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Revista Apólice #249

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mudanças climáticas<br />

risco tradicional. Estamos estudando<br />

como gerenciar, pois as máquinas nos<br />

parques eólicos são recentes”, conta,<br />

enfatizando que a seguradora contrata<br />

especialistas para analisar esta gama de<br />

riscos relativamente novos.<br />

“Por enquanto, aqui no Brasil continua<br />

forte o investimento em energia<br />

hidrelétrica porque há uma natureza favorável,<br />

mas esperamos crescimento muito<br />

grande de empresas de energia eólica e<br />

solar, principalmente no Nordeste e no<br />

Sul. Já temos percentual considerável de<br />

usinas solares, chegando a 2,2 gigawatts,<br />

e está previsto duplicar ou quase triplicar<br />

esta capacidade. Estão previstos muitos<br />

investimentos em energia eólica e nós<br />

temos que ofertar seguros para esses<br />

nichos”, indica Cezarino.<br />

De acordo com a análise sobre financiamento<br />

no setor de energia da Bloomberg,<br />

só em 2017, o capital destinado à<br />

energia limpa, cerca de 300 milhões de<br />

dólares, superou em mais do dobro o capital<br />

investido em energias não renováveis.<br />

“Devido às alterações climáticas que se<br />

verificam atualmente, a ocorrência de<br />

anomalias meteorológicas aumentou<br />

consideravelmente e, portanto, a busca<br />

por proteção é crescente”, diz Sylvain<br />

Taulère.<br />

Negócios para essas<br />

demandas<br />

A Zurich no Brasil, por exemplo,<br />

retomou a comercialização do seguro<br />

de Property para as usinas de geração<br />

de Energia Elétrica. A estratégia,<br />

de acordo com a política de Climate<br />

Change do Grupo Zurich, incentiva o<br />

desenvolvimento de energias renováveis<br />

e visa contribuir para a redução do uso<br />

de carvão mineral e, consequentemente,<br />

com as emissões de gases de efeito estufa<br />

no planeta. Essa política é aderente ao<br />

Acordo de Paris, de 2015. “O seguro cobre<br />

danos materiais e/ou lucros cessantes,<br />

em casos de acidentes nas dependências<br />

de usinas de geração de energia elétrica<br />

em operação. É destinado a produtores<br />

independentes, concessionárias e usinas<br />

de propriedade estatal”, pontua Roberto<br />

Hernández.<br />

A Sompo Seguros também tem<br />

avançado bastante em projetos de energia<br />

28<br />

❙❙Sidney Cezarino, da Tokio Marine<br />

renovável. No ano passado, estruturou<br />

uma solução para atender ao setor de<br />

energia que dinamizou nossa atuação e<br />

resultou em contratos relevantes. “Por<br />

meio dessa solução, atendemos ao cliente<br />

Tomador (que fornece o bem ou presta o<br />

serviço) que pretende comprar energia<br />

no mercado spot (também chamado de<br />

mercado disponível ou de curto prazo,<br />

que tem a finalidade, na maior parte dos<br />

casos, de suprir uma demanda imprevista<br />

de energia). No caso, a solução da Sompo<br />

é uma apólice que garante o fiel cumprimento<br />

dos pagamentos pela entrega de<br />

energia adquirida para utilização própria<br />

nas atividades do consumidor”, indica<br />

Adailton Dias.<br />

Sidney Cezarino defende que a Tokio<br />

Marine atua em todas as linhas de negócios<br />

de energias renováveis. “Quando uma<br />

empresa de energia começa a construir<br />

seus parques, contrata seguro de garantia,<br />

riscos de engenharia, responsabilidade<br />

civil das obras. Quando começa a funcionar,<br />

adquire o seguro operacional. Lançamos<br />

no início do ano um produto bastante<br />

específico para o segmento de energia<br />

renovável, o qual chamamos de solução<br />

integrada, pois engloba todo o processo,<br />

desde a construção até o primeiro ano<br />

de operação. É uma apólice bastante<br />

completa, que não deixa nenhuma falha<br />

de cobertura. Via de regra, a operação<br />

no primeiro ano é mais assistida, depois<br />

inicia-se o seguro tradicional”.<br />

Na visão de Sylvain Taulère, da corretora<br />

Willis, existe a possibilidade de<br />

um crescimento bastante importante na<br />

busca de proteção financeira em virtude<br />

de variações climáticas inesperadas, mas<br />

como o produto ainda é de pouco conhecimento,<br />

ele hoje é observado como<br />

custo elevado. “Nosso desafio é aumentar<br />

a aderência dos clientes para tornar mais<br />

fácil a contratação e o custo amenizado”,<br />

pondera. Edmur de Almeida aposta que<br />

esta será uma linha importante em sua<br />

corretora. “Um seguro novo, mas que já<br />

começa a ter uma demanda interessante.<br />

Tenho certeza que trará boas receitas para<br />

o mercado, principalmente para corretoras<br />

como a nossa, com especialidade em<br />

seguros para infraestrutura”.<br />

Os corretores de seguros são peça<br />

fundamental para ajudar as empresas<br />

que têm seus investimentos financeiros<br />

e resultados expostos a qualquer variação<br />

climática. “São os corretores que<br />

levam para os seguradores preocupações<br />

em relação à proteção dos seus clientes,<br />

no caso, derivadas das mudanças climáticas.<br />

O seguro paramétrico certamente<br />

nasceu porque algum corretor trouxe a<br />

demanda, por isso é indispensável essa<br />

atuação consultiva”, avalia Almeida.<br />

“Precisamos estar próximos de nossos<br />

clientes e alertar para o risco que pode<br />

não ser perceptível ou menosprezado, e<br />

apresentar as melhores soluções”, reforça<br />

o gerente da Willis.<br />

Algumas companhias têm se especializado<br />

e elaborado estudos importantes<br />

sobre as mudanças no clima.<br />

No começo desse ano, foi divulgado o<br />

GRR – Global Risks Report, relatório<br />

que foi realizado pelo World Economic<br />

Forum (WEF) em conjunto com a Zurich,<br />

que mostrou que os riscos ambientais<br />

continuam a dominar as preocupações<br />

de executivos no curto prazo, tanto em<br />

impacto quanto em probabilidade.<br />

A Swiss Re também conta com especialistas<br />

que efetuam o acompanhamento<br />

do mercado e estudam tendências. Esses<br />

estudos são estratégicos e cruciais para<br />

as decisões relacionadas às políticas de<br />

atuação, bem como na modelagem e<br />

desenvolvimento de produtos.

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