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*Abril/2020 Referência Florestal 217

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COVID-19 Entidades do setor florestal realizam mobilizações em todo o país para reverter impactos econômicos<br />

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EFICIÊNCIA NA LIMPEZA<br />

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Abril <strong>2020</strong><br />

ASSOALHO INCLINÁVEL<br />

SEMIRREBOQUE RODOTREM BASCULANTE<br />

BAÚ LONADO (SIDER)<br />

RODOTREM GRANELEIRO 4 EIXOS


SUMÁRIO<br />

34<br />

PÓS-COLHEITA<br />

EFICAZ A CURTO<br />

E LONGO PRAZO<br />

ABRIL <strong>2020</strong><br />

10 Editorial<br />

12 Cartas<br />

14 Bastidores<br />

16 Coluna Ivan Tomaselli<br />

18 Notas<br />

28 Frases<br />

30 Entrevista<br />

34 Principal<br />

40 Economia<br />

44 Espécie<br />

48 Produção<br />

52 Sustentabilidade<br />

58 Tecnologia<br />

62 Internacional<br />

66 Pesquisa<br />

72 Agenda<br />

74 Espaço Aberto<br />

44<br />

52<br />

ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />

11 Agroceres<br />

13 BKT<br />

21 Carrocerias Bachiega<br />

73 D’Antonio Equipamentos<br />

28 Denis Cimaf<br />

76 Denis Cimaf<br />

02 Dinagro<br />

04 Emex<br />

29 Engeforest<br />

75 Envimat<br />

27 Fex Ferro e Aço<br />

06 Grupo AIZ<br />

09 Komatsu Forest<br />

15 Liebherr Brasil<br />

61 Lion Equipamentos<br />

17 Log Max<br />

65 Mill Indústrias<br />

71 Mill Indústrias<br />

33 Pacajá<br />

57 Potenza<br />

43 Prêmio REFERÊNCIA <strong>2020</strong><br />

47 Rotor Equipamentos<br />

23 Sergomel<br />

25 Vantec<br />

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®<br />

EDITORIAL<br />

Novos desafios<br />

para <strong>2020</strong><br />

A Covid-19 pegou o mundo de surpresa e se tornou o maior<br />

desafio para <strong>2020</strong>. Mas os momentos críticos também se revelam<br />

ótimas oportunidades de amadurecimento e inovação. O setor<br />

florestal brasileiro não recuou e se apresenta, como demonstram<br />

várias entidades, disposto a seguir em frente. Trazemos um panorama<br />

disso, assim como a reação dos governos internacionais.<br />

Complementamos o tema com um artigo que traz uma ferramenta<br />

eficaz para os momentos de adversidade. A edição apresenta, ainda,<br />

como o setor é fundamental para gerar emprego e renda em um país<br />

que as florestas compõem suas características naturais. E, por isso<br />

mesmo, preservar as florestas também é essencial para as futuras gerações.<br />

Uma alternativa sustentável são as Rppns (Reserva Particular<br />

do Patrimônio Natural), tema de outra reportagem desta publicação.<br />

Vamos com força e na expectativa de dias melhores, que com certeza<br />

virão. Ótima leitura!<br />

NEW CHALLENGES FOR <strong>2020</strong><br />

Covid-19 took the world by surprise and became the biggest<br />

challenge for <strong>2020</strong>. But these critical moments have also proven to<br />

be great opportunities for maturity and innovation. The Brazilian<br />

Forest Sector has not retreated and has presented itself as willing to<br />

move forward, as several entities have demonstrated. We provide an<br />

overview of this, as well as the reaction of international governments.<br />

We complement the theme with an article that suggests a useful tool<br />

for times of adversity. This issue also presents how the Sector is fundamental<br />

in generating employment and income in a country where<br />

forests make up its natural characteristics. And for that reason,<br />

preserving forests is also essential for future generations. A sustainable<br />

alternative is the Private Natural Heritage Reserve (Rppns),<br />

the subject of another story in this publication. Let’s keep going and<br />

hoping for better days. Pleasant reading!<br />

DENIS CIMAF<br />

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2<br />

Entrevista com<br />

Saulo Karvart,<br />

da Apef<br />

1<br />

DENISCIMAF.COM<br />

Capa da edição apresenta a<br />

tecnologia Denis Cimaf<br />

Covid 19: Madeira é essencial<br />

A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />

www.referenciaflorestal.com.br<br />

Ano XXII • N°<strong>217</strong> • Abril <strong>2020</strong><br />

COVID-19 Entidades do setor florestal realizam mobilizações em todo o país para reverter impactos econômicos<br />

FOREST CLEARING<br />

EFFICIENCYE<br />

FORESTRY MULCHERS GRIND DOWN<br />

STUMPS AND REDUCE WASTE AS<br />

PREPARATION FOR<br />

MECHANIZED REPLANTING<br />

EFICIÊNCIA NA LIMPEZA<br />

TRITURADORES FLORESTAIS REBAIXAM<br />

TOCOS E REDUZEM RESÍDUOS COMO<br />

PREPARAÇÃO PARA O REPLANTIO MECANIZADO<br />

3<br />

EXPEDIENTE<br />

ANO XXII - EDIÇÃO <strong>217</strong> - ABRIL <strong>2020</strong><br />

Diretor Comercial / Commercial Director<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />

Diretor Executivo / Executive Director<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

bartoski@revistareferencia.com.br<br />

Redação / Writing<br />

Lídia Ferreira<br />

jornalismo@revistareferencia.com.br<br />

Colunista<br />

Ivan Tomaselli<br />

Depto. de Criação / Graphic Design<br />

Fabiana Tokarski - Supervisão<br />

Fabiano Mendes<br />

Crislaine Briatori Ferreira<br />

Gabriel Santos Ferreira<br />

criacao@revistareferencia.com.br<br />

Tradução / Translation<br />

John Wood Moore<br />

Cartunista / Cartunist<br />

Francis Ortolan<br />

Depto. Comercial / Sales Departament<br />

Gerson Penkal, Jéssika Ferreira,<br />

Tainá Carolina Brandão<br />

comercial@revistareferencia.com.br<br />

fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Representante Comercial<br />

Dash7 Comunicação - Joseane Cristina<br />

Knop<br />

Depto. de Assinaturas / Subscription<br />

assinatura@revistareferencia.com.br<br />

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ASSINATURAS<br />

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GARANTIDA GARANTEED<br />

Veículo filiado a:<br />

A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />

dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />

instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />

ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />

ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />

Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />

matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />

de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />

armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />

textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são<br />

terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos<br />

direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />

Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication<br />

directed at the producers and consumers of the good and services of the<br />

lumberz industry, research institutions, university students, governmental<br />

agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked<br />

to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />

responsible for the concepts contained in the material, articles or columns<br />

signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors,<br />

themselves. The use, reproduction, appropriation and databank storage<br />

under any form or means of the texts, photographs and other intellectual<br />

property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited<br />

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Ano XXII • N°216 • Março <strong>2020</strong><br />

EFFECTIVE AND<br />

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USING A BRAZILIAN TECHNOLOGY THAT FACILITATES<br />

THE CLEANING OF FOREST AREAS<br />

PERSPECTIVAS<br />

Por Damasceno Rodrigues, silvicultor - Cuiabá (MT)<br />

Começar o ano com um bom panorama das perspectivas do<br />

setor direciona nossas ações. Parabéns pela última edição.<br />

CONTEÚDO<br />

Por Mariana Raggen, universitária - Porto Alegre (RS)<br />

Conheci a Revista via redes sociais e agora estou lendo a<br />

versão digital, gostei muito por ser um conteúdo de qualidade<br />

para quem é estudante. Já fico sabendo sobre o mercado<br />

ENTREVISTAS<br />

Por Juscelino Albuquerque, empresário - Monte Claro (MG)<br />

O que mais gosto da Revista são as entrevistas onde podemos aprofundar um<br />

tema com pessoas que são destaque no setor e entendem do que estão falando.<br />

Foto: divulgação Foto: divulgacão<br />

SELFIE<br />

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LENDO A REVISTA PARA A NOVA SEÇÃO SELFIE<br />

Mário Sérgio,<br />

aposentado<br />

de Curitiba (PR)<br />

Patrícia de Soares,<br />

dona de casa de<br />

Curitiba (PR)<br />

CURTA NOSSA PÁGINA<br />

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Revista <strong>Referência</strong> <strong>Florestal</strong><br />

@referenciaflorestal<br />

E-mails, críticas e sugestões podem ser<br />

enviados também para redação<br />

revistareferencia@revistareferencia.com.br<br />

Mande sua opinião sobre a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

ou a respeito de reportagem produzida pelo veículo.


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BASTIDORES<br />

Charge<br />

Charge: Francis Ortolan<br />

Revista<br />

NÓS, DA EQUIPE DA REFERÊNCIA FLORESTAL, SUSPENDEMOS AS VIAGENS E A PRODUÇÃO<br />

DE MATÉRIAS REALIZADAS PRESENCIALMENTE FORA DA NOSSA SEDE PARA SEGUIR AS<br />

RECOMENDAÇÕES OFICIAIS DE COMBATE AO COVID-19. POR ISSO, NOSSOS BASTIDORES DESTA<br />

EDIÇÃO RESGATAM MOMENTOS DE REPORTAGENS REALIZADAS ANTES DA PANDEMIA<br />

Nosso fotógrafo Fabiano Mendes em<br />

ação na empresa CBI Madeira, em<br />

Capelinha (MG)<br />

Foto: Cesar Paranhos<br />

Equipe de reportagem no aeroporto Canarana,<br />

em Mato Grosso, (sim, apenas essa área e a pista<br />

compõem o aeroporto), rumo à Água Boa (MT) para<br />

reportagem na Companhia do Vale do Araguaia<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

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COLUNA<br />

O IMPACTO DA PANDEMIA<br />

NO COMÉRCIO MUNDIAL DE<br />

PRODUTOS FLORESTAIS<br />

O Covid 19, inicialmente detectado na China,<br />

gera consequências no comércio mundial de<br />

produtos florestais<br />

Ivan Tomaselli<br />

Diretor-presidente da Stcp<br />

Engenharia de Projetos Ltda<br />

Contato: itomaselli@stcp.com.br<br />

Foto: divulgação<br />

O setor<br />

florestal será<br />

afetado pela<br />

redução da<br />

demanda<br />

doméstica<br />

e das<br />

exportações<br />

de produtos<br />

florestais<br />

N<br />

as últimas semanas as notícias<br />

e análises tem se concentrado<br />

no avanço e no impacto da<br />

nova pandemia. O Covid 19, inicialmente<br />

detectado na China,<br />

chegou à Europa e se alastrou pelo restante do<br />

planeta, colocando em risco a saúde da população<br />

de todos os países. Quase dois milhões de<br />

pessoas já foram infectadas, e o número deverá<br />

crescer ainda mais, mesmo com isolamento e<br />

outras medidas adotadas. Além do problema<br />

de saúde pública é projetado um forte impacto<br />

na economia mundial, e a maioria dos países<br />

entrará em recessão.<br />

Com base na experiência de outros países,<br />

que já estavam sendo afetados pela pandemia,<br />

o governo nacional e dos estados adotaram, a<br />

partir de meados de março, diversas medidas<br />

para mitigar o impacto na saúde dos brasileiros.<br />

São medidas de isolamento, prevenção,<br />

organização da estrutura de saúde e outras para<br />

enfrentar o problema. Além disto o governo<br />

nacional tem adotado medidas para mitigar o<br />

impacto na economia.<br />

Independente das medidas adotadas pelo<br />

governo nacional o impacto econômico será<br />

sentido por todos, afetando pessoas, empresas<br />

e governos. A desaceleração da economia será<br />

brusca e não existem previsões claras da intensidade<br />

e amplitude da crise.<br />

O setor florestal será afetado pela redução<br />

da demanda doméstica e das exportações de<br />

produtos florestais. Alguns segmentos poderão<br />

ser menos impactados, como o de celulose e<br />

papel, mas o consumo global de produtos de<br />

madeira sólida certamente terá um grande<br />

declínio ao longo dos meses remanescentes de<br />

<strong>2020</strong>, e que poderá continuar ao longo de 2021.<br />

Embora o Brasil exporte compensados fenólicos<br />

para mais de 90 países, cinco importadores<br />

altamente afetados pela pandemia (EUA - Estados<br />

Unidos da América -, Reino Unido, Bélgica,<br />

México e Alemanha), representam quase 80%.<br />

Os EUA são responsáveis pela importação de<br />

quase 70% do nosso compensado tropical e<br />

mais de 30% do pinus serrado.<br />

As exportações de produtos florestais de<br />

valor agregado são ainda mais concentradas. Os<br />

cinco maiores importadores de pisos engenheirados<br />

representam 96% do total, 90% no caso<br />

de portas e 87% no caso de pisos acabados de<br />

madeira maciça. Somente os EUA são o destino<br />

de 78% de nossas portas de madeira, 73% dos<br />

pisos engenheirados e 60% dos pisos acabados<br />

de madeira maciça.<br />

Como já mencionado, o impacto da crise<br />

deverá ser menor para o segmento de celulose<br />

e papel (a demanda de “tissue paper” deverá<br />

continuar forte). Deverão ser menos afetadas as<br />

exportações de toras, de coníferas e folhosas,<br />

uma vez que mais de 90% destes produtos são<br />

vendidos no mercado asiático, cuja recuperação<br />

econômica será mais rápida.<br />

O quadro atual indica que em <strong>2020</strong> as exportações<br />

brasileiras de produtos de madeira<br />

sólida, muito provavelmente serão reduzidas<br />

entre 30 e 40% (em relação a 2019). Além disto<br />

deverá ocorrer uma queda na demanda doméstica<br />

e dos preços, especialmente no mercado<br />

internacional. Isto terá um forte impacto no<br />

setor florestal e a indústria nacional deverá se<br />

ajustar para uma nova realidade. Um retorno à<br />

normalidade é esperado somente para o segundo<br />

semestre do próximo ano.<br />

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sua equipe. A Revista lançou a campanha “GANHE 60<br />

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Com 20 anos de mercado, a REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

é uma publicação jornalística mensal, de circulação<br />

nacional, destinada exclusivamente aos usuários de<br />

produtos florestais para as mais diversas áreas. São<br />

conteúdos especializados sobre novas tecnologias,<br />

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Foto: Marcos Mancinni<br />

Curso secagem de<br />

madeira<br />

Uma dos principais desafios para indústria da<br />

madeira continua ser a melhora nos processos de<br />

secagem e para aprimorar as técnicas a Marrari em<br />

parceria com a CPM Suporte e Battistella realizaram,<br />

durante o mês de março, o Curso de Secagem<br />

de Madeira. Com foco na questão operacional, o<br />

treinamento foi realizado durante quatro dias em<br />

Rio Negrinho (SC). Com a proposta de enfatizar<br />

a experiência, informações práticas e exemplos<br />

cotidianos e suas resoluções, o treinamento apresentou<br />

instruções detalhadas de todas as etapas<br />

do processo. Aproximadamente 35 profissionais,<br />

de empresas de várias partes do país participaram<br />

do treinamento que, primeira vez, foi sediado<br />

na Battistella. O conteúdo do Curso Secagem de Madeiras contou com a especificação de todos os itens de controle dos<br />

secadores de madeira, modelos de secadores, influências no processo, possíveis falhas e testes para detecção aplicáveis.<br />

Conduzido pelo instrutor Juan da Costa Paoli, que também é diretor da CPM Suporte, o treinamento não se restringe a<br />

usuários de um sistema ou modelo específico, podendo ser aproveitado por todos trabalhadores do setor de secagem de<br />

madeiras, pois os sistemas de automação e controle de secagem de madeiras são similares em diversos aspectos. A programação<br />

com novas turmas pode ser encontrada no site da Marrari.<br />

18 www.referenciaflorestal.com.br


Klabin adquire unidades da<br />

International Paper ano Brasil<br />

Foto: divulgação<br />

A Klabin, maior produtora e exportadora<br />

de papéis para embalagens do Brasil, anuncia a<br />

aquisição dos negócios de embalagens de papelão<br />

ondulado e papéis para embalagens da International<br />

Paper no Brasil. Com investimento de R$ 330<br />

milhões, a transação está alinhada à estratégia da<br />

Klabin de integração e ampliação da flexibilidade<br />

operacional e de produtos, expandindo o atendimento<br />

aos mercados e clientes. Hoje, as unidades<br />

de papéis para embalagens da International Paper<br />

somam capacidade de produção anual de 310 mil<br />

toneladas, já as operações de papelão ondulado<br />

têm capacidade de 305 mil toneladas por ano,<br />

com 6,6% de market share no mercado doméstico.<br />

A aquisição faz com que a Klabin passe a ter<br />

capacidade instalada de mais de 1 milhão de<br />

toneladas de embalagens de papelão ondulado<br />

por ano, com participação de mercado de 23,9%<br />

e robustece a sua consolidada posição de líder no<br />

segmento de papelão ondulado no Brasil. A empresa<br />

também amplia a sua posição de destaque<br />

de maior recicladora de papéis para embalagens<br />

e maior fabricante de papéis reciclados do Brasil,<br />

utilizados na produção do miolo do papelão ondulado,<br />

em uma cadeia totalmente integrada, o que<br />

reforça a sua responsabilidade em atuar ativamente<br />

na economia circular e gestão de resíduos<br />

sólidos no Brasil.<br />

Com os ativos obtidos, localizados em São<br />

Paulo, Goiás e Amazonas, a Klabin contará com<br />

fábricas de embalagens de papelão ondulado nas<br />

cinco regiões do Brasil, e destaca a chegada com<br />

unidade industrial ao centro-oeste, reforçando<br />

o atendimento ao setor de proteína animal, importante<br />

para a economia brasileira e com ampla<br />

vantagem competitiva no mundo. “Estamos sempre<br />

atentos às oportunidades de negócios de integração<br />

e, após um longo período de negociações, estou bastante satisfeito em anunciar essa operação, que reforça a crença<br />

no mercado brasileiro e confirma a nossa visão estratégica de longo prazo”, declara o diretor-geral da Companhia, Cristiano<br />

Teixeira.<br />

A conclusão da transação ocorrerá somente após a aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).<br />

A Klabin, com sólida posição de caixa e com o melhor perfil de dívida da sua história (com cerca de oito anos de prazo médio),<br />

usará recursos próprios para o pagamento e o impacto na alavancagem financeira será imaterial.<br />

Com foco em eficiência operacional, cuidado com as pessoas e o meio ambiente, a Klabin tem desenvolvido cada vez<br />

mais produtos a partir de fontes renováveis. As soluções em papel e embalagens de papelão ondulado são feitas a partir de<br />

fibras recicladas e florestas plantadas e certificadas, provenientes de fontes sustentáveis, renováveis e recicláveis. As embalagens<br />

da Klabin são certificadas por órgãos internacionais e garantem segurança e qualidade aos produtos de seus clientes.<br />

Abril <strong>2020</strong><br />

19


NOTAS<br />

Reunião em prol do pinus<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

O Ipef (Instituto de Pesquisas e Estudos<br />

Florestais), por meio de seu Pppib (Programa<br />

Cooperativo sobre Pesquisa do Pinus no<br />

Brasil), liderou um encontro entre a Apre<br />

(Associação Paranaense de Empresas de<br />

Base <strong>Florestal</strong>), a ACR (Associação Catarinense<br />

de Empresas Florestais) e a Ageflor<br />

(Associação Gaúcha de Empresas Florestais)<br />

realizado em Curitiba (PR), na sede da Apre.<br />

O objetivo principal foi buscar o alinhamento<br />

entre as entidades, visando a otimização<br />

de ações no campo da pesquisa sobre plantações<br />

de pinus, considerando as que se<br />

encontram em curso, bem como novas propostas<br />

de interesse comum. Dessa forma,<br />

cada instituição apresentou seus projetos<br />

de pesquisa em andamento e sua visão das<br />

atuais demandas do setor de pinus em cada<br />

região. Dentre diversos temas apontados,<br />

destacaram-se necessidades de pesquisas<br />

nas áreas de nutrição florestal e no manejo<br />

integrado de pragas e doenças. Após a reunião,<br />

as associações e o Ipef estão firmando convênios e analisando as possibilidades de trabalhos em conjunto. Estiveram<br />

presentes na reunião pelas associações, o engenheiro Ailson Loper (Apre), engenheiro Mauro Murara (ACR), engenheiro<br />

Jorge Heineck (Ageflor) e engenheiro Daniel Chies (Ageflor e Madem S.A.). Participaram também o professor Mauro Valdir<br />

Schumacher (Pppib e Ufsm), a engenheira Isabel Deliberali e o professor José Otávio Brito (Ipef).<br />

Novo transmissor de consistência<br />

Um novo transmissor de consistência<br />

por micro-ondas, completamente<br />

reprojetado, para fabricantes de<br />

celulose e papel, chegou ao mercado.<br />

O Valmet MCA oferece nova eletrônica<br />

digital e medição de detecção de<br />

varredura direta, que confere maior<br />

sensibilidade de medição de desempenho<br />

e precisão que os modelos<br />

analógicos concorrentes. O novo sensor<br />

de lâmina dupla e o sensor de fluxo permitem aos fabricantes de papel e celulose instalá-lo em tubos com diâmetros maiores.<br />

Os sensores de fluxo são totalmente intercambiáveis com as instalações anteriores. Com uma aplicação mais ampla, o novo<br />

sensor de lâmina dupla também pode ser usado para medir a celulose não depurada. A atualizada sonda montada em grampo<br />

do sensor é adequada para um ambiente de muito maior condutividade da produção de celulose química. “Esta nova tecnologia<br />

de medição é um avanço em termos de desempenho e usabilidade”, diz o gerente de produtos e da linha de negócios de<br />

Automação da Valmet, Marko Heikkinen.<br />

Foto: divulgação<br />

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NOTAS<br />

Estudo de qualidade da madeira<br />

No início de <strong>2020</strong>, o Pcmf (Programa Cooperativo de Melhoramento <strong>Florestal</strong>) do Ipef (Instituto de Pesquisas e Estudos<br />

Florestais) iniciou a coleta de materiais para estudo da qualidade da madeira e demanda nutricional, de espécies com potencial<br />

comercial. As espécies Eucalyptus amplifolia, Eucalyptus major, Eucalyptus longirostrata, Eucalyptus urophylla (controle),<br />

Corymbia citriodora, Corymbia variegata, Corymbia henryi e Corymbia torelliana foram selecionadas no projeto “Zoneamento<br />

de Espécies Potenciais” que avalia espécies e procedências de eucalipto em diferentes regiões.<br />

Para seleção foram avaliadas mais de 20 espécies, em oito experimentos em diferentes condições climáticas brasileiras.<br />

Foram selecionados locais contrastantes e com bom crescimento, sendo o primeiro experimento selecionado em Borebi (SP)<br />

da empresa Bracell e pelo menos mais um será em Minas Gerais. A coleta foi realizada em Borebi seis anos após o plantio, e<br />

a previsão é realizar a coleta do segundo experimento em Minas Gerais, até o final de <strong>2020</strong>.<br />

As características que estão sendo estudadas são, principalmente, referentes a produção de carvão, celulose e painéis.<br />

Serão geradas informações sobre anatomia, composição química, curva de deslignificação, densidade, poder calorifico,<br />

rendimento, etc. Além da demanda nutricional e biomassa na idade de corte. O trabalho conta com a parceria de pesquisadores<br />

da Ufla (Universidade Federal de Lavras), Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) e Esalq/USP (Escola Superior de<br />

Agricultura “Luiz de Queiroz”), além da participação efetiva da empresa Bracell na coleta do material.<br />

O diferencial do trabalho será conhecer a qualidade da madeira e demanda nutricional de espécies diferentes das<br />

tradicionais, na idade de corte e em condições brasileiras de solo e clima. Este trabalho irá auxiliar no direcionamento dos<br />

programas de melhoramento, seja das instituições parceiras ou do Instituto.<br />

REDE EXPERIMENTAL<br />

No final de 2018, o Pcmf do Ipef iniciou a distribuição de sementes da geração avançada de Eucalyptus urophylla, para<br />

a implantação de experimentos em diversas condições edafoclimáticas do Brasil. No ano de 2019 foram implantados 11 experimentos,<br />

em seis estados. No primeiro semestre de <strong>2020</strong> estão programadas as implantações de, pelo menos, mais nove<br />

experimentos, totalizando 20 ensaios na rede experimental, alocados em oito diferentes estados brasileiros.<br />

Os experimentos fazem parte da Rede Experimental, que irá dar continuidade ao melhoramento da principal espécie<br />

da silvicultura brasileira. Esse trabalho está sendo realizado de forma cooperativa, similarmente ao realizado na geração<br />

anterior, que contou com o apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), descrito na publicação<br />

“Selecting for stable<br />

and productive families<br />

of Eucalyptus urophylla<br />

S.T. Blake across a country<br />

wide range of climates in<br />

Brazil”, publicado no Canadian<br />

Journal of Forest<br />

Research.<br />

Com a composição<br />

da rede experimental,<br />

será possível a realização<br />

do estudo da interação<br />

genótipos por ambientes,<br />

para verificar a necessidade<br />

da estratificação<br />

ambiental na seleção dos<br />

materiais. Assim, será<br />

possível a seleção direcionada<br />

de clones e famílias<br />

para o avanço da geração,<br />

além da obtenção de<br />

pólen para os programas<br />

de melhoramento em diferentes<br />

regiões do país.<br />

Foto: Fabiano Mendes<br />

22 www.referenciaflorestal.com.br


2000<br />

Primeiro equipamento<br />

licenciado pelo CTC<br />

Centro de Tecnologia<br />

Canavieira.<br />

2004<br />

Aços de alta<br />

resistência<br />

2010<br />

Basculante e<br />

pranchas.<br />

2018<br />

Porta Container e<br />

Rodocaçamba.<br />

2019<br />

Lançamento<br />

do Consórcio<br />

Sergomel<br />

1975<br />

Fundação por:<br />

Osvaldo Ilceu Gomes<br />

1990<br />

Reformas e adequações<br />

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2014<br />

Lançamento da linha<br />

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CNPJ: 45.271.020/0001-35 | +55 16 3513-2600<br />

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NOTAS<br />

Queda de 89% no faturamento<br />

dos pequenos negócios<br />

Foto: divulgação<br />

Os primeiros dias de restrição à circulação de pessoas<br />

e isolamento social, em decorrência do Coronavírus, já<br />

atingem o equilíbrio financeiro das empresas e ameaça a<br />

sobrevivência de milhões de pequenos negócios no país.<br />

Segundo pesquisa feita pelo Sebrae, 89% das micro e<br />

pequenas empresas brasileiras já observam uma queda<br />

no seu faturamento. E 36% dos empreendedores afirmam<br />

que precisarão fechar o negócio permanentemente, em 1<br />

mês, caso as restrições adotadas até agora permaneçam<br />

por mais tempo. A pesquisa, feita entre os dias 20 e 23 de<br />

março, junto a um universo de 9.105 donos de pequenos<br />

negócios, revelou que, na média, a redução no faturamento<br />

das empresas foi de 69%. Os empresários ouvidos<br />

pelo Sebrae ressaltam que, mesmo adotando uma estratégia<br />

de venda online, o faturamento anual do negócio<br />

sofreria uma queda de 74%, caso as políticas de isolamento<br />

social sejam mantidas por um período de dois meses. Com a expressiva queda nas vendas, 54% dos empreendedores já<br />

preveem que precisarão solicitar empréstimos para manter o negócio em funcionamento sem gerar demissões. E, avaliando<br />

as perspectivas da economia brasileira, 33% dos empresários entrevistados acreditam que o país deve levar um ano ou mais<br />

para voltar ao normal. As medidas de restrição ao deslocamento de pessoas já fizeram com que 42% dos empresários tomassem<br />

a decisão de fechar temporariamente o negócio e levou 26% a reduzir a jornada de trabalho da empresa.<br />

Abimci mantém agenda remota<br />

As agendas técnicas e setoriais<br />

da Abimci (Associação Brasileira da<br />

Indústria de Madeira Processada<br />

Mecanicamente) foram adaptadas<br />

para que aconteçam de forma<br />

remota e os trabalhos tenham continuidade<br />

durante esse período de<br />

pandemia da Covid-19. A estratégia<br />

visa respeitar as orientações dos órgãos<br />

de saúde pública. As atividades<br />

do Comitê Brasileiro da Madeira da<br />

Abnt (Associação Brasileira de Normas<br />

Técnicas), CB-31, que a Abimci<br />

é a entidade gestora nacional, terão<br />

continuidade de suas agendas através das suas CE (Comissões de Estudos). Em breve serão encaminhados os convites das<br />

CE´s que estão em andamento para a participação em reuniões de forma remota, através da plataforma Zoom, ferramenta<br />

oficial para realização das reuniões técnicas da Abnt. A entidade reforça o convite para que todas as empresas associadas<br />

participem das reuniões e contribuam para o avanço das normas técnicas e a consequente padronização dos produtos de<br />

madeira.<br />

Imagem: reprodução<br />

24 www.referenciaflorestal.com.br


NOTAS<br />

Mudanças na operação<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

Uma das maiores produtoras mundiais de celulose solúvel<br />

e celulose especial, a Bracell anunciou alterações na<br />

sua operação na unidade de São Paulo, onde produz papel<br />

kraft. A empresa iniciou a utilização da ferramenta Inflor Forest,<br />

que já é utilizada na unidade da Bahia. Iniciado em outubro<br />

passado, o projeto entrou em operação na primeira<br />

semana de janeiro, com a implementação dos módulos Cadastro,<br />

GIS (Sistema de Informações Geográficas) e Silvicultura.<br />

A implementação do sistema proporciona uma base<br />

de dados integrada que facilita o acesso às informações<br />

sobre dados relativos à produção florestal, favorecendo as<br />

análises gerenciais e orientando as decisões. A ferramenta,<br />

que coloca a informação na palma da mão, também reduz<br />

eventuais erros e permite o registro offline de atividades no<br />

campo. “Conseguimos encurtar o tempo desse trabalho e<br />

minimizar o esforço das equipes dedicadas a ele”, destaca o<br />

diretor da expansão florestal, Mauro Quirino.<br />

ALTA<br />

INFORMAÇÕES PRECISAS<br />

A iniciativa da Abimci (Associação Brasileira da Indústria<br />

de Madeira Processada Mecanicamente) em criar<br />

a página “Covid-19: Legislações, Medidas Econômicas<br />

e Orientações” com informações de decretos, portarias<br />

e circulares publicados pelo governo federal e pelos governos<br />

de Estados, relacionadas ao novo coronavírus,<br />

Covid-19. Sempre atualizada, a ação facilita a consulta<br />

pelas empresas do setor. O endereço abimci.com.br/<br />

publicacoes/covid-19/<br />

ABRIL <strong>2020</strong><br />

PROBLEMAS TÉCNICOS<br />

O Sisflora 2.0 (Sistema de Comercialização e Transporte<br />

de Produtos Florestais) do Mato Grosso está desatualizado<br />

e com problemas técnicos. Desde 2016, o Cipem<br />

(Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de<br />

Madeira do Estado de Matogrosso), solicita correções<br />

da Sema (equipe Secretaria de Estado de Meio<br />

Ambiente). Entre os problemas estão dificuldade para<br />

inserir as informações para gerar uma Guia <strong>Florestal</strong><br />

e o banco de dados das espécies que tem dados que<br />

divergem entre Estado e federação. A pauta foi levantada,<br />

mais uma vez, no mês passado, em assembleia<br />

com entidades do setor mato-grossense.<br />

BAIXA<br />

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FRASES<br />

Foto: divulgação<br />

As pequenas empresas representam<br />

99% de todos os empreendimentos<br />

do país e geram mais da metade<br />

dos empregos formais. A situação<br />

provocada pela pandemia exige<br />

de todos os agentes públicos<br />

o compromisso pela busca de<br />

soluções concretas e rápidas para os<br />

problemas que essas empresas estão<br />

enfrentando no dia a dia da crise<br />

Carlos Melles, presidente do Sebrae<br />

sobre o cenário atual<br />

“O intuito é dialogar com<br />

as autoridades, demonstrar<br />

solidariedade neste momento e<br />

garantir que não falte produto de<br />

necessidade básica ao consumidor<br />

final. A indústria está em contato<br />

constante com o varejo para<br />

entender e atender à demanda. E,<br />

claro, as empresas estão colocando<br />

em planos de ação para cuidar da<br />

saúde de colaboradores e familiares<br />

Paulo Hartung, presidente da Ibá, em carta enviada aos<br />

governadores e ministros do governo federal<br />

“O setor é fonte de mais de<br />

5 mil produtos, alguns deles<br />

fundamentais para o dia a dia de<br />

todos, inclusive para proteger<br />

os profissionais de saúde (...)<br />

O setor de base florestal é<br />

essencial e não pode parar, a fim<br />

de que seus produtos não faltem<br />

à população”<br />

Luiz Ramires Jr., Presidente da Csfp (Câmara<br />

Setorial de Florestas Plantadas), em carta<br />

enviada ao governo federal<br />

Marca de<br />

Trabalho<br />

Intensivo.


ENTREVISTA<br />

Tecnologia<br />

DE PONTA<br />

State-of-the-art<br />

technology<br />

D<br />

edicado ao ensino, pesquisa e também à<br />

atuação no setor florestal, o atual presidente<br />

da Apef faz um panorama da área no<br />

Brasil, apresentando perspectivas para o<br />

crescimento das empresas, bem como, dos profissionais.<br />

Foto: divulgação<br />

ENTREVISTA<br />

Saulo<br />

Karvart<br />

D<br />

edicated to teaching, research and, also to<br />

working in the Forestry Sector, the current<br />

President of the State of Paraná Association<br />

of Forest Engineers (Apef) presents an<br />

overview of the area in Brazil outlining the prospects for<br />

growth for companies and professionals.<br />

ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />

Presidente da Apef (Associação Paranaense dos Engenheiros<br />

Florestais) e professor da UTP (Universidade Tuiuti do<br />

Paraná) e UniBrasil<br />

President of the State of Paraná Association of Forest Engineers<br />

(Apef), and Professor at the Tuiuti University Paraná<br />

(UTP) and UniBrasil<br />

FORMAÇÃO/ ACTIVITY:<br />

Doutorando em Economia e Política <strong>Florestal</strong> pela Ufpr,<br />

engenheiro florestal e advogado<br />

B.Sc. in Forest Engineering and Law, Ph.D. in Forest Economics<br />

and Policy, Federal University of Paraná, (Ufpr)<br />

30 www.referenciaflorestal.com.br


As pesquisas precisam de<br />

um incentivo crescente para<br />

atender às demandas de um<br />

setor em crescimento<br />

>> Nos últimos anos, foi desenvolvido pelo governo federal o<br />

Pndfp (Plano Nacional de Desenvolvimento de Florestas Plantadas),<br />

com o objetivo de aumentar em 2 milhões de hectares a<br />

área de cultivos comerciais. Como isso impacta o setor florestal<br />

no país?<br />

Com a atividade florestal ocupando aproximadamente 1% do<br />

território nacional, o Brasil lidera o ranking mundial de produtividade<br />

florestal, possuindo 7,83 milhões de hectares plantados e<br />

sendo responsável por cerca de 6,9% do PIB Industrial nacional.<br />

O Pndfp incentiva que a atividade florestal de ponta, desenvolvida<br />

em nosso país, possa avançar e conquistar lugares de ainda<br />

mais destaque no cenário nacional e internacional, já que o setor<br />

é responsável por aproximadamente 10% da exportação relacionada<br />

ao agronegócio brasileiro.<br />

>> Como a sustentabilidade pode ser fortalecida a partir deste<br />

Plano Nacional?<br />

Em sua grande maioria, o setor florestal brasileiro está atendendo<br />

todas as diretrizes legais ambientalmente impostas, inclusive<br />

passando por processos de certificação internacional, obrigando<br />

o setor a se enquadrar entre os que mais protegem áreas naturais,<br />

representando em torno de 6 milhões de hectares destinados<br />

à conservação. O crescimento do setor deve estar atrelado<br />

também à capacidade de utilização da oferta de florestas no<br />

mercado, sendo que o Pndfp prevê incentivo ao beneficiamento<br />

desta madeira, promovendo a utilização do potencial produtivo<br />

de bens e serviços econômicos das florestas plantadas, como<br />

parte integrante da política de desenvolvimento. Verifica-se que<br />

o setor já está atento para este crescimento, realizando investimentos<br />

de médio e longo prazo para utilizar o potencial florestal<br />

das regiões de forma cada vez mais eficiente.<br />

>> Na sua visão, ainda falta incentivo governamental para a<br />

área de pesquisas florestais?<br />

O Brasil desenvolve tecnologia de ponta no setor florestal, sendo<br />

que as universidades e a Embrapa desempenham um papel fundamental<br />

no crescimento do setor de pesquisas. Entretanto, verifica-se<br />

que as pesquisas precisam de um incentivo crescente para<br />

atender às demandas de um setor em crescimento. Algumas<br />

necessidades, como a pesquisa que prevê o controle dos danos<br />

realizados pelos macacos-prego nos plantios de pinus é apenas<br />

uma das inúmeras pesquisas que precisam de mais incentivos<br />

Over the last few years, the National Plan for the Development<br />

of Planted Forests (Pndfp) has been elaborated by the<br />

Federal government, with the aim of increasing<br />

The Country leads the world ranking in forest productivity,<br />

with the forest activity occupying approximately 1% of<br />

Brazilian territory, having 7.83 million hectares planted, and<br />

accounting for about 6.9% of GDP the area of commercial<br />

crops by 2 million hectares. How does this impact the Forestry<br />

Sector in Brazil?. The Pndfp provides incentives so that the<br />

cutting-edge forest activity developed in our Country can advance<br />

and conquer even more prominence in the national and<br />

international scenario, since the Sector is responsible for approximately<br />

10% of exports related to Brazilian agribusiness.<br />

How is sustainability strengthened from this National Plan?<br />

The vast majority of the Brazilian Forestry Sector meets all<br />

environmentally imposed legal guidelines, as well as those<br />

included in the international certification processes, leading<br />

the Sector to be among those that most protect natural areas,<br />

representing around 6 million hectares destined for conservation.<br />

The growth of the Sector is also linked to the capacity to<br />

use the timber supply in the market, and as an integral part<br />

of development policy, the Pndfp provides incentives to the<br />

processing of this timber, promoting the use of the productive<br />

potential of the economic goods and services from planted<br />

forests. It can be seen that the Sector is attentive to this<br />

growth, making medium and long-term investments to use<br />

the forest potential of all regions in an increasingly efficient<br />

way.<br />

In your view, is there still a lack of government incentives for<br />

research in the forest area?<br />

Brazil has developed a state-of-the-art technology in the Forestry<br />

Sector, and universities and Embrapa have played a vital<br />

role in the growth of the research sector. However, research is<br />

needed to provide more incentives to meet the demands of a<br />

growing sector. Some needs, such as research that provides<br />

for the control of the damage done by capuchin monkeys in<br />

pine plantations, is just one of numerous studies that need<br />

more incentives to achieve results that can adapt to the environmental<br />

issues and reduce the economic damage caused to<br />

planted forests.<br />

Over the last few decades, Forestry has surpassed Extractivism<br />

in the participation of primary forest production in Brazil.<br />

In your opinion, what are the reasons for this movement?<br />

Currently, in Brazil, planted trees account for about 91% of all<br />

timber produced for industrial purposes in the Country, and<br />

the remaining 9% comes from legally managed natural forests.<br />

The use of native species ends up being very expensive,<br />

since one does not have control of the forest, as in a planted<br />

forest. Tree alignment, planting of homogeneous species,<br />

and at the same time, among other characteristics, which<br />

allow for a predictable production and planting management<br />

operations, lead to Forestry being much more commercially<br />

attractive, not to mention that the increased environmental<br />

bureaucracy created to prevent illegal deforestation ends<br />

Abril <strong>2020</strong><br />

31


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PRINCIPAL<br />

PÓS-COLHEITA<br />

EFICAZ A CURTO<br />

E LONGO PRAZO<br />

Fotos: divulgação<br />

Trituradores hidráulicos<br />

de alto rendimento são a<br />

solução sustentável para<br />

manter os ciclos florestais<br />

Effective short and long-term<br />

post-harvest operations<br />

High-performance hydraulic mulchers<br />

are the sustainable solution for<br />

maintaining forest cycles<br />

34 www.referenciaflorestal.com.br


Abril <strong>2020</strong> 35


PRINCIPAL<br />

Após-colheita é um desafio constante no setor florestal<br />

e, entre as inúmeras variáveis na operação,<br />

está também acompanhar o acelerado processo de<br />

modernização de desbastes e manter o solo fortalecido<br />

para vários replantios. A curto e longo prazo<br />

a mecanização é apontada pelos silvicultores como alternativa<br />

mais eficaz e sustentável, inclusive sendo considerada como um<br />

mercado de atuação em crescimento.<br />

A própria metodologia de colheita usada nas florestas brasileiras<br />

tem exigido novas soluções dos silvicultores. Nos métodos<br />

mais comuns no mundo, que são “corte no comprimento” CTL<br />

(cut-to-length) e o “árvore completa” FT (full-tree) realizados,<br />

em geral, com uma combinação de um harvester e um forwarder<br />

no mesmo local, os resíduos deixados podem chegar até 15 cm<br />

(centímetros) de tocos, além de uma quantidade e variedade de<br />

detritos no solo. Por isso, trituradores florestais conseguem um<br />

resultado mais preciso em menos tempo, por serem maquinários<br />

projetados para suprimir o material residual e rebaixar tocos,<br />

gerando mais segurança à operação e aos operadores.<br />

A solução mais eficiente e econômica são cabeçotes especializados<br />

acoplados a escavadeiras e veículos florestais hidráulicos<br />

para realizar a limpeza da área. A opção pode reduzir pela metade<br />

o tempo de limpeza da área, o número de pessoas usadas na<br />

operação e os acidentes durante e após a operação, conforme as<br />

especificações geológicas do local. “A tecnologia do cabeçote é de<br />

alta produtividade e qualidade no rebaixamento de toco, porém<br />

temos que ter sempre em mente o local de trabalho (solo com<br />

pedras, por exemplo) e espessura dos tocos, além da inclinação<br />

que também influenciam na produtividade”, orienta Geraldo<br />

Morcatti, da Emterr (Empresa Mineira de Terraplenagem Ltda).<br />

P<br />

ost-harvest operation is a constant challenge in the<br />

Forestry Sector and, among the numerous variables<br />

in the activity, it also follows along the modernization<br />

of accelerated thinning process and maintains<br />

the soil fortified for several replantings. In the short<br />

and long-term, mechanization is pointed out by foresters as<br />

a more effective and sustainable alternative, including being<br />

considered as a growing market.<br />

The very harvesting methodology used in Brazilian forests<br />

has required new solutions from foresters. In the most common<br />

methods in the world, “cut-to-length” and “full-tree”, in general,<br />

with a combination of a harvester and a forwarder in the same<br />

place, the residues left and stumps up to a height of 15 cm, in<br />

addition to a quantity and varieties of debris that end up mixing<br />

material that may be harmful to the soil. Therefore, forest<br />

mulchers are used to achieve a more adequate result in less<br />

time, because it is a piece of equipment designed to suppress<br />

the residual material and grind down stumps, generating more<br />

safety to the operation and operators.<br />

The most efficient and economical solution uses specialized<br />

heads coupled to excavators and hydraulic mulchers to perform<br />

area cleaning. This option halves the area cleaning time, and<br />

reduces the number of people employed in the operation and<br />

accidents during and after the operation, according to the geological<br />

specifications of the site. “The head technology provides<br />

high productivity and quality in the stump grinding, but we must<br />

A solução mais eficiente e<br />

econômica são cabeçotes<br />

especializados acoplados<br />

a escavadeiras e veículos<br />

florestais hidráulicos para<br />

realizar a limpeza da área<br />

36 www.referenciaflorestal.com.br


Abril <strong>2020</strong> 37


38 www.referenciaflorestal.com.br


Abril <strong>2020</strong> 39


ECONOMIA<br />

Florestas brasileiras<br />

GERAM R$ 73 BILHÕES EM RENDA<br />

Fotos: divulgação<br />

40 www.referenciaflorestal.com.br


Cerca de 60% do território nacional<br />

é coberto por mata, o que equivale a<br />

500 milhões de hectares<br />

Abril <strong>2020</strong><br />

41


ECONOMIA<br />

E<br />

m todo o mundo, a data de 21 de março<br />

marcou o Dia Internacional das Florestas,<br />

criada para conscientizar a população sobre a<br />

importância das florestas para a manutenção<br />

da vida em todo o planeta. Para o Brasil a<br />

comemoração é importante por dois motivos: abrigar a<br />

segunda maior área de florestas do mundo e pela geração<br />

econômica do setor.<br />

Além dos números grandiosos, as florestas brasileiras<br />

são importantes em diversos aspectos como ambientais,<br />

culturais, sociais e econômicos. Temos hoje cerca de 60%<br />

do território nacional, ou seja, 500 milhões de hectares<br />

cobertos por floresta. Desse total, 255 milhões de hectares<br />

são destinados a unidades de conservação públicas<br />

municipais, estaduais e federais.<br />

Ao longo das últimas décadas a economia florestal<br />

se consolidou como um relevante segmento econômico<br />

internacional e fundamental para o desenvolvimento sustentável.<br />

No Brasil, o desenvolvimento econômico baseado<br />

em florestas contribui com R$73 bilhões em geração<br />

de renda e com cerca de 3,4 milhões de empregos diretos<br />

e indiretos.<br />

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL<br />

Um dos pilares do SFB (Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro) é<br />

o desenvolvimento sustentável, a conservação da floresta<br />

nativa, a recuperação produtiva de áreas desmatadas e o<br />

incentivo a florestas plantadas.<br />

Para o diretor-geral do SFB, Valdir Colatto, “o Brasil<br />

tem instrumentos para intensificar a agenda de conservação<br />

das florestas com o viés do desenvolvimento<br />

sustentável. O potencial é grande nesse sentido como a<br />

produção de fibras, de energias renováveis, de celulose,<br />

manejo sustentável das florestas nativas para a produção<br />

madeireira e não madeireira e, assim, fortalecendo uma<br />

economia de base renovável e sustentável.”<br />

Colatto ressalta ainda que “o Brasil pretende aumentar<br />

a área de florestas plantadas, que hoje ocupam 1,2%<br />

do território nacional, para 12 milhões de hectares até<br />

2030, uma vez que vêm ocupando maior espaço e importância<br />

na economia brasileira.” Os atuais 10 milhões de<br />

hectares de florestas plantadas são responsáveis por 90%<br />

da madeira usada no país e exportada, além de representar<br />

a terceira commodities de exportação do país.<br />

O diretor de Pesquisa e Informações Florestais do SFB,<br />

Joberto de Freitas, acredita que “é sempre importante<br />

comemorar o Dia Internacional das Florestas informando<br />

a sociedade sobre os avanços e desafios relacionados às<br />

suas florestas.”<br />

“O país tem avançado nos últimos anos em construir<br />

instituições fortes, políticas de conservação e uso das<br />

florestas, assim como de combate ao desmatamento e à<br />

exploração ilegal de madeira. Os desafios à frente são relacionados<br />

à inclusão crescente das florestas na economia<br />

do país e de promoção do manejo florestal sustentável,<br />

seja de florestas naturais ou plantadas, na propriedade<br />

rural privada. A economia florestal deve chegar ao nível<br />

local, por uma ação coordenada de políticas públicas que<br />

conciliem a produção florestal com as florestas em pé”,<br />

finalizou Joberto.<br />

HISTÓRIA<br />

Em 1971, a FAO (Organização das Nações<br />

Unidas para a alimentação e Agricultura)<br />

estipulou o dia 21 de março como o Dia<br />

Internacional das Florestas para conscientizar<br />

a população sobre a importância das florestas<br />

para a manutenção da vida em todo o<br />

planeta. A data marca o início da primavera no<br />

hemisfério norte.<br />

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ESPÉCIE<br />

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SERINGUEIRA<br />

A FONTE DA<br />

BORRACHA NATURAL<br />

Fotos: divulgação<br />

Conforme o manejo<br />

utilizado, a planta<br />

poderá produzir<br />

economicamente<br />

de 20 a 30 anos<br />

Aseringueira, pertencente ao gênero Hevea, da<br />

família Euphorbiaceae, que possui a Hevea<br />

brasiliensis, como a espécie mais importante<br />

do gênero. Hevea brasiliensis é uma planta de<br />

ciclo perene, de origem tropical, cultivada e<br />

utilizada de modo extrativo, com a finalidade de produção<br />

de borracha natural. A partir da saída de seu habitat passou<br />

a ser cultivada em grandes monocultivos, principalmente<br />

nos países asiáticos.<br />

No Brasil, seu cultivo obteve grande sucesso nas regiões<br />

sudeste, centro-oeste, na Bahia e mais recentemente no<br />

oeste do Paraná. Ela também recebe os nomes populares<br />

de seringa, seringa-verdadeira, cau-chu, árvore-da-borracha,<br />

seringueira-preta (AC), seringueira-branca, seringueira-<br />

-rosada, seringueira-legítima<br />

ASPECTOS ECOLÓGICOS<br />

A seringueira é uma planta semidecídua, heliófita ou<br />

esciófita, característica da Floresta Amazônica nas margens<br />

de rios e lugares inundáveis da mata de terra firme. Ocorre<br />

preferencialmente em solos argilosos e férteis da beira<br />

de rios e várzeas. Trata-se de uma planta rústica, perene,<br />

adaptável a grande parte do território nacional, sendo uma<br />

espécie arbórea de rápido crescimento.<br />

MORFOLOGIA<br />

É uma árvore de hábito ereto, podendo atingir 30 m<br />

(metros) de altura total sob condições favoráveis, iniciando<br />

aos 4 anos a produção de sementes, e aos 6-7 anos (quando<br />

propagada por enxertia) a produção de látex (borracha).<br />

Abril <strong>2020</strong><br />

45


ESPÉCIE<br />

A árvore pode atingir 30 m<br />

de altura total sob condições<br />

favoráveis, iniciando aos 4<br />

anos a produção de sementes,<br />

e aos 6-7 anos a produção de<br />

látex (borracha)<br />

Seu tronco varia entre 30-60 cm (centímetros) de diâmetro.<br />

A casca é o principal componente do tronco da Hevea brasiliensis,<br />

responsável pela produção de látex, transporte<br />

e armazenamento de assimilados produzidos na folha.<br />

Além dos vasos laticíferos, acham-se na casca, próximo ao<br />

câmbio, os tubos crivados, as células parenquimatosas e os<br />

raios medulares. Dados da literatura sugerem a existência<br />

de uma relação positiva entre o diâmetro dos tubos crivados<br />

e a produção de látex, clones de seringueira com elevada<br />

produção de borracha apresentaram tubos crivados com<br />

diâmetro acima de 40 cm.<br />

O desenvolvimento das raízes da seringueira está diretamente<br />

relacionado às condições físicas ideais do solo,<br />

como boa aeração, drenagem e retenção de umidade adequada,<br />

permitindo maior exploração do sistema radicular<br />

da planta por volume de solo.<br />

CLIMA<br />

A Hevia brasiliensis é uma cultura originária de região<br />

de clima tropical e úmido, abrangendo áreas com temperatura<br />

média de 25oC (Graus Celsius) e pluviosidade média<br />

de 2000 mm. Para produção, o regime pluviométrico anual<br />

favorável varia entre 1300 a 3.000 mm (milímetros), com<br />

chuvas distribuídas uniformemente durante todo o ano.<br />

Deve-se evitar o plantio em locais com temperatura média<br />

anual abaixo de 20oC e umidade excessiva por proporcionarem<br />

condições ideais à incidência de doenças que limitam<br />

a cultura.<br />

ASPECTOS SILVICULTURAIS<br />

A época de plantio mais favorável é no início da estação<br />

das águas, utilizando mudas de raiz nua para evitar formação<br />

de bolsões de ar. O ideal é plantar 500 árvores por hectare<br />

em espaçamento de 7 a 8 m, entre as linhas de plantio<br />

e 2,5 a 3,0 m entre as plantas na linha. Plantar em nível<br />

mantendo o solo vegetado no período das chuvas para controle<br />

das erosões. As covas devem possuir as dimensões de<br />

0,4 x 0,4 x 0,5 m com uso da cavadeira ou em sulcos.<br />

A seringueira é uma planta perene, que dependendo<br />

do manejo utilizado poderá produzir economicamente por<br />

20 a 30 anos necessitando de um correto programa de<br />

adubação em todas as fases de seu desenvolvimento a fim<br />

de evitar desequilíbrios nutricionais com sérios prejuízos na<br />

produção de látex. Segundo Guha (1969), para a definição<br />

do manejo adequado dos seringais, torna-se imprescindível<br />

o conhecimento dos solos, especificamente para cada clone<br />

implantado e para cada classe de solo.<br />

CRESCIMENTO E PRODUÇÃO<br />

Quando a exploração do látex não é mais viável, as<br />

árvores apresentam uma circunferência de 100 - 110 cm (a<br />

125 cm acima do solo), sendo aptas para corte aproximadamente<br />

200 árvores/ha (hectares), com uma produção de 1<br />

m³ (metros cúbico) de madeira/árvore.<br />

A produtividade normal de látex varia com o clone e<br />

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PRODUÇÃO<br />

Mobilização para<br />

reverter impactos<br />

gerados pelo<br />

COVID-19<br />

Fotos: divulgação<br />

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Entidades buscam alternativas<br />

economicamente sustentáveis para<br />

reduzir prejuízos ao setor florestal<br />

O<br />

s impactos gerados pela pandemia do<br />

Covid-19 (Coronavírus) são inegáveis<br />

a curto, médio e longo prazo, em diferentes<br />

setores. Cientes das prioridades<br />

e recomendações oficiais dos órgãos<br />

de saúde, entidades representativas do setor florestal<br />

iniciaram uma série de mobilizações em todo o país<br />

para combater as consequências econômicas e manter<br />

as atividades do setor.<br />

Com atuação em mais de 1000 municípios e fábricas<br />

e áreas florestais espalhadas em quase todos<br />

os Estados brasileiros, o setor é fonte de mais de 5<br />

mil produtos, alguns deles fundamentais para o dia a<br />

dia de todos, inclusive para proteger os profissionais<br />

de saúde, informa Paulo Hartung, presidente executivo<br />

da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), em um<br />

comunicado oficial. De acordo com ele, em hospitais<br />

a celulose e a celulose solúvel são matérias-primas<br />

de máscaras cirúrgicas, vestimentas, colchões, entre<br />

outros. Além disso, papéis de imprimir e escrever são<br />

importantes para receituários, formulários, bem como<br />

em equipamentos médicos que usam aço, o setor está<br />

presente com o carvão vegetal. “Seguimos trabalhando<br />

para não faltar produtos de cuidados pessoais nas<br />

casas dos brasileiros, como papel higiênico, fraldas infantis<br />

e geriátricas, lenços umedecidos, papel toalha,<br />

detergente, entre outros”, declarou.<br />

Abril <strong>2020</strong><br />

49


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Abril <strong>2020</strong> 51


SUSTENTABILIDADE<br />

NÚMERO DE RPPNS’S<br />

DOBRA EM QUASE<br />

15 ANOS<br />

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Rppns’s (Reserva Particular do Patrimônio<br />

Natural) é uma alternativa sustentável para<br />

as florestas brasileiras<br />

Por Lídia Ferreira<br />

Fotos: REFERÊNCIA<br />

Abril <strong>2020</strong><br />

53


SUSTENTABILIDADE<br />

Após 14 anos do Decreto nº 5.746, que regulamentou<br />

os procedimentos de criação, gestão<br />

e manejo das Rppn’s (Reservas Particulares do<br />

Patrimônio Natural), o Brasil teve um aumento<br />

estimado em quase 120% o número de áreas<br />

protegidas através da iniciativa dos proprietários particulares,<br />

uma estratégia considerada, por vários países, sustentável<br />

pela geração de renda aliada a garantia dos recursos naturais<br />

a futuras gerações.<br />

Integrante do Snuc (Sistema Nacional de Unidade de<br />

Conservação), mecanismo instituído por meio da Lei nº 9.995,<br />

de julho de 2000, as Rppn’s tem sido motivo de interesse<br />

progressivo no Brasil tanto por proprietários de florestas<br />

particulares, quanto por ambientalistas e especialistas. Em<br />

2006, o País possuía 714 reservas, o que corresponde a 530<br />

mil hectares de área de florestas particulares instituídas como<br />

Rppn. Até março de <strong>2020</strong>, o total é de 1.567 reservas que,<br />

juntas, conservam 890.459,34 hectares de áreas naturais em<br />

todos os biomas brasileiros, conforme dados da Confederação<br />

Nacional de Rppns.<br />

Os estados com mais reservas são Minas Gerais, Paraná e<br />

Rio de Janeiro, mas não há dados detalhados de cada região.<br />

De acordo o IcmBio (Instituto Chico Mendes de Conservação<br />

da Biodiversidade), órgão federal que apresenta as diretrizes<br />

para criação desta modalidade, a Rppn pode ser criada por<br />

pessoas físicas ou jurídicas, proprietárias de imóveis rurais<br />

ou urbanos com potencial para a conservação da natureza.<br />

Entre os critérios iniciais estão possuir uma área, de qualquer<br />

tamanho, que abrigue espécies de fauna e flora raras e ameaçadas<br />

de extinção ou locais com importância significativa para<br />

o ecossistema da região onde está localizada. Além disso,<br />

é essencial o compromisso dos proprietários em manter a<br />

preservação e o uso sustentável dos recursos naturais. “Não<br />

houve grandes dificuldades para a criação, o processo é longo<br />

e burocrático, mas criar uma Rppn é uma decisão acessível e<br />

recompensadora. Foram necessárias poucas adequações. A<br />

Rppn Itáytyba foi criada em uma área extensa e muito preservada.<br />

Uma das atividades mais onerosas foi cercar mais de<br />

10 milhões de metros quadrados (1.090 hectares) de reserva,<br />

entre florestas, savanas, rochas e corpos d’água”, ressalta o<br />

sócio-diretor do hotel Itáytyba Ecoturismo, Carlos Eduardo<br />

Arnt Ramos, localizada no Paraná.<br />

Como Rppn, uma área pode ser utilizada para a realização<br />

de atividades de pesquisas científicas e visitação com<br />

objetivos turísticos, recreativos e educacionais, conforme<br />

previsto no seu plano de manejo, sendo possível gerar renda<br />

econômica. O proprietário da Rppn conta com uma série de<br />

benefícios, como isenção do ITR (Imposto sobre a Propriedade<br />

Territorial Rural); prioridade na análise dos projetos pelo<br />

Fnma (Fundo Nacional do Meio Ambiente); preferência na<br />

análise de pedidos de concessão de crédito agrícola junto<br />

às instituições oficiais de crédito; além de possibilidades de<br />

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Abril <strong>2020</strong> 55


TECNOLOGIA<br />

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Abril <strong>2020</strong> 57


TECNOLOGIA<br />

MONITORAMENTO<br />

o ano inteiro<br />

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Planos de Manejo <strong>Florestal</strong> nas áreas sob<br />

concessão florestal serão monitorados<br />

através de imagens de radar<br />

Fotos: divulgação<br />

Abril <strong>2020</strong><br />

59


TECNOLOGIA<br />

I<br />

magens de radar serão utilizadas para detecção,<br />

mapeamento e monitoramento de extração seletiva<br />

de madeira nos Planos de Manejo <strong>Florestal</strong><br />

nas áreas sob concessão florestal. A iniciativa, bem<br />

como a metodologia a ser desenvolvida, faz parte<br />

de um ACT (Acordo de Cooperação Técnica) assinado entre<br />

o SFB ( Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro) e o Censipam (Centro<br />

Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia)<br />

no último mês de março.<br />

O ACT foi assinado por meio do SEI (Sistema Eletrônico<br />

de Informações), terá validade de 5 anos e ainda prevê a<br />

capacitação e transferência de conhecimento através de<br />

treinamentos e missões conjuntas de campo entre os técnicos<br />

das duas instituições envolvidas.<br />

O uso de tecnologias pelo Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro<br />

tem sido diferencial para fazer a gestão dos recursos florestais<br />

brasileiros. No entanto, as tecnologias de acesso<br />

franqueado não têm permitido o monitoramento contínuo<br />

da atividade de exploração seletiva de madeira por causa<br />

da escassez de recursos humanos e de infraestrutura adequada<br />

para realizar o processamento de imagens via satélite<br />

em grandes áreas. Essas imagens, usadas atualmente<br />

pelo Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro, possuem resolução espacial<br />

média a baixa, variando entre 5m e 30m (metros).<br />

A utilização de imagens óticas para a detecção de exploração<br />

seletiva fica bastante comprometida por causa<br />

da intensa cobertura de nuvens na região amazônica. Em<br />

2018, não foi possível fazer nenhuma imagem da Flona<br />

de Caxiuanã sem cobertura de nuvens, o que impediu a<br />

entidade de avaliar remotamente a exploração seletiva de<br />

madeira nesta área.<br />

Para o gerente de Monitoramento da Diretoria de<br />

Concessão <strong>Florestal</strong> e Monitoramento do Serviço <strong>Florestal</strong><br />

Brasileiro, José Humberto Chaves, “o sucesso no uso desta<br />

tecnologia vai permitir o monitoramento da extração<br />

seletiva da madeira em qualquer época do ano e região<br />

da Amazônia, criando condições de automação de alertas<br />

e trazendo economia no processo de monitoramento de<br />

campo.”<br />

PARCERIA<br />

Esse ACT não prevê transferência de recursos ou obrigações<br />

financeiras entre as instituições envolvidas. Ao Ser-<br />

O acordo terá validade de 5 anos<br />

e prevê a capacitação técnica<br />

nas entidades envolvidas<br />

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INTERNACIONAL<br />

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MADEIRA<br />

É PRODUTO ESSENCIAL<br />

Fotos: divulgação<br />

A Argentina, EUA (Estados Unidos da<br />

América), Itália, Canadá, Chile declararam a<br />

indústria de madeira, papel e celulose como<br />

fundamental na luta contra o Coronavírus<br />

O<br />

Departamento de Segurança Interna dos<br />

Estados Unidos declarou os produtos da<br />

indústria da madeira como uma “força de<br />

trabalho essencial”, apoiando a distribuição<br />

de produtos florestais, incluindo papel e<br />

outros produtos derivados da madeira, como a celulose.<br />

A Itália, que concedeu um prazo de 72h (horas) para<br />

todas as empresas consideradas “não essenciais” fecharem<br />

suas fábricas e a indústria de papel pode permanecer<br />

aberta. Em Ontário (Canadá), eles garantem a continuidade<br />

global de produtos florestais, como celulose, papel e<br />

madeira (a biomassa também é citada).<br />

No Chile, serão concedidas condutas seguras, buscando<br />

garantir serviços essenciais, o fornecimento e a distri-<br />

Abril <strong>2020</strong><br />

63


INTERNACIONAL<br />

buição de bens e serviços básicos, como empresas agroalimentares,<br />

produtores florestais e agrícolas e produtores<br />

de papel e celulose, papelão e produtos derivados.<br />

Na Argentina, o Ministério do Trabalho, Emprego e<br />

Seguridade Social da Argentina emitiu uma resolução para<br />

garantir que o afluxo de pessoas no transporte público diminua,<br />

assim a indústria de alimentos, sua cadeia produtiva<br />

e produtos de higiene pessoal e de limpeza continuarão<br />

a operar listado como essencial. Produtos tão variados<br />

quanto os fabricados a partir de celulose, bem como todos<br />

os lenços de papel para higiene e cuidados pessoais, como<br />

papel higiênico, lenços descartáveis, toalhas absorventes,<br />

toalhas femininas e fraldas. Além disso, papel e papelão<br />

- que também contam com celulose como matéria-prima<br />

- são usados para fazer caixas de remédios ou recipientes<br />

básicos de alimentos, uma vez que a biomassa é uma fonte<br />

de energia.<br />

MEDIDAS CONTRA A CRISE<br />

O efeito do novo coronavírus sobre a economia mundial<br />

já levou, ao menos, 45 países a agir para tentar conter<br />

os impactos sobre o emprego e a renda da população.<br />

Levantamento feito pelo Findes/Ideies mostra que o Reino<br />

Unido, por exemplo, está adiando o próximo trimestre de<br />

pagamentos de IVA, o que equivale a injetar £ 30 bilhões<br />

na economia.<br />

O Chile, suspendeu pagamentos mensais do imposto<br />

de renda corporativo pelos próximos três meses, o adiamento<br />

do pagamento do IVA pelos próximos 3 meses para<br />

todas as empresas com vendas inferiores a 350 mil UF e a<br />

antecipação da devolução de imposto de renda para PME<br />

(Pequenas e Médias Empresas).<br />

A preocupação nesses países, além da preservação da<br />

saúde da população com medidas de isolamento social, é<br />

que a redução da atividade econômica pode resultar em<br />

demissões em massa de trabalhadores, com queda na<br />

O efeito do novo coronavírus<br />

sobre a economia mundial já<br />

levou, ao menos, 45 países<br />

a agir para tentar conter os<br />

impactos sobre o emprego e<br />

a renda da população<br />

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PESQUISA<br />

MANEJO DA DENSIDADE<br />

DE PLANTAS DURANTE<br />

A PRODUÇÃO DE<br />

MUDAS EM<br />

VIVEIRO<br />

Fotos: REFERÊNCIA<br />

Experimento foi<br />

conduzido por meio<br />

da produção de<br />

mudas seminais<br />

de um híbrido de<br />

Eucalyptus urophylla<br />

x Eucalyptus grandis<br />

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Abril <strong>2020</strong> 67


PESQUISA<br />

JÚLIO CÉZAR TANNURE FARIA<br />

ENGENHEIRO FLORESTAL, MSC., DOUTORANDO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO<br />

EM ENGENHARIA FLORESTAL, UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS<br />

DALILA ARAÚJO LOPES<br />

ENGENHEIRA FLORESTAL, MESTRANDA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS E<br />

FLORESTAIS, UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO, INSTITUTO DE FLORESTAS<br />

GUSTAVO BASTOS LYRA<br />

METEOROLOGISTA, DR., PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E FLORESTAIS,<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO, INSTITUTO DE FLORESTAS<br />

HYRANDIR CABRAL DE MELO<br />

ENGENHEIRO AGRÔNOMO, DR., PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE BOTÂNICA,<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS<br />

LUCAS AMARAL DE MELO<br />

ENGENHEIRO FLORESTAL, DR., PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS,<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS<br />

RESUMO<br />

O<br />

objetivo do estudo foi otimizar a densidade<br />

de plantas em canteiro durante a<br />

produção de mudas em tubetes. Para isso,<br />

o experimento foi conduzido por meio da<br />

produção de mudas seminais de um híbrido<br />

de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis, composto<br />

por sete tratamentos e quatro repetições de 70 plantas<br />

por parcela. Cada tratamento consistiu na redução da densidade<br />

de mudas no canteiro pela metade em diferentes<br />

momentos durante o processo de produção. As mudas<br />

foram produzidas em tubetes de polipropileno com 55 cm³<br />

(centímetros cúbicos) de capacidade volumétrica. As reduções<br />

de densidade foram realizadas aos 30, 45, 60, 75, 90,<br />

105 ou 120 dias após a semeadura. A fim de ter subsídios<br />

para otimizar o manejo da densidade de plantas durante<br />

a produção de mudas, foram conduzidas determinações<br />

do índice de área foliar aos 100 dias após a semeadura e,<br />

foram realizadas avaliações das características altura da<br />

parte aérea, diâmetro do coleto, relação altura/diâmetro,<br />

massa seca da parte aérea, massa seca do sistema radicular,<br />

massa seca total, relação massa seca aérea/radicular<br />

e índice de Dickson de 20 plantas por parcela, ao fim do<br />

ciclo de produção, aos 120 dias. Com base nos resultados,<br />

verifica-se que a redução da densidade realizada em diferentes<br />

momentos altera as características de crescimento<br />

das mudas, e que, considerando um ciclo de produção de<br />

120 dias, recomenda-se a redução da densidade pela metade<br />

entre os 60 e 75 dias após a semeadura, uma vez que<br />

para todas as características avaliadas, este foi o intervalo<br />

de tempo que propiciou melhores características às mudas<br />

produzidas.<br />

INTRODUÇÃO<br />

A partir dos anos 2000, o crescimento da demanda<br />

por produtos florestais direcionou a área de silvicultura a<br />

desenvolver e aperfeiçoar técnicas que ampliem sua produtividade<br />

econômica/ambiental (Xavier; Silva, 2010). No<br />

Brasil, a maior parte dos produtos de origem silvicultural é<br />

oriunda dos povoamentos florestais do gênero Eucalyptus.<br />

A grande escala de produção do Eucalyptus sp. na composição<br />

de povoamentos florestais no país ocorre devido<br />

ao crescimento das demandas nos setores industriais do<br />

segmento de papel e celulose, associado as suas características<br />

desejáveis de produção, como rápido crescimento,<br />

boa adaptabilidade às condições edafoclimáticas, que proporcionam<br />

ciclos de corte curtos quando comparado com<br />

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Abril <strong>2020</strong> 69


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Abril <strong>2020</strong> 71


AGENDA<br />

AGENDA<strong>2020</strong>/2121<br />

JUNHO<br />

<strong>2020</strong><br />

Imagem: reprodução<br />

GALIFOREST ABANCA<br />

25 a 27<br />

Boqueixón (Espanha)<br />

http://www.galiforest.com/<br />

SETEMBRO<br />

<strong>2020</strong><br />

JUNHO<br />

<strong>2020</strong><br />

GALIFOREST ABANCA<br />

Monográfico <strong>Florestal</strong> Internacional para el Sur de Europa<br />

Galiforest é um salão especializado no setor florestal que<br />

tem como objetivo servir de cenário para o intercâmbio<br />

de conhecimentos entre profissionais e potenciar a inovação<br />

e oportunidades de negócio entre as empresas do<br />

setor. Novidades e tendências em exploração florestal e<br />

aproveitamento da biomassa são os destaques.<br />

Feicon Batimat<br />

15 a 18<br />

São Paulo (SP)<br />

https://www.feicon.com.br/<br />

Florestas Online <strong>2020</strong><br />

19 a 23<br />

(MT)<br />

www.florestasonline.com.br<br />

OUTUBRO<br />

<strong>2020</strong><br />

NOVEMBRO<br />

<strong>2020</strong><br />

TALENTO FLORESTAL<br />

Maior evento de programas de estágio do setor florestal<br />

brasileiro chega à sua segunda edição com o objetivo<br />

de integrar os melhores estudantes com as principais<br />

empresas do setor. Os alunos dos principais cursos de<br />

Engenharia <strong>Florestal</strong> mais bem ranqueados pelo MEC<br />

são selecionados para conhecer o trabalho desenvolvido<br />

por renomadas empresas de base florestal.<br />

Imagem: reprodução<br />

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Disco de corte para Feller<br />

AGENDA<strong>2020</strong>/2021<br />

• Discos de corte com encaixe para<br />

utilização de até 18 ferramentas<br />

• Diâmetro externo e encaixe central<br />

de acordo com o padrão da máquina<br />

NOVEMBRO<br />

<strong>2020</strong><br />

Detalhe de encaixe para<br />

ferramentas de 4 lados<br />

Talento <strong>Florestal</strong><br />

17 a e 19<br />

Curitiba (PR)<br />

https://www.talentoflorestal.com.br<br />

• Discos de corte para Feller<br />

conforme modelo ou amostra<br />

• Discos especiais<br />

• Pistões hidráulicos<br />

(fabricação e reforma)<br />

• Usinagem de médio e grande porte<br />

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2021<br />

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19 a 21<br />

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SETEMBRO<br />

2021<br />

Simpos 2021<br />

23 a 25<br />

Curitiba (PR)<br />

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Abril <strong>2020</strong><br />

73


ESPAÇO ABERTO<br />

Foto: divulgação<br />

Accountability:<br />

A COMPETÊNCIA<br />

PARA CRISE<br />

Por Sérgio Ferreira,<br />

Consultor de gestão, palestrante, mentor de<br />

executivos e conselheiro formado pelo Ibgc. Foi<br />

executivo da Cargill, Michelin, Case New Holland,<br />

Nissan e Chrysler<br />

Foto: divulgação<br />

Por que será que em momentos<br />

de crise algumas empresas,<br />

muitas vezes da mesma indústria,<br />

conseguem obter sucesso,<br />

enquanto a maioria padece?<br />

74 www.referenciaflorestal.com.br<br />

N<br />

ão é segredo ou novidade que estamos vivendo um<br />

momento de crise, por isso essa não será a pauta deste<br />

artigo. Não vou falar sobre a crise, mas sim sobre<br />

a forma como nós, gestores, reagimos, seja ela uma<br />

crise macroeconômica, como a que estamos enfrentando<br />

ou até mesmo uma crise na sua empresa ou departamento.<br />

Por que será que em momentos de crise algumas empresas,<br />

muitas vezes da mesma indústria, conseguem obter sucesso, enquanto<br />

a maioria padece?<br />

O grande diferencial destas empresas, entre outros fatores, é a<br />

presença de uma liderança accountable. Como Stephen Covey diz,<br />

nós não somos resultado das circunstâncias, mas sim resultado das<br />

nossas decisões. São em momentos de crise, como os que estamos<br />

vivendo, que conseguimos diferenciar com facilidade os gestores<br />

que são ou não accountable com base nas suas decisões e nas ações<br />

da sua equipe.<br />

Accountability é uma virtude do ser humano, uma palavra que,<br />

infelizmente, não tem tradução direta para o português, mas significa<br />

pegar para si a responsabilidade e gerar respostas com resultados.<br />

Portanto, um gestor accountable é aquele que em um momento de<br />

crise não deposita as responsabilidades pelos seus resultados nas<br />

condições externas (ou pior ainda, na sua equipe!), é aquele que<br />

decide inovar, fazer diferente, ousar e mesmo na crise alcançar e<br />

superar suas metas.<br />

O gestor, para superar uma crise, independente do seu tamanho<br />

e impacto, precisa desenvolver a sua Accountability Pessoal e disseminar<br />

essa virtude entre os membros da sua equipe. Um gestor e<br />

uma equipe accountable são capazes de superar todos os tipos de<br />

crise, pois sua postura é sempre a de buscar caminhos para gerar resultados<br />

e não desculpas para se esquivar da responsabilidade.<br />

Pode até parecer óbvio quando dito em um texto que devemos<br />

assumir a responsabilidade e buscar maneiras de gerar resultados,<br />

no lugar de apontar culpados e gerar desculpas. Porém, na prática<br />

isso não acontece, afinal, o que mais ouvimos nos corredores das<br />

empresas são desculpas e pessoas transferindo a culpa dos resultados<br />

ruins para o momento de crise.<br />

O primeiro passo para virar o jogo e iniciar o processo de desenvolvimento<br />

de uma Cultura de Accountability é eliminar o hábito de<br />

dar e aceitar desculpas. Os gestores precisam ser exemplo de conduta,<br />

não dar e não aceitar desculpas da sua equipe.<br />

Eliminar o hábito de dar desculpas não é uma missão simples<br />

ou fácil, porém, é necessária. Imagine sua equipe investindo a mesma<br />

energia que gasta para desenvolver desculpas ou para buscar<br />

culpados para gerar soluções? Frases como: “Eu não sabia”, “Não é<br />

a minha função”, “Já estava assim quando cheguei” não devem ser<br />

toleradas, e sim substituídas por análises, como: “O que eu poderia<br />

fazer?”, “Como posso mudar ou melhorar isso?”, “Como posso ajudar?”,<br />

entre outras.<br />

A transformação deve começar pelo gestor e ser disseminada<br />

para sua equipe. Estamos em um momento mais do que oportuno<br />

para rever a nossa postura frente a crise e buscar na adversidade<br />

maneiras de nos superarmos e atingirmos resultados excepcionais.<br />

E você, de qual lado está: dos que culpam a crise ou dos que<br />

buscam alternativas para conquistar resultados?


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