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Revista LesB Out! - Ed. 01

Bem-vindas à Revista LesB Out! Assim como o site, ela é feita por mulheres LGBTQIA+ para mulheres LGBTQIA+. Aproveitem!

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orango?

Reprodução: Instagram de Angélica Martins

cabeça. E foi isso que ela fez.

O BBB 10 tinha sido o ano com mais pessoas LGB-

TQIA+, até 2021. Na edição daquele ano, Morango e

mais dois participantes, Serginho e Dicesar, faziam

parte do grupo chamado “coloridos”. Naquela época,

a organização do programa era feita de forma diferente,

e os integrantes do jogo eram divididos em tribos:

“cabeças”, “sarados”, “coloridos”, “belos” e “ligados”.

Essa divisão incomodou um pouco, Angélica pensava

assim “Ué, a gente não é belo, não é cabeça e não é sarado?

A gente é só colorido?” Mas, apesar dessas nomenclaturas

não serem uma das melhores coisas, ao sair do

programa, ela percebeu que a leitura das pessoas tinha

sido diferente. O público ressignificou de forma

positiva. “Lá, inicialmente eu não gostei desse rótulo, como

se a gente fosse só LGBTs, que a gente não pudesse ser outra

coisa. Li como algo limitante, mas eu vi que aqui fora as

pessoas tiveram uma interpretação diferente e levaram isso

para o lado bom do humor, da diversão, da visibilidade.

Então, ok assim. Não me incomodou.”.

Mesmo que não tenha saído vencedora do jogo e

com mais de R$ 1 milhão no bolso, a experiência do

programa foi muito positiva para ela, principalmente

para sua família. Para o pai e a filha, que estavam há

mais de um ano sem se falar, o Big Brother Brasil se

tornou um divisor de águas. O programa abriu o coração

do pai para que deixasse que aquele sentimento

errado sobre a filha fosse embora para sempre. “Ele

mudou muito a forma de pensar, principalmente pelas

histórias que ele conheceu, de pessoas que foram conversar

com ele e dizer que minha participação no programa tinha

ajudado a elas se entender, a conversarem com suas

famílias... Então, isso mudou meu pai em 45 dias. Para

mim, esse foi meu grande prêmio.”.

Seu pai foi seu maior prêmio e as pessoas que a

acompanharam, torceram por ela, transmitiram seu

carinho, e fizeram e ainda fazem parte desse processo.

“Conhecer todas essas histórias assim, milhares de cartas

escritas à mão, recebi milhares de e-mails, e recebo várias

mensagens diariamente nas minhas redes sociais. Isso não

tem preço, porque a gente sabe... A gente que é LGBT sabe,

o quanto muda a vida da gente, a gente se aceitar, se sentir

parte de uma comunidade, de não se sentir sozinho no

mundo. Então, nossa... Esse foi o meu maior prêmio. E não,

não era uma coisa que eu tinha imaginado.”.

^

“TO na Porta”, pandemia e afins

1 de janeiro de 2020. Um pouco antes da pandemia,

um novo projeto: “Tô na Porta”. Um meio de

botar os sentimentos para fora e tudo que precisava

era de papel e caneta. No início, Angélica conseguia

produzir de três a quatro poemas por dia, até que... o

bloqueio criativo veio. Chegou na forma que ninguém

esperava: em formato de pandemia.

“A pandemia me pegou de jeito, porque a princípio esta-

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