ] . - B. MILOV ANOVICH<br />

Em • T écniques Hospitaliéres<br />

et San itaires,<br />

Fevereiro <strong>1950</strong><br />

A electrocardiografia e o seu desmvolvímento mais recente,<br />

a vectocardiografia, era considerada, hd alguns anos, como um<br />

método empregado i'tnicamente pelos cardiólogos-especialistas e<br />

aplicado aos doentes portadores de perturbações cardíacas bem<br />

A precisão atingida pelos aparelhos e as informações<br />

de grande valor obtidas pelo diagnóstico e despistagem de<br />

lesões cardíacas não traduzidas por sintomas funcionais ou clínicos,<br />

permite considerar a extensão rdpida deste processo de investigação.<br />

Fora dos serviços especializados de cardiologia, o electrocardiógrafo<br />

e o vectógrafo, acham o seu lugar cada vez que se<br />

torna necessdrio precisar o valor e a resistência de um miocárdio,<br />

seja antes de uma intervenção cirúrgica, antes de uma anestesia<br />

ou ainda durante a evolução de uma afecção susceptível de lesar<br />

O mecanis_mo da síncope<br />

branca, a qual continua sendo uma das causas irredutíveis de<br />

morte súbita no início de uma anestesia geral, não esta ainda<br />

defenido com precisão se bem que o papel da adrenalina intra­<br />

·suprarrenal e sua brusca libertação por perturbação do equilíbrio<br />

circulatório, parece extremamente importante. Um exame electrocardiografico<br />

preventivo e sistemático do coração será dentro em<br />

breve considerado como uma operac-ão de rotina, cujo esquecimento<br />

será imputado como uma falta ao anestesiologista responsdvel.<br />

Do mesmo modo, no decurso de numerosas doenças infecciosas, o<br />

miocdrdio pode ser tocado e importa descobrir as lesões antes que<br />

apareçam evidentes sinais clínicos. Sabe-se que a difteria, a febre<br />

tifóide e outras doenças infecciosas, comportam um importante<br />

Jloll'I'UG l .TE SES<br />

3'1'


isco de miocardite e este risco não parece deminuido pela aplicação<br />

dos antibióticos mais recentes.<br />

Ora, deverá praticar-se a grande cirurgia e cuidar-se de doen ­<br />

tes contagiosos em mais de 6oo hospitais metropolitanos, que há<br />

necessidade de equipar da maneira mais completa, afim de dar<br />

aos doentes a maior segurança possível. Cada um destes estabelecimentos<br />

deverá então possuir uma instrução que permita descobrir<br />

as perturbações eléctricas do coração. Poderá objectar-se que a<br />

interpretação dos traçados necessita dé um especiahsta qualificado<br />

e que se pode introduzir uma perigosa possibilidade de falsa segurança<br />

ao multiplicar os aparelhos cujos resultados devem ser controlados<br />

por pessoas qualificadas. R esponderemos a isto que a<br />

colheita . de um traçado e a s~ta interpretação são duas coisas diferentes<br />

e que nada se opõem ao desenvolvimento daquilo que é<br />

corrente nos Estados Unidos, nas regiões 1'urais onde os pequenos<br />

hospitais se encontram espalhados, e que consiste no envio do traçado<br />

ao serviço de cardiologia mais competente do centro hospitalar<br />

de ligação. Se a expedição é feita pelo correio o resultado<br />

pode ser ditado pelo telefone. Em caso de UrJ?ência a transmissão<br />

por belinograma é sempre possível e permite ie1' a 1'esposta do cardiologista<br />

competente em alg~ms minutos. Não é então quimérico<br />

prever, para a elt ct1'0cardingrafia, um desenvolvimento extremamente<br />

importante.<br />

Dr. R. F. BRIDGMAN<br />

Há um século que uma experiência<br />

bem conhecida, de Matteucci permite<br />

pôr em evidência a existência<br />

de descargas eléctricas contem porâneas<br />

de toda a actividade cardíaca.<br />

Ela consiste em observar a aparição<br />

de contracções de uma pata de rã<br />

seccionada por cima do joelho e provida<br />

do seu nervo. Para este efeito,<br />

basta aplicar este nervo à superfície<br />

do coração do animal para ver uma<br />

contracção breve no início de cada<br />

batimento. Este dispositivo notàvelmente<br />

sensível, pois permite pôr em<br />

evidência urna variação de potencial<br />

da ordem da milésima do volt, não se<br />

presta entretanto a um estudo qu 2<br />

litativo ou qantitativo, base de to ~<br />

o conhecimento científico. O estu ~<br />

preciso das correntes eléctricas ~<br />

coração não pôde ser encetado seDa<br />

graças ao electrómetro capilar d<br />

sábio físico francês Lippmann (181J<br />

O electrómetro é constituído poru ~<br />

pipeta capilar contendo mercúrio<br />

mergulhando em água acidu)ad<br />

Ligado por intermédio de dois cor<br />

d u tores à superfície do coração pos:<br />

a nu, o menisco, separando o Jlle:<br />

cúria, acha-se animado de oscilaÇ ~<br />

que são a expressão de variações ,<br />

potencial eléctrico de origem cardía~<br />

As aplicações médicas não estavam<br />

em questão e o ilustre Jaccoud<br />

resumia bem em 1870 a posição do<br />

problema quando notava que o estudo<br />

da «questão das propriedades electromotrizes»,<br />

exige mutilações prévias<br />

que tiram a estas investigações<br />

todo o carácter prático.<br />

Será suficiente ligar dois electrados<br />

aplicados à superfície da pele, ao<br />

electrómetro capilar de Lippmann<br />

para descobrir a electrocardiografia<br />

no homem (A. Waller, Londres 1887).<br />

Após um trabalho precursor indiscutível<br />

do engenheiro trances Ader<br />

(Academia das Ciências 1887, página<br />

1440), de que parece não ficou<br />

conhecimento, W. Einthoven- futuro<br />

Prémio Nobel da Física, 1924-<br />

criou este instrumento notável que<br />

e o galvanómetro de corda (1903),<br />

especia lmente adaptado ao registo<br />

de correntes eléctricas de origem<br />

cardíaca, e graças ao qual a electrocardiografia<br />

(Ecg.) devia conhecer<br />

uma tão alta fortuna.<br />

Apenas alguns anos mais tarde<br />

e sobre os próprios planos de Einthoven,<br />

L. Bull construiu no Instituto<br />

Marey (Paris), o primeiro electrocardiógrafo<br />

em França (1907).<br />

Desde a descrição do galvanómetro<br />

de Einthoven, principia toda uma<br />

Série de investigações experimentais<br />

e clínicas e a electrocardiogralia<br />

toma ràpidamente uma extensão<br />

considerável.<br />

Durante esta segunda etapa e<br />

Paralelamente a ela vão aparecer os<br />

Primeiros trabalhos de H. Mann<br />

(New-York), sobre um novo método<br />

nascido da electrocardiografia e que<br />

o seu autor chamava monocardiografia.<br />

Com efeito, uma curva única<br />

chegava para substituir os três registos<br />

(três derivações clássicas), efectuadas<br />

habitualmente com o aparelho<br />

de Einthoven.<br />

Na realidade, as coisas são mais<br />

complexas. O coração órgão volumétrico,<br />

apresenta uma repartição<br />

espacial, tridimensional dos potenciais<br />

eléctricos de que é sede. Para<br />

chegar a um conhecimento ao mesmo<br />

tempo tempo exacto e completo das<br />

correntes eléctricas do coração, é no<br />

espaço a três dimensões que deveremos<br />

estudá-lo. Após Savjaloff(1929),<br />

Schellong e Heller (1936), H. E. Hollmann<br />

e W. Hollmann (1937), Sulzer<br />

e Duchosal (1938), abordaram o problema<br />

da electrocardiografia e depois<br />

da Vectografia no espaço. Estes autores<br />

todavia distanciam-se dos padrÕes<br />

usuais e, ainda que o tronco<br />

do homem seja considerado como<br />

um meio condutor homogénio, comparável<br />

a uma esfera, os resultados<br />

assim obtidos destanciam-se pouco<br />

ou mui to dos traçados electrocardiográficos<br />

clássicos.<br />

Foi graças a uma concepção nova<br />

da significação espacial da electrocardiografia<br />

~nipolar, que nós chegámos<br />

desde 1946-1947, a obter vectogramas<br />

tridimensionais, mesmo a<br />

partir das derivações usuais. Esta<br />

solução tridimensional, original, nos<br />

permitiu criar uma vectografia ao<br />

mesmo tempo prática e precisa: a<br />

vectografia espacial unipolar. O aparelho,<br />

cuja realização e soluções<br />

electrónicas eu devo a uma colaboração<br />

estreita com o meu amigo,<br />

I<br />

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38<br />

UO!iiPl'l'-' 1<br />

I>OitTUGl_lESES


I<br />

I<br />

l<br />

li<br />

o engenheiro P. Pouret -sob o<br />

nome de Cardiovectógrafo - põe o<br />

cardiologista na situação previlegiada<br />

do radiologista que examina<br />

um doente sob o écran. Olhando o<br />

tubo catódico, o médico vê directamente<br />

a marcha do processo de excitação<br />

eléctrica do coração, enquanto<br />

que os electrocardiogramas não lhe<br />

mostram senão aspectos parcelares,<br />

sob a forma de projecções lineares.<br />

E ainda que exista uma correlação<br />

estreita entre a electrocardiografia e<br />

a vectografia, e vice-versa, ràpidamente<br />

se nos afigurou que a vectografia<br />

era a um tempo mais simples<br />

e mais precisa. Mais simples, porque<br />

em lugar das doze derivações actualmente<br />

usuais, duas imagens são suficientes<br />

(uma vista de face e uma de<br />

perfil, por exemplo), para identificar<br />

o comportamento espacial eléctrico<br />

do coração; mais precisa porque; se<br />

os aparelhos com quatro ou seis derivações<br />

electrocardiográficas marcam<br />

um progresso certo em relação aos<br />

aparelhos de derivação única, para<br />

dar toda a sua medida, estes poligramas<br />

necessitam ser analizados<br />

uns em relação aos outros, quer<br />

dizer, transformados em monocardiogramas<br />

(A. Mann) trabalho considerável<br />

que o cardiovectógrafo<br />

efectua instantâneamente com uma<br />

precisão desigual a cada batimento<br />

do coração. O cardioectógrafo não<br />

é somente um vectógrafo; é também<br />

um electrocardiógrafo aperfeiçoado<br />

q ue permite o registo, pelo comando<br />

de um comutador único, ao lado de<br />


gresso, organizado pela Federação dos <strong>Hospitais</strong> Suíços (Veska) em<br />

que os principais assuntos tratados foram: a função dos hospitais;<br />

problemas de alimentação; o pessoal; problemas de economia hospitalar;<br />

questões técnicas; prob!tmas jurídicos, etc.<br />

Em França realizar-se-á em Junho de <strong>1950</strong> o Congresso dos<br />

Técnicos de Saúde, com o patrocínio da grande revista « Techni·<br />

ques Hospitalieres». Eis as suas principais secções: A) Medicina<br />

hospitalar; B) Arquitectura sanitária; C) Equipamento sanitário;<br />

D) Administração sanitária; E) Econ01nato; F) O doente.<br />

Portugal tem de acertar o passo com os países que lhe levam<br />

algum avanço em tais assuntos.<br />

Estamos certos de que todos os médicos, administradores,<br />

enfermeiros, arquitectos, engenheiros, funcionários do Estado, etc.,<br />

ligados aos hospítais, acorrerão a participar nesta conferência, a bem<br />

da assistência hospitalar em Portugal.<br />

E, com esta certeza, colocamos desde já as colunas desta<br />

revista à disposição de todos para nelas exporem os seus propó·<br />

sitos e pareceres.<br />

Pelo Ministro da Suécia, que<br />

propositamente se deslocou a<br />

Lisboa em 3 de Janeiro último,<br />

foram entregues ao Prof. Doutor<br />

António Egas Moniz a medalha<br />

de ouro e o diploma do Prémio<br />

Nobel de Medicina de I949·<br />

Esta altíssima distinção conferida<br />

ao grande cientista português,<br />

destina-se principalmente<br />

a galardoar a descoberta do valor<br />

terapêutico da leucotomia<br />

pre-frontal.<br />

É a vez primeira que aq<br />

prémio é atribuído a um portu·<br />

guês; daí o orgulho que tal<br />

representa para Portugal, e<br />

justificação das simpáticas h<br />

nagens que por toda a parte<br />

têm sido prestadas.<br />

Associamo-nos sinceram<br />

a estas homenagens, e a S. E:x. ,<br />

uma das maiores glórias ·<br />

nais, pedimos licença para<br />

sentar as nossas smceras<br />

tações.<br />

Do jornal do Médico publicado em 29 de Outubro último, transcrevemos,<br />

sem qualquer comentário, a seguinte «Nota à margem», a propósito dos<br />

exames para auxiliares de Enfermagem no Hospitdl de Santo António do Porto:<br />

«Acabam de realizar-se, no Hospital de Santo António, do Porto,<br />

exames para ajudantes de enfermeiros, a que concorreu um avultado número<br />

de candidatos.<br />

Os exames, embora realizados ao abrigo da legislação antiga, abrangiam<br />

conhecimentos sobre uri.n matéria suficientemente vasta, e os membros<br />

do júri souberam ser exigentes, sem, no entanto, serem exagerada mente severos.<br />

Consta que estes exames serão os últimos realizados ao abrigo da antiga<br />

legislação, e que, de futuro, todos os candidatos ao título de enfermeiro deverão<br />

possuir um mínimo de habilitações estabelecido por lei.<br />

Torna-se, efectivamente; necessário prestigiar e desenvolver os conhecimentos<br />

de uma classe que é imprescindível e cujos membros têm de ser<br />

apenas os auxiliares directos e imediatos dos médicos. Mas torna-se, ao<br />

mesmo tempo, necessário também que a essa classe sejam dadas as regalias<br />

e as remunerações compat1veis com uma vida decente e digna, norteada por<br />

boas normas de honestidade profissioBal.<br />

Somos, por educação e temperamento, contrários a tudo o que represente<br />

abuso ou desmando, e por isso nos não conformamos com certas veleidades<br />

de autonomias que por vezes se concedem aos serviços de enfermagem,<br />

furtando-os, quase por completo, à direcção e controle superior do médico;<br />

mas também não podemos compreender o enfermeiro semi-analfabeto, o<br />

Prático inculto, fazendo um penso com a mesma meticulosa uniformidade<br />

com que as andorinhas fazem os seus ninhos, indiferentes ao progresso do<br />

lllundo e das ciências.<br />

A profissão de enfermeiro vai, ao que parece, entrar em nova fase:<br />

n.uma fase de renovação, de modernização e de ampliação de conhecimelltos<br />

c.tentíficos. Como preparação básica, vai passar a exigir-se aos futuros profissionais<br />

da enfermagem civil habilitações liceais bastante vastas. Mas bom<br />

será não cair do exagero dos velhos enfermeiros semi-analfabetos, no outro<br />

exagero dos enfermeiros semi-doutores.<br />

. No meio está a virtude e os exames agora realizados, sob a presidên-<br />

Cia de um ilustre Inspector da Assistência Social, provam-no claramente».<br />

-12<br />

43


O internato nas Escolas<br />

de Enfe•·•nagem<br />

Determina o artigo I. 0 1<br />

§ 2. 0 do<br />

1<br />

Decreto-lei n. 0 36.219, que os cursos<br />

de enfermagem funcionem, quando<br />

possível, em regime de internato.<br />

É que não se concebe hoje o ensino<br />

da enfermagem em externato abso-<br />

1 u to, pois está assente que a profissão<br />

exige, além dos estritos conhecimentos<br />

técnicos uma formação<br />

cultural e uma disciplina de<br />

carácter que só em regime de internato<br />

obrigatório será possível<br />

facultar.<br />

A Escola do Doutor Ângelo da<br />

Fonseca que funciona nos <strong>Hospitais</strong><br />

da Universidade de Coimbra, desejando<br />

imprimir ao ensino a orientação<br />

que a lei e as últimas experiências<br />

impõem e, não dispondo de instalações<br />

para o internato, achou a<br />

solução curiosa -- e supomos que<br />

inédita entre nós- de contratar a<br />

aposentadoria das suas alunas com<br />

uma instituição particular de assistência:<br />

o Lar das Alunas-Enfermeiras<br />

de Coimbra.<br />

Todas as alunas são associadas<br />

desta instituição em cuja Comissão<br />

Instaladora funcionam como presidente<br />

o secretário da Escola, como<br />

· vice-presidente a Monitora e como<br />

tesoureira a Assistente Social dos<br />

<strong>Hospitais</strong> da Universidade.<br />

A Monitora tem residência obrigatória<br />

no Lar, onde vigia, orienta<br />

e forma as suas alunas.<br />

A experiência é curiosa e digna<br />

de ser estudada por todas as escolas<br />

que queiram cumprir o imperativo<br />

legal e actualizar os seus méto·<br />

dos de ensino, como fez a que fun·<br />

cio na sob a alta direcção do Prof. João<br />

Porto.<br />

l'Wol'as ••eformas<br />

Em obediência ao disposto no<br />

art. IL 0 do Decreto-lei n. 0 37-41i<br />

de r8 de Maio de 1949, foram já revis·<br />

tos os quadros do pessoal de enfer·<br />

magem dos <strong>Hospitais</strong> Civis de Lis·<br />

boa e dos da Universidade de Coiro·<br />

bra.<br />

Consta-nos que nenhuns destes<br />

profissionais ficaram satisfeitos coro<br />

o novo regime de vencimentos. E<br />

têm razão.<br />

Sempre se esperou que, após are·<br />

forma dos cursos de enfermagem,<br />

elevado o critério .de selecção e<br />

intensificada a preparação profissio·<br />

nal dos enfermeiros, paralelamente<br />

se melhorariam os vencimentos das<br />

várias categorias. Porém, o citado<br />

Decreto-lei n.n 37.418 ainda desta<br />

vez manteve a generalidade dos ven·<br />

cirnen tos anteriores: injustiça para<br />

os profissionais e pretexto para espe·<br />

culações várias.<br />

CIII'SO de Enfe•·•nageJU e Acção<br />

~oclal Colonial<br />

A 20 de Março, efectuou-se no<br />

Semi-inte:mato de Nossa Senhora<br />

da Conceição, na Rua do Sol ao<br />

Rato, sob a presidência do Sr. Mi·<br />

nistro das Colónias, a inauguração<br />

do Curso de Enfermagem e Acção<br />

Social Colonial a cargo das irm ãs<br />

Franciscanas Missionárias de Maria-<br />

Numa sessão solene, usaram da<br />

palavra o Rev. Padre Alves Pereira<br />

que agradeceu a presença do Ministro<br />

e salientou o interesse que o<br />

mesmo tem dispensado à obra missionária,<br />

o Sr. Dr. Braga Paixão e o<br />

Sr. Ministro das Colónias.<br />

Esta obra de grande alcance que<br />

vem prestigiar a nossa actual política<br />

no Ultramar, recebeu unânime<br />

e favorável aceitação, tanto por parte<br />

das outras corporações religiosas como<br />

do Governo.<br />

Frequentam este Curso, na sua<br />

primeira fase, 24 religiosas, as quais<br />

terminada a aprendizagem, seguirão<br />

para o Ultramar.<br />

Quase todas as Ordens se fizevV<br />

A P PLER<br />

A. C. M. I.<br />

ram representar com alunas neste<br />

Curso. Eis a relação dessas alunas:<br />

Franciscanas Missionárias de Maria,<br />

com 2; Franciscanas Hospitaleiras,<br />

com 2; S. José de Cluny, com 2;<br />

Franciscanas de Calais, com 4; Apresentação<br />

de Maria, com 5; Congregação<br />

da Senhora das Vitórias, com 2;<br />

Beneditinas religiosas, com 2; Missionárias<br />

do Espírito Santo, com r;<br />

Reparadoras do Sagrado Coração de<br />

Jesus, com 3·<br />

O Hospital Colonial e o Instituto<br />

de Medicina Tropical prontificaram­<br />

-se a colaborar neste alto serviço<br />

prestado à saúde das populações<br />

coloniais.<br />

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UROLOGIA. DIATERMIA, GASTRO COE lA , BRONCOSCOPIA,<br />

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l'OJtTUGUESES


I ,III~~'~ ~--~~--, ~~ ~' ~~~~~ há quem te~ha dúvidas .sé~ias . ~.<br />

---'1~--~~- {! Jl L~ ~---~~-~ ~~ -~ l -~--~~,~ ~ vandaria, armazens, secretarias, etc.)<br />

'--------' "--' __ I__ ~-"~ .L ~- ~""~ '--~ -~- ~- }., ._ --~- ~ --~---~ --~'"~ Em vez de dispersar hospitais, nao<br />

Os tlil'igentes tlepôem<br />

Em boa hora oferecemos aos hospitais<br />

de Portugal o meio de exporem<br />

publicamente os seus problemas<br />

e as suas necessidades.<br />

Chegam-nos dia a dia depoimentos<br />

de dirigentes de hospitais onde<br />

as questões são ventiladas com sentido<br />

prático e honesto propósito de<br />

trabalhar a bem dos hospitais portugueses.<br />

Neste número publicamos o trabalho<br />

do Ex.mo Sr. Dr. Fernando<br />

Calisto Moreira, ilustre Provedor<br />

da Misericórdia de Aveiro e a cuja<br />

obra tivemos ocasião de nos referir<br />

logo no n. 0 r desta revista.<br />

O trabalho «Ligeiras considerações<br />

acerca das dificuldades com que<br />

lutam as Misericórdias», sendo objectivo<br />

e claro, aborda alguns problemas<br />

dos mais instantes da nossa<br />

organização. O auxílio às Misericórdias;<br />

o problema da ligação entre<br />

a assistência e a previdência; o defeito<br />

de 'visão no equipamento de<br />

mui tos dos nossos hospitais ; o<br />

esquema de serviços a montar nos<br />

hospitais subregionais, etc., aparecem<br />

ràpidamente neste trabalho e<br />

sempre lhes é apontada uma solução<br />

digna de estudo.<br />

'l"""i ''1"'1 'I'''~ ~----''I I" 'I'"~ ri_ J Jl ~ seria preferí ve.l aumenta r a lotação de<br />

t l' t IJ U'"t ll i\ :"d 1 g~~ss:o: ~~;~;~;r d~~Z~r~~t:-;:;<br />

''~ estmado a asilo psiq u1atnco, - co-<br />

Felicitamos, pois, o sr. Dr. Fer·<br />

nando Moreira.<br />

E a Revista fica aberta a todo!<br />

os que, com o mesmo espírito, que i·<br />

ram trabalhar nesta obra eminente·<br />

mente nacional.<br />

É preciso que os dirigentes deponham<br />

perante a Nação com clareZI<br />

e lealdade.<br />

O t·ouveuto de Lorvão<br />

Este belo edifício situado no ce n·<br />

tro do país, em lugar retirado, vai<br />

deixar de ser a colmeia vergonhas<<br />

de famílias miseráveis que em telll·<br />

pos de perseguição religiosa ali fora rr<br />

instaladas. ~<br />

mo também já ouvimos -as objecções<br />

formuladas parecem valer<br />

igualmente.<br />

A Delegação do Instituto<br />

de llssistêucia à Família<br />

em Coimbra<br />

Eis alguns números que dão o<br />

índice exacto da obra realizada em<br />

Coimbra pelo Instituto de Assistência<br />

à Família:<br />

O Serviço Social dispendeu,<br />

no ano de 1949, 31o.8r5$oo com<br />

553 famílias, cujos problemas económicos<br />

e morais foram especialmente<br />

revelados através do inquérito hospitalar.<br />

o Decreto-lei n.o 37<br />

.621 de 13d1 IEDIUI~A..<br />

Novembro autoriza o Ministério da! Sob esta epígrafe aparece, hoje<br />

Obras Públicas a promover a cons e de futuro, uma nova secção desta<br />

tru ção de um agrupamento de 30 ca· revista onde serão incluídos artigos<br />

sas para as famílias a desalojar dr . origin;is ou seleccionados de revismagnífico<br />

edifício, o qual será ~ t tas similares, sobre assuntos de mepois<br />

adaptado a hospital de ahe· dicina e cirurgia gerais e de uma<br />

nados. ou outra especialidade. Procurared<br />

os aprovam 1ncon · d'<br />

To IClO<br />

· nal mos escrever ou reproduzir artigos<br />

mente a solução dada ao problerll de marcado interesse médico-cirúrhahitacional<br />

das tais famílias mise gico, como os que dizem respeito a<br />

ráveis. Mas quanto a criar mais u ~ novas técnicas semiológicas e terahospital<br />

de alienados, num edifíclí Pêuticas, os problemas clínicos do<br />

de adaptação cara, o qual obrigar hospital moderno, etc., etc.<br />

a criar novos serviços (cozinhas, la A direcção desta secção e bem<br />

A assistência prestada revestiu<br />

as seguintes modalidades:<br />

Alimentação (8.584 refeições),<br />

utensílios de trabalho (a 43 famílias),<br />

çasamentos e baptizados (14), conforto<br />

doméstico (mobílias, camas,<br />

colchões, roupas de cama e outros<br />

utensílios) a 81 famílias, colocações<br />

familiares (5 crianças), educação e<br />

instrução (ro crianças), receitas<br />

(óculos, cintas para operados e parturientes<br />

e aparelhos ortopédicos)<br />

a 21, rendas de casa ( 355 ), reparação<br />

de habitações (4), transportes (7),<br />

internamentos em Sanatórios e outras<br />

Instituições (8), empréstimos(rr),<br />

invalidez (76), vestuário e calçado<br />

(273 adultos).<br />

Além da assistência acima indicada<br />

foram distribuídas roupas e<br />

calçado a 1.255 crianças.<br />

Ao Ex.mo Delegado, sr. Dr. Joaquim<br />

Machado de Araújo as nossas .<br />

felicitações pela magnifica obra de<br />

assistência que está realizando.<br />

UIRIJRGIA.. ESPEUIALIDA.DES<br />

assim toda a orientação técnica darevista<br />

foi confiada ao Ex. mo Sr. Dr. Manuel<br />

Ramos· Lopes, · Assistente da<br />

Faculdade de Medicina de Coimbra<br />

que, desta forma acedeu a colaborar<br />

na campanha que aqui desenvolvemos<br />

em prol da assistência em Por-·<br />

tugal.<br />

Para os nossos lei tores vai a<br />

certeza do muito que valorizamos<br />

a publicação com a chefia do Sr.<br />

Dr. Ramos Lopes, ao qu al apresentamos<br />

aqui amigos cumprimentos<br />

de boas vindas.<br />

'<br />

I


do<br />

essa gratificação, para cada caso,<br />

sob proposta dos respectivos governadores.<br />

Estas gratificações serão atribuídas<br />

independentemente de qualquer<br />

outro benefício.<br />

:1- Em missão oficial do Ministério<br />

das Colónias, seguiram em 26<br />

de Dezembro último para a Guiné<br />

Portuguesa os srs. Drs. Carlos Pinto<br />

Trincão e Egídio Rocha de Gouveia,<br />

respectivamente profe·ssor e assistente<br />

livre do Instituto de Medicina<br />

Tropical, aonde foram proceder a<br />

estudos relativos à doença do sono.<br />

:I-No Diário do Gove1'110 de ro<br />

de Novembro ultimo foi publicado o<br />

Decreto n.o 37.602 que veio alterar<br />

a redacção do Decreto n.o 34-417, no<br />

art. 83. 0 1 permitindo que no quadro<br />

cialidade não for classificada e titu·<br />

lada pela Ordem dos Médicos.<br />

~ -A portaria n.o 13.058, de 2i<br />

de Janeiro, reconhecendo a necessi·<br />

Hospital Central de Luanda- Residência do director<br />

de cirurgiões e especialistas possam<br />

ser providos não só os médicos que<br />

façam prova de habilitação bastante,<br />

reconhecida pela Ordem dos Médicos,<br />

mas ainda e supletivamente<br />

aqueles cuja habilitação seja reconhecida<br />

pela Repartição dos Serviços<br />

de Saúde e Higiene do Ministério<br />

das Colónias, enquanto tal espe-<br />

Co1t~resso<br />

Para maior elucidação dos nossos<br />

leitores e, dando satisfação a um<br />

pedido formulado pelo director da<br />

magnífica revista francesa «Techniques<br />

hospitalieres», damos aqui mais<br />

alguns pormenores desta importante<br />

reunião que se realizará em Paris<br />

de 6 a 9 de Junho próximo.<br />

O congresso funciona com 6 comissões<br />

já enumeradas a páginas 42<br />

desta revista.<br />

Cada comissão será presidida por<br />

uma personalidade especializada e<br />

nela funciona ·um relator geral que,<br />

conhecendo antecipadamente o texto<br />

de todas as comunicações, dirigirá<br />

os trabalhos.<br />

Paralelamente ao Congresso, organizou-se<br />

uma exposição de todas<br />

as realizações de saúde pública, com<br />

. ·{ Planos e requções de hospitais, esdade<br />

de tornar extens1 v a aos me 1 quem as de organização sanitária,<br />

cos e demais pessoal em contac:o documentos fotográficos, bibliogradiá<br />

rio com os leprosos, nas colo· tia, aparelhagem etc.<br />

· t'f - d o; bre 0 '<br />

mas, a gra 1 1caçao e 50 o so Algumas organizações sanitárias<br />

vencimento-base, nas mesmas con· de vários países garantiram a sua<br />

dições em que é atribuída pelo pe· representação neste congresso que<br />

ngo<br />

· d<br />

e contagw,<br />

· ·<br />

ao pessoa<br />

1 d 0 Hos·<br />

. adquire assim curioso carácter interpi<br />

tal-Colónia Rovisco Pais, au to~J z3 nacional.<br />

o Ministério das Colónias a flxal<br />

dos Tée11ieos fia Saí1de<br />

Pai·is- G a 9 de Junllo<br />

Para terminar, eis a ordem dos<br />

trabalhos do congresso:<br />

A) Medicina hospitalar- Técnicas<br />

puras; administração médica;<br />

médicos e especialistas ; clínicas<br />

ab€rtas, etc.<br />

B) Arquitectura sanitária - Construção<br />

de hospitais, sanatórios, preventórios,<br />

hospitais psiquiátricos,<br />

centros di versos, e te.<br />

c) Equipamento sanitário-equipamento<br />

técnico, médico e cirúrgico<br />

-Aquecimento, refrigeração, ventilação,<br />

electricidade, água, etc.<br />

n) Administração hospitalar -<br />

planejamento, organização, mecanização,<br />

administração, pessoal, serviços<br />

especiais, etc.<br />

E) Economato-dietética - Economato,<br />

alimentação, cozinhas, desinfecção,<br />

serviços económicos e<br />

gerais, etc.<br />

F) O doente - conforto, distracções<br />

intelectuais, educação, cultos,<br />

serviços especiais, reeducação, readaptação,<br />

etc.<br />

O secretariado geral está instalado<br />

em Paris- Rua de Chateaudun,<br />

ro.<br />

48<br />

aJJ I'OllTUGlTESES<br />

BOSPI T ,


Dr. Vaue 11. Roge- Acaba de nos chegar ·a grata notícia de<br />

o Dr. Vane M. Hoge, Chefe da Repartição de Construções Ho<br />

dos Estados Unidos, foi nomeado<br />

adjunto do «Bureau of Medical<br />

o mais importante departamento<br />

americano dos serviços de saúde pú<br />

Já no primeiro número desta<br />

demos uma resenha biográfica do Dr.<br />

como introdução do trabalho «Bases e<br />

nos para um hospital» que ele em Portu<br />

gentilmente acedeu a difundir por<br />

intermédio.<br />

Dissemos então que o Dr. Hoge<br />

das · figuras mais conhecidas na A<br />

em matéria de organização hospitalar,<br />

era dos autores mais lidos e a<br />

em tais assuntos.<br />

A sua promoção só<br />

com a maior sinceridade<br />

enviamos as mais amigas felicitações.<br />

F'aJ•macêutieo Jaime ' raJougo- Natural de<br />

Barcelos, exerceu a sua actividade no Hospital de Joaquim<br />

Urbano até 3 de Setembro último, data em que atingiu<br />

o limite de idade.<br />

Foi encarregado várias vezes pelo Governo de missões<br />

especiais, onde a sua alta competência e o entusiasmo<br />

com que tratava todos os assuntos relacionados com a farmácia<br />

hospitalar, se revelaram abundantemente.<br />

No dia em que, por imposição legal, teve de abandonar<br />

o serviço foi alvo de simpática homenagem de<br />

todo o pessoal clínico, administrativo e farmacêutico do hospital onde<br />

balhou.<br />

Ao chegar-nos a notícia do seu falecimento, «<strong>Hospitais</strong> <strong>Portugueses</strong>~<br />

que teve a honra de publicar um trabalho do farmacêutico Jaime Valongo,<br />

•a•,•u'--"'·se sentidamente ao pesar da sua ilustre família.<br />

D. rtlaJ•ia Elvh•a Almeida GlõJ•ia- Natural do Porto, formou-se<br />

ali, na Faculdade de Farmácia no ano de 1939·<br />

........ 111'1 Iniciou a sua carreira na farmácia do Hospital de<br />

Joaquim Urbano onde esteve até que, com a criação da<br />

Delegação do Instituto Maternal na cidade do Porto, para<br />

ali passou a prestar serviços da sua especialidade.<br />

Em Novembro de 1948, voltou, por opção, àquele<br />

hospital onde se conserva ainda, ascendendo agora ao<br />

grau mais alto da hierarquia farmacêutica do estabelecimento.<br />

Os nossos sinceros cumprimentos de felicitações e<br />

a certeza de que muito lucrará o Hospital de Joaquim<br />

Urbano com a sua inteligente e dedicada actuação.<br />

Dr. Luís de Couto rtlonlz- Um grupo-de amigos e admiradores<br />

prestou significativa homenagem ao Sr. Dr. Luís de Couto Moniz, que<br />

exerce a sua actividade desde há bastantes anos no Hospital da Ordem<br />

de S. Francisco.<br />

O programa abriu com uma missa em acção de graças. Ao almoço<br />

presidiu o homenageado, tomando lugar à mesa individualidades de destaque<br />

no Porto e norte do País.<br />

Em todas as manifestações se procurou salientar as distintas q ualidades<br />

do Sr. Dr. Couto Moniz.<br />

Professo•· Douto•· FJ•aneiseo Gentil - Pela Sociedade Brasileira<br />

de Ginecologia foi enviada a este ilustre PrOfessor, Presidente da<br />

Comissão Directora do Instituto Português de Oncologia, o diploma que lhe<br />

confere o honroso título de sócio honorário daquela agremiação científica.<br />

A S. Ex.a pedimos licença para nos congratularmos com a alta e merecida<br />

distinção que do Brasil lhe .é conferida.<br />

I'OilTUGUESES<br />

õl


<strong>Hospitais</strong> _Civis de Lisboa<br />

A portaria n. 0 I3.oro, publicada<br />

no Diário do Governo de 13 de Dezembro<br />

último, aprova o mapa do<br />

pessoal de enfermagem dos <strong>Hospitais</strong><br />

Civis de Lisboa.<br />

O quadro fica constituido por<br />

676 unidades de trabalho, mas alguns<br />

dos lugares ficam cativos para só<br />

poderem ser preenchidos mediante<br />

prévia autorização do Ministério das<br />

Finanças.<br />

-A partir de r de Janeiro último<br />

deixou de ser permitido aos doentes<br />

hospitalizados nos <strong>Hospitais</strong> Civis de<br />

Lisboa receberem comidas dos visitantes.<br />

Aplaudimos sinceramente tal<br />

medida.<br />

-Foi reformado o regime de internato<br />

e externato médicos destes<br />

<strong>Hospitais</strong>, que agora funcionará em<br />

bases de maior eficiência.<br />

-No dia r de Janeiro último,<br />

o sr. Subsecretário da Assistência<br />

inaugurou, no Hospital dos Capuchos,<br />

um novo bloco operatório, apetrechado<br />

com os mais modernos aparelhos.<br />

Est bloco operatório, melhoramento<br />

que foi da mais alta importância<br />

e maior utilidade para aquele<br />

estabelecimento, compõe-se dedu<br />

salas, cada uma com duas mes<br />

operatórias, sendo uma para mulh<br />

res e outra para homens; duas sala<br />

de anestesia; uma de esterilizações<br />

uma de Raios X, móvel,<br />

nal cirúrgico.<br />

llost)ltais da Universidade<br />

tle Cointbt•a<br />

As portarias n.os 13.051 e 13.09<br />

de n de Janeiro do ano correntf<br />

publicam os novos quadros de pes<br />

soal do maior estabelecimento bo<br />

pitalar do centro do país.<br />

Mais tarde foi feita a distribu·<br />

ção do pessoal pelos novos carg'<br />

ficando, nos principais lugares,<br />

seguintes funcionários:<br />

Director, Prof. Doutor João Mar'·<br />

Porto; Administrador, Dr. CorioJan<br />

Ferreira; Chefe de Contabilidadr<br />

Dr. Rui Henrique dos Santos; Chel<br />

dos Serviços Farmacêuticos, Dr·<br />

Maria do Céu Nunes Granada ; Chel:<br />

dos Serviços de Raios X, Dr. Ant'<br />

nio Fonseca ; Chefe dos Serviços d.<br />

Transfusão de Sangue, Dr. T e odo~<br />

Mendes; Directores de Clínicas, ~<br />

Professores da Faculdade de Me di<br />

cina que ali regem às cadeiras Cotresponden<br />

tes.<br />

lUise.ll.'lcOJ•dla de ltlat•vão<br />

Por portaria publicada no Diário<br />

do Governo, de 21 de Janeiro,<br />

foi extinto o Centro de Assistência<br />

Social de Marvão, cujos estatutos<br />

tinham sido aprovados em I7 de<br />

Agosto de 1945, e integrados os respectivos<br />

bens no património da Santa<br />

Casa da Misericórdia daquele concelho,<br />

impondo-se a esta obrigação de<br />

m~nter e desenvolver os serviços que<br />

pertenciam ao referido Centro.<br />

llospltais Escolares de Lisboa<br />

e Pot•to<br />

O Decreto-lei n. 0 37.643 de ro<br />

de Dezembro último aumentou em<br />

ro:ooo.ooo$oo o limite dos encargos<br />

de construção destes <strong>Hospitais</strong>. Tudo<br />

nos leva a crer que, mercê dos<br />

novos meios financeiros postos à<br />

disposição da Comissão encarregada<br />

da construção destes blocos hospitalares,<br />

as obras entrarão em novo<br />

ritmo e que teremos brevemente o<br />

contentamento de anunciar a sua<br />

entrada em actividade, a bem da<br />

assistência nacional.<br />

llospltal-Colonla Rovisco<br />

Pais<br />

O Decreto-lei n. 0 37.522, com<br />

data de r8 de Novembro, manda<br />

eletinguir em 31 de Dezembro de<br />

1 94~ a Comissão de Obras nomeada<br />

Pelo Decreto·lei n. 0 29.122 para exe-<br />

éuçâo das instalações destinadas<br />

àquela leprosaria, hoje denominada<br />

Hospital-Colónia Rovisco Pais.<br />

As funções desta Comissão passam<br />

para a Direcção-Geral dos Edifícios<br />

e Monumentos Nacionais.<br />

A Comissão de Obras mandada<br />

agora extinguir era constituída pelos<br />

srs. Professor Doutor Bissaia<br />

Barreto,. Engenheiro Maçãs Fernandes<br />

e Arquitecto Carlos Ramos.<br />

Instituto Pol'tnguês<br />

de Oncologia<br />

Pelo Ministério das Obras Públicas<br />

foi concedido à Comissão Administrativa<br />

dos Novos Edifícios Hospitalares<br />

um subsídio de 400 contos<br />

para as despesas a realizar com a<br />

aquisição de equipamento destinado<br />

ao bloco hospitalar do Instituto Português<br />

de Oncologia.<br />

- Acaba de ser remodelada a<br />

constituição da Comissão Directora<br />

deste Instituto. Passa a ser composta<br />

por 5 membros efectivos e<br />

3 substitutos, todos escolhidos pelo<br />

Ministro da Educação Nacional, de<br />

entre pessoas de reconhecida idoneidade.<br />

O mesmo Ministro designará os<br />

membros efectivos que deverão desempenhar<br />

as funções de presidente,<br />

vice-presid{'nte e secretário da Comissão.<br />

Asilos de Olhão e Hospital<br />

de Fat•o<br />

Pelo Clube Português de Buenbs<br />

Aires foi aberta uma subscrição a<br />

'<br />

UOSJ•I'f,tl' I'Oit'I'UGUESES<br />

53


'<br />

favor dos asilos de Olhão e do Hospital<br />

de Faro que sobe já a mais de<br />

9 mil pesos.<br />

O sr. João Maria dos Reis, português<br />

de gema, contribuiu sozinho<br />

com 2 mil pesos.<br />

Jlospital llilitaJ• de Doenças<br />

Infecto-Uontagiosas<br />

Acaba de ser criado este Hospital<br />

por meio de desintegração dos<br />

serviços equivalentes até aqui a<br />

cargo do Hospital Militar Principal.<br />

Para o novo Hospital vão ser<br />

aproveitadas as instalações do antigo<br />

Hospital de Belem e da actual<br />

secção de infecto- contagiosos do<br />

Hospital Militar Principal.<br />

SanatóJ•io llaJ•íthno do Outão<br />

Vai ser remodelado e ampliado<br />

este Sanatório Marítimo para o que<br />

se contrataram obras que atingem a<br />

cifra de 1:695.841$oo a dispender nos<br />

anos de <strong>1950</strong> e 1951.<br />

Ulínlca Infantil DI'. llário<br />

Pais tle Sousa<br />

Por iniciativa da Junta de Freguesia<br />

da Lapa, foi criada uma Clínica<br />

Infantil que funcionará numa<br />

casa cedida pelo falecido provedor<br />

da Misericórdia de Lisboa, Dr. Mário<br />

Pais de Sousa.<br />

A nova clínica prestará assistência<br />

a numerosas crianças até aos<br />

5 anos, ministrando-lhes alimentação<br />

e velando pela sua saúde até à<br />

idade escolar. Haverá também consultas<br />

pré e post-natais e as<br />

terão direito a medicamentos.<br />

Jlospital da l1Jise•·lcó•·dla<br />

de Al111ada<br />

Tendo-se notado li 1 ti mame<br />

grande movimento nas cons<br />

externas deste Hospital, a<br />

deliberou ampliar os respec<br />

serviços e alterar os horários<br />

passam a ser os seguintes: Ciru<br />

-Terças, quintas e sábados às<br />

horas ; Medicina - Quartas, s<br />

e sábados às 10 1<br />

30 horas; O<br />

logia- Terças e sábados às rs<br />

ras; Obstetrícia- Quartas às<br />

horas ; Fisicoterápica - Segu<br />

quartas e sextas às 8,45 horas.<br />

,<br />

AGUA<br />

RÁD<br />

DE<br />

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TA~IENTO DOS ENF'RAQUECJDOS<br />

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Telefone 4866- A parta do 123<br />

IIOSP<br />

o<br />

n. 0 13:031, de 5 de Janeiro de <strong>1950</strong><br />

Manda o Governo da República<br />

esa, pelo Ministro do Inteaprovar,<br />

sobre proposta da Di­<br />

Geral de Saúde, nos termos<br />

n.o 1. 0 da base IX da Lei n.o 2:036,<br />

9 de Agosto do corrente ano,<br />

vido o Conselho Superior de Hie<br />

Assistência Social, a segcinte<br />

das doenças contagiosas de<br />

ão obrigatória que substia<br />

tabela constante da Portaria<br />

10:r69, de 22 de Agosto de 1942:<br />

r- Anquilostomíase.<br />

2- Bilharzioze.<br />

3- Brucelose (febres ondulan-<br />

4- Carbúnculo.<br />

5- Cólera.<br />

6- Difteria.<br />

7- Disenterias bacilar e ami-<br />

8 --.: Encefalite letárgica.<br />

9 - Escarlatina.<br />

I?- Espiroq uetose ictero-hemor-<br />

Ir - Febre amarela.<br />

I2- Febres recorrentes.<br />

I3- Febres tifóide e para tifóide.<br />

14- Hepatite epidémica.<br />

Is- Kala-azar.<br />

GUESES<br />

16- Lepra.<br />

17- Meningite cerebrospinal.<br />

18- Peste.<br />

19 - Poliomielite.<br />

20- Psitacose humana.<br />

21- Sezonismo.<br />

22- Sodoku.<br />

23- Tifo exantemático e outras<br />

Ricktsioses.<br />

24- Tosse convulsa.<br />

25 - Tracoma.<br />

26- Varíola (ou variolóide) e alastrim.<br />

27 - Doenças venéreas em período<br />

de contágio: sífilis, blenorragia,<br />

cancro mole, linfogranuloma<br />

(doença de Nicolas-Favre).<br />

Pessoal das lliserlcóJ•dias<br />

O sr. Subsecretário de Estado<br />

das Corporações e Previdência Social<br />

proferiu um despacho, publicado<br />

no Boletim do Instituto Nacional<br />

de Trabalho e Previdência (ano<br />

XV1 1 n. 0 24 1 pág. 516), segundo O<br />

qual fica entendido que não estão<br />

sujeitos às obrigações sindicais os<br />

indivíduos que intermitentemente<br />

trabalhem num cinema pertencente<br />

a uma Santa Casa da Misericórdia.<br />

A irregularidade de funcionamento<br />

do referido cinema tira àqueles indi-


víduos o carácter de profissionalismo,<br />

pelo que lhes é de aplicar o<br />

principio firmado em anteriores despachos,<br />

de que um trabalhador que.<br />

preste serviços menos de 10 dias por<br />

mês na sua profissão está dispensado<br />

de contribuir para o Sindicato<br />

respectivo.<br />

cesso comum não constitúi nu·<br />

lidade atendível, por dela ná1<br />

resultar uma diminuição da!<br />

garantias do réu.<br />

II - Não carece a Misericórdia 01<br />

provar que o prédio já foi apli<br />

cado à assistência nem qG:<br />

ÍNDICE PUBLICITA RIO<br />

As Itlise••icói'dias<br />

e o inquilinato<br />

Publicamos a seguir o sumano<br />

do acórdão da Relação de Coimbra,<br />

com data de 6 de Janeiro de 1948 e<br />

inserto na Revista de justiça, ano<br />

XXXII, pág. 3II:<br />

«I -A acção própria para as Misericórdias<br />

obterem a rescisão<br />

de um contrato de arrendamento,<br />

ao abrigo do artigo 10. 0<br />

do Decreto n. 0 20.285, de 7 de<br />

Setembro de 1931, é a de despeJO.<br />

Mas o emprego de pro-<br />

ele voltou a ser necessário I<br />

esse fim; basta somente pr<br />

var que obteve autorização o:<br />

Direcção-Geral da Assistênc<br />

para a rescisão do contrato.<br />

III- O Decreto n. 0 20.285, apes<br />

de publicado em 7 de Setem<br />

bro de 1931, é aplicável a u ~<br />

contrato de arrendamento cel<br />

brado em 1942, no qual inter<br />

vieram apenas a Misericórdi·<br />

o inquilino e um .fiador, se n<br />

contrato se não fez a decla ra<br />

ção de que o inquilino era sG<br />

cessar dos direitos de anteri<br />

res inquilinos >>.<br />

li<br />

Actividades seguradoras<br />

Companhia de Seguros «A Sociab.<br />

A litnc11tação e dietetica<br />

Lacticínios de Aveiro, Limitada.<br />

Materiais e actividades de construção<br />

Adelino Dias Costa & c.a Limit ..<br />

.1! ateria/ médico· cirúrgico<br />

Farmácia Barra] .<br />

Kodak, Limited<br />

V. Reis, Limitada<br />

Mobiliário, adornos e equipammtos<br />

Adelino Dias Costa & c.a Limit ..<br />

20<br />

I9<br />

20<br />

45<br />

20<br />

20<br />

EXPOSIÇÃO REGIONAL DE COIMBRA<br />

DE 8 A r8 DE JULHO DE <strong>1950</strong><br />

(Por ocasião das Festas da Rainha Santa)<br />

COMÉRCIO 1/ IN DOSTRIA 11 ARTES PLASTICAS<br />

Produtos químicos e farmacêuticos, águas minerais, ferros forjados,<br />

louças domésticas, artísticas e regionais, cobres martelados, materiais<br />

de construção, automóveis, camionetas, máquinas de costura,<br />

material eléctrico, actividades seguradoras, etc., etc.<br />

Jnjormaç6es; COMISSÃO ORGANIZADORA - Avenida Sá da Bandeira, 90 -92<br />

Telef. 2843- COIMBRA<br />

Produtos Químicos e Farmacêuticos<br />

Farmácia Barrai .<br />

Instituto Pasteur de Lisboa.<br />

Tet·mas e águas mi11e1·ais<br />

J. Serra, Limitada<br />

Comét·cio e btdústria (geral)<br />

Exposição Hegional de Coimbra.<br />

Assinatura anual . { metrópole, colónias, Espanha e Brasil<br />

(pagame nto adia ntado) outros países. • • • • . • • • .<br />

Número avulso<br />

Cobrança pelo correio mais<br />

PUBLICA-SE TRIMESTRALMENTE<br />

45<br />

(capa)<br />

54<br />

60$00<br />

80$00<br />

20$00<br />

5$00


CRYPTIODOL<br />

IODOTERAPIA<br />

INDICAÇÕES<br />

ARTERIOSCLEROSE, HIPERTENSÃO ESSENCIAL,<br />

REUMATISMO CRÓNICO, LINFATISMO, ESCRO­<br />

FULOSE, SÍFILIS TERÓARIA, ENFISEMA PULMONAR,<br />

ASMA, BRONQUITE ·CRÓNICA, GOTA, ETC.<br />

LABORATÓRIOS<br />

DO<br />

INSTITUTO PASTEUR DE LISBOA

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