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Hospitais Portugueses ANO IV n.º 19 setembro-outubro 1952

AMOR A ADMINISTRAÇÃO E O PESSOAL MÉDICO ALGUNS ASPECTOS DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DAS INSTITUIÇÕES PARTICULARES DE ASSISTÊNCIA COORDENAÇÃO ASSISTENCIAL INVÁLIDOS QUE SE TRANSFORMAM EM BONS OPERÁRIOS A VIAGEM DE ESTUDO EM ITÁLIA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE PORTALEGRE PLANOS DE ORGANIZAÇÃO PARA UMA CASA DE SAUDE COISAS GRANDES . .. E PEQUENAS NOTlCIAS DE FARMÁCIA GENTE DOS HOSPITAIS NOTÍCIAS DOS HOSPITAIS ESCREVEM·NOS DE . . . O HOSPITAL E A LEI PUBLICAÇÕES

AMOR
A ADMINISTRAÇÃO E O PESSOAL MÉDICO
ALGUNS ASPECTOS DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DAS INSTITUIÇÕES PARTICULARES DE ASSISTÊNCIA
COORDENAÇÃO ASSISTENCIAL
INVÁLIDOS QUE SE TRANSFORMAM EM BONS OPERÁRIOS
A VIAGEM DE ESTUDO EM ITÁLIA
SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE PORTALEGRE
PLANOS DE ORGANIZAÇÃO PARA UMA CASA DE SAUDE
COISAS GRANDES . .. E PEQUENAS
NOTlCIAS DE FARMÁCIA
GENTE DOS HOSPITAIS
NOTÍCIAS DOS HOSPITAIS
ESCREVEM·NOS DE . . .
O HOSPITAL E A LEI
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~HOSPITAIS<br />

PORTVGVESES<br />

.... •. ·- ·...' :. -.:-<br />

<strong>ANO</strong> <strong>IV</strong> - N.n <strong>19</strong> ~ SETEMBRO -OUTUBRO ~ I 9 5 2


HOSPITAIS PORTUGUESES<br />

REVISTA DE HOSPITAIS E ASSIST:E:NCIA SOCIAL<br />

DIRE CÇÃO .<br />

CORIOLA N O FERR E IR A M . R A MOS LOPE S<br />

ADM INIST RADO R<br />

EVA RISTO DE ME N EZE S PAS COAL<br />

H. EOACÇÀ O E A D M I N I S TR AÇÃ O :<br />

T elefone 2276<br />

AMOR<br />

R UA VISCONDE DA L u z, I 00-2. 0<br />

SUMÁRIO<br />

CO I MBRA<br />

A A DMINISTRAÇÃO E O P ESSOA L MÉDICO -<br />

Composto e impresso na Tip. da «Atlâ ntida»<br />

R ua l'erreira Borges, 103-III- C OI MBI


A adtniltista·a.,áo e o pessoal 111édieo<br />

Pelo Dr. S. S. GOLDWATER<br />

Continuamos a publicàr depoimentos de personalidades<br />

estrangeiras, àcerca da grave questão das relações dos médicos<br />

com a ad~inistração hospitalar. Depois de um suíço e de um francês,<br />

vem agora um americano. Trata-se do Dr. Sigismundo Schulz<br />

Goldwater que era médico e ocupou nos E. U. os mais altos lugares<br />

na direcção de hospitais. Desde director do Hospital Monte Sinai<br />

de Nova Iorque até superintendente de todos os hospitais da mesma<br />

cidade a sua carreira foi brilhante e os seus escritos ainda hoje cons-<br />

'<br />

tituem motivo de estudo sério.<br />

Faleceu em <strong>19</strong>42. Os parágrafos que hoje aqui inserimos<br />

são extraídos do livro «On hospitais» que reune muitos dos seus<br />

artigos aparecidos em vários jornais e revistas.<br />

Não se pode mandar nenhum médico fazer serviço<br />

numa enfermaria ou dispensário sem que ele próprio<br />

peça ou aceite tal encargo por sua livre vontade.<br />

Temos que nos lembrar de que todo aquele que procura<br />

ou aceita um encargo hospitalar, •o fez por dois<br />

motivos: ou para praticar um acto caritativo, ou para<br />

obter algum benefício real ou imaginário; em alguns<br />

casos pelos dois motivos. Mas, seja qual for a causa,<br />

0<br />

acto é sempre voluntário. O médico que se integra<br />

no pessoal de um hospital, sujeita-se, explícita ou implicitamente, às regras da<br />

instituição. Se essas regras não lhe agradarem, é livre, e pode retirar-se<br />

quando quiser. . . ~<br />

É inegável que o serviço médico gratuito no hospital é uma contnbmçao<br />

individual do médico e que este não é de modo nenhum obrigado a prestar tal<br />

serviço contra sua vontade. Mas o que nós desejamos saber é o .seguinte:. aceitando<br />

a boa vontade dos médicos em contribuir com o seu serviço gratmto na<br />

assistência aos pobres e em se servirem do hospital, como o meio de prestar essa<br />

assistência, qual será 0 melhor método para administrar um hospital ? Deve<br />

Conselho Administrativo ser constituído por membros não-médicos ou antes<br />

0<br />

por um corpo mixto, representando a essência do hospital, como uma sociedade<br />

filantrópica de médicos e não-médicos ?<br />

Eu apoio 0 conselho de administração constituído por não-médicos,<br />

embora sob determinadas condições, e passo a enumerar as razões da minha<br />

preferência: 1) devidamente constituído, esse conselho está perfeitamente a<br />

par dos princípios e métodos dos problemas de administração; duma maneira<br />

geral os médicos desconhecem tais problemas. 2) Sàbiamente constituído tal<br />

conselho inspira a confiança daqueles que podem contribuir generosam~nte<br />

~ara a manutenção do hospital. 3) O conselho não tem também qualquer<br />

mteresse pessoal a considerar, enquanto os interesses pessoais dos médicos estão<br />

i~timamente ligados às suas prerrogativas hospitalares, pois, os seus colegas,<br />

sao ao mesmo tempo seus competidores. 4) Tal conselho não depara com o<br />

o~stáculo da etiqueta profissional, ao passo que o médico é forçado a respeita-la.<br />

(Embora esta afirmação pareça estar em desacordo com a anterior a<br />

opinião dos médicos pode igualmente ser influenciada quer pelo interesse p~ssoal<br />

quer . pelo respeito profissional).<br />

Sob a administração de não-médicos, os hospitais têm feito rápidos progressos<br />

no alargamento dos seus recursos financeiros, em conquistar a confiança<br />

pública, e, notai bem, em adoptar o mínimo de normas profissionais<br />

recomendadas por grupos de médicos competentes. Além disso, tais conselhos<br />

de d · · ~<br />

a mmrstraça•o aprenderam pouco a pouco a compreender a natureza muitíssimo<br />

complicada da administração hospitalar e a necessidade duma direcção<br />

c~mpetente. Assim, reconheceram a importância que havia em separar a admimstração<br />

hospitalar da medicina clínica, separação que muitos médicos não<br />

compreendem.<br />

. , ~em dúvida que a administração hospitalar tem de reconhecer, quer por<br />

prmcipto quer na prática, os direitos dos médicos. Não me refiro unicamente<br />

ao<br />

s<br />

d'<br />

trertos<br />

·<br />

do pessoal, mas da classe em geral, pois que os bons e maus resultados<br />

da administr~ção hospitalar se fazem sentir muito além dos muros do<br />

hospital. Matar à fome a classe médica, privá-la de boas oportunidades de<br />

educação intelectual ou de aperfeiçoamento na arte técnica, negar aos médicos<br />

um vencimento adequado e razoável ou restringir os privilégios hospitalares a<br />

um reduzido número, é diminuir a utilidade de uma classe profissional de cujo<br />

bem estar depende, em grande parte, o progresso da humanidade. Podemos<br />

mencionar, felizmente, muitos exemplos de administrações não-médicas que,<br />

sob . uma d' rrecçao ~ converuente, · d' rngem · programas hospitalares que são perfeitos<br />

do ponto de vista centífico, social e ético. Não quero dizer com ist·o, que<br />

Qualquer conselho de administração de não-médicos possa criar um tal programa<br />

sem qualquer ajuda, nem nenhuma administração inteligente 0 tentará<br />

fazer · Na a d rmms · · tr açao ~ d um h osplta · 1 tem que se ouvrr · a oprmao · ·~ dos médicos-<br />

não se trata de saber a opinião dum médico ou a de um pequeno grupo<br />

·<br />

da casa, mas sim interessa saber a opinião de toda a classe, quer sejam médicos<br />

do hospital ou não. Devia-se encorajar toda a iniciativa dos membros do pes­<br />

&o.al no sentido de conseguir uma organização modelar, um equipamento perferto,<br />

um bom serviço de laboratório, auxílio à enfermagem, e um bom trata-<br />

2<br />

HOSPITAIS<br />

PORTUGUESES<br />

3


nento em geral, não só pelo que se refere aos médicos internos, mas também<br />

aos seus colegas que não pertencem ao hospital. Porém, na presente administração<br />

hospitalar, as petições do pessoal são muitas vezes feitas à pressa e .dá-se<br />

indevido realce às necessidades de grupos individuais. Os hospitais deparam<br />

com pedidos. contraditórios que reclamam cuidadosa avaliação. Um administrador<br />

que conheça bem a técnica, tendências e a linguagem da medicina<br />

moderna, que tenha qualidades de realização, que conheça os recursos reais<br />

e potenciais do hospital, assim corno as suas necessidades e que, além disso,<br />

ocupe uma posição independente, é o que possui melhores predicados para<br />

administrar um hospital nestas circunstâncias.<br />

Não acredito que o poder executivo dum hospital possa funcionar devidamente,<br />

se ele não puder consagrar todo o seu tempo e energia ao estudo de<br />

administração hospitalar, (excluindo absolutamente quaisquer interesses profissionais<br />

ou de negócios) e que além disso, apesar da sua boa vontade, não<br />

consiga tornar-se independente do pessoal hospitalar. Lançar as responsabilidades<br />

da administração sobre os ombros de homens· que se absorvem no estudo<br />

e prática da medicina, é o mesmo que desejar a confusão e a desgraça. Se a<br />

administração não sofrer com esse facto, sofrerá o serviço clínico, pois nenhum<br />

médico fiel às exigências da sua vocação pode dispor do tempo e m edita~ão<br />

que requerem os problemas da administração hospitalar- problemas hoje em<br />

dia assustadores, pelo seu número e complexidade.<br />

A contribuição dos médicos na administração hospitalar pode conseguir-se<br />

com mais proveito por meio da organização conveniente d e pessoal e<br />

pela criação dum mecanismo apropriado para tratar de problemas administrativos<br />

relacionados com assuntos médicos, isto é, pela criação de comissões competentes<br />

de médicos e não-médicos para considerar certos problemas sob todos<br />

os aspectos. A entrega d e assuntos apropriados a tais comissões, sujeita o pessoal<br />

a certas obrigações referentes a assuntos administrativos; mas, tais obrigações,<br />

são completamente diferentes daquelas que resultariam dum conselho<br />

mixto para administração. O trabalho destas comissões tem uma acção benéfica<br />

nos dois grupos, e, num hospital em que prevaleça a · boa vontade mútua,<br />

os conselhos de administração constituídos por não-médicos estão autornàticarnente<br />

impedidos de desrespeitar os interesses médicos que sejam legítimos.<br />

Nenhum conselho de administração habituado a tratar com urna rigorosa<br />

comissão representativa do pessoal médico corre o mais leve risco de considerar<br />

o serviço m éd ico gratuito corno «propriedade da instituição», ou â e distribuir<br />

arbitràriarnente aos médicos o serviço hospitalar sem ter em conta o que<br />

é justo e razoável.<br />

Pftf PARAÇÁO 00<br />

DllMANUEL RODRIGUEs LOUIU)JI()<br />

Q


.<br />

aspectos da or~a•aizaeáo<br />

admi•aistt·ativa das i•astit11ieões<br />

pat•tiettlaa·es de assistetaeia<br />

ll.l~••••s<br />

Pelo Dr. HENRIQUE DE ABREU ROMÃO<br />

I I I<br />

Continuando as considerações que em artigos<br />

anteriores temos vindo a apresentar, vamos agora apreciar<br />

o capítulo da receita que se poderá intitular por<br />

«Subsídios ordinários, donativos e ,quotisações».<br />

Esta designação é um pouco longa e nem sempre<br />

abrange todas as receitas que geralmente são incluídas neste capítulo.<br />

Conviria, portanto, adoptar uma outra que fosse mais curta<br />

e de maior amplitude; note-se que houve uma instituição que chamou<br />

a este capítulo «Cooperaçãa>> o que, de certo modo, não é<br />

descabido.<br />

Neste capítulo incluem-se os subsídios ordinários e de «acordo»<br />

recebidos do Estado através da D . G. A., F. S. S. ou Institutos coordenadores,<br />

dos Corpos Administrativos (Governos Civis, Câmaras<br />

Municipais, Juntas de Província, etc.), das Comissões Municipais de<br />

Assistência, etc .<br />

. Ao contrário do que algumas instituições costumam fazer,<br />

estes subsídios não são inscritos pela média das importâncias recebidas<br />

nos últimos 3 anos, mas sim por verbas iguais às dos subsídios<br />

ordinários e de «acordo» concedidos no ano anterior àquele a que<br />

o orçamento diz respeito, salvo se a entidade que concede o subsídio<br />

tiver dado prévia informação de que ele vai ser suprimido, aumentado<br />

ou diminuído.<br />

No caso de um subsídio ser diminuído ou suprimido posteriormente<br />

à elaboração do orçamento a instituição deve comprimir as<br />

despesas contando com aquela quebra.<br />

Os subsídios eventuais devem ser incluídos na Receita Extraordinária<br />

e sõmente depois de concedidos ou desde que estejam devidamente<br />

assegurados. ·<br />

As quotizações dos sócios deverão ser inscritas pela importância<br />

correspondente· à cobrança de quotas relativas ao número de sócios<br />

6 HOSPITAIS<br />

existentes na ocasião em que é elaborado o orçamento. Será interessante,<br />

no caso de haver mais de uma categoria de sócios, indicar<br />

separadamente as diferentes categorias.<br />

O rendimento das jóias é inscrito no artigo referente às quotizações,<br />

pela média das importâncias cobradas nos três últimos anos.<br />

De igual modo se calcula a verba a inscrever referente a donativos.<br />

Regra geral, os donativos têm sido considerados como receita<br />

ordinária uma vez que apresentem carácter normal e dado que servem<br />

de contrapartida habitualmente à despesa ordinária. Contudo,<br />

é de ponderar que se efectivamente as quotizações apresentam um<br />

carácter normal e montante em regra pouco variável, já o mesmo<br />

não sucede quanto aos donativos, que muitas vezes são influenciados<br />

por quaisquer melhoramentos que a instituição pretende levar a cabo<br />

ou até pela realização duma campanha acidental de auxílio à instituição.<br />

.<br />

Igualmente surgem dúvidas quantO' aos rendimentos dos cortejos<br />

de oferendas. Embora na maior parte das vezes o rendimento<br />

de tais cortejos seja aplicado na liquidação de despesas ordinárias,<br />

dadas as grandes dificuldades financeiras com que lutam a maior<br />

parte das nossas instituições de assistência, o que é certo é que os cortejos<br />

de oferendas não têm ainda um carácter normal, dependendo<br />

em grande parte dos resultados do ano agrícola. Parece-nos, pois,<br />

preferível incluir tais rendimentos na «Receita extraordinária».<br />

Note-se que os donativos não são só em dinheiro como também<br />

em géneros. Destes muitos são vendidos (principalmente os prove-<br />

. nientes dos cortejos de oferendas) e, portanto, inscreve-se no orçamento<br />

o produto da venda, tomando o respectivo preço, e quanto<br />

aos consumidos pela instituição deverá atribuir-se o preço do mercado<br />

(se possível o preço habitual de compra dos mesmos produtos<br />

pela instituição).<br />

O capítulo «Reembolsos e Reposições» destina-se à inscrição<br />

das receitas resultantes do pagamento de quantias que anteriormente<br />

se adiantaram O'U despenderam (reembolso) ou de importâncias indevidamente<br />

pagas e das liquidadas acima do quantitativo devido<br />

(reposição) .<br />

Quanto ao primeiro caso temos, por exemplo, o pagamento<br />

de chamadas telefónicas, venda de objectos inúteis, venda de lavagens<br />

e desperdícios de cozinha, venda de bilhetes de identidade, estatutos<br />

e emblemas aos sócios, etc.<br />

PORTUGUESES 7


Quer para os reembolsos, quer para as reposições, toma-se em<br />

geral a média das receitas cobradas nos 3 anos anteriores, excepto<br />

se houver tendência constante para aumentar ou diminuir, em que<br />

se procederá semelhantemente ao que temos indicado para outros<br />

casos análogos.<br />

Pelo que respeita ao capítulo . «Receitas Diversas» temos a<br />

notar que se destina a conter todas as receitas não classificáveis nos<br />

capítulos que apreciámos até agora, nem no de


Por<br />

Por<br />

Por N úme- Por Capitu-<br />

-A-rt-ig-os-I------------D-e_s_ig-ua_ç_ a_o_d_a_R_e_ce-ita _____________ 1_A_li_ne-- as<br />

11 I<br />

~ Art 1 gos ~<br />

li<br />

o<br />

o<br />

o<br />

o<br />

o<br />

o<br />

o<br />

'<br />

Depósitos de Garantia<br />

CAPÍTULO V<br />

Transporte<br />

REEMBOLSOS E REPOSIÇÕES<br />

Reembolsos<br />

I) De chamadas telefónicas .<br />

2) Venda de objectos inúteis<br />

3) Venda de gelo . . . . .<br />

4) Venda de lavagens e desperdícios de cozinha<br />

Reposições<br />

I) Abatidas aos pagamentos ..<br />

2) Não abatidas aos pagamentos<br />

CAP!TULO VI<br />

CONSIGNAÇAO DE RECEITAS<br />

Do Estado<br />

I) Imposto do selo :<br />

2) Fundo do Desemprego.<br />

3) -------------------<br />

De outras entidades<br />

I) Caixa de Previdência elos Empreg. da Assis!.<br />

2) Caixa de Abono de Fam. dos Empr. da Assist.<br />

3) Honorários cirúrgicos . . . . . . . . .<br />

s<br />

$<br />

$<br />

$<br />

-<br />

-<br />

$<br />

$<br />

$<br />

$<br />

$<br />

$<br />

$ I<br />

$<br />

: .. $ I<br />

Este último capítulo, «Consignação de Receitas», tem ~ontante<br />

igual ao do correspondente na Despesa «Pagamentos a Diversas<br />

Entidades por Consignação de Receitas». . . . _<br />

Inscrevem-se aqui as importâncias recebidas pela mstltmçao,<br />

mas que se destinam a outras entidade~. ~É? caso ~as contribuições<br />

dos funcionários para a Caixa de Previdencm e Cmxa ?e Abo_?o .de<br />

Família os descontos para o Fundo do Desemprego, as Importancias<br />

' . . . - .<br />

recebidas por operações cirúrgicas realizadas na r~stlt~:çao e CUJO<br />

produto se destina em parte a remunerar os crrurgioes respectivos,<br />

etc. . . ,.. .<br />

O desconto dos beneficiários para a Caixa de Prevrdencm dos<br />

Empregados da Assistência é ~e 6 %. e ?a~a _a C:,aixa de ~bono de<br />

Família de 1 %. As contribuiçoes da mshtmçao sao respectivamente<br />

de 6 o/o e 2 o/o, e inscrevem-se na «Despesa» no artigo «Encargos<br />

Administrativos» do Capítulo «Administração».<br />

Coot•de•aaeáo , assistencial<br />

A coordenação<br />

é uma técnica de<br />

organização metódica<br />

do trabalho<br />

de ligação que<br />

orienta e harmoniza<br />

as diversas actividades de<br />

objectivos idênticos ou paralelos.<br />

A falta de coordenação, evitando<br />

em grande parte a possibilidade<br />

de colaboração, ainda<br />

mesmo a que se baseia em boas<br />

vontades, ongrna perdas de<br />

tempo, ocasiona graves prejuízos<br />

materiais e morais e gera a<br />

confusão dos que servem e dos<br />

que são servidos.<br />

Uma parte importante das<br />

verbas atribuídas à Assistência<br />

oficial e particular é gasta em<br />

P.ura perda da sua função, princrpalmente<br />

por falta de coorde­<br />

~,ação conveniente o que levou<br />

Ja a afirmar-se que as Instituições<br />

de Assistência estão de costas<br />

voltadas.<br />

Na conclusão XII do parecer<br />

da Câmara Corporativa, de<br />

25 de Março de <strong>19</strong>43, afirma-se<br />

que


es e oficiais que directa ou<br />

indirectamente deveriam em<br />

conjunto intervir para evitar<br />

abusos.<br />

Uma vez que as actividades<br />

da moderna Assistência têm finalidade<br />

.«Social», isto é, de<br />

valorização da pessoa humana<br />

enquadrada na família, «célula<br />

social irredutível», necessitam<br />

naturalmente da coordenação<br />

para atingirem plenamente os<br />

seus objectivos.<br />

Sabe-se como a família é infelizmente<br />

influenciada pelas<br />

condições da vida moderna, e<br />

daí o relaxamento de costumes<br />

e portanto a falta de coesão do<br />

meio familiar.<br />

Nestas condições as actividades<br />

sociais não podem deixar<br />

de estar ligadas de forma a resolverem<br />

os problemas familiarés<br />

com oportunidade, justiça e<br />

vivificados pela Caridade.<br />

Para quem se debruce sobre<br />

a doutrina da Assistência Social<br />

e reflectir sobre os métodos de<br />

trabalho em matéria de coordenação,<br />

verificará a falta de analogia<br />

entre o que a doutrina exprime<br />

e o que da sua execução<br />

resulta.<br />

De resto o dec.-lei n. 0 35.108,<br />

refere-se às «instantes e. imediatas<br />

necessidades de intensificação<br />

e desenvolvimento da actividade<br />

no campo da Assistência,<br />

criando condições mais favoráveis<br />

à sua realização e cuidando<br />

de garantir a coordenação geral<br />

de todas as . iniciativas' e servtços».<br />

Na conclusão III do mesmo<br />

parecer da Câmara Corporativa<br />

diz-se que «A eficácia da Assistência<br />

Social depende do papel<br />

que nela seja conferido à educação».<br />

Tal papel educativo é o fundamento<br />

da formação das trabalhadoras<br />

sociais.<br />

No campo profissional estas<br />

têm sempre de interpretar convenientemente<br />

o valor de semelhante<br />

papel educativo. A não<br />

ser assim, uma sensibilidade e<br />

emotividade fàcilmente impressionáveis<br />

pela aparência superficial<br />

dos problemas, faz perder o<br />

sentido' crítico necessário à visão<br />

exacta das situações que em vez<br />

de resolver complica ainda mais.<br />

A coordenação exerce aqui<br />

uma vez mais, funções de orientação<br />

e de estímulo necessários<br />

à iniciativa individual, evitando<br />

ao mesmo tempo que esta exceda<br />

os limites do que é razoável<br />

e moral.<br />

Se a eficácia do plano da<br />

Assistência Social depende do<br />

valor dos homens que o executam,<br />

o seu rendimento será<br />

tanto maior quanto mais perfeitos<br />

forem os elos que ligam<br />

as suas actividades. A estes elos<br />

se devem chamar com propriedade<br />

«Coordenação».<br />

Coimbra, 3 de Junho de <strong>19</strong>52.<br />

Re~t·as pat·a elabot·a~ão das eotatas<br />

de ~et•êtaeia (Je Cotnissões Re~ionais<br />

(Je Assistêtteia e ltascituieões<br />

Pat•tiettlat·es (Je. il.ssistêtaeia ,<br />

Para conhecimento dos interessados e, dado o seu alto interesse, publicamos<br />

na íntegra a circular n. 0<br />

18j 2B, de 3 de Novembro de <strong>19</strong>52, emitida<br />

pela Direcção-Geral de Assistência (2.a Repartição, 2. 0<br />

«Tendo sido iniciado no corrente<br />

ano o exame, apreciação e instrução<br />

das contas de gerência de Comissões<br />

regionais e instituições particulares de<br />

assistência, como fase processual pre-.<br />

paratória para tentar julgá-las, nos<br />

termos do disposto no art. 24. 0 n. 0 10<br />

do Decreto-lei n. 0 35:108, de 7 de Novembro<br />

de <strong>19</strong>45, verificou-se que os<br />

processos nem sempre são devidamente<br />

organizados e instruídos com<br />

todos os documentos necessários.<br />

Assim, esclarece-se que as contas<br />

devem ser assinadas por todos os responsáveis<br />

e autenticadas com o selo<br />

branco, indicando também a data de<br />

aprovação, e conterão:<br />

A) No débito (Receita)<br />

l.o O saldo que transitou da gerência<br />

anterior com a mesma discriminação<br />

do saldo de' encerramento da<br />

conta dessa gerência.<br />

2.o As importâncias recebidas durante<br />

a gerência:<br />

a) Receitas orçamentais, descritas<br />

nas próprias rubricas do respectivo<br />

orçamento;<br />

Secção).<br />

b) Receitas que não foram previstas<br />

no orçamento.<br />

3. 0 Importâncias recebidas para<br />

entregar a outras entidades (Consignação<br />

de receitas).<br />

B) No crédito (Despesa)<br />

1. 0 As despesas efectuadas durante<br />

a gerência, descritas .em rubricas<br />

idênticas à do respectivo orçamento.<br />

As despesas com pessoal serão descritas<br />

pelo total ilíquido constante das<br />

folhas respectivas.<br />

2. 0 Pagamentos a diversas entidades<br />

para consignação de receitas.<br />

3. 0 O saldo que transita para a<br />

gerência seguinte:<br />

a) Em conta de receitas próprias;<br />

b) De descontos em vencimentos<br />

e salários;<br />

c) Em conta de operações de tesouraria.<br />

Os documentos que devem acompanhar<br />

as contas de gerência são os<br />

seguintes:<br />

a) Cópia da acta da sessão, na<br />

parte que se refere à discussão e aprovação<br />

da conta, no caso de se tratar<br />

:I<br />

,<br />

12<br />

HOSPITAIS<br />

PORTUGUESES<br />

13


"C I1<br />

I<br />

I<br />

de instituições com administração colectiva;<br />

b) Relação, em duplicado, dos<br />

responsáveis, com indicação do período<br />

de gerência de cada um, no caso<br />

referido na alínea anterior;<br />

c) Mapa comparativo entre a<br />

despesa orçamentada e a efectuada,<br />

quando a conta for de instituição com<br />

orçamento privativo de receita e despesa;<br />

d) Desenvolvimento das despesas<br />

efectuadas pela aplicação de empréstimos<br />

ou subsídios, quando uns<br />

ou outros tenham uma consignação<br />

especial;<br />

e) Cópias dos orçamentos aprovados,<br />

com transcrição da nota de<br />

aprovação e reservas ou observações .<br />

que P'orventura ·tenham sido apostas<br />

nos orçamentos.<br />

f) Relação dos contratos realizados<br />

durante o ano donde conste relativamente<br />

a cada um deles a natureza<br />

e o valor.<br />

g) A demonstração de todas e<br />

cada uma das importâncias correspondentes<br />

às rubricas do débito e do<br />

crédito da conta.<br />

Sem prejuízo de quaisquer documentos<br />

ou informações que sejam<br />

julgados necessários para cada caso,<br />

a demonstração a que se refere a alí- .<br />

nea g) será feita pela forma seguinte:<br />

Quanto ao débito.<br />

a) Do saldo de abertura da conta<br />

por meio de certidão, donde conste<br />

que as respectivas importâncias passaram<br />

para a responsabilidade dos<br />

gerentes;<br />

b) De importâncias cobradas di-<br />

rectamente pela própria instituição<br />

que presta as contas, por meio de<br />

certidões das pessoas a cujo cargo estejam<br />

os serviços de contabilidade,<br />

autenticados por todos os gerentes;<br />

c) De importâncias recebidas de<br />

qualquer organismo ou serviço, por<br />

meio de documento, devidamente autenticado,<br />

emanado do organismo ou<br />

serviço donde tais importâncias provierem<br />

e que mostre a totalidade das<br />

importâncias abonadas durante o período<br />

de tempo a que respeitam as<br />

contas, e qual a aplicação a que elas<br />

se destinavam, quando tiverem qualquer<br />

consignação especial; subsídios<br />

concedidos por qualquer instituição<br />

ou serviço (declaração do organismo<br />

que os concedeu);<br />

d) De importâncias provenientes<br />

de empréstimos,. por meio de traslado<br />

ou certidão de contrato, ou informação<br />

da Caixa Geral de Depósitos, se<br />

for esta a mutuante.<br />

Os documentos a que se refere a<br />

alínea c) devem ser solicitados em<br />

tempo oportuno aos serviços ou organismos<br />

competentes. Serão juntos<br />

às contas depois de resolvidas ou esclarecidas<br />

quaisquer divergências que<br />

porventura se tivessem notado na conferência<br />

com as importâncias constantes<br />

da conta.<br />

Não carece. de documento comprovativo<br />

especial a importância dos<br />

descontos legais efectuados em vencimentos<br />

e salários. A verificação desta<br />

importância é feita por meio das relações<br />

das folhas devidamente organizadas.<br />

Quanto ao crédito:<br />

a) De importâncias entregues a<br />

qualquer ·organismo ou serviço, por<br />

meio de documento, recibo, informação<br />

ou outro, devidamente autenticado,<br />

emanado desse organismo ou<br />

serviço, e que prove o recebimento das<br />

importâncias de que se tratar;<br />

b) D e despesas com o pessoal,<br />

por meio de folhas de vencimentos e<br />

dos recibos correspondentes;<br />

c) De despesas com o material,<br />

por meio das facturas e recibos correspondentes;<br />

As instituições deverão promover<br />

que cada factura e recibo respectivo<br />

compreendam exclusivamente importâncias<br />

a pagar por uma só rubrica<br />

orçamental. Quando isto for materialmente<br />

impossível, deverão a factura<br />

e recibo incluir-se nos documentos<br />

de uma rubrica e juntar-se um extr:acto<br />

aos documentos relativos à<br />

outra ou 6utras rubricas a que porventura<br />

respeitam.<br />

d) De despesas diferentes das<br />

mencionadas nas alíneas anteriores,<br />

por meio de recibos das pessoas ou<br />

entidades a quem se efectuou o pagame!lto.<br />

Do disP'osto nas alíneas b), c) e d)<br />

exceptuam-se as despesas de pequena<br />

importância que por sua natureza não<br />

Possam ser documentadas e as soldadas,<br />

férias ou salários de pessoal<br />

operário de que se não cobre recibo.<br />

As primeiras serão descritas em relações<br />

feitas pelos funcionários que as<br />

realizarem. As segundas serão documentadas<br />

com as folhas respectivas.<br />

As relações e as folhas serão<br />

autenticadas com o visto de quem<br />

tiver a superintendência da instituição<br />

que presta as contas;<br />

e) O saldo que transita para a<br />

gerência seguinte na parte em cofre,<br />

por meio de certidão do saldo de encerramento<br />

no último dia da gerência<br />

na parte em depósito, por meio de<br />

documento emanado na Caixa Geral<br />

de Depósitos que mostre qual o capital<br />

e os respectivos juros na data do<br />

encerramento da conta.<br />

*<br />

Os pedidos de certidões dos subsídios<br />

concedidos por esta Direcção-Geral<br />

e Fundo de Socorro Social devem<br />

ser apresentados nos termos constantes<br />

da circular 13/ 2B, de 6 de Abril<br />

de <strong>19</strong>49.<br />

Aproveita-se a oportunidade para<br />

chamar a atenção para a necessidade<br />

de cumprir rigorosamente o disposto<br />

na circular 7 / 2B na parte referente a<br />

contas e, especialmente, para que estas<br />

deverão ser apresentadas no prazo<br />

legal (até 1 de Abril do ano seguinte<br />

àquele a que respeitam) e por meio<br />

de guia em duplicado donde conste<br />

a relação dos documentos enviados.<br />

A Direcção-Geral de Assistência<br />

enviará às instituições e Comissões<br />

um recibo do processo da conta de<br />

gerência passado no duplicado da<br />

guia de remessa.<br />

Dum modo geral deverão ser seguidas<br />

as instruções sobre contas do<br />

Tribunal de Contas, publicadas pela<br />

Imprensa Nacional e que constam do<br />

Diário do Governo n. 0 37 - 1.a série<br />

de 14 de Fevereiro de <strong>19</strong>36.»<br />

I<br />

14<br />

HOSPITAIS<br />

PORTUGUESES<br />

IS


I.<br />

Novo Hospital Eseolat• de Lisboa<br />

O decreto-lei n. 0 38:895, de 5 de<br />

Setembro do ano corrente determina<br />

que o novo Hospital Escolar de Lisboa,<br />

quase concluído, passe a constituir,<br />

juntamente com os <strong>Hospitais</strong><br />

Civis, o núcleo de hospitais centrais<br />

da Zona Sul do país.<br />

Foi assim finalmente decidida a<br />

questão de saber se os <strong>Hospitais</strong> Escolares<br />

devem integrar-se no Ministério<br />

do Interior ou no da Educação<br />

w<br />

~<br />

"' w<br />

3<br />

a><br />

"'


fábrica, as máquinas são modelos de<br />

série, mas ali têm de se modificar de<br />

.modo a trabalhar tão bem manejadas<br />

por um gancho que substitui uma<br />

mão verdadeira como se fossem de<br />

máquina que fura a lona dura e reveste<br />

esses furos com argolas de metal.<br />

Era um trabalho difícil, mas<br />

Harvath conseguiu que a máquina<br />

espaçasse os ilhós ao mesmo tempo<br />

O fabricante calculou que aquela máquina<br />

faria uma média de 6.000 opefaz<br />

agora uma média superior a<br />

7.000 operações por dia !<br />

Uma mão postiça em acção.<br />

Aleijados alegres.<br />

facto manejadas por essa mão verdadeira,<br />

ou se possível, ainda melhor.<br />

Joseph Harvath tem uma mão<br />

boa e outra postiça. Trabalhava num~;~<br />

que dirigia a lona, e foi ele também<br />

quem se lembrou de juntar uma caixa<br />

para aparar os desperdícios e assim<br />

evitar que aqueles sujassem o chão.<br />

rações por dia, manejada por pessoal<br />

treinado e são; mas esta máquina<br />

Um mutilado trabalhando entusiasmado.<br />

No contrato de sacos para pára­<br />

-quedas havia uma parte importante<br />

18<br />

HOSPITAIS<br />

PORTUGUESES<br />

<strong>19</strong>


elativa ao trabalho de coser à mão<br />

a orla da lona no fundo do saco aonde<br />

se colocava um quadrado de madeira<br />

articulado para dar forma e consistência<br />

- temos de concordar que;: não<br />

era uma tarefa fácil para um homem<br />

a quem faltava um braço. Por isso,<br />

Leon Cziomeck inventou uma espécie<br />

de cavalete de serrador com uma<br />

roda no cimo; a produção -aumentou<br />

300 por cento.<br />

O que verdadeiramente impressiona<br />

nesta realização, é ver como os<br />

homens se consideram ligados a ela<br />

por interesse comum. É que todos<br />

eles sofreriam se acaso a firma não<br />

prosperasse ou se a produção diminuísse<br />

e isso sucedeu muitas vezes durante<br />

o primeiro ano de contrato.<br />

Eles não só se orgulham do seu trabalho<br />

individual mas trabalham com<br />

o verdadeiro espírito de corpo.<br />

O trabalho efectuado por estes<br />

homens tem sido verdadeiramente<br />

exemplar. Nenhum dos sacos fabri-<br />

cados por eles foi rejeitado pelos exigentes<br />

inspectores do governo e ao<br />

terminar o primeiro ano de contrato<br />

a firma tomou conta dum ainda<br />

maior para o fabrico de sacos de lona<br />

para ferramentas.<br />

Os dirigentes· da fábrica estão ansiosos<br />

por mostrar que o êxito do primeiro<br />

ano de contrato não foi uma<br />

excepção, e estão tão interessados<br />

como Betterly em arranjar novos negócios<br />

- talvez a manufactura de<br />

metal. O moral destes inválidos da<br />

fábrica de Wilkes-Barre é tão bom<br />

como o melhor de qualquer outro<br />

grupo em qualquer outro lado. Existe<br />

ali uma atmosfera de cooperação sem<br />

o mais leve sinal de autoridade. Todos<br />

tratam Betterly por Bill. Em<br />

resumo, eles não trabalham para Betterly,<br />

mas sim por um ideal a que ele<br />

se consagrou tão inteiramente como<br />

os seus operários.<br />

(Publicado no Saturday Evening Post)<br />

VIOZOL<br />

Em pó e comprimidos vaginais para o tratamento das leucorreias<br />

Quimioterapia combinado contendo 0,5 g<br />

de Formo-Cibazol, 0,24 g de Entero-Viofórmio<br />

e um complemento de glucose,<br />

- - - lactose, borax e ácido bórico - - -<br />

ACÇÃO SEGURA<br />

EMPREGO SIMPLES<br />

BOA TOLÊRANCIA<br />

QUEIJOS<br />

CASEÍNA<br />

c


Uma via~e111<br />

de estttflo em Itália<br />

Pelo Dr. CORIOLA!\0 FERREIRA<br />

Não existe lá o Ministério da Saude. Os problemas da assistência correm<br />

todos pelo Ministério do Interior.<br />

3. Previdência e assistência<br />

1. A organização da viagem<br />

A Federação Internacional de <strong>Hospitais</strong>, estabelecida<br />

em Londres, organiza de dois em dois anos viagens de estudo<br />

em determinado país. A viagem do ano corrente ~oube<br />

à Itália.<br />

Participaram nesta viagem representantes de 14 nações,<br />

a saber: Bélgica, Dinamarca, Egipto, França, Alemanha, Holanda, Islândia,<br />

Itália, Jamaica, Noruega, Portugal, Suécia, Suíça e Inglaterra, num total aproximado<br />

de 130 pessoas.<br />

A delegação portuguesa contava com a presença do enfermeiro-mar dos<br />

<strong>Hospitais</strong> Civis de Lisboa, Dr. Emílio Faro, o Arquitecto Read Teixeira, da<br />

Comissão de Construções Hopitalares, do Engenheiro Pereira Gomes, d•o Ministério<br />

das Obras Públicas e de mim próprio, em representação das instituições<br />

dependentes da Direcção-Geral de Assistência. Iam também pessoas de família<br />

dos vários membros da delegaç3o.<br />

A viagem teve um mérito que excedeu o normalmente resultante da simples<br />

visita a hospitais italianos: foi o de poderem trocar-se conhecimentos entre<br />

representantes de tantas e tão variadas nações.<br />

Visitaram-se 16 estabelecimentos assistenciais nas seguintes localidades:<br />

Milão, Sôndalo, Brescia, Bolonha, Florença, Roma, Nápoles e Génova.<br />

Dou a seguir algumas notas avulsas de observações feitas no decorrer<br />

da viagem.<br />

2. Organização geral da assistência italiana<br />

A assistência na Itália é feita, na maior parte, por estabelecimentos hospitalares<br />

privados. São quase sempre obras pias ou associações de beneficência<br />

que tomam sobre si o encargo da assistência.<br />

O Estado fiscaliza o funcionamento destas instituições que, todavia, são<br />

dirigidas e administradas por conselhos constituídos por pessoas não<br />

funcionários.<br />

A assistência italiana, moldada em princípios morais cristãos é de orientação<br />

personalista. As actividades de protecção e de recuperação orientam-se<br />

no sentido da família e da profissão.<br />

22 HOSPITAIS<br />

A ligação entre a assistência e a previdência é bastante íntima. Como a<br />

previdência abrange a grande maioria da população e porque o seu esquema é<br />

suficientemente amplo para conceder internamentos quase sem limitação de<br />

tempo, segue-se que os melhores


Assim: a organização de Milão abrange 28 hospitais, com um total<br />

de 15.447 leitos; a de Bolonha dois hospitais gerais e um especializado; a de<br />

Florença seis hospitais com um total de 3.321 camas; a de Roma seis hospitais<br />

com 6.000 camas, etc.<br />

5. Técnicas administrativas<br />

D e maneira geral, as técnicas administrativas italianas não são modernas.<br />

Mal começa ram ainda com a m ecanização dos serviços. D e resto,. essa<br />

r eforma é-lhes dificultada p ela Contabilidade Pública- à qual estão sujeitosque<br />

não admite ainda a escrita de decalque, uma das bases da contabilidade<br />

mecânica .<br />

Não foi ainda a doptado um plano contável nacional para hospitaisseguido<br />

das 9 horas às 15. Nos serviços· gerai$ o dia de trabalho é de ~ horas<br />

com início às 8 da manhã.<br />

Em alguns hospitais- no de Sôndalo, por exemplo - encontrei já a boa<br />

organização ·de distribuição que consiste em se~em os armazens ou serviços de<br />

abastecimento ·que vão levar às enfermarias tudo o que estes necessitam: medicamentos,<br />

roupas, artigos de consumo, etc. Em Portugal ainda se usa a inversa:<br />

são as enfermarias que vão à Farmácia buscar as drogas, ao armazem buscar<br />

o sabão, à roupa ria buscar os lençóis, aos laboratórios buscar as análises, com<br />

um desperdício de tempo incalculàvelmente ruinoso.<br />

(Continua).<br />

A 'l'E~ Çti O , SE N HORE ~ DIRIGEl\''I'ES<br />

-como aliás entre nós. O fim d o ano n ão p.or improvisações sempre ruinosas.<br />

O pessoal administrativo é recrutado ao acaso. Não existe escola ou<br />

curso de administração de hospitais, limitando-se as administrações a exigir<br />

Vem aí o fim do ano e com ele os<br />

- com o nós - que os candidatos possuam as hab ilitações gerais dos liceus ou<br />

vários problemas da administração. Autiblõ tlcos e estatís Hca<br />

das escolas comerciais.<br />

H á u ma limitação cu riosa, em alguns hospitais, no recrutamento do<br />

pessoal: é que não podem ser recebidos em cada estabelecimento mais de<br />

Cuidado com as verbas orçamentais.<br />

Ê preciso ter as suas contas-correntes<br />

em dia, para não ultrapassar os<br />

Não há dúvida d e que, em princípio,<br />

o uso dos antibióticos ):'eduz enor ­<br />

duas pessoas da mesma família.<br />

limites estabelecidos. Ê certo que memente a demora dos interna men ­<br />

H á arquivos devidamente montados, embora o pessoal que os serve não<br />

tudo tem remédio. M as vale mais tos. M as ta mbém já temos notado<br />

t enha o curso apropriado.<br />

A escrita de conferência e fiscalização de bens e valores não oferece-novi­<br />

prevenir ... .<br />

dades. Suponho, porém, que não desejam nem precisam aperfeiçoá-la, porque,<br />

tendo a chefia de quase todos os serviços entregue a religiosas, assentam a organização<br />

em bases de confiança.<br />

Os serviços domésticos são perfeitos. P essoal aprumado, sem correrias<br />

por todos os lados, sem grupos a conversar pelos cantos. Nota-se a limpesa<br />

escrupulosa e adivinha-se eficiência. Também estes serviços são dirigidos por<br />

religiosas.<br />

Os serviços industriais de manutenção estão entregues a técnicos. Parecem<br />

funcionar com rendimento.<br />

Os serviços domésticos industrializados (lavandaria, rouparia, etc.)<br />

t ambém entregues a religiosas, causaram-me inveja. O cuidado com as roupas,<br />

a perfeição dos processos de lavagem, desinfecção e conserto, valem não pelo<br />

que têm de moderno- pois nós os conhecemos também- mas pelo interesse,<br />

zelo e até carinho com que são efectuados.<br />

O horário de trabalho das secretarias é de 6 horas diárias. Há hospitais<br />

que concedem intervalo para almoço. Outros, porém, fazem um período<br />

Ainda está a temp o de fazer um<br />

orçamento sup lementar, se for preciso.<br />

Plauos ()aJ•a t 9 5 3<br />

Já soubemos que fez o seu orçamento<br />

ordinário a tempo e horas.<br />

Mas o orçamento é apenas - na<br />

maioria dos casos - uma formalidade<br />

legal.<br />

O que é preciso é estabelecer planos<br />

de política e a ctuação assistencial<br />

e de actividade administrativa.<br />

Que tudo se faça devidamente<br />

pensado, p erfeitamente planificado e<br />

que, por causas vá rias, esta acção é<br />

neutralizada e os doentes, coitados,<br />

con tinuam a demorar dias e dias no<br />

hospital.<br />

É preciso evitar tal desastre. T e­<br />

nha em dia a sua estatística e mostre-a<br />

aos clínicos. Tenha a certeza<br />

de que, se a demora média dos doentes<br />

não se reduziu nos últimos dois<br />

anos, há qualquer coisa que funciona<br />

mal no seu hospital.<br />

E a propósito, tem bem organizada<br />

a estatística dos doentes ? Costuma<br />

apurar a demora média em relação<br />

a todo o hospital ou por enfermarias<br />

? Tem algumas dúvidas sobre<br />

esta matéria ? Talvez nós lhas possamos<br />

tirar. Disponha de nós.<br />

24 HOSPITAI S<br />

PORTUGUESES<br />

25


Os i•aeêltdios<br />

IIOS IIOSpitais<br />

Quantas vezes nos temos referido<br />

ao horroroso perigo que<br />

representam os incêndios para<br />

os estabelecimentos hospitalares.<br />

Graças a Deus não tem havido<br />

em Portugal grandes exemplos<br />

de tragédias neste género.<br />

Mas é preciso prever tudo. Os<br />

directores e administradores de<br />

hospitais são responsáveis pela<br />

vida e segurança dos doentes<br />

que se lhes confiam.<br />

Em muitos países é hábito<br />

das corporações de bombeiros<br />

darem instrução gratuita ao pessoal<br />

de enfermagem e auxiliar<br />

dos hospitais locais, sobre as<br />

técnicas de prevenção e combate<br />

de incêndios. Estamos certos de<br />

que os nossos valorosos bombeiros<br />

se colocarão imediatamente<br />

ao dispor dos dirigentes hospitalares<br />

que, neste sentido lhes<br />

peçam colaboração. Por que<br />

não havíamos de tentar ?<br />

Na gravura que publicamos<br />

ao lado destas linhas vê-se um<br />

treino de evacuação de crianças<br />

doentes, durante um simulacro<br />

de incêndio, executado para alunas<br />

de enfermagem de uma escola<br />

americana.<br />

UlU NOVO PRonurro<br />

HOBMONOPilU·SJl<br />

(Associação llOl'DIOnal etrniliba·uda<br />

J)Ul't\<br />

trnta.lllento tia n•enoiUHii'iia)<br />

~ N I O R 0-IIIU ll O X I PR OG 1


Sa11t.a ~asa da<br />

tle Pot·<br />

A cthidatle 110<br />

Miset·ieót•dia<br />

tale~t·e<br />

ano tle <strong>19</strong>õ:l<br />

28<br />

A Comissão Administrativa da Santa<br />

Casa da Misericórdia de Portalegre, depois<br />

de mais de um ano decorrido, vem novamente<br />

trazer ao conhecimento público o que<br />

f'Di a sua administração durante o ano<br />

de <strong>19</strong>51; convicta de que trabalhou o melhor<br />

que soube e pôde, fazendo tudo que<br />

lhe foi humanamente possível para que aos<br />

doentes internados no nosso Hospital nada<br />

faltasse, procurando manter tanto quant'O<br />

possível o prestígio da assistência concelhia.<br />

Pela apreciação dos mapas que juntamos,<br />

das receitas e das despesas feitas, dos<br />

serviço sprestados e ainda dos nossos débitos<br />

e dos noss'Os créditos, se poderá verificar que<br />

a situação desta Instituição, é sempre difícil.<br />

Administrar uma Instituição desta natureza,<br />

quando a matéria prima (o dinheiro)<br />

abunda, é uma tarefa trabalhosa mas que se<br />

encontra em parte simplificada porque permite,<br />

sem grande esforço, melhorar e aperfeiçoar<br />

os seus serviços.<br />

Mas no caso d'O nosso hospital, esta tarefa<br />

é árdua, melindrosa e de excessivo tra·<br />

balho.<br />

Pelo quadro que adiante publicamos, dos<br />

doentes pobres e indigentes internados no<br />

Hospital durante o ano, distribuídos pelas<br />

freguesias das suas residências, com indicação,<br />

d'O número de internados, dias de internamento,<br />

e da despesa feita com os doentes<br />

de cada freguesia, se poderá apreciar o esforço<br />

despendido .com o tratamente dos pobres<br />

do concelho, que foi assim: 1.380 doentes<br />

HOSPITAIS<br />

internados com 20.163 dias de tratamento<br />

a 17$00 por dia que prefaz a importância<br />

de 432.771$00. Destes doentes, 429 foram<br />

porcionistas e pagaram o total de 10.078$40,<br />

ficando por isso a despesa, reduzida a<br />

332.692$60.<br />

Temos que juntar ainda a despesa feita<br />

C'Om os Asilados de ambos os sexos (20 do<br />

sexo masculino e 10 do sexo feminino) com<br />

um total de 10.870 dias de permanência a<br />

7$15 por dia que dá um total de 77.720$50.<br />

Recebemos do Instituto de Assistência aos<br />

Inválidos, a importância de 54·.710$00, na<br />

razão de 150$00 mensais por cada um dos<br />

30 asilados aut'Orizados no Acordo feito<br />

em 10 de Fevereiro de <strong>19</strong>49, entre aquele Instituto<br />

e esta Misericórdia. Assim teve ainda<br />

a Misericórdia que despender com a manutenção<br />

dos asilados a importância de<br />

23.010$50. Fica pois, demonstrado que a<br />

importância de 150$00 mensais atribuída a<br />

cada asilado, é apenas um auxílio. Também<br />

é certo que até esta data ainda aquele Instituto<br />

não despendeu com os nossos asilados<br />

qualquer importância com a aquisição<br />

de roupas ou mobiliário.<br />

No nosso Laboratório fizeram-se 2.777<br />

análises no valor de 133.612$75 dos quais<br />

sàmente se recebeu a imp'Drtância de<br />

43.051$45, sendo por isso o valor das análises<br />

gerais 90.561$30.<br />

Concedeu-se também autorização para<br />

serem feitas gratuitamente 275 radiografias<br />

a indigentes no valor de 28.208$70.<br />

PORTUGUESES 29


Foram também autorizadas 279<br />

sessões de agentes físicos no valor de<br />

2.092$50, a doentes pobres que nada<br />

pagaram.<br />

Em fins do ano de <strong>19</strong>50, reconhecemos<br />

que os Serviços de Radiologia,<br />

tal como estavam montados, com um<br />

aparelho antiquado e apenas de<br />

100 Ma, não podia dar o rendimento<br />

desejado e que diàriamente lhe era<br />

exigido.<br />

Ponderado o assunto, foi resolvido<br />

adquirir um novo aparelho de<br />

Raios X.<br />

Consultadas as várias casas fornecedoras<br />

destes aparelhos e os Técnicos<br />

necessários sobre o assunto, resolvemos<br />

comprar uma nova aparelhagem<br />

de Raios X, de SOO MA,<br />

ficando assim o nosso Hospital habilitado<br />

a satisfazer e executar todos os<br />

serviços da especialidade que lhe sejam<br />

solicitados.<br />

Resta-nos ainda deixar exarado<br />

neste relatório o nosso agradecimento<br />

e a nossa maior gratidão a todas as<br />

Autoridades e Entidades Oficiais e a<br />

todos os particulares que nos auxiliaram<br />

no desempenho da nossa missão<br />

nesta Misericórdia, ""que é de todos<br />

e a todos serve o melhor que pode.<br />

A Comissão Administrativa: Tenente-Coronel<br />

Amadeu Humberto de<br />

Sá Morais; Tenente Francisco Simão;<br />

Dr. João José Albuquerque de Azevedo<br />

Coutinho; José Elias Martins;<br />

Avelino José Facha.<br />

Portalegre, 31 de Maio de <strong>19</strong>52.<br />

Dias de permanência de doentes .<br />

Média da despesa feita por doente e por dia:<br />

Média de doentes entrados por dia<br />

Média de dias de permanência por doente<br />

Percentagem de falecimentos<br />

Média de doentes hospitalizados por dia<br />

Alimentação<br />

Medicamentos<br />

Enfermagem, roupas e limpeza<br />

Condição de internamento dos doentes:<br />

Pensionistas de 1. a classe<br />

Pensionista~ de 2. a classe<br />

Pensionistas de 3.a classe<br />

Indigentes (gratuitos)<br />

Total<br />

Asilos de inválidos do trabalho:<br />

4,7<br />

14,8<br />

4,7<br />

73,5<br />

6$04<br />

4$61<br />

6$43<br />

34<br />

24<br />

363<br />

1.383 (1)<br />

1.804<br />

26.838<br />

17$08<br />

MOVIMENTO HOSPITALAR NO <strong>ANO</strong> DE <strong>19</strong>51<br />

Vindos do ano anterior<br />

Saíram - falecidos<br />

Entraram durante o ano<br />

Ficaram existindo<br />

33<br />

3<br />

2<br />

32<br />

Doentes:<br />

Vindos do ano anterior<br />

Entraram durante o ano<br />

73<br />

1.731<br />

1.804<br />

Dias de permanência<br />

Média da despesa feita por asilado e por dia:<br />

Alimentação<br />

Ro'\lpas, limpeza e pessoal etc.<br />

Outros serviços hospitalares:<br />

11.659<br />

6$04<br />

1$11<br />

7$15<br />

Saíram durante o ano:<br />

Operações de grande cirurgia<br />

Operações de pequena cirurgia<br />

282<br />

238<br />

520<br />

Curados<br />

Melhorados<br />

Falecidos<br />

Ficaram existindo<br />

1.154<br />

503<br />

85<br />

62<br />

1.804<br />

Operações pagas .<br />

Operações gratuitas<br />

141<br />

379<br />

(1) D estes, 429, são porcionistas que normalmente pagaram 1$50 por dia.<br />

520<br />

30<br />

HOSPITAIS<br />

PORTUGUESES 31


Curativos feitos no banco<br />

Consultas externas<br />

Radiografias fei tas<br />

Análises feitas<br />

Sessões de raios ultra -violetas<br />

Sessões de raios infra-vermelhos<br />

R eceitas<br />

RESUMOS DOS MAPAS<br />

l;laldos do ano anterior<br />

R endimentos próprios<br />

R endimentos de serviços diversos<br />

R eceitas consignadas<br />

Subsídios do Estado<br />

Subsídios de outras entidades<br />

Outras receitas .<br />

Depósitos provisórios<br />

Despesas<br />

Total<br />

Despesas com pessoal<br />

Despesas com aquisição de material<br />

Despesas de conservação e reparação de material<br />

Despesas de conservação e reparação de prédios<br />

Material de consumo corrente .<br />

Despesas de higiene, saude e conforto<br />

Despesas de comunicações .<br />

Participação de vendas, cobranças, receitas ou<br />

heranças<br />

Encargos administrativos<br />

Outros encargos<br />

Descontos nos vencimentos dos empregados<br />

Total .<br />

Saldo para a gerência de <strong>19</strong>52<br />

1.456<br />

1.426<br />

1.183<br />

3.442<br />

362<br />

50<br />

123.299$45<br />

44.396$50<br />

517.121$10<br />

2.972$20<br />

221.710$00<br />

18.400$00<br />

34.329$60<br />

1.223$40<br />

963.452$25<br />

138.496$70<br />

142 .091$45<br />

6.661$90<br />

13.456$70<br />

9.240$70<br />

143.385$90<br />

2.892$40<br />

167.659$35<br />

222.636$70<br />

1.367$20<br />

2.972$20<br />

850.861$20<br />

112.591$05<br />

963.452$25<br />

Plattos de ot·~a ttiza~áo<br />

casa de sattde<br />

Ê conveniente afixar na repartição<br />

e ter nos Gabinetes de Enfermeiras<br />

nos andares uma tabela de preços<br />

de elementos de diagnóstico.<br />

Raios X, análises, etc. com nomes,<br />

moradas, e número de telefone dos<br />

consultórios para uso dos doentes e<br />

famílias.<br />

O pessoal de enfermagem encarregar-se-á<br />

ou não, segundo a Direcção<br />

determine, dessas diligências.<br />

O mesmo sucederá com as farmácias<br />

e casas de material que possa<br />

interessar.<br />

Deverá existir um repositório de<br />

todos os processos de enfermagem<br />

que se executem no andar, e todos os<br />

impressos necessários ao movimento<br />

de doentes com um exemplar convenientemente<br />

preenchido para servir<br />

de modelo.<br />

EQUIPAMENTO DA CLÍNICA<br />

Chama-se equipamento a todos<br />

OS aparelhos necessários ao conforto<br />

e tratamento dos doentes e à eficiência<br />

de trabalho do pessoal.<br />

Todo ele, mas especialmente as<br />

enfermeiras, devem ter ideia do custo<br />

e qualidade dos objectos com que<br />

( C,ONTINUAÇÃO)<br />

Elementos de diagnostico<br />

pa•·a uma<br />

Por D. MARIA DA CRUZ REPINICADO DIAS<br />

lidam, dos cuidados a ter com eles, e<br />

educar nesse sentid o, todas as outras<br />

pessoas.<br />

Todo o equipamento e utensílios<br />

devem ser escolhidos na base da sua<br />

utilidade e adaptabilidade ao fim em<br />

vista.<br />

A melhor qualidade representa<br />

muitas vezes economia em tempo e<br />

trabalho e aumenta o conforto do<br />

doente.<br />

O tipo, qualidade e número de<br />

peças varia segundo o critério da<br />

direcção dos estabelecimentos.<br />

No entanto há regras gerais a<br />

seguir, como por exemplo:<br />

Além da mobília usual, como<br />

cama, mesa de cabeceira, armários.<br />

cómoda, cadeiras, num quarto de<br />

doente deve haver um biombo que se<br />

usa para resguardar a entrada em<br />

frente da porta e se põe perto da<br />

cama na ocasião dos tratamentos.<br />

Além duma cadeira cómoda e baixa<br />

deve haver um banco para os pés.<br />

Ventoínha e calorífero se não há<br />

aquecimento central.<br />

Num dos armários, que terá prateleiras,<br />

guarda-se o equipamento<br />

pessoal que consta de: termómetro<br />

em recipiente com álcool, copo para<br />

32<br />

HOSPITAIS<br />

PORTUGUESES<br />

33


l i!!<br />

I<br />

dentes, bacia, arrastadeira, urinol<br />

(para homem) cuba em rim, taboleiro<br />

grande para material de pensos,<br />

etc.<br />

As instalações sanitárias, devem<br />

constar de lavatório com água corrente<br />

quente e fria, e bidé. Esta unidade<br />

deverá resguardar-se com cortina<br />

e biombo. As carnpaínhas e<br />

luzes devem ter cordões e peras para<br />

que o doente possa rnanejá-l'Os fàcilmente.<br />

Deve haver duas tomadas de corrente<br />

no quarto, uma perto da cama<br />

e outra mais longe e baixa, junto do<br />

roda-pé.<br />

Cama e roupa.<br />

As camas de doentes devem ser<br />

das de modelos standard altas e articuladas,<br />

com redes. Colchões altos,<br />

cheios de lã, algodão, raspa de cortiça,<br />

molas ou cautchu. Devem ter<br />

duas argolas de cada lado para serem<br />

viradas com facilidade e os de cauchú<br />

numa fronha de pano escuro por<br />

que a luz os estraga.<br />

Devem fazer-se cobertas para os<br />

colchões, que os resguardem.<br />

São ligeiramente mais estreitas, de<br />

pano crú em duas partes com flanela<br />

por dentro, e acolchoadas em zig-zag.<br />

Resguardos de borracha ou de<br />

plástico são aconselháveis para dois<br />

ou três colchões que se porão ao serviço<br />

de doentes com hemorragias ou<br />

casos semelhantes.<br />

O mesmo se deve usar para os colchões<br />

de bébés e para as almofadas<br />

das salas de pensos que servem a<br />

injecções endo-venosas. A fronha de<br />

pano usa-se sobre este.<br />

As almofadas tipo almofadão são<br />

as mais práticas para camas de doentes.<br />

Devem ser cheias de penas, surnaúma<br />

ou qualquer substância no<br />

género. Além destes deve haver almofadas<br />

mais pequenas, uma por<br />

cama, para suporte de perna, etc.<br />

Roupa - Deve merecer particular<br />

atenção a roupa de cama de doentes.<br />

O material empregado deve obedecer<br />

a requisitos tais corno ser leve,<br />

macio, lavável e de duração. Deve<br />

haver um tipo standard em tamanho<br />

para toda a instituição, o que dá<br />

grande economia de roupas.<br />

Dum modo geral e como regra,<br />

muda-se todos os dias o lençol de<br />

cima - que passa para debaixo- e<br />

a almofada.<br />

A colcha, quando necessite. Nos<br />

doentes ambulatórios não há necessidade<br />

de mudar assim, mas segundo<br />

as necessidades, calculando o número<br />

de horas.<br />

Dum modo geral, conta-se conforme<br />

as lavagens de roupa, para as<br />

necessidades de organização. O princípio<br />

geral seguido é:<br />

- uma muda de roupa na cama<br />

-urna muda de roupa na lavadeira<br />

-uma muda de roupa na prateleira.<br />

Lavando e recebendo roupa todos<br />

os dias poderá fazer-se um cálculo<br />

para 35 camas de 16 dúzias de lençoes<br />

e 16 de fronhas de almofadão.<br />

Costumam aproveitar-se lençoes<br />

usados, cortados ao meio no sentido<br />

da largura, para resguardos; o número<br />

é de 6 por cama.<br />

Deve também haver pequenos resguardos<br />

acolchoados, como os de colchões,<br />

de cerca de 50 X 50 cm. para<br />

os doentes que necessitem, o que<br />

poupa muito os lençoes de baixo.<br />

Toalhas costuma contar-se 6 de<br />

rosto, 6 de banho e 6 toalhetes por<br />

cama.<br />

Cobertores - Devem ser de lã ou<br />

mistos. De cor clara. Devem contar-se<br />

4 por cama. Devem usar-se<br />

colchas laváveis que protejam os cobertores,<br />

tanto de dia corno de noite.<br />

Em várias instituições se tiram<br />

de noite as colchas de cor, ficando<br />

brancas lisas, debaixo para de noite<br />

Panos para arrastadeira . . .<br />

Luvas turcas ou panos de 25 X 25<br />

Faixas de peito 1,50 X 40<br />

Faixas 1 50 X 60 ·<br />

Camisas ~e doente .cur~as,<br />

Camisas de doente, de flanela . .<br />

Sacos para pensos 50 X 30 (prontos)<br />

Perneiras de flanela 1 X 50 . .<br />

Turbantes<br />

Blusas<br />

Barretes<br />

Máscaras<br />

Turbantes<br />

Lenços pequ~no~<br />

Toalhas operação 1,25 X 60<br />

Panos 1 X 60 .<br />

ROUPA<br />

ou na ocasião de tratamentos especiais.<br />

Artigos de borracha<br />

Quando em uso, lavá-los e protegê-los<br />

com talco.<br />

Guardados em armários ou gavetas<br />

por causa da luz, com talco, sem<br />

estarem em contacto uns com os<br />

outros.<br />

Deve haver capas para sacos qe<br />

gelo e de água quente, nos primeiros<br />

de flanela de lã, nos segundos de algodão.<br />

Fronhas para almofadas de ar, etc.<br />

Feitas de propósito ao tamanho da<br />

peça. Não usar fronhas de almofadas<br />

ou toalhas, que se estragam.<br />

~be;tas ~tr~s c;m f~tas: de~ote ~ed~nd;<br />

ROUPAS PARA SALAS DE OPERAÇÕES<br />

Panos forte para trouxas esterelizadas<br />

1,50 X 1,50<br />

20 dúzias<br />

10 »<br />

48 »<br />

48 »<br />

2 »<br />

2 »<br />

6 »<br />

6 »<br />

3 »<br />

6 dúzias (4 grandes e 2 peq.)<br />

3 »<br />

6 »<br />

3 »<br />

12 »<br />

12 »<br />

12<br />

12<br />

>><br />

»<br />

34<br />

HOSPITAIS<br />

PORTUGUESES<br />

35


ROUPA PARA SALAS DE OPERAÇÕES E SERVIÇOS DE PENSOS<br />

3-blusas<br />

2- barretes<br />

Roupa para uma operação<br />

4-lençoes } ou 6 toalhas e 8 meios-lençoes<br />

4-toalhas<br />

1 - maço de algodão<br />

2 ou 3 ataduras (se fôr necessário)<br />

1-caixa de compressas 10 X 10<br />

1 - caixa de compressas A B D<br />

1 - caixa de copos ou tijelas de pirex esterelizadas para antisépticos.<br />

1 - caixa de luvas com 3 ou 4 pares.<br />

INVENTÁRIO<br />

É a relação de rodos os bens existentes<br />

na instituição em equipamento<br />

e utensílios e seus valores.<br />

Em cada unidade ou andar deve<br />

haver um inventário parcial e a enfermeira-chefe<br />

deve conferi-lo periodicamente,<br />

mensalmente, por exemplo.<br />

Pode ser feito em lista ou em fichas,<br />

o que é mais prático e fácil de<br />

conferir e movimentar. Além de enfermeira-chefe<br />

um delegado da direcção<br />

deve conferir e assinar todos os<br />

inventários. Os da parte doméstica<br />

devem ser conferidos pelo mesmo delegado<br />

e pela governante ou pessoa<br />

encarregada da parte doméstica.<br />

De todos os artigos inutilizados<br />

periodicamente, de 15 em 15 ou 30<br />

em 30 dias, devem ser feitas listas<br />

separadas por natureza dos artigos,<br />

entregues os usados e recebidos os<br />

novos. O mesmo deve passar-se na<br />

secção de roupas.<br />

Daí só deverá sair a roupa limpa<br />

36<br />

em troca da suja da mesma natureza,<br />

ou a nova em troca da usada.<br />

Tudo deve ficar escrito em requisição<br />

e assinado pela pessoa que recebe<br />

e pela que entrega.<br />

Fábrica ADI.CO<br />

MOBILIÁRIO METÁLICO<br />

CIRÚRGICO E HOSPITALAR<br />

Vendas no continente:<br />

Em Lisboa:<br />

R. Nova do Almada, 61<br />

No Porto:<br />

Rua do Carmo, 8<br />

Em Coimbra:<br />

Av. Sá da Bandeira, 73<br />

Fábrica e Escritórios em AVANCA<br />

Telef. 2<br />

Teleg. ADICO<br />

Adelino Dias Costa & c.a, L,da<br />

=------=================<br />

HOSPITAIS<br />

BCHBRO DE FORNECEDORES RECOMENDADOS<br />

Alimentação e Dietética<br />

* Lacticínios de Aveiro, L.da- Produtos<br />

VougaSul: Manteiga, Queijo,<br />

Leite Pasteurizado.<br />

* Lusa-Atenas, L. da, S.or- Mercearias<br />

por grosso, papelaria, miudezas.<br />

Depósito das águas Vidag", Melgaço<br />

e Pedras Salgadas. R. do Amado­<br />

Telefone 2I26 - Coimbra - Apartado<br />

I7.<br />

Materiais e actividades de construção e instalação<br />

* Aleluia & Aleluia (Fábricas Aleluia)<br />

-Materiais de Construção, Azulejos<br />

e louças sanitárias. Cais da Fonte<br />

Nova- Aveiro. Telefone 22- Telegramas:<br />

Fábricas Aleluia.<br />

* Barboza & Carvalho, L.da - Fábrica<br />

de Estores «SOLCRIS» (estores<br />

de madeira e em duro- alumínio).<br />

Aços finos para construção e ferramentas.<br />

Materiais de construção e<br />

representações. Rua de José Falcão,<br />

6I - Porto. Telefone 25rso/1<br />

- Telegramas: SOLCRIS.<br />

* Lafayette de Carvalho - Materiais<br />

de construção. Representante das<br />

Fábricas de Vernizes e Esmaltes<br />

« Teolin » e « Teoflux », Holanda.~<br />

C. de Monchique, 3, Porto.- Telefone<br />

25326- Teleg. Laca.<br />

* Silarte - Silva, Soares & Leite, L.da<br />

-Instalações eléctricas. Montagem<br />

de água quente, fria e aquecimento<br />

central. Armazenistas de material<br />

eléctrico. - Rua do Dr. António<br />

Granjo, 6- Telefone, 4444- Coimbra.<br />

Material e aparelhagem médico-cirúrgica<br />

* A. G. Alvan- Gatguts-linho e<br />

seda para sutura «Lukens». Rua da<br />

Madalena, 66-2.o- E- Lisboa. Telefone<br />

25722.<br />

:Jf.<br />

* Siemens Reiniger, S. A. R. L.<br />

-Aparelhos de Raios X, Electromedicina<br />

e Electrodentária. Rua de<br />

Santa Marta, 33-I. 0 - Lisboa. Telefone<br />

44329- Teleg.: Electromed.<br />

Mobiliário metálico, hospitalar e geral<br />

Adelino Dias Costa & C.a, L.da<br />

(Fábrica Adico)- Mobiliário cirúrgico<br />

e hospitalar (Fábrica de).- Avanca<br />

--Portugal. Telef.'~- Avanca-Telegramas:<br />

Adico. YWo.J.<br />

* Dário Correia - Mobiliário de<br />

ferro, material médico·cirúrgico de<br />

---<br />

FüRTUGUESES<br />

laboratório e hospitalar.- R. Morais<br />

Soares, 6o.- Telefone 53484.- Lisboa.<br />

* Fábrica Portugal S. A. R. L.- Mobiliário<br />

Metálico e Hospitalar.-Regueirão<br />

dos Anjos, 96- Telefone 47IS7i9<br />

-Lisboa-Telegramas: FIELSA.<br />

(Seguej<br />

37


III<br />

li<br />

III<br />

li<br />

* Singer Sewing Machine Company<br />

- Máquinas para todos os géneros<br />

de costura.<br />

-Lojas e Agentes em todo o País.<br />

Telefone 64 t6r.-Telegrama: «Singer­<br />

-Lisboa»<br />

Produtos químicos e farmacêuticos<br />

I<br />

,11<br />

'I<br />

,,<br />

li<br />

* Jayme Alves Barata, L, da - Material<br />

para Medicina, Cirurgia e Laboratório,<br />

Produtos químicos e farmacêuticos.<br />

Rua Áurea, 124-1. 0 - Lisboa.<br />

Telefone PPCA 31531 - 3 r533- Telegramas:<br />

Farbaral.<br />

* Pestana & Fernandes, L, da- Material<br />

de Laboratório. Reagentes puro<br />

«pro-analisis>> e para micro-aná li ~es.<br />

Indicadores e indicadores de PH.<br />

Matérias corantes e soluções de matérias<br />

corantes. Preparações diversas<br />

para microscopia. Preparados para<br />

fins científicos. Papéis reagentes e<br />

papéis de filtro. Produtos químicos<br />

e farmacêuticos.- Rua Sapateiros, 39<br />

- Lisboa - Telefones 24286, 24287,<br />

25709 e 3!753·<br />

Tapeçaria, colchoaria e artigos de borracha<br />

* Fábrica de Borracha «Mo nsanto)), L, da s imples desenho. Aven ida 24 de J a­<br />

-Borracha:- Anilhas, botões «Sanitas>>,<br />

neiro C. C. C. L. - Monsanto- Lisboa.<br />

guarnecimentos de rodas de - Tel. 58.330.<br />

marquezas, juntas «Unitas», ponteiras<br />

para bengalas e muletas, rolhas * Teixeira de Abreu & C.a, L. da- Fabrico<br />

especial de Panos de Linho de<br />

para frascaria de laboratór;o, tapetes<br />

para lavabos, tubos de irrigador, tubagem<br />

Guim arães. Atoalhados. Panos de<br />

diversa, válvulas para auto­<br />

clismo, emboques para bidets, revestimentos,<br />

passadeiras e carpetes em<br />

algodão. Colchas de seda e de algodão.<br />

Enxovais. Bordados Regionais.<br />

Lenços de linho e de algodão. -<br />

todas as dimensões e toda a espécie Largo do Prior do Crato - Guimar<br />

de artefactos mediante amostra ou<br />

ães - Telef. 4109. .<br />

Vidraria, óptica e material fotográfico<br />

* G a r c e z , L ,da- Foto- Cinema,<br />

R. X., etc.- Hua Garrett, 88- Lisboa-<br />

Telef. 24974.<br />

Hitzemann & C. a, L.da -<br />

Representantes para Portugal.<br />

Material fotográfico,<br />

reveladores e fixadores<br />

especiais para radiografia, papéis<br />

Raios X e cardiográficos, material<br />

para câmara escura. Rua Sá da Bandeira,<br />

520-526- Telefone 22135-22136<br />

Telegramas: AGFA-FOTO- Porto.<br />

* Vidros Clínicos, L. da- Fábrica de<br />

seringas hipodérmicas de Vidro neutro,<br />

Murano e Pirex. R. 14, n.• II73-II79<br />

-Espinho.<br />

Os hospitais não são obJ•i ­<br />

gatlos a comtn•a•· os Jn'otlutos<br />

mais bat•atos, mas shn<br />

os (jllle melhol' satisfaçam<br />

os se1•viços<br />

Um concorrente ao fornecimento<br />

de leite dos <strong>Hospitais</strong> Civis de Lisboa<br />

recorreu para o Supremo Tribunal<br />

Administrativo da decisão que não<br />

lhe adjudicou esse fornecimento.<br />

Fundamentou o recurso no facto de<br />

o preço por si oferecido ser inferior<br />

ao do concorrente a quem foi concedido<br />

o fornecimento.<br />

O Supremo Tribunal, em acórdão<br />

publicado na z.a série do Diário do<br />

Governo, de <strong>19</strong> de Setembro, consagrou<br />

o princípio de que os <strong>Hospitais</strong><br />

não tinham que olhar apenas ao preço<br />

mas também à qualidade do leite.<br />

Por isso, desde que escolheram<br />

um fornecedor que oferecia melhores<br />

condições de higiene e qualidade de<br />

leite, estavam imediatamente justificados<br />

da rejeição da proposta maxs<br />

barata.<br />

O U. u. G. e o~ pa•·tltlos<br />

Políticos<br />

Não sei se os leitores têm conhecimento<br />

de que a vacinação pelo B . C .<br />

G . foi tornada obrigatória em França<br />

pela lei de 5 de Janeiro de <strong>19</strong>50.<br />

Para execução desta lei, o Governo<br />

pediu um crédito orçamental<br />

de 650 milhões de francos. A Comissão<br />

Parlamentar de Finanças resolveu<br />

prop·or a redução de 5 milhões<br />

de francos neste crédito, com o argumento<br />

de que os seus resultados eram<br />

discutíveis.<br />

Levantou-se na Assembleia Nacional<br />

forte discussão sobre o assunto.<br />

Chamado à pedra o relator de Comissão<br />

de Finanças, viu-se ele em dificuldades<br />

para justificar a posição<br />

dos membros da dita. E a única<br />

coisa concreta que disse foi que, em<br />

tal matéria não há unanimidade nos<br />

partidos.<br />

Nós supunhamos que os partidos<br />

se limitavam a descobrir «remédios<br />

políticos» para as doenças<br />

dos Estados. Nunca nos passou<br />

pela cabeça que a eficácia de «remédios<br />

da farmácia» pudesse constituir<br />

parágrafo de programa de partido<br />

político.<br />

A digna Assembleia também julgou<br />

exagerada a pretensão dos partidos.<br />

E daí, votou por unanimidade<br />

-o que é coisa de maravilha -a<br />

manutenÇão do crédito pedido pelo<br />

Governo.<br />

38<br />

HOSPITAIS<br />

PORTUGUESES<br />

39


O médico de ontem<br />

e o médico de llnje<br />

«É bem compreensível que um médico<br />

que é acordado todas as manhãs<br />

por um aparelho automático ligado<br />

ao receptor de T . S. F., que ouve pelo<br />

111esmo aparelho uma lição de ginástica<br />

-boa para escutar estendido na<br />

cama- e as últimas descobertas científicas<br />

acerca da cibernética e da anestesia<br />

automática, moendo-lhe os ouvidos<br />

com os parasitas da máquina de<br />

1avar a roupa, se sinta um pouco mecanisado,<br />

electrolisado.<br />

Este médico que bebe o produto da<br />

cafeteira eléctrica enquanto se barbeia<br />

electricamente, desce no elevador,<br />

que telefona -quando o telefone<br />

o consente- que corre em competi-<br />

. ção com as portas automáticas do<br />

«metro», este ser humano, •ou antes os<br />

seus restos, não poderá ter a mesma<br />

psicologia que eu conheci ainda no<br />

século passado ao modesto médico de<br />

província.» Dr. R. H. Hazemann<br />

(No 3.° Congresso dos Técnicos de<br />

Saude- Paris).<br />

As tlentatl•n·as e a metlicina<br />

socializada<br />

O fornecimento de dentaduras<br />

postiças foi uma das mais controvertidas<br />

realizações do plano de saude<br />

pública posto em vigor na Inglaterra<br />

pelo Governo Trabalhista, logo a seguir<br />

à guerra.<br />

Como se sabe um dos mais categorizados<br />

ministros desse governo<br />

teve de pedir a demissão só porque<br />

se atreveu a fazer contas sobre o encargo<br />

astronómico que tal direito<br />

acarretava sobre as finanças públicas.<br />

A respeito de dentaduras, dizia Churchill,<br />

que nessa altura, chefiava a oposição:<br />

«0 Governo Trabalhista dá de graça<br />

dentaduras a todos os súbditos da<br />

Coma Britânica, mas restringe e encarece<br />

os alimentos que serviriam para<br />

pôr a funcionar essas dentaduras.»<br />

Agora que Churchill passou a ser<br />

Governo que terá feito ? Terá suprimido<br />

as dentaduras ou aumentado as<br />

rações de víveres ?<br />

StoA3to .... tlhoYbv"jo<br />

d.o ba. rallo.o. la-mbe"' ot<br />

"I'IOSAÍCOS Ás~<br />

IÕo o m


sua regulamentação, em benefício da<br />

saude pública.<br />

7. 0 - Que se proponha ao Governo<br />

Português a nomeação duma<br />

Comissão permanente de revisão da<br />

Farmacopeia Portuguesa e que se promova<br />

a elaboração d um Formulário<br />

Nacional Magistral para uso de farmacêuticos<br />

e médicos.<br />

8. 0 - Que, no mais curto prazo,<br />

seja regulamentado, pelas Entidades<br />

competentes, o exercício das análises<br />

clínicas pelos Licenciados em Farmácia,<br />

com a criação de estági•o em condições<br />

a determinar a garantia de<br />

funcionamento dos respectivos lab-oratórios,<br />

recomendando a realização<br />

de cursos de aperfeiçoamento nessa<br />

matéria.<br />

9. 0 - No que diz respeito a Portugal<br />

e reconhecido o carácter liberal<br />

da profissão farmacêutica, que se faça<br />

realçar a necessidade da fusão dos<br />

dois organismos corporativos actualmente<br />

existentes num único organismo,<br />

que deverá ser do tipo «Ordem»<br />

e extensivo às províncias ultramarinas,<br />

publicando-se para isso o<br />

indispensável decreto constituitivo.<br />

No que respeita a Espanha, que se<br />

considera como fundamental a criação<br />

dum organismo superior farmacêutico<br />

com independência facultativa<br />

que integre todos os serviços<br />

farmacêuticos do Estado e as funções<br />

de inspecção sobre o exercício profissional<br />

em todas as suas actividades.<br />

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j 240, Rua da P alma, 246 - LIS BOA<br />

Alg un s p rodutos de suo representação:<br />

ANTELOBJNE, ampolas<br />

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e solução concentrada<br />

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Gim e n e z - SaI i nas & C.•<br />

:o4o, Rua da Palma, 246- Lisboa<br />

PROF. DOUT O R J OÃO P ORTO - Regressou da Inglaterra este<br />

ilustre professor que ali foi assistir ao Congresso Europeu de Cardiologia, chefiando<br />

a delegação portuguesa. As informações<br />

que nos foram transmitidas são unânimes<br />

em enaltecer a posição conquistada pela<br />

delegação lu sa a qual, por isso mesmo, foi<br />

alvo das maiores atenções. Especialmente<br />

o seu presidente, além de ter sido eleito vice­<br />

-presidente do Congresso, recebeu por parte<br />

da organização do Congresso e das maiores<br />

sumidades científicas presentes homenagens<br />

desvanecedoras. Associamo - nos gostosamente<br />

a tais manifestações de apreço prestadas<br />

a Portugal, através dos merecimentos<br />

do ilustre fundador e director do primeiro<br />

Centro de Cardiologia Médico-Social que<br />

funcion,ou no nosso país.<br />

DR. DELFIM AUGUSTO DA S<strong>IV</strong>A PINHEIRO- No dia 18 do<br />

Passado mês de Setembro e por motivo da passagem do 50. 0 aniversário da sua<br />

ida para Soure como médico, foi prestada uma significativa homenagem ao<br />

Dr. D elfim Augusto da Silva P inheiro.<br />

Mais de 10.000 pessoas desfilaram p ela rua que tem o seu nome, depois<br />

do que, na Praça M iguel Bombarda, e em tribuna própria, teve lugar urna<br />

sessão solene presidida pelo Dr. Santos Bessa, na sua qualidade de Presidente<br />

da Secção Regional de Coimbra da Ordem dos Médicos, ladeado pelos Professores<br />

Rocha Brito e Cipriano Diniz, Dr. Moura R elvas, presidente da Junta<br />

Geral do Distrito e outras individualidades de destaque no meio e em Coimbra.<br />

DR.• ETELVINA FERREIRA- Foi nomeada médica nos Serviços<br />

de Urgência do Hospital da Misericórdia do Porto, a Dr." D . Etelvina F erreira.<br />

É a primeira vez que urna médica é nomeada para o .Banco daquele estabelecimento<br />

hospitalar.<br />

•<br />

42<br />

HOSPITAIS<br />

PORTUGUESES 43


PROF. CARLOS LARROUDÊ- Foi eleito para fazer parte da Comissão<br />

de Audiometria Escolar do Centro Internacional de Estudos dos Problemas<br />

de Audiologia, com sede em Bruxelas, o Prof. Dr." Carlos Larroudé, da Faculdade<br />

de Medicina de Lisboa. Aquela comissão vai estudar o problema da surdez<br />

infantil e a sua despistagem nas escolas por processos práticos e modernos,<br />

a cerca do que elaborará um relatório a apresentar aos governos interessados no<br />

assunto, tendo em vista que grande númem de casos de surdez dos adultos se<br />

poderia ter evitado se tivessem sido diagnosticados logo no começo da lesão<br />

que, em regra, se dá na idade escolar.<br />

DR. MÁRIO DAMAS MORA- Foi eleito por unanimidade, sócio<br />

efectivo do «The American College of Allergists» o Dr. M ário Damas Mora.<br />

Este título é, pela primeira vez, concedido a um médico português.<br />

DR. ALMADA ARAÚJO- O Dr. Almada Araú jo, director do Laboratório<br />

de Psicologia do Hospital Júlio de Matos, foi eleito, por unanimidade,<br />

membro do Grupo Francês Rorchach.<br />

DR. ANTóNIO TEIXEIRA PASCOAL- Médico do «Gil Eanes»,<br />

navio de apoio à frota de pesca do bacalhau, foi condecorado pelo Embaixador<br />

da F ran ça com a Cruz de Cavaleiro da Saude, com que o distinguiu o governo<br />

daquele país.<br />

PROF. FRANCISCO CAMBOURNAC- Na reunião da Organização<br />

Mundial de Saude, efectuada na Libéria, o delegado português, sr. Prof. Francisco<br />

Cambournac, do Instituto de Medicina Tropical de Lisb-oa, foi escolhido<br />

por unanimidade para o cargo de presidente do Centro Regional Africano da<br />

mesma Organização, a estabelecer em Brazzaville.<br />

O ilustre professor seguiu já para Kampalla, a fim de assistir, como<br />

representante do nosso País, aos trabalhos da reunião do Conselho Científico<br />

Africano da O. M. S.<br />

D epois juntar-se-á em Angola, à missão de prospecção de endernias que<br />

dirige, devendo regressar a Lisboa no fim do ano.<br />

Em Fevereiro seguirá para Brazzaville, a ocupar o cargo para que foi<br />

escolhido agora pela Organização Mundial de Saude.<br />

DR. JOAQUIM DA ROCHA REIS- Passou a exercer as funções<br />

de director clínico do hospital da Misericórdia, o D r. Joaquim da Rocha Reis,<br />

em substituição do Dr. Joaquim de Araújo Cotta, que pediu a sua exoneração<br />

e ali prestava serviço há cerca de 40 anos com invulgar zelo e inteligência.<br />

Ao novo director, que já fazia parte do quadro clínico, não escassejam<br />

qualidades para bem desempenhar a sua missão.<br />

DR. AMADEU LOBO NOGUEIRA DA COSTA - Renovada por<br />

mais um ano, a sua nomeação, em comissão de serviço, para o lugar de director<br />

de serviços técnicos d o quadro do pessoal técnico da Direcção Geral de Saude.<br />

DR. JOAQUIM DE ARAúJO COTTA- Pelos médicos que trabalham<br />

no hospital da Misericórdia de Penafiel foi prestada homenagem ao antigo<br />

director clínico Dr. Joaquim de Araújo Cotta, que solicitou a exoneração<br />

daquele lugar. A homenagem, que se revestiu da maior intimidade, consistiu<br />

num almoço realizado num restaurante de Entre-os-Rios, a que assistiram<br />

'OS Drs. Joaquim da Rocha Reis, Manuel da Costa Guimarães, Luís Silva,<br />

Gomes de Almeida, Luís Barroso, Francisco Brandão e António Leite Ferraz.<br />

Também esteve presente o Dr. Armando Cotta, filho do homenageado. Houve<br />

troca de brindes, sendo postas em relevo as qualidades de inteligência e brio<br />

profissional do Dr. Cotta, que agradeceu tais provas de simpatia e amizade.<br />

Aquele facultativo, decano dos médicos penafidelenses, prestou durante 40 anos<br />

relevantes serviços à referida instituição de caridade.<br />

44 HOSPITAIS<br />

V. S., nos instantàneos .. .<br />

p:~ r. • •pw jMI:OSO I. no futuro,<br />

n •v• n •r u~ numwn tos fehzcs do passado.<br />

fi• doi• do• inÚmero• (arnpo• em~ o ffodorr •<br />

pk 11 fotogtofiG o ••v •ervkn.<br />

O d entista, nas radiografias ..<br />

mdi ~ j >e n s.Ív c • s n;l lorali wc:fl •, 1lt• , ·av ~ol:ul c~<br />

ocultas nos dentes., c d a~ lll f t.•nJ)t~ dll!'><br />

maxilares ... e para aJudar n pn•vcrur.<br />

entre outros dc.c;.-onfortos. as dure." de df•nlt•s.<br />

..<br />

KODAK PORTUGUESA, Limited<br />

Rua Garrett, 33- LISBOA<br />

PORTUGUESES 45


Casa tle ~aiule da Boa­<br />

-vista - Pot•to<br />

UospHal Colõnia Ro-visco<br />

Pais<br />

UOS(titais tla Unhet•sidatie<br />

de Coimbt•a<br />

1. Está já montada a nova aparelhagem<br />

de radioterápia que em<br />

breve será inaugurada e ficará servindo<br />

todos os doentes do centro do<br />

país.<br />

2. Foram transferidos e estão já<br />

em p leno funcionamento nos novos<br />

pavilhões de Celas, os serviços de<br />

doenças infecciosas, dermatologia e<br />

sifiligrafia.<br />

3. Foi superiormente aprovado o<br />

regulamento do pessoal de enfermagem<br />

para consultas, velas e serviços<br />

eventuais.<br />

O Hospital !liinb-Regloual<br />

tle 111oudjo<br />

A Santa Casa da Misericórdia de<br />

Montijo, com a colaboração da Comissão<br />

de Construções Hospitalares,<br />

tem em andamento, e quase concluí­<br />

·das, as obras de ampliação e adaptação<br />

do seu Hospital.<br />

Está concluída a 1.a fase, onde<br />

estão já instalados provisoriamente os<br />

serviços hospitalares e está em acabamento<br />

a 2.a fase, frente do hospital,<br />

para a Consulta Externa, Banco, Secretaria,<br />

Raios X, Agentes Físicos,<br />

Análises e diversos.<br />

Com o valioso auxílio do Estado,<br />

que comparticipou de bom grado<br />

nesta grande obra, e o dinheiro arrecadado<br />

dos dois Cortejos de Oferendas<br />

realizados, em <strong>19</strong>48 e <strong>19</strong>50, foi<br />

possível arcar com o dispêndio das<br />

obras feitas e em curso.<br />

S. Ex. a o senhor Governador Civil<br />

do Distrito, Dr. Correia Figueira, tem<br />

acompanhado com desvelado carinho<br />

este empreendimento, que preencherá<br />

uma grande lacuna nesta importante<br />

e popular vila.<br />

Os benefícios prestados atestam já<br />

quanto de útil o Hospital tem, e<br />

Montijo, com o auxílio de todos, ricos<br />

e pobres, orgulhar-se-á de possuir<br />

com todas as comodidades o seu Hospital,<br />

para o bom desempenho e eficiência<br />

dos serviços hospitalares.<br />

Está agora em marcha a ideia de<br />

um novo Cortejo de Oferendas, com<br />

o objectivo de dotar o novo Hospital<br />

com o mobiliário, roupas e aparelhagem<br />

indispensável.<br />

Na Casa de Saude da Boavista,<br />

onde prestam serviço, abnegadamente,<br />

as Irmãs· Franciscanas, comemorou-se<br />

o dia do seu patrono, S. Francisco,<br />

com a inauguração da serviço permanente<br />

de Medicina e Cirurgia.<br />

Ao acto, assistiram os srs. governador<br />

civil do Porto; bispo de Limira;<br />

Prof. Dr. Cerqueira Gomes,<br />

bastionário da Ordem dos Médicos,<br />

e director dos serviços de clínica médica;<br />

Dr. João de Almeida, director<br />

clínico e chefe dos serviços de cirurgia<br />

do novo serviço permanente; Prof.<br />

Dr. Ernesto Morais, director do<br />

Banco de Sangue daquela Casa de<br />

Saude, e muitas outras individualidades.<br />

llosttital da IUiset•icóJ•dia<br />

tlc t·astentlo<br />

No dia 2 de Novembro foram dadas<br />

por concluídas as obras do hospital<br />

da Misericórdia desta localidade,<br />

não estando ainda determinado<br />

0<br />

dia da inauguração que se fará<br />

COincidir com o Cortejo de Oferendas<br />

a realizar para benefício do mesmo<br />

hospital. A sua construção honra,<br />

sobremaneira, os técnicos das Obras<br />

Públicas e o empreiteiro que o construiu.<br />

Para a inauguração, consta-se<br />

com a presença de dois membros do<br />

Governo e diversas entidades oficiais.<br />

As obras em curso na Leprosaria<br />

Rovisco Pais, em Tocha, Cantanhede,<br />

intensificaram-se. O pavilhão destinado<br />

às doenças infecto-contagiosas<br />

está em conclusão.<br />

Começaram agora a ser construídos<br />

dois grandes pavilhões com lotação<br />

para cem doentes.<br />

Nos trabalhos, que são dirigidos<br />

pelo sr. engenheiro Costa Alemão, director<br />

dos Edifícios do Centro, empregam-se<br />

algumas dezenas de operários.<br />

IIOS(tital de !liianta ('J'IIZ<br />

do Dotn•o<br />

A Misericórdia deste concelho foi<br />

concedido donativo de 450 contos,<br />

importância que, juntamente com a<br />

proveniente de cortejos de oferendas<br />

efectuados, vai permitir o começo da<br />

primeira fase das obras de construção<br />

do hospital.<br />

JIOS()ital da ltliset•lcõt•dla<br />

de Setitbal<br />

A mesa administrativa da Santa<br />

Casa da Misericórdia de Setúbal resolveu<br />

estabelecer, a partir do início<br />

do próximo ano, um serviço médico<br />

permanente, com dois clínicos no hospital<br />

do Espírito Santo.<br />

Este serviço, que já há anos existiu,<br />

é há muito considerado indispensável,<br />

motivo por que a resolução da<br />

mesa administrativa tem a maior<br />

oportunidade. Para tanto, a Mise-<br />

46<br />

HOSPITAIS<br />

PORTUGUESES<br />

47


icórdia conta com o aumento do<br />

subsídio que o município normalmente<br />

lhe concede, tendo a Câmara<br />

resolvido considerar o assunto, dentro<br />

das suas possibilidades, no orçamento<br />

do próximo ano económico.<br />

Santa Casa da !lliseJ•icoJ•tlia<br />

de ' 'ila Real<br />

A Comissão Administrativa da<br />

Santa Casa da Misericórdia de Vila<br />

Real, constituída pelos srs . . J oaquirn<br />

António de Moura, dr. José Pinto<br />

Soares, dr. Manuel Ribeiro Cardona,<br />

dr Jacinto Guedes e Manuel Antunes<br />

de Lemos, distribuiu uma nota circular<br />

na qual, entre outras coisas, se<br />

diz o seguinte:<br />

Tornou conhecimento da proposta<br />

feita pela Câmara Municipal para a<br />

aquisição pela Misericórdia do Bairro<br />

de S. Vicente de Paulo.<br />

Para o estudo dessas condições foi<br />

resolvido: encarregar uma Comissão<br />

de técnicos de dar parecer sobre a<br />

construção do Bairro, materiais empregados,<br />

acabamentos, necessidade<br />

eventual de grandes reparações e seu<br />

custo; condições e possibilidade da<br />

compra pela Misericórdia, não se<br />

consentindo na venda de quaisquer<br />

prédios urbanos que possui.<br />

A Comissão tomou conhecimento<br />

de dívidas à Misericórdia por assistência<br />

prestada, que figuram nos<br />

livros em importância superior a trezentos<br />

contos.<br />

Regista desde já que muitas pessoas<br />

recorrem aos serviços de Assistência<br />

do Hospital, procurando furtar-se<br />

ao seu pagamento, embora tenham<br />

meios de poder pagar e dever<br />

de o fazer.<br />

Reconhece a · necessidade de aumentar<br />

o quadro dos médicos do Hospital.<br />

Lembra que, de acordo com o<br />

regulamento actual todos os doentes<br />

pensionistas podem tratar - se em<br />

quartos particulares e escolher livremente<br />

o seu médico, mesmo que este<br />

não seja do hospital.<br />

IIOS()ltal tla Jllscl'iCoJ•tlia<br />

de TJ•ancoso<br />

Encontra-se aberto concurso para<br />

a execução do mobiliário e equipamento<br />

destinado ao Hospital da Misericórdia<br />

de Trancoso, cuja base de<br />

licitação é de 400.000$00.<br />

escrevem-nos de ... J<br />

-~----~~~~~~ .--<br />

Vila fle ~r elas<br />

Tendo absoluta necessidade de<br />

contratar para a direcção técnica<br />

da farmácia uma senhora farmacêutica,<br />

de prefe·rência apta a efectuar<br />

algumas análises sempre tão<br />

necessárias a determinadas operações<br />

cirúrgicas, muito grato ficaria<br />

se V. Ex." nos pudesse pôr em<br />

comunicaç·ão, 0 mais urgente possível,<br />

com alguma pretendente, afim<br />

de se estabelecerem as necessárias negociações,<br />

podendo desde já garantir<br />

que as remunerações por análises e<br />

outros serviços de especialidade, constituirão,<br />

na maioria dos casos, provento<br />

exclusivo da pessoa contratada.<br />

Para o fim em vista esta indicará<br />

fogo de início o material de que precisa<br />

dispor, para lhe ser prontamente<br />

fornecido.<br />

Foi dada satisfação ao pedido e<br />

desejamos que a licenciada por nós<br />

indicada se dedique ao seu lugar com<br />

a devoção que tem de por-se em todas<br />

as funções de assistência.<br />

«<strong>Hospitais</strong> <strong>Portugueses</strong>» está interessando<br />

cada vez mais aos hospitais,<br />

especialmente da província, não só<br />

pelas comunicações que vamos tendo<br />

dos vários hospitais, como mapas,<br />

contas e ainda dos bons artigos que<br />

vem publicando.<br />

Muito nos alegra a apreciação que<br />

de nós faz este nosso leitor e colaborador.<br />

Se de todos os hospitais tivessernos<br />

compreensão idêntica mais<br />

útil poderia ser a nossa missão.<br />

FJ•eixo tle Espada-à-Cinta<br />

Tendo muito interesse em conhecer<br />

o impresso modelo 29, relativo ao<br />

mapa diário com a alimentação de<br />

cada dia e a sua despesa total, próprio<br />

para hospitais, venho pedir-lhe<br />

a grande fineza de me enviar um destes<br />

exemplares pelo correio, para me<br />

servir de orientação. Podem enviar<br />

à cobrança para mais facilidade de<br />

contas.<br />

Foi dada satisfação ao pedido, embora<br />

com alguma demora, de que<br />

pedimos desculpa.<br />

A NOSSA REVISTA NO ESTRANGEIRO<br />

Pediram-nos permuta, com palavras amáveis, a «Army Medical<br />

Librar-y)) de Washington, o Ministério da Saude Pública, Direc·<br />

ção de Informações da Argentina e o director do Curso Universitário<br />

da Administração Hospitalar deste último país.<br />

Por este correio, seguem, em separado,<br />

alguns mapas do modelo 29,<br />

Para que V. Ex." possa satisfazer os<br />

Pedidos que lhe tenham sido feitos.<br />

É com o maior prazer que venho<br />

comunicar a V. Ex.a que a revista<br />

Chamusca<br />

Constando-nos que a vossa Revista<br />

é editora de vários modelos de<br />

impressos para o registo dos doentes<br />

tratados ou internados nos <strong>Hospitais</strong>,<br />

muito penhorado agradeço a V. Ex.a<br />

. 48<br />

HOSPITAIS<br />

PORTUGUESES<br />

49


a bondade de me indicar quais os modelos<br />

que pode fornecer para este<br />

efeito.<br />

Desde já agradeço a resposta de<br />

V. Ex.a tão urgente quanto possível,<br />

afim de podermos considerar a vossa<br />

proposta na aquisição de impressos<br />

que necessitamos fazer.<br />

Esta revista não é editora de quaisquer<br />

impressos para <strong>Hospitais</strong>, embora<br />

esteja a pensar em montar esse<br />

serviço, vistos os constantes pedidos<br />

dos nossos assinantes.<br />

Acerca de impressos para doentes,<br />

talvez V. E.a queira referir-se aos modelos<br />

publicados no nosso n. 0 9.. Se<br />

assim for, poderemos fornecer uma ou<br />

duas colecções para servirem de modelo<br />

e creia que teremos nisso o maior<br />

gosto. Basta que V. Ex.a nos diga<br />

se é isto o que deseja para lhe serem<br />

imediatamente remetidos.<br />

Com os mais respeitosos cumprimentos<br />

e como uma boa amiga da<br />

grande auxiliar-revista <strong>Hospitais</strong> <strong>Portugueses</strong>,<br />

muito grata fico a V. Ex.a<br />

se se dignar informar-me onde poderá<br />

ser obtida uma colecção de impressos<br />

para os serviços de Secretaria para<br />

Misericórdia-Hospital-Comissão Municipal<br />

de Assistência.<br />

Agradecemos as simpáticas palavras<br />

que nos dirige. A revista procura,<br />

no seu plano de acção servir os<br />

hospitais e a assistência nacional.<br />

Não existem aprovados modelos<br />

oficiais de impressos para secretaria.<br />

Todavia, esta revista está a pensar<br />

seriamente no estudo de um plano<br />

de burocracia para Misericórdias,<br />

dada a grande quantidade de assinantes<br />

que a esse respeito se nos dirigem.<br />

Entretanto queira V. Ex.a ter a<br />

bondade de nos dizer quais seriam os<br />

sectores em que deseja reformar os<br />

seus impressos. Talvez lhe possamos<br />

dar sugestões. Já viu o nosso n. 0 9<br />

e 10?<br />

Queira ver se ·dali alguma coisa<br />

lhe aproveita.<br />

QUEM RESPONDE PELOS DINHEIROS DAS INSTITUIÇÕES?<br />

Os tesoureiros, ou empregados com tais funções, respondem civilmente<br />

e criminalmente pelos dinheiros que lhes estão confiados.<br />

Mas os dirigentes<br />

são também solidàriamente responsáveis, se se demonstrar falta de vigilância<br />

da sua parte. Por isso mesmo devem ser feitas frequentes e rigorosas conferências<br />

ao cofre. Deve exigir-se que as folhas ou balancetes de caixa sejam diàriamente<br />

encerrados para mais fácil fiscalização da tesouraria.<br />

()<br />

Um pat•ecer tla Pt•ocut•adot•ia da Repi1blica<br />

sobt•e o seg1'etlo pt·oHssiouat<br />

Na instrução de vários processos<br />

penais por crimes públicos - especialmente<br />

de aborto, em que se deu<br />

falecimento da pessoa assistida e<br />

sobre a qual recaíam suspeitas de ter<br />

provocado aborto criminoso -alguns<br />

médicos escudam-se no segredo profissional<br />

para se eximirem a depor<br />

naqueles processos.<br />

Consultada sobre este importante<br />

assunto, a Procuradoria Geral da República<br />

emitiu um parecer.<br />

Antes, ocupa-se do que se passa<br />

na Alemanha, Itália e França, países<br />

em que o segredo profissional tem<br />

sido obj.ecto da mais larga elaboração<br />

doutrinal.<br />

Sobre a nossa legislação que regula<br />

o segredo profissional médico,<br />

cita o decreto de 29 de Julho de <strong>19</strong>42,<br />

Que, no seu artigo 10. 0 , diz:<br />

«O médico que revelar em prejuÍzo<br />

de outrem e sem justa causa<br />

segredo que vier ao seu conhecimento<br />

em razão da sua prfissão será condenado<br />

em prisão de seis meses. Há<br />

justa causa quando a revelação se<br />

torne necessária para salvaguardar<br />

interesses manifestamente superiores.<br />

Em especial verifica-se a justa<br />

causa: Quando a revelação à autoridade<br />

seja imposta por lei, como nos<br />

casos dos n. 0 8 1. 0 e 3. 0 do artigo 4. 0 ;<br />

e quando haja suspeita de qualquer<br />

crime público.<br />

O médico não poderá recusar-se a<br />

depor em processo penal dos casos<br />

indicados no parágrafo anterior, a<br />

não ser que a pessoa assistida possa<br />

incorrer em responsabilidade penal».<br />

Já em 24 de Junho de <strong>19</strong>43 o conselheiro<br />

procurador geral se pronunciara,<br />

após uma consulta, neste sentido:<br />

«Entendeu-se, expressamente, que<br />

as conveniências do segrado profissional<br />

tinham de ceder perante certos<br />

perigos da saude pública ou perante<br />

as necessidades da justiça penal,<br />

quando houvesse suspeita de crime<br />

público e estivesse afastada a possibilidade<br />

de incorrer em responsabilidade<br />

criminal a pessoa a que os médicos<br />

houvessem prestado assistência.<br />

O superior interesse público e a lei<br />

imperiosamente exigem que os médicos<br />

que prestaram assistência à vítima<br />

do aborto (caso em questão)<br />

50 HOSPITAIS<br />

PORTUGUESES<br />

51


deponham com a amplitude necessária<br />

ao inteiro esclarecimento da justiça».<br />

Agora a Procuradoria pronuncia-se<br />

neste sentido:<br />

«A falta de autorização da Ordem<br />

não exime os cidadãos, pot serem médicos,<br />

ao cumprimento de um dever<br />

legal que se torna necessário para salvaguarda<br />

de interesses manifestamente<br />

superiores».<br />

E emite o seguinte parecer:<br />

«I) O segredo profissional médico<br />

funda-se no interesse geral de sigilo,<br />

impondo-se, porém, o dever de revelB.ção<br />

sempre que haja justa causa,<br />

isto é, quando a revelação se torne<br />

LIGADURAS<br />

GESSADAS<br />

A ligadura gessada preferida há muitos anos na<br />

clínica particular e hospitalar, pelas suas características<br />

especiais.<br />

necessária para a salvaguarda de interesses<br />

sociais manifestamente superiores.<br />

II) Verifica-se justa causa de re-<br />

. velação quando houver suspeitas de<br />

qualquer crime público, caso ein que<br />

o médico não poderá recusar-se a depor<br />

em processo penal, salvo se a pessoa<br />

assistida puder incorrer em responsabilidade<br />

penal.<br />

III) Não é condição daquele depoimento<br />

a autorização da Ordem dos<br />

Médicos.<br />

<strong>IV</strong>) Assim não é de invocar o<br />

segredo profissional por médicos assil;'··<br />

tentes de pessoas falecidas, em relação<br />

à qual haja suspeitas de ter provocado<br />

aborto criminoso, para se eximirem<br />

a depor em processo penal».<br />

CELLONA<br />

As únicas ligaduras gessadas que, pela sua resistência<br />

e maleabilidade, permitem executar todo o género de<br />

aparelhos gessados .<br />

FABRICADAS POR LOHMANN KG-FAHR am RHEIN -ALEMANHA<br />

Representantes para Portugal e Ultramar :<br />

J. A. BAPTITA D'AlMElDA, L. 0 A<br />

Rua Actor T aborda, 13 - L I S B O A · N.<br />

<strong>Hospitais</strong> Civis de Lisboa- R~latório<br />

da Gerência de <strong>19</strong>51.<br />

O Dr. Emílio Faro, ilustre enfermeiro-mar<br />

dos <strong>Hospitais</strong> Civis de<br />

Lisboa, apresenta mais um relatório<br />

da gerência do maior estabelecimento<br />

de assistência hospitalar do nosso<br />

país.<br />

Dá nota das dificuldades financeiras<br />

com que a instituição se debate<br />

e do cada vez mais intenso movimento<br />

de doentes tratados. Aborda<br />

mais uma vez o problema das dívidas<br />

das Câmaras Municipais e dá notícia<br />

da execução orçamental durante o referido<br />

ano de <strong>19</strong>51.<br />

Apuram -se os seguintes custos:<br />

hospitalizados na secção médica,<br />

46$79; na secção cirúrgica, 43$56;<br />

nas especialidades, 45$07. Doentes tratados<br />

em consulta externa, 7$21, tratados<br />

no banco, 49$81.<br />

Houve 50.155 doentes internados,<br />

88.294 tratados no Banco e 124.624<br />

em consulta externa.<br />

Em 31._ de Dezembro de <strong>19</strong>51 as<br />

dívidas das Câmaras Municipais atingiram<br />

a cifra de 39.999.483$78.<br />

Hospital Júlio de Matos- Sexto relatório<br />

da administração (<strong>19</strong>51).<br />

Com algum atrazo nosso- que<br />

não do relatório- damos hoje uma<br />

breve notícia do aparecimento de<br />

mais um relatório da administração<br />

do Hospital Júlio de Matos, elaborado<br />

pelo Director Adjunto, Dr. Joaquim<br />

José de Paiva Correa.<br />

Já noutras ocasiões tivemos ocasião<br />

de transcrever as regras e princípios<br />

administrativos que informam<br />

a administração do Hospital Júlio de<br />

Matos. A gerência de <strong>19</strong>51 subordinou-se<br />

às normas anteriores. Há pois<br />

que confrontar apenas •os resultados<br />

da gestão.<br />

O volume vem cheio de mapas<br />

descriminativos e comparativos do<br />

maior interesse.<br />

Como indicação sumária para os<br />

nossos leitores, limitamo-nos a anotar<br />

o custo da diária que foi como segue:<br />

Secção clínica, 30$08; secção asilar,<br />

<strong>19</strong>$33; secção infantil 22$94. O númem<br />

médio de doentes internados<br />

atingiu a mais alta expressão da história<br />

do hospital, situando-se em<br />

1.117.17.<br />

Doutor Manuel Santos Silva- Assistência<br />

aos Leprosos.<br />

O ilustre director do Hospital­<br />

-Colónia Rovisco Pais editou em<br />

elegante brochura a sua comunicação<br />

ao III Congresso da União Nacional,<br />

sobre os princípios e realizações da<br />

assistência aos leprosos em Portugal.<br />

A história do combate ao mal de<br />

52<br />

HOSPITAIS<br />

PORTUGUESES<br />

53


Hansen no nosso país, a organização<br />

e regime interno do magnífico estabelecimento<br />

que é hoje uni dos legítimos<br />

orgulhos da assistência nacional, são<br />

descritos primorosamente pela única<br />

pessoa que, com autoridade, o poderia<br />

fazer. ·<br />

O problema da lepra está hoje em<br />

vias de solução entre nós. Deve-se<br />

isso à visão do Governo que soube<br />

aproveitar a herança Rovisco Pais e<br />

ao entusiasmo, dedicação e alta competência<br />

do Doutor Manuel Santos<br />

Silva, ao qual agradecemos o exemplar<br />

que nos ofereceu.<br />

Santa Casa da Misericórdia de Vila<br />

Viçosa -Relatório de <strong>19</strong>51.<br />

Mais uma vez a Mesa publica o<br />

seu relatório de actividades.<br />

As receitas totalizaram 444.814$97.<br />

Todavia as despesas foram inferiores<br />

à receita em 63.479$29, o que bem<br />

mostra a cautelosa administração dos<br />

responsáveis pela instituição.<br />

De 399 doentes internados só 9 foram<br />

pagos. Houve um total de 6.254<br />

dias de internamento. No Banco deram-se<br />

2.724 , consultas, fizeram-se<br />

4.416 tratamentos, aplicaram- se<br />

10.284 injecções e efectuaram-se 230<br />

intervenções de pequena c'irurgia.<br />

Agradecemos o relatório enviado.<br />

ln Memoriam do Doutor António Nunes<br />

da Costa.<br />

Organizado pelo Dr. José Nunes<br />

da Costa, irmão do falecido Doutor<br />

Anténio Nunes da Costa, professor<br />

da Faculdade de Medicina, foi publicado<br />

um ln Memoriam que reune<br />

c·olaboração do Reitor da Universidade<br />

de Coimbra, Professores da Faculdade<br />

de Medicina, Médicos, etc.<br />

Bem fez o organizador desta publicação<br />

em registar e trazer a lume estes<br />

documentos relativos a um dos mais<br />

hábeis cirurgiões da escola de Coimbra<br />

e um dos mais bondosos corações<br />

da medicina portuguesa.<br />

Socorro Social- Relatório do ano<br />

de <strong>19</strong>50.<br />

O Subsecretariado de Estado da<br />

Assistência Social publicou um circunstanciado<br />

relató,rio da actuação do<br />

Fundo de Socorro Social no ano de<br />

<strong>19</strong>50, relatório que vem assinado pelo<br />

chefe da 2. a· Repartição do Direcção­<br />

-Geral de Assistência, Dr. Mário Casais<br />

Ribeiro.<br />

Esta publicação, além das informações<br />

relativas às receitas e despesas<br />

do Fundo -'-informações completíssimas,<br />

diga-se em abono da verdade-<br />

tem a vantagem de esclarecer,<br />

passo a passo, a finalidade da<br />

organização, os critérios de trabalho<br />

e de direcção postos em prática, as<br />

dificuldades encontradas e as correcções<br />

já introduzidas ou a introduzir.<br />

Assim, ao valor informativo do relatório<br />

acresce um não menor valor<br />

formativo que não é comum achar-se<br />

em documentos desta natureza. Pena<br />

é que tenha vindo um pouco atrazado.<br />

E já agora talvez o referente<br />

a <strong>19</strong>51 nos apareça brevemente para,<br />

por ele, averiguarmos da continuidade<br />

de processos e dos seus resultados<br />

efectivos.<br />

Os nossos agradecimentos e as<br />

nossas felicitações ao sr. Dr. Casais<br />

Ribeiro.<br />

Prof. Francisco Gentil- A obra da<br />

luta contra o cancro e o Instituto<br />

Português de Oncologia.<br />

O ilustre Prof. Francisco Gentil<br />

publicou uma bela brochura, na qual,<br />

além de uma pequena notícia histórica<br />

do Instituto Português de Oncologia,<br />

traça em linhas rápidas as normas<br />

de funcionamento interno e da<br />

acção do Instituto na luta contra o<br />

cancro.<br />

A parte principal do livro é<br />

ocupada com belas gravuras, representando<br />

interiores e exter:iores deste<br />

magnífico estabelecimento de assistência<br />

que tem sido até hoje um<br />

dos pontos de visita obrigatória para<br />

todos os estrangeiros interessados que<br />

nos visitam.<br />

Como documentário, ·esta publicação<br />

atinge plenamente os seus fins,<br />

Pelo que felicitamos o seu ilustre<br />

autor.<br />

Santa Casa da Misericórdia de Setúbal-<br />

Relatório e Contas da Gerência<br />

de <strong>19</strong>50.<br />

A Mesa desta Misericórdia apresenta<br />

um desenvolvido e bem elaborado<br />

relatório da sua actividade de<br />

<strong>19</strong>50. Como quase todas as Misericórdias,<br />

também a de Setúbal luta<br />

com graves dificuldades financeiras.<br />

As despesas aumentam e as receitas<br />

não acompanham aquele aumento.<br />

Assim, a cobrança foi de 1.7 59.816$60<br />

e a despesa efectuada atingiu a quantia<br />

de 1.884.683$40. Há, pois um déficit<br />

de gerência de 124.866$80.<br />

Os doentes internados custaram,<br />

em média, 22$<strong>19</strong> por dia; os internados<br />

no Asilo Dr. Paula Borba, 6$39<br />

e os do Asilo Acácio Barradas, 7$14.<br />

Para se ver a amplitude da assistência<br />

prestada, saiba-se que, dos<br />

2.601 doentes tratados, 1.500 foram<br />

indigentes, -561<br />

483 pensionistas<br />

57 pensionistas<br />

culares.<br />

foram porcionistas,<br />

de enfermaria e só<br />

de quartos parti-<br />

As nossas felicitações aos responsáveis<br />

pela direcção desta Misericórdia<br />

e uma palavra de ânimo nas<br />

muitas dificuldades que lhes surgem.<br />

Santa Casa da Misericórdia de Manteigas<br />

- Relatório da Gerência<br />

de <strong>19</strong>51 .<br />

É notável a honestidade com que<br />

a actual Mesa afirma no início do seu<br />

relatório : «Desconhecedores ainda<br />

das necessidades e das possibilidades<br />

da nossa Misericórdia, não temos<br />

relutância em declarar que este primeiro<br />

ano foi de estudo, de experiência<br />

e- valha a verdade- de projectos».<br />

Quando os dirigentes desejam<br />

estudar é certo que os organismos<br />

estão em boas mãos. Um hospital é<br />

uma lição permanente para todos nós.<br />

O ponto é querermos recebê-la sincera<br />

e humildemente, nós que viemos servir<br />

na assistência e não mandar na<br />

assistência.<br />

Entre os projectos, figura a construção<br />

de uma Maternidade e de um<br />

54<br />

HOSPITAIS<br />

PORTUGUESES<br />

55


I<br />

I<br />

Asilo para Velhos e Inválidos, para<br />

o que já foi adquirido o terreno.<br />

A receita do ano atingiu 92.220$80.<br />

As despesas foram de 98.748$30. Foram<br />

tratados em internamento 106<br />

doentes, totalizando 2.<strong>19</strong>3 dias de<br />

permanência. No Banco fizeram-se<br />

853 curativos.<br />

Com mais um pequenino esforço<br />

poderia a secretaria apresentar o custo<br />

da diária dos internados, elemento<br />

importantíssimo para avaliar do ren·<br />

diment>o dos serviços. A digna· Mesa,<br />

tão dedicada e zelosa continuará a<br />

aperfeiçoar a administração e bem<br />

merece a ajuda de todos.<br />

INDICE PUBLICITÁRIO<br />

Alimentação e dietética<br />

Lactic!nios de Aveiro, Limita;:la<br />

20<br />

Uonsultas e infot•mações<br />

Vamos finalmente dar satisfação a um pedido insistente de muitos leitores<br />

nossos: a criação de uma secção de consultas e informações.<br />

A partir de Janeiro próximo, em todos os números se publicará uma ou<br />

Ficheiro de jor11eccdores recomendados<br />

Alimentação e dietética .<br />

Materiais e actividades de construção e instalação<br />

Material e aparelhagem médico-cirúrgica<br />

Mobiliário metálico, hospitalar e geral •<br />

Produtos químicos e farmacêuticos<br />

Tapeçaria, colchoaria e artigos de borracha.<br />

Vidraria, óptica e material fotográfico<br />

mais páginas com informações legais e respostas a consultas sobre problemas<br />

de contabilidade e organização burocrática de hospitais ou outras instituições<br />

de assistência. Tudo o que diga respeito a actos de administração e seu alcance<br />

Materiais e actividades de construção<br />

Adelino Dias Costa & C.• Limitada<br />

Fábrica de Mosaicos Santa Isabel, Limitada<br />

I<br />

legal, todas as dúvidas sobre contas, orçamentos, escrituração, contratos e outros<br />

aspectos da gestão, serão esclarecidas por técnicos especializados que amàvelmente<br />

se colocaram à nossa disposição.<br />

Para os estabelecimentos de assistência particular- misericórdias, fundações,<br />

associações beneficentes, etc.- prontificou-se o Dr. Henrique de Abreu<br />

Romão, ilustre chefe de Secção da Direcção-Geral de Assistência a elaborar as<br />

respostas às consultas formuladas.<br />

Para os estabelecimentos oficiais, o nosso administrador, Dr. Evaristo de<br />

M enezes Pascoal, chefe da Secretaria dos <strong>Hospitais</strong> da Universidade de Coimbra,<br />

estará pronto a estudar todas as dúvidas que lhe sejam postas.<br />

Temos, além disso, a assistência de outros técnicos para assuntos especializados.<br />

<strong>Hospitais</strong> <strong>Portugueses</strong> continuam assim a servir a assistência nacional<br />

Material médico-cirtirgico<br />

]. A. Baptista de Almeida, Limitada<br />

Kodak Portuguesa, Limited.<br />

Mobiliário, adornos e equipammtos<br />

Adelino Dias Costa & c.a Limitada<br />

Produtos quimicns e Jarllt•lfêllticos<br />

Importaciora Químico-Farmacêutica t< ~Iecius, L.da»<br />

Instituto Luso-Farmaco<br />

Instituto Pasteur de Lisboa .<br />

Gimenez-Salinas & C."<br />

M. Rodrigues Loureiro .<br />

Produtos CIBA Limitada<br />

52<br />

45<br />

r6<br />

27<br />

(capa)<br />

42<br />

5<br />

21<br />

e todos os que, com devoção se lhe entregaram. As questões serão seriamente<br />

estudadas e podem, desde já, os nossos leitores enviar-nos as consultas para<br />

serem distribuídas aos relatores competentes.<br />

56 HOSPITAIS<br />

Ass . 1 1<br />

{ metrópole, colónias, Espanha e Brasil<br />

ma ura anua .<br />

{pagamento adtantado) outros países. . . . . . • · ·<br />

Número avulso . . . . •<br />

Cobrança pelo correio m


H.épa<br />

GRAJEIAS<br />

GRANULADO<br />

COLERÉTICO<br />

COLAGOGO<br />

ÁCIDO<br />

DEHIDROCOLICO<br />

E<br />

SULfATO DE MAGNÉSIO<br />

E<br />

H E X A M F. T I L E N A T E T R 1\ 1\11 N A<br />

PEPTONA<br />

Boião-frasco de 50 grajeias<br />

Caixa de 100 gramas<br />

ff.é(Ja C<br />

GRANULADO<br />

GRAJEIAS<br />

COLAGOGO f<br />

COLERÉTICO<br />

REEDUCADOR DA FUNÇÃO<br />

INTESTINAL<br />

SULFATO DE MAGNÉSIO, PEPTONA,<br />

ÁCIDO CÓLICO E RHAMNUS f'RANGULA<br />

ÁCICO CÓLICO, OXIMETILANTRA­<br />

QUINONAS, RESINA DE PODOFILO<br />

E EXTRACTO DE BELADONA<br />

I·•<br />

Caixa de 100 gramas<br />

Boião-frasco de 50 grajeias<br />

Tubo plástico de 10 grajeias<br />

INSTITUTO PASTEUR DE LISBOA

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