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RED:inicio, meio e fim´Oano era 2014, tudo era “mato” – e tão“mato” que nem “Carmilla”, uma daswebséries LGBTQIA+ mais conhecidas,tinha lançado. Em setembro, o mundoconhecia a história criada por Germana Belo e VivSchiller, com direção de Fernando Belo, através daplataforma Vimeo. “RED” nos apresentava Mel (LucianaBollina) e Liz (Ana Paula Lima), que contracenamdurante as gravações de um filme e levam o relacionamentopara a vida real.Com uma narrativa delicada e uma direção queacompanha em perfeito uníssono – ou como já disseanteriormente, com finesse à la Olivier Assayas –, aprodução não só conquistou o público brasileirocomo também o internacional. Foi indicada a diversosprêmios, inclusive tendo vencido alguns delescomo o NYC Web Festival, na categoria Melhor Websériede Língua Estrangeira, e o Rio WebFest, de MelhorAtriz Dramática para Bollina.“RED” não seria tão boa somente com narrativa edireção: Luciana e Ana Paula conseguem ter umaquímica singular, tornando impossível ao espectadornão acreditar no relacionamento que elas protagonizamem cena. E claro, além dos nomes principais, asérie é composta por personagens que ganham vidaatravés das atuações de atrizes como Monique Vaillé(Anna), Elisa Riqueza (Gaia), Gaby Haviaras (Rafa),Bella Carrijo (Victoria), entre outras. E parece quetodos ali foram escolhidos a dedo, porque funcionamnuma sincronia difícil de não se ver cativado.Durante seis anos, a produção nos fez sorrir, chorar,refletir, passar raiva e torcer pelo final feliz que todosalmejamos alcançar. Assim como tudo na vida, ahistória de Mel e Liz – ou #Meliz – se aproximava dofim (ou seria apenas o começo?) e em janeiro de 2020foi anunciado que a sexta temporada seria a final. Eraisso. “Red”, que tanto fez pelo público feminino LGB-TQIA+ e para os artistas que por ela foram inspiradosa contar suas próprias tramas, encerraria sua jornada.Aqueles personagens que nos conquistaram, as trilhassonoras inesquecíveis, a narrativa perculiar de Germanae Viv, a direção refinada de Fernando, a arte tãocuidadosa nos detalhes, nos deram adeus definitivono dia 22 de março de 2021, quando foi ao ar oúltimo episódio da sexta temporada com o tão esperadocasamento #Meliz. O gosto agridoce ficou na boca:23amargo pelo fato de saber que não teríamos maisaquela narrativa para acompanhar e doce por ter feitoparte de algo tão primordial, único e importante quefoi e sempre será “RED”.Conversamos com o elenco, com as roteiristas e odiretor sobre o furacão que foi esta websérie, e trazemospara vocês abaixo:Germana Belo e Viv Schiller (Roteiristas)Karolen Passos: Como foi que surgiu a ideia para criarRED? E por que a escolha do nome RED?Viv Schiller: Falando por mim, a ideia surgiu davontade de contar uma história que eu gostaria deassistir e que fosse uma produção nacional com narrativaindependente, sem as restrições que costumávamosver na TV e nos filmes nacionais.Germana Belo: RED é o nome do curta-metragemem que Mel e Liz trabalham durante a primeiratemporada. A ideia de RED surgiu do nome "Scarlet"(ou "escarlate") dado à personagem do curta, já queescarlate é um tom de vermelho. Nós achávamos quea simbologia da cor - que significa paixão, sensualidade,feminilidade, entre outras coisas - tinha tudo a vercom nossa temática, então, acreditávamos que seriaum bom título para a série também. Além disso, comojá pensávamos na série como um conteúdo voltadopara um público global, imaginávamos que a palavraem inglês ajudaria a comunicar o título a mais pessoas.KP: De todas as cenas construídas ao longo dessas seistemporadas, existe alguma, em particular, que tenha sidoalgo que você sempre quis ver em alguma produção nacional?VS: O casamento de Mel e Liz foi uma cena quequeria muito ver acontecer e que foi pensada para serrealizada desde o início.GB: Não uma em particular, mas, no geral, todas ascenas que retratam, de forma menos ou mais explicita,a sexualidade e afetividade lésbica/bissexual femininade maneira natural. Além disso, o que “RED”trouxe e que, até hoje, infelizmente, não é tão comum,é o protagonismo dessas mulheres, histórias em queelas estão no centro da narrativa.KP: “RED” foi e continua sendo muito significante na vidade muitas mulheres LGBTQIA+, afinal, foi a primeirawebsérie nacional voltada para este público. Entretanto,“RED” não só tem um fandom brasileiro como também dediversos outros países. Ela foi feita com essa intenção de se