Opinião PROF. DR. PAULO CESAR NAOUM Professor Titular pela UNESP Diretor da Academia de Ciência e Tecnologia, Acadêmico da ARLC a.c.t@terra.com.br Tecnologias arrojadas investem em medicina analítica Tendência, qualidade e rapidez sustentam as bases de quase todas as empresas de sucesso. Na área de prestação de serviços em diagnósticos médicos, esta tríade fundamenta tecnologias cada vez mais arrojadas com objetivos de realizarem grandes quantidades de exames laboratoriais com baixos custos operacionais. O melhor exemplo de tecnologia rápida direcionada para a medicina analítica são os diversos auto-testes que avaliam a glicose sanguínea em portadores de diabetes mellitus. Estes testes estão pavimentando o futuro das avaliações de patologias importantes como ascardíacas, hepáticas, metabólicas, infecciosas, toxicológicas e genéticas, entre outras, para uso informal ou profissional. Conhecidos porpoint ofcaretests, ou testes para exames específicos, eles têm se tornado abrangentes para aplicações em consultórios médicos, ambulatórios e centros de atendimento de emergências. A principal justificativa para seu uso se deve ao baixo custo, fácil operacionalidade e decisão terapêutica imediata. Entre as tecnologias que poderão atender as expectativas destes tipos de análises laboratoriais destaca-se o cartão de grafeno. Com as dimensões de um cartão de crédito e com leitoras similares às desses cartões, este tipo de tecnologia analítica poderá conter até 100 canais para exames, por exemplo: dosagens de hemoglobina, colesterol HDL e LDL, triglicerídeos, glicose, gama GT,troponina, IgG, IgM, tipagens sanguíneas, etc. usando apenas 50 a 100 microlitros de sangue. O grafeno é uma das formas cristalizadas de carbono que, após reações químicas que envolvem misturas de grafite, água e detergentes específicos, se dispõe espacialmente como se fossem favos de mel, onde os pontos de intersecção de cada hexágono são átomos de carbonos. Quando essa mistura viscosa é despejada em uma placa apropriada para este fim, forma-se uma película muito fina similarao celofane, que se dispõe em formas denanotubos de carbonos cristalizados. Descoberto em 1962 pelo químico alemão Hanns Peter Boehm, suas possibilidades de aplicações foram pesquisadas na Universidade de Manchester da Inglaterra, onde descobriram que o grafeno poderia ser usado para a transmissão de energia, na informática, em smartphones, e no uso analítico para diagnósticos médicos. Nos espaços nanométricos desses hexágonos é possível acoplar, também, anticorpos monoclonais para análises laboratoriais de diversas proteínas, enzimas, vitaminas, metabolitos etc. Da mesma forma, a introdução de substâncias fluorescentes nos espaços nanométricos pode determinar a presença de células tumorais em eluatos de tecidos tumorais e, inclusive, estimar quantidades aproximadas destas células cancerosas. Para diagnósticos de doenças genéticas, por sua vez, as análises se realizam por meio de fragmentos de genes, com vantagens para a emissão de resultados em poucos minutos e baixo custo operacional. No entanto, todo este encanto tecnológico prestes a ser usado no auxílio ao diagnóstico de clínico de muitas doenças, precisará sempre da supervisão de profissionais das áreas médica e biológica especializados nestes tipos de análises. Mesmo que surjam algoritmos capazes de efetuarem suposições interpretativas, é o conhecimento humano que continuará delineando os progressos das tecnologias científicas aplicadas à saúde. 22
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