Revista Analytica 109
Revista Analytica Edição 109
Revista Analytica Edição 109
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
A NOVA CADEIA NACIONAL DE RASTREABILIDADE<br />
DA UNIDADE DE COMPRIMENTO, O METRO<br />
Por Ivan Luiz Marques Silva, Walter Oliveira Junior, Miguel Angelo Catharina Torres.<br />
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Diretoria de Metrologia Científica e Tecnologia (Dimci), Divisão de Metrologia Óptica (Diopt)<br />
Metrologia<br />
Introdução<br />
Dentro do conjunto de competências<br />
da Divisão de Metrologia Óptica<br />
(Diopt) do Inmetro encontra-se a<br />
responsabilidade de realizar a unidade<br />
da grandeza comprimento, o<br />
metro, em conformidade com o Sistema<br />
Internacional de Unidades (SI),<br />
através da manutenção da cadeia<br />
de rastreabilidade ao padrão primário.<br />
A disseminação da unidade aos<br />
clientes externos, assim como o desenvolvimento<br />
de pesquisas na área<br />
de Metrologia Óptica, são atividades<br />
realizadas pelo Laboratório de Interferometria,<br />
o Laint.<br />
No ano de 1795 (18 Germinal An.<br />
III) foi promulgada a lei relativa<br />
aos pesos e medidas adotando o<br />
sistema métrico na França [1].<br />
Em 1960, com a adoção do SI em<br />
consequência do 11º encontro do<br />
Conferencia Geral de Pesos e Medidas<br />
(CGPM), ocorreu a primeira<br />
grande mudança de paradigma na<br />
definição da unidade metro, que<br />
deixou de ser realizado através de<br />
um artefato material e passou a<br />
ser definido através da medida do<br />
comprimento de onda da transição<br />
5d5 - 2p10 do 86Kr. Em 1983, o<br />
17º encontro do CGPM adotou uma<br />
nova definição do metro como função<br />
da velocidade da luz no vácuo,<br />
fixada em exatos 299 792 458 m/s<br />
[2], vinculando, desta maneira, a<br />
unidade metro (comprimento) a<br />
unidade segundo (tempo). Esta<br />
nova definição permite a determinação<br />
do comprimento de onda<br />
da radiação, no vácuo, através da<br />
medida de sua frequência, sem<br />
perda de exatidão [3]. Simultaneamente<br />
ao 17º encontro do CGPM,<br />
o Comité International des Poids<br />
et Mesures (CIPM) propôs uma lista<br />
de radiações que poderiam ser<br />
utilizadas para a realização pratica<br />
do metro, conhecida como Mise en<br />
Pratique (MeP) [4]. Dentre as radiações<br />
elencadas esta a radiação<br />
do laser de HeNe, estabilizado na<br />
componente a16 da transição hiperfina<br />
R(127) 11-5 da molécula<br />
do 127I2 e radiações especificas<br />
emitidas por lâmpadas espectrais<br />
de 86Kr e 114Cd, utilizadas como<br />
padrões de comprimento em sistemas<br />
interferométricos do Laint.<br />
Desde a década de 1980 as lâmpadas<br />
espectrais vêm sendo gradualmente<br />
substituídas por lasers<br />
estabilizados como padrões de<br />
comprimento nos sistemas interferométricos.<br />
Com o objetivo de dotar<br />
a Divisão de Metrologia Óptica de<br />
ferramentas que permitam acompanhar<br />
a dinâmica de evolução de nosso<br />
parque industrial, iniciou-se no<br />
ano de 2010, com a incorporação do<br />
Pente de Frequências Ópticas (Pente<br />
Laser), o processo de substituição<br />
das lâmpadas espectrais, dos nossos<br />
sistemas interferométricos, por<br />
radiações laser. Este processo culminou<br />
com a adoção de uma nova<br />
cadeia de rastreabilidade, vinculada<br />
à unidade de tempo do SI, conforme<br />
apresentado na figura 1.<br />
O Pente Laser e a nova cadeia<br />
de rastreabilidade<br />
Através dos serviços de calibração<br />
de lasers de HeNe estabilizados em<br />
633 nm, de calibração de blocos<br />
padrão, pares de bloco e planeza,<br />
oferecidos pelo Laint aos seus<br />
clientes, é realizada a disseminação<br />
da unidade metro. Entretanto,<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />
37