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CLUBE PALADAR_ED_34

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Para Luiza Saliba, sócia-proprietária

do tradicional Rota do Acarajé, o boteco

mais cachaceiro do Brasil, o consumidor

está descobrindo os rótulos aos poucos;

contudo, quando se deixa aproximar do

copo, não tem mais volta. “Vale muito a

pena conversar, trocar experiências, sugerir

vender e vê-los amando a novidade”.

De acordo com a empresária, o que se

vê depois de uma boa conversa, sempre

acompanhada de algumas das melhores

cachaças da casa, é um novo copo cheio

à mesa.

“Para saborear puras, as mais escolhidas

são as premiuns de 6 a 12 anos,

além de cachaças envelhecidas em jaqueira,

jatobá ou a soleira a carvalho 3

anos. Eles saboreiam como um Bourbon”,

comenta Luiz Saliba, dona de uma

carta de cachaça que tem mais de 1,1 mil

rótulos e já se tornou referência absoluta

entre apreciadores de cachaça no

Brasil e até fora do país.

Luiza se especializou em receber.

E não são poucos os estrangeiros que

aportam por lá, atraídos pela boa culinária,

com a pegada nordestina e, claro,

regada à cachaça de primeira qualidade.

A comida nordestina e a cachaça

premium também ditam os sabores no

Mandacaru Restaurante e Cachaçaria,

em Guarulhos, na grande São Paulo.

Com cara de família, mas com pegada

de um bom boteco, Anderson Medina

não pensou duas vezes ao escolher a

cachaça para acompanhar as iguarias

que serve por lá.

Anderson abriu as portas há menos

de 3 anos, mas no DNA de sua marca

estava a bebida e, com ajuda da Escola

da Cachaça, empresa especializada em

formar o bom apreciador de cachaça,

Anderson selecionou cuidadosamente

48 rótulos que fazem a alegria dos paladares

mais exigentes. Para cada prato

da casa, haverá pelo menos um dos 48

rótulos à disposição para uma boa experiência

sensorial.

Além da Carta de Cachaça, a Escola

da Cachaça fez para Anderson uma carta

de drinks autorais; e o sucesso absoluto

fica por conta da Caipiouro, caipirinha

feita com a cachaça Middas Clássica,

descansada em tonéis de amendoim

do campo e servida com flocos de ouro

comestíveis.

“Quando o ouro chega à mesa, a refeição

vira uma festa”, afirma o empresário.

Mas a cachaça com ouro não é a única que

brilha por lá. “É interessante que, depois

de provar algumas opções, a degustação

se torna uma atividade lúdica, com cada

uma das pessoas defendendo sua cachaça

preferida e passando seus pontos de

vista”, complementa.

O consumidor, seja ele do mais refinado

restaurante ou do mais tradicional

boteco, busca a experiência. E quando a

régua sensorial aumenta, a procura se

torna ainda mais intensa; afinal, quem

perde facilmente o costume de consumir

coisa boa?

De olho nesse consumidor, o empresário

José Santana Junior se juntou aos

produtores que apostam em rótulos extra

premium de cachaça — aquela que

envelhece por no mínimo 3 anos em

barris de madeira com menos de 700

litros de capacidade — e é proprietário

da Cachaça Guaraciaba, produzida na

cidade mineira que tem o mesmo nome.

“Quando o consumidor experimenta

uma cachaça melhor, ele migra de outras

bebidas e dificilmente volta”, afirma o

empresário, que produz mais de meio

milhão de litros de cachaça a cada safra,

parte dela destinada à linha premium

da marca.

“Para a grande maioria, o destilado

nacional se divide apenas entre opções

brancas e amarelas”, afirma Anderson

Medina. Mas, ao mesmo tempo, junto

com empresários como Luiza Saliba e

Junior Santana, Anderson move a roda

que aos poucos vai mudando a percepção

do consumidor.

SIM, HÁ COISAS BOAS NO BOTECO,

E A DESCOBERTA QUE JÁ FOI SILEN-

CIOSA ESTÁ SE ESPALHANDO RAPI-

DAMENTE, DEIXANDO UM RASTRO

DE BOA EXPERIÊNCIA E GOSTINHO

DE QUERO MAIS. UM BRINDE — COM

CACHAÇA, CLARO!

RODRIGOBARK/SHUTTERSTOCK

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