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Revista Apólice #243

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especial riscos financeiros | rc profissional<br />

Produtos para<br />

médicos são<br />

maioria no mercado<br />

Outras profissões também<br />

entraram no radar das<br />

seguradoras, mas o<br />

predomínio ainda fica por<br />

conta dos profissionais<br />

ligados à área de saúde. A<br />

boa notícia é que mesmo<br />

entre estes profissionais,<br />

menos de 20% possuem<br />

algum tipo de proteção<br />

❙❙Patricia Barros, da Unimed Seguros<br />

João Carlos Inojosa, diretor Comercial<br />

da Companhia Excelsior de Seguros,<br />

diz que este crescimento exponencial da<br />

carteira de RC Profissional acontece pelo<br />

entendimento da justiça, que começou a<br />

aplicar mais condenações aos responsáveis.<br />

“ Os jovens profissionais estão<br />

mais preocupados, porque eles procuram<br />

a proteção ainda no início da carreira”,<br />

conta. Eles entendem o seguro como um<br />

investimento, seguindo uma tendência do<br />

mercado norte-americano, por exemplo,<br />

no qual nenhum médico começa a atender<br />

sem contar com a proteção.<br />

“No Brasil não há uma obrigatoriedade,<br />

mas há uma tendência de aquisição<br />

pelos que atuam na área de saúde”, ratifica<br />

Inojosa, ressaltando que esta modalidade<br />

é responsável por mais de 80% da carteira<br />

de RC Profissional da Excelsior. Por isso,<br />

a empresa se especializou neste segmento<br />

e passou a oferecer até um escritório de<br />

advocacia específico para a regulação dos<br />

sinistros destes profissionais. “Quando<br />

o médico é acionado, nossa equipe é<br />

acionada, tranqüiliza o profissional e<br />

passa o atendimento para um escritório<br />

especializado em Direito Médico para<br />

realizar todo o processo. Procuramos<br />

sempre tentar um acordo mais rápido,<br />

❙ ❙<br />

João Carlos Inojosa,<br />

da Companhia Excelsior de Seguros<br />

para evitar que o processo se arraste por<br />

um longo tempo”, adianta Inojosa.<br />

As taxas de contratação, e também<br />

de sinistralidade, variam de acordo com a<br />

especialidade profissional. As mais altas<br />

são praticadas para profissionais ligados à<br />

Kelly Lubiato<br />

34<br />

Todo mundo conhece uma história<br />

de um profissional que, por<br />

omissão ou negligência, tenha<br />

causado grande perda a outrem.<br />

Em alguns casos, o erro pode levar o<br />

prejudicado até à morte. Por isso, talvez,<br />

os profissionais ligados à área de saúde<br />

são os maiores contratantes dos seguros<br />

de Responsabilidade Civil Profissional.<br />

Há seguradoras que comercializam<br />

apenas produtos direcionados aos profissionais<br />

de saúde. A Unimed Seguros<br />

foca médicos, enfermeiros, dentistas,<br />

veterinários etc, e tem uma grande participação<br />

nesta carteira, segundo dados<br />

da Susep. “Como outras seguradoras<br />

operam RC para outras profissões, fica<br />

difícil comparar com outras companhias.<br />

Mas este é um produto que teve<br />

um crescimento expressivo, em média<br />

de 20% a 25%. Nós crescemos 37% em<br />

2018, em comparação a 2017”, comemora<br />

Patricia Barros, gerente de Negócios<br />

Ramos Elementares da Unimed Seguros.<br />

A seguradora está há quatro anos<br />

nesta operação, mas considera que<br />

há uma excelente participação dos<br />

profissionais de saúde. “ O número de<br />

demandas contra profissionais de saúde,<br />

que oferece cobertura quando há uma<br />

falha que provoca prejuízos a terceiros,<br />

cresceu 300% nos últimos dez anos, de<br />

acordo com os Conselho Regionais de<br />

Medicina”, comenta Patricia.<br />

Além do aumento da cultura de<br />

judicialização, Patricia acredita que a<br />

elevação da quantidade de Faculdades<br />

de Medicina abertas nos últimos anos<br />

contribuiu para a má formação de novos<br />

profissionais, o que acarreta no maior<br />

número de erros médicos. Outro ponto<br />

é o aumento da jornada de trabalho dos<br />

profissionais. “Até então, o conhecimento<br />

médico e a sua opinião não eram contestados.<br />

Era uma coisa que as pessoas<br />

aceitavam porque elas não tinham como<br />

verificar. Com acesso a informação, as<br />

pessoas questionam mais e percebem<br />

que o ‘evento adverso’ pode ser evitável”,<br />

descreve Patricia. Existem eventos adversos<br />

que são inevitáveis, porém alguns<br />

são evitáveis, normalmente aqueles que<br />

ocorrem por falhas nos equipamentos<br />

ou de membros da equipe, por exemplo.<br />

Uma cobertura diferenciada da<br />

seguradora que atende exclusivamente<br />

profissionais da saúde é a do Ato do Bom<br />

Samaritano. Sabe aquela hora em que,<br />

em um avião, por exemplo, a comissária<br />

grita: tem algum médico a bordo? A<br />

cobertura protege o profissional caso ele<br />

venha a ser processado por conta deste<br />

atendimento. A seguradora espera triplicar<br />

sua carteira nos próximos três anos,<br />

pois ainda há um potencial gigantesco<br />

a ser explorado.

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