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Revista VOi 177

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Paixão<br />

pelo desenho<br />

Os filhos não aprendem com as falas dos pais, mas vendo o que<br />

eles fazem. Quem concorda com essa frase é o caricaturista e chargista<br />

Ademir Paixão, mais conhecido apenas como Paixão. Ele acompanhou o crescimento dos filhos sempre desenhando ao seu lado<br />

enquanto ele trabalhava. Seja em casa ou no jornal, lá estavam eles rabiscando os primeiros desenhos.<br />

“Eu não ficava pedindo para eles desenharem, eles queriam ficar o tempo todo desenhando comigo”, lembra Paixão, ao se referir<br />

aos filhos Guilherme Valadares Paixão, 31 anos, e Betina Paixão. Guilherme fez faculdade de Design Gráfico e de Produto e Betina<br />

vai estudar Efeitos Visuais para Filmes e Animações, no Japão. Paixão lembra que os dois queriam ficar o tempo todo com ele, mesmo<br />

enquanto estava trabalhando. Paixão conta que a única vez que falou para Guilherme fazer um desenho foi quando pediu que<br />

fizesse um para ser publicado na Gazetinha, caderno infantil do jornal que Paixão trabalhava. Guilherme na época tinha sete anos e<br />

escolheu desenhar uma Harley Davidson. “Este desenho está igualzinho tatuado no meu braço”, orgulha-se Paixão.<br />

Hoje Guilherme atua profissionalmente como ilustrador. Já são 13 anos de atuação. Chegou a trabalhar no mesmo jornal que o<br />

pai, ainda resistente em aceitar a proposta. “Sempre senti pressão das pessoas. Os amigos e colegas de trabalho do meu pai quando<br />

me conheciam, já perguntavam se tinha dom para desenhar.” Enfim, Guilherme aceitou o trabalho. Começou como estagiário<br />

e depois foi contratado, diagramava o jornal, fazia tratamento de imagens, mas não demorou muito para surgirem os convites para<br />

fazer alguma ilustração. Hoje com mais experiência e ligado às tecnologias dentro da área de ilustração, Guilherme se libertou de se<br />

incomodar com as cobranças e comparações.<br />

“Cada um de nós tem traços diferentes. O mercado é muito grande, atuo também como designer de produtos e nossos estilos e<br />

técnicas são bem diferentes. Fui conquistando meu espaço aos poucos, pressão e comparação sempre vão ter”, se conforma.<br />

Guilherme não poupa elogios ao pai. “Está sempre bem-humorado e vê a vida de uma outra perspectiva, até os momentos<br />

difíceis viram piada.” Guilherme destaca que é uma pessoa que tem humor, sabe o que é levar uma vida leve, sempre vendo o lado<br />

bom das coisas, rindo, se divertindo e contando histórias. Como profissional, Guilherme destaca a humildade do pai. “Mesmo sendo<br />

um dos chargistas mais renomados do país, ele é modesto. Inclusive na vida ele nos ensina sempre que temos que ser humildes, não<br />

somos menores e nem maiores do que ninguém.”<br />

A maior qualidade apontada por Guilherme do trabalho do seu pai é o capricho e a dedicação total em fazer com que aquela<br />

tarefa que recebemos seja feita da melhor maneira possível. “Levo isso como um norte na minha vida em tudo que faço.”<br />

Ilustração: Guilherme Paixão<br />

Foto: divulgação

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