16 MARÇO 2021 CELEBRIDADE ESTRUTURA A<strong>RT</strong>ÍSTICA DE VOLTA AO AR NA EDIÇÃO ESPECIAL DE ‘A VIDA DA GENTE’, MARJORIE ESTIANO VALORIZA TRAMA EMOTIVA E DENSA DAS SEIS por Caroline Borges / TV Press Marjorie Estiano já trilhava um caminho de sucesso na primeira década dos anos 2000. Revelada em “Malhação”, a atriz acumulava trabalhos no horário nobre, como a protagonista Maria Paula, de “Duas Caras”, e a tímida Tônia, de “Caminho das Índias”. No entanto, apesar das experiências prévias, Marjorie buscava um projeto que mudasse a rota de sua maturidade artística. E foi com a meiga e profunda Manuela, de “A Vida da Gente”, que a atriz sentiu uma transformação em sua trajetória. “Era uma personagem que me dava muito material para fazer essa transição. Esse projeto me deu amparo para que eu pudesse transformar meu lugar de atriz e aprender mais. Foi um exercício intenso, árduo e profundo, que exigiu muito e também me ofereceu a oportunidade de alargar e sedimentar alguns entendimentos”, afirma. Na história assinada por Licia Manzo, Manuela é a irmã mais velha de Ana, papel de Fernanda Vasconcellos. Rejeitada pela mãe, Manu cresceu à sombra da irmã talentosa e perfeita, sua única amiga e confidente. Após o acidente que deixa a irmã em coma, assume a responsabilidade por Júlia e, tempos depois, uma relação com Rodrigo, de Rafael Cardoso. “O legal é que a personagem tinha múltiplos sentimentos. Não era uma coisa só. A Manuela era muito amorosa, acolhedora e empática. Mas também muito permissiva em algumas situações. Ela precisou aprender a se impor mais”, aponta. O RETORNO DA TRAMA DE “A VIDA DA GENTE” FOI BASTANTE CELEBRADO NAS REDES SOCIAIS. APÓS 10 ANOS DA EXIBIÇÃO ORIGINAL, VOCÊ FICOU SURPRESA COM A REPERCUSSÃO DA RE- PRISE DA NOVELA? Dentre as novelas que fiz parte, essa sempre foi uma das mais citadas pelo público. Sempre saudosos dos personagens preferidos e gratos ao Globoplay pela oportunidade de revê-los. Citavam personagens, cenas, conflitos, falas, a torcida. Tenho certeza que quem viu, está vendo novamente. É uma novela delicada e aguda. De drama psicológico, com dilemas possíveis, conflitos frequentes e comuns a todos nós. QUAL A IMPO<strong>RT</strong>ÂNCIA DESSE TRABALHO NA SUA TRAJETÓRIA? O aprendizado é um exercício contínuo, sem fim. No meu caminho como atriz até o último papel que interpretar na vida, vou seguir aprendendo e descobrindo coisas novas. E, nesse percurso, eu diria que a Manuela foi um papel muito importante nessa experimentação por conta da personalidade, dos conflitos, das circunstâncias… e da etapa em que me encontrava dentro do aprendizado. Foi um exercício intenso, árduo e profundo, que exigiu muito e também me ofereceu a oportunidade de alargar e sedimentar alguns entendimentos. Acho que com ela eu caminhei para o final de uma etapa. COMO ASSIM? A Manuela me deu muito material e ferramentas para fazer essa transição de fase enquanto atriz. Foi muito profunda e complexa. Esse projeto me deu amparo para que eu pudesse, dentro do meu lugar de estudo, encontrar minha função como atriz. A partir dessa trama, eu fui entendendo melhor como se constrói uma cena, quais instrumentos posso usar para tornar esse texto do roteiro mais potente. Foi uma transição de uma outra etapa da minha compreensão como atriz. ALÉM DO ENREDO ROMÂNTICO, “A VIDA DA GENTE” É MUITO BASEADA NA RELAÇÃO ENTRE AS IRMÃS MANU E ANA. COMO VOCÊ TRABALHOU ESSA RIVALIDADE NA ÉPOCA? Isso foi muito louco na época. Mas, com o tempo, eu fui entendendo essa divisão do público entre time Manu e time Ana. A trama criou uma discussão para refletir, mudar de ideia, concordar, não concordar... Até hoje, eu não sou muito de redes
MARÇO 2021 17 Divulgação Aos poucos, a atriz retoma seu dia a dia de gravações. Ela já está envolvida com os trabalhos da quarta temporada de “Sob Pressão”