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Arquivo <strong>Revista</strong><br />
da, uma princesa condigna do cargo<br />
que ocupa. Mas, visitando sua cidade<br />
natal, na França, para onde ela vai todos<br />
os anos passar férias com o marido,<br />
estava vestida com uma roupeta<br />
qualquer e tomando o aspecto de<br />
uma professora de piano, como se<br />
apresentava em meu tempo de menino,<br />
que ia de casa em casa lecionar<br />
para meninas, a maioria das quais não<br />
tinham talento para tocar esse instrumento;<br />
iam datilografar o piano. Pois<br />
bem, essa era a atitude da Rainha, na<br />
qual ela estava contente. Quer dizer,<br />
é o sublime que se evanesce.<br />
Por outro lado, a sociedade civil,<br />
se degenerando muito, cria uma situação<br />
na qual torna-se difícil, senão<br />
dificílimo, a sociedade espiritual<br />
manter-se incontaminada da “peste”<br />
proveniente da ordem temporal.<br />
Assim, ou a sociedade civil vive no<br />
enlevo do sublime em todas as matérias,<br />
ou ela mesma apodrece. Ora,<br />
esse enlevo encontra sua expressão<br />
mais alta na Cavalaria.<br />
Eis a razão pela qual a vida do homem<br />
na sociedade temporal passa a<br />
<strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong> em setembro de 1989<br />
Rainha Margrethe II da Dinamarca em 1990<br />
ser de um apostolado constante, com<br />
a necessidade de lutar, não mais apenas<br />
para se santificar, mas a fim de fazer<br />
esse apostolado da sublimidade.<br />
Trata-se de uma militância católica<br />
habitual, normal, estável, contínua,<br />
por causa do conceito de guerra psicológica<br />
que acrescenta à Cavalaria algo<br />
que é a forma de mentalidade pela<br />
qual se trava essa guerra<br />
a favor do sublime.<br />
Idade Média:<br />
ponto de referência<br />
para o Reino<br />
de Maria<br />
O verdadeiro católico<br />
deve ser, antes e por<br />
cima do guerreiro que<br />
luta na batalha convencional,<br />
o homem que<br />
combate na guerra psicológica<br />
contrarrevolucionária,<br />
continuamente,<br />
sem fadiga, porque<br />
tem noção de que,<br />
depois de instaurado o<br />
processo da Revolução,<br />
nunca mais o demônio<br />
deixará de promover a<br />
guerra psicológica revolucionária.<br />
Portanto, os católicos jamais<br />
poderão deixar de fazer a guerra<br />
psicológica contrarrevolucionária.<br />
Temos nisso o ideal para o qual tende<br />
verdadeiramente a nossa vida espiritual.<br />
A teoria de Dom Chautard, segundo<br />
a qual a fecundidade da vida interior<br />
é condição para a fecundidade<br />
do apostolado, continua inteiramente<br />
verdadeira, mas toma uma riqueza de<br />
conteúdo ou de clave especial.<br />
Isso leva as coisas a termos tão<br />
mais altos do que houve na Idade<br />
Média, nem sei o que dizer... É o<br />
Reino de Maria para o qual a Idade<br />
Média nos serve de ponto de referência.<br />
Aliás, tudo quanto digo da Santa<br />
Igreja é uma explosão de amor à<br />
sublimidade dela. Nunca me refiro<br />
à Igreja a não ser em termos de sumo<br />
enlevo por sua sublimidade, por<br />
mais que as circunstâncias atuais<br />
possam ser dolorosas... Isso é conatural<br />
a mim, de maneira que, se eu<br />
perdesse esse amor, morreria. v<br />
(Extraído de conferência de<br />
9/9/1989)<br />
1) Edmund Burke (*1729 - †1797), filósofo,<br />
teórico político e orador irlandês.<br />
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