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SAFRA <strong>2021</strong>/22<br />
Chuvas trazem alívio<br />
Ritmo mais lento de colheita tem como causa o menor<br />
desenvolvimento dos canaviais por conta da estiagem<br />
Oretorno das chuvas<br />
nas últimas semanas<br />
foi bem vindo pelos<br />
canaviais e trouxe alívio<br />
aos produtores de cana-deaçúcar<br />
em toda região produtora<br />
no <strong>Paraná</strong>. Devido às<br />
suas características, a cultura<br />
tem uma alta capacidade de<br />
resposta e tende a recuperar<br />
parte de seu potencial produtivo<br />
desde que as chuvas continuem,<br />
associadas a temperaturas<br />
mais altas e tempo de<br />
luminosidade maior, afirma o<br />
presidente da Alcopar, Miguel<br />
Tranin.<br />
O que preocupa, ressalta, é<br />
que, a partir de julho, a tendência<br />
no Estado é de clima mais<br />
seco e frio, característico no<br />
período, com o agravante de<br />
os modelos climáticos sinalizam<br />
este ano chuvas abaixo da<br />
normalidade, devido a configuração<br />
do fenômeno climático<br />
La Niña.<br />
Tranin comenta que o início da<br />
safra foi em ritmo bastante<br />
acelerado. Na segunda quinzena<br />
de março e na primeira de<br />
abril, o volume de cana esmagado<br />
superou os números registrados<br />
nos períodos equivalentes<br />
nos últimos anos e o<br />
indicativo é de que seria uma<br />
safra rápida, entretanto, na segunda<br />
quinzena de abril e na<br />
primeira e segunda quinzenas<br />
de maio, a moagem de canade-açúcar<br />
na região produtora<br />
do <strong>Paraná</strong> foi cerca de 10%<br />
menor, em média, do que nas<br />
duas últimas safras, considerando<br />
o mesmo período.<br />
O ritmo mais lento da moagem<br />
se justifica por conta do menor<br />
desenvolvimento dos canaviais<br />
devido às recorrentes estiagens<br />
nesta safra. As indústrias<br />
diminuíram o ritmo de colheita<br />
para evitar colher cana fora do<br />
seu estágio ideal de desenvolvimento.<br />
Na última quinzena,<br />
além deste fator, a retomada da<br />
chuva deu uma segurada no<br />
ritmo de colheita.<br />
A moagem de cana realizada<br />
pelas unidades produtoras no<br />
Estado, no acumulado da safra<br />
<strong>2021</strong>/22, foi de 8,857 milhões<br />
de toneladas, uma redução de<br />
1% comparando com as 8,945<br />
milhões de toneladas de cana<br />
esmagadas no mesmo período<br />
do ano safra 2020/21. A produção<br />
de açúcar totalizou<br />
643,6 mil toneladas e a de etanol<br />
314,910 milhões de litros<br />
sendo 124,581 milhões de litros<br />
de anidro e 190,329 milhões<br />
de litros de hidratado.<br />
No contraponto ao baixo rendimento<br />
agrícola, o desenvolvimento<br />
industrial tem sido muito<br />
bom. A quantidade de Açúcares<br />
Totais Recuperáveis<br />
(ATR) por tonelada de cana,<br />
também no acumulado da safra<br />
<strong>2021</strong>/22 ficou 4,6% acima<br />
do valor observado na safra<br />
2020/21, totalizando 137,13<br />
kg de ATR/t de cana, contra<br />
131,08 kg ATR observados na<br />
safra passada.<br />
Devido aos repetidos períodos<br />
de estiagem que danificaram<br />
os canaviais afetando a cultura<br />
no principal período de crescimento<br />
da cana na região Centro-Sul<br />
do país para a safra<br />
<strong>2021</strong>/22, o que reduziu o potencial<br />
produtivo, o presidente<br />
da Alcopar disse que a entidade<br />
já pensa em rever a estimativa<br />
de safra de 34,8 milhões<br />
de toneladas de cana<br />
para algo em torno de 30 a 31<br />
milhões de toneladas, cerca de<br />
10% ou mais de quebra da<br />
safra no <strong>Paraná</strong>, reduzindo a<br />
produção de açúcar e etanol<br />
na mesma proporção.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 3