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Revista Dr Plinio 278

Maio de 2021

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tar; ali nós rezamos a Nossa Senhora<br />

de um modo ininterrupto até que a<br />

hora da reconquista começasse.<br />

Tendo sido acrescido o nosso contingente,<br />

passamos a ocupar uma sede<br />

no sexto andar da Rua Vieira de<br />

Carvalho; para lá levamos a imagem,<br />

e obtivemos um retábulo que se encontra<br />

hoje na capela da Sede do<br />

Reino de Maria 1 . Na sede da Vieira<br />

de Carvalho a imagem foi entronizada<br />

e diante dela foram rezadas inúmeras<br />

Missas, distribuídas Comunhões,<br />

num movimento intenso de<br />

piedade, até que a reconquista marcou<br />

um outro passo.<br />

Deixando dois andares num prédio<br />

de apartamentos, passamos para um<br />

palacete da Rua Pará. Para essa nova<br />

sede, nós mesmos levamos a imagem,<br />

à noite, num automóvel, rezando durante<br />

todo o tempo do percurso, e a<br />

instalamos no seu altar, o mesmo que<br />

ela ocupava na Rua Vieira de Carvalho.<br />

Ali esteve ela até o momento<br />

em que passou para a maior das sedes,<br />

até agora, do nosso Movimento,<br />

a da Rua Maranhão. Ali ela é objeto<br />

de nossa contínua veneração.<br />

Não é uma obra de arte, mas uma<br />

imagenzinha de gesso dessas fabricadas<br />

em série e que se encontram por<br />

toda parte, de um tipo religioso chamado<br />

sulpiciano, que é bem conhecido<br />

e não vou descrever aqui.<br />

Por que motivo eu julguei fazer<br />

um achado encontrando essa imagem?<br />

Pareceu-me de uma expressão<br />

de fisionomia, de uma serenidade interior<br />

toda ela decorrente da temperança.<br />

A temperança é a virtude cardeal<br />

pela qual se tem por cada coisa<br />

o grau de apreço ou de repúdio que<br />

é proporcional a todas as circunstâncias.<br />

Nunca se quer uma coisa exageradamente<br />

nem menos do que merece,<br />

e jamais se detesta algo exageradamente<br />

nem menos do que merece.<br />

A completa execração para com<br />

as coisas inteiramente execráveis faz<br />

parte da virtude da temperança.<br />

Essa disposição de alma me pareceu<br />

reluzir muito nesta imagem. Discretamente,<br />

ela é tão calma, tão senhora<br />

de si, está de tal maneira pronta<br />

a tomar atitude diante de qualquer<br />

coisa de modo inteiramente proporcionado,<br />

é tão desapegada de si que<br />

me pareceu o próprio símbolo do<br />

equilíbrio que é o corolário da virtude<br />

da temperança. E por isso mesmo com<br />

algo de virginal. Ela tem qualquer coisa<br />

de puro, de virginal, que me encantou,<br />

e ao mesmo tempo algo de materno<br />

por onde parece estar olhando para<br />

o filho, sorrindo e pronta a acionar<br />

o cetro de Rainha decisivo, segundo o<br />

pedido que se faça.<br />

Auxílio dos cristãos verdadeiramente<br />

e com esta simbologia: Nossa Senhora<br />

com a coroa aberta porque em presença<br />

do rei ninguém usa coroa fechada.<br />

O Menino Jesus está de coroa aberta,<br />

mas deveria ser fechada! Ele Se encontra<br />

no braço d’Ela com os bracinhos<br />

abertos, sorrindo. Vê-se que Maria<br />

Santíssima pediu e Ele sorriu, os braços<br />

abertos são fruto da prece de sua Mãe.<br />

Nossa Senhora está olhando comprazida<br />

por ver como o pobre filho d’Ela,<br />

ajoelhado ali, se encanta observando o<br />

Filho d’Ela por excelência sorrir e abrir<br />

os braços. É o auxílio: Aquela que nos<br />

consegue d’Aquele que é o Autor, a<br />

fonte última de todas as graças, tudo<br />

aquilo que nós pedimos. Ela pareceu-<br />

-me ao mesmo tempo muito régia, mas<br />

muito simples. E tudo isto junto de tal<br />

maneira que a expressão global da imagem<br />

me agradou enormemente.<br />

Lírio nascido do lodo<br />

que floresce à noite,<br />

durante a tempestade<br />

Por que, falando da devoção a Nossa<br />

Senhora Auxiliadora in genere, eu passei,<br />

de repente, para as várias etapas<br />

dos atos de piedade realizados em função<br />

ou em presença desta imagem e, de<br />

algum modo, para a história da TFP?<br />

A fim de marcar que o sentido profundo<br />

de todas as nossas derrotas era um<br />

recuo da devoção a Maria Santíssima<br />

como fato que se exprimia por todo<br />

o Brasil, mas também que a nossa reconquista<br />

era uma reconquista da devoção<br />

a Nossa Senhora. E temos a alegria<br />

de poder afirmar que todo o terreno<br />

por nós reconquistado pelo Brasil,<br />

passo a passo, foi reconquistado para<br />

Ela. Reconquistado para Ela é dizer<br />

pouco! Foi reconquistado por Ela! Se<br />

a todo momento a Virgem Maria não<br />

nos tivesse ajudado, não houvéssemos<br />

recorrido a Ela, sentindo o seu apoio<br />

Algo de virginal e ao<br />

mesmo tempo materno<br />

<strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong> durante uma conferência em 1985<br />

Arquivo <strong>Revista</strong><br />

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