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mudanças climáticas<br />
risco tradicional. Estamos estudando<br />
como gerenciar, pois as máquinas nos<br />
parques eólicos são recentes”, conta,<br />
enfatizando que a seguradora contrata<br />
especialistas para analisar esta gama de<br />
riscos relativamente novos.<br />
“Por enquanto, aqui no Brasil continua<br />
forte o investimento em energia<br />
hidrelétrica porque há uma natureza favorável,<br />
mas esperamos crescimento muito<br />
grande de empresas de energia eólica e<br />
solar, principalmente no Nordeste e no<br />
Sul. Já temos percentual considerável de<br />
usinas solares, chegando a 2,2 gigawatts,<br />
e está previsto duplicar ou quase triplicar<br />
esta capacidade. Estão previstos muitos<br />
investimentos em energia eólica e nós<br />
temos que ofertar seguros para esses<br />
nichos”, indica Cezarino.<br />
De acordo com a análise sobre financiamento<br />
no setor de energia da Bloomberg,<br />
só em 2017, o capital destinado à<br />
energia limpa, cerca de 300 milhões de<br />
dólares, superou em mais do dobro o capital<br />
investido em energias não renováveis.<br />
“Devido às alterações climáticas que se<br />
verificam atualmente, a ocorrência de<br />
anomalias meteorológicas aumentou<br />
consideravelmente e, portanto, a busca<br />
por proteção é crescente”, diz Sylvain<br />
Taulère.<br />
Negócios para essas<br />
demandas<br />
A Zurich no Brasil, por exemplo,<br />
retomou a comercialização do seguro<br />
de Property para as usinas de geração<br />
de Energia Elétrica. A estratégia,<br />
de acordo com a política de Climate<br />
Change do Grupo Zurich, incentiva o<br />
desenvolvimento de energias renováveis<br />
e visa contribuir para a redução do uso<br />
de carvão mineral e, consequentemente,<br />
com as emissões de gases de efeito estufa<br />
no planeta. Essa política é aderente ao<br />
Acordo de Paris, de 2015. “O seguro cobre<br />
danos materiais e/ou lucros cessantes,<br />
em casos de acidentes nas dependências<br />
de usinas de geração de energia elétrica<br />
em operação. É destinado a produtores<br />
independentes, concessionárias e usinas<br />
de propriedade estatal”, pontua Roberto<br />
Hernández.<br />
A Sompo Seguros também tem<br />
avançado bastante em projetos de energia<br />
28<br />
❙❙Sidney Cezarino, da Tokio Marine<br />
renovável. No ano passado, estruturou<br />
uma solução para atender ao setor de<br />
energia que dinamizou nossa atuação e<br />
resultou em contratos relevantes. “Por<br />
meio dessa solução, atendemos ao cliente<br />
Tomador (que fornece o bem ou presta o<br />
serviço) que pretende comprar energia<br />
no mercado spot (também chamado de<br />
mercado disponível ou de curto prazo,<br />
que tem a finalidade, na maior parte dos<br />
casos, de suprir uma demanda imprevista<br />
de energia). No caso, a solução da Sompo<br />
é uma apólice que garante o fiel cumprimento<br />
dos pagamentos pela entrega de<br />
energia adquirida para utilização própria<br />
nas atividades do consumidor”, indica<br />
Adailton Dias.<br />
Sidney Cezarino defende que a Tokio<br />
Marine atua em todas as linhas de negócios<br />
de energias renováveis. “Quando uma<br />
empresa de energia começa a construir<br />
seus parques, contrata seguro de garantia,<br />
riscos de engenharia, responsabilidade<br />
civil das obras. Quando começa a funcionar,<br />
adquire o seguro operacional. Lançamos<br />
no início do ano um produto bastante<br />
específico para o segmento de energia<br />
renovável, o qual chamamos de solução<br />
integrada, pois engloba todo o processo,<br />
desde a construção até o primeiro ano<br />
de operação. É uma apólice bastante<br />
completa, que não deixa nenhuma falha<br />
de cobertura. Via de regra, a operação<br />
no primeiro ano é mais assistida, depois<br />
inicia-se o seguro tradicional”.<br />
Na visão de Sylvain Taulère, da corretora<br />
Willis, existe a possibilidade de<br />
um crescimento bastante importante na<br />
busca de proteção financeira em virtude<br />
de variações climáticas inesperadas, mas<br />
como o produto ainda é de pouco conhecimento,<br />
ele hoje é observado como<br />
custo elevado. “Nosso desafio é aumentar<br />
a aderência dos clientes para tornar mais<br />
fácil a contratação e o custo amenizado”,<br />
pondera. Edmur de Almeida aposta que<br />
esta será uma linha importante em sua<br />
corretora. “Um seguro novo, mas que já<br />
começa a ter uma demanda interessante.<br />
Tenho certeza que trará boas receitas para<br />
o mercado, principalmente para corretoras<br />
como a nossa, com especialidade em<br />
seguros para infraestrutura”.<br />
Os corretores de seguros são peça<br />
fundamental para ajudar as empresas<br />
que têm seus investimentos financeiros<br />
e resultados expostos a qualquer variação<br />
climática. “São os corretores que<br />
levam para os seguradores preocupações<br />
em relação à proteção dos seus clientes,<br />
no caso, derivadas das mudanças climáticas.<br />
O seguro paramétrico certamente<br />
nasceu porque algum corretor trouxe a<br />
demanda, por isso é indispensável essa<br />
atuação consultiva”, avalia Almeida.<br />
“Precisamos estar próximos de nossos<br />
clientes e alertar para o risco que pode<br />
não ser perceptível ou menosprezado, e<br />
apresentar as melhores soluções”, reforça<br />
o gerente da Willis.<br />
Algumas companhias têm se especializado<br />
e elaborado estudos importantes<br />
sobre as mudanças no clima.<br />
No começo desse ano, foi divulgado o<br />
GRR – Global Risks Report, relatório<br />
que foi realizado pelo World Economic<br />
Forum (WEF) em conjunto com a Zurich,<br />
que mostrou que os riscos ambientais<br />
continuam a dominar as preocupações<br />
de executivos no curto prazo, tanto em<br />
impacto quanto em probabilidade.<br />
A Swiss Re também conta com especialistas<br />
que efetuam o acompanhamento<br />
do mercado e estudam tendências. Esses<br />
estudos são estratégicos e cruciais para<br />
as decisões relacionadas às políticas de<br />
atuação, bem como na modelagem e<br />
desenvolvimento de produtos.