Revista Coamo edição Janeiro/Fevereiro de 2020
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REUNIÃO DE CAMPO<br />
Mercado e estoque dos principais produtos<br />
Dentro <strong>de</strong> uma normalida<strong>de</strong> climática,<br />
haverá exce<strong>de</strong>nte exportável<br />
e os preços <strong>de</strong>vem retornar para a<br />
parida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exportação.<br />
Soja<br />
Milho<br />
O início <strong>de</strong> 2019 foi pautado<br />
pela baixa <strong>de</strong>manda chinesa,<br />
estoques elevados nos EUA<br />
e preços ao produtor atingindo<br />
a mínima <strong>de</strong> R$63,50. A safra<br />
norte-americana teve o plantio<br />
atrasado por excesso <strong>de</strong> chuvas,<br />
e a produção prevista reduzida<br />
<strong>de</strong> 110 para 97 milhões <strong>de</strong><br />
toneladas. A China aumentou o<br />
ritmo das importações e o dólar<br />
se valorizou perante o real, elevando<br />
os preços a patamares <strong>de</strong><br />
R$79,00 ao produtor.<br />
O produtor entra no início<br />
da colheita com 1/3 da safra<br />
já comercializada, um recor<strong>de</strong>,<br />
o que ajuda a dissipar a pressão<br />
sobre os preços, principalmente<br />
pelo fato dos chineses estarem<br />
com posições em aberto para<br />
embarques curtos. A primeira<br />
fase do acordo dos EUA com a<br />
China está sacramentada, o que<br />
<strong>de</strong>ve <strong>de</strong>sviar parte da <strong>de</strong>manda<br />
pela soja brasileira para os EUA.<br />
No entanto, isso não <strong>de</strong>ve refletir<br />
em preços mais baixos aos produtores<br />
brasileiros, pois o mercado<br />
da soja é global e os prêmios<br />
do Brasil já estão competitivos.<br />
A segunda safra <strong>de</strong> milho<br />
já se mostrava com bom potencial<br />
produtivo em maio, o que forçou<br />
os preços para as mínimas do ano<br />
em R$ 24,50 ao produtor. No entanto,<br />
o forte ritmo <strong>de</strong> comercialização<br />
levou as exportações a níveis<br />
recor<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>ixou o mercado<br />
interno novamente <strong>de</strong>scoberto e<br />
tendo que se avaliar a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> se abastecer com produto<br />
importado. Os preços reagiram<br />
<strong>de</strong> forma consistente e terminaram<br />
o ano nas máximas, com mais<br />
<strong>de</strong> 50% <strong>de</strong> valorização.<br />
O aperto na oferta continuará<br />
a dar suporte aos preços no<br />
primeiro semestre, até a entrada<br />
da safra <strong>de</strong> inverno. A indústria está<br />
atenta ao <strong>de</strong>sabastecimento e agirá<br />
para evitar o ocorrido em 2016,<br />
quando aves e suínos ficaram sem<br />
ração. No lado da <strong>de</strong>manda, o bom<br />
momento do mercado <strong>de</strong> carnes<br />
tem gerado aumento da <strong>de</strong>manda<br />
por rações no Brasil. Já para o segundo<br />
semestre, há que se acompanhar<br />
o andamento do plantio e<br />
<strong>de</strong>senvolvimento da cultura, ainda<br />
mais se consi<strong>de</strong>rar o atraso na colheita<br />
da soja com relação a 2019.<br />
Trigo<br />
2019 foi marcado por geada<br />
e estiagem no período <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da lavoura, o que<br />
acarretou perdas <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong><br />
ao redor <strong>de</strong> 30%. O contraponto<br />
foi a qualida<strong>de</strong>, que se mostrou<br />
entre as melhores do mundo. Em<br />
termos <strong>de</strong> preços, a <strong>de</strong>svalorização<br />
cambial em 2019, em comparação<br />
a 2018, foi o maior fator <strong>de</strong><br />
variação nos preços, que ficaram<br />
em média 10% acima do ano anterior.<br />
Pela primeira vez a produção<br />
do Paraná foi inferior à capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> moagem do Estado.<br />
Os preços do trigo <strong>de</strong>vem<br />
permanecer firmes até a<br />
entrada da nova safra, acompanhando<br />
a parida<strong>de</strong> <strong>de</strong> importação.<br />
A colheita da nova safra ten<strong>de</strong><br />
a pressionar os preços para<br />
níveis abaixo da parida<strong>de</strong> <strong>de</strong> importação,<br />
caso a produtivida<strong>de</strong><br />
volte aos níveis normais e haja<br />
exce<strong>de</strong>nte no Paraná que precise<br />
ser escoado para outros Estados.<br />
Informações apresentadas nas Reuniões <strong>de</strong> Campo.<br />
16 REVISTA<br />
<strong>Janeiro</strong>/<strong>Fevereiro</strong>/<strong>2020</strong><br />
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