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Revista Analytica 109

Revista Analytica Edição 109

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<strong>Revista</strong><br />

Ano 18 - Edição <strong>109</strong> - Out/Nov 2020<br />

EDITORIAL<br />

Muito prazer caro leitor,<br />

Meu nome é Luciene Almeida, sou a nova editora da revista e com grande satisfação passo a fazer parte<br />

da equipe editorial da <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong>.<br />

Nosso querido João Gabriel de Almeida a partir de agora inicia uma nova etapa em sua vida profissional e<br />

a ele agradecemos por todo empenho enquanto esteve conosco e lhe desejamos muito sucesso.<br />

Na edição <strong>109</strong> da revista, você encontrará artigos científicos abordando os bacteriófagos na indústria dos<br />

alimentos e a avaliação do monitoramento do cromo nas águas superficiais do reservatório Billings.<br />

Temos acompanhado diariamente os desdobramentos desta crise sem precedentes e após esses longos<br />

oito meses os dados ainda indicam um cenário crítico no país e no mundo. Diante disso, permaneceremos<br />

focados mantendo nosso compromisso com todos vocês leitores, ansiosos para anunciar que a nossa<br />

vacina chegou.<br />

Desejo a todos uma ótima leitura!<br />

Luciene Almeida<br />

Fale com a gente<br />

Comercial | Para Assinaturas | Renovação | Para Anunciar:<br />

Daniela Faria | 11 98357-9843 | assinatura@revistaanalytica.com.br<br />

Tel.: 11 3900-2390 | Dúvidas, críticas e ou sugestões, entre em<br />

contato, teremos prazer em atendê-lo.<br />

Para novidades na área de instrumentação analítica, controle<br />

de qualidade e pesquisa, acessem nossas redes sociais:<br />

/<strong>Revista</strong><strong>Analytica</strong><br />

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Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />

FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS<br />

Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da Editora.<br />

EXPEDIENTE<br />

Realização: Newslab Editora<br />

Conselho Editorial: Sylvain Kernbaum | revista@revistaanalytica.com.br<br />

Jornalista Responsável: Luciene Almeida | editoria@revistaanalytica.com.br<br />

Publicidade e Redação: Daniela Faria | 11 98357-9843 | assinatura@revistaanalytica.com.br<br />

Coordenação de Arte: FC DESIGN - contato@fcdesign.com.br<br />

Impressão: Gráfica Mundo | Periodicidade: Bimestral


<strong>Revista</strong><br />

Ano 18 - Edição <strong>109</strong> - Out/Nov 2020<br />

ÍNDICE<br />

01<br />

06<br />

Editorial<br />

Publique na <strong>Analytica</strong><br />

Artigo 1<br />

08<br />

APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PAMQUÁ®<br />

PARA AVALIAÇÃO DO MONITORAMENTO<br />

DO CROMO NAS ÁGUAS SUPERFICIAIS DO<br />

RESERVATÓRIO BILLINGS<br />

Autores: Gustavo Pereira Siqueira, Renata Bazante Rodrigues.<br />

2<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

Artigo 2<br />

18<br />

BACTERIÓFAGOS NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS<br />

OS VÍRUS COMO AUXILIARES NO BIOCONTROLE<br />

DE BACTÉRIAS PATOGÊNICAS E DETERIORANTES<br />

Autora: Leidiane A. Acordi Menezes<br />

23<br />

28<br />

31<br />

34<br />

37<br />

40<br />

41<br />

Análise de Minerais<br />

Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação<br />

Espectrometria de Massa<br />

Microbiologia<br />

Metrologia<br />

Logística Laboratorial<br />

Em Foco


<strong>Revista</strong><br />

Ano 18 - Edição <strong>109</strong> - Out/Nov 2020<br />

ÍNDICE REMISSIVO DE ANUNCIANTES<br />

ordem alfabética<br />

Anunciante pág. Anunciante pág.<br />

Ansell<br />

2ª Capa<br />

BCQ<br />

4ª Capa<br />

Bio Scie 39<br />

CMS 7<br />

Greiner 51<br />

Kasvi 9<br />

Laborclin 19<br />

Las do Brasil 49<br />

Nova Analitica 3<br />

Prime Cargo<br />

3ª Capa<br />

Veolia 26-27<br />

4<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />

FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS<br />

Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da Editora.<br />

Conselho Editorial<br />

Carla Utecher, Pesquisadora Científica e chefe da seção de controle Microbiológico do serviço de controle de Qualidade do I.Butantan - Chefia Gonçalvez Mothé, Prof ª Titular<br />

da Escola de Química da Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Elisabeth de Oliveira, Profª. Titular IQ-USP - Fernando Mauro Lanças, Profª. Titular<br />

da Universidade de São Paulo e Fundador do Grupo de Cromatografia (CROMA) do Instituto de Química de São Carlos - Helena Godoy, FEA / Unicamp - Marcos E berlin, Profª<br />

de Química da Unicamp, Vice-Presidente das Sociedade Brasileira de Espectrometria de Massas e Sociedade Internacional de Especteometria de Massas - Margarete Okazaki,<br />

Pesquisadora Cientifica do Centro de Ciências e Qualidade de Alimentos do Ital - Margareth Marques, U.S Pharmacopeia - Maria Aparecida Carvalho de Medeiros, Profª. Depto.<br />

de Saneamento Ambiental-CESET/UNICAMP - Maria Tavares, Profª do Instituto de Química da Universidade de São Paulo - Shirley Abrantes Pesquisadora titular em Saúde Pública<br />

do INCQS da Fundação Oswaldo Cruz - Ubaldinho Dantas, Diretor Presidente de OSCIP Biotema, Ciência e Tecnologia, e Secretário Executivo da Associação Brasileira de Agribusiness.<br />

Colaboraram nesta Edição:<br />

Eduardo Pimenta Almeida de Melo, Luciano Nascimento, Anastasiia Melnyk, Oliveira ML, Pereira AS, Rodrigues KM, França RF, Assis IB, Arena Técnica,<br />

Oscar Vega Bustillos, Américo Tristão, Claudio Kiyoshi Hirai.


Agenda<br />

agenda<br />

Em função da pandemia do Covid-19, e acompanhando os<br />

desdobramentos da crise, decretos e posicionamentos dos<br />

governos, os eventos presenciais agendados para o período<br />

Outubro e Novembro estão cancelados.<br />

Comprometidos em não propagar informações equivocadas,<br />

não haverá seção Agenda na <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> Ed <strong>109</strong> e<br />

recomendamos que os interessados em participar de eventos<br />

consultem nosso site durante esse período para se informar<br />

sobre apresentações digitais como webinars e outras<br />

alternativas que estão sendo oferecidas pelas empresas.<br />

Mantenha-se informado em nosso site e em nossas redes sociais.<br />

Agradecemos a compreensão de todos,<br />

Equipe <strong>Analytica</strong>.<br />

Para novidades na área de instrumentação analítica, controle de<br />

qualidade e pesquisa, acessem nossas redes sociais:<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

5


<strong>Revista</strong><br />

Ano 18 - Edição <strong>109</strong> - Out/Nov 2020<br />

PUBLIQUE NA ANALYTICA<br />

Normas de publicação para artigos e informes assinados<br />

A <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong>, em busca constante de novidades em divulgação científica, disponibiliza abaixo as normas para publicação de artigos, aos<br />

autores interessados. Caso precise de informações adicionais, entre em contato com a redação.<br />

Informações aos Autores<br />

Bimestralmente, a revista <strong>Analytica</strong> publica<br />

editoriais, artigos originais, revisões, casos<br />

educacionais, resumos de teses etc. Os editores<br />

levarão em consideração para publicação toda<br />

e qualquer contribuição que possua correlação<br />

com as análises industriais, instrumentação e o<br />

controle de qualidade.<br />

Todas as contribuições serão revisadas e analisadas<br />

pelos revisores.<br />

Os autores deverão informar todo e qualquer<br />

conflito de interesse existente, em particular<br />

aqueles de natureza financeira relativo<br />

a companhias interessadas ou envolvidas em<br />

produtos ou processos que estejam relacionados<br />

com a contribuição e o manuscrito<br />

apresentado.<br />

Acompanhando o artigo deve vir o termo<br />

de compromisso assinado por todos os autores,<br />

atestando a originalidade do artigo, bem<br />

como a participação de todos os envolvidos.<br />

Os manuscritos deverão ser escritos em português,<br />

mas com Abstract detalhado em inglês.<br />

O Resumo e o Abstract deverão conter as<br />

palavras-chave e keywords, respectivamente.<br />

As fotos e ilustrações devem preferencialmente<br />

ser enviadas na forma original, para<br />

uma perfeita reprodução. Se o autor preferir<br />

mandá-las por e-mail, pedimos que a resolução<br />

do escaneamento seja de 300 dpi’s, com<br />

extensão em TIF ou JPG.<br />

Os manuscritos deverão estar digitados e enviados<br />

por e-mail, ordenados em título, nome<br />

e sobrenomes completos dos autores e nome<br />

da instituição onde o estudo foi realizado.<br />

Além disso, o nome do autor correspondente,<br />

com endereço completo fone/fax e e-mail<br />

também deverão constar. Seguidos por resumo,<br />

palavras-chave, abstract, keywords, texto<br />

(Ex: Introdução, Materiais e Métodos, Parte<br />

Experimental, Resultados e Discussão, Conclusão)<br />

agradecimentos, referências bibliográficas,<br />

tabelas e legendas.<br />

As referências deverão constar no texto com o<br />

sobrenome do devido autor, seguido pelo ano<br />

da publicação, segundo norma ABNT 10520.<br />

As identificações completas de cada referência<br />

citadas no texto devem vir listadas no fim,<br />

com o sobrenome do autor em primeiro lugar<br />

seguido pela sigla do prenome. Ex.: sobrenome,<br />

siglas dos prenomes. Título: subtítulo do<br />

artigo. Título do livro/periódico, volume, fascículo,<br />

página inicial e ano.<br />

Evite utilizar abstracts como referências. Referências<br />

de contribuições ainda não publicadas<br />

deverão ser mencionadas como “no prelo”<br />

ou “in press”.<br />

Observação: É importante frisar que a <strong>Analytica</strong> não informa a previsão sobre quando o artigo será publicado. Isso se deve ao fato que, tendo em<br />

vista a revista também possuir um perfil comercial – além do técnico cientifico -, a decisão sobre a publicação dos artigos pesa nesse sentido. Além<br />

disso, por questões estratégicas, a revista é bimestral, o que incorre a possibilidade de menos artigos serem publicados – levando em conta uma<br />

média de três artigos por edição. Por esse motivo, não exigimos artigos inéditos – dando a liberdade para os autores disponibilizarem seu material<br />

em outras publicações.<br />

6<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

ENVIE SEU TRABALHO<br />

Os trabalhos deverão ser enviados ao endereço:<br />

A/C: Luciene Almeida – Redação<br />

Av. Nove de Julho, 3.229 - Cj. 1110 - 01407-000 - São Paulo-SP<br />

Ou por e-mail: editoria@revistaanalytica.com.br<br />

Para outras informações acesse: www.revistaanalytica.com.br/publique/


Artigo 1<br />

Autores:<br />

Gustavo Pereira Siqueira1, Renata Bazante Rodrigues2.<br />

1 - Acadêmico do 8º semestre do curso de Biomedicina da Universidade Paulista – Campus: Alphaville, SP - Brasil;<br />

2 - Professora Doutora titular da Universidade Paulista – UNIP e Pesquisadora Colaboradora do Instituto de Pesquisas Energéticas<br />

e Nucleares (IPEN), SP-Brasil.<br />

Imagem Ilustrativa<br />

APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PAMQUÁ®<br />

PARA AVALIAÇÃO DO MONITORAMENTO DO CROMO NAS<br />

ÁGUAS SUPERFICIAIS DO RESERVATÓRIO BILLINGS<br />

8<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

Resumo<br />

Objetivo: Analisar de forma temporal a conformidade<br />

laboratorial dos dados do monitoramento da qualidade<br />

das águas superficiais do Reservatório Billings e aplicar<br />

a ferramenta PAMQUÁ® nos resultados analisados. Métodos:<br />

Foi feito o levantamento de dados disponibilizado<br />

mediante forma de relatórios em domínio público no<br />

âmbito de Monitoramento Anual da Qualidade das Águas<br />

do Estado de São Paulo nos pontos BILL 02100, 02900,<br />

02030 e 02500, posteriormente aplicou-se a ferramenta<br />

PAMQUÁ® nos dados referentes ao período de 2013 –<br />

2018, a fermenta tem variáveis qualitativas e quantitativas.<br />

Resultados: Verificou-se conformidade laboratorial<br />

nos resultados divulgados pela CETESB, bem como resultados<br />

positivos na análise final da ferramenta PAMQUÁ®.<br />

Conclusão: Observou-se que todos os pontos estavam em<br />

conformidade e se enquadraram na pontuação mínima,<br />

caracterizando que os níveis de cromo nas águas superficiais<br />

do reservatório estejam dentro do parâmetro definido<br />

pela Resolução 357/05 do CONAMA, o que corrobora<br />

com os resultados presentes nos relatórios da CETESB.<br />

Palavras-chave: Águas superficiais, cromo, PAMQUÁ®,<br />

Reservatório Billings.<br />

Abstract<br />

Objective: To temporarily analyze the laboratory compliance<br />

of the monitoring data of the surface water<br />

quality of the Billings Reservoir and apply the PAM-<br />

QUÁ® tool to the analyzed results. Methods: The survey<br />

of data made available in the form of a report<br />

in the public domain within the scope of the Annual<br />

Monitoring of Water Quality of the State of São Paulo<br />

was made in points BILL 02100, 02900, 02030 and<br />

02500, later the tool was applied PAMQUÁ® in the<br />

data for the period 2013 - 2018, a fermenter was<br />

has qualitative and quantitative variables. Results:<br />

Laboratory compliance was verified in the results published<br />

by CETESB, as well as positive results in the<br />

final analysis of the PAMQUÁ® tool. Conclusion: It was<br />

observed that all points were in compliance and fit<br />

the minimum score, characterizing that the levels of<br />

chromium in the surface waters of the reservoir are<br />

within the parameter defined by Resolution 357/05 of<br />

CONAMA, which corroborates with the results present<br />

in the reports of CETESB.<br />

Keywords: Surface water, chrome, PAMQUÁ®, Billings<br />

Reservoir.


Artigo 1<br />

Introdução<br />

A água é um recurso de suma importância<br />

e de valor inestimável, e<br />

um patrimônio natural estratégico<br />

para o desenvolvimento econômico,<br />

é um recurso imprescindível<br />

para a manutenção dos ciclos<br />

biológicos, geológicos e químicos<br />

que mantêm os ecossistemas em<br />

equilíbrio. Para a sociedade em<br />

particular, está diretamente envolvida<br />

aos serviços fundamentais,<br />

como abastecimento público<br />

e industrial, sanitarismo, irrigação<br />

agrícola, produção de energia elétrica,<br />

entre outros. 1,2<br />

A água ocupa, cerca de 75% da<br />

superfície da Terra, aproximadamente<br />

97,3% é composto de água<br />

salgada presente nos oceanos e<br />

mares, sendo que apenas 2,7%<br />

corresponde a água doce, situada<br />

em rios, lagos, pântanos, geleiras,<br />

águas subterrâneas e na atmosfera.<br />

Atualmente estima-se que<br />

apenas 0,01% da água presente<br />

na Terra esteja disponível para o<br />

consumo humano. A crescente<br />

escassez de água potável no mundo,<br />

devido a poluição dos recursos<br />

hídricos, é um dos problemas ambientais<br />

do século XXI. 3,4<br />

saneamento e efluentes industriais<br />

que, em sua maioria contêm substâncias<br />

tóxicas e não recebem o<br />

devido tratamento, são alguns dos<br />

fatores que causam a escassez de<br />

água potável para o abastecimento<br />

público.5 O histórico crescimento<br />

desordenado da metrópole paulistana<br />

(processos de industrialização<br />

e urbanização) refletiram<br />

diretamente na qualidade de seus<br />

mananciais, com destaque para<br />

a represa Billings. O Reservatório<br />

Billings foi inundado em 1925,<br />

com a construção da Barragem de<br />

Pedreira, no curso do Rio Grande. O<br />

projeto foi executado pela empresa<br />

Light, com o objetivo de aproveitar<br />

as águas da Bacia do Alto Tietê para<br />

a geração de energia elétrica na<br />

Usina Hidrelétrica (UHE) de Henry<br />

Borden, localizada em Cubatão,<br />

aproveitando-se do desnível da<br />

Serra do Mar. 2,4<br />

A Billings é extremamente importante<br />

para a RMSP com um<br />

volume aproximado de 1,2 bilhões<br />

de metros cúbicos de água,<br />

situada à sudeste da RMSP, abastece<br />

aproximadamente 1,2 milhões<br />

de pessoas. Estima-se que<br />

a represa teria a capacidade de<br />

fornecer água para cerca de 4,5<br />

milhões de pessoas, entretanto,<br />

devido à poluição das águas de<br />

alguns mananciais do reservatório,<br />

o abastecimento público não<br />

pode atingir essa estimativa. 3,6<br />

O Reservatório Billings pertence<br />

a sexta Unidade de Gerenciamento<br />

de Recursos Hídricos (UGRHI<br />

– Alto Tietê), sendo dividido em<br />

oito unidades, denominadas braços,<br />

os quais correspondem às<br />

sub-regiões da Bacia Hidrográfica:<br />

Alvarenga, Bororé, Cocaia, Capivari,<br />

Rio Grande, Rio Pequeno, Pedra<br />

Branca e Taquacetuba. Contudo,<br />

10<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

A poluição de corpos hídricos em<br />

decorrência do despejo de efluentes<br />

domésticos em excesso causada<br />

pela carência de infraestrutura de<br />

Imagem Ilustrativa


Imagem Ilustrativa<br />

apenas três braços são utilizados<br />

para o abastecimento, sendo o Rio<br />

Pequeno, Rio Grande e o Taquacetuba<br />

(reversão da água do braço<br />

para o Reservatório Guarapiranga).<br />

Estando sob responsabilidade<br />

da Companhia Ambiental do Estado<br />

de São Paulo (CETESB) a coleta,<br />

a análise e o monitoramento da<br />

qualidade das águas superficiais e<br />

do sedimento em todos os pontos<br />

do reservatório. 4,7<br />

Dentre os compostos frequentemente<br />

estudados nas águas<br />

do Reservatório Billings estão<br />

os metais, visto que muitos são<br />

tóxicos aos seres humanos desencadeando<br />

efeitos prejudiciais<br />

no desenvolvimento cerebral<br />

e cânceres. O cromo (Cr) é um<br />

metal tóxico, acinzentado muito<br />

resistente à corrosão, encontrado<br />

naturalmente em plantas, solo,<br />

água, poeira, rochas, animais e<br />

névoas vulcânica. 8,9,10<br />

As concentrações no solo normalmente<br />

são baixas (2-60 mg/<br />

kg), seu teor em ambientes não<br />

contaminados pela ação do homem<br />

é de aproximadamente 1<br />

µg/L na água e 0,1 µg/m3 no ar.<br />

Apresenta-se em seis estados de<br />

oxidação distintos, sendo apenas<br />

os estados trivalente e hexavalente<br />

os mais comuns de serem<br />

encontrados, Cr +3 e Cr +6 , respectivamente.<br />

Os estados bivalente<br />

e tetravalente são os de menores<br />

relevância, e o íon Cr +1 é raro de<br />

ser encontrado. 9,10<br />

O Cr +3 pode ser encontrado naturalmente<br />

em alguns minerais<br />

como cromita e goethita, é estável,<br />

pouco móvel em solos e águas, em<br />

concentrações baixas é considerado<br />

como nutriente traço essencial<br />

tanto para os seres humanos como<br />

animais, sendo importante no<br />

metabolismo do colesterol, ácidos<br />

graxos e da glicose (por aumentar<br />

a fluidez da membrana e facilitar a<br />

ligação da insulina em seus receptores,<br />

sendo um fator de tolerância<br />

à glicose - FTG). 11,12<br />

Estima-se que seja necessária a<br />

ingestão entre 50 e 200mg/dia<br />

de cromo trivalente, entretanto,<br />

não há uma necessidade diária<br />

recomendada definida, contudo,<br />

alguns estudos demonstraram<br />

uma ingestão adequada de 25 e<br />

35 mg/dia para mulheres e homens<br />

adultos, respectivamente.<br />

Diversos estudos apontam o picolinato<br />

de cromo (CrPic3) como<br />

o suplemento de escolha. 11<br />

Autores:<br />

Gustavo Pereira Siqueira1, Renata Bazante Rodrigues2.<br />

Na sua forma hexavalente, o<br />

cromo em solo é móvel, solúvel,<br />

e pode atingir as águas superficiais<br />

e/ou subterrâneas com facilidade,<br />

sendo fortemente oxidante,<br />

carcinogênico e, cerca de<br />

10 a 100 vezes mais tóxico que<br />

a forma trivalente. Ao entrar nas<br />

células o composto age oxidando<br />

as bases de RNA e DNA, sendo<br />

nocivo para os seres humanos e<br />

animais em qualquer que seja a<br />

concentração. 10,12<br />

Os efeitos tóxicos em pessoas<br />

expostas ocupacionalmente à<br />

concentrações elevadas do metal,<br />

em especial na forma hexavalente<br />

por ser corrosiva, incluem<br />

dermatites alérgicas de contato,<br />

ulcerações crônicas na pele, perfurações<br />

no septo nasal, irritação<br />

do trato respiratório, bem como<br />

alguns possíveis efeitos cardiovasculares,<br />

gastrointestinais, hematológicos,<br />

hepáticos e renais,<br />

além do risco elevado de câncer<br />

de pulmão. 9,10<br />

Em virtude ao impacto que as<br />

ações antropogênicas causam no<br />

meio ambiente e consequentemente<br />

na saúde das pessoas, no<br />

Brasil a legislação ambiental é<br />

constituída de um conjunto de<br />

normas e diretrizes, que visam<br />

instruir a ação humana em prol<br />

do meio ambiente. No processo<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

11


Artigo 1<br />

de gerenciamento de recursos hídricos<br />

geralmente são envolvidos<br />

elementos como, capacidade suporte<br />

do corpo de água, padrões<br />

de qualidade, emissão de poluentes,<br />

disponibilidade tecnológica e<br />

aspectos sociais. 9,13<br />

Em 1981 foi criado pela Lei Federal<br />

nº 6.938/81 o Conselho Nacional<br />

do Meio Ambiente (CONA-<br />

MA), com os objetivos de efetivar<br />

uma política nacional ambiental<br />

e regular o uso dos recurso naturais.<br />

As legislações que estabelecem<br />

os limites aceitáveis para<br />

os metais em água, bem como<br />

as condições e padrões de lançamentos<br />

de efluentes, são estabelecidos<br />

pelas Resoluções nº<br />

357/05 e 430/11 ambas do CO-<br />

NAMA, respectivamente. A portaria<br />

nº 2914/11 do Ministério da<br />

Saúde (MS), dispõe sobre os procedimentos<br />

de controle e de vigilância<br />

da qualidade da água para<br />

o consumo humano e seu padrão<br />

de potabilidade. 2,4,8,11,14<br />

A Resolução 430/11 (dispõe<br />

sobre as condições e padrões<br />

de lançamento de efluentes,<br />

complementa e altera a Resolução<br />

nº 357, de março de 2005),<br />

estabelece que o VMP de lançamento<br />

de Cr seja de acordo com<br />

seu estado de oxidação, para o<br />

cromo trivalente (Cr +3 ) o valor<br />

é de 1,0mg/L, enquanto que<br />

para o cromo hexavalente (Cr +6 )<br />

esse valor se torna de apenas<br />

0,1mg/L, destacando que a diferenciação<br />

entre as formas do<br />

cromo é importante. 16<br />

OBJETIVO<br />

O objetivo principal foi analisar<br />

de forma temporal os dados<br />

do monitoramento da qualidade<br />

das águas superficiais<br />

do Reservatório Billings ((BILL<br />

02100, 02900, 02030 e 02500)<br />

no período de 2013 – 2018,<br />

para verificar se há conformidade<br />

laboratorial nos resultados<br />

divulgados anualmente pela<br />

CETESB. O objetivo específico<br />

abrange na aplicação da ferramenta<br />

PAMQUÁ® nos dados<br />

disponibilizados pela CETESB.<br />

MATERIAIS E MÉTODOS<br />

Foi feito um levantamento dos<br />

dados de 2013 - 2018 das águas<br />

superficiais dos pontos BILL<br />

02100, 02900, 02030 e 02500,<br />

localizados na sexta UGRHI -<br />

Alto Tietê. Todos os pontos são<br />

analisados pela CETESB, que<br />

disponibiliza os resultados sob<br />

o controle público desde o ano<br />

de 2000, mediante forma de relatórios<br />

no âmbito de Monitoramento<br />

Anual da Qualidade das<br />

Águas do Estado de São Paulo,<br />

estando esses dados disponíveis<br />

no site .<br />

12<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

A Resolução 357/05 (dispõe sobre<br />

a classificação dos corpos de<br />

água e diretrizes ambientais para<br />

o seu enquadramento e fornece<br />

outras providências), define o Valor<br />

Máximo Permitido (VMP) de<br />

0,05 mg/L de Cr total nas águas<br />

doces enquadradas na classe 2 da<br />

resolução. 15<br />

Tabela 1: . Pontos de Amostragem - represa Billings (São Paulo - Brasil)


Tabela 2: Faixas de valores para os três fatores de decisão.<br />

Autores:<br />

Gustavo Pereira Siqueira1, Renata Bazante Rodrigues2.<br />

* Os valores foram adaptados dos relatórios anuais da CETESB, onde o Valor Máximo Permitido (VMP) para cromo total para águas de classe 2 é de 0,050 mg/L,<br />

onde as análises são realizadas mensalmente, bimestralmente ou quadrimestralmente.<br />

A partir do levantamento dos dados<br />

analisados aplicou-se a ferramenta<br />

PAMQUÁ®, que foi desenvolvida por<br />

meio do programa Excel versão 2013,<br />

e que teve como variáveis as análises<br />

qualitativas e quantitativas.<br />

Programa Auxiliar de Monitoramento<br />

da Qualidade de Águas<br />

- PAMQUÁ®<br />

Para a elaboração da ferramenta foram<br />

definidos três fatores principais<br />

importantes para o delineamento de<br />

um possível problema de contaminação<br />

ambiental, sendo estes: Fator A, B<br />

e C e níveis de 1 a 10, que resultaram<br />

no PRODUTO FINAL.4<br />

Fator [A] – Corresponde ao<br />

histórico de não conformidade:<br />

Indica o percentual dos resultados da<br />

análise que mostraram valores acima<br />

do valor máximo permitido. Tendo<br />

como função dar peso ao histórico.<br />

Fator [B] – Corresponde ao<br />

último resultado publicado no<br />

relatório de domínio de público:<br />

Indica uma tendência podendo estar<br />

em ascensão ou queda da qualidade<br />

da água monitorada. Tem como funcionalidade<br />

atribuir ao resultado peso<br />

momentâneo.<br />

Fator [C] – Indica a frequência<br />

de testes: Quanto maior a frequência,<br />

maior o grau de monitoramento e, portanto,<br />

será maior o nível de informação<br />

disponível para a tomada de decisão.<br />

Tendo como finalidade fornecer um<br />

peso para o nível de segurança.<br />

Para determinar o fator [B] foi utilizado<br />

a seguinte equação (E1):<br />

B= 0,000675 * en (E1)<br />

O principal objetivo de utilizar a<br />

função exponencial (ou o número de<br />

Euler ou constante de Euler – en) é<br />

a de representar situações em que a<br />

taxa de variação é consideravelmente<br />

grande, incorporando de forma mais<br />

abrangente uma circunstância real<br />

em que possivelmente pode acontecer<br />

uma contaminação. Desse modo,<br />

foi possível obter valor de cromo total<br />

de 0,001 (valor mínimo) até 14,868<br />

(valor máximo), sendo este último<br />

valor, 300 vezes maior do que o limite<br />

estabelecido para este composto.4<br />

O valor da constante (0,000675) foi<br />

definido de forma empírica para que o<br />

nível (n) seja igual a 5, ou seja, quando<br />

o resultado da análise ficar com o valor<br />

entre 0,19 e 0,05 mg/l, conceitualmente<br />

qualquer valor acima do nível<br />

5 representará que o resultado está<br />

acima do limite estabelecido.4<br />

Portanto, a pontuação final será calculada<br />

utilizando os níveis (n), para os<br />

fatores A, B e C.4<br />

Pontuação = A2, B2 e C (E2)<br />

Os fatores A e B (histórico de não<br />

conformidade e últimos resultados,<br />

respectivamente), receberam<br />

peso elevado ao quadrado visto que<br />

ambos são fatores quantitativos e<br />

representam informações sobre a<br />

real situação da qualidade da água<br />

em relação ao fator C (frequência de<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

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Artigo 1<br />

Autores:<br />

Gustavo Pereira Siqueira1, Renata Bazante Rodrigues2.<br />

Tabela 3: Níveis de alertas e pontuações.<br />

Imagem Ilustrativa<br />

monitoramento), que é considerado<br />

fator qualitativo. Portanto, o histórico<br />

de não conformidade (valor dado em<br />

porcentagem) e o último resultado<br />

(dado pelo valor em mg/l) são denominados<br />

como fatoriais.4<br />

A faixa do nível de alerta foi estabelecida<br />

através da equação (E3), sendo<br />

que para n=0, a faixa de pontuação<br />

é 0 e para n=5, a faixa de pontuação<br />

é igual a 100.000, obtida por meio<br />

da base exponencial. A constante de<br />

ajuste foi definida de forma empírica,<br />

visando responder estas premissas.4<br />

Com o objetivo de exemplificar<br />

como a ferramenta de decisão funciona,<br />

segue abaixo um exemplo.<br />

Exemplo:<br />

- Dados sobre o histórico de não conformidade:<br />

80% (A=8);<br />

- Último resultado: 0,1mg/L (B=6)<br />

- Frequência dos testes: Bimestral (C=6)<br />

Cálculo: A2 * B2 * C = 82 * 62 * 6 = 13. 824<br />

Resultado = Nível de Alerta = 4 (Perigo)<br />

Tabela 4. Descrição dos níveis de alertas, seus riscos e<br />

recomendações<br />

Tabela 4. Descrição dos níveis de alertas, seus riscos e<br />

recomendações<br />

Tabela 4: Descrição dos níveis de alertas, seus riscos e recomendações.<br />

Nível de<br />

alerta<br />

Nível de<br />

alerta<br />

Mínimo<br />

Mínimo<br />

Limítrofe<br />

Limítrofe<br />

Atenção<br />

Atenção<br />

Perigo<br />

Perigo<br />

Máximo<br />

Máximo<br />

Risco<br />

Risco<br />

Nenhum risco para a<br />

saúde humana.<br />

Nenhum risco para a<br />

saúde humana.<br />

Potencial risco à saúde<br />

humana.<br />

Potencial risco à saúde<br />

humana.<br />

Risco iminente à saúde<br />

humana.<br />

Risco iminente à saúde<br />

humana.<br />

Fora do controle<br />

Fora do controle<br />

Fonte: Renata – Yamaguishi, 2013.<br />

Recomendação<br />

Recomendação<br />

Não há recomendações para serem<br />

implementadas.<br />

Não há recomendações para serem<br />

Monitoramento implementadas.<br />

adicional é requerido para<br />

confirmação dos resultados.<br />

Monitoramento adicional é requerido para<br />

confirmação dos resultados.<br />

Requer atenção e esforços mínimos para<br />

remediação da contaminação.<br />

Requer atenção e esforços mínimos para<br />

remediação da contaminação.<br />

Requer maiores esforços para remediação da<br />

contaminação.<br />

Requer maiores esforços para remediação da<br />

contaminação.<br />

Alto risco à saúde humana. Requer intervenção<br />

imediata e um plano emergencial é altamente<br />

Alto risco à saúde<br />

recomendado.<br />

humana. Requer intervenção<br />

imediata e um plano emergencial é altamente<br />

recomendado.<br />

Fonte: Renata – Yamaguishi, 2013.<br />

Tabela 5: Média dos resultados da análise temporal em amostras de águas superficiais: pontos de monitoramento<br />

no Reservatório Billings, 2013 – 2018<br />

14<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

RESULTADOS<br />

Verificou-se que houveram três resultados<br />

acima do VMP estabelecido<br />

pela Resolução 357/05 do CONAMA,<br />

sendo dois resultados no ponto BILL<br />

Figura 1. Resultado da análise para os pontos<br />

BILL 02030, 02100 e 02900.<br />

Figura 2. Resultado da análise para o ponto BILL 02500


Imagem Ilustrativa<br />

02500 (0,2mg/L e 0,21mg/L) e um<br />

no ponto BILL 02100 (0,07mg/L) todos<br />

registrados em 2017. Ainda que<br />

houveram três resultados acima do<br />

estabelecido pelo CONAMA, verificou-se<br />

que há conformidade laboratorial<br />

nos resultados divulgados pela<br />

CETESB.<br />

Quanto ao PAMQUÁ®<br />

Em relação aos resultados finais obtidos<br />

pela ferramenta PAMQUÁ®, observou-<br />

se que os pontos BILL 02030,<br />

02100 e 02900 atingiram a pontuação<br />

80 (Figura 1), enquanto que o ponto<br />

BILL 02500 atingiu com a pontuação<br />

de 320 (Figura 2), ou seja, todos os<br />

pontos se enquadraram na pontuação<br />

mínima, caracterizando nenhum risco<br />

para a saúde humana e que os níveis<br />

de cromo para as águas superficiais<br />

do Reservatório Billings estejam dentro<br />

do VMP definido CONAMA, o que<br />

corrobora com os resultados presentes<br />

nos relatórios divulgados pela CETESB.<br />

DISCUSSÃO<br />

Existem 6 pontos de monitoramento<br />

no Reservatório Billings, no entanto,<br />

no presente estudo foram analisados<br />

os resultados de quatro pontos (BILL<br />

02030, 02100, 02500 e 02900). Segundo<br />

os dados da CETESB17-22, o<br />

ponto BILL 02030 representa a condição<br />

da qualidade da água na entrada<br />

do reservatório. O ponto BILL 02100<br />

fica aproximadamente 7 km da barragem<br />

de Pedreira, e reflete a diluição<br />

da água bombeada pelo Rio Pinheiros<br />

para a Billings. Os pontos BITQ 00100<br />

e BILL 02900 indicam a qualidade<br />

da água nas saídas do reservatório<br />

na reversão do braço Taquacetuba<br />

para o Reservatório Guarapiranga e<br />

o Summit Control, respectivamente.<br />

De acordo com os pontos investigados,<br />

aplica-se a Resolução 357/05 do<br />

Conama, como norma avaliativa do<br />

metal cromo.<br />

As principais fontes de poluição da<br />

Billings encontram-se em seu trecho<br />

inicial, devido ao bombeamento do<br />

Rio Pinheiros e na ocupação antrópica<br />

das bacias de drenagem do Ribeirão<br />

Cocaia e Ribeirão Bororé. O processo<br />

de autodepuração dessas cargas tem<br />

influência do afunilamento existente<br />

na altura da Rodovia Imigrantes<br />

– ponto BILL 02500. O ponto BIRP<br />

00500, está localizado no braço do<br />

Rio Pequeno, e passou a ser monitorado<br />

mensalmente a partir de abril<br />

de 2015, em decorrência do início<br />

da captação da água para o abastecimento<br />

público, indicando a qualidade<br />

da água na saída do Reservatório<br />

Billings para o Reservatório do Rio<br />

Grande (RGDE 02900).<br />

Para determinar a qualidade da água<br />

superficial de cada ponto analisado a<br />

CETESB utiliza de alguns parâmetros<br />

entre eles há o Índice de Qualidade das<br />

Águas (IQA), para o cálculo do índice<br />

é estabelecido um pontuação na qualidade<br />

(q) que varia de 0 – 100 para<br />

cada um dos nove fatores (Coliformes<br />

fecais, pH, Demanda Bioquímica de<br />

Oxigênio – DBO, Nitrogênio Total,<br />

Fosforo Total, Temperatura, Turbidez,<br />

Resíduo Total, Oxigênio Dissolvido)<br />

que compõe o índice. A qualidade (q)<br />

é elevada a ponderação (w) correspondente<br />

à importância da variável.<br />

O IQA é calculado por meio da multiplicação<br />

de cada componente (qw),<br />

indicando o principalmente o impacto<br />

do lançamento de esgoto domésticos<br />

no corpo d’água.<br />

O valor do IQA em 2013, variou de<br />

regular (no trecho do reservatório,<br />

próximo a Pedreira) a ótima (no trecho<br />

final, em Summit Control). O<br />

ano de 2013 foi mais seco do que os<br />

anteriores, não sendo constatado em<br />

nenhum dia de amostragem bombeamento<br />

das águas do Rio Pinheiros<br />

para o Reservatório Billings. O IQA do<br />

Reservatório Billings apresentou uma<br />

leve piora em 2014, devido a uma<br />

vazão da água considerada inferior,<br />

causando o decaimento no volume<br />

do reservatório, e consequentemente<br />

implicando numa maior concentração<br />

dos poluentes.<br />

O IQA de 2015 se manteve em relação<br />

ao ano anterior, pois a vazão da água<br />

permaneceu baixa. Assim como os<br />

anos anteriores, nos primeiros meses<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

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Artigo 1<br />

Imagem Ilustrativa<br />

16<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

Autores:<br />

Gustavo Pereira Siqueira1, Renata Bazante Rodrigues2.<br />

e junho de 2016 a vazão da água foi<br />

inferior, ocasionando no decaimento<br />

da qualidade da água no trecho inicial<br />

da represa (Pedreira) implicando numa<br />

maior concentração dos poluentes. No<br />

resultado de 2017 observou-se uma<br />

melhora no trecho inicial da represa<br />

em comparação ao ano anterior, sendo<br />

que nos demais pontos, a qualidade<br />

da água se manteve-se na categoria<br />

boa e ótima, indicando que o processo<br />

de autodepuração se estendeu desde<br />

a entrada do reservatório até o trecho<br />

final, em Summit Control, contudo, em<br />

2018 houve uma piora no trecho inicial<br />

da represa passando para a categoria<br />

Regular.<br />

Ainda que os resultados observados<br />

na análise das águas superficiais<br />

sejam otimistas, a qualidade do sedimento<br />

do reservatório é opostamente<br />

a esses resultados. De acordo com Hoterllani<br />

et al23 a poluição por metais<br />

continua ainda sendo um problema<br />

para o ecossistema do reservatório,<br />

mesmo que os níveis dos metais na<br />

água apresentam concentrações abaixo<br />

dos critérios estabelecido pelo CO-<br />

NAMA (357/05). O que faz com que<br />

a represa necessite da implementação<br />

de uma política ambiental eficiente<br />

para que haja a redução da concentração<br />

de metais.<br />

De acordo com Barrozo et al8, Silva24<br />

e CETESB17-22 os locais mais<br />

impactados pelas atividades antrópicas<br />

são os pontos BILL 02030 (localizado<br />

na Barragem da Pedreira) e o<br />

BILL 02100 (localizado no Braço do<br />

Bororé), em decorrência ao bombeamento<br />

das águas do Rio Pinheiros<br />

para o reservatório e a ocupação antrópica<br />

das bacias de drenagem do<br />

Ribeirão Cocaia e Bororé.<br />

Com a utilização do PAMQUÁ®, pode-se<br />

avaliar que houve uma constância<br />

na maioria dos resultados<br />

analisados, visto que as condições da<br />

qualidade da água sofrem com processos<br />

naturais ou antropogênicos.<br />

Calculando a pontuação para cada<br />

ano e cada ponto de amostragem, verificou-se<br />

que a qualidade das águas<br />

superficiais do Reservatório Billings<br />

se manteve dentro do parâmetro estabelecido<br />

pelo CONAMA em todos os<br />

pontos avaliados.<br />

CONCLUSÃO<br />

De acordo com os dados analisados<br />

no respectivo trabalho, pode-se<br />

concluir que os resultados avaliados<br />

possuem conformidade laboratorial,<br />

quanto aos resultados finais da ferramenta<br />

PAMQUÁ®, observou-se que<br />

todos os pontos se enquadraram na<br />

pontuação mínima, caracterizando<br />

nenhum risco para a saúde humana,<br />

bem como que os níveis de cromo<br />

nas águas superficiais do Reservatório<br />

Billings estejam dentro do parâmetro<br />

definido pela Resolução 357/05<br />

- CONAMA, o que corrobora com os<br />

resultados presentes nos relatórios<br />

divulgados pela CETESB, entretanto,<br />

de acordo alguns estudos a qualidade<br />

do sedimento no Reservatório Billings<br />

é preocupante, devido a presença de<br />

metais considerados tóxicos.<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

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amostras de sedimento do Reservatório Billings, Braço Rio Grande,<br />

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[dissertação de Mestrado]. São Paulo; 2012 [Acesso 14 de mar<br />

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20 de ago 2019]. Disponível em: https://www.teses.usp.br/<br />

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no solo [dissertação de Mestrado]. Diadema; 2015. [Acesso 20<br />

de ago 2019]. Disponível em: http://www.repositorio.unifesp.


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M, JR. N. Resolução CONAMA 357/2005: Análise espacial e<br />

temporal de não conformidades em rios e reservatórios do estado<br />

de São Paulo de acordo com seus enquadramentos (2005<br />

- 2009); 2013. [Acesso 08 de out 2019]. Disponível em: http://<br />

www.scielo.br/pdf/esa/v18n2/a08v18n2. 14. Brasil. Portaria nº<br />

2.914, de Dezembro de 2011 - Ministério da Saúde. Dispõe sobre<br />

os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da<br />

água para o consumo e seu padrão de potabilidade. [Acesso 09<br />

de out 2019]. Disponível em https://bvsms.saude.gov.br/bvs/<br />

saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html. 15. Brasil.<br />

Resolução nº 357, de 17 de Março de 2005 – CONAMA. Dispõe<br />

sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais<br />

para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições<br />

e padrões de lançamentos de efluentes, e dá outras providências<br />

– Alterada e complementada pela Resolução 430/11 do<br />

Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. [Acesso 09 de<br />

out 2019]. Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=459.<br />

16. Brasil. Resolução nº 430,<br />

de 13 de Maio de 2011 – CONAMA. Dispõe sobre as condições<br />

e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a<br />

Resolução nº 357, de março de 2005, do Conselho Nacional do<br />

Meio Ambiente – CONAMA. [Acesso 09 de out 2019]. Disponível<br />

em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=646.<br />

17. CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento<br />

Ambiental. Relatório de qualidade das águas interiores<br />

do estado de São Paulo – 2013. São Paulo; 2014. [Acesso 14 de<br />

mar 2020]. Disponível em: https://cetesb.sp.gov.br/aguas-interiores/publicacoes-e-<br />

relatorios/. 18. CETESB – Companhia de<br />

Tecnologia de Saneamento Ambiental. Relatório de qualidade<br />

das águas interiores do estado de São Paulo – 2014. São Paulo;<br />

2015. [Acesso 14 de abr 2020]. Disponível em: https://cetesb.sp.<br />

gov.br/aguas-interiores/publicacoes-e- relatorios/. 19. CETESB<br />

– Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Relatório<br />

de qualidade das águas interiores do estado de São Paulo<br />

– 2015. São Paulo; 2016. [Acesso 14 de abr 2020]. Disponível<br />

em: https://cetesb.sp.gov.br/aguas-interiores/publicacoes-erelatorios/.<br />

20. CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento<br />

Ambiental. Relatório de qualidade das águas interiores<br />

do estado de São Paulo – 2016. São Paulo; 2017. [Acesso 14 de<br />

abr 2020]. Disponível em: https://cetesb.sp.gov.br/aguas-interiores/publicacoes-e-<br />

relatorios/. 21. CETESB – Companhia de<br />

Tecnologia de Saneamento Ambiental. Relatório de qualidade<br />

das águas interiores do estado de São Paulo – 2017. São Paulo;<br />

2018. [Acesso 14 de abr 2020]. Disponível em: https://cetesb.sp.<br />

gov.br/aguas-interiores/publicacoes-e- relatorios/. 22. CETESB<br />

– Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Relatório<br />

de qualidade das águas interiores do estado de São Paulo<br />

– 2018. São Paulo; 2019. [Acesso 14 de abr 2020]. Disponível<br />

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Southeastern Brazil. São Paulo; 2013. [Acesso 14 de abr 2020].<br />

Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-<br />

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[dissertação de Mestrado]. São Paulo; 2017. [Acesso 14<br />

de abr 2020]. Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/85/85131/tde-06092017-093701/pt-br.php.<br />

Complemento Normativo - Artigo 1<br />

Referente ao artigo 1<br />

Disponibilizado por <strong>Analytica</strong> em parceria com Arena Técnica<br />

APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PAMQUÁ® PARA AVALIAÇÃO DO MONITORAMENTO DO CROMO NAS<br />

ÁGUAS SUPERFICIAIS DO RESERVATÓRIO BILLINGS<br />

DIN EN 1233<br />

Water quality - Determination of chromium - Atomic absorption spectrometric methods<br />

Norma publicada em: 08/1996. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Norma recomendada.<br />

Artigo: APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PAMQUÁ® PARA AVALIAÇÃO DO MONITORAMENTO DO CROMO NAS ÁGUAS<br />

SUPERFICIAIS DO RESERVATÓRIO BILLINGS<br />

Entidade: DIN<br />

País de procedência/Região: Alemanha.<br />

https://www.beuth.de/en/standard/din-en-1233/2831736<br />

ABNT NBR 13740<br />

Água - Determinação de cromo total - Método colorimétrico da s-difenil carbazida<br />

Norma publicada em: 12/1996. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Resíduos líquidos.Lodo.Determinação de substâncias químicas na água.<br />

Classificação 2: Norma recomendada.<br />

Artigo: APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PAMQUÁ® PARA AVALIAÇÃO DO MONITORAMENTO DO CROMO NAS ÁGUAS<br />

SUPERFICIAIS DO RESERVATÓRIO BILLINGS<br />

Entidade: ABNT<br />

País de procedência/Região: Brasil.<br />

https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=4314<br />

DIN 38405-24<br />

German standard methods for the examination of water, waste water and sludge; anions<br />

(group D); hotometric determination of chromium(VI) using 1,5-diphenylcarbonohydrazide<br />

(D 24)<br />

Norma publicada em: 05/1987. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Norma recomendada.<br />

Artigo: APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PAMQUÁ® PARA AVALIAÇÃO DO MONITORAMENTO DO CROMO NAS ÁGUAS<br />

SUPERFICIAIS DO RESERVATÓRIO BILLINGS<br />

Entidade: DIN<br />

País de procedência/Região: Alemanha.<br />

https://www.beuth.de/en/standard/din-38405-24/1344827<br />

DIN 50451-2<br />

Testing of materials for semiconductor technology - Determination of trace elements in liquids<br />

- Part 2: Calcium Ca), cobalt (Co), chromium (Cr), copper (Cu), Iron (Fe), nickel (Ni) and<br />

zinc (Zn) in hydrofluoric acid with plasma-induced emission spectroscopy<br />

Norma publicada em: 05/1987. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Norma recomendada.<br />

Artigo: APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PAMQUÁ® PARA AVALIAÇÃO DO MONITORAMENTO DO CROMO NAS ÁGUAS<br />

SUPERFICIAIS DO RESERVATÓRIO BILLINGS<br />

Entidade: DIN<br />

País de procedência/Região: Alemanha.<br />

https://www.beuth.de/en/standard/din-50451-2/61666316<br />

ISO 14592-1<br />

Water quality - Evaluation of the aerobic biodegradability of organic compounds at low<br />

concentrations -Part 1: Shake-flask batch test with surface water or surface water/sediment<br />

suspensions<br />

Norma publicada em: 01/2002. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Exame das propriedades biológicas da água.<br />

Classificação 2: Norma recomendada.<br />

Artigo: APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PAMQUÁ® PARA AVALIAÇÃO DO MONITORAMENTO DO CROMO NAS ÁGUAS<br />

SUPERFICIAIS DO RESERVATÓRIO BILLINGS<br />

Entidade: ISO.<br />

País de procedência/Região: Suiça.<br />

https://www.iso.org/standard/24870.html<br />

ISO 5667-23<br />

Water quality - Sampling - Part 23: Guidance on passive sampling in surface waters<br />

Norma publicada em: 01/2011. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1:Exame de água em geral<br />

Classificação 2: Norma recomendada.<br />

Artigo: APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PAMQUÁ® PARA AVALIAÇÃO DO MONITORAMENTO DO CROMO NAS ÁGUAS<br />

SUPERFICIAIS DO RESERVATÓRIO BILLINGS<br />

Entidade: ISO.<br />

País de procedência/Região: Suiça.<br />

https://www.iso.org/standard/50679.html<br />

ISO 22000<br />

Food safety management systems — Requirements for any organization in the food chain<br />

Norma publicada em: 01/2018. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Processos na indústria de alimentos<br />

Classificação 2: Norma recomendada.<br />

Artigo: APLICAÇÃO DA FERRAMENTA PAMQUÁ® PARA AVALIAÇÃO DO MONITORAMENTO DO CROMO NAS ÁGUAS<br />

SUPERFICIAIS DO RESERVATÓRIO BILLINGS<br />

Entidade: ISO.<br />

País de procedência/Região: Suiça.<br />

https://www.iso.org/standard/65464.html<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

17


Artigo 2<br />

Imagem Ilustrativa<br />

Autora:<br />

Leidiane A. Acordi Menezes<br />

leidiane.acordi@neoprospecta.com<br />

Neoprospecta Microbiome Technologies<br />

BACTERIÓFAGOS NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS<br />

OS VÍRUS COMO AUXILIARES NO BIOCONTROLE DE BACTÉRIAS<br />

PATOGÊNICAS E DETERIORANTES<br />

18<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

Resumo<br />

Bacteriófagos ou fagos, são vírus que infectam bactérias,<br />

com grande potencial para serem utilizados como agentes<br />

antimicrobianos. São capazes de invadir, inativar e destruir<br />

células de bactérias relevantes em alimentos, como as dos<br />

gêneros Salmonella e Listeria. A partir desta premissa, a aplicação<br />

de bacteriófagos para controlar bactérias patogênicas e<br />

deteriorantes tem revolucionado a microbiologia de alimentos.<br />

A eficiência antimicrobiana dos fagos já foi comprovada<br />

em derivados lácteos e cárneos, alimentos prontos para<br />

consumo, vegetais, cereais, entre outros, além de ambientes<br />

e superfícies. No entanto, seu uso desperta preocupações do<br />

público consumidor e das próprias industrias. Para transpor<br />

estes desafios, o uso de bacteriófagos em produtos destinados<br />

ao consumo humano deve obrigatoriamente envolver pesquisas<br />

científicas e estudos clínicos. As tecnologias baseadas<br />

em PCR e sequenciamento genético de nova geração (NGS)<br />

são ferramentas aliadas para investigar as propriedades antimicrobianas<br />

dos fagos e garantir a segurança do consumidor.<br />

Até o momento, sua utilização tem sido considerada segura.<br />

Inclusive, já existem fagos aprovados como aditivos alimentares<br />

por órgãos reguladores como o FDA (Food and Drug Administration),<br />

o que amplia ainda mais as potencialidades de uso<br />

como ferramenta biotecnológica para garantir a segurança<br />

microbiológica de alimentos.<br />

Palavras-chave: Vírus; fagos; biofilme; antimicrobiano;<br />

segurança dos alimentos, salmonela.<br />

Abstract<br />

Bacteriophages or phages, are viruses that infect bacteria,<br />

with great potential to be used as antimicrobial<br />

agents. They are able to invade, inactivate and destroy<br />

cells of relevant bacteria in foods, such as those of the<br />

genera Salmonella and Listeria. Based on this premise,<br />

the application of bacteriophages to control pathogenic<br />

and deteriorating bacteria has revolutionized food<br />

microbiology. The antimicrobial efficiency of phages<br />

has already been proven in dairy and meat products,<br />

ready-to-eat foods, vegetables, cereals, among others,<br />

in addition to environments and surfaces. However, its<br />

use raises concerns of the consumer public and the industries.<br />

To overcome these challenges, the use of bacteriophages<br />

in products intended for human consumption<br />

must involve scientific research and clinical studies.<br />

Technologies based on PCR and new generation genetic<br />

sequencing (NGS) are allied tools to investigate the<br />

antimicrobial properties of phages and to ensure consumer<br />

safety. So far, its use has been considered safe.<br />

There are even phages approved as food additives by<br />

regulatory agencies such as the FDA (Food and Drug<br />

Administration), which further expands the potential<br />

for use as a biotechnological tool to ensure the microbiological<br />

safety of food.<br />

Keywords: Virus; phages; biofilm; antimicrobial; food<br />

safety; salmonella.


Artigo 2<br />

20<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

Primeiramente...<br />

O que são bacteriófagos?<br />

O termo bacteriófagos ou simplesmente<br />

fagos, se refere a determinados<br />

tipos de vírus, capazes de<br />

invadir células bacterianas, paralisar<br />

ou desviar seu metabolismo<br />

e ainda, no caso de fagos líticos,<br />

provocar a lise (ou ruptura) da<br />

estrutura celular da bactéria, resultando<br />

na sua “morte” ou inativação.<br />

Esse é, basicamente, o princípio<br />

da atividade antimicrobiana<br />

dos fagos. Pode soar estranho, mas<br />

fagos estão naturalmente presentes<br />

em nosso ecossistema. É possível<br />

recuperá-los de ambientes,<br />

água, alimentos, efluentes, trato<br />

gastrointestinal de humanos e<br />

outros animais, etc. Portanto, são<br />

considerados agentes antimicrobianos<br />

de ocorrência natural.<br />

O que já sabemos sobre fagos<br />

e sua ação sobre bactérias<br />

indesejadas?<br />

O potencial dos bacteriófagos<br />

para controle de patógenos e deteriorantes<br />

em alimentos tem sido<br />

comprovado em pesquisas científicas.<br />

Diversos estudos já identificaram<br />

fagos capazes de reduzir<br />

expressivamente, em produtos<br />

alimentícios e no ambiente de<br />

produção, populações de bactérias<br />

patogênicas de grande relevância,<br />

como Salmonella Typhimurium,<br />

Campylobacter jejuni, Staphylococcus<br />

aureus, Escherichia coli,<br />

Vibrio parahaemolyticus, Pseudomonas<br />

aeruginosas e Listeria monocytogenes.<br />

O uso eficiente de<br />

bacteriófagos também tem sido<br />

apontado como uma alternativa<br />

para o controle de bactérias resistentes<br />

a antibióticos (ADNAN et<br />

al., 2020; COOPER, 2016; GARCÍA<br />

et al., 2010; HUANG et al., 2018;<br />

JAMAL et al., 2018; LIU et al.,<br />

2020; MAHONY et al., 2011; SCH-<br />

MELCHER; LOESSNER, 2016).<br />

Nessas pesquisas, de maneira<br />

simplificada e, em linhas gerais,<br />

uma amostra é contaminada<br />

propositalmente com a bactéria<br />

patogênica de interesse e, em<br />

seguida, inoculada com o fago<br />

específico. Posteriormente, a<br />

enumeração da bactéria alvo possibilita<br />

que a efetividade do fago<br />

em reduzir a população bacteriana<br />

seja avaliada. Nos estudos que<br />

fazem uso de técnicas mais modernas,<br />

o sequenciamento genético<br />

é utilizado como ferramenta<br />

para detecção da bactéria alvo<br />

e, consequentemente, para avaliação<br />

de desempenho do fago<br />

como agente antimicrobiano.<br />

De que forma a indústria<br />

pode aplicar bacteriófagos<br />

no controle de bactérias<br />

patogênicas?<br />

No setor de produção de alimentos,<br />

as possibilidades de uso<br />

de fagos são muitas. Eles podem<br />

ser carreados por embalagens e<br />

liberados gradativamente na superfície<br />

do alimento ou adicionados<br />

diretamente ao produto<br />

- antes ou após o processamento.<br />

Os vírus podem ser disponibilizados<br />

em soluções, soluções<br />

spray, livres, imobilizados em<br />

materiais porosos ou encapsulados,<br />

sozinhos ou combinados<br />

(coquetéis). Além dos fagos<br />

propriamente ditos, algumas de<br />

suas enzimas (endolisinas diversas<br />

ou peptidoglican-hidrolases,<br />

como a LysH5, a DW2 ou a Ctp1L<br />

(GARCÍA et al., 2010; SCHMEL-<br />

CHER; LOESSNER, 2016) podem<br />

ser aplicadas isoladamente no<br />

controle bacteriano.


Com tantas variações, é possível<br />

tratar uma extensa lista de<br />

alimentos pela aplicação de fagos<br />

ou suas enzimas. Leite UHT,<br />

queijos, tofu, alface e outros vegetais,<br />

salsichas, carnes e derivados<br />

cárneos, pescado e frutos do<br />

mar, grãos e cereais e alimentos<br />

prontos para o consumo são alguns<br />

exemplos. Existe ainda a<br />

possibilidade muito interessante<br />

de os fagos serem aspergidos em<br />

ambientes e superfícies da indústria,<br />

atuando como agentes de<br />

sanitização, inclusive sobre biofilmes<br />

bacterianos. Alguns fagos<br />

secretam enzimas capazes de degradar<br />

o material polissacarídico<br />

que se forma ao redor as células<br />

num biofilme, enquanto suas enzimas<br />

líticas são capazes de destruir<br />

as bactérias protegidas por<br />

essa matriz.<br />

Certo, podemos utilizar vírus<br />

para controlar bactérias indesejadas.<br />

Mas...isso é seguro?<br />

Se, por um lado, a aplicação de<br />

bacteriófagos é uma ferramenta<br />

biotecnológica com um grande<br />

potencial a ser explorado, seu<br />

uso levanta preocupações do<br />

público consumidor e da indústria<br />

de alimentos.<br />

Do ponto de vista tecnológico,<br />

ter na planta de uma indústria um<br />

fago que invada células bacterianas<br />

utilizadas para produção de<br />

determinados alimentos, poderia<br />

ser motivo de preocupação. Para<br />

a indústria de derivados lácteos e<br />

cárneos fermentados, por exemplo,<br />

ter um exército de fagos a eliminar<br />

Lactobacillus, Streptococcus e outros<br />

gêneros de bactérias empregados<br />

na fermentação de iogurtes,<br />

queijos e salames representaria<br />

uma ameaça à produção. De fato,<br />

alguns fagos podem invadir células<br />

de bactérias importantes para<br />

o processamento de alimentos e<br />

causar um grande problema. Então...como<br />

a indústria se certifica<br />

de que esses fagos não causariam<br />

danos às suas culturas fermentadoras?<br />

Essa questão é contornada<br />

pela utilização de fagos específicos,<br />

capazes de invadir somente as<br />

células da bactéria alvo, no caso,<br />

uma determinada espécie patogênica<br />

ou deteriorante, como as salmonelas,<br />

por exemplo. Assim, as<br />

culturas fermentadoras estariam a<br />

salvo. Isso ocorre porque o mecanismo<br />

de invasão dos fagos à uma<br />

célula bacteriana depende de um<br />

sistema que funciona de maneira<br />

similar ao sistema “chave-fechadura”.<br />

Só invade uma determinada<br />

célula, o vírus quem possuir mecanismos<br />

de adesão e invasão adequados<br />

àquela bactéria, de forma<br />

que um fago não consegue invadir<br />

todos os tipos de bactérias. Em<br />

geral, bacteriófagos de aplicação<br />

em alimentos são altamente específicos.<br />

Assim, selecionando-se<br />

o fago correto, o ataque só ocorre<br />

às bactérias patogênicas e deteriorantes<br />

de interesse.<br />

No entanto, esta não é a questão<br />

mais polêmica em relação ao uso<br />

de bacteriófagos. O ponto mais<br />

importante sobre a inclusão de<br />

vírus em produtos destinados ao<br />

consumo humano, em termos de<br />

segurança e confiabilidade, é justamente<br />

o fato de que eles poderiam<br />

ser, em algumas das formas<br />

de aplicação, ingeridos juntamente<br />

com o alimento, o que pode<br />

causar estranheza por parte do<br />

consumidor. No entanto, o consumo<br />

de fagos pode ser seguro até<br />

o momento. Como a sua especificidade<br />

garante que possam atacar<br />

somente bactérias específicas, a<br />

infecção de células humanas é improvável,<br />

já que os bacteriófagos<br />

não conseguem invadi-las. Além<br />

disso, estudos clínicos demons-<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

21


Artigo 2<br />

traram não haver efeitos adversos<br />

decorridos após a administração<br />

oral de bacteriófagos, a princípio.<br />

Recentemente, O FDA (do inglês,<br />

Food and Drug Administration,<br />

agência reguladora ligada ao departamento<br />

de saúde do governo<br />

norte-americano) aprovou a adição<br />

direta de bacteriófagos como<br />

aditivos alimentares seguros (JA-<br />

MAL et al., 2018).<br />

Obviamente, todo fago destinado<br />

ao consumo humano precisa<br />

ser cuidadosamente submetido a<br />

diversos estudos. A biologia molecular<br />

é uma ferramenta de monitoramento<br />

que faz parte das medidas<br />

adotadas para eliminar riscos<br />

e manter os fagos com atividade<br />

antimicrobiana satisfatória. Técnicas<br />

como PCR e Next Generation<br />

Sequencing (NGS), que possibilitam<br />

o sequenciamento parcial ou<br />

completo do genoma de bactérias<br />

e fagos são excelentes aliados na<br />

seleção e aplicação de bacteriófagos<br />

para biocontrole de bactérias<br />

patogênicas e deteriorantes.<br />

Em suma, a utilização de bacteriófagos<br />

em alimentos tem<br />

se demostrado segura e eficaz,<br />

representando uma alternativa<br />

promissora para as abordagens<br />

tradicionais que visam garantir<br />

a segurança microbiológica de<br />

alimentos.<br />

Referências<br />

ADNAN, Muhammad et al. Isolation and characterization<br />

of bacteriophage to control multidrug-resistant<br />

Pseudomonas aeruginosa planktonic cells and biofilm.<br />

Biologicals: journal of the International Association of<br />

Biological Standardization, v. 63, p. 89–96, jan. 2020.<br />

Disponível em: .<br />

Acesso em 27 set. 2020.COOPER,<br />

Ian R. A review of current methods using bacteriophages<br />

in live animals, food and animal products intended<br />

for human consumption. Journal of microbiological<br />

methods, v. 130, p. 38–47, nov. 2016. Disponível em:<br />

.<br />

Acesso em 27 set. 2020.GARCÍA, Pilar et al. Food biopreservation:<br />

promising strategies using bacteriocins,<br />

bacteriophages and endolysins. Trends in Food Science<br />

& Technology, v. 21, p. 373-382, 2010. Disponível<br />

em: .<br />

Acesso em 27 set. 2020.HUANG, Chenxi et al. Isolation,<br />

characterization, and application of a novel specific<br />

Salmonella bacteriophage in different food matrices.<br />

Food research international, v. 111, p.631–641, set.<br />

2018. Disponível em: . Acesso em 27 set. 2020.JA-<br />

MAL, Muhsin et al. Bacteriophages: an overview of the<br />

control strategies against multiple bacterial infections<br />

in different fields. Journal of basic microbiology, v. 59,<br />

n. 2, p. 123–133, out. 2018. Disponível em: . Acesso em<br />

27 set. 2020.LIU, Aiping et al. Characterization of the<br />

narrow-spectrum bacteriophage LSE7621 towards<br />

Salmonella Enteritidis and its biocontrol potential on<br />

lettuce and tofu. LWT, v. 118, p. 108791, jan. 2020.<br />

Disponível em: .<br />

Acesso em 27 set.<br />

2020. Acesso em 27 set. 2020.MAHONY, Jennifer et al.<br />

Bacteriophages as biocontrol agents of food pathogens.<br />

Current opinion in biotechnology, v. 22, n. 2, p. 157–<br />

163, abr. 2011. Disponível em: .<br />

Acesso em 27 set. 2020.SCHMELCHER, Mathias; LOES-<br />

SNER, Martin J. Bacteriophage endolysins: applications<br />

for food safety. Current opinion in biotechnology, v. 37,<br />

p. 76–87, fev. 2016. Disponível em: . Acesso em 27<br />

set. 2020.<br />

Complemento Normativo - Artigo 2<br />

Referente ao artigo 2<br />

Disponibilizado por <strong>Analytica</strong> em parceria com Arena Técnica<br />

Bacteriófagos na indústria de alimentos. Os vírus como auxiliares no<br />

biocontrole de bactérias patogênicas e deteriorantes<br />

22<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

ABNT ISO/TS 22002-1<br />

Programa de pré-requisitos na segurança de alimentos Parte 1<br />

: Processamento industrial de alimentos<br />

Norma publicada em: 05/2012. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Processos da indústria alimentícia<br />

Classificação 2: Norma recomendada.<br />

Artigo: Bacteriófagos na indústria de alimentos os vírus como auxiliares no<br />

biocontrole de bactérias patogênicas e deteriorantes<br />

Entidade: ABNT<br />

País de procedência/Região: Brasil.<br />

https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=259363<br />

ABNT ISO/TS 22003<br />

Sistemas de gestão da segurança de alimentos - Requisitos<br />

para organismos que fornecem auditoria e certificação de<br />

sistemas de gestão da segurança de alimentos<br />

Norma publicada em: 05/2016. / Status: Vigente.<br />

Classificação 1: Processos da indústria alimentícia<br />

Classificação 2: Norma recomendada.<br />

Artigo: Bacteriófagos na indústria de alimentos os vírus como auxiliares no<br />

biocontrole de bactérias patogênicas e deteriorantes<br />

Entidade: ABNT<br />

País de procedência/Região: Brasil.<br />

https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=355890


Análise de Minerais<br />

ANÁLISE DE MINERAIS: SABER FAZER<br />

OU SABER PENSAR?<br />

Por Eduardo Pimenta de Almeida Melo<br />

As demandas impostas por<br />

um mundo VUCA (acrônimo,<br />

em inglês, de volátil, incerto,<br />

complexo e ambíguo) e pela<br />

reestruturação dos modelos<br />

produtivos exigem que novos<br />

princípios educativos e novas<br />

propostas pedagógicas formem<br />

profissionais aptos a conviver<br />

neste novo mundo do trabalho.<br />

Este mundo mais competitivo e<br />

exigente, construído sobre novas<br />

modalidades de emprego e<br />

novas configurações de trabalho,<br />

demandam profissionais<br />

com conhecimentos necessários<br />

à sua formação e à busca<br />

da multidisciplinaridade, com<br />

atitudes maduras, postura profissional<br />

diferenciada e capacidade<br />

de se reinventar.<br />

“Segundo Kuenzer (2003),<br />

com o rápido avanço da Ciência<br />

e sua incorporação ao setor<br />

produtivo (reestruturação<br />

produtiva), o mundo mudou e<br />

mudou o conceito de competência,<br />

sobre o que é ser competente<br />

no mundo do trabalho.<br />

Se antes a competência visava<br />

tão somente à produtividade<br />

advinda da repetição acertada<br />

de procedimentos, o paradigma<br />

taylorista/fordista (Antunes<br />

visão crítica, capacidade de tomar<br />

decisões e, principalmente,<br />

que aprendam a aprender inseridos<br />

na realidade histórico-<br />

-social, política e econômica do<br />

país, evidenciam a necessidade<br />

de uma educação de qualidade,<br />

não só na graduação, mas desde<br />

o ensino fundamental e médio.”<br />

2001), hoje passa pelo pensar,<br />

pelo ler a realidade, compreender<br />

os processos, identificar<br />

Quando iniciei minha carreira<br />

nas análises laboratoriais, em<br />

problemas e gerar soluções, especial, as análises químicas<br />

exigindo a articulação entre o<br />

fazer e o conhecer. É esta compreensão<br />

que vai permitir que o<br />

profissional seja competente e<br />

seja flexível em uma realidade<br />

na qual o próprio conhecimento<br />

torna-se ultrapassado com velocidade<br />

muito rápida.<br />

de metais, minerais e rochas<br />

eram feitas por via úmida com<br />

abertura de amostra em ácidos,<br />

titulações, calcinação, gravimetria<br />

e muitos outros procedimentos<br />

qualitativos de laboratório,<br />

como: papeis indicadores<br />

de pH, testes de chama, ustulação,<br />

entre tantas outras.<br />

As características consideradas<br />

hoje fundamentais em quaisquer<br />

setores de atividade, sejam eles<br />

acadêmico ou industrial, como:<br />

Estas atividades eram lentas,<br />

complexas e demandavam profissionais<br />

arduamente treinados<br />

1 - Cunha J.C., Guimarães O. M., Araújo M. P., Vasconcellos E.M.G., Martins J. M., Reis-Neto J. M., Martins F. M., 2008. Ensino de técnicas de análises de minerais com ênfase na<br />

interpretação 1 - Cunha de J.C., dados: Guimarães teoria O. e prática M., Araújo na formação M. P., Vasconcellos do geólogo E.M.G., Terræ Martins Didática, J. 4(1):14-27 M., Reis-Neto <br />

J. M., Martins F. M., 2008. Ensino de técnicas de análises de minerais com ênfase na<br />

interpretação de dados: teoria e prática na formação do geólogo Terræ Didática, 4(1):14-27 <br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

23


Análise de Minerais<br />

e experientes, extremamente<br />

metria de emissão atômica por<br />

Muitos profissionais, sejam<br />

astutos e capazes de trabalhar<br />

plasma acoplado indutivamen-<br />

eles gestores ou profissionais<br />

de forma rotineira e continua<br />

te (ICP – OES ou ICP – MS) que<br />

técnicos de laboratório, enten-<br />

por várias e várias horas. Afinal,<br />

podem fornecer análises quí-<br />

dem que saber usar um equipa-<br />

não é à toa que laboratório pro-<br />

micas precisas quantitativas de<br />

mento moderno e através dele<br />

vém do latim medieval “labo-<br />

vários elementos químicos de<br />

adquirir dados e transformá-los<br />

ratorium", local para trabalhar,<br />

uma amostra ou de vários pon-<br />

em gráficos e tabelas é a parte<br />

que por sua vez vem do latim<br />

tos selecionados das amostra.<br />

essencial da função específica<br />

antigo “laboratus”,<br />

particípio<br />

deste profissional (saber fazer).<br />

do verbo “laborare”, trabalhar.<br />

Dado isso, o uso das técnicas<br />

No entanto, ao tentarem inter-<br />

Ou seja, era um local de tra-<br />

analíticas para análise de mi-<br />

pretar tais resultados, gráficos<br />

balho e que os resultados eram<br />

nerais e rochas vai além do do-<br />

e tabelas, correlacionando-os<br />

alcançados com muito, muito e<br />

mínio da técnica, do saber ma-<br />

com os dados dos processos ao<br />

muito trabalho.<br />

nipular as amostras e o próprio<br />

qual estão interligados chegam<br />

equipamento. A interpretação<br />

à conclusão que a interpretação<br />

Com o desenvolvimento e<br />

dos dados para, a partir deles,<br />

destes é, em suma, muito mais<br />

a popularização das técnicas<br />

conectar resultados analíticos a<br />

complexo do que o uso do equi-<br />

analíticas instrumentais e dos<br />

decisões é uma experiência que<br />

pamento em si (saber pensar).<br />

sistemas informatizados, o tra-<br />

pode e deve ser disponibilizada<br />

balho para aquisição de dados<br />

a todos e proporcionada pelo<br />

Partindo deste ponto de vista,<br />

foi enormemente reduzido, no<br />

profissional ao seu cliente usu-<br />

creio que a ênfase no uso das<br />

entanto, a complexidade teórica<br />

ário. Articular este saber teóri-<br />

técnicas analíticas é de profun-<br />

da interpretação cresceu de for-<br />

co quando se estuda as proprie-<br />

da relevância para as atividades<br />

ma notável. Atualmente, técni-<br />

dades dos elementos químicos<br />

laboratoriais, em especial, para<br />

cas como tais como difração de<br />

e como eles se apresentam nos<br />

que se possa atingir a evolução<br />

raios X (DRX), análise elemen-<br />

minerais e rochas fornecem<br />

técnica dos métodos analíticos.<br />

tar por fluorescência de raios X<br />

significado ao aprendizado e<br />

No entanto, o mais importante<br />

24<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

(FRX), microscopia eletrônica<br />

de varredura (MEV) e espectro-<br />

evitamos a cisão entre teoria e<br />

prática.<br />

deve ser na interpretação das<br />

informações advindas dos equi-<br />

2- Cunha J.C., Guimarães O. M., Araújo M. P., Vasconcellos E.M.G., Martins J. M., Reis-Neto J. M., Martins F. M., 2008. Ensino de técnicas de análises de minerais com ênfase na<br />

interpretação de dados: teoria e prática na formação do geólogo Terræ Didática, 4(1):14-27


Análise de Minerais<br />

pamentos e não no seu uso, que<br />

vem se tornando cada vez mais<br />

fácil com o continuado avanço<br />

da automação e dos softwares<br />

de operação.<br />

Olhar para os resultados obtidos,<br />

interpretá-los e, se necessário,<br />

realizar uma pesquisa<br />

bibliográfica, correlacionando<br />

aos problemas estudados, é<br />

fundamental para que o profissional<br />

possa transformar dados<br />

em informações e posteriormente,<br />

informações em soluções<br />

para os problemas.<br />

Para atingir o este sucesso,<br />

três pilares devem ser<br />

interligados:<br />

“Nossas instituições acadêmicas<br />

necessitam abandonar<br />

sua concepção conteudista para<br />

promover a aproximação cada<br />

vez real, atual e prática entre os<br />

jovens e o conhecimento científico;<br />

tornando-se uma mola<br />

mestra para aliar saberes de<br />

caráter geral e os profissionalizantes<br />

propriamente ditos.”<br />

Nossos profissionais devem<br />

ir além do que lhes é confortável,<br />

aprofundando seus conhecimentos<br />

além da química,<br />

transcendendo a Geologia, Exploração<br />

Mineralógica, Rochas<br />

e Minérios, Operações Unitárias,<br />

entre tantos outros. Entender<br />

e ser capaz de conectar<br />

resultados e processos; além<br />

de analisá-los estatisticamente<br />

garantindo mais do que sua<br />

repetibilidade e reprodutibilidade<br />

deve ser um mantra a<br />

ser seguido diariamente pelos<br />

profissionais de laboratório e<br />

qualidade.<br />

Os gestores de laboratórios<br />

de análises de minerais devem<br />

estimular os profissionais nesta<br />

busca, construindo oportunidades<br />

e compartilhando<br />

conhecimentos para que estes<br />

se tornem cada vez mais multidisciplinares<br />

e entreguem<br />

informações relevantes para<br />

a soluções dos problemas. O<br />

“mindset” deve mudar; é hora<br />

de transformar os antigos laboratórios<br />

rápidos e precisos em<br />

centros de informações que são<br />

capazes de conectar e contribuir<br />

de forma significativa com<br />

os negócios e suas estratégias.<br />

Este é o futuro! E ele já chegou!<br />

Então mãos a obra e vamos<br />

tornar a análise de minerais<br />

algo muito mais do que a<br />

emissão de resultados precisos<br />

e confiáveis.<br />

Eduardo Pimenta de Almeida Melo<br />

Engenheiro Químico, Gerente de Laboratórios da CSN Mineração, MBA em Gestão Empresarial, Pós–Graduado em Gestão de Laboratórios<br />

e Especializado em Data Science. Coordenador da Comissão de Estudos para Amostragem e Preparação de Amostras em Minério de Ferro<br />

para a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.<br />

LinkedIn: https://br.linkedin.com/in/eduardo-melo-16b22722<br />

E-mail: eduardo.melo@csn.com.br<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

25


Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação<br />

INOVAÇÕES E FRONTEIRAS<br />

EM ESPECTROMETRIA ATÔMICA<br />

Por Rodolfo Lorençatto, Ingrid Ferreira Costa<br />

A determinação de elementos em<br />

diferentes tipos de amostras é uma<br />

realidade de muitos laboratórios<br />

(pesquisa e desenvolvimento (P&D);<br />

controle de qualidade; físico-químico;<br />

entre outros) no país e no mundo.<br />

Conhecer a concentração de elementos<br />

tem importância em todos os setores,<br />

por exemplo, a área ambiental<br />

que precisa monitorar a concentração<br />

de chumbo (Pb) em água para consumo<br />

humano, já que não pode ser<br />

maior que 0,010 mgL-1. Uma outra<br />

exemplificação seria na área agronômica<br />

em análises de solos, onde<br />

pode indicar a necessidade de sua<br />

correção química com o propósito de<br />

aumentar a produtividade de lavouras.<br />

Enquanto no setor geoquímico,<br />

os estudos geocronológicos são realizados<br />

com base na abundância<br />

relativa de determinados elementos<br />

em rochas; e na indústria química, é<br />

necessário monitorar a presença de<br />

certos elementos em matéria-prima<br />

que causam desativação de catalisadores<br />

usados em processos de beneficiamento.<br />

As técnicas mais utilizadas para<br />

determinação elementar são a espectrometria<br />

de absorção atômica<br />

(AA), espectrometria de emissão<br />

atômica com plasma indutivamente<br />

acoplado (ICP OES, do inglês<br />

inductively coupled plasma atomic<br />

emission spectrometry) e espectrometria<br />

de massas com plasma indutivamente<br />

acoplado (ICP-MS, do<br />

inglês inductively coupled plasma<br />

mass spectrometry). Diversos fabricantes<br />

disponibilizam instrumentos<br />

de AA, ICP OES e ICP-MS com diferenciais<br />

tecnológicos que facilitam<br />

a rotina de usuários, tornando-se as<br />

análises cada vez mais produtivas<br />

sem abrir mão da robustez. As principais<br />

características comparativas<br />

destas três técnicas são mostradas<br />

na Tabela 1 a seguir.<br />

Constantemente, novas demandas<br />

de aplicações de Espectrometria<br />

Atômica surgem, sejam elas por soluções<br />

economicamente rentáveis<br />

ou por necessidades cada vez mais<br />

específicas envolvendo a determinação<br />

elementar. Neste sentido, a<br />

técnica de espectrometria atômica<br />

com plasma induzido por microondas<br />

(MIP OES) e espectrometria de<br />

massas em tandem com plasma<br />

indutivamente acoplado (ICP-MS/<br />

MS) despontam como ferramentas<br />

inovadoras e criam um novo cenário<br />

para determinações elementares.<br />

A técnica de MIP OES consiste na<br />

criação de um plasma induzido<br />

por um campo eletromagnético<br />

promovido por microondas, onde<br />

o gás nitrogênio pode ser usado<br />

como gás do plasma, e os elementos<br />

são excitados neste ambiente,<br />

com posterior, emissão de radiação<br />

eletromagnética, detectada por um<br />

sistema óptico. Como o ar atmosférico<br />

é constituído aproximadamente<br />

por 78% de N2, o instrumento<br />

de MIP OES pode ser alimentado<br />

diretamente com um sistema de<br />

geração de N2, guarnecido por um<br />

compressor de ar. A comparação<br />

desta técnica com ICP OES, onde argônio<br />

é usado como gás do plasma,<br />

Tabela 1: Características gerais das técnicas de AA, ICP OES e ICP-MS.<br />

28<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020


Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação<br />

é inevitável – ambas são técnicas<br />

de emissão atômica, porém um<br />

plasma de N2 possui menor temperatura<br />

e energia do que o plasma<br />

de Ar, o que leva, de forma simplificada,<br />

à uma menor sensibilidade.<br />

Por outro lado, quando o MIP OES<br />

é comparado com AA-Chama, as<br />

vantagens são várias: não é necessário<br />

usar lâmpadas de catodo<br />

ôco, o acetileno é deixado de lado<br />

e a operação do sistema torna-se<br />

mais automatizada (com controle<br />

automático de fluxo de nebulização,<br />

por exemplo), evitando erros<br />

operacionais e ajustes inadequados<br />

na utilização no dia-a-dia. Adicionalmente,<br />

o MIP OES permite a<br />

determinação de alguns elementos<br />

que apresentam muita dificuldade<br />

por AA-Chama, como boro, fósforo<br />

e até enxofre. A independência de<br />

uso recorrente de cilindros de gás<br />

permite, inclusive, que este sistema<br />

seja usado em locais distantes<br />

de grandes centros urbanos, onde a<br />

logística de entrega de gases pode<br />

apresentar empecilho para operações<br />

ininterruptas, como uma mina<br />

de extração de ouro, por exemplo.<br />

As principais aplicações no Brasil<br />

para MIP OES estão concentradas<br />

no mercado agronômico. É possível<br />

determinar macro e micronutrientes<br />

em solos para correção<br />

química utilizando extratores como<br />

Mehlich, KCl, DTPA, dentre outros.<br />

Além disso, o controle de qualidade<br />

de fertilizantes, tanto para os<br />

elementos essenciais como fósforo<br />

e potássio quanto contaminantes<br />

inorgânicos como arsênio e mercúrio<br />

é uma atual rotina em diferentes<br />

laboratórios de prestação de serviços.<br />

Não obstante, o uso de MIP<br />

OES em Universidades e centros de<br />

pesquisa é pungente e traz inúmeras<br />

publicações inovadoras a cada<br />

ano, tanto para o segmento fundamental<br />

de Espectroscopia quanto<br />

para aplicações antes limitadas por<br />

AA-Chama.<br />

Ao olharmos para as fronteiras<br />

que a Espectrometria Atômica oferece,<br />

enxergamos as diversas possibilidades<br />

de aplicações que um<br />

ICP-MS/MS pode oferecer. De forma<br />

simplificada, um espectrômetro<br />

de massas em tandem com plasma<br />

indutivamente acoplado permite<br />

a quantificação de elementos em<br />

níveis de concentração muito baixos<br />

– da ordem de nanogramas<br />

por litro de solução (ppt). E por que<br />

usaríamos um ICP com dois filtros<br />

de massas ao invés de apenas um?<br />

Inúmeras são as respostas para esta<br />

pergunta!<br />

Um ICP-MS convencional apresenta<br />

um amplo portfólio de aplicações<br />

que podem ser executadas<br />

– contempla as mesmas de um<br />

AA-Chama e Forno, MIP OES e ICP<br />

OES, desde a quantificação de elementos<br />

em matrizes simples como<br />

água potável, e vai além com vários<br />

usos avançados, como por exemplo,<br />

a especiação química, onde<br />

instrumentos de cromatografia são<br />

acoplados ao sistema para separação<br />

e quantificação de moléculas<br />

contendo heteroátomos em sua estrutura;<br />

e a determinação de tamanho<br />

de partícula usando a técnica<br />

de spICP-MS (single nanoparticle).<br />

Algumas aplicações, no entanto,<br />

apresentam dificuldades que vão<br />

além da capacidade de um simples<br />

ICP-MS, devido a ocorrência de interferências<br />

difíceis de serem endereçadas<br />

por celas de reação quando<br />

não há uma seleção prévia dos íons<br />

que entram nela. Um ICP-MS/MS<br />

permite que apenas os íons de interesse<br />

entrem na cela, tornando a<br />

reação seletiva ao analito ou interferente,<br />

conferindo altíssima seletividade<br />

para a análise final.<br />

Os estudos das áreas de metabolômica<br />

e proteômica vem ganhando<br />

destaque, principalmente, porque<br />

existe a necessidade de conhecer<br />

quimicamente os compostos produzidos<br />

pelos organismos, a fim<br />

de desenvolver produtos que não<br />

prejudiquem a saúde dos consumidores.<br />

No geral, o conhecimento<br />

multidisciplinar por trás da biologia<br />

molecular contribui com vários<br />

setores, por exemplo, é de suma<br />

importância conhecer quais são e<br />

como são produzidas as substâncias<br />

químicas do ciclo metabólico,<br />

principalmente, para a produção de<br />

alimentos indicados para pessoas<br />

que possuem uma dieta restriti-<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

29


Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação<br />

va. Assim como também, avaliar a<br />

possibilidade de desenvolver medicamentos<br />

em que as substâncias<br />

químicas são oriundas de microrganismos<br />

e plantas medicinais, e<br />

por isso, podem ser menos nocivas<br />

à saúde humana. E por último, o<br />

setor de cosméticos tem buscado<br />

se aprofundar nos conhecimentos<br />

sobre o microbioma da pele, e<br />

também, das interações das substâncias<br />

químicas presentes na pele<br />

com os constituintes de formulações<br />

cosméticas, principalmente,<br />

para desenvolver produtos que não<br />

causem reações alérgicas e atenda<br />

as outras necessidades do mercado.<br />

Para a maioria desses estudos,<br />

utilizam-se a técnica de LC-MS<br />

para fazer a caracterização e quantificação<br />

das substâncias químicas,<br />

entretanto, a metodologia de capL-<br />

C-ICP-MS/MS (do inglês, capillary<br />

liquid chromatography ICP-MS/<br />

MS) está sendo uma alternativa<br />

para realizar análises de peptídeos e<br />

fosfopeptídeos, sendo que as moléculas<br />

são separadas pela técnica de<br />

LC capilar e determinadas usando<br />

ICP-MS/MS com cela de reação com<br />

O2. É possível quantificar peptídeos<br />

e fosfopeptídeos em concentrações<br />

na faixa de µg L-1 com confiabilidade<br />

com a vantagem que diminui as<br />

etapas envolvidas no procedimento<br />

final de preparo de amostras, embora<br />

ainda exista a necessidade dos<br />

processos extrativos e de purificação<br />

(dependendo da sua matriz).<br />

Outro desafio analítico onde o<br />

ICP-MS/MS apresenta grande destaque<br />

é a determinação de metais<br />

nobres que compõem o grupo da<br />

platina (Ru, Rh, Pd, Os, Ir e Pt).<br />

Como a aplicação destes metais é<br />

importante para diferentes áreas<br />

como médica, materiais avançados,<br />

ligas e catalisadores para a indústria<br />

farmacêutica, sua mineração<br />

é muito interessante do ponto de<br />

vista comercial. Em virtude das baixas<br />

concentrações encontradas em<br />

minérios, vários procedimentos de<br />

análise considerando correções matemáticas,<br />

remoção de matriz e uso<br />

de sistemas avançados de ICP-MS<br />

com alta resolução (HR-ICP-MS,<br />

do inglês high resolution ICP-MS)<br />

já foram propostos. No entanto, algumas<br />

interferências estão além da<br />

resolução de HR-ICP-MS comerciais,<br />

onde um ICP-MS/MS tem grande<br />

potencial. Usando gás amônia na<br />

cela de reação, as interferências que<br />

ocorrem sobre os metais do grupo<br />

da platina são drasticamente reduzidas<br />

ou até eliminadas, permitindo<br />

a quantificação de Ru, Rh, Pd, Os, Ir<br />

e Pt em concentrações abaixo de 1<br />

µg L-1 na presença expressiva de 10<br />

ppm de diferentes interferentes.<br />

Por fim, seja em atividades de rotina<br />

ou em pesquisas avançadas, as<br />

inovações tecnológicas em Espectrometria<br />

Atômica abrem espaço<br />

para a determinação elementar cada<br />

vez mais rápida, precisa e completa.<br />

Vivemos hoje um cenário de ampla<br />

expansão de fronteiras analíticas,<br />

seja com o uso de sistemas mais rentáveis<br />

ou com aqueles que permitem<br />

enxergar quantidades cada vez menores<br />

de analitos, cujos resultados<br />

complementam dados de outras<br />

técnicas e permite uma visão holística<br />

do desafio analítico.<br />

Referência<br />

© Agilent Technologies, Inc. 2020.<br />

Handbook of ICP-QQQ Applications<br />

using the Agilent 8800 and 8900. Published<br />

In The Usa: De.0690046296,<br />

2020. 329 p. 5991-2802EN.<br />

Rodolfo Lorençatto<br />

Ingrid Ferreira Costa<br />

30<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

rodolfo.lorencatto@agilent.com<br />

Possui graduação em Química com Atribuições Tecnológicas<br />

pela UFRJ, cursando Mestrado Profissional na Universidade<br />

de São Paulo e Gestão de Marketing com Ênfase em Mídias<br />

Digitais na Fundação Getúlio Vargas. Atua no segmento de<br />

Espectrometria Atômica há 10 anos, com experiência como<br />

analista químico, especialista de suporte e atualmente é<br />

cientista de aplicações em espectrometria atômica na Agilent<br />

Technologies Brasil Ltda.<br />

cif.ingrid@gmail.com<br />

Mestranda em Ciências Farmacêuticas (UNIFESP) atuando na<br />

linha de pesquisa de Desenvolvimento e Inovação Farmacêutica<br />

focado no estudo metabolômico de microrganismos e<br />

plantas medicinais. Bacharel em Química com Atribuições<br />

Tecnológicas (UNIFESP e FASB). CEO da Biochemie Consultoria,<br />

Empreendedora Científica, Especialista em P&D, sobretudo, em<br />

executar investigações analíticas e know-how em desenvolver<br />

novas metodologias analíticas. Fundadora dos eventos online:<br />

WebConai, Concifarma e CongeQuali.


Por Oscar Vega Bustillos*<br />

Espectrometria de Massa<br />

ESPECTROMETRIA DE MASSAS COM<br />

PLASMA ACOPLADO INDUTIVAMENTE ICP-MS<br />

Em 1835 o filosofo francês<br />

Auguste Comte declarou que a<br />

humanidade jamais conseguiria<br />

analisar a composição química<br />

do material que é constituído o<br />

Sol e outras estrelas, uma vez<br />

que os seres humanos nunca<br />

poderiam atingir estes lugares.<br />

Ele estava errado, já que<br />

por meio da técnica analítica da<br />

espectroscopia atómica (Atomic<br />

Spectroscopy AS) desenvolvida<br />

por Joseph von Fraunhofer a<br />

composição química do Sol e<br />

outros astros distantes da Terra<br />

foi analisada. Fraunhofer inventou<br />

o espectroscópio ótico<br />

e a rede de difração, mas graças<br />

aos estudos posteriores de<br />

Robert Bunsen e Gustav Kirchhoff<br />

a maioria dos elementos<br />

químicos foram caracterizados<br />

obtendo tabelas com as linhas<br />

espectrais de absorção e emissão<br />

via AS. A espectroscopia é<br />

uma técnica analítica utilizada<br />

para descobrir a constituição<br />

química dos materiais a partir<br />

da luz que eles emitem ou absorvem<br />

(Figura 1). Entre estas<br />

técnicas incluem a espectroscopia<br />

de absorção atômica (AAS)<br />

e a espectroscopia de emissão<br />

atómica por plasma acoplado<br />

indutivamente (ICP-OES).<br />

A AAS usa a absorção da luz<br />

pelos átomos para medir suas<br />

concentrações. Inicialmente,<br />

a amostra é vaporizada em<br />

um forno a chama ou grafite.<br />

A concentração elementar de<br />

uma amostra pode ser determinada<br />

à medida que os átomos<br />

fazem a transição para um nível<br />

de energia superior por meio da<br />

absorção de luz. O instrumento<br />

é calibrado usando soluções<br />

padrão para os elementos a serem<br />

quantificados. No entanto,<br />

o AAS está sujeito a certos efeitos<br />

de matriz que podem exigir<br />

o uso de modificadores químicos.<br />

O uso do forno de grafite<br />

reduz os efeitos da matriz devido<br />

à sua alta temperatura, mas<br />

não totalmente.<br />

A ICP-OES é outra técnica usada<br />

para determinar elementos<br />

químicos em uma amostra. O<br />

ICP excita os átomos e os íons<br />

de uma amostra para produzir<br />

luz de comprimentos de ondas<br />

característicos de cada um dos<br />

elementos da amostra. Embora a<br />

alta temperatura do plasma elimine<br />

os efeitos da matriz, existem<br />

interferências causadas pela<br />

sobreposição dos comprimentos<br />

de ondas espectrais de certos<br />

elementos, o que torna difícil<br />

distinção desses elementos em<br />

uma amostra.<br />

Para contornar os problemas<br />

analíticos inerentes das técnicas<br />

da AS, vários pesquisadores<br />

exploraram uma nova técnica<br />

que eliminassem estas dificuldades.<br />

Os pesquisadores R.S.<br />

Houk, V.A. Fassel, G.D. Fiesch e<br />

H.J. Svec da Universidade americana<br />

de Iowa (ISU, Ames, USA)<br />

e A. Gray da Universidade do<br />

Reino Unido, Surrey, exploraram<br />

a viabilidade da Espectrometria<br />

de massas com plasma acoplado<br />

indutivamente (ICP-MS) para a<br />

determinação de concentrações<br />

elementares e razões de abundância<br />

isotópica em solução.<br />

Vários problemas técnicos<br />

foram encontrados por esses<br />

pioneiros durante suas pesquisas.<br />

O primeiro problema era a<br />

abertura de vácuo do fluxo de<br />

gás quente. Eles usaram um pequeno<br />

orifício de amostragem<br />

com um diâmetro de 50 μm, que<br />

frequentemente ficava obstruído<br />

por sais. O segundo problema<br />

era o arqueamento elétrico entre<br />

o plasma e o orifício de amostragem.<br />

Isso gerou muitos íons<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

31


Espectrometria de Massa<br />

32<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

duplamente carregados e outros<br />

íons interferentes no espectro de<br />

massas. Estes problemas foram<br />

contornados utilizando um orifício<br />

maior de amostragem, dez<br />

vezes maior que o original para<br />

evitar um possível entupimento.<br />

Desenvolveram uma interface<br />

entre o ICP e o MS por meio de<br />

um sistema de bombeamento de<br />

vácuo criogênico que extraia os<br />

íons do plasma através do orifício<br />

para o espectrômetro de<br />

massa com alta fidelidade. Além<br />

disso, modificações adicionais<br />

foram necessárias para fazer o<br />

sistema funcionar, tais como o<br />

aterramento elétrico da fonte de<br />

plasma em relação ao espectrômetro<br />

de massa e a remoção de<br />

interferências de radiofrequência<br />

da fonte de plasma.<br />

O primeiro instrumento comercial<br />

foi lançado em 1983<br />

pela Perkin Elmer/Sciex quando<br />

apresentou o modelo ELAN 250.<br />

A partir deste analisador obteve-se<br />

uma melhoria significativa<br />

nos limites de detecção e velocidade<br />

para análise elementar<br />

comparada com os analisadores<br />

AS. O ICP-MS pode analisar<br />

90% dos elementos na tabela<br />

periódica em concentrações que<br />

variavam de 0,5 a 10 partes por<br />

bilhão (ppb).<br />

O ICP-MS está constituído dos seguintes<br />

componentes (Figura 2):<br />

Sistema de introdução de<br />

amostra: Consiste na bomba<br />

peristáltica, nebulizador e câmara<br />

de pulverização que introduz<br />

a amostra para o analisador.<br />

Tocha ICP: Gera o plasma que<br />

serve como fonte de íons do ICP-<br />

-MS, convertendo os átomos do<br />

analito em íons.<br />

Interface: Liga a fonte de íons ICP<br />

em pressão atmosférica ao espectrômetro<br />

de massa em alto vácuo.<br />

Sistema de vácuo: Fornece<br />

alto vácuo para óptica de íons,<br />

quadrupolo e detector.<br />

Lentes: Focaliza o feixe de íons para<br />

transmissão para o quadrupolo.<br />

Quadrupolo: Atua como filtro<br />

de massas para discriminar os<br />

íons por sua razão m/z.<br />

Detector: Conta os íons individuais<br />

que foram discriminados<br />

pelo quadrupolo.<br />

Processamento de dados:<br />

Controla os parâmetros do instrumento,<br />

além de processar<br />

os dados gerados pelo detector<br />

para obtenção dos espectros de<br />

massas.<br />

A maioria das amostras analisadas<br />

por ICPMS são líquidas. No<br />

entanto, amostras sólidas podem<br />

ser analisadas por meio de Lasers.<br />

Amostras gasosas podem<br />

ser analisadas introduzindo-as<br />

diretamente no instrumento.<br />

O ICP-MS detecta e quantifica os<br />

isótopos específicos de um elemento.<br />

A determinação da razão<br />

isotópica é utilizada em uma variedade<br />

de aplicações científicas.<br />

Por exemplo, na geologia, pode-<br />

-se obter a datação de rochas, na<br />

área nuclear, o enriquecimento do<br />

combustível nuclear e na biologia<br />

é possível determinar a fonte de<br />

um contaminante ou um traçador<br />

biológico em estudos.<br />

O instrumento ICP-MS mede a<br />

maioria dos elementos da tabela<br />

periódica. Os elementos apresentados<br />

em cores na Figura 3 podem<br />

ser analisados pelo ICP-MS<br />

com limites de detecção abaixo<br />

de partes por trilhões (ppt). Os<br />

elementos em cores brancas, o<br />

ICP-MS não pode detectar por<br />

razões inerentes a seu funcionamento.<br />

Por exemplo, argônio<br />

é utilizado como gás de arrastre<br />

na tocha do plasma. Certamente<br />

o ICP-MS é o estado da arte na<br />

análise de elementos químicos de<br />

uma determinada amostra, mas<br />

ainda tem que ser pesquisada e<br />

explorada uma nova técnica que<br />

consiga analisar os elementos em<br />

cor branca da tabela periódica da<br />

Figura 3. Mais um desafio para a<br />

química analítica.


Espectrometria de Massa<br />

A preparação de amostra para<br />

ICP-MS é muito semelhante ao<br />

usado em AAS e ICP-OES, e em<br />

muitos casos é idêntico. Os padrões<br />

são analisados para gerar<br />

uma curva de calibração e os sinais<br />

de amostras desconhecidas<br />

são comparados com a curva de<br />

calibração curva para determinar<br />

a concentração de cada metal na<br />

amostra. O software processa os<br />

dados e gera os resultados quantitativos<br />

dos analitos em estudo,<br />

podendo até calcular a razão de<br />

isótopos por meio da técnica de<br />

diluição isotópica.<br />

Na análise da composição química<br />

elementar de uma determinada<br />

amostra, o ICP-MS tem<br />

vantagens quando comparadas<br />

com outras técnicas, como AAS e<br />

ICP-OES. O ICP-MS geralmente<br />

tem menos interferências do que<br />

ICP-OES e é muito mais rápido<br />

do que AAS. Além da detecção<br />

do ICP-MS atingir limites muito<br />

mais baixos do que aqueles que<br />

podem ser alcançados por ICP-<br />

-OES e AAS.<br />

Por meio do analisador de quadrupolo,<br />

o ICP-MS é capaz de<br />

medir até 35 elementos em uma<br />

amostra em dois a três minutos.<br />

O espectrômetro de massas e<br />

todos os acessórios do ICP-MS<br />

estão sob o controle de um computador.<br />

Desta forma o sistema<br />

pode literalmente operar por 24<br />

horas interruptas, analisando<br />

mais de 300 amostras por dia.<br />

Em suma, nenhuma outra tecnologia<br />

pode fornecer um nível<br />

de limite tão baixo de detecção<br />

e uma alta produtividade para<br />

análise elementar encontrados<br />

no ICP-MS. Mas a grande vantagem<br />

da técnica de ICP-MS é<br />

obter a abundância isotópica<br />

dos analitos detectados corroborando<br />

com a validação dos<br />

resultados analisados, além<br />

de obter espectros de massas<br />

mais simples e com baixo ruído<br />

comparado com outras técnicas<br />

analíticas. As desvantagens do<br />

ICP-MS são as seguintes: baixa<br />

contagem de íons, baixa eficiência<br />

de transmissão dos íons,<br />

detecção de isômeros, requisita<br />

operadores com alto grau de instrução,<br />

alto custo dos insumos<br />

especialmente consumo de gás<br />

Argônio, depende de sistema de<br />

alto vácuo e principalmente tem<br />

o custo bem mais elevado que o<br />

AAS e o ICP-OES.<br />

Figura 1: Princípio de detecção da espectroscopia sendo uma<br />

técnica analítica utilizada para descobrir a constituição química<br />

dos materiais a partir da luz que eles emitem ou absorvem.<br />

Fonte: http://vegascience.blogspot.com/p/teoria-de-grupos_10.html<br />

Figura 2: Diagrama esquemático do Espectrômetro de massas<br />

com Plasma Acoplado Indutivamente (ICP-MS).<br />

Fonte: http://biochem.pepperdine.edu<br />

Figura 3: Elementos químicos apresentados em cores que podem<br />

ser analisados pelo ICP-MS com limites de detecção abaixo<br />

de partes por trilhões (ppt). Os elementos em branco o ICP-MS<br />

não pode analisar<br />

Fonte: https://link.springer.com/article/10.1007/s42452-019-0825-5<br />

Referências bibliográficas<br />

1) A. Montaser. “Inductively coupled plasma mass spectrometry”.<br />

John Wiley & Sons. 1998.<br />

2) R. Thomas. “Practical guide to ICP-MS. A tutorial for beginners”.<br />

CRC Press. 2008.<br />

3) M.F. Al-Hakkani. “Guideline of inductively coupled plasma<br />

mass spectrometry ICP-MS” in Chemistry: Apply separation<br />

science. Springer. 2019.<br />

Oscar Vega Bustillos<br />

Pesquisador do Centro de Química e Meio Ambiente CQMA do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares IPEN/CNEN-SP<br />

Tel.: 55 11 2810 5656 - E-mail: ovega@ipen.br - Site: www.vegascience.blogspot.com.br<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

33


Microbiologia<br />

BOAS PRÁTICAS EM LABORATÓRIO DE<br />

MICROBIOLOGIA FARMACÊUTICA<br />

Por Claudio Kiyoshi Hirai<br />

34<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

Os laboratórios de microbiologia<br />

farmacêutica têm sob a sua responsabilidade<br />

garantir que os produtos<br />

produzidos apresentem a segurança,<br />

eficácia e pureza para os pacientes e<br />

os seus consumidores e tem a função<br />

de realizar:<br />

Teste de esterilidade; detecção, isolamento,<br />

enumeração e identificação<br />

de micro-organismos (bactérias,<br />

leveduras e bolores), testes de endotoxinas<br />

bacterianas em diferentes<br />

materiais (por exemplo, matérias<br />

primas, água), produtos, superfícies,<br />

vestuário e ambiente, e ensaio utilizando<br />

micro-organismos como parte<br />

do sistema teste.<br />

Essas diretrizes dizem respeito a todos<br />

os laboratórios de microbiologia<br />

envolvidos nas atividades mencionadas<br />

anteriormente, sejam elas independentes,<br />

um departamento ou unidade<br />

de uma instalação de fabricação<br />

de produtos farmacêuticos.<br />

Os testes devem ser realizados<br />

por pessoal qualificado, treinado<br />

e com formação profissional condizente<br />

para o trabalho em laboratório<br />

de microbiologia voltada<br />

para o controle de qualidade microbiológico.<br />

Descrições atualizadas do trabalho<br />

devem ser disponibilizadas para todo<br />

o pessoal envolvido nos testes ou calibrações,<br />

validações e verificações. O<br />

laboratório deve manter registros de<br />

todo o pessoal técnico, descrevendo<br />

as suas qualificações, treinamento e<br />

experiência. Caso o laboratório inclua<br />

opiniões e interpretações dos resultados<br />

dos testes em relatórios, isso deve<br />

ser feito por pessoal autorizado, com<br />

experiência adequada e conhecimentos<br />

relevantes incluindo, por exemplo,<br />

conhecimento dos requisitos regulatórios,<br />

tecnológicos, critérios de aceitação<br />

e aplicação específica.<br />

A gerência do laboratório deve garantir<br />

que todo o pessoal tenha recebido<br />

treinamento adequado para o<br />

desempenho competente de ensaios e<br />

operação de equipamentos. Isto inclui<br />

treinamento em técnicas básicas, por<br />

exemplo, técnica de plaqueamento,<br />

contagem de colônias, técnica asséptica,<br />

preparação de meios de cultura,<br />

diluições em série e técnicas básicas<br />

em identificação, com critério de aceitação<br />

se for o caso. O pessoal somente<br />

pode realizar ensaios se for reconhecidamente<br />

competente para fazê-lo ou<br />

se estiver sob supervisão adequada.<br />

A competência deve ser monitorada<br />

continuamente com previsão de reciclagem<br />

quando necessário. Quando<br />

um método ou técnica não for de<br />

uso constante, pode ser necessário a<br />

verificação do desempenho do pessoal<br />

previamente à realização dos ensaios.<br />

Em alguns casos, pode ser mais<br />

apropriado capacitar o analista para<br />

a realização de uma técnica ou para<br />

o uso de um instrumento específico,<br />

ao invés de capacitá-lo à execução de<br />

um método analítico completo. Em<br />

algumas situações é aceitável relatar a<br />

competência para a realização de uma<br />

técnica geral ou instrumento utilizado<br />

ao invés de métodos específicos.<br />

O laboratório de microbiologia e os<br />

seus equipamentos devem ser instalados<br />

em área separada da área de<br />

produção. A separação é necessária<br />

para se evitar a contaminação dos<br />

produtos ,bem como ser projetado<br />

de maneira a permitir uma circulação<br />

adequada de entrada de material<br />

par análise, realização dos testes,<br />

incubação e leitura dos ensaios e o<br />

descarte adequado dos materiais<br />

contaminados , permitindo a desinfeção<br />

e esterilização minimizando<br />

os riscos de contaminação. O laboratório<br />

de microbiologia e certos<br />

equipamentos que dão suporte (por<br />

exemplo, autoclaves e vidrarias) devem<br />

ser de uso específico.


Microbiologia<br />

Deve haver fornecimento de ar separado<br />

para laboratórios e para áreas<br />

de produção.<br />

Unidades de gerenciamento e tratamento<br />

de ar, incluindo controle<br />

de temperatura e umidade, quando<br />

necessários, devem ser instalados<br />

separadamente para os laboratórios<br />

de microbiologia de microbiologia. O<br />

ar fornecido ao laboratório deve ser<br />

de qualidade adequada e não deve<br />

ser uma fonte de contaminação.<br />

Deve-se considerar a adequação da<br />

planta para a classificação das áreas<br />

e operações a serem desempenhadas<br />

dentro do laboratório de microbiologia.<br />

A classificação deve ser<br />

baseada na criticidade do produto e<br />

operações realizadas na área. Devese<br />

realizar o teste de esterilidade sob<br />

a mesma classe utilizada para operações<br />

estéril/ asséptica de produção.<br />

O monitoramento ambiental microbiológico<br />

deve refletir a instalação<br />

utilizada (sala ou isolador) e incluir a<br />

combinação dos métodos de amostragem<br />

do ar e superfície como:<br />

• Amostragem ativa do ar;<br />

• Exposição de placas;<br />

• Superfície de contato;<br />

• Replicata de placas para detecção e<br />

contagem de micro-organismos (RO-<br />

DAC), swabs ou filmes flexíveis;<br />

• Luvas dos operadores.<br />

O Monitoramento ambiental microbiológico<br />

da área de teste de esterilidade<br />

deve ser realizado durante cada<br />

sessão de trabalho nas condições de<br />

funcionamento (dinâmico). As especificações<br />

frente a contaminação microbiana<br />

devem estar descritas, incluindo<br />

os limites apropriados de alerta e ação.<br />

Os testes farmacopéicos normalizados<br />

são considerados validados.<br />

No entanto, o método específico a<br />

ser utilizado pelo laboratório precisa<br />

ser demonstrado como adequado<br />

ao uso pela recuperação de bactérias,<br />

leveduras e bolores na presença<br />

do produto específico. O laboratório<br />

deve demonstrar que o critério de<br />

desempenho do método normalizado<br />

é atendido, antes de introduzi-lo na<br />

rotina (método de verificação) e que a<br />

especificação do método é adequada<br />

para o produto (a demonstração da<br />

adequação do método inclui o uso de<br />

controles positivos e negativos).<br />

Os métodos de ensaio não baseados<br />

em compêndios ou outras referências<br />

reconhecidas devem ser validados<br />

antes da utilização. A validação deve<br />

incluir, quando apropriado, determinação<br />

da exatidão, precisão, especificidade,<br />

limite de detecção, limite de<br />

quantificação, linearidade e robustez.<br />

Efeitos potencialmente inibitórios a<br />

partir da amostra deve ser levado em<br />

conta quando testar diferentes tipos<br />

de amostras.<br />

Os resultados devem ser avaliados<br />

com métodos estatísticos adequados,<br />

por exemplo, conforme descritos<br />

pela farmacopéia brasileira, ou outros<br />

compêndios aprovados pela Anvisa.<br />

Todos os instrumentos, equipamentos<br />

utilizados nas análises devem ser<br />

calibrados e verificados para assegurar<br />

que atendem as boas práticas<br />

de laboratório. Deve-se manter os<br />

equipamentos qualificados quanto a<br />

características de instalação, performance<br />

e operação.<br />

Os reagentes, meios de cultivo devem<br />

ser adquirido de fornecedores<br />

qualificados e com relação aos meios<br />

de cultivo devem ser testados quanto<br />

a promoção de crescimento de acordo<br />

com as farmacopéia brasileira ou outros<br />

compêndios aprovados.<br />

As cepas de referência utilizadas nos<br />

controles positivos devem estar dentro<br />

do número de gerações aprovados<br />

para uso de acordo com as normas<br />

e mantidas adequadamente. O desempenho<br />

apropriado dos meios de<br />

cultura, diluentes e outras soluções<br />

devem ser verificados, quando relevante<br />

com relação: recuperação ou<br />

a manutenção dos microrganismos-<br />

-alvo. Recuperação de 50-200% que<br />

deve ser demonstrada após a inoculação<br />

de não mais que 100 unidades<br />

formadoras de colônia (UFC); inibição<br />

ou supressão de micro-organismos<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

35


Microbiologia<br />

não-alvo; propriedades bioquímicas<br />

(diferenciais e diagnósticas), e propriedades<br />

adequadas (por exemplo:<br />

pH, volume e esterilidade).<br />

Para avaliação da recuperação ou<br />

manutenção de micro-organismos<br />

deve ser dada preferência a procedimentos<br />

quantitativos.<br />

Onde laboratórios de ensaio são<br />

responsáveis pela amostragem inicial<br />

para a obtenção dos itens de ensaio,<br />

recomenda-se fortemente que o<br />

procedimento de amostragem seja<br />

coberto por um sistema de garantia<br />

da qualidade e submetido a auditorias<br />

regularmente. Qualquer processo<br />

de desinfecção utilizado para obter a<br />

amostra (ex. desinfecção em alguns<br />

pontos da embalagem da amostra)<br />

não deve comprometer o nível microbiológico<br />

interno da amostra. O<br />

transporte e o armazenamento das<br />

amostras devem ser realizados em<br />

condições que mantenham a integridade<br />

das mesmas (por exemplo:<br />

resfriada ou congelada quando apropriado).<br />

Os ensaios devem ser realizados<br />

o mais rápido possível após a<br />

amostragem.<br />

O laboratório deve ter um sistema<br />

de garantia da qualidade interna ou<br />

controle de qualidade (por exemplo:<br />

monitoramento dos desvios,<br />

uso de amostras fortificadas, testes<br />

replicados e participação em testes<br />

de proficiência, se for o caso) para<br />

garantira consistência dos resultados<br />

do dia a dia e sua conformidade<br />

com os critérios definidos.<br />

Se o resultado da contagem for<br />

negativo, este deve ser relatado<br />

como “não detectado para uma<br />

unidade definida” ou “menor que<br />

o limite de detecção para uma<br />

unidade definida”. O resultado não<br />

deve ser apresentado como “zero<br />

para uma unidade definida”, a não<br />

ser que ele seja uma exigência regulatória.<br />

Os resultados de ensaios<br />

qualitativos devem ser registrados<br />

como “detectado/não detectado<br />

numa quantidade ou volume definido”.<br />

Também podem ser expressos<br />

como “menor que um número<br />

especificado de micro-organismos<br />

para uma unidade definida”, quando<br />

o número de micro-organismo<br />

especificado exceder o limite de<br />

detecção do método e isto tiver<br />

sido acordado com o cliente. Nos<br />

dados brutos “o resultado não deve<br />

ser dado como zero para uma unidade<br />

definida” a não ser que seja<br />

uma exigência regulatória.<br />

Um valor reportado de “0” pode ser<br />

utilizado para entrada de dados e<br />

cálculos ou análise de tendências em<br />

bases de dados eletrônicos.<br />

Referências:<br />

• Boas práticas da OMS para laboratórios<br />

de microbiologia farmacêutica,<br />

janeiro de 2013.<br />

• Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos<br />

do Esquema de Cooperação<br />

em Inspeção Farmacêutica, PIC/S,<br />

RDC 301 DE 21/08/2019.<br />

• Farmacopéia Brasileira 6º edição<br />

15/08/2019.<br />

36<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

Claudio Kiyoshi Hirai<br />

Farmacêutico bioquímico, diretor científico da BCQ consultoria e qualidade, membro da American Society of Microbiology e membro<br />

do CTT de microbiologia da Farmacopeia Brasileira.<br />

Telefone: 11 5539 6719 - E-mail: técnica@bcq.com.br


A NOVA CADEIA NACIONAL DE RASTREABILIDADE<br />

DA UNIDADE DE COMPRIMENTO, O METRO<br />

Por Ivan Luiz Marques Silva, Walter Oliveira Junior, Miguel Angelo Catharina Torres.<br />

Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Diretoria de Metrologia Científica e Tecnologia (Dimci), Divisão de Metrologia Óptica (Diopt)<br />

Metrologia<br />

Introdução<br />

Dentro do conjunto de competências<br />

da Divisão de Metrologia Óptica<br />

(Diopt) do Inmetro encontra-se a<br />

responsabilidade de realizar a unidade<br />

da grandeza comprimento, o<br />

metro, em conformidade com o Sistema<br />

Internacional de Unidades (SI),<br />

através da manutenção da cadeia<br />

de rastreabilidade ao padrão primário.<br />

A disseminação da unidade aos<br />

clientes externos, assim como o desenvolvimento<br />

de pesquisas na área<br />

de Metrologia Óptica, são atividades<br />

realizadas pelo Laboratório de Interferometria,<br />

o Laint.<br />

No ano de 1795 (18 Germinal An.<br />

III) foi promulgada a lei relativa<br />

aos pesos e medidas adotando o<br />

sistema métrico na França [1].<br />

Em 1960, com a adoção do SI em<br />

consequência do 11º encontro do<br />

Conferencia Geral de Pesos e Medidas<br />

(CGPM), ocorreu a primeira<br />

grande mudança de paradigma na<br />

definição da unidade metro, que<br />

deixou de ser realizado através de<br />

um artefato material e passou a<br />

ser definido através da medida do<br />

comprimento de onda da transição<br />

5d5 - 2p10 do 86Kr. Em 1983, o<br />

17º encontro do CGPM adotou uma<br />

nova definição do metro como função<br />

da velocidade da luz no vácuo,<br />

fixada em exatos 299 792 458 m/s<br />

[2], vinculando, desta maneira, a<br />

unidade metro (comprimento) a<br />

unidade segundo (tempo). Esta<br />

nova definição permite a determinação<br />

do comprimento de onda<br />

da radiação, no vácuo, através da<br />

medida de sua frequência, sem<br />

perda de exatidão [3]. Simultaneamente<br />

ao 17º encontro do CGPM,<br />

o Comité International des Poids<br />

et Mesures (CIPM) propôs uma lista<br />

de radiações que poderiam ser<br />

utilizadas para a realização pratica<br />

do metro, conhecida como Mise en<br />

Pratique (MeP) [4]. Dentre as radiações<br />

elencadas esta a radiação<br />

do laser de HeNe, estabilizado na<br />

componente a16 da transição hiperfina<br />

R(127) 11-5 da molécula<br />

do 127I2 e radiações especificas<br />

emitidas por lâmpadas espectrais<br />

de 86Kr e 114Cd, utilizadas como<br />

padrões de comprimento em sistemas<br />

interferométricos do Laint.<br />

Desde a década de 1980 as lâmpadas<br />

espectrais vêm sendo gradualmente<br />

substituídas por lasers<br />

estabilizados como padrões de<br />

comprimento nos sistemas interferométricos.<br />

Com o objetivo de dotar<br />

a Divisão de Metrologia Óptica de<br />

ferramentas que permitam acompanhar<br />

a dinâmica de evolução de nosso<br />

parque industrial, iniciou-se no<br />

ano de 2010, com a incorporação do<br />

Pente de Frequências Ópticas (Pente<br />

Laser), o processo de substituição<br />

das lâmpadas espectrais, dos nossos<br />

sistemas interferométricos, por<br />

radiações laser. Este processo culminou<br />

com a adoção de uma nova<br />

cadeia de rastreabilidade, vinculada<br />

à unidade de tempo do SI, conforme<br />

apresentado na figura 1.<br />

O Pente Laser e a nova cadeia<br />

de rastreabilidade<br />

Através dos serviços de calibração<br />

de lasers de HeNe estabilizados em<br />

633 nm, de calibração de blocos<br />

padrão, pares de bloco e planeza,<br />

oferecidos pelo Laint aos seus<br />

clientes, é realizada a disseminação<br />

da unidade metro. Entretanto,<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

37


Metrologia<br />

38<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

a utilização de apenas um padrão<br />

óptico primário (laser de HeNe estabilizado<br />

na componente a16 da<br />

transição hiperfina R(127) 11-5<br />

da molécula do 127I2), com uma<br />

única referência de comprimento<br />

de onda, restringia o escopo da calibração<br />

a lasers HeNe estabilizados<br />

em 633nm, embora o Laint possua<br />

interferômetros utilizando lasers<br />

operando em outros comprimentos<br />

de onda. Para contornar essa<br />

dificuldade, em 2010 foi adquirido<br />

um Pente Laser [5,6]. Em 2014, o<br />

serviço de calibração baseado no<br />

Pente passou por auditoria externa,<br />

tendo sido posteriormente validado<br />

[7, 8]. Em 2017 o serviço foi incluído<br />

no KCDB/BIPM, permitindo,<br />

desta maneira, ampliar o escopo<br />

de calibrações, abrangendo todos<br />

os comprimentos de onda associados<br />

aos lasers utilizados nos interferômetros<br />

do Laint. Além disto, a<br />

inclusão do Pente Laser permitiu a<br />

construção de uma nova cadeia de<br />

rastreabilidade vinculada à unidade<br />

de tempo do SI, o segundo. Tal rastreabilidade<br />

é garantida através da<br />

calibração, no Observatório Nacional,<br />

do padrão de quartzo, disciplinado<br />

por GPS, que fornece um sinal<br />

de 10 MHz utilizado pelo Pente no<br />

travamento da frequência de repetição,<br />

da frequência de offset, servindo<br />

também como base de tempo<br />

do contador e do sintetizador de<br />

frequências.<br />

Figura 1 – Cadeia de rastreabilidade da unidade metro, baseada no Pente Laser.<br />

Conclusão<br />

A nova cadeia de rastreabilidade<br />

do metro, baseada na substituição<br />

das lâmpadas espectrais por lasers<br />

estabilizados em frequência e na incorporação<br />

do Pente de Laser foi implementada<br />

com sucesso no Inmetro.<br />

Conforme apresentado neste documento,<br />

o Pente Laser desempenha<br />

um papel fundamental na construção<br />

desta nova cadeia. Este equipamento<br />

tem sido usado para calibrar todos os<br />

lasers de HeNe estabilizados usados<br />

como padrões de comprimento no<br />

Laint, garantindo, desta maneira, a<br />

rastreabilidade dos sistemas de medição.<br />

O Pente Laser permite a realização<br />

do metro com rastreabilidade direta à<br />

unidade de tempo do SI, o segundo,<br />

em conformidade com as novas diretrizes<br />

do BIPM.<br />

Referencias<br />

[1] -Himbert M.1993, “Le mètre láventure<br />

continue”, Bulletin du BNM, n°93.<br />

[2] Hänsch T W 2006 Rev. Mod. Phys.<br />

78 1297-1309<br />

[3] Udem Th, Holzwarth R and Hansh<br />

T W 2002 Nature 416<br />

[4] Quinn T J 2003 Metrologia 40<br />

[5] Ye J, Cundiff S T, “Femtosecond<br />

Optical Frequency Comb: Principle,<br />

Operation, and Applications”, Kluwer<br />

[6] Holzwarth R 2001, “Measuring the<br />

frequency of light using fentosecond<br />

pulse lasers”, Max-Planck-Institut fur<br />

Quantenoptik, MPQ-Report 268<br />

[7] Silva I L M, Couceiro I B, Torres M<br />

A C, Costa P A and Grieneisen H P H<br />

2016 J. Phys. Conf. Ser. 733<br />

[8] Silva I L M, Oliveira A N, Couceiro<br />

I B, Torres M A C 2017 Proc. Conf.<br />

Metrologia.


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Logística Laboratorial<br />

ARMAZENAGEM EM CÂMARA FRIA<br />

40<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

A câmara fria é uma ferramenta projetada<br />

para otimizar o armazenamento<br />

de produtos por meio de sua refrigeração.<br />

Com a baixa temperatura, ela assegura<br />

a eficiência e qualidade dos processos<br />

de armazenagem de produtos.<br />

É uma área de armazenagem especial<br />

para produtos, materiais ou insumos<br />

que necessitam de uma conservação<br />

maior, seja para preservar a qualidade<br />

e suas características.<br />

Quando comparado ao freezer e congelador,<br />

a câmara fria tem a expressiva<br />

vantagem de permitir o armazenamento<br />

eficiente e na temperatura adequada<br />

de grandes volumes de produtos.<br />

Outra vantagem de se utilizar esse<br />

equipamento é a precisão do controle<br />

de temperatura. Via de regra, as oscilações<br />

de sistemas manuais e a falta<br />

de controle adequado da temperatura<br />

podem prejudicar o armazenamento e<br />

durabilidade dos produtos, o que não<br />

ocorre em uma câmara fria.<br />

Buscando inovação e uma solução integrada,<br />

a Prime Storage, empresa do Grupo<br />

Prime Cargo, possui a armazenagem<br />

refrigerada de produtos para a área da<br />

saúde, com uma câmara fria de 1800 m³,<br />

50 posições paletes e 1100 posições prateleiras<br />

para armazenagem de produtos<br />

refrigerados de 2ºC a 8°C, localizada na<br />

Matriz em Barueri, São Paulo.<br />

Contando com uma antecâmara climatizada,<br />

com sistema de monitoramento<br />

online de temperatura, alarme sonoro e<br />

luminoso de abertura de porta, permitem<br />

um controle mais eficiente da temperatura<br />

24 horas por dia, 7 dias por semana.<br />

Os produtos termolábeis são recepcionados<br />

na antecâmara onde é realizada<br />

a conferência dos produtos e a verificação<br />

de temperatura, posteriormente os<br />

produtos são encaminhados para a área<br />

de armazenagem dentro da câmara fria<br />

a disposição até que seja solicitada a<br />

separação por parte do cliente.<br />

A nossa câmara fria possui uma área<br />

para recebimento, armazenagem, expedição<br />

e não conformidade.<br />

Nossa estrutura está qualificada e os<br />

relatórios de qualificação são disponibilizados<br />

aos nossos clientes. Estamos<br />

prontos para lhe atender!<br />

Em breve nova estrutura de armazenagem<br />

em câmara fria na nossa filial<br />

Duque de Caxias, Rio de Janeiro.<br />

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Em Foco<br />

PESQUISA, ANÁLISE E CONTROLE DE QUALIDADE<br />

DA CANNABIS<br />

Com o recente avanço na pesquisa e<br />

análise da Cannabis, combinado com<br />

o aumento da demanda por esse tipo<br />

de produto, os testes laboratoriais tornaram-se<br />

parte integrante e fundamental<br />

da rápida expansão.<br />

Cannabis é um gênero de planta<br />

com muitas espécies diferentes, as<br />

mais conhecidas são: Cannabis Sativa<br />

e Cannabis Indica. Suas flores secretam<br />

uma substância que contém Canabinoides,<br />

Terpenos, Triglicerídeos e<br />

outros compostos.<br />

A Cannabis contém mais de 200<br />

terpenos (moléculas compostas por<br />

várias unidades de isopreno que produzem<br />

aromas distintos), incluindo<br />

A-pineno, Limoneno e Mirceno.<br />

Pesquisadores estão desenvolvendo<br />

uma ampla variedade de cepas por<br />

meio da reprodução seletiva, cada<br />

uma contendo propriedades sensoriais,<br />

psicoativas e medicinais para<br />

atender a cada demanda específica<br />

do mercado.<br />

A Toronto Research Chemicals (TRC)<br />

do Grupo LGC, oferece um extenso<br />

catálogo com milhares de produtos,<br />

contendo uma grande seleção de<br />

padrões de referência, isótopos rotulados,<br />

metabólitos e impurezas para<br />

ajudar na análise, pesquisa e controle<br />

de qualidade da Cannabis.<br />

Além disso, possui laboratórios<br />

analíticos que estão totalmente<br />

equipados para fornecer análises<br />

como: HPLC, HNMR, MS, IR, KF,<br />

TGA e 13CNMR, conforme a regulamentação<br />

da Anvisa na resolução<br />

RDC Nº 166.<br />

A CMS Científica do Brasil é distribuidor<br />

autorizado da TRC e oferece<br />

soluções inteligentes e suporte especializado<br />

para aquisição dos produtos.<br />

Entre em contato e saiba mais!<br />

+55 19 3872-8300<br />

www.cmscientifica.com.br<br />

contato@cmscientifica.com.br<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

41


Em Foco<br />

LAB DE A A Z: NOVO BANHO SECO 02 BLOCOS<br />

42<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

O banho seco é um equipamento<br />

versátil e muito usado em diversas<br />

especialidades laboratoriais como<br />

análises clínicas, microbiologia,<br />

histologia, biotecnologia, biologia<br />

molecular e genética. Sua principal<br />

função é o aquecimento a seco<br />

de amostras que precisam passar<br />

por um controle rigoroso de temperatura.<br />

A exatidão da temperatura é importante<br />

em processos de incubação,<br />

digestão de enzimas de restrição,<br />

desnaturação de DNA, derretimento<br />

de ágar, conservação de amostras, estudos<br />

de coagulação, hibridização in<br />

situ, análises enzimáticas entre outras<br />

aplicações.<br />

O novo banho seco 02 Blocos<br />

Kasvi tem um design moderno e<br />

é um equipamento fácil de operar<br />

controlado por microprocessador<br />

com tela de LED. Garante<br />

rápido aquecimento com estabilidade<br />

e precisão na temperatura<br />

das amostras. Utiliza blocos¹ de<br />

aquecimento intercambiáveis<br />

para atender as mais variadas<br />

aplicações biológicas. Com capacidade<br />

para microplacas e<br />

tubos de centrifugação. São<br />

moldados em liga de alumínio,<br />

garantindo uma transferência<br />

eficaz de calor.<br />

• Exibição da temperatura em tempo<br />

real e contagem regressiva<br />

• Fácil substituição do bloco, tornando<br />

a limpeza e desinfecção mais fáceis;<br />

• Detecção automática de falhas e<br />

função de alarme;<br />

• Dispositivo de proteção contra excesso<br />

de temperatura embutido.<br />

¹ Blocos vendidos separadamente.<br />

Produtos não passíveis de regulamentação<br />

na ANVISA.<br />

Saiba mais sobre nossos lançamentos,<br />

acesse: www.kasvi.com.br<br />

Kasvi<br />

0800 726 0508<br />

kasvi@kasvi.com.br


Em Foco<br />

MARCA LÍDER NO MERCADO EUROPEU AGORA NO BRASIL.<br />

UMA EXCLUSIVIDADE LABORCLIN.<br />

No início do ano de 2020, o grupo<br />

Solabia adquiriu a Laborclin,<br />

criando sinergias que resultaram<br />

em um portfólio completo de<br />

soluções em microbiologia. A<br />

Laborclin agora incorpora em seu<br />

portfólio a marca Biokar.<br />

Líder absoluto em seu segmento,<br />

é a divisão de microbiologia<br />

do grupo Solabia, dedicada ao<br />

desenvolvimento, produção e<br />

comercialização de meios de<br />

cultura desidratados, suplementos<br />

e kits de detecção para laboratórios<br />

de microbiologia. Com presença<br />

em mais de 50 países, a BIOKAR<br />

adquiriu reputação internacional<br />

pela qualidade de seus produtos<br />

e soluções inovadoras. Sendo um<br />

dos principais produtores globais<br />

em meios de cultura desidratados e<br />

meios pronto para uso.<br />

O grupo tem sua matriz sediada na<br />

região de Paris, quatro unidades<br />

de produção e dois centros de<br />

pesquisa e desenvolvimento em um<br />

raio de menos de 80 quilômetros.<br />

Conta também com duas outras<br />

unidades de produção e um centro<br />

de pesquisa, desenvolvimento<br />

e inovação situados na cidade<br />

de Maringá/PR – Brasil. Com o<br />

respaldo de quase 50 anos de<br />

experiência, a Solabia ocupa uma<br />

posição de liderança no mercado<br />

de Peptona em todo o mundo<br />

possuindo mais de 70% da fatia de<br />

mercado europeu.<br />

Laborclin<br />

Contato: comercial@laborclin.com.br<br />

Tel.: 41 3661 9001<br />

www.laborclin.com.br<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

43


Em Foco<br />

UM PASSO EM DIREÇÃO A UM TESTE NÃO INVASIVO<br />

PARA MONITORAR PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA<br />

44<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

Os pesquisadores demonstram o<br />

potencial do uso de análise de saliva<br />

para prever surtos em pessoas com<br />

insuficiência cardíaca, o que poderia<br />

ajudá-los a viver mais e melhor.<br />

Pelo menos 26 milhões de pessoas<br />

em todo o mundo vivem atualmente<br />

com insuficiência cardíaca - e espera-se<br />

que esses números aumentem<br />

dramaticamente no futuro.<br />

Quando uma pessoa desenvolve insuficiência<br />

cardíaca pela primeira vez,<br />

seu corpo passa por várias mudanças<br />

fisiológicas para tentar compensar.<br />

Mas, eventualmente, seu corpo não<br />

consegue mais acompanhar e eles co-<br />

meçam a sentir sintomas como falta<br />

de ar e fadiga. Sua condição vai piorar<br />

progressivamente com o tempo - e<br />

cerca de quatro em cada dez pacientes<br />

não sobreviverão por mais de cinco<br />

anos após o diagnóstico.<br />

Uma pessoa que vive com insuficiência<br />

cardíaca pode apresentar insuficiência<br />

cardíaca aguda, que geralmente<br />

requer internação hospitalar.<br />

Se os médicos pudessem prever com<br />

segurança um surto iminente, seria<br />

possível evitar que isso acontecesse -<br />

melhorando a qualidade de vida das<br />

pessoas que vivem com insuficiência<br />

cardíaca e, potencialmente, prolongando<br />

suas vidas.<br />

Um teste não invasivo<br />

Em um novo estudo, publicado na Scientific<br />

Reports, os pesquisadores realizam um<br />

estudo piloto para investigar a viabilidade<br />

de monitorar pacientes com insuficiência<br />

cardíaca por meio de testes de saliva. 1<br />

Os pesquisadores desenvolveram um<br />

novo método para medir simultaneamente<br />

a concentração de dois biomarcadores<br />

potenciais - 8-isoPGF2α e cortisol<br />

- na saliva. Isso envolveu a combinação<br />

de microextração por sorvente empacotado<br />

(MEPS) com cromatografia líquida<br />

de ultra-alto desempenho acoplada a<br />

espectrometria de massa triplo-quadrupolo<br />

de ionização por eletrospray (UHPL-<br />

C-ESI-MS / MS).


Em Foco<br />

Eles demonstraram que esta abordagem<br />

forneceu recuperação satisfatória (95-<br />

110%) e um limite de detecção adequado<br />

(10pg / ml) em amostras de saliva.<br />

Monitorando Pacientes com Insuficiência<br />

Cardíaca<br />

A equipe então realizou um estudo<br />

piloto em amostras de saliva de 44<br />

pacientes com insuficiência cardíaca<br />

que foram hospitalizados devido a<br />

um surto. Eles usaram procedimentos<br />

validados para monitorar um painel<br />

de candidatos a biomarcadores para<br />

insuficiência cardíaca - lactato, ácido<br />

úrico, TNF-α, cortisol, α-amilase e<br />

8-isoPGF2α - coletados em horários<br />

regulares durante sua internação.<br />

Eles mediram a concentração de TN-<br />

F-α com um ensaio imunoenzimático<br />

(ELISA) usando água ultrapura obtida de<br />

um sistema de purificação de água de laboratório<br />

ELGA PURELAB®, minimizando<br />

o risco de introdução de contaminantes<br />

que podem afetar seus resultados.<br />

Seus resultados identificaram que<br />

cerca de 70% dos pacientes apresentaram<br />

pelo menos uma diminuição<br />

de 3 vezes de dois biomarcadores -<br />

8-isoPGF2α e lactato - em sua saliva<br />

no momento da alta hospitalar, o<br />

que está provavelmente relacionado<br />

a uma melhora nos sintomas clínicos<br />

devido ao tratamento. Supondo que<br />

altas concentrações salivares desses<br />

dois produtos químicos se acumulem<br />

progressivamente na saliva ao longo<br />

do tempo, seu monitoramento pode<br />

fornecer um alerta precoce de insuficiência<br />

cardíaca aguda.<br />

Prevenção de chamas<br />

Este estudo identifica 8 – isoPGF2α e<br />

lactato como possíveis biomarcadores<br />

não invasivos para monitoramento da<br />

insuficiência cardíaca - e que a análise<br />

da saliva tem aplicações potenciais na<br />

prática clínica.<br />

Se esses biomarcadores forem validados<br />

em estudos futuros, isso pode<br />

abrir caminho para o desenvolvimento<br />

de novos dispositivos de detecção<br />

que podem ser usados em casa para<br />

ajudar a prevenir surtos em pacientes<br />

com insuficiência cardíaca - melhorando<br />

e possivelmente prolongando<br />

suas vidas.<br />

Por que escolher ELGA LabWater?<br />

ELGA LabWater é um nome confiável<br />

em água pura e ultrapura desde 1937.<br />

Acreditamos em dar a você a escolha<br />

de como usar nossas soluções de purificação<br />

de água, apoiadas por um<br />

serviço e suporte excelentes.<br />

Reference:<br />

1. Ghimenti S., et al. Salivary lactate<br />

and 8–isoprostaglandin F2α as potential<br />

non–invasive biomarkers for<br />

monitoring heart failure: a pilot study.<br />

Sci Rep (2020):10;7441. https://doi.<br />

org/10.1038/s41598-020-64112-2<br />

Sobre a Veolia<br />

O grupo Veolia é a referência mundial<br />

em gestão otimizada dos recursos.<br />

Presente nos cinco continentes<br />

com mais de 171000 colaboradores,<br />

o Grupo concebe e implementa<br />

soluções para a gestão da água, dos<br />

resíduos e da energia, que fomentam<br />

o desenvolvimento sustentável<br />

das cidades e das indústrias. Com<br />

suas três atividades complementares,<br />

Veolia contribui ao desenvolvimento<br />

do acesso aos recursos, à<br />

preservação e renovação dos recursos<br />

disponíveis.<br />

Em 2018, o grupo Veolia trouxe<br />

água potável para 95 milhões<br />

de habitantes e saneamento para<br />

63 milhões, produziu cerca de 56<br />

milhões de megawatt/hora e valorizou<br />

49 milhões de toneladas<br />

de resíduos. Veolia Environnement<br />

(Paris Euronext : VIE) realizou em<br />

2018 um faturamento consolidado<br />

de 25,91 bilhões de euros.<br />

www.veolia.com<br />

Para mais informações:<br />

Tel. +55 11 3888-8782<br />

Rafaela.rodrigues@veolia.com<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

45


Em Foco<br />

DMA-80 EVO É SÉTIMA GERAÇÃO DE ANALISADORES<br />

DE MERCÚRIO DA MILESTONE<br />

O DMA-80 evo é sétima geração<br />

de analisadores de mercúrio da<br />

Milestone. O espectrofotômetro de<br />

feixe duplo garante determinação<br />

precisa de mercúrio, mesmo no nível<br />

de ppt. Esta maior estabilidade do<br />

sinal melhora a reprodutibilidade e a<br />

confiabilidade da análise, mesmo em<br />

baixas concentrações.<br />

O sistema de determinação de mercúrio<br />

DMA-80 pode analisar qualquer<br />

matriz (sólida, líquida ou gasosa) sem<br />

qualquer pré-tratamento ou adições<br />

químicas em apenas 6 minutos em<br />

total conformidade com o método<br />

EPA 7473. Com milhares de unidades<br />

instaladas pelo mundo, o DMA-80<br />

evo atende perfeitamente uma ampla<br />

gama de aplicações: ambiental,<br />

energia, alimentar, indústria cimentícia,<br />

cosméticos, agricultura, mineração e<br />

petroquímica.<br />

DMA-80 evo Dualcell com feixe<br />

simples<br />

Com configuração mais enxuta, este<br />

modelo da linha DMA-80 evo possui<br />

espectrômetro de feixe simples e<br />

caminho ótico composto por duas<br />

celas. Com limite de detecção de 0,003<br />

ng possui faixa de trabalho entre 0,01<br />

e 1500 ng de Hg. Com precisão típica<br />

de 1% na faixa de 10 ng de Hg.<br />

DMA-80 evo Dualcell com feixe duplo<br />

Com espectrômetro de feixe duplo<br />

e caminho ótico composto de duas<br />

celas o modelo DMA-80 evo Dualcell<br />

com feixe duplo possui limite de<br />

detecção de 0,001 ng possui faixa de<br />

trabalho entre 0,01 e 1500 ng de Hg.<br />

Com precisão típica de 1% na faixa de<br />

5 ng de Hg.<br />

46<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

DMA-80 evo Tricell com feixe duplo<br />

Modelo de maior sensibilidade<br />

da linha DMA-80 evo, possui<br />

espectrômetro de feixe duplo e<br />

caminho ótico composto de três celas.<br />

Com limite de detecção de 0,0003 ng<br />

possui faixa de trabalho entre 0,003 e<br />

1500 ng de Hg. Com precisão típica de<br />

1% na faixa de 1 ng de Hg.


Em Foco<br />

Em Foco<br />

UMA HISTÓRIA DE VALOR E CONFIANÇA<br />

Os Padrões de Referência desempenham<br />

um papel fundamental para<br />

sociedade garantindo a acessibilidade<br />

e qualidade dos medicamentos<br />

fabricados e entregues a população<br />

mundial.<br />

A USP (United States Pharmacopeia)<br />

trabalha sempre em conformidade com os<br />

requisitos de qualidade exigidos pelos órgãos<br />

oficiais com alto rigor científico. As normas de<br />

qualidade para os produtos farmacêuticos e<br />

alimentícios exigem análises comparativas<br />

constantes, utilizando diversas técnicas como<br />

cromatografia, espectrofotometria, espectrometria<br />

e testes de desempenho. Portanto, a<br />

qualidade e consistência dos Padrões de<br />

Referência são crucias para alcançar resultados<br />

cientificamente válidos.<br />

Comemorando 200 anos desde sua fundação,<br />

a USP faz a diferença ao redor do mundo<br />

construindo parcerias duradoras, sustentáveis<br />

e pautadas na ética para mostrar que a<br />

qualidade de vida das pessoas é um pilar<br />

insubstituível em seu DNA. A LAS do Brasil<br />

tem orgulho em fazer parte dessa rede de<br />

parceiros, sendo o canal autorizado para<br />

distribuição de seus materiais no Brasil.<br />

Reconhecida por trabalhar com produtos e<br />

serviços de alta qualidade, a parceria com a<br />

USP proporcionou a LAS entendimento sobre a<br />

importância e responsabilidade do uso de<br />

Padrões de Referência para garantir o acesso da<br />

população a medicamentos, alimentos e<br />

suplementos de qualidade no Brasil.<br />

Responsável por todas as etapas que envolvem<br />

a distribuição confiável dos Padrões de<br />

Referência da USP em nossos clientes, com<br />

cobertura para todo território nacional,<br />

atendendo os requisitos exigidos pelos órgãos<br />

anuentes para transporte seguro de cada<br />

substância, a LAS vem cumprindo sua missão<br />

em garantir que os laboratórios brasileiros<br />

tenham acesso a confiança, credibilidade e o<br />

respaldo na utilização dos autênticos Padrões<br />

da USP.<br />

1820<br />

1905<br />

Farmacopeia dos Estados Unidos Biológicos<br />

1908<br />

Acessibilidade Mundial<br />

00<br />

Desde a concepção da USP em 1820, milhões<br />

de pessoas no mundo podem confiar nos<br />

medicamentos por causa de seus padrões de<br />

qualidade.<br />

A Lei de Controle de Produtos Biológicos de<br />

1902 (The Biologics Control Act) levou à<br />

primeira monografia de biológicos da USP,<br />

sobre Antitoxina Diftérica, que ajudou a<br />

restaurar a confiança nos medicamentos, após<br />

13 mortes associadas à antitoxina diftérica<br />

contaminada.<br />

A tradução dos padrões documentais da USP os<br />

tornou acessíveis a países de todo o mundo,<br />

permitindo que seus cidadãos confiassem na<br />

qualidade de seus medicamentos.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

47


Em Foco<br />

Em Foco<br />

1944<br />

Segunda Guerra Mundial<br />

1969<br />

Reconhecimento Global<br />

1980<br />

Divulgação da USP-NF<br />

USP, FDA, Institutos Nacionais de Saúde (NIH -<br />

National Institutes of Health) e a Diretoria de<br />

Produção para a Guerra (War Production<br />

Board) conseguiram desenvolver rapidamente<br />

padrões para penicilina que permitissem sua<br />

produção em massa - uma prioridade para o<br />

tratamento da sepse.<br />

27 países reconheciam os padrões da USP.<br />

Hoje, 140 países ao redor do mundo<br />

reconhecem os padrões da USP.<br />

USP e NF são publicadas em um só volume em<br />

1980, contendo 2.709 monografias.<br />

1990<br />

1992 2001<br />

Suplementos Alimentares USP e USAID<br />

Revendedora USP<br />

À medida que mais pessoas incluíam<br />

suplementos alimentares como parte de um<br />

estilo de vida saudável, a USP reconheceu a<br />

necessidade de manter a qualidade dos<br />

mesmos e começou a explorar padrões para<br />

combinações de multivitaminas e minerais<br />

como suplementos nutricionais.<br />

A USP e a Agência para o desenvolvimento<br />

internacional (USAID - Agency for International<br />

development) começam uma relação colaborativa<br />

de mais de 25 anos para avaliar programas<br />

de fontes de informação sobre medicamentos<br />

em países em desenvolvimento.<br />

A LAS do Brasil surgiu frente a necessidade<br />

da Indústria Farmacêutica na obtenção facilitada<br />

e confiável de insumos analíticos.<br />

Desde 2001 nossos clientes possuem acesso a<br />

serviços de qualidade no atendimento<br />

comercial, importação e entrega de padrões<br />

USP no Brasil.<br />

2004<br />

2005-08<br />

Distribuidor Oficial USP Índia, USP China, USP Brasil<br />

2020<br />

USP e LAS - Uma parceria de sucesso<br />

<strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

48 00<br />

<strong>Revista</strong><br />

A LAS é reconhecida pela USP como distribuidora<br />

oficial de seus Padrões de Referência em<br />

todo território brasileiro.<br />

Instalações globais são inauguradas em<br />

Hyderabad, Índia (2006); Shangai, China<br />

(2007) e São Paulo, Brasil (2008).<br />

Comemorando os 200 anos da USP, a LAS do<br />

Brasil completa 16 anos como seu distribuidor<br />

autorizado em todo território nacional, buscando<br />

sempre soluções inovadoras e a excelência no<br />

atendimento de nossos clientes garantindo a<br />

entrega de autênticos Padrões USP.


Em Foco<br />

200<br />

years of building<br />

trust<br />

Em 1820, onze médicos<br />

tomaram medidas para proteger<br />

os pacientes de medicamentos<br />

de baixa qualidade. Eles formaram<br />

a Farmacopeia dos EUA (USP).<br />

Neste ano de 2020 a USP comemora 200 anos de história, assumindo a<br />

liderança global na construção da confiança em Medicamentos e<br />

Suplementos Alimentares, por meio de normas e Padrões de Referência<br />

públicos que ajudam a melhorar a saúde das pessoas em todo o mundo.<br />

Saiba mais sobre essa<br />

trajetória acessando o site<br />

através do QR Code:<br />

+55 62 3085-1900 | comercial@lasdobrasil.com.br<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

49


Em Foco<br />

O QUE HÁ DE MELHOR DISPONÍVEL NO MERCADO<br />

DE INSUMOS PARA LABORATÓRIOS<br />

externos ou com substâncias tóxicas presentes nos<br />

componentes do tubo. Disponível com duas opções<br />

de fechamento, tampa com rosca interna ou externa,<br />

para as diferentes aplicações do usuário.<br />

TUBOS PARA CADA UM DOS<br />

SEUS PROCESSOS<br />

De pesquisas para o desenvolvimento de<br />

vacinas e outras soluções para a saúde, ao desenvolvimento<br />

de novos produtos para diversos<br />

segmentos da indústria. Não é novidade que laboratórios<br />

biológicos têm que estar preparados<br />

para atender a processos diversos, além de prezar<br />

por altos padrões de qualidade para alcançar<br />

resultados realmente confiáveis.<br />

Por isso, atualmente o mercado oferece uma<br />

variedade de insumos cada vez mais abrangente,<br />

com características desenvolvidas especialmente<br />

para cada aplicação, escala de produtividade,<br />

que garantam qualidade e eficiência nos resultados<br />

e até mesmo o melhor aproveitamento do<br />

espaço físico do laboratório.<br />

Especificamente, quando o assunto é tubos,<br />

essa variedade também é enorme, desde os<br />

formatos, tamanhos e cores, já que se trata de<br />

um material versátil e que auxilia na realização<br />

de diversos processos laboratoriais.<br />

Tubos para PCR<br />

Microtubos de polipropileno que apresentam<br />

paredes mais finas para uma excelente transferência<br />

de calor durante amplificações gênicas.<br />

São utilizados diretamente nos termocicladores<br />

e permitem a maior flexibilidade no número de<br />

amostras trabalhadas.<br />

Uma vez que são destinados ao uso com materiais<br />

genéticos, é essencial que estes tubos sejam<br />

validados quanto a ausência de DNases, RNases<br />

e outros materiais genéticos, pois estes materiais<br />

podem interferir nos resultados obtidos.<br />

A versão em tiras (strip) facilita o manuseio<br />

de várias amostras e tem grande aplicação para<br />

testes de PCR, método considerado como padrão<br />

ouro no diagnóstico de infecção por COVID-19.<br />

Tubos de reação<br />

Muito utilizados para volumes de 0,5 a 2 mL,<br />

são microtubos com ampla resistência química e<br />

térmica, ideais para diversas aplicações em ensaios<br />

laboratoriais como: preparo de amostras,<br />

diluição de compostos, alíquotas de materiais.<br />

Atualmente também são utilizados para o<br />

transporte e armazenamento de amostras de<br />

pacientes com suspeita de COVID-19, devido à<br />

sua segurança e vedação. O uso de tubos produzidos<br />

com materiais com alto grau de esterilidade<br />

e certificações de qualidade conferem maior<br />

segurança aos resultados obtidos no diagnóstico<br />

da doença. Os criotubos com as certificações CE e<br />

IVD (in vitro diagnostic product), que garantem<br />

esse alto grau de esterilidade, grau farmacêutico<br />

e grau médico, podem ser encontrados como<br />

parte do portfólio da Greiner Bio-One e, assim<br />

como os tubos de polipropileno, tubos de PCR e<br />

tubos de reação, são livres de detecção de DNase,<br />

RNase, DNA humano e não são pirogênicos.<br />

Além da variedade e padrões que asseguram<br />

a qualidade dos seus produtos, a empresa de<br />

origem austríaca, presente hoje em mais de<br />

100 países, também conta com uma equipe de<br />

especialistas para dar suporte técnico aos seus<br />

clientes em instituições de serviços e pesquisa<br />

para a saúde de todo o Brasil.<br />

50<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

Tubos de polipropileno<br />

A alta resistência térmica, química e mecânica<br />

conferida pelo polímero polipropileno torna estes<br />

tubos ideais para aplicações diversas em laboratórios<br />

clínicos e de pesquisa básica. Com capacidade<br />

de armazenamento de 15 ou 50 mL, estes tubos<br />

apresentam base em formato cônico que facilita<br />

o manuseio das amostras e a precipitação de material<br />

durante o procedimento de centrifugação,<br />

por exemplo. Além do formato cônico, alguns<br />

tubos apresentam uma base de sustentação que<br />

permite apoiá-los em superfícies planas durante o<br />

procedimento ou armazenamento.<br />

Atualmente são utilizados também para o<br />

transporte de Swab de amostras nasais orofaríngeas<br />

de pacientes com suspeita de COVID-19.<br />

As versões com tampas acopladas facilitam o<br />

manuseio durante a rotina experimental, enquanto<br />

os microtubos com tampa de rosca são mais<br />

indicados para o armazenamento de amostras e<br />

substâncias com maior vedação e proteção. Para<br />

materiais e amostras fotossensíveis é possível optar<br />

por tubos de reação de cor âmbar.<br />

Criotubos<br />

Fabricados em polipropileno, estes tubos são<br />

próprios para o armazenamento de amostras de<br />

células, tecidos, fluidos corporais e microrganismos<br />

em baixas temperaturas, como em freezers<br />

e na fase gasosa do nitrogênio.<br />

A qualidade do plástico é de extrema importância<br />

para assegurar a proteção do material armazenado,<br />

sem causar contaminações por microrganismos<br />

Confira estes e outros produtos para COVID-19<br />

Para saber mais, acesse:<br />

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Em Foco<br />

COVID-19: UM GUIA PRÁTICO PARA ESCOLHER A<br />

PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA<br />

COVID-19: UM GUIA PRÁTICO PARA ESCOLHER A PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA<br />

Com base em recomendações gerais<br />

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Com<br />

de<br />

base<br />

autoridades<br />

em recomendações<br />

de saúde em<br />

gerais<br />

todo<br />

de<br />

para<br />

autoridades<br />

ajudar os<br />

de<br />

profissionais<br />

saúde em todo<br />

de saúde<br />

Prevenção a escolher e Controle a proteção de respiratória Doenças (ECDC, as instruções na sigla em de inglês), uso do a fabricante AnsellCARES e a<br />

o mundo,<br />

e não<br />

incluindo<br />

inclui todas<br />

a Organização<br />

as opções. Consulte<br />

Mundial<br />

o da mundo, Saúde (OMS) incluindo e Centro a Organização Europeu de<br />

desenvolveu este guia prático para ajudar os profissionais de saúde a escolher a proteção respiratória adequada<br />

Mundial necessária da para Saúde o trabalho (OMS) e realizado do Centro em adequada hospitais, clínicas, necessária asilos para de o idosos trabalho ou na política comunidade. e procedimentos de suas instalações<br />

com relação à proteção respira-<br />

Europeu de Prevenção e Controle de realizado em hospitais, clínicas, asilos<br />

Esta lista é um guia de consulta rápida e não inclui todas as opções. Consulte as instruções de uso do fabricante e a<br />

Doenças (ECDC, na sigla em inglês), de idosos ou na comunidade.<br />

tória específica para o seu ambiente.<br />

política e procedimentos de suas instalações com relação à proteção respiratória específica para o seu ambiente.<br />

MÁSCARAS MÉDICAS<br />

RESPIRADORES FACIAIS FILTRANTES<br />

Bactérias e<br />

vírus<br />

Bactérias e<br />

vírus<br />

Gotículas<br />

Respingos<br />

Gotículas<br />

Respingos<br />

TIPO II<br />

TIPO IIR<br />

PFF1<br />

PFF2<br />

PFF3<br />

Tipos de máscara<br />

Protege o usuário<br />

contra agentes<br />

infecciosos<br />

provenientes do<br />

nariz e da boca<br />

Protege o usuário contra<br />

agentes infecciosos<br />

provenientes do nariz e da<br />

boca e respingos ou líquidos<br />

potencialmente contaminados<br />

Filtra 80%<br />

do material<br />

particulado<br />

transportado<br />

pelo ar<br />

Filtra 94% do material<br />

particulado transportado<br />

pelo ar.<br />

A OMS recomenda a<br />

proteção FPFF2 ou maior<br />

quando se aconselha o<br />

uso de respiradores faciais<br />

filtrantes<br />

Proteção<br />

máxima. Filtra<br />

99% do material<br />

particulado<br />

transportado pelo<br />

ar<br />

Evita a disseminação da COVID-19<br />

pelo usuário √ √ √ √ √<br />

O usuário necessita de alta<br />

proteção filtrante contra<br />

partículas expelidas<br />

Partículas expelidas devem ser<br />

contidas quando se necessita de<br />

resistência ao fluido<br />

√ √ √ √<br />

√ √ √ √<br />

O usuário necessita de proteção<br />

respiratória estanque e vedada √ √ √<br />

O usuário necessita de proteção<br />

respiratória estanque e vedada<br />

ao realizar procedimentos que<br />

geram aerossóis<br />

√ √*<br />

52<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

LEMBRE-SE:<br />

LEMBRE-SE:<br />

• Certifique-se de sempre cumprir<br />

os de regulamentos respiradores faciais das filtrantes. autoridades de<br />

saúde pública locais relacionados às<br />

orientações sobre a utilização e seleção<br />

de equipamentos de proteção<br />

individual (EPIs) para combater a<br />

pandemia da COVID-19.<br />

• Siga as orientações recomendadas<br />

para conservação da máscara a fim de<br />

preservar os EPIs dos profissionais de<br />

saúde da linha de frente e garantir que<br />

o fornecimento adequado com base no<br />

nível de risco esteja disponível. A ECDC<br />

recomenda que seja utilizada uma<br />

máscara médica em caso de escassez<br />

de respiradores faciais filtrantes.<br />

*A ECDC recomenda que durante procedimentos<br />

de geração de aerossóis se<br />

utilize sempre um respirador PFF3. Relatório<br />

técnico da ECDC: orientação para<br />

o uso e remoção de equipamentos de<br />

proteção individual em ambientes de<br />

saúde para o atendimento de pacientes<br />

com suspeita ou confirmação de CO-<br />

VID-19, fevereiro de 2020.<br />

• Certifique-se de sempre cumprir os regulamentos das autoridades de saúde pública locais relacionados às orientações sobre a utilização e seleção de<br />

equipamentos de proteção individual (EPIs) para combater a pandemia da COVID-19.<br />

• Siga as orientações recomendadas para conservação da máscara a fim de preservar os EPIs dos profissionais de saúde da linha de frente e garantir que<br />

o fornecimento adequado com base no nível de risco esteja disponível. A ECDC recomenda que seja utilizada uma máscara médica em caso de escassez<br />

* A ECDC recomenda que durante procedimentos de geração de aerossóis se utilize sempre um respirador PFF3. Relatório técnico da ECDC: orientação para o uso e remoção de equipamentos de proteção<br />

individual em ambientes de saúde para o atendimento de pacientes com suspeita ou confirmação de COVID-19, fevereiro de 2020


Em Foco<br />

COVID-19: UM GUIA PRÁTICO PARA ESCOLHER A PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA<br />

Recomendações importantes da<br />

OMS sobre o uso de máscaras*<br />

durante a pandemia da COVID-19<br />

1<br />

Usar uma máscara médica é uma das<br />

medidas preventivas que podem limitar a<br />

disseminação de determinadas doenças<br />

respiratórias virais, incluindo a COVID-19<br />

2 3 4<br />

Independente de se utilizar máscaras ou<br />

não, é fundamental obedecer ao máximo<br />

as medidas de higiene das mãos e outras<br />

medidas de controle de proteção contra<br />

infecções para prevenir a transmissão<br />

entre pessoas<br />

Os profissionais de saúde devem usar um<br />

respirador de partículas com um padrão<br />

mínimo PFF2 da União Europeia (UE),<br />

N95 certificado pelo Instituto Nacional de<br />

Segurança e Saúde Ocupacional (NIOSH,<br />

na sigla em inglês) ou equivalente<br />

ao avaliar ou administrar um caso<br />

confirmado de COVID-19<br />

Siga as orientações de descarte que<br />

incluem a troca recomendada, a remoção<br />

de máscaras por trás e o descarte<br />

imediato em recipientes fechados<br />

O uso de máscara é recomendado em ambientes ao ar livre, inclusive no transporte coletivo e ao pegar<br />

carona, ou em outras áreas de exposição densamente povoadas para limitar a disseminação<br />

*Para ver as recomendações da OMS sobre o uso de máscaras no contexto da COVID-19, faça o download do arquivo PDF aqui<br />

Aviso legal: dada a novidade deste coronavírus, as recomendações das referências de origem são provisórias e consultivas por natureza e se baseiam no conhecimento atual da situação.<br />

*Para ver as recomendações da OMS sobre o uso de máscaras no contexto da COVID-19,<br />

www.ansell.com<br />

faça o download do arquivo PDF aqui<br />

Ansell, ® e são marcas registradas da Ansell Limited ou de uma de suas afiliadas. © 2020 Todos os direitos reservados.<br />

Aviso legal: dada a novidade deste coronavírus, as recomendações das referências de origem são provisórias<br />

e consultivas por natureza e se baseiam no conhecimento atual da situação.<br />

www.ansell.com<br />

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<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Out/Nov 2020<br />

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