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Jornal Bem Estar Santa Cruz Setembro de 2020

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5 • Nº 102 • <strong>Setembro</strong> <strong>2020</strong> • Nosso <strong>Bem</strong> <strong>Estar</strong><br />

A primavera, <strong>de</strong>spertar do inverno, neste <strong>2020</strong> chega com<br />

ingredientes bastante concretos para se tornar um<br />

marco na vida <strong>de</strong> quem <strong>de</strong> fato se importa com a vida.<br />

<strong>de</strong>s sociais e, semanas <strong>de</strong>pois, <strong>de</strong>scartar<br />

planta, vaso e tudo o mais na lixeira.<br />

Vazios <strong>de</strong> conhecimento e <strong>de</strong> orientação,<br />

compramos plantas erradas para<br />

as nossas necessida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>sconhecemos<br />

as necessida<strong>de</strong>s das plantas que levamos<br />

para casa.<br />

Resultado: as plantinhas adquiridas<br />

conforme esse script geralmente morrem.<br />

Seja por carência ou por excesso<br />

<strong>de</strong> sol, seja por regas incorretas, muitas<br />

não resistem trocar estufas profissionais<br />

para enfeitar nossa estante.<br />

RELAÇÕES VERDES<br />

As plantas começam, lentamente,<br />

a galgar o Olimpo <strong>de</strong>stinado a todos<br />

os seres vivos. A maioria <strong>de</strong> nós ainda<br />

está longe <strong>de</strong> dispensar às plantas da<br />

sala tratamento equivalente ao oferecido<br />

ao cãozinho, ao gato, ao peixe da família.<br />

Mas estamos melhorando.<br />

Buscar orientação é o primeiro e<br />

maior pulo-do-gato para interromper a<br />

cruel rotina <strong>de</strong> comprar-<strong>de</strong>scartar plantas.<br />

Meio ano <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia proporcionou<br />

reflexões sobre nossas relações com<br />

o ver<strong>de</strong>. Não é novida<strong>de</strong>. Alguns movimentos<br />

ganham força e se consolidam<br />

abrindo cabeças que <strong>de</strong>fendam as plantas<br />

como seres vivos, que <strong>de</strong> fato são.<br />

O movimento Cegueira Botânica,<br />

por exemplo, incentiva o consumo<br />

consciente.“A botânica está presente<br />

no dia-a-dia e não nos damos conta.<br />

Tudo o que a gente faz/vive tem algo<br />

<strong>de</strong> botânica. Mas a nossa cegueira gera<br />

uma incompreensão sobre a importância<br />

das plantas no ciclo da vida”, disse<br />

recentemente numa live do Atelier Flor<br />

<strong>de</strong> Arte (@flor<strong>de</strong>arte) a acadêmica <strong>de</strong><br />

Biologia da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Caxias do<br />

Sul, Julia Dani, mentora do Orquí<strong>de</strong>a <strong>de</strong><br />

Darwin (@orqui<strong>de</strong>addarwin), canal no<br />

YouTube que aborda o assunto.<br />

Solução? Segundo os especialistas,<br />

é preciso investir em educação ambiental,<br />

notadamente nos ensinos fundamental<br />

e médio.<br />

O tema não se restringe aos indivíduos.<br />

O movimento Cegueira Botânica<br />

interfere/restringe nas políticas públicas<br />

ambientais, especialmente nas relacionadas<br />

à biodiversida<strong>de</strong>.<br />

A primavera, <strong>de</strong>spertar do inverno,<br />

neste <strong>2020</strong> chega com ingredientes<br />

bastante concretos para se tornar um<br />

marco na vida <strong>de</strong> quem <strong>de</strong> fato se importa<br />

com a vida.<br />

GILBERTO BLUME é paisagista e jornalista<br />

Os cegos<br />

expressão Cegueira Botânica,<br />

A ou Cegueira Vegetal, foi cunhada<br />

em 1998 pelos botânicos e educadores<br />

Elisabeth Schussler e James<br />

Wan<strong>de</strong>rsee.<br />

“Segundo os autores, as pessoas com<br />

tal cegueira po<strong>de</strong>m apresentar as seguintes<br />

características: dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

perceber as plantas no seu cotidiano;<br />

enxergar as plantas como apenas<br />

cenários para a vida dos animais; incompreensão<br />

das necessida<strong>de</strong>s vitais<br />

das plantas; ignorar a importância<br />

das plantas nas ativida<strong>de</strong>s diárias; dificulda<strong>de</strong><br />

para perceber as diferenças<br />

<strong>de</strong> tempo entre as ativida<strong>de</strong>s dos animais<br />

e das plantas; não vivenciar experiências<br />

com as plantas da sua região;<br />

não saber explicar o básico sobre<br />

as plantas da sua região; não perceber<br />

a importância central das plantas<br />

para os ciclos biogeoquímicos; não<br />

perceber características únicas das<br />

plantas, tais como adaptações, coevolução,<br />

cores, dispersão, diversida<strong>de</strong>,<br />

perfumes etc”, <strong>de</strong>screveu em 2018<br />

no site Botânica Online, a professora<br />

Doutora do Departamento <strong>de</strong> Botânica<br />

do Instituto <strong>de</strong> Biociências da Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> São Paulo Suzana Ursi.<br />

PROSTOOLEH/FREEPIK/BE<br />

MERT GULLER/UNSPLASH/BE

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