31.05.2021 Views

*Abril/2021 Ops Revista Biomais 44

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Entrevista: Gás para o futuro - Nova lei promete impulsionar todo o setor<br />

TECNOLOGIA<br />

EUROPEIA<br />

INDÚSTRIA DE MÓVEIS INVESTE<br />

EM EFICIENTE FÁBRICA DE PELLETS<br />

POTENCIAL BIOENERGÉTICO<br />

BIOMASSA EM ALTA NO<br />

NORTE E NORDESTE<br />

GERAÇÃO DE ENERGIA<br />

BRASIL PRIORIZA MATRIZES LIMPAS


SUMÁRIO<br />

04 | EDITORIAL<br />

Sob medida<br />

06 | CARTAS<br />

08 | NOTAS<br />

16 | ENTREVISTA<br />

18 | PRINCIPAL<br />

24 | CASE<br />

28| PELO MUNDO<br />

Energia que flutua<br />

Aproveitamento<br />

de resíduos<br />

34| INOVAÇÃO<br />

Potencial bioenergético<br />

38 | ECONOMIA<br />

42 | ARTIGO<br />

Aproveitamento fotovoltaico<br />

48 | AGENDA<br />

50| OPINIÃO<br />

As pandemias como pauta das<br />

cidades ecointeligentes<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

03


EDITORIAL<br />

Estampa a capa desta edição montagem<br />

alusiva aos produtos oferecidos pela<br />

Costruzioni Nazzareno.<br />

SOB<br />

MEDIDA<br />

A<br />

tender bem para atender sempre. Uma frase, para muitos, já batida, mas que também é uma<br />

verdade imutável. Inaugurada em fevereiro deste ano, a fábrica de pellets da Todesmade,<br />

contou com a expertise da Costruzioni Nazzareno, que não poupou recursos e esforços para<br />

trazer, com excelência, a mais alta tecnologia para a planta de pellets. É esta a história que<br />

contamos em nossa reportagem desta edição. Além disso, falamos também sobre a resolução aprovada<br />

pelo presidente Jair Bolsonaro que estabelece orientações sobre pesquisa, desenvolvimento e inovação<br />

no setor de energia no país para estudos regulados pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e<br />

pela ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e conversamos com Paulo Pedrosa,<br />

uma das principais lideranças na articulação junto ao Congresso Nacional para que o país destrave<br />

sua legislação relativa à produção de gás natural, quebrando o atual monopólio no setor. Tenha uma<br />

excelente leitura!<br />

EXPEDIENTE<br />

ANO VIII - EDIÇÃO <strong>44</strong> - ABRIL <strong>2021</strong><br />

Diretor Comercial<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

(fabiomachado@revistabiomais.com.br)<br />

Diretor Executivo<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

(bartoski@revistabiomais.com.br)<br />

Redação<br />

Murilo Basso<br />

(jornalismo@revistabiomais.com.br)<br />

Dep. de Criação<br />

Fabiana Tokarski - Supervisão<br />

Crislaine Briatori Ferreira - Gabriel Faria<br />

(criacao@revistareferencia.com.br)<br />

Representante Comercial<br />

Dash7 Comunicação - Joseane Cristina Knop<br />

Dep. Comercial<br />

Gerson Penkal - Jéssika Ferreira - Tainá Carolina Brandão<br />

(comercial@revistabiomais.com.br)<br />

Fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Dep. de Assinaturas<br />

Cristiane Baduy<br />

(assinatura@revistabiomais.com.br) - 0800 600 2038<br />

ASSINATURAS<br />

0800 600 2038<br />

A REVISTA BIOMAIS é uma publicação da JOTA Editora<br />

Rua Maranhão, 502 - Água Verde - Cep: 80610-000 - Curitiba (PR) - Brasil<br />

Fone/Fax: +55 (41) 3333-1023<br />

www.jotaeditora.com.br<br />

Veículo filiado a:<br />

A REVISTA BIOMAIS - é uma publicação bimestral e<br />

independente, dirigida aos produtores e consumidores de<br />

energias limpas e alternativas, produtores de resíduos para<br />

geração e cogeração de energia, instituições de pesquisa,<br />

estudantes universitários, órgãos governamentais, ONG’s,<br />

entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />

ligados ao segmento. A REVISTA BIOMAIS não se<br />

responsabiliza por conceitos emitidos em matérias, artigos,<br />

anúncios ou colunas assinadas, por entender serem estes<br />

materiais de responsabilidade de seus autores. A utilização,<br />

reprodução, apropriação, armazenamento de banco de dados,<br />

sob qualquer forma ou meio, dos textos, fotos e outras<br />

criações intelectuais da REVISTA BIOMAIS são terminantemente<br />

proibídas sem autorização escrita dos titulares dos<br />

direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />

04 www.REVISTABIOMAIS.com.br


EQUIPAMENTO INOVADOR COM<br />

TECNOLOGIA ITALIANA PARA O<br />

PENEIRAMENTO DE BIOMASSA<br />

www.recimac.com.br<br />

A BIOMASSA APRESENTA NORMALMENTE UM VALOR PRÓXIMO A 15% DE SÍLICA.<br />

CONSEGUIMOS REDUZIR PARA 2% ESSA QUANTIDADE APÓS O PENEIRAMENTO COM O<br />

NOSSO SISTEMA, COM UMA PERDA MÁXIMA DE BIOMASSA EM 10%.<br />

@recimacbrasil<br />

Rua Arnoldo Schlemper, 156<br />

Palhoça - Santa Catarina - BR<br />

Fone: +55 48 3065-1618


CARTAS<br />

BOM EXEMPLO<br />

Ótimo case da InEnTec, empresa norte-americana que está empenhada em transformar<br />

qualquer tipo de lixo em combustíveis limpos. Que companhias brasileiras sejam inspiradas pela<br />

iniciativa retratada na REVISTA BIOMAIS.<br />

Artur Diniz – Cubatão (SP)<br />

Foto: divulgação<br />

ÚTIL E EFICAZ<br />

Ótima entrevista com a professora Regina, ressaltando o papel das universidades no desenvolvimento da ciência no país<br />

em prol da sustentabilidade. Parabéns!<br />

Milton Picolli – Vitória (ES)<br />

CONEXÃO<br />

O Brasil tem potencial para produzir biomassa e iniciativas como a BiomassTrust merecem o reconhecimento.<br />

Juan Carlo Magno – Manaus (AM)<br />

INOVAÇÃO<br />

O Paraná Energia Rural Renovável, que dará apoio à geração distribuída de energia<br />

elétrica a partir de fontes de biogás e biometano em unidades produtivas rurais. É mais um<br />

passo do nosso Estado rumo ao futuro distante da dependência das energias fósseis!<br />

Juliana Taverni – Londrina (PR)<br />

Foto: divulgação<br />

REVISTA<br />

na<br />

mídia<br />

informação<br />

biomassa<br />

energia<br />

www.revistabiomais.com.br<br />

www.facebook.com.br/revistabiomais<br />

www<br />

Publicações Técnicas da JOTA EDITORA<br />

06 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Secador de lâminas<br />

4 pistas<br />

Vantagens:<br />

+ -<br />

produtividade/hora consumo de energia/hora<br />

“Persistência na tecnologia,<br />

obstinação em ser melhor”<br />

+55 (47) 98873-5231 +55 (47) 3382-2222 | +55 (47) 99927-5261<br />

vendas@benecke.com.br www.benecke.com.br<br />

Rua Fritz Lorenz, 2170 – 89120-000 – Timbó – SC – Brasil


NOTAS<br />

Foto: divulgação<br />

INVESTIMENTO<br />

MILIONÁRIO<br />

O Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial<br />

do Reino Unido anunciou que vai investir 4 milhões de<br />

libras – mais de R$ 30 milhões na cotação atual – em projetos<br />

que visam aumentar a produção de biomassa de origem<br />

sustentável na região. O financiamento de biomassa está<br />

sendo oferecido como parte de um investimento maior de<br />

92 milhões de libras em tecnologias verdes, disponibilizado<br />

a partir do portfólio governamental Net Zero Innovation, de<br />

1 bilhão de libras. Desses 92 milhões, 68 milhões irão para<br />

tecnologias de armazenamento de energia e 20 milhões<br />

irão para a energia eólica offshore flutuante, sendo que os<br />

4 milhões restantes serão destinados à biomassa sustentável.<br />

Inovações apoiadas com o financiamento vão ajudar a<br />

aumentar a escala de matérias-primas de biomassa de fontes<br />

sustentáveis e a produção de safras energéticas, incluindo a<br />

silvicultura, afirma o departamento.<br />

BIOENERGIA<br />

Lançando mão de vários indicadores de sustentabilidade, um<br />

estudo conduzido na ESALQ (Escola Superior de Agricultura Luiz<br />

de Queiroz), da USP (Universidade de São Paulo), demonstrou que<br />

a bioenergia derivada da cana-de-açúcar é uma opção sustentável<br />

para enfrentar as mudanças climáticas, ao mesmo tempo em<br />

que fornece outros serviços ecossistêmicos essenciais e promove<br />

o desenvolvimento socioeconômico. “Neste trabalho, demonstramos<br />

as estratégias de mudança de uso da terra mais sustentáveis<br />

para a expansão da cultura, as práticas de manejo conservacionistas,<br />

com colheita sem queima, preparo reduzido do solo, manejo<br />

racional da palha, boas práticas de adubação e reciclagem de<br />

resíduos orgânicos, que têm sido utilizados pela maioria dos<br />

produtores brasileiros. Além disso, enfatizamos a importância de<br />

políticas públicas que fomentem a produção de bioenergia no<br />

país, como o RenovaBio”, apontou o professor Maurício Roberto<br />

Cherubin, coordenador da pesquisa. Os resultados do estudo:<br />

Land Use and Management Effects on Sustainable Sugarcane-Derived<br />

Bioenergy; foram publicados na revista científica Land.<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação<br />

PRIMEIRO RECORDE<br />

No dia 13 de março, um sábado, às 13h26, a região<br />

nordeste do Brasil registrou o primeiro recorde de geração<br />

instantânea solar fotovoltaica de <strong>2021</strong>, segundo monitoramento<br />

do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).<br />

Na ocasião, os raios solares chegaram a gerar 1.561 MW,<br />

quantidade suficiente para abastecer 14,4% da demanda de<br />

carga do nordeste. O último recorde de geração instantânea<br />

havia sido registrado em 3 de abril de 2020, com 1.5<strong>44</strong> MW.<br />

A geração da fonte é monitorada pelo ONS desde setembro<br />

de 2015 e a previsão é de que a energia solar chegue ao fim<br />

de <strong>2021</strong> representando 2,3% da matriz elétrica nacional.<br />

08 www.REVISTABIOMAIS.com.br


INOX CONEXÕES com grande história e tradição, atua há 26 anos no<br />

segmento de conexões, tubos, válvulas e acessórios em aço inoxidável,<br />

aço carbono e ligas de aço. Localizada em São Paulo, tem como objetivo<br />

atender a toda e qualquer necessidade de seus clientes nos mais diversos<br />

segmentos: Indústria química, alimentícia, farmacêutica, papel e celulose, óleo e<br />

gás. Composta por profissionais qualificados, trabalhamos visando a satisfação de<br />

nossos clientes. Dispomos de um sistema de gestão conforme norma ISO 9001, e somos<br />

qualificados no sistema CRC da Petrobras.<br />

R. Ijucapirama, 98 Jardim Santa Teresinha | São Paulo - SP<br />

(11) 2723 2020 | contato@inoxconexoes.com.br<br />

www.inoxconexoes.com


NOTAS<br />

ENERGIA LIMPA<br />

A fim de estimular a utilização de fontes renováveis de energia pelo agronegócio,<br />

o governo do Estado do Rio de Janeiro desenvolveu, por intermédio da<br />

Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, a linha de fomento<br />

rural Energia Limpa, para financiar a geração de energia solar no campo. A linha<br />

faz parte do Programa Agrofundo e tem produtores rurais com exploração<br />

sediada no território fluminense como beneficiários. “O campo é um dos locais<br />

com maior potencial de aproveitamento desta fonte de energia. Ter a capacidade<br />

de gerar a sua própria energia faz com que a propriedade rural tenha um<br />

ganho considerável, podendo este recurso ser aplicado nas atividades-fim do<br />

produtor rural”, afirmou o secretário estadual de Agricultura, Marcelo Queiroz.<br />

O superávit de energia produzida pelas placas fotovoltaicas no imóvel rural será<br />

transferido à concessionária de eletricidade, que o compensará em forma de<br />

créditos em energia.<br />

Foto: divulgação<br />

FASE DE TESTES<br />

A Usina Termelétrica Onça Pintada, localizada<br />

em Três Lagoas (MS), encontra-se em<br />

fase de testes e já começou a gerar energia<br />

proveniente da biomassa de eucalipto. A<br />

planta pertence à empresa de celulose Eldorado<br />

Brasil. A usina vai disponibilizar 50 MWh<br />

(megawatts-hora) de energia elétrica para o<br />

sistema nacional, geração que tem capacidade<br />

para abastecer uma cidade de aproximadamente<br />

300 mil habitantes, o equivalente<br />

a quase três municípios do tamanho de Três<br />

Lagoas. Diariamente, a usina vai consumir<br />

1,5 mil t (toneladas) de biomassa de eucalipto.<br />

A matéria-prima são os tocos e raízes da<br />

planta, partes que não são aproveitadas para<br />

a produção de papel e celulose. A usina utiliza<br />

o vapor produzido pela combustão desses<br />

materiais orgânicos.<br />

AMPLIAÇÃO<br />

A Energisa vai construir mais 15 parques solares em <strong>2021</strong>, destinados<br />

ao aluguel de energia por cotas, chegando a 76 MWp (megawatts-pico)<br />

em projetos administrados pela subsidiária Alsol Energias Renováveis.<br />

Foi o que informou o CEO do grupo, Ricardo Perez Botelho, em teleconferência<br />

com acionistas em março. “Vamos intensificar nossa estratégia<br />

para a oferta de produtos e serviços ao tema energético e verticais, como<br />

a fintech Evoltz, aproveitando nosso ecossistema com presença local<br />

e capilaridade”, afirmou Botelho. De acordo com o executivo, esse tipo<br />

de contratação atingiu 27 MWp durante o ano de 2020 na controlada.<br />

O CEO também destacou a atuação da comercializadora, que chegou à<br />

23ª posição no ranking de energia transacionada na CCEE (Câmara de<br />

Comercialização de Energia Elétrica).<br />

Foto: divulgação Foto: divulgação<br />

10 www.REVISTABIOMAIS.com.br


PERFORMANCE<br />

EFICIÊNCIA<br />

ROBUSTEZ<br />

SEGURANÇA<br />

GERADOR DE<br />

AR QUENTE<br />

SECAGEM INDIRETA<br />

DE GRÃOS<br />

O Gerador de ar quente IMTAB foi<br />

desenvolvido para secagem de<br />

produtos sem contaminação por<br />

HPAs e com mais segurança para<br />

secadores, já que não possui<br />

fagulhas oriundas de combustão.<br />

Este equipamento não necessita<br />

de água, vapor e ou vaso de<br />

pressão (caldeira), o equipamento<br />

foi desenvolvido com sistema de<br />

troca AR x GÁS, que resulta em<br />

um custo operacional muito<br />

abaixo dos equipamentos<br />

disponíveis no mercado.<br />

www.imtab.com.br<br />

(47) 3534-0396<br />

comercial@imtab.com.br<br />

Estrada Geral Pitangueira n° 1<br />

Agrolândia - SC


NOTAS<br />

Foto: divulgação<br />

APAGÃO<br />

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu que cabe à<br />

JF (Justiça Federal) apurar eventuais crimes relacionados ao<br />

apagão de energia elétrica ocorrido no Amapá entre outubro<br />

e novembro de 2020, quando 13 das 16 cidades do Estado<br />

ficaram sem energia elétrica por pelo menos 21 dias. O<br />

apagão causou diversos transtornos à população, incluindo a<br />

interrupção também no fornecimento de água. O blecaute foi<br />

consequência de um incêndio no principal transformador da<br />

maior subestação de energia do Amapá. A decisão do órgão<br />

abre caminho para que a 4ª Vara Federal Criminal de Macapá<br />

siga supervisionando o inquérito aberto pela PF (Polícia Federal)<br />

para apurar as responsabilidades penais pelo apagão. A<br />

competência para conduzir o caso era disputada pela Justiça<br />

estadual, que, à época do apagão, proferiu decisões liminares<br />

determinando providências preparatórias para a abertura de<br />

ação penal. Segundo o STJ, o caso deve ficar com o juízo federal<br />

na medida em que o que se investiga são infrações penais<br />

praticadas contra bens, serviço ou interesse da União.<br />

NOVA LEI<br />

O presidente Jair Bolsonaro sancionou, no início de<br />

março, a Lei número 14.120/<strong>2021</strong>, conversão da MP (Medida<br />

Provisória) 998, que permite alívio tarifário aos consumidores<br />

e implementa importantes avanços na modernização do<br />

setor elétrico. O objetivo é que a norma apoie a retomada<br />

do crescimento econômico do Brasil. Aprovada pela Câmara<br />

dos Deputados e pelo Senado Federal, a medida introduz<br />

importantes avanços na pauta de modernização e ampliação<br />

do mercado livre do setor elétrico. Ao permitir a realização<br />

de leilões voltados a robustecer o atendimento das necessidades<br />

sistêmicas, a nova lei estabelece uma alocação de<br />

custos mais eficiente entre os consumidores. Outro importante<br />

avanço é a redução dos subsídios a fontes incentivadas,<br />

que hoje custam mais de R$ 4 bilhões aos consumidores<br />

e crescem cerca de R$ 500 milhões por ano. A transição dos<br />

incentivos para um mecanismo que considera os benefícios<br />

ambientais deverá ocorrer com previsibilidade, segurança<br />

jurídica e respeito aos contratos.<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação<br />

LUCRO NAS ALTURAS<br />

Mesmo com a pandemia de Covid-19, o ciclone bomba e três tornados, a<br />

CELESC (Centrais Elétricas de Santa Catarina), maior empresa catarinense de<br />

comercialização e distribuição de eletricidade, registrou o maior lucro líquido<br />

de sua história em 2020: R$ 518,7 milhões. Trata-se de crescimento de 82,9% em<br />

comparação com o ano anterior. Os resultados financeiros foram apresentados<br />

pela companhia na metade de março. A receita líquida do grupo foi de R$ 8,3<br />

bilhões no ano, 10,6% a mais do que em 2019, considerando o desempenho<br />

das unidades de distribuição e geração. O Ebitda, por sua vez, ficou em R$ 922,6<br />

milhões, aumento de 27,3% na comparação anual. De acordo com o presidente<br />

da companhia, Cleicio Poleto Martins, o resultado foi impulsionado pelo crescimento<br />

do consumo residencial (4,5%), bem como, pela mudança na cobrança. “A<br />

gente mais do que triplicou o resultado nos últimos dois anos”, salientou Martins.<br />

12 www.REVISTABIOMAIS.com.br


NOTAS<br />

Foto: divulgação<br />

RECORDE EÓLICO<br />

Dados da GWEC Market Intelligence<br />

apresentados em evento online em março<br />

apontam que a instalação de energia eólica<br />

registrou aumento de 62% nas Américas em<br />

comparação com o ano anterior, já que foram<br />

adicionados cerca de 22 GW (gigawatt) de<br />

nova capacidade na região. O Brasil segue<br />

líder no crescimento desse tipo de energia<br />

na América Latina, vez que em 2020 adicionou<br />

2,3 GW de nova capacidade. Também<br />

houve instalações recordes no Chile e na<br />

Argentina, com 684 MW (megawatt) e 1 GW,<br />

respectivamente. Segundo o levantamento, a<br />

capacidade total de energia eólica na América<br />

do Norte é de 136 GW, enquanto na América<br />

Latina é de 34 GW. A quantia ajudaria a evitar<br />

250 milhões de toneladas de emissões de CO2<br />

(dióxido de carbono) anualmente, o que equivaleria<br />

à retirada de 1,2 bilhão de automóveis<br />

das estradas.<br />

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA<br />

Foi publicada em março a<br />

Instrução Normativa Inmetro para<br />

a classificação de eficiência energética<br />

de edificações comerciais,<br />

de serviços e públicas (INI-C). A<br />

medida aperfeiçoa os requisitos<br />

técnicos da qualidade para o<br />

nível de eficiência energética de<br />

edifícios comerciais, de serviços e<br />

públicos do PBE Edifica (Programa<br />

Brasileiro de Etiquetagem de<br />

Edificações). Este é o primeiro<br />

documento publicado do novo método do programa. Também serão publicados a<br />

INI-R (para edificações residenciais) e o RAC, que traz os requisitos de avaliação da<br />

conformidade do PBE Edifica. A INI-C é um marco na política de eficiência energética<br />

de edificações, pois traz diversos aperfeiçoamentos ao método vigente e possibilita<br />

desdobramentos como a certificação de edificações NZEB (da sigla em inglês Near<br />

Zero Energy Buildings), por exemplo. O GT-Edificações, grupo técnico para a promoção<br />

de medidas de eficiência energética para edificações construídas no Brasil,<br />

instituído no âmbito do CGIEE (Comitê Gestor de Indicadores e Níveis de Eficiência<br />

Energética), apoiou a elaboração do novo regramento. Para os próximos anos estão<br />

planejadas atividades para ampliar a utilização da etiquetagem como instrumento<br />

para aumentar a eficiência e melhorar o desempenho energético em edificações.<br />

MAIS UM USO<br />

O IST Celulose e Papel (Instituto Senai de Tecnologia em Celulose e Papel)<br />

e a EBP (Empresa Brasileira de Pellets) desenvolveram pesquisa que pode<br />

abrir mais uma possibilidade de utilização para a palha da cana-de-açúcar: a<br />

produção de painéis que podem substituir os de madeira em usos variados,<br />

inclusive na construção civil. O projeto se encontra ainda em fase experimental,<br />

mas as expectativas são boas. “Os painéis são feitos com o resíduo de um<br />

processo, o que por si só já reduz os custos. Mas se a gente ainda considerar<br />

a quantidade de plantações de cana que temos no território nacional, essa<br />

palha fica ainda mais acessível, o que também torna o produto economicamente<br />

mais viável”, afirmou ao Globo Rural a coordenadora do IST Celulose e<br />

Papel, Adriane Queji de Paula, reforçando que a ideia de fabricar os painéis vai<br />

ao encontro de propostas de práticas sustentáveis.<br />

Foto: divulgação Foto: divulgação<br />

14 www.REVISTABIOMAIS.com.br


ENTREVISTA<br />

Foto: divulgação<br />

ENTREVISTA<br />

PAULO<br />

PEDROSA<br />

Formação: Engenheiro Mecânico pela<br />

UNB (Universidade de Brasília) com<br />

MBA em Gestão de Negócios pela USP<br />

(Universidade de São Paulo)<br />

Cargo: Presidente da ABRACE (Associação<br />

de Grandes Consumidores Industriais de<br />

Energia e Consumidores Livres)<br />

UM NOVO<br />

GÁS<br />

E<br />

ngenheiro mecânico com mais de 30 anos de experiência, Paulo Pedrosa é uma das<br />

principais lideranças na articulação junto ao Congresso Nacional para que o país destrave<br />

sua legislação relativa à produção de gás natural, quebrando o atual monopólio no setor.<br />

O dirigente da ABRACE (Associação de Grandes Consumidores Industriais de Energia e<br />

Consumidores Livres) e ex-secretário executivo do Ministério de Minas e Energia fala sobre suas<br />

expectativas para a votação da Lei do Gás no Senado Federal e sobre os impactos das novas regras<br />

nos custos de produção e na atividade econômica. “Virá a modernização da produção industrial e<br />

um ganho de competitividade que nos permitirá competir nos mercados globais”, garante.<br />

16 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Quais os impactos das novas regras nos custos<br />

de produção e na atividade econômica como um<br />

todo?<br />

Para o Brasil, essa lei tem importância equivalente<br />

à do novo marco do saneamento, que demonstrou<br />

enorme vitalidade nos primeiros leilões, com ágios<br />

que superam em mais de 130 vezes os valores de<br />

edital. Além disso, a abertura do mercado de gás sinalizará<br />

aos investidores do mundo todo a disposição da<br />

nova economia em atrair capitais e promover soluções<br />

para um mercado competitivo e sem intervenções<br />

governamentais que assustem investidores. Já os<br />

efeitos concretos são extraordinários: geração de 4<br />

milhões de empregos e triplicação do consumo de<br />

gás, inclusive o industrial, gerando R$ 60 bilhões de<br />

investimentos ao ano. Com o gás, virá a modernização<br />

da produção industrial e um ganho de competitividade<br />

que nos permitirá competir nos mercados globais.<br />

A Nova Lei do Gás tem sido apontada como incentivo<br />

à retomada econômica do país após a crise<br />

ocasionada pela pandemia da Covid-19. Contudo,<br />

há quem diga que o impacto não será tão grande<br />

assim. Como avalia esse cenário?<br />

Sairemos da pandemia com uma situação fiscal<br />

ainda mais delicada do que a que motivou a reforma<br />

da Previdência. O custo do necessário acolhimento<br />

dos brasileiros pelo governo chegará às contas públicas.<br />

Portanto, não adianta sonhar com soluções que<br />

dependam de recursos públicos ou investimentos da<br />

União e dos estados ou subsídios e encargos que sejam<br />

um peso ainda maior para a economia. A tentação<br />

de promover o desenvolvimento através do estímulo a<br />

obras desnecessárias, por exemplo, apenas aumentará<br />

o peso sobre a sociedade e atrasará ainda mais a nossa<br />

recuperação. Precisamos de soluções que façam sentido<br />

econômico, tragam capitais novos e dinamizem a<br />

economia. A Nova Lei do Gás vai ser o grande tiro de<br />

largada para um novo ciclo na nossa economia.<br />

do Brasil do que produzir aqui, em especial aqueles<br />

produtos intensivos em energia. Foi assim que a nossa<br />

agricultura passou a depender de 80% dos fertilizantes<br />

importados e foi assim que, para dar um exemplo<br />

de grande valor simbólico, paramos de produzir<br />

até aspirina, um produto do dia a dia das famílias<br />

brasileiras. É importante avançarmos na aprovação<br />

da Lei do Gás, na modernização do setor elétrico e<br />

nessa agenda que, junto com o mercado nacional, é<br />

uma plataforma importante. Podemos reposicionar a<br />

indústria brasileira e reverter uma trajetória que tem<br />

custado muito caro à nossa sociedade. A Lei do Gás vai<br />

trazer muita diversidade e segurança jurídica.<br />

Na discussão da Lei do Gás, a voz da indústria<br />

está sendo ouvida?<br />

A aprovação na Câmara nos mostrou a força da articulação<br />

da indústria. Por meio de ampla articulação,<br />

chegamos às lideranças do governo e do Congresso<br />

pelos mais diversos e legítimos canais e fomos ouvidos.<br />

É importante avançarmos<br />

na aprovação da Lei do<br />

Gás, na modernização<br />

do setor elétrico e nessa<br />

agenda que, junto com o<br />

mercado nacional, é uma<br />

plataforma importante<br />

Em termos de regulamentação do setor, como<br />

esse novo marco regulatório colocará o Brasil diante<br />

do cenário internacional?<br />

Nossas indústrias chegam a pagar três ou quatro<br />

vezes o preço de concorrentes internacionais. Portanto,<br />

é muito mais barato trazer produtos acabados fora<br />

OBS: publicado originalmente pela Agência CNI:<br />

https://bit.ly/3uVmZzl<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

17


PRINCIPAL<br />

18 www.REVISTABIOMAIS.com.br


TECNOLOGIA<br />

EUROPEIA<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

INDÚSTRIA DE<br />

MÓVEIS INVESTE<br />

EM EQUIPAMENTOS<br />

ITALIANOS PARA A<br />

CONSTRUÇÃO DE<br />

FÁBRICA DE PELLETS<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

19


PRINCIPAL<br />

R<br />

econhecida como uma das maiores indústrias<br />

de móveis planejados da América Latina, a Todeschini<br />

tem investido, nos últimos anos, em<br />

novas instalações para projetos inovadores da<br />

companhia. Um desses investimentos se refere à nova<br />

fábrica da Todesmade, serraria do Grupo Todeschini,<br />

que iniciou, em dezembro de 2020, o beneficiamento<br />

das florestas plantadas há mais de 40 anos em Cachoeira<br />

do Sul, interior do Rio Grande do Sul.<br />

Dentro do novo complexo, a companhia também<br />

incluiu a construção de uma fábrica de pellets, que será<br />

abastecida com os resíduos da nova serraria, em um<br />

movimento de sustentabilidade e reaproveitamento.<br />

A planta de pellets foi inaugurada em fevereiro deste<br />

ano, tendo aberto novas possibilidades de negócios<br />

à Todeschini. Para a sua execução, a empresa gaúcha<br />

realizou diversos estudos com o objetivo de entrar no<br />

mercado com as tecnologias mais eficientes disponíveis<br />

na Europa. Após meses de análise e negociações<br />

com companhias nacionais e internacionais, a Todeschini<br />

decidiu realizar uma parceria comercial com a<br />

Costruzioni Nazzareno, empresa da região do Vêneto,<br />

no Nordeste da Itália. A empresa italiana chegou ao<br />

Brasil há quase 10 anos e, atualmente, é referência no<br />

fornecimento de maquinário e tecnologia para o mercado<br />

de biomassa.<br />

Presidente do Conselho de Administração do Grupo<br />

Todeschini, João Farina Neto, explica que o início<br />

dos contatos com a Nazzareno se deu após a indicação<br />

de outra empresa, pioneira no negócio de pellets no<br />

Brasil.<br />

“Assim que começamos a estudar a viabilidade do<br />

negócio, uma pessoa de confiança, de uma grande<br />

empresa que já havia começado sua fábrica de pellets,<br />

indicou os serviços da companhia para a gente. Todo<br />

o equipamento deles é da Nazzareno”, afirma Farina<br />

Neto.<br />

Após visitas a diversas fábricas que possuem a<br />

tecnologia italiana, o Grupo Todeschini não teve dúvidas:<br />

fez sua escolha pelo conhecimento técnico da<br />

Nazzareno. “Conversamos com os empresários e todos<br />

se mostraram muito satisfeitos. Esse reconhecimento<br />

do mercado nos dá segurança, tanto na qualidade de<br />

equipamentos quanto no atendimento diferenciado.<br />

Os próprios proprietários da Nazzareno vieram ao Brasil<br />

e negociaram conosco. Isso é raro no mercado”, comenta<br />

o presidente do Conselho de Administração da<br />

Todeschini. “Algo muito importante para nós também<br />

foi a flexibilidade nas negociações, sempre com prontidão<br />

para nos receber, além da entrega de um projeto<br />

completo, com maquinário funcionando 100% e com a<br />

certificação de qualidade necessária para comercializar<br />

no mercado europeu”, acrescenta.<br />

20<br />

www.REVISTABIOMAIS.com.br


22 www.REVISTABIOMAIS.com.br


REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

23


CASE<br />

APROVEITAMENTO<br />

DE RESÍDUOS<br />

COMPANHIA DE SANEAMENTO DO<br />

PARANÁ ESTUDA ALTERNATIVAS<br />

PARA A PRODUÇÃO DE BIOMETANO<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

24 www.REVISTABIOMAIS.com.br


A<br />

SANEPAR (Companhia de Saneamento<br />

do Paraná) entregou para a Prefeitura<br />

de Londrina, na região norte do Estado,<br />

no fim de fevereiro, o plano de aproveitamento<br />

de biogás de duas ETEs (Estações de<br />

Tratamento de Esgoto) na cidade.<br />

A SANEPAR já tem recursos assegurados em<br />

uma linha de financiamento internacional para<br />

iniciativas que visam a redução da emissão de GEE<br />

(gases de efeito estufa) com aproveitamento energético<br />

e melhoria na qualidade do tratamento de<br />

esgoto. As duas estações, ETE Norte e ETE Sul, estão<br />

em processo de ampliação, com investimentos em<br />

torno de R$ 60 milhões.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

25


26 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Vem aí!<br />

Patrocinadores:<br />

ASSOCIAÇÃO DO COMÉRCIO E INDÚSTRIA DE<br />

MADEIRAS E DERIVADOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO<br />

SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS<br />

www<br />

revistareferencia.com.br<br />

comercial@revistareferencia.com.br


PELO MUNDO<br />

ENERGIA<br />

QUE FLUTUA<br />

28 www.REVISTABIOMAIS.com.br


CINGAPURA VAI<br />

CONSTRUIR PARQUE<br />

SOLAR EM ÁREA DE ÁGUA<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

29


PELO MUNDO<br />

P<br />

or mais que se trate de um dos menores países<br />

do mundo, Cingapura é um dos maiores<br />

emissores de dióxido de carbono per capita<br />

do planeta. Além disso, o fato de a ilha ser<br />

densamente povoada faz com que seja praticamente<br />

impossível encontrar espaço para iniciativas verdes.<br />

Como, então, buscar saídas sustentáveis para a produção<br />

de energia? A resposta está na água.<br />

Isso porque está nos planos da cidade-Estado<br />

desenvolver o maior parque solar do sudeste asiático,<br />

montado com painéis flutuantes. O objetivo é cobrir<br />

com mais de 122 painéis uma área equivalente a 45<br />

campos de futebol.<br />

“Depois de exaurir os telhados e terrenos disponíveis,<br />

que são muito escassos, o próximo grande<br />

potencial de energia renovável é, na verdade, nossa<br />

área de água”, afirmou à imprensa Jen Tan, vice-presidente<br />

sênior e chefe de energia solar do sudeste da<br />

Ásia no conglomerado Sembcorp Industries, empresa<br />

líder em energia e desenvolvimento urbano, com foco<br />

em projetos voltados a um futuro sustentável.<br />

Enquanto o projeto não sai do papel, um dos mais<br />

novos parques solares da região está sendo construído<br />

no Estreito de Jor, que separa Cingapura da<br />

Malásia, onde cerca de 13 mil painéis foram ancorados<br />

ao fundo do mar. Os aparelhos têm capacidade para<br />

produzir cinco megawatts de eletricidade - suficiente<br />

para abastecer 1,4 mil apartamentos anualmente, em<br />

média.<br />

Cingapura está passando por uma transformação<br />

no que diz respeito à sustentabilidade. Apesar de ser<br />

uma cidade conhecida por sua biofilia – a conexão<br />

30 www.REVISTABIOMAIS.com.br


REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

31


32 www.REVISTABIOMAIS.com.br


REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

33


INOVAÇÃO<br />

POTENCIAL<br />

BIOENERGÉTICO<br />

PLANTA AQUÁTICA<br />

E ARBUSTO<br />

AMAZÔNICO<br />

REVELAM POTENCIAL<br />

PARA A PRODUÇÃO<br />

DE BIOENERGIA<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

34 www.REVISTABIOMAIS.com.br


D<br />

uas plantas comumente encontradas na<br />

região norte do Brasil – a lentilha d’água<br />

e o mata-pasto – têm alto potencial para<br />

serem usadas como matéria-prima para a<br />

produção de bioenergia, indicam estudos feitos por<br />

pesquisadores do INCT (Instituto Nacional de Ciência<br />

e Tecnologia) do Bioetanol, um dos institutos apoiados<br />

pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado<br />

de São Paulo) e pelo CNPq (Conselho Nacional de<br />

Desenvolvimento Científico e Tecnológico) no Estado<br />

de São Paulo.<br />

Testes em laboratório revelaram que a produção<br />

de açúcares simples pela lentilha d’água após<br />

a biomassa da planta ser submetida a um processo<br />

chamado de sacarificação foi maior do que a da cana-de-açúcar,<br />

a principal matéria-prima do etanol de<br />

segunda geração hoje.<br />

Já o mata-pasto cresce muito rápido e pode ser<br />

uma opção viável para produção de bioeletricidade na<br />

região amazônica a partir da queima da biomassa da<br />

planta, sem causar desmatamento, avaliam os pesquisadores.<br />

Os resultados dos estudos foram publicados<br />

no periódico Bioenergy Research.<br />

“O mata-pasto e a lentilha d’água poderiam<br />

complementar ou ser alternativas à cana-de-açúcar<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

35


SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS<br />

<br />

<br />

DENTES DE CORTE PARA<br />

FELLER


ECONOMIA<br />

ENERGIA<br />

PRIORIZADA<br />

BRASIL DEVE SEGUIR COM UMA<br />

DAS MATRIZES ENERGÉTICAS<br />

MAIS LIMPAS DO MUNDO<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

38 www.REVISTABIOMAIS.com.br


O<br />

presidente Jair Bolsonaro aprovou, na segunda<br />

semana de março, a resolução que estabelece<br />

orientações sobre pesquisa, desenvolvimento<br />

e inovação no setor de energia no país<br />

para estudos regulados pela ANEEL (Agência Nacional de<br />

Energia Elétrica) e pela ANP (Agência Nacional de Petróleo,<br />

Gás Natural e Biocombustíveis).<br />

A Resolução número 02/<strong>2021</strong> do CNPE (Conselho<br />

Nacional de Política Energética), publicada no DOU (Diário<br />

Oficial da União) no dia 9 de março, também determina<br />

ao MME (Ministério de Minas e Energia) a elaboração de<br />

estudos para a definição de novos locais para instalação de<br />

futuras centrais de geração de energia termonuclear.<br />

A pasta ainda deverá avaliar a possibilidade e a forma<br />

de destinação de recursos à EPE (Empresa de Pesquisa<br />

Energética). O prazo é de 60 dias, sendo que o órgão deve<br />

consultar o ME (Ministério da Economia).<br />

Em nota, a secretaria-geral da presidência explicou que<br />

a medida tem por finalidade prestar serviços na área de<br />

estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

39


ARTIGO<br />

42 www.REVISTABIOMAIS.com.br


APROVEITAMENTO<br />

FOTOVOLTAICO,<br />

ANÁLISE<br />

COMPARATIVA<br />

ENTRE BRASIL E<br />

ALEMANHA<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

ORLANDO MOREIRA JÚNIOR<br />

UFGD (Universidade Federal da Grande<br />

Dourados), Dourados (MS)<br />

CELSO CORREIA DE SOUZA<br />

Universidade Anhanguera-Uniderp,<br />

Campo Grande(MS)<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

43


ARTIGO<br />

RESUMO<br />

O<br />

potencial energético solar brasileiro<br />

apresenta média anual consideravelmente<br />

alta em comparação com a Alemanha, que<br />

recebe 40% menos radiação do que o lugar<br />

menos ensolarado do Brasil e, mesmo assim, encontra-se<br />

em estágio avançado tanto de pesquisa quanto de instalações.<br />

A cooperação entre Brasil e Alemanha promove<br />

resultados importantes para o desenvolvimento da<br />

energia solar no país.<br />

Palavras-chave: geração de energia; cooperação<br />

Brasil-Alemanha; energia solar.<br />

INTRODUÇÃO<br />

Na década de 1950, os painéis solares convertiam<br />

em média apenas 4,5% da energia solar em energia<br />

elétrica, o que correspondia a 13 Wp/m 2 (watt-pico /<br />

metro quadrado), a um custo de US$ 1.785/Wp (dólar /<br />

watt-pico). Hoje em dia, a eficiência média mundial triplicou<br />

para 15% (143 Wp/m 2 ), a um custo 1.370 vezes mais<br />

barato, de US$ 1,30/Wp. De acordo com o CSS (Center for<br />

Sustainable Systems), hoje existem no mercado módulos<br />

capazes de apresentar uma eficiência acima de 20%.<br />

Segundo o CSS, o silício monocristalino e o policristalino<br />

são as tecnologias mais comercializadas no mundo. A<br />

Tabela 1 mostra um comparativo entre as várias tecnologias<br />

de células fotovoltaicas e suas respectivas eficiências<br />

em laboratório e em uso comercial.<br />

As variadas tecnologias de células disponíveis no<br />

mercado têm custos e eficiências diferentes. No mercado<br />

brasileiro, estão homologadas pelo INMETRO (Instituto<br />

Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) três<br />

tipos de tecnologia: silício monocristalino, silício policristalino<br />

e filmes finos. Segundo a nota técnica do Centro<br />

de Gestão e Estudos Estratégicos, o Brasil tem excelentes<br />

reservas de silício e lítio, principais matérias-primas das<br />

células fotovoltaicas e de baterias, respectivamente.<br />

A uniformidade do potencial energético solar<br />

brasileiro apresenta uma grande vantagem em comparação<br />

com países europeus, onde a tecnologia já é bem<br />

desenvolvida. Além dessa uniformidade, os menores<br />

potenciais apresentados no território nacional se equiparam<br />

aos maiores potenciais europeus. A irradiação<br />

solar captada de forma inclinada em todas as capitais<br />

brasileiras apresenta valores que variam entre 4,9 kWh/<br />

m 2 /dia (kilowatt hora/metro quadrado/dia) e 6 kWh/m 2 /<br />

dia, o que representa uma alta uniformidade de irradiação<br />

solar no território nacional.<br />

Brasil e Alemanha firmaram um acordo sobre cooperação<br />

no setor de energia com o foco em energias<br />

renováveis e eficiência energética, em maio de 2008, que<br />

foi promulgado em 1º março de 2012, pelo Decreto n.<br />

7.685/2012 (Brasil, 2012). Segundo o Plano de Ação da<br />

Parceria Estratégica Brasil-Alemanha, ambos os países<br />

concordam que há a necessidade de estímulo ao desenvolvimento<br />

sustentável e execução de atividades de<br />

programas no âmbito do crescimento limpo, assim como<br />

o desenvolvimento deve estar embasado na Convenção-Quadro<br />

das Nações Unidas sobre Mudança do Clima<br />

(Brasil, 2012).<br />

A comunidade científica mundial vem tratando o<br />

tema energético cada vez mais preocupada com as<br />

incertezas do atendimento de uma demanda crescente<br />

de energia em todo o mundo. Em Paris, na 21ª COP21<br />

(Conferência das Partes) da UNFCCC (United Nations Framework<br />

Convention on Climate Change), foi estabelecido<br />

um novo acordo, com o objetivo central de fortalecer<br />

a resposta global à ameaça da mudança do clima e de<br />

reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos<br />

decorrentes dessas mudanças (Brasil, 2007).<br />

Segundo o MMA (Brasil, 2017), o acordo firmado na<br />

COP 21 foi aprovado por 195 países, inclusive o Brasil,<br />

e prevê a diminuição da emissão dos gases do efeito<br />

Tabela 1- Valores de eficiência das diversas tecnologias de células fotovoltaicas<br />

Cristalino<br />

Filmes finos<br />

Tecnologia<br />

Silício Monocristalino 25,0 %<br />

Silício Policristalino<br />

Silício Amorfo<br />

Silício Micromorfo<br />

CIGS<br />

Telureto de Cádmo<br />

Eficácia da célula em<br />

laborátorio<br />

21,3 %<br />

16,8 %<br />

12,0 %<br />

18,8 %<br />

Eficácia dos módulos<br />

comerciais<br />

14 - 21 %<br />

14 - 16,5 %<br />

6 - 9 %<br />

7 - 9 %<br />

8 - 14 %<br />

16,4 % 9 - 12 %<br />

Fonte: Adaptado de CSS (2016)<br />

<strong>44</strong> www.REVISTABIOMAIS.com.br


REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

45


46 www.REVISTABIOMAIS.com.br


M75<br />

MEDIDOR DE UMIDADE<br />

PARA BIOMASSA<br />

• Leitura instantânea da umidade de diversos materiais<br />

como: cavacos, serragem, bagaço de cana, casca de arroz e<br />

outros.<br />

• Dispensa o uso do laboratório para conferir a umidade.<br />

Agora você pode ter a leitura na hora.<br />

• Com o controle da umidade do material, você consegue<br />

gerenciar e criar descontos para os fornecedores conforme o<br />

poder calorífico do material, ao invés de apenas o peso.<br />

• E com esse controle, você consegue gerenciar a qualidade<br />

da biomassa para queima. Assim gerando economia e uma<br />

melhor eficiência de todo o processo de geração de energia.<br />

• Apoio de uma equipe de pós-vendas especializada para<br />

ajudar com o uso do equipamento e dúvidas.<br />

• Apoio do UmiLab para criar receitas específicas para o<br />

material que a sua empresa utiliza.<br />

Solicite uma demonstração<br />

ou orçamento<br />

Fone: + 55 (41) 3332.9393<br />

www.marrari.com.br<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

47


AGENDA<br />

MAIO <strong>2021</strong><br />

E-WORLD<br />

Data: 4 a 6<br />

Local: Essen (Alemanha)<br />

Informações: www.e-world-essen.com/en<br />

DESTAQUE<br />

JUNHO <strong>2021</strong><br />

ECONERGY<br />

Data: 08 a 10<br />

Local: São Paulo (SP)<br />

Informações: https://feiraecoenergy.com.br/<br />

JULHO <strong>2021</strong><br />

FIEE SMART FUTURE<br />

Data: 20 a 23<br />

Local: São Paulo (SP)<br />

Informações: www.fiee.com.br/pt-br.html<br />

AGOSTO <strong>2021</strong><br />

INTERSOLAR SOUTH AMERICA<br />

Data: 24 a 26<br />

Local: São Paulo (SP)<br />

Informações: www.intersolar.net.br/pt/inicio<br />

NOVEMBRO <strong>2021</strong><br />

BRAZIL WINDPOWER<br />

Data: 5 a 7<br />

Local: São Paulo (SP)<br />

Informações: www.brazilwindpower.com.br<br />

FENASUCRO & AGROCANA<br />

Data: 17 a 20 de Agosto de <strong>2021</strong><br />

Local: Sertãozinho (SP)<br />

Informações:<br />

www.fenasucro.com.br/pt-br.html<br />

A Fenasucro & Agrocana é a principal feira de<br />

bioenergia e do setor sucroenergético da América<br />

Latina. O evento acontece anualmente no principal<br />

polo de produção bioenergética do Brasil; país com<br />

maior potencial de produção mundial. Atualmente,<br />

reúne profissionais dos principais pilares da matriz<br />

energética, de usinas bioenergéticas e dos setores<br />

de transporte e logística, papel e celulose e de<br />

alimentos e bebidas para realização de negócios,<br />

networking e atualização profissional.<br />

Imagem: divulgação<br />

48 www.REVISTABIOMAIS.com.br


OPINIÃO<br />

Foto: divulgação<br />

AS PANDEMIAS COMO<br />

PAUTA DAS CIDADES<br />

ECOINTELIGENTES<br />

A<br />

interconexão entre os componentes<br />

bióticos (seres vivos) e abióticos (fatores<br />

físicos, químicos e geológicos do ambiente)<br />

constituintes do meio é um aspecto<br />

essencial da ecologia. Nas cidades – da mesma forma<br />

como ocorre nos ambientes naturais –, plantas, animais<br />

e seres humanos coabitam e interagem entre si e com<br />

o meio urbano. A globalização e as novas organizações<br />

econômicas e sociais evidenciam a quebra das barreiras<br />

geográficas entre os indivíduos, ampliando o espectro<br />

de saúde necessário para garantir a sobrevivência<br />

individual. Em um contexto de pandemia, fica ainda<br />

mais evidente a necessidade constante do desenvolvimento<br />

de estratégias em busca do equilíbrio nas<br />

relações entre os habitantes dos ambientes urbanos.<br />

As pandemias permeiam a história das civilizações,<br />

enquanto a busca pelo enfrentamento e combate às<br />

doenças transmissíveis foi um forte impulsionador do<br />

desenvolvimento científico e tecnológico nas áreas<br />

médica e biológica. O conhecimento dos processos<br />

biológicos de interação dos microrganismos patogênicos<br />

com o organismo humano, por exemplo, levou ao<br />

aprimoramento na identificação e enfrentamento de<br />

doenças que permitiram a duplicação da expectativa<br />

de vida nos últimos 100 anos.<br />

A concepção de saúde global, contudo, tem três níveis<br />

de conexão: a) corpo/mente/espírito; b) indivíduo/<br />

sociedade/ambiente; c) local/global. Essas conexões<br />

retroalimentam os processos que imputam resistência<br />

e resiliência aos organismos e permitem que eles<br />

enfrentem os agentes agressores. Esses processos são<br />

naturais e conhecidos e praticados por culturas ancestrais<br />

e tradicionais. Vale, assim, destacar que o distanciamento<br />

do ser humano da natureza, da sociedade e<br />

de si mesmo, motivado por um novo arranjo estrutural<br />

de sua própria sociedade, com o rápido estabelecimento<br />

dos centros urbanos, desafiou os próprios processos<br />

de seleção natural.<br />

Devido à sua natureza biológica, potencializada<br />

pelo processo civilizatório, as pandemias encontram<br />

na ecologia urbana e nas cidades ecointeligentes um<br />

espaço para pesquisa científica, desenvolvimento de<br />

tecnologia para enfrentamento e mudança de condutas<br />

para prevenção. Entender os cidadãos como um<br />

dos elementos componentes de uma complexa teia de<br />

conexões é o primeiro passo para motivar o conhecimento<br />

do impacto e do potencial dessas mesmas<br />

conexões.<br />

A cidade ecointeligente transpõe e busca, de<br />

maneira inovadora e prática, de meios de proporcionar<br />

ferramentas para o cidadão assumir a responsabilidade<br />

e o protagonismo nas decisões individuais em<br />

consonância com interesses coletivos e em prol de um<br />

futuro factível. A situação vivenciada com a pandemia<br />

da Covid-19 tem nos colocado de frente com inúmeras<br />

limitações técnicas, sociais, políticas, econômicas e<br />

pessoais que impedem a concretização de uma cidade<br />

sustentável, justa e que tenha como valor a qualidade<br />

de vida de todos seus habitantes, sejam eles pessoas,<br />

animais ou plantas – desta ou de futuras gerações.<br />

Por Marta Luciane Fischer e Selene Elifio-Esposito<br />

Coordenadoras da especialização Ecologia Urbana: Construindo a<br />

Cidade Ecointeligente, da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná).<br />

50 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Há 75 anos gerando energia<br />

térmica, com equipamentos de<br />

alto padrão tecnológico<br />

A natureza<br />

agradece!<br />

• CALDEIRAS<br />

• AQUECEDORES DE<br />

FLUÍDO TÉRMICO<br />

• EQUIPAMENTOS<br />

INDUSTRIAIS<br />

R. Lilly Bremer, 322 - Bairro Navegantes | Rio do Sul | Santa Catarina<br />

Tel: (47) 3531-9000 | Fax: (47) 3525-1975 | bremer@bremer.com.br<br />

www.bremer.com.br


MAIS RESISTENTE<br />

COMO NUNCA<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!