EXAME Maio 2020
Na conjuntura desafiante que atravessamos todos temos que aprender a viver com o vírus. E de preferência com um sorriso na cara. Nesta edição apresentamos na área de inovação uma estratégia para o tele-trabalho e noutro artigo o seu enquadramento legal. Ao nível global reforçámos a nossa cobertura sobre o continente africano, sem esquecer o que se passa ao nível dos outros países. Na guerra contra o vírus, todas as experiências são relevantes.
Na conjuntura desafiante que atravessamos todos temos que aprender a viver com o vírus. E de preferência com um sorriso na cara. Nesta edição apresentamos na área de inovação uma estratégia para o tele-trabalho e noutro artigo o seu enquadramento legal. Ao nível global reforçámos a nossa cobertura sobre o continente africano, sem esquecer o que se passa ao nível dos outros países. Na guerra contra o vírus, todas as experiências são relevantes.
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BAZARKETING<br />
THIAGO FONSECA<br />
Sócio e director de Criação da Agência GOLO.<br />
PCA Grupo LOCAL de Comunicação SGPS, Lda<br />
ERA UMA VEZ<br />
ERA UMA VEZ O<br />
MARKETING COMO<br />
O CONHECÍAMOS<br />
Era uma vez uma era que já era.<br />
Era uma vez uma outra que está<br />
a começar. “Era uma vez”, no storytelling,<br />
é a forma clássica de como se começam<br />
a escrever e a contar estórias.<br />
E há uma nova que está a ser escrita neste<br />
momento tão especial que estamos a<br />
viver na História da Humanidade e do<br />
nosso planeta.<br />
O mais importante para as marcas é a<br />
estória que elas nos vão contar.<br />
Tudo já está a mudar. E o que está a<br />
acontecer vai moldar por gerações o<br />
mundo e a forma como fazíamos as coisas.<br />
Como vivíamos. E, claro, vai mudar<br />
o marketing, a comunicação e as marcas.<br />
Era uma vez as certezas.<br />
Era uma vez as fórmulas.<br />
Era uma vez tudo o que se dava por<br />
garantido.<br />
Era uma vez os produtos supérfluos.<br />
Era uma vez quem achava que as coisas<br />
se faziam apenas de certa maneira.<br />
Espero que possamos todos aprender<br />
grandes lições com tudo o que se está a<br />
passar neste momento.<br />
Espero que as próximas gerações falem<br />
da nossa com orgulho.<br />
Espero que se faça o que está certo e, se<br />
agirmos agora, era uma vez tudo o que<br />
estava errado.<br />
ERA UMA VENDA<br />
Era uma vez as empresas cujo único propósito<br />
das suas marcas é vender.<br />
Novas estórias surgirão e as marcas<br />
que vão vencer nesta fase e no futuro<br />
são as que tiverem o propósito de fazer<br />
o bem maior. E exercerem esse propósito<br />
com acções.<br />
Não se devem tomar decisões baseadas<br />
no valor em queda das acções das<br />
empresas nas bolsas de valores, mas nos<br />
valores mais importantes para a raça humana<br />
e o planeta.<br />
O mundo inteiro está a assistir a tudo<br />
como nunca. A ver quem é quem. E a<br />
colocar um grande desafio, que consiste<br />
em questionar o verdadeiro propósito<br />
das marcas.<br />
Muitas marcas têm a componente de<br />
responsabilidade social como uma pequena<br />
parte da sua actividade. Agora,<br />
esta será a componente mais importante<br />
para todas as marcas que quiserem ser<br />
admiradas e líderes pois terão laços mais<br />
fortes e emocionais com os consumidores.<br />
No fundo, era uma vez o marketing<br />
como o conhecíamos.<br />
Enquanto estamos todos de cara tapada,<br />
mas com os olhos bem abertos, é o<br />
momento de as marcas mostrarem a sua<br />
verdadeira cara e se reinventarem para<br />
praticar o bem maior. São essas que crescerão<br />
e se posicionarão sólidas a longo<br />
prazo.<br />
A Coca-Cola, a maior marca do século<br />
xx, já lançou a sua campanha global.<br />
“A message to the human race.” E lançou<br />
bem. A sua mensagem de prevenção<br />
emociona e cria laços emocionais com a<br />
marca independente da forma que o seu<br />
produto vier a ser no futuro.<br />
Estudos recentes mostram que a televisão<br />
de sinal aberto atingiu o seu pico<br />
maior de sempre.<br />
As pessoas estão atentas aos telejornais<br />
globais, mas sobretudo aos locais.<br />
As gerações mais novas, na casa dos vinte<br />
anos, não viam o telejornal. Era coisa<br />
dos mais velhos essa rotina. Esse hábito.<br />
Neste momento, fechados em casa,<br />
os jovens estão a ver. Querem saber o<br />
desenvolvimento da pandemia. Estão<br />
sedentos de informação. E, ao fazê-lo,<br />
criarão esse hábito que fica para o futuro.<br />
E teremos uma geração de novos telespectadores<br />
que não existia.<br />
ERA UMA VEZ A FORMA COMO CON-<br />
SUMIMOS OS MEDIA<br />
Segue-se à televisão, localmente em Moçambique,<br />
a rádio, as redes sociais e os<br />
38 | Exame Moçambique