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NOVEMBRO 2020 • Nº 260 • ANO 25
conectando você ao mercado de seguros
ANOS
SERVIÇOS:
Vistorias e regulação de
sinistros se reinventaram
para enfrentar a pandemia
SUSTENTABILIDADE:
Seguros paramétricos
agilizam o pagamento de
sinistros
PREVIDÊNCIA
O custo de uma
vida longa
Após perder reservas por conta de resgates
antecipados, setor vê esperança de
recuperação com atuação de profissionais
dedicados à consultoria financeira
EDITORIAL
Mais experientes e
com mais necessidades
NOVEMBRO 2020 • Nº 260 • ANO 25
EXPEDIENTE
Diretora de Redação:
Kelly Lubiato - MTB 25933
klubiato@revistaapolice.com.br
Como financiar o risco de viver muito? Esta é uma das
perguntas que consome os brasileiros, principalmente
aqueles que estão conscientes desta necessidade e que
sabem que o Governo não terá condições de pagar esta conta.
A ferramenta que é cada vez mais conhecida pela classe
média é a previdência privada, um instrumento de poupança que
pode garantir parte da renda que o indivíduo possuía durante sua
vida economicamente ativa.
O problema foi que, durante a pandemia, o mercado
de previdência privada sofreu com os resgates antecipados, fruto
da insolvência de muitos contribuintes diante dos problemas
econômicos gerados pela crise sanitária. Agora, o setor ensaia
uma recuperação. Para que ela aconteça, os corretores de seguros
devem se portar cada vez mais como consultores de investimento,
para entender as necessidades e o perfil dos clientes para buscar
as melhores soluções.
Esta é uma nova habilidade que os profissionais do
mercado devem procurar entender, porque certamente ela fará
diferença na escolha do segurado.
Nesta edição da Revista Apólice trazemos outras
novidades do setor, como detalhes sobre o Sandbox Regulatório
e a utilização da chave Pix de pagamento. Ambos têm um mesmo
objetivo: trazer mais (e novos) consumidores para o mercado de
seguros.
Boa leitura!
Diretor Executivo:
Francisco Pantoja
francisco@revistaapolice.com.br
Redação:
Nicole Fraga
nicole@revistaapolice.com.br
Colaboradores:
André Felipe de Lima
Solange Guimarães
Executiva de Negócios:
Graciane Pereira
graciane@revistaapolice.com.br
Diagramação e Arte:
Enza Lofrano
Assinaturas:
Jaqueline Silva
jaqueline@revistaapolice.com.br
Tiragem: 15.000 exemplares
Circulação: Nacional
Periodicidade: Mensal
Os artigos assinados são de
responsabilidade exclusiva de seus autores,
não representando, necessariamente, a
opinião desta revista.
Esta revista é uma
publicação independente
da Correcta Editora Ltda e
de público dirigido
Diretora de Redação
Mande suas dúvidas, críticas e sugestões para
redacao@revistaapolice.com.br
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LONGEVIDADE
Especialistas e
executivos do setor
falam da importância
da previdência privada
para garantir o risco
de sobrevivência. Este
movimento gera uma
nova expectativa de
atuação para os corretores
de seguros
>> PÁG. 12
ÍNDICE
05 painel
10 gente
22 pandemia
Serviços de vistoria prévia e de
regulação de sinistros foram
duramente prejudicados pela crise
sanitária. Agora, estas empresas
buscam recuperar o tempo e o
espaço perdidos
REGULAÇÃO
Sandbox regulatório traz
novas perspectivas de
atuação para empresas
que querem testar
seu modelo e foram
aprovadas pela Susep.
Prazo de permanência no
regime diferenciado é de
três anos
>> PÁG. 18
SUSTENTABILIDADE
Produtos paramétricos
atuam para diminuir as
incertezas e agilizar o
trabalho de reclamação
de sinistros. Condições
pré-estabelecidas
propiciam mais
segurança para os
consumidores
>> PÁG. 26
30 tecnologia
Pix é novo sistema de pagamentos
do Banco Central que deve ser
incorporado pelo mercado de
seguros. Custos menores de
pagamento são fundamentais para
a criação de produtos inclusivos
33 Confitec se preparou para
realizar a interface entre os
dados das seguradoras e das
registradoras, conforme legislação
do SRO - Serviço de Registro de
Operações, da Susep
34 evento
Conexão Futuro Seguro realiza
encontro nacional como chave
de ouro para palestras regionais.
Os temas discutidos foram
de capacitação profissional
até adequação à LGPD e
autorregulação
Os artigos assinados são de
responsabilidade exclusiva de
seus autores, não representando,
necessariamente, a opinião desta revista.
4
PAINEL
parceria
Alimentação
saudável para
crianças
une empresas
A AXA no Brasil se une ao Fundo das Nações Unidas
para a Infância (Unicef), desdobramento da parceria
realizada pela empresa no Brasil e nas Filipinas e que reflete
o novo propósito da companhia, “Agir para o progresso
humano protegendo o que importa”. As ações
têm o objetivo de garantir uma alimentação saudável
na primeira infância, desde a amamentação até os cinco
anos. A parceria, que tem duração inicial de três anos,
visa alcançar mais de 17.500 mães e profissionais, além
de 680 mil crianças, com campanhas em maternidades,
creches e escolas.
Serão cerca de 767 municípios beneficiados, levando
o projeto para além dos centros urbanos. Dentre
as iniciativas, estão o incentivo da diminuição no consumo
de alimentos ultraprocessados e bebidas açucaradas,
conscientização dos profissionais de saúde, educação e
assistência social sobre a promoção de hábitos alimentares
saudáveis, além de capacitação de profissionais de
maternidades para orientar mães quanto à amamentação
e alimentação na primeira infância.
literatura
Mulheres no Seguro homenageia militantes
do mercado
Já está disponível para aquisição
nas principais distribuidoras de
livros online a primeira edição do livro
“Mulheres no Seguro”. A obra traz o
depoimento de 30 mulheres, mostrando
o seu perfil pessoal e profissional.
Uma das co-autoras é a colaboradora
da revista Apólice, Solange Guimarães.
Em 2012, foi publicado o 1º Estudo de Mulheres
no Mercado de Seguros no Brasil, pela Escola de Negócios
e Seguros (ENS). A participação feminina, na época,
chegou a 57%. Doze anos antes, esse percentual atingia
apenas 49%. Já em 2018, houve pequeno decréscimo
contabilizado e 55% das mulheres compunham o segmento.
A análise traz resultados positivos, pois há movimentação
constante buscando promover a igualdade
de oportunidades para homens e mulheres neste meio.
São co-autoras desta obra, sob a coordenação de
Regina Lacerda: Alessandra Monteiro, Andrea Mathias,
Camila Davoglio, Carolina Vieira, Daniela Paschoal, Ellen
Oliveira, Enir Junker, Eva Vazquez, Fabiana Resende,
Francesca Bianco, Gisele Christo, Graziella Castilho, Guadalupe
de Andrade, Isabel Alves Azevedo, Isabel Barbosa,
Liliana Caldeira, Linda Bessa, Margo Black, Patrícia
Campos, Paula Lopes, Regina Lacerda, Rosana Techima,
Rossana Costa, Simone Cristina Fávaro, Simone Ramos,
Simone Vizani, Solange Guimarães, Stephanie Zalcman,
Vanessa Capua e Vanessa Rocha.
live/clubes de vida
Tecnologia e experiência para o desenvolvimento do setor
Sete entidades de todo o Brasil (CSP-BA,
CS-MG, CVG-ES, CVG-RJ, CVG-SP, ISB (PR) e
CVG RS) discutiram as “Tendências dos Seguros
de Pessoas” em evento transmitido pelo
Youtube,com mediação da jornalista Kelly
Lubiato.
Patricia Jacobucci, Antonio Santa Catarina,
Octavio Perissé, João Mello, Andreia
Araujo, Joceli Pereira e Silas Kasahaya, discutiram
temas como tecnologias aplicadas ao
seguro de vida, novos produtos, sinistralidade
etc.
5
PAINEL
institucional
Supervisão para orientar associados
O Ibracor deu
mais um passo para
reforçar o seu papel
e implementar a supervisão
orientativa.
Trata-se de um questionário
enviado aos
associados, no qual são abordadas as atividades que os
corretores de seguro devem observar, sob pena de sofrerem
penalidades impostas pela Susep.
O questionário tem por objetivo orientar os associados
sobre os controles que devem manter e as informações
que precisam fornecer aos seus segurados.
Vale ressaltar que essas questões ganharam relevância a
partir do início da vigência da LGPD (Lei Geral de Proteção
de Dados), que deve ser estritamente seguida também
pelas corretoras de seguros, pois há a previsão de
punições severas que, muitas vezes, podem, inclusive,
inviabilizar a continuidade da empresa.
Atualmente 20% dos corretores recadastrados
já são associados à entidade, única autorreguladora
autorizada pela Superintendência. A expectativa é de
que esse percentual cresça rapidamente, até porque,
quanto mais corretores de seguros aderirem, maior será
a representação.
saúde suplementar
Reajustes podem
ser parcelados a
partir de 2021
Após determinar o
congelamento de reajustes
anuais durante a pandemia,
a Agência Nacional
de Saúde Suplementar (ANS) estuda parcelar os aumentos
que serão aplicados pelas operadoras de planos de
saúde em 2021. O critério e os detalhes deste novo formato
ainda estão em discussão na agência reguladora. O
objetivo é evitar que o consumidor pague de uma vez só
o aumento retroativo aos meses de 2020.
“O que eu posso antecipar é que a ANS está discutindo
algum quadro de parcelamento dessa recomposição
no ano que vem. Os detalhes estão sendo discutidos,
mas teremos algum parcelamento”, afirmou a
assessora da Diretoria de Normas e Habilitação das Operadoras
(Diope) da ANS, Tatiana Aranovich, em evento
promovido pelo jornal O Estado de São Paulo.
A agência ainda não detalhou se definirá regras
somente para planos individuais ou também para os
coletivos por adesão e os empresariais, que representam
mais de 80% do mercado e têm seus índices de aumento
definidos por negociação entre a operadora e a
empresa contratante.
consolidação
100 dias de operação com perspectiva de novos produtos digitais
Ao comemorar os 100 dias
da compra da carteira de Auto/RE
da Sulamérica, a Allianz Seguros
sinalizou sua intenção de investir
em produtos digitais, mais simples
e distribuídos por corretores de seguros.
De acordo com a diretoria da
empresa, o produto residencial poderá
ser cotado com a resposta de
apenas três perguntas.
“Entregamos um plano de
ação bem detalhado e conseguimos manter o nível de
crescimento dos nossos negócios, com a confiança dos
corretores e dos parceiros, 100% em home office. Todo
este trabalho de 100 dias foi feito a partir de casa”, ressaltou
Eduard Folch, CEO da Allianz.
Eduardo Dal Ri, diretor executivo
comercial da seguradora, disse que
esta é uma experiência única, numa
aquisição desta proporção. “A primeira
e principal preocupação foi com os
funcionários, mas era preciso também
deixar os corretores tranquilos a cada
passo que dávamos, pois esta é uma
necessidade nossa para apresentar
sua proposta de valor”.
David Beatham, diretor de
massificados e vida, disse que vai aproveitar toda experiencia
de subscrição da SulAmerica para formatar novos
produtos e novas coberturas. Já está no forno um novo
residencial compacto, com preço mais acessível e com
contratação totalmente online.
6
saúde
Operadora cresce com aquisições
A Qualicorp anunciou a compra da Plural Saúde,
administradora de benefícios, e da Oxcorp, corretora de
seguros do mesmo grupo. A aquisição no valor de R$
202.500.000,00 é a maior transação da empresa nos últimos
8 anos e corresponde a 75% da Plural e da Oxcorp. Os
outros 25% permanecem com os atuais sócios da companhia,
que continuarão na direção das sociedades adquiridas.
A estrutura independente e o atual quadro de colaboradores
das duas empresas serão mantidos.
As empresas fundadas no Rio de Janeiro possuem
atualmente 158 funcionários e 96 mil clientes no segmento
coletivo por adesão. A aquisição acrescentará ao portfólio
da administradora 21 novas operadoras de saúde e
79 novas entidades de classe, trazendo também uma relevante
expansão nacional e de complementariedade para
a empresa, levando em conta a baixa sobreposição das
regiões de atuação entre a companhia e a Plural.
“Com um ticket médio de cerca de R$ 300,00, a
aquisição da Plural reforça nosso propósito de oferecer
planos de saúde mais acessíveis, ampliando o acesso da
população à saúde suplementar. Além disso, a Plural tem
13 filiais, das quais oito são em cidades em que não tínhamos
escritórios, mais de 500 plataformas de venda
e 5 mil corretores, que reforçam e expandem a força de
vendas do canal externo da Qualicorp”, afirma Bruno
Blatt, presidente da companhia. “Além disso, vamos integrar
culturas em um processo conjunto de aprendizado”,
completa Blatt.
agenda
22ª edição do Congresso Brasileiro dos
Corretores de Seguros será em SP
A 22ª edição do Congresso Brasileiro dos Corretores
de Seguros será realizada em São Paulo em
outubro de 2021. O anúncio foi feito pelo presidente
da Fenacor, Armando Vergilio, durante sua participação
em um painel do Sincor Digital, promovido pelo
Sincor-SP, em outubro. “Essa não é mais uma possibilidade.
É uma realidade. Faremos um grande evento em
São Paulo em conjunto com o Sincor-SP e todos os demais
Sindicatos e o apoio das seguradoras”, destacou
Vergilio.
O Congresso volta a São Paulo após 21 anos. A
última edição realizada na capital paulista foi em 1999.
proteção
Apoio para motoristas de aplicativo
Como parte da campanha global para conter a
pandemia do novo coronavírus, a Ituran Brasil vai distribuir
1.600 escudos de proteção salivar em carros de
motoristas por aplicativos.
As peças foram
disponibilizadas
em alguns postos na
Grande São Paulo.
“A ideia da
campanha é oferecer
aos parceiros e clientes
dos principais
aplicativos de transporte
mais proteção
contra várias doenças
transmitidas por gotículas, mas principalmente contra a
Covid-19”, diz Amit Louzon, presidente da companhia.
“Trabalhamos para isto. Queremos ajudar a população
em geral a ter mais segurança nas ruas, seja instalando
um rastreador ou um equipamento de telemetria em
seus próprios veículos ou colocando placas protetoras
anti-coronavírus”, completa.
7
PAINEL
educação
Sala do futuro tangibiliza a inovação em seguros
Lançada oficialmente em outubro, já está disponível
para o mercado a Sala do Futuro, montada na unidade
paulista da Escola de Negócios e Seguros (ENS). É
um espaço para interação entre professores e alunos, de
forma presencial e digital, ao mesmo tempo. É uma grande
integração.
“Esta é a primeira sala do tipo da América Latina,
que alia os melhores modelos do ensino presencial e a
distância, integrando professores e alunos como se estivessem
no mesmo local”, explicou Tarcisio Godoy, diretor
executivo da ENS. A data foi marcada também pela presença
dos mantenedores da Escola.
A data também marcou o lançamento do livro Inovação
em Seguros, que aborda aspectos legais, éticos, de
consumo, financeiro e tecnológico do tema. Alguns dos
co-autores desta obra participaram o evento, falando um
pouco mais sobre seus artigos.
live/marketing
É preciso ter comunicação direta
com o consumidor
Em transmissão ao vivo realizada pela Revista
Apólice, Alexandre Nogueira, diretor de Marketing e Comunicação
da Bradesco Seguros falou sobre a necessidade
do investimento em marketing institucional para
ampliar a penetração do setor na sociedade.
O mercado de seguros no Brasil caracteriza-se por
uma competitividade entre seguradoras, que buscam um
maior volume de prêmios e participação no setor. Segundo
Nogueira, em um mercado competitivo, é necessário
gerar uma percepção de valor para que o cliente conheça
melhor e recomende a sua empresa. “Não é fácil falar sobre
seguro, pois normalmente as pessoas associam o uso
do benefício com um momento ruim. Nós precisamos
comunicar de maneira efetiva ao consumidor quais são
os riscos cobertos pelo produto, a vantagem dele estar
protegido e, o mais importante: oferecer uma proteção
que esteja alinhada a fase de vida dele”.
mediação
Mercado conta com nova empresa
especializada em conflitos
O grande volume de ações envolvendo o mercado
das seguradoras abriu espaço para a criação da
MediarSeg, empresa que faz parte da Mediar Group,
startup brasiliense de conciliação e negociação online,
especializada em acordos extrajudiciais. O alto índice de
judicialização e a eficácia do procedimento encorajou a
advogada, mediadora e CEO da empresa, Mirian Queiroz,
a fundar a companhia especializada em conflitos
securitários.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apurou o
número de acionamentos jurídicos contra as empresas
de seguro no ano passado. Foram registradas 145.061
causas em primeiro grau e 10.573 ações em Juizado Especial.
Os processos desse setor são naturalmente morosos,
seja para a
verificação de danos
ou para a delimitação
da respectiva
extensão
e responsabilidade,
de acordo com
o que foi contratado
na apólice, colocando
em lados
opostos, seguradora
e segurado.
8
gente
PRESIDENTE DE SEGUROS ESPECIAIS
O Grupo Liberty Mutual Insurance,
junto à sua divisão de Seguros
Especiais, a Liberty Specialty Markets
(LSM), anunciou Ronald Bolaños
como novo presidente para América
Latina e Estados Unidos.
Bolaños, alocado em Miami, na Flórida, assume
a função imediatamente e será responsável pelo
crescimento da LSM na região, liderando a sua equipe
no desenvolvimento de soluções especializadas
para atender às necessidades dos clientes.
Bolanõs ingressou na seguradora em 2012 e
tem mais de 20 anos de experiência na indústria de
seguros e resseguros, tendo passado anteriormente
pela Validus e AIG. Também atuou em cidades como
São Paulo, Santiago e Miami, em vários cargos seniores
nas áreas de risco e subscrição do setor de energia.
EXECUTIVO DE CONTAS PARA
O MATO GROSSO DO SUL
Alex Terra é o novo executivo
de contas da Sancor Seguros no
Mato Grosso do Sul. O profissional
chega à equipe com a missão de
ampliar a atuação da seguradora
naquela região, com foco nos produtos
Auto, Residencial, Vida, Empresarial e Condomínio.
Entre as estratégias para alcançar o objetivo,
estão o fomento de parcerias e o alinhamento com
corretores que atuam no local, reforçando os valores
da companhia.
MUDANÇAS EM TRANSPORTE
A THB Brasil apresentou
Régis Oliveira como novo gerente
de Transportes da companhia. Ele
já teve uma passagem pela empresa
de 2008 a 2010 e é formado em
administração de empresas, com
ênfase em comércio exterior, possuindo 23 anos de
experiência no mercado. O executivo trabalhou em
corretoras de grande porte como VVD Volkswagen,
Marsh, Securitas, JLT e também teve sua própria corretora,
sempre focado em seguros de transporte.
LIDERANÇA EM SEGUROS
A Sabemi apresentou o executivo
Rodrigo Pecoraro como o
novo Head de Seguros da companhia.
A chegada de Pecoraro é parte
de uma reestruturação da área, iniciada neste ano,
que tem como foco a entrada da empresa no mercado
de Corretores de Seguros e Affinity.
Pecoraro tem a missão de consolidar a seguradora
no mercado nacional, com produtos e serviços
aderentes às novas demandas da sociedade. Entre
suas responsabilidades, estão a estruturação da área
comercial Brasil, passando pelas áreas de back-office,
a renovação de portfólio e o desenvolvimento de canais
de distribuição.
CEO DA LÍDER DO MERCADO
O diretor geral da Bradesco
Seguros, Ivan Luiz Gontijo Junior,
substituirá Vinicius Albernaz na presidência
do Grupo segurador. Gontijo
atua há mais de 30 anos na empresa.
Nascido no Rio de Janeiro, o executivo
atuou ao longo de toda a sua carreira no segmento
segurador e de instituições financeiras, posicionandose
assim como um reconhecido especialista no setor.
Vinicius Albernaz está no cargo de presidente
da seguradora desde abril de 2018 e, conforme comunicado
da empresa, “tomou a decisão de deixar
a companhia por motivos pessoais, para assumir novos
desafios”.
LIDERANÇA EM TECNOLOGIA
O time de Tecnologia (Sistemas, Infra, Projetos
e Processos, Qualidade e Automação) da Rede Lojacorr
ganhou em outubro um novo
head. Alex Martins passa a fazer
parte do setor dirigido por Sandro
Ribeiro, sócio fundador da empresa
e diretor de Tecnologia.
Após 10 anos na empresa,
foi convidado pela diretoria a desenvolver a Área de
Relacionamento com as Unidades, onde foi recebido
por unidades e corretoras do Brasil inteiro. Com essa
experiência, o gestor teve a possibilidade de conhecer
de perto as necessidades e anseios dos parceiros.
10
CATARINENSES COM NOVA
GERÊNCIA
A Zurich tem nova gerente
regional em Santa Catarina. Tratase
de Elisângela Maria da Silva
Moes, mais conhecida no mercado segurador como
Elis Moes. Ela, que assumiu a Regional SC no canal
corretor desde o dia 20 de outubro, responde pelas
filiais Blumenau, Chapecó, Joinville e Florianópolis
da seguradora, chegando para impulsionar a presença
da companhia no estado.
DESENVOLVIMENTO DE
NOVOS PRODUTOS
Com aproximadamente dez
anos de experiência dedicada
ao mercado segurador, Rodrigo
Cunha assume a gerência de Desenvolvimento de
Produtos da MAG Seguros, após cinco anos atuando
como Atuário Sênior da mesma seguradora.
NOVIDADES EM AUTOMÓVEL
A área de Automóvel da Mapfre
passa a contar com um novo
executivo em sua direção no Brasil.
Pedro Pimenta chega à empresa
com mais de 20 anos de experiência
no segmento automobilístico.
Antes de assumir uma das posições mais estratégicas
da companhia, o executivo teve passagem pela
AGF/Allianz, onde atuou por mais de 20 anos. Além
do know-how de mercado, Pimenta também é especializado
em Gestão Empresarial e Administração
pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Segundo Pimenta, o intuito é apresentar ao
mercado, em curto prazo, um novo modelo de comercialização
do seguro auto. “Serão produtos sem
complexidade, de fácil entendimento, conectados a
diversas plataformas de distribuição. O nosso conceito
é que nossos corretores tenham acesso a seguradora
de forma ágil e da maneira que preferirem, seja
por meio de nosso portal, multi cálculos, APPs. hot
sites, entre outros canais”, complementa o executivo.
LONGEVIDADE
PREVIDÊNCIA
Sangue frio para
pensar o futuro
“CRISE” TALVEZ SEJA A TERCEIRA PALAVRA MAIS PROFERIDA AO LONGO DO ANO. PERDE,
OBVIAMENTE, EM CITAÇÕES PARA “PANDEMIA” E “MORTE”. NÃO HÁ OUTRO TOM SENÃO O DE
RISPIDEZ PARA DESCREVER UM CENÁRIO MARCADO PELA BRUTAL LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA,
SEJA ELA POR CONTA DO INSIDIOSO VÍRUS OU MESMO PELA DEVASTAÇÃO NA ECONOMIA
PROVOCADA PELA PRÓPRIA COVID-19. CONJECTURAR O QUE SERÁ DO MUNDO E DE CADA UM
DE NÓS DAQUI PARA FRENTE É O DESAFIO DA ATUALIDADE. PLANEJAR-SE, DEFENDER SEU
PATRIMÔNIO E, ENFIM, SOBREVIVER. ESPECIALISTAS E EXECUTIVOS DO MERCADO SECURITÁRIO
E PREVIDENCIÁRIO DEBATEM NESTA REPORTAGEM DA APÓLICE A IMPORTÂNCIA DA PREVIDÊNCIA
PRIVADA PARA UMA NOVA ORDEM DA VIDA E DOS MERCADOS QUE EMERGE EM MEIO AO CAOS.
ESTAMOS REALMENTE PREPARADOS PARA IDEALIZAR UM AMANHÃ?
André Felipe de Lima
12
O
susto e o temor foram inevitáveis em todos os setores da
vida e de mercado. O devastador coronavírus foi, principalmente
nos primeiros meses em que a pandemia consolidou-se
no país, ou seja, de março a junho, sequestrando perspectivas
positivas e turvando o olhar para o futuro. O mercado
de seguros sentiu tudo isso, mas, resiliente como vem sendo nos
últimos anos e frente a outras crises econômicas, respondeu com
rapidez aos preocupantes sinais socioeconômicos desencadeados
pela Covid-19. O segmento de previdência privada aberta sentiu
o peso da pandemia logo no começo, ao presenciar um intenso
saque dos planos previdenciários, como a própria Federação Nacional
de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi) reconhece. Os
resgates no acumulado deste ano registraram R$ 52,7 bilhões, um
crescimento de 10,7%.
Mas a recuperação está a caminho, como indicam dados
da FenaPrevi, que sinalizam uma retomada da captação líquida
da previdência aberta iniciada em maio. Em agosto, essa captação
foi de R$ 6,5 bilhões. Confirmando o viés de retomada, a alta em
contribuições deverá se manter até o final do ano. No mês anterior,
ou seja, em julho, os depósitos superaram os resgates em R$
6,8 bilhões. Um bom sinal, portanto. “Intuitivamente, diria que a
perda continuou ocorrendo quando olhamos para o volume de
resgates que permanecem ocorrendo. Quando temos resgates é
perda de fato para o mercado porque indica que o investidor está
tirando dinheiro da previdência para cobrir outras necessidades.
No entanto, já começamos a observar um movimento de procura
por previdência. Esse aumento na procura parte tanto das pessoas
como das empresas. A perda verificada até aqui não será recuperada
rapidamente. Levará tempo, mas virá e será consistente”,
analisa o gerente nacional de Previdência na Seguros Unimed, Luiz
Sacchetto.
Como analisa o diretor da Bradesco Vida e Previdência, Jair
Lacerda, é preciso, contudo, entender que os resgates ocorridos
nesse momento tão delicado da economia brasileira e mundial só
reforçam o papel estabilizador da previdência complementar, pois
muitas famílias estão suportando adversidades e sustentando seus
compromissos com esses recursos: “Por isso, na maioria dos casos,
tivemos resgates parciais, e não cancelamento dos planos. Acreditamos
que, superado esse momento, as contribuições retornarão,
e todos ainda terão na memória a importância de se estar sempre
preparado e de como a previdência é a melhor forma de fazer uma
reserva para o futuro e para os momentos de incerteza.”
Para o diretor de Previdência da Icatu Seguros, Henrique
Diniz, a pandemia alertou para a importância de se contar com
reservas capazes de minimizar os riscos existentes. “Percebemos
menos resgates do se esperava, o que mostra que o cliente de
previdência foi resiliente e tem consciência da importância dos
investimentos com retorno de longo prazo”, destaca ele, para assinalar
em seguida que as aplicações em fundos previdenciários,
inclusive, já estão positivas novamente, recuperando-se mais rapidamente
que fundos semelhantes de investimentos abertos. “Os
JAIR LACERDA,
da Bradesco
fundos varejo tiveram aplicações mínimas
reduzidas para R$ 100 mensais ou
aportes de R$ 1 mil. Para os fundos qualificados,
as aplicações mínimas foram de
R$ 500 mensais ou aportes de R$ 5 mil".
Especialista de previdência da Órama
Investimentos, Tatiane Porto corrobora
os indicadores da FenaPrevi. Para ela, já
é possível identificar no segundo trimestre
uma retomada no volume de captação
e uma estabilização nos números de resgates.
A captação líquida de maio, junho
e julho foi 200% maior do que a captação
do período de janeiro até abril deste ano
— ressalta Tatiane —, indicando que aos
poucos a indústria vem se recuperando
dos resultados causados pela pandemia.
“Mesmo com a recuperação gradual é
possível observar os impactos sofridos
pelo mercado em 2020. De janeiro a julho,
a captação líquida foi de R$ 18,4 bi,
indicando redução de 31,4% em relação
ao obtido em igual período de 2019”, frisa
a especialista.
Sócia-fundadora do Petraroli Advogados
e especialista em previdência,
Ana Rita Petraroli ressalta ser “temerário”
delimitar um único percentual, seja ele de
alta ou de queda, para o desempenho do
segmento no período de pandemia, por
serem as carteiras dos fundos dos planos
de previdência privada compostas
por ativos e perfis de risco diversos. “Nos
primeiros meses de 2020, os mercados
financeiros passaram pelo maior teste de
estresse dos últimos 90 anos. As quedas
13
LONGEVIDADE
PREVIDÊNCIA
HENRIQUE DINIZ,
da Icatu
em todas as classes de ativos testaram
a paciência e a resiliência dos investidores,
portanto os resultados dos planos
de previdência também sofreram as suas
consequências. Atualmente, ainda que
de forma tímida, o mercado está se recuperando.
A oscilação no valor dos ativos
é algo fundamental nos investimentos,
pois é essa volatilidade que gera as oportunidades
de ganho aos participantes
dos planos de previdência privada a médio
e longo prazo”, analisa a advogada.
A verdade é que o setor de previdência
privada no país já vinha se deparando
com vários desafios antes mesmo
de a pandemia chegar por aqui e ampliar
os índices de desemprego, reduzindo
drasticamente a renda de quem mantém
plano de benefícios. Não houve alternativa
para o investidor a não ser sacar ou
mesmo extinguir seu plano de previdência
para manter-se durante a pandemia.
Recuperar patamares anteriores de crescimento
do segmento não será fácil. Mas
especialistas e empresas enxergam luz
no fim do estreito túnel após as lições
apreendidas com a covid-19. A primeira
destas lições diz respeito à realidade dos
planos de previdência que terão de conviver
com taxas de juros mais baixas.
Didaticamente, Ana Rita Petraroli
ressalta que a taxa de juros real é a
diferença entre o rendimento nominal
do plano e a inflação, descontados também
os custos do plano. Nesse sentido,
endossa a advogada, com taxas de juros
mais baixas, recomenda-se uma revisão do plano de previdência
privada, o que deve ocorrer sempre com a máxima observação
do direito de informação dos participantes: “É necessário que
fique evidenciada a necessidade deste ajustamento, porque o
equilíbrio é a principal característica da segurança da previdência.
Basta acompanhar o que acontece com a previdência pública
e seus descontroles. O mesmo não pode ser admitido na previdência
privada.”
Como recomenda Sacchetto, é preciso, todavia, observar
duas perspectivas para avaliar a situação dos planos de previdência
em meio a taxas de juros mais baixas A primeira delas é a combinação
entre rentabilidade e impacto fiscal. O executivo da Seguros Unimed
explica que, com taxas de juros mais baixas, não dá mais para
contemplar apenas a rentabilidade. “É essencial olharmos também
o impacto fiscal nos investimentos. Enquanto nos fundos tradicionais
de renda fixa há o come-cotas (antecipação do pagamento de
IR nos meses de maio e novembro), nos fundos de previdência isso
não ocorre. Como o investidor de previdência pagará IR apenas no
momento do resgate, tem vantagem em relação aos fundos tradicionais
porque obterá maior valor de rendimento sobre o montante
do imposto que não foi retido antecipadamente como ocorre no
come-cotas. A longo prazo, representa uma vantagem considerável”,
discorre o executivo da Seguros Unimed.
A outra perspectiva mencionada por Sacchetto é a redução
da alíquota de IR que incidirá sobre os resgates. “Nos fundos tradicionais
de renda fixa a alíquota mínima de IR pode chegar a 15%,
enquanto nos fundos de previdência pode chegar a 10%. Em um
ambiente de taxas de juros muito baixas — que, inclusive, vieram
para ficar —, essas duas perspectivas precisam ser levadas em consideração
na hora de investir”, ressalta o executivo, lembrando a
questão da taxa de administração, tema muito debatido e que passou
a ter um impacto na rentabilidade dos fundos de toda a indústria
e não apenas na previdência. “Mas o impacto ocorreu, de fato,
nos fundos indexados ao CDI. Se o CDI está na casa de 2% ao ano
e o fundo indexado tem taxa de administração de, digamos, 1%
ao ano, o impacto é grande. Agora, para fundos com uma carteira
diversificada de investimentos e uma gestão sofisticada, a taxa de
administração perde um pouco a importância como critério de decisão.
O importante na decisão para investimentos em previdência
não deve considerar exclusivamente a taxa de administração. Aliás,
a taxa de administração deveria ser um dos últimos critérios. O que
conta mesmo é a qualidade da gestão e a rentabilidade do fundo
no longo prazo.”
Tatiane Porto pondera, entretanto, que a previdência aberta
passou por muitas mudanças “bem positivas” nos últimos anos e
que, atualmente, o produto possui outra pegada, muito mais flexível
e dinâmica em termos de alocação de ativos. “Também tivemos
uma grande entrada de gestoras independentes no mercado
e tudo isso colaborou para um portfólio mais amplo e diverso, que
oferece boas oportunidades para os investidores mesmo com a redução
da taxa básica. Nesse momento, os investidores precisam
explorar outras possibilidades além do CDI e aproveitar o fato de
que a previdência é um investimento de longo prazo para tomar
14
um pouco mais de risco na carteira. Nesse ponto, o trabalho do
assessor de investimentos se torna bem importante para auxiliar o
cliente a montar a carteira mais diversificada”, ensina Tatiane.
Para o diretor de Mercado da MAG Seguros, Alfeo Marchi,
os planos de previdência seguem sendo uma importante forma de
as pessoas planejarem o futuro. Mas ele alerta para dois aspectos
que precisam ser observados nesse cenário: o perfil de investidor
da pessoa e, consequentemente, os fundos nos quais as contribuições
previdenciárias estarão alocadas: “Os analistas de mercado da
MAG Investimentos, gestora de ativos do Grupo Mongeral Aegon,
sempre comentaram que era fácil ser conservador quando tínhamos
uma Selic a 14%. É preciso agora correr mais riscos, mas sem
comprometer a formação de reserva.”
Quanto menor a taxa de juros, maior é a importância do diferimento
tributário dos planos de previdência PGBL, é o que endossa
Lacerda, da Bradesco Vida e Previdência. Ele recomenda esse investimento
a todos que pagam Imposto de Renda. “Certamente não existe
melhor”, garante ele. Outro ponto destacado por Lacerda é que,
com a redução dos juros, para obter-se o rendimento com o qual
o investidor estava acostumado, será necessário correr maior risco.
“Por isso, montamos um portfólio de produtos completo para atender
essa demanda dos clientes. Obviamente, a oferta de produtos
de maior volatilidade exige o adequado suitability, ou seja, a correta
avaliação do perfil de risco do cliente, conclui o executivo.
NOVOS HÁBITOS FINANCEIROS DAQUI EM DIANTE
Ao que tudo indica, a crise econômica deflagrada pela pandemia
está mexendo profundamente com os hábitos financeiros
dos brasileiros. Recente pesquisa do Ibope Inteligência mostra
que nove entre dez brasileiros mudaram a gestão de suas rendas.
Para a pesquisa foram ouvidas 2 mil pessoas das classes A, B e C
com acesso à internet. Do total de entrevistados, 51% afirmam terem
reduzido gastos e 27% agora guardam recursos para possíveis
intempéries futuras. Esse cenário mostra-se favorável para que o
mercado diversifique ainda mais a carteira de produtos previdenciários,
afinal as pessoas estão vivendo mais e a oferta de previdência
deve ser precisamente desenhada e estruturalmente bem
direcionada.
Para Marchi, esse é o ponto-chave da história: “As pessoas
estão vivendo cada vez mais. Esta vida mais longa exige, no entanto,
um planejamento financeiro mais assertivo. É nesta fase da vida,
a da aposentadoria, que os custos se tornam ainda mais elevados.
Precisamos considerar, ainda, que viveremos por mais tempo. Portanto
é de extrema relevância pensar no futuro por meio de um plano
de previdência privada o quanto antes, principalmente quando
também incluímos a este contexto a reforma da previdência social,
aprovada há um ano".
Na mesma linha de raciocínio, Ana Rita ressalta que o aumento
exponencial na expectativa de vida dos brasileiros demandará
mais cuidado com a construção financeira do futuro. O cenário é,
portanto, favorável para que o produto previdência privada se destaque,
justamente por ser uma ferramenta de planejamento financeiro
pessoal que visa a manutenção do padrão de vida no futuro.
TATIANE PORTO,
da Órama Investimentos
“Esse alargamento da expectativa de vida
também traz muitas preocupações, eis
que, ao longo do tempo, o contrato deverá
passar por reavaliações, adequações e
atenção máxima ao equilíbrio necessário
e tão delicado que acontece nos contratos
de longa duração, seja do ponto de
vista econômico ou social”, abrevia a advogada,
que complementa: “Importante
lembrar que não existe um produto ideal,
essa definição é bastante subjetiva. O melhor
produto é aquele que se enquadra
nas características e objetivos pessoais do
contratante, portanto, o aconselhamento
de um especialista faz toda a diferença na
hora da escolha.”
Para Sacchetto, a previdência
pública, que já não era suficiente no
passado, evidenciou, sobretudo após a
recentemente aprovada reforma, a necessidade
de se construir uma reserva
para o futuro: “Ao mesmo tempo em
que vivemos mais também somos produtivos
por mais tempo. O que conta
mesmo é começar o quanto antes a formação
da reserva para a aposentadoria,
com o objetivo de construir a independência
financeira e preservar o padrão
de vida. Vamos considerar, por exemplo,
a idade mínima de 65 anos para se aposentar
pela previdência pública e que
seja essa a mesma idade para usufruir de
uma previdência privada. O esforço para
quem começa a se planejar aos 20 anos
será muito menor de quem começar aos
50 anos. Não é o fato de estar vivendo
15
LONGEVIDADE
PREVIDÊNCIA
ANA RITA PETRAROLI,
da Petraroli Advogados
mais que determina como devemos
pensar a previdência e sim como vamos
nos planejar para o momento da aposentadoria".
A especialista da Órama reforça,
no entanto, que o planejamento para
aposentadoria é uma necessidade relativamente
recente. A ideia de aposentadoria
— diz Tatiane Porto — sempre foi muito
direcionada como responsabilidade
do governo, um pouco do empregador,
mas quase nada se falava sobre a necessidade
de poupanças pessoais. “Mudanças
demográficas, como o aumento da longevidade
e o envelhecimento populacional,
colocam em xeque o modelo de aposentadoria
que conhecemos atualmente.
A expectativa é que as pessoas assumam
uma crescente responsabilidade de autofinanciar
uma parcela maior de sua previdência”,
afirma Tatiane, pontuando, inclusive,
que a aposentadoria é uma fase
da vida em que muitas coisas mudam.
“Algumas despesas deixarão de existir,
por exemplo, a educação dos filhos, enquanto
outras serão criadas, como o aumento
dos gastos com a saúde. Por isso é
fundamental estar preparado.”
No ápice da aprovação da reforma
da previdência, foi divulgada a Pesquisa
Aegon de Preparo para a Aposentadoria
2018. Intitulado O Novo Pacto Social: um
modelo de aposentadoria no século 21,
o estudo aponta que os trabalhadores no
Brasil esperam ganhar, em média, 75% de
sua renda atual (perdendo apenas para a
Polônia, com 77%). E mais: quase metade dos brasileiros (47%) acha
que está no caminho certo para alcançar pelo menos 75% da renda
esperada de aposentadoria, ou seja, maior que em qualquer outro
país pesquisado, como frisa o estudo.
Apesar do otimismo, a pesquisa Raio X do Investidor, da Associação
Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais
(Anbima) e também divulgada em 2018, mostra que o planejamento
financeiro não é realidade para a maioria da população. Ainda que
66% das pessoas se preocupem em como vão se sustentar no futuro,
quase metade espera contar com os recursos da previdência social.
Na outra ponta, 28% pretendem continuar no mercado de trabalho,
enquanto 2% acreditam que terão apoio dos filhos ou da família.
“Esses dados são preocupantes, pois as pessoas estão otimistas
em conseguir a renda para aposentadoria mesmo sem as ações
necessárias. Dizer que as pessoas precisam assumir mais responsabilidade
pelo seu futuro financeiro pode ser uma realidade econômica.
Mas a verdade é que muitas pessoas não possuem a educação financeira
necessária para tomar decisões sólidas sobre suas economias
de aposentadoria e investimentos. Melhorar a educação financeira
requer um esforço sustentado e colaborativo de escolas, governos e
empregadores. Aqui, na Órama, focamos muito na questão da educação
financeira e na qualidade da assessoria para ajudar os clientes
nessa tomada de decisão”, assinala Tatiane.
Para a executiva da Órama, a previdência privada permite
mais incentivos fiscais para poupar a longo prazo e os valores para
aplicações tendem a ser mais acessíveis do que em outros produtos.
“O cliente pode programar contribuições mensais via débito automático,
ferramenta que ajuda muito na consistência dessa poupança.
E uma das melhores características do produto é a possibilidade
de portar a reserva para trocar de instituição e fundos, assim o cliente
ganha um ótimo aliado para realocar o nível de risco da carteira
ao longo dos anos. Também não podemos esquecer da previdência
privada empresarial, na qual as empresas podem ajudar a financiar
as reservas para os planos dos funcionários”, ressalta Tatiane.
As conquistas da medicina associadas à melhoria da qualidade
dos equipamentos urbanos, das moradias e do acesso à informação
ampliaram a idade média do brasileiro, que atingiu 76 anos em
2018, um salto de expressivos 22 anos em relação a 1960. Portanto é
importante que o brasileiro comece a pensar mais cedo em formas
a constituir um patrimônio maior, garantindo tranquilidade e qualidade
de vida. “Isso passa inevitavelmente pela educação financeira”,
reforça Diniz, da Icatu Seguros. “Esse trabalho de consultoria cabe às
empresas. Por isso, nosso propósito é contribuir para um país em que
os brasileiros estejam protegidos e assistidos em todas as fases de
sua vida. Aqui, na Icatu, nós trabalhamos como uma plataforma aberta
e multicanal para desburocratizar produtos de Vida e Previdência,
mostrando como são simples, flexíveis e para todo tipo de investidor
e perfil de cliente. Conseguimos desenvolver produtos cada vez mais
alinhados às necessidades de cada segurado”, completa o executivo.
COMO RECUPERAR O PÚBLICO PERDIDO NA PANDEMIA?
A reforma da Previdência Social despertou nos brasileiros a
importância de um plano de previdência privada. Esse movimento
16
tende a ser natural com a retomada da economia, como resposta
da sociedade ao “novo normal”. É como pensa Ana Rita Petraroli,
para quem o acúmulo de reservas pessoais é fundo que acaba
sendo utilizado em momentos de dificuldade. “E 2020 foi o ano das
dificuldades, como o fechamento de muitos postos de trabalho e
muitos profissionais sem recebimento dos seus bônus, desemprego
e vocação mais tradicional nas aplicações financeiras. Tudo isso traz
uma queda do movimento poupador, impactando, diretamente, os
fundos de previdência”, aponta Ana Rita.
Sacchetto, da Seguros Unimed, frisa, porém, que não houve
perda de público e sim uma pausa “forçada” desse público por questões
emergenciais que a pandemia trouxe para as famílias: “Quem
era investidor de previdência continuará sendo. Ao contrário, a
pandemia trouxe uma oportunidade para trazermos mais pessoas
para a previdência. A pandemia deixou claro o quanto é importante
contar com uma reserva para a futuro. Muitas pessoas descobriram
de modo muito difícil o que é não ter uma reserva para atravessar
momentos de adversidade.”
Tatiane Porto explica, contudo, que os resgates podem ser
explicados por diversos fatores, começando por pânico dos investidores
devido à queda na rentabilidade dos fundos como até mesmo
perda do emprego e urgências de capital. Há, segundo Tatiane, duas
ferramentas fundamentais para evitar esse movimento de resgates
na previdência: educação financeira e boa assessoria.
“A previdência é um investimento de longo prazo, sendo assim
ela não deve ser utilizada para construir a reserva de emergência.
Além disso, realizar saques em momentos como março e abril
significa que os investidores estão efetivando suas perdas. Particularmente
não tivemos muitos resgates nesse período devido ao
trabalho de assessoria. A entrada de novos clientes e aportes vai se
recuperando na medida em que o momento de maior volatilidade
já passou e a atividade econômica, assim como a capacidade de
poupança dos clientes, vai sendo retomada”, diz a Head de previdência
da Órama Investimentos.
Marchi, da MAG, defende a tese de que as pessoas estão ficando
mais conscientes sobre a importância de se proteger para o
futuro, e isso engloba tanto a demanda por seguro de vida quanto
por previdência. A tendência — reforça ele — é que estes mercados
sigam o crescimento no longo prazo, impulsionados por uma maior
educação financeira da sociedade. “Sobre o aspecto de previdência,
vemos um movimento da indústria em oferecer soluções cada vez
mais competitivas e vantajosas para as pessoas”, completa.
O cenário atual fomenta, assim, questões de diversas frentes
sobre a carteira de produtos, uma delas a de que produtos que
combinam poupança e cobertura de risco poderiam despertar mais
interesse dos investidores. Para Tatiane Porto a resposta é “sim”. Ela,
entretanto, pondera: “Mas, de forma geral, os produtos de risco que
geralmente são vendidos com a previdência, são bem simplificados
e com coberturas de valores reduzidos. Um bom planejamento financeiro
pensa no futuro e um dos pilares do planejamento financeiro
é a busca por proteção para eventualidades e imprevistos que
podem ocorrer durante a nossa vida. Sendo assim, devemos dedicar
atenção para a questão do gerenciamento de risco, buscando com
ALFEO MARCHI,
da MAG Seguros
seus consultores a cobertura ideal para
atender as suas necessidades.”
Diniz, da Icatu Seguros, define a
associação de um plano de previdência
privada com seguro de vida bastante
“poderosa” e funciona como uma “blindagem
patrimonial”. Segundo ele, há uma
tendência mundial e as pessoas têm buscado
mais informações sobre produtos
que associam proteção e construção de
patrimônio, sobretudo porque todos têm
a preocupação com o legado, o que vão
deixar para as gerações futuras, especialmente
quando se trata de familiares muito
próximos: “A Icatu, por exemplo, lançou,
em 2019, dois produtos de Vida inspirados
no Universal Life americano, proteção e
construção de patrimônio, que podem ser
utilizados pelo segurado ainda em vida.”
Marchi também não tem dúvidas.
Para ele, o produto que juntar poupança
com cobertura de risco é a “combinação
ideal” para a sociedade. “É preciso se programar
para o futuro entendendo o conceito
de ser previdente. Ou seja, antever
os riscos aos quais todos estão expostos.
Precisamos nos planejar financeiramente
caso algo aconteça neste período de acumulação.
Por isso, as coberturas de risco
são tão importantes”, conclui o executivo
da MAG. Sacchetto segue a mesma linha:
“É uma tendência. As pessoas começam
a perceber que não é só o futuro que importa.
Temos que pensar em proteger o
presente”, resume o executivo da Seguros
Unimed.
17
REGULAÇÃO
SANDBOX
O impulso que faltava
ao Mercado
11 EMPRESAS FORAM
HABILITADAS PARA OPERAR
PELAS REGRAS DO SANDBOX,
O QUE IRÁ FACILITAR A
CRIAÇÃO DE PRODUTOS PARA
TRAZER UMA NOVA LEVA DE
CONSUMIDORES AO MERCADO
Kelly Lubiato
No início do mês de outubro, a
Superintendência de Seguros
Privados divulgou a lista dos 11
projetos habilitados a operar no Sandbox
Regulatório, pelo prazo de até três anos.
O Sandbox Regulatório é um ambiente
experimental constituído com condições
especiais, limitadas e exclusivas que
não representem barreiras à inovação.
O ambiente tem como objetivo reduzir
os custos e facilitar os processos para os
consumidores, com foco na melhoria da
experiência do usuário. Esta tramitação na
Susep foi rápida, o que acabou antecipando-se
a um projeto do Governo Federal.
Em 2018, o Poder Executivo pensou em criar um arcabouço
de benefícios legais para empresas que, numa definição pré-estabelecida,
seriam chamadas de startups. “Os benefícios são de diversas
naturezas. Como as necessidades primordiais que estas empresas
inovadoras possuem são bastante típicas: questões relacionadas a
stock options, seleção de composição societária, regime fiscal, vários
problemas jurídicos recorrentes etc, a ideia foi estabelecer um conjunto
de leis que pudessem oferecer a estas empresas um ambiente
de negócios mais seguro, diminuindo a sua taxa de mortalidade
por razões jurídicas”, explica Victor Cabral Fonseca, coordenador do
ThinkFuture e advogado de TozziniFreire Advogados.
Esta iniciativa caminhou em duas vertentes: no executivo (Ministério
da Economia e de Ciências, Inovações e Tecnologia) onde
consolidou-se uma agenda de reuniões e de debates para a construção
de um projeto de lei; no legislativo, que se movimentou no
18
Bárbara Bassani, sócia na área de
Seguros e Resseguros de TozziniFreire, comemora
porque a Susep já está à frente
deste PL, pois nele há um arcabouço para
toda e qualquer startup, que fala sobre
elegibilidade, flexibilidade etc, mas que
possui um item específico sobre ambiente
regulatório experimental. Isso nada
mais é do que o Sandbox, que já existe
em seguros. “Nosso setor está avançado
nesta questão de mercado regulado,
porque a Susep já trouxe os critérios de
operação”.
É óbvio que por ser um mercado
regulado, caso a versão final o projeto
aprovado traga questões que possam
afetar todos os setores, como desburocratização
para abertura e fechamento de
empresa, por exemplo, pode haver ajustes
na aplicação das regras do Sandbox
Regulatório.
“Naquilo que a Susep não tiver o
poder normativo em relação a seguros,
como em questões em que ele remete a
outras leis, como a de sociedades anônimas
ou a critérios que são aplicados de
forma geral à constituição de empresas,
se o marco legal das startups, no texto final,
trouxer mudanças para a flexibilizar a
legislação federal aplicada às sociedades
anônimas, isso pode impactar as empresas
que estão sob o regramento do Sandbox”,
avalia Barbara Bassani.
Eduardo Fraga, diretor técnico da
Susep, lembra que tanto Susep como
CVM (Comissão de Valores Mobiliários e
mesmo sentido, através do deputado JHC (PSB-AL) e depois virou
um projeto de lei relatado pelo deputado Vinicius (Novo-SP).
As propostas do projeto de lei dividem-se em quatro grandes
grupos: enquadramento e definição de startups (como se cria um
ambiente de negócio favorável para estas empresas); incentivos e
benefícios para investimentos; questões trabalhistas relacionadas a
stock options ou contratos temporários, por exemplo; e por fim contas
públicas, para definir como estas empresas se relacionam com o
Governo, licitações, testes etc.
A agenda deste marco legal das startups estava suspenso
desde março, por conta da pandemia. Mas em outubro, o Governo
decidiu formatar a proposta do executivo e apresentar ao legislativo.
“O curioso é que se juntar as propostas do legislativo e do executivo,
em alguns momentos, eles falam sobre propostas setoriais,
como o de seguros”, ressalta Fonseca.
VICTOR CABRAL FONSECA,
do ThinkFuture
19
REGULAÇÃO
SANDBOX
EMPRESAS SELECIONADAS
BARBARA BASSANI,
de TozziniFreire Advogados
Banco Central já haviam se adiantado,
sob a coordenação do Ministério da Economia,
no meio do ano passado, e assinado
um comunicado com as intenções
de desenvolver um sandbox regulatório,
cada um em sua esfera de atuação.
De certa forma, o sistema financeiro se
adiantou a estas medidas. O que saiu na
minuta do projeto de lei do executivo vai
em linha ao que já foi desenvolvido por
estes órgãos.
A Susep foi a primeira a regulamentar
o assunto, em fevereiro de 2020
quando publicou a norma. Ela também
foi a primeira a colocar o seu edital na rua
e já está aplicando as novas regras.
Onze projetos com propostas de novas tecnologias ou processos
inovadores para o mercado de seguros brasileiro foram selecionados
para fazer parte do Sandbox Regulatório.
O objetivo da Susep foi diminuir as barreiras de entrada
para empresas de menor porte, dentro do novo marco regulatório
do setor para criar um ambiente amigável para a inovação. A
autarquia espera resultados que beneficiem diretamente a vida
dos consumidores, com produtos e serviços mais simples, de fácil
uso e mais intensivos em tecnologia.
Foram analisados 14 projetos inscritos no processo para
chegar aos 11 selecionados. Segundo o diretor técnico Eduardo
Fraga, “foram selecionadas propostas de modelos de negócios
com várias características aderentes ao ambiente regulatório experimental
e que vão ao encontro do seu efetivo objetivo, que é
possibilitar, sob a supervisão da Susep, a introdução de novos serviços,
novas formas de prestar serviços tradicionais no mercado
de seguros ou novos produtos, sempre com foco no benefício ao
consumidor e sua experiência com seguro e, dessa forma, aumentar
sua cobertura e a penetração no país”.
Os seguros a serem oferecidos incluem tablets, smartphones
e dispositivos portáteis; automóveis; animais domésticos;
acidentes pessoais; funeral; residência e estabelecimentos comerciais.
Haverá oferta de seguros intermitentes, utilizados sob
demanda, bem como seguros paramétricos para desastres, de
acordo com alertas das autoridades públicas de cada estado.
Será possível, por exemplo, contratar ou cancelar os seguros
facilmente ou fazer vistorias remotamente. Além disso, a plataforma
PIX (Banco Central do Brasil) será utilizada para transferência de
recursos. Algumas das tecnologias envolvem o uso de inteligência
artificial de forma ampla em várias etapas do processo, tais como
aceitação de risco, sugestão de cobertura e detecção de fraudes;
blockchain para registro de todos os eventos da apólice ou bilhete;
modelos estatísticos e algoritmos de machine learning.
EDUARDO FRAGA,
da Susep
ÁREAS BENEFICIADAS
As áreas de atuação das empresas contempladas no Sandbox
regulatório são os produtos massificados, de curto prazo, com inovações
nas diferentes etapas de cadeia de valor do seguro. “Há inovações
no que se refere a precificação, gestão do sinistro, inteligência
artificial, machine learning etc”, adianta Eduardo Fraga, diretor
técnico da Susep.
Fernando Rieche, coordenador da comissão de avaliação das
startups da Susep, acrescenta que a aprovação dos onze projetos
envolve alguns mais conhecidos no mercado e até empresas grandes.
“O projeto é para o lançamento de produtos ou processos inovadores
para o mercado de seguros. Mesmo as empresas grandes
que estão entrando devem estabelecer produtos inovadores ou modelos
de negócios inovadores”.
20
PROJETO
88i
Coover
Emotion
Flix
ATUAÇÃO
Impedimento para o trabalho/perda de renda;
acidentes pessoais individual; celular e outros;
auto (casco); deslocamento de volumes/
bagagem/objetos em circulação.
Animais domésticos (aplicação de vacinas,
atendimentos ambulatoriais, cirurgias, consulta
urgência e emergência, consultas de rotina,
exames laboratoriais/imagens e internação).
Acidentes pessoais (morte acidental).
Compreensivo Residencial.
Iza
Komus
MAG
Pier
Split Risk
Stone
Thinkseg
Acidentes pessoais (invalidez permanente
total ou parcial por acidente, reembolso de
despesas médico-hospitalares e odontológicas
por acidente, complemento de diárias por
incapacidade temporária por acidente. Cobertura
adicional: funeral).
Celulares, notebooks, tablets, câmeras e outros
aparelhos eletrônicos.
Acidentes pessoais individual (morte acidental
e invalidez permanente total por acidente,
incluindo vítimas de crime; compreensivo
residencial.
Celulares, notebooks, tablets, câmeras e outros
aparelhos eletrônicos; automóvel (casco).
Automóvel (casco, acidentes pessoais de
passageiros e assistência e outras coberturas).
Compreensivo residencial; funeral (morte natural
ou acidental); acidentes pessoais (morte acidental
e invalidez permanente por acidente); patrimonial
paramétrico.
Automóvel (casco).
A inovação pode vir na formulação dos preços de forma dinâmica,
por exemplo, como nos seguros intermitentes. A ideia é
que as seguradoras com mais conhecimento da jornada do cliente
podem atender a demanda reprimida, democratizando o acesso de
novos segurados. “A inovação nem sempre é disruptiva, podendo
ser agregada ao modelo de negócios para trazer o seguro com um
preço acessível. Nós pedimos que a contratação e o cancelamento
das apólices fossem simplificadas e quase todos estão trabalhando
com aplicativos para facilitar o acesso dos clientes”, destaca Rieche.
As ações que obtiverem sucesso certamente servirão de benchmark
para o setor. As seguradoras grandes investem em inovação,
seja dentro de sua estrutura com uma área destacada para aceleração
de startups, ou com parcerias com empresas de tecnologia. “Os modelos
de sucesso devem ser absorvidos pelo mercado, tornando-se
FERNANDO RIECHE,
da Susep
um padrão”, acredita Fraga.
Estas empresas que chegam agora
ao mercado baseadas em tecnologia
podem impulsionar a distribuição
de produtos de microsseguros. “Se elas
conseguem transferir o menor preço ao
produto, é possível tornar o seguro mais
acessível para uma nova parcela da população,
porque as importâncias seguradas
e os tíquetes também são mais baixos. O
objetivo da Susep é atingir esta nova parcela
de consumidores”, avalia Fraga.
A maioria das 14 empresas que se
inscreveram no Sandbox tinham como
objetivo atender novos nichos, que ainda
estão fora do mercado. Isso ajuda o mercado
tradicional, porque as novas empresas
podem atuar como alavanca para o mercado
tradicional. Rieche lembra que houve
candidatas ao Sandbox que falaram em
nanoseguros, produtos contratados para
pequenos períodos, o que ressaltou o aspecto
da acessibilidade ao setor.
As empresas devem permanecer no
Sandbox por até três anos. De acordo com
as regras, caso o negócio ganhe corpo e a
empresa fique grande demais, ela passa a
ser uma seguradora completa. Ela pode
ainda ser adquirida por outra companhia
ou simplesmente desistir do negócio caso
perceba que o modelo não foi de sucesso.
Fraga disse que a continuidade do
programa dependerá dos resultados dos
próximos meses, para que seja feita uma
avaliação de acordo com o progresso do
Sandbox e da sua resposta para o setor.
21
PANDEMIA
SERVIÇOS
Exemplar ‘volta por cima’
A PANDEMIA BATEU FORTE NA ÁREA
DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE
REGULAÇÃO DE SINISTROS E DE
VISTORIAS. ALGUNS PROFISSIONAIS
DESTES SEGMENTOS DO MERCADO
SECURITÁRIO NARRARAM À APÓLICE
SUAS TRAJETÓRIAS MOLDADAS
POR REFLEXÃO E ESTRATÉGIAS
IMEDIATAS QUE POSSIBILITARAM
VIRAR O DIFÍCIL JOGO CONTRA A
CRISE DOS ÚLTIMOS MESES
André Felipe de Lima
Não há uma estatística consolidada,
mas, empiricamente, podese
afirmar que o segmento de
prestação de serviços de regulação e de
vistorias de sinistros foi impactado de
forma contundente pela pandemia. Não
poderia ser diferente. Mas, ao observarse
por um prisma mais positivo, é possível
identificar um intenso empenho de
gestores na busca pela adaptação tecnológica
para atender às demandas de
mercado, mesmo que remotamente. O
isolamento social fez com que colaboradores
e empresas rumassem para uma
transformação digital imediata aliada a
uma busca contínua pela qualificação
profissional. O intuito primordial é inequívoco:
impedir o enfraquecimento da
carteira de clientes ao longo da pandemia
da Covid-19, que sofreu abalos nos
primeiros momentos da quarentena
obrigatória em todo território nacional,
entre março e abril.
Há cerca de 30 anos atuando na
região Sul do país, onde quase que integralmente
as vistorias eram — antes
da pandemia — realizadas de forma
presencial, a Sultec Vistorias de Veículos
percebeu imediatamente o contexto
desfavorável que se desenhava com a imposição do isolamento social
obrigatório. Principal executivo e sócio-fundador da companhia,
Fernando Marques Menezes narra o impacto inicial do isolamento
social no segmento: “Algumas seguradoras aboliram 100% a realização
de vistoria prévia, algumas utilizaram o artifício da autovistoria
e, em alguns casos, a presencial nas localidades onde existia esta
22
possibilidade. Com isso, houve uma redução inicial de 70% na realização
das vistorias, ocasionando várias dificuldades às prestadoras
de serviços.”
A Sultec Vistorias tinha como objetivo crescer 10% em 2020,
com uma margem de lucro na casa dos dois dígitos. No primeiro
trimestre, a empresa vinha cumprindo todas as etapas que a
possibilitassem atingir a meta empreendedora,
até o inesperado atingir toda a
sociedade. “A pandemia chegou para
mudar tudo aquilo já vivido até então. Tínhamos
que tomar decisões diárias para
saber que ações adotar. Pois a cada dia
que passava o cenário era outro, vistoriadores
impedidos de trabalhar em suas
localidades e a produção caindo 70% no
primeiro momento. Centralizamos todo
o atendimento na matriz da Sultec, em
Porto Alegre, e tivemos de reduzir as
estruturas físicas no Paraná e em Santa
Catarina, adequando a equipe ao novo
cenário”, descreve Menezes.
Mas o executivo não se intimidou
e arregaçou as mangas. A Sultec realizou
algumas alterações operacionais e diversificou
produtos, desenvolvendo, inclusive,
um aplicativo, o Sultec AutoVP, para
atender remotamente os clientes que
não desejam vistoria presencial. Também
foi criado um site de consultas, pelo qual
o cliente final ou o corretor de seguros
pode identificar — antes mesmo da compra
— se o veículo não é “perda total” ou
oriundo de leilão, bem como se já sofreu
alguma colisão, pintura ou troca de peça.
“Com a queda de produção, resolvemos
dar férias coletivas aos vistoriadores
externos e passamos o atendimento,
administrativo e o setor técnico, para
home office. Com isso, não deixamos de
atender a demanda existente no período
epidêmico e aos poucos fomos retomando
gradativamente a produção, que
hoje já está em 70% da produção normal,
sendo 95% presencial e 5% representada
pela auto vistoria, que gera um retrabalho
de 60%, porque os clientes não conseguem
enviar as fotos corretamente”,
salienta o executivo.
Com estrutura operacional que inclui
pontos de atendimento cadastrados
e vistoriadores especializados em todo
território brasileiro, além de Uruguai, Paraguai,
Chile e Argentina, a Way Reguladora
de Sinistros iniciou as atividades no
primeiro dia de março, porém, duas semanas
depois, teve de fechar as portas e
direcionar toda a operação para o home
office, devido à pandemia. Os primeiros
30 dias de quarentena foram marcados
23
PANDEMIA
SERVIÇOS
Algumas seguradoras aboliram 100% a realização
de vistoria prévia, algumas utilizaram o artifício da
autovistoria e, em alguns casos, a presencial nas
localidades onde existia esta possibilidade. Com
isso, houve uma redução inicial de 70% na realização
das vistorias, ocasionando várias dificuldades às
prestadoras de serviços”
FERNANDO MARQUES MENEZES, da Sultec Vistorias de Veículos
por muitos questionamentos, desafios e
incertezas, como descreve a diretora executiva
da Way, Cátia Muller:
“A empresa é um projeto de vida
que vinha sendo pensado em todos os
detalhes e que estava com os primeiros
passos desenhados: estrutura robusta de
canais de comunicação, estrutura física
confortável e bem posicionada, pessoas
com potencial de entrega incrível, viagens
para apresentação da empresa e
prospecções, enfim, tudo planejado, ou
quase tudo. Em meus mais de 20 anos
de experiência na área de regulação de
sinistros de transporte, nunca imaginei
um momento como esse, onde tudo que
tínhamos como referência de trabalho
precisaria ser repensado e adaptado. A
CÁTIA MULLER,
da Way
necessidade de inovação sempre esteve presente para mim, mas a
aceleração em meio a urgência causa desconforto”, reconhece Cátia,
que teve de repensar toda a estrutura operacional da empresa para
encarar o desafio da gestão remota para atender demandas: “Estávamos
iniciando as atividades e muitos processos ainda não estavam
definidos, viagens canceladas, dificuldades em trazer novos clientes
sem viajar, sem encontros presenciais para que todo o potencial da
empresa pudesse ser demonstrado, estava posto mais um desafio,
além do que já esperávamos e comum a qualquer novo negócio.”
PANDEMIA E INADIMPLÊNCIA: QUANDO O DINHEIRO FICOU
ESCASSO NO MERCADO
Durante o trágico ápice da pandemia no Brasil, em junho,
quando os índices de contaminação e de mortes provocados pela
Covid-19 cresceram intensamente, a Regula Sinistros criou uma
“central de dúvidas” online para que pessoas que perderam parentes
pudessem conhecer detalhes sobre seguro de vida e assistência
funeral. O canal gratuito de atendimento à população foi uma resposta
da companhia que, igualmente a todos no mercado, sentiu o
impacto da crise sanitária que, obviamente, desencadeou uma profunda
crise econômica em escala global. O isolamento social, que
freou o consumo e manteve todos dentro de casa, reduziu drasticamente
os índices de sinistralidade em todas as esferas possíveis, desde
acidentes de trânsito aos que ocorrem comumente em empresas,
que se mantiveram fechadas durante longo período.
Sócio da Regula Sinistros, Augusto Vicente Esteves Junior
admite ter havido um impacto inicial nos negócios da empresa e
que uma recuperação só começou a ser percebida no final de abril,
ou seja, pouco mais de um mês após a deflagração da quarentena,
quando os sinistros abertos voltaram a se concentrar em colisões de
veículos e riscos às empresas. Houve, no entanto, outro fator singular
que ajudou nessa retomada de negócios, especialmente no de
assistências: a casa, ou melhor, os problemas que ela apresenta.
“As pessoas começaram a pedir muito mais assistência devido
aos problemas em suas casas. Começaram a pedir conserto de máquinas
de lavar e de chuveiro ou reparos hidráulico e elétrico, troca
de vidro, limpeza de caixa d’água. Começaram a arrumar a casa onde
estavam passando a maior parte do tempo”, recorda Junior, que explica
ter havido outro impacto na Regula motivado pela contenção
24
de dinheiro no mercado: “As empresas, mesmo antes de serem impactadas
diretamente, seguraram o dinheiro. Os empresários, as
corretoras de seguros seguraram um pouco mais os pagamentos.
A gente teve um aumento expressivo também na inadimplência.”
A retomada da carteira de clientes da Regula foi, enfim, verificada
em junho, segundo Junior, quando o índice de sinistralidade
voltou a crescer, sobretudo por conta do aumento do número de
roubos em sedes de empresas fechadas e de invasões em prédios.
ESTREIA E SUPERAÇÃO
A inesperada e brusca mudança na rotina dos negócios, na
rotina da vida, em si, implodiu planos e fez com que estratégias, então
meticulosamente desenhadas um ano antes, consumido dias,
semanas e até meses, tivessem de ser revistas abruptamente. Se
foi difícil para empresas com alguns ou muitos anos de estrada no
mercado, o que dizer daquelas que iniciavam suas jornadas? Esse
foi o caso da Way Reguladora. Fundada em setembro de 2019 e com
a estrutura física inaugurada exatamente no dia 1 de março deste
ano, duas semanas antes de o país entrar em isolamento social total,
a empresa, com sede em Porto Alegre, viu todo o seu produto principal,
o atendimento a sinistros de veículos de carga, ser impactado.
“Prestamos serviços a seguradoras e seus clientes, desde o
resgate das mercadorias, quando acontece um acidente na estrada,
até a regulação, levantamento dos prejuízos causados e definição
do prejuízo a ser indenizado pelo seguro. A restrição de circulação
impactou diretamente na atividade, tanto no fluxo quanto nas rotinas.
O negócio, em sua essência, é vinculado ao transporte e acompanhando
os números do setor, começamos a ver a queda, o impacto
da pandemia e suas restrições no transporte de carga, números
que foram caindo de forma agressiva, 20, 30 até chegar a quase 50%
de queda no fluxo. Uma crise no transporte estava anunciada e o
impacto em nosso negócio era inevitável. Essa crise sanitária trouxe
mudanças para todas as linhas de negócios existentes e o mercado
securitário também foi muito afetado, pois está ligado diretamente
a produção, movimentação econômica e de pessoas”, acentua a executiva
da Way Cátia Muller.
Houve estagnação, admite Cátia. A Way estava em fase de
alavancagem do negócio no mercado, com várias reuniões marcadas
e boas perspectivas de novos negócios. Clientes também estavam
tentando se organizar em meio a um turbilhão de informações
e recomendações, movimentando toda uma estrutura de pessoas
para o trabalho home office. “Nesse momento, sabíamos que os novos
negócios ficariam em segundo plano e em primeiro a preservação
da vida e o funcionamento do que já estava implantado. Agora,
no segundo semestre, já estamos com uma operação de atendimentos
em curva de crescimento e retomando negociações para
ampliação, percebemos um mercado mais equilibrado, adaptado às
novas necessidades e buscando mudanças, trazendo o aprendizado
das dificuldades que essa pandemia trouxe a todos, as empresas de
um modo geral ampliaram a visão, querem coisas novas, funcionais
e com custo adequado”, completa Cátia.
Antes da pandemia, os segmentos que giram em torno do
mercado de seguros estavam em franco crescimento. O de sinistros
AUGUSTO VICENTE ESTEVES JUNIOR,
da Regula Sinistros
era um deles, e seguia a tendência. Com
a pandemia, começaram a se intensificar
variações nas contratações de apólices.
Seguros de automóveis, por exemplo,
perderam fôlego. Na outra via, atraíram
mais a atenção do consumidor os seguros
de vida e saúde, sobretudo após a
maioria das seguradoras incluírem em
seus contratos a cláusula cobrindo riscos
de pandemia, até então uma espécie de
tabu para muitas empresas. “A partir disso
houve um aumento expressivo na contratação
de seguros de vida e, por consequência,
nos sinistros”, resume Junior, da
Regula.
O executivo reconhece que a empresa
vivenciou momentos difíceis de
março a maio, quando a estagnação no
mercado mostrava-se irreversível para
todos. Nada evoluía. Houve, destacou
ele, dificuldade da Regula para ampliar
o leque de clientes, mas sem necessariamente
um decréscimo porque as corretoras
de seguros não cortaram o investimento
que fazem na terceirização do
processo de sinistro. “Passados os três
meses iniciais da pandemia, a gente teve
um aumento no número de clientes, porque
as corretoras de seguros começaram
a demitir colaboradores para redução de
despesas e viram na Regula uma solução
para essa redução de despesas, dado
que é muito mais barato terceirizar o
departamento de sinistro do que ter um
próprio”, salienta Junior.
25
SUSTENTABILIDADE
PRODUTOS
Incertezas ambientais
abrem espaço para
seguros paramétricos
ENQUANTO O MUNDO OLHA ESTUPEFATO IMENSAS ÁREAS FLORESTAIS
VIRAREM FUMAÇA – COMO OCORREU ESTE ANO COM O PANTANAL
BRASILEIRO, COM A AMAZÔNIA E A COSTA OESTE DOS ESTADOS UNIDOS –
E OUTRAS REGIÕES - COMO O SUDESTE DA FRANÇA - SEREM DEVASTADAS
POR INUNDAÇÕES, O MERCADO DE SEGUROS EVOLUI DE FORMA RÁPIDA
SUA CAPACIDADE DE ANÁLISE DE DADOS DOS RISCOS AMBIENTAIS,
BUSCANDO REDUZIR AS VULNERABILIDADES E AUMENTAR A CAPACIDADE
DE RESILIÊNCIA DOS MAIS DIVERSOS SETORES ECONÔMICOS QUE POSSAM
VIR A SER AFETADOS PELO CLIMA
Solange Guimarães
O
desafio é grande. Segundo informa
o relatório “Estado dos Serviços
Climáticos de 2020”, produzido
pela Organização Meteorológica
Mundial (OMM), agência especializada
da ONU para o tema, o número de desastres
naturais em todo o mundo cresceu
cinco vezes nos últimos 50 anos e as perdas
econômicas provocadas por tais tragédias
aumentaram sete vezes.
Somente nas últimas duas décadas, desastres causaram US$
2,97 trilhões em perdas para a economia global. Os números são impressionantes.
Foram 7.348 desastres em todo o mundo, que afetaram
mais de 4 bilhões de pessoas, levando a aproximadamente 1,23
milhão de óbitos.
O Global Risks Report 2020, publicado pelo Fórum Econômico
Mundial com o apoio da Marsh & McLennan aponta que, ao lado
da instabilidade geopolítica, aumentam as preocupações econômicas
decorrentes de confrontos comerciais entre grandes potências
e da deficiente resposta dos governos às questões climáticas, como
26
PATRICIA MARZULLO,
da AGCS
Specialty (AGCS). “Combater as mudanças
climáticas requer ações corretivas e investimentos
com foco em gerenciamento de
risco além do horizonte usual, se antecipando
e se preparando para futuros cenários.
As mudanças climáticas impactam
toda a cadeia. Da escassez de insumos
agrícolas e recursos como água, passando
por interrupções em cadeias de produção
e abastecimento, propagação de doenças,
aumento de desigualdades sociais e redução
do PIB.”
A AGCS publica anualmente o
Allianz Risk Barometer, uma pesquisa realizada
entre os principais executivos ao
redor do mundo (CEOs, risk managers,
executivos de seguros) na qual eles declaram
suas maiores preocupações e exposições
de riscos a que estão sujeitos. Os
redução das emissões e investimentos em adaptações dos modelos
de negócios visando a redução de emissões. Os impactos da perda
de biodiversidade em muitos ecossistemas são vistos no relatório
como capazes de produzir consequências para as sociedades, economias
e saúde.
“Além dos potenciais impactos, cada vez maiores, decorrentes
das catástrofes naturais, as companhias precisam considerar todos
riscos em que estão expostas, desde exposições operacionais, reputacionais
e até os efeitos regulatórios”, destaca Patricia Marzullo, diretora
de Subscrição de Engenharia da Allianz Global Corporate &
GUILHERME PERONDI,
da Swiss Re Corporate Solutions
27
SUSTENTABILIDADE
PRODUTOS
THIAGO LANG,
da Aon Brasil
resultados são utilizados internamente
no desenvolvimento e aprimoramento
dos produtos que oferecemos, e também
externamente, como conteúdo na tomada
de decisão dos clientes ao redor do
mundo.
No último Risk Barometer de 2020,
as mudanças climáticas e o aumento da
volatilidade do clima aumentaram para
sua maior posição dos últimos anos (em
2018, as mudanças climáticas estavam
na 10ª posição de preocupação dos principais
executivos e agora em 2020, essa
preocupação saltou para a 7ª posição).
Além das grandes questões com
o aquecimento global, com o impacto
ambiental ou com a pegada de carbono,
o mercado segurador contribui para
a adaptação às mudanças climáticas no
ALFREDO CHAIA,
da International Risk Veritas
cotidiano das populações, desenvolvendo novos mecanismos de
compensação de perdas e transferência de riscos.
“Atualmente cerca de 75% dos riscos seguráveis, incluindo
catástrofes naturais e mudança climática, envelhecimento da população
por exemplo, seguem sem cobertura do seguro. Consideramos
parte de nossa missão ajudar o mundo a reduzir esse gap de
cobertura e tornar o mundo mais resiliente”, comenta Guilherme
Perondi, diretor executivo Swiss Re Corporate Solutions, unidade de
seguros do Grupo Swiss Re.
O executivo informa que a Swiss Re tem uma iniciativa chamada
“2030 Sustainability Ambitions” baseada em três grandes
frentes: mitigar riscos climáticos e avançar na transição da matriz
energética, construir resiliência social e utilizar soluções digitais para
oferecer soluções de seguro mais acessíveis.
Thiago Lang, diretor de Specialties da Aon Brasil, avalia que
o desenvolvimento de produtos que incluem aspectos ASG deve se
intensificar nos próximos anos, beneficiando aquelas empresas e negócios
que são sustentáveis a longo prazo. “Atualmente, o movimento
mais visível no mercado de seguros é a limitação de capacidade
para empresas consideradas não sustentáveis, como aquelas que
possuem mais de 30% a 50% do faturamento ligado à produção de
carvão. As principais resseguradoras globais não dão mais capacidade
para esse tipo de negócio”, informa Lang.
“As pessoas e empresas têm buscado outras soluções. Produtos
financeiros e fundos de investimentos ‘verdes’ são cada vez mais
frequentes”, comenta Alfredo Chaia, diretor gerente da International
Risk Veritas. “Neste cenário, as seguradoras também estão impulsionadas
a reconhecer a necessidade de desenvolver produtos e serviços
que atendam às novas demandas deste mundo em acelerada
mudança. Diante do compromisso de prover indenizações e da necessidade
de manutenção do equilíbrio financeiro, as seguradoras
têm atuado de forma preventiva no gerenciamento de seus riscos e
de seus clientes, vislumbrando não só os aspectos ambientais, mas
também a perenidade dos negócios e a mitigação dos riscos que se
propõe indenizar; além de inserir práticas voltadas à sustentabilidade
de seus negócios.”
Chaia ressalta que o mercado expandiu a oferta de soluções de
seguro para mitigação dos danos ambientais em instalações, construção
e transporte de mercadorias, por exemplo, e que a gestão dos riscos
além de apresentar soluções de monitoramento e prevenção de
danos ambientais, também trouxe propostas de valor para controlar
tecnicamente e financeiramente os atendimentos de remediação das
consequências decorrentes dos acidentes e danos ambientais.
“É tudo uma questão de sustentabilidade e resiliência”, afirma
Stéphane Godier, Regional Head Americas da AXA Climate, unidade
do grupo AXA específica para o tema, protegendo empresas e comunidades
contra os riscos climáticos e ajudando-os a se adaptarem
às mudanças e a reduzir seu impacto no clima e no meio ambiente.
Entre as soluções oferecidas pela AXA Climate está o serviço
de adaptação de negócios, utilizado tanto para avaliar o impacto do
cliente no clima quanto o reflexo das mudanças climáticas em seus
negócios. A empresa desenvolveu também uma plataforma de monitoramento
de catástrofes naturais (Nat Cat) que, em tempo real, avisa
28
sobre a iminência de um determinado fenômeno natural potencialmente
catastrófico, “Também atuamos no plano de contingência e os
ajudamos a se recuperarem mais rapidamente por meio de soluções
de seguro paramétrico. Essas soluções são ferramentas poderosas de
mitigação de riscos. Desde que sejam acionados pela medida direta
do clima ou índice Nat Cat, são extremamente rápidas, transparentes
e totalmente ajustáveis às necessidades do cliente”, afirma Godier.
SEGUROS PARAMÉTRICOS
Com a tecnologia, os seguros paramétricos - cobertura personalizada
que utiliza um parâmetro independente, geralmente um
índice meteorológico, para correlacionar fenômenos ambientais
com o fluxo de receitas ou a estrutura de custos – passaram a ser
uma alternativa interessante para diversas indústrias como a de produção
de energia, o agronegócio, o turismo e da moda, entre outras.
“O produto paramétrico oferecido pela Swiss Re Corporate
Solutions para os segmentos agrícola e de energia tem um conceito
simples”, explica Perondi. “A seguradora, o cliente e o seu corretor
acordam um parâmetro que vai disparar o gatilho de cobertura da
apólice. Esse parâmetro normalmente é ligado a variáveis climáticas,
como por exemplo excesso ou falta de chuva ou vento ou ainda
variações não esperadas em níveis de vazão de rios ou temperatura.
O contrato de seguro define o período em que o parâmetro precisa
ser atingido, a localização de cobertura e a empresa especializada
que determinará um parâmetro externo, o que assegura independência
no critério de apuração. Se, durante o período de vigência da
apólice, o parâmetro for atingido no período e localização contratados,
a indenização é feita conforme o contratado.”
O seguro paramétrico não indeniza a perda pura, mas antecipadamente
concorda em efetuar um pagamento na ocorrência de
um evento desencadeante. O “gatilho” é a expectativa de prejuízo,
e não o dano material direto. “O seguro paramétrico é uma solução
de gestão de risco que pode ser customizada para atender setores
como de energia, seja hidráulica ou eólica, setor agro, ou qualquer
outro setor que possa ser impactado por variações inesperadas”, informa
Eduardo Lucena, CEO da THB Brasil.
A THB Brasil possui um divisão específica para oferecer seguros
em agro e entre as soluções alternativas de transferência de riscos
oferecidas, a empresa inclui o seguro paramétrico. “Atualmente
as taxas praticadas pelo mercado tem sido uma barreira para as vendas”,
explica Lucena.
Perondi, da Swiss Re, lembra que o seguro paramétrico foi
originalmente concebido para o segmento de empresas médias e
grandes que, em geral, tem um nível do conhecimento técnico mais
amplo das soluções de transferência de risco que o segmento de
seguros oferece. “Porém existem esforços concretos para ampliar a
adoção do produto e vale a pena destacar a iniciativa brasileira de
permitir que os recursos do Programa de Subvenção ao Prêmio do
Seguro Rural (PSR) do governo federal sejam destinados também ao
seguro paramétrico”, informa.
Desde setembro, após autorização da Superintendência de
Seguros Privados (Susep), o Comitê Gestor Interministerial do Seguro
Rural aprovou a Resolução nº 79, que estabeleceu o percentual
STÉPHANE GODIER,
da AXA Climate
de subvenção ao prêmio de 20% para o
seguro paramétrico, para qualquer atividade.
“Trata-se de uma decisão inovadora
e muito pertinente e que deve impulsionar
o produto em novos segmentos de
empresas”, comemora.
Com dezenas de programas de
seguros paramétricos no Brasil e na
América Latina, a AON acredita que este
tipo de cobertura é viável para várias
atividades, como Energias Renováveis,
Agricultura, Infraestrutura & Construção,
Turismo e Hotelaria, Transportes, entre
outras. “Tudo que tenha um parâmetro
com histórico confiável, mensurável por
entidades independentes, e que tenha
uma boa correlação entre as perdas ocorridas
no passado com os interesses seguráveis,
é viável para seguro. Exemplos de
parâmetros possíveis e que podem gerar
perdas aos clientes são os extremos de
alta ou baixa temperatura, a falta ou excesso
de chuvas, a velocidade dos ventos
e falta de irradiação solar”, comenta
Lang. “Caso o índice alcance um gatilho
predeterminado, o segurado recebe o
pagamento acordado, de forma rápida e
praticamente automática, uma vez que
os parâmetros envolvem medições objetivas
e independentes, sem necessidade
de vistoria de regulação em campo. Isso
ajuda o segurado a ter um melhor fluxo financeiro,
ajudando-o a restabelecer suas
operações mais rapidamente e evitando
um impacto negativo a seus colaboradores
e à comunidade”.
29
TECNOLOGIA
PIX
Novo método de pagamento pode
aumentar o risco das empresas
PIX ENTROU EM VIGOR NO MÊS DE NOVEMBRO E SURGE COMO UMA POSSIBILIDADE
PARA DEMOCRATIZAR A ENTRADA DE NOVOS CONSUMIDORES NO MERCADO
Kelly Lubiato
Criado pelo Banco Central, o Pix
entrou em vigor em 16 de novembro,
trazendo em seu escopo
a promessa de transferências bancárias
instantâneas realizadas por meio de uma
chave, que pode ser uma senha ou um
número de telefone celular.
No mercado de seguros, esta nova
possibilidade de pagamento abriu um
novo leque de possibilidades, que acrescenta
agilidade, segurança e rapidez
para as transações do mercado. Por outro
lado, ele também acrescenta novos riscos
às empresas que o utilizam, aumentando
a exposição aos riscos cibernéticos
e também a adequação à Lei Geral de Proteção de Dados.
O Pix é visto como um processo de evolução do sistema de
pagamentos do Brasil, porque traz muita agilidade e segurança ao
processo de transferência de recursos de uma pessoa física para outra,
ou para jurídica etc. “A transferência financeira será realizada de
maneira mais barata. As pessoas físicas sofrem, seja pela limitação
de transferência de recursos ou pelo custo das operações. O Pix vem
para transformar isso”, comemora Alexandre Girardi, diretor Executivo
Financeiro da Sabemi.
No caso da Sabemi, a empresa está prestando todas as informações
possíveis para a sua comunidade, no sentido de distribuir
a cultura do seguro como forma de mudar vidas. “No primeiro momento,
estamos divulgando uma série de informações. Em um segundo
momento, enxergamos a possibilidade de oferecer mais agilidade
aos clientes no pagamento de sinistros, os beneficiários etc.
30
Toda vez que tivermos conhecimento da chave Pix dos segurados
podemos agilizar o pagamento”, anima-se Girardi.
Os prêmios de seguro também serão mais facilmente conciliados
pela seguradora, garantindo que a cobertura do segurado
seja mais ágil também.
Um dos pontos chave do contrato de seguro é o pagamento
do prêmio, porque a geração de boleto bancário, por exemplo, é caro.
A chegada do Pix reduz infinitamente o valor da cobrança, o que possibilita
a criação de produtos de seguro com tíquete mais baixo.
O Pix será a demonstração não apenas do ato regulatório do
Banco Central, que vai permitir fazer várias coisas, mas também é
um projeto digital no mercado que pode ser trangibilizado na prática
por qualquer brasileiro como forma de pagamento, seja de pessoa
física ou jurídica.
Quando se fala de segurado, corretor e seguradora, para eles,
em essência, esta é apenas mais uma forma de pagamento além do
cheque, TED, DOC, dinheiro, boleto bancário ou cartão de crédito. “A
questão é que os pagamentos agora vêm acompanhados de mais
comodidade na prática e maior redução de custos para a empresa”,
corrobora Fabiano Ferreira, diretor executivo da Wiz B2Digital.
O Pix é rápido, pois 90% das transações são feitas em até 10
segundos. Ele pode ser feito de qualquer dispositivo eletrônico,
com uma chave que pode ser número de telefone, e-mail ou senha.
Para os corretores e para as seguradoras, além da comodidade,
há ainda o fator dos metadados que vêm junto com a transação
do Pix. “No momento do negócio, é posição para a seguradora
conciliar mais rapidamente e com uma série de informações sobre
a pessoa, um conjunto de informações que não passam por outras
formas de pagamento. Isso enriquece a transação”, acredita Ferreira.
Com o Pix, ao montar uma insurtech, a forma de cobrança
atual é através de débito em conta ou cartão de crédito, o que implica
em convênios com várias instituições financeiras.
O Pix já nasce integrado a todo o sistema financeiro nacional.
Ele elimina o ônus de ter que realizar registros em várias instituições
financeiras diferentes. Ele vai evoluir para ser recorrente, por isso,
com os dois elementos (controle de conciliação e sem necessidade
de convênios) é possível reduzir custos das seguradoras.
A facilidade para fazer cobranças é fundamental para a evolução
do mercado de seguros.
"O Pix é um novo meio de
pagamento instantâneo criado
pelo Banco Central, que vai ser
uma nova opção ao lado de TED,
DOC e cartões para pessoas e
empresas fazerem transferências
de valores, realizarem ou
receberem pagamentos. Com o Pix,
as pessoas e empresas poderão
fazer essas transações em menos
de 10 segundos, usando apenas
aplicativos de celular"
passará a sofre um impacto competitivo
grande a partir de outubro de 2021,
quando a agenda BC#, que representa a
digitalização do sistema financeiro, entrar
em vigor. A primeira coisa é o lançamento
do Pix, mas também está sendo lançado o
Open Banking, que faz com que as informações
de dentro do mercado financeiro
sejam compartilhadas, com o aval do consumidor”,
explica Ferreira.
A última fase do Open Banking é a
quatro, que acontece em outubro de 2021
e ratificará a troca de informações entre as
instituições financeiras, a partir da autorização
do consumidor. “Eu, brasileiro com
DESAFIO
O maior deles é a sua operacionalização, sem dúvidas. As seguradoras
precisaram se ajustar a partir de 16 de novembro, com
capacidade para fazer a cobrança via Pix. As integrações precisam
ser feitas com o arranjo financeiro.
“Já acompanhamos várias discussões e vemos que algumas
empresas só terão condições de estar operacionais a partir do primeiro
semestre, o que pode prejudicar uma ou outra operação de
seus produtos”, sentencia Ferreira. Para ele, o brasileiro vai adotar
esta modalidade, em longo prazo.
Ferreira adverte que o Pix é apenas a ponta do iceberg, que
entra na vida financeira das pessoas agora, porque ele nada mais é
do que uma nova modalidade de pagamento. “O setor de seguros
ALEXANDRE GIRARDI,
da Sabemi
Foto: Jefferson Bernardes
31
TECNOLOGIA
PIX
CRONOGRAMA DO OPEN BANKING
FABIANO FERREIRA,
da Wiz B2Digital
CPF, tenho conta corrente em um banco
e produtos financeiros. A maioria dos segurados
possui um conjunto de produtos
com uma série de informações. O brasileiro
comum não se lembra exatamente do
que possui”, brinca Ferreira.
A partir de outubro do próximo
ano, obrigatoriamente, todas as informações
dos clientes ficam disponíveis para
todas as empresas de tecnologia do país,
bastando o cliente ter uma carteira digital
que organizará os dados. “Com isso
em mãos, estas empresas conseguem visualizar
de forma completa todos os produtos
que o consumidor possui e pode
oferecer soluções customizadas e com
custos mais baixos”, adianta Ferreira.
A concorrência a partir do próximo
ano virá não apenas dos corretores de seguros,
mas também de fintechs, startups
MARTA SCHUH,
da Marsh Brasil
O processo do open banking será implementado em quatro
fases. Começa em 30 de novembro de 2020 e vai até outubro
de 2021. “Ao final de 2021, o open banking estará operando
plenamente no Brasil”, disse o diretor de Regulação do BC.
Na primeira fase, os participantes devem divulgar
informações dos produtos e serviços que oferecem. Terceiros
poderão consultar as informações, reunir as informações e
comparar.
Na segunda fase, haverá o compartilhamento dos dados
dos clientes. Os clientes devem autorizar. Só depois os dados
podem ser compartilhados. Esta fase deve ser finalizada até maio
de 2021 para a divulgação das transações dos clientes.
Na terceira fase, ocorre a iniciação de transações de
pagamentos. Será finalizada até agosto de 2021.
Na quarta fase, ocorre a expansão dos serviços, até outubro
de 2021.
de todos os gêneros e categorias, empresas que consigam condições
melhores para o cidadão, de seguros a produtos de crédito.
A premissa é que para alguém ter acesso a seus dados é
necessária uma autorização. Marta Schuh, líder de cyber da Marsh
Brasil, enxerga novas possibilidades com a chegada do Pix, e afirma
que a revolução digital provocada pelo Pix também deve trazer novos
riscos para os quais as instituições financeiras devem se atentar,
especialmente em relação aos dados pessoais dos indivíduos, que
estarão mais expostos perante à Lei Geral de Proteção de Dados. Há
também a resolução 4658, do Bacen, que, consequentemente, implica
em um cumprimento. “Aumentou a procura pelo seguro ciber,
mas, em paralelo, vemos também um possível aumento das fraudes,
com a migração dos crimes para o âmbito digital”.
Na avaliação da especialista, o mercado segurador deve observar
uma alavancagem nestas áreas, com consequente aumento
dos sinistros também. Haverá um período de adaptação, após a evolução
do Pix. Depois dos ajustes, será possível verificar como será o
desafio para os bancos, que farão transações 24 x 7.
Se por um lado haverá a vantagem da queda do custo de
pagamento, por outro, o charge back (quando há pagamento fraudulento)
pode aumentar. “As empresas cadastradas estarão sujeitas
junto às instituições bancárias, que serão os sponsors desta nova
fase. Elas terão que entrar com níveis de adequações de segurança
para tornar o processo operacional. As grandes empresas devem ser
as primeiras a aderirem ao Pix”, prevê Marta.
O Pix teve origem na China, lugar em que as pessoas praticamente
não utilizam mais dinheiro em espécie. O usuário deve se
atentar ao seu cadastro, porque o banco não irá se responsabilizar
pelas possíveis fraudes.
No Brasil, as seguradoras ainda têm restrições para produtos
com coberturas contra fraudes, como já existe na Europa, por exemplo.
Segundo dados publicados pela Federação Brasileira de Bancos,
as fraudes que utilizam nomes de bancos e instituições financeiras
aumentaram 44% durante a pandemia.
32
TECNOLOGIA
CONFITEC
Mercado segurador busca
as melhores alternativas para
atender ao novo normativo – SRO
EMPRESA FACILITA A TRANSMISSÃO DOS
REGISTROS OPERACIONAIS DAS SEGURADORAS,
DE ACORDO COM O LAYOUT DE CADA
REGISTRADORA
Kelly Lubiato
Desde que saiu a minuta da circular sobre o SRO
(Sistema de Registro de Operações), após ser colocada
em audiência pública, a Confitec se uniu às
registradoras para facilitar a adaptação ao novo sistema. As
registradoras atualmente homologadas pela Susep – B3,
CERC e CSD – serão as responsáveis em realizar o registro
das operações efetuadas pelas seguradoras, sejam elas de
emissão, regulação de sinistro, eventos de resseguro.
Este movimento da Susep tem como objetivo aumentar
a transparência, a eficiência e a segurança das operações
de seguros.
“O trabalho da Confitec foi entender o layout solicitado
pelas registradoras e posteriormente confrontar com
a circular SRO da Susep a fim de identificar eventuais divergências
entre os dois documentos. Com base nestas diferenças
de entendimento, sugerimos algumas alterações
para viabilizar o registro das operações com todas as informações
solicitadas pelo órgão regulador”, conta Jailson
Meireles, CEO da Confitec.
Criada em 2003 e especializada em tecnologia da
informação voltada às seguradoras e resseguradoras, a
Confitec trabalha para levar soluções digitais às empresas
do setor, desenvolvendo produtos que atendam às suas
necessidades, descomplicando e modernizando processos.
Carlos Radicchi, diretor Comercial da empresa,, informa
que desde a publicação da circular a Confitec teve
como objetivo estimular o debate, tanto junto às registradoras
quanto com o órgão regulador. “É difícil mapear as
operações de seguro para quem vem de outros mercados”,
acrescenta.
A Confitec, em
2012, construiu um produto
para o mercado
segurador para facilitar
a prestação de contas
dos dados regulatórios
para a Susep. Este produto
é o GEPRO – Gestão
de Provisões e Registros
Oficiais. Agora, com o
SRO, “fizemos uma alteração
em nosso sistema
para implementar a comunicação
com todas CARLOS RADICCHI
as registradoras, permitindo
que a seguradora
escolha com quem quer
registrar seus dados.
Permite, ainda, que a seguradora
possa alterar a
registradora contratada
sem gerar nenhum retrabalho
interno, pois o
GEPRO já provê interface
para todas as registradoras.
Construímos
a interface para as registradoras
que já estão
JAILSON MEIRELES
homologadas e, à medida que outras sejam homologadas,
também disponibilizaremos a interface para elas”, afirma
Meireles.
A missão do GEPRO é consistir e validar todas as informações
que as seguradoras enviam para a plataforma,
para que elas cheguem à Susep com todas as consistências
já definidas pelo órgão regulador. “O GEPRO garante que
a informação recebida tem qualidade para ser enviada. Se
não tiver a qualidade necessária, o sistema informa a seguradora
para proceder as devidas correções”, acrescenta
Radicchi.
Cada registradora implementou o SRO de forma diferente.
“A Susep deixou a cargo de cada registradora formatar
o seu sistema. A vantagem para a seguradora que
utiliza o GEPRO é que, além de poder escolher com qual
registradora irá trabalhar, no momento da entrada dos demais
ramos, ela terá opção em escolher registradoras diferentes
para cada ramo”, explica Meireles.
No início das operações do SRO, apenas o Seguro
Garantia foi definido para registro. É uma fase de testes,
que deve ser ampliada para os seguros dos demais ramos
em breve.
“A ideia é que os demais ramos sejam absorvidos
nos próximos três anos, porém vemos movimento da Susep
em querer fazer isso em um prazo menor, mas ainda
não existe nenhum cronograma oficial”, avisa Meireles.
Radicchi completa: “existe uma expectativa de que
após a implementação do SRO em todos os ramos, que
deve acontecer até 2023, a Susep poderá abrir mão de parte
das obrigações que existem hoje”.
33
EVENTO
NACIONAL
Conexão Futuro Seguro:
inclusivo e democrático
PALESTRAS DIGITAIS ORGANIZADAS
PELA FENACOR EM PARCERIA COM
OS SINDICATOS REGIONAIS LEVOU
CAPACITAÇÃO PARA PROFISSIONAIS
NO BRASIL INTEIRO
Kelly Lubiato
Na impossibilidade do contato
físico e da aglomeração, a alternativa
foi juntar profissionais no
meio virtual. “A pandemia foi o grande
acelerador para as mudanças que já vínhamos
promovendo, por isso, a realização
de um evento virtual foi uma consequência.
O lado bom é que o Conexão
Futuro Seguro é um evento inclusivo e
democrático, pois leva o mesmo conteúdo,
orientação e instrução para profissionais
de todos os estados”, explicou
Armando Vergilio, presidente da Federação
Nacional dos Corretores de Seguros,
organizadora deste ciclo.
A vantagem de um evento virtual
é a sua dinâmica, que consegue trazer
mais conteúdo em um curto espaço de
tempo e que fica disponível para todos
em rede aberta. Além das boas-vindas
dos presidentes da Escola de Negócios e
Seguros e da Confederação Nacional das
Seguradoras, muitas novidades foram
apresentadas.
Uma delas foi a criação do curso
e certificação de Agente Autônomo de
Investimento, uma nova habilidade que
será requerida dos corretores de seguros
pelos seus clientes.
Ildebrando Neres, corretor de seguros
e professor, lidera esta cadeira na ENS
e informou que os profissionais devem
ocupar este importante espaço no mercado,
pois cresce entre os consumidores
a necessidade de novas formas de investimento.
“O empreendedor sempre tenta
resolver a dor do cliente, de acordo com
cada necessidade específica”, sentenciou.
Entretanto, até agora as pessoas não davam a devida importância
para o agente autônomo de investimento, porque há 4 anos,
a taxa Selic era de 14% ao ano. Isso significava que a renda fixa pagava
juros de cerca de 1% ao mês, portanto, sem grandes esforços para
ter um bom rendimento mensal. O cenário mudou e hoje a taxa Selic
é de 2% ao ano, o que leva as pessoas a buscarem alternativas de
investimento, mesmo para os investidores mais moderados. “Quem
quer retorno sobre investimento vai precisar correr mais riscos e
buscar novos investimentos”.
A ENS criou o curso de agente autônomo de investimento,
para capacitar os corretores de seguros a atuarem nesta área. As exigências
são: ensino médio completo, maior de 18 anos. Há um curso
preparatório e o exame pode ser feito na Escola, com certificado reconhecido
pela Ancord (Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras
de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias).
“A experiência do cliente deve sempre vir em primeiro lugar”,
lembrou Nilton Molina em sua apresentação. O presidente do
Conselho da MAG Seguros ressaltou que o capital do corretor é o
conhecimento que ele tem do cliente, porque ele conversa com o
consumidor sobre proteção para vida, automóvel, residência, responsabilidade,
mas também precisa entender um pouco sobre fundos
de investimento, consórcios etc. “O mundo mudou para melhor,
principalmente na nossa profissão. O corretor não deve ser especialista
em produtos, mas sim em pessoas”.
Mais um serviço que foi apresentado no evento foi a LGPDcor,
um conjunto de 10 passos para adequação das empresas à nova legislação.
Após a adequação aos dez passos, a Fenacor irá emitir um
selo para as corretoras de seguros que passarem por todas as etapas,
que vão desde a criação do cargo de encarregado de dados até a
prestação de informações para os segurados nos meios eletrônicos.
Sobre a autorregulação, o presidente do Ibracor, Joaquim
Mendanha, apresentou a nova identidade visual e o site da entidade,
que já reúne 20 mil profissionais. Os associados terão direito aos
serviços oferecidos pela Fenacor, como acesso à Central de Gestão e
Serviços da Fenacor, para que os associados possam ter benefícios
como Certificação Digital e seguro de vida.
34
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