16cência, participou de alguns clubes de teatro, fezcursos livres, e até mesmo prestou um exame na bancado Sated (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculosde Diversões do Estado de São Paulo) epassou. Tirou o registro como atriz aos 17 anos, massó oficializou os documentos aos 19.Angélica ainda chegou a cursar Publicidade ePropaganda, mas sua verdadeira paixão estava noJornalismo. Entrevistar pessoas e escrever sobre determinadosassuntos fazia os seus olhos brilharem.Então, enquanto a comunicação possibilitava a ela opoder de transitar em diversos mundos, atuar a possibilitavaviver diversos personagens. Ativa no mercadode comunicação há mais de 10 anos, atualmente, elaescreve para o site Universa sobre feminismo, resistênciaLGBTQIA+, diversidade, comportamento, sexo eoutros.Aos 36 anos de idade, Angélica decidiu que precisavase dedicar a novos sonhos. Encerrou sua carreirade DJ, mudou para uma cidadezinha de 50 mil habitantese direcionou seus talentos a outros projetos.Uma das coisas que mais possui sua atenção atualmenteé o livro autobiográfico que está escrevendo:“Já tenho muita coisa escrita, de muitas memórias e muitashistórias. Não vai ser só uma biografia para as pessoasconhecerem mais da minha vida, vai ser uma biografia quepretende mostrar alguns caminhos, para as pessoas que teminteresse nas áreas de comunicação, jornalismo, influênciadigital, carreira artística, que foi parte da minha vida durantemuito tempo e é de certa forma até hoje.” Provavelmente,devido a atrasos inesperados, seu exemplar só deveser concluído no ano que vem.Nos últimos tempos, começou a participar comoatriz em projetos audiovisuais. No final do ano passado,lançou a websérie “Conto de Natal” e no primeirosemestre de 2021, lançou o trailer do seu curta-metragem,“Alex”, em parceria com Giul Abreu. As atrizescomeçaram as gravações do curta com o mínimo derecurso possível, sem roteiro, sem produção e somentecom um celular. Quando elas se encontraram, colocaramem um papelzinho a estrutura do que de fatoseria a história, o que consideravam importante ounão, mas o principal: se tratava de uma história deamor tendo a tecnologia como pano de fundo. Assimsurgiu o novo projeto das duas, um curta com 80% deimproviso. Angélica ainda destaca (aos risos): “Foi umtrabalho muito legal, muito inédito e não tinha feito nadanesse sentido até então. E estou louca para fazer mais...Gostei muito.”Infelizmente, “Alex” ainda não tem data de estreiae ainda não foi revelado a plataforma que o curta seráexibido. Além desse projeto, Angélica afirmou quetem outro trabalho engatilhado, que já está na fase deedição e tem uma pegada bem mais erótica. Para ela,não existem produções nesse sentido no Brasil e porisso, está investindo cada vez mais nesse espaço.only fans: o poder do julgamento“Eu não deixo de ser Angélica, eu não deixo de ser aMorango, por ter uma conta no Only Fans”Julgamento é uma coisa que acontece todos os dias.Às vezes, seu primeiro pensamento ao conhecer umapessoa nova é composto de julgamento. Julgar o modode vestir, julgar a forma de falar, julgar o lugar de ondeveio. O que mais existe nesse mundo são diferentesmaneiras de julgar o próximo. Para Angélica, aopinião dos outros não impacta diretamente sua vidae esse é um dos motivos pelos quais ela não se importacom a forma que as pessoas reagem ao saber que elatem uma conta no Only Fans.Mas afinal, o que é o Only Fans? É simplesmenteuma plataforma em que as pessoas podem criar conteúdoexclusivo e receber dinheiro por isso. Um sonhode muita gente, né? Ganhar para postar nas redessociais. O aplicativo, que existe desde 2011, é compostoem sua maioria por artistas e produz bastanteconteúdo voltado para o público adulto. Morangotem uma conta lá e atualmente tem uma média de 60assinantes por mês, consumindo seus posts e apoiandoseu trabalho.Da mesma forma que seus outros projetos, como o“Tô na Porta”, IGTV, produtos audiovisuais, o OnlyFans foi uma novidade na sua vida e gerou um frio nabarriga. Estar na plataforma gerou e ainda gera muitojulgamento das pessoas, inclusive daqueles que deveriamapoiá-la. “É muito doido porque existe esse julgamento.Existem várias vertentes femininas e algumas feministas,algumas delas inclusive, são contra qualquer tipo de produçãode conteúdo erótico.” Mas mesmo com tantas pessoasapontando o dedo, ela não desistiu.Para Angélica, conteúdo pornográfico ou eróticonão é uma coisa limitante. Há um campo vasto deatuação, e as pessoas devem, além de reconhecer queexistem muitos problemas na produção de conteúdoerótico e criticá-los, considerar que nem tudo é umacoisa só. “No Only fans, por exemplo, todas as pessoas queabrem uma conta é que determinam o que vai ser publicadolá, qual o limite dela, o que ela vai aceitar, o que ela não vaiaceitar.”Morango entende que a plataforma a deixa livre enos meses que está produzindo conteúdo para seusassinantes, nunca se sentiu pressionada para fazer algoque não quisesse. Mas assim como diversas outrasplataformas que possibilitam esse tipo de empoderamentoe liberdade para as pessoas, especialmente asmulheres, ela reconhece que existe a crítica, o boato eprincipalmente, o julgamento.Para as mulheres que querem se aventurar no Only
Reprodução: Instagram de Angélica MartinsFans, o conselho deAngélica é: “Pensem bem.Assim como qualquer outrotipo de atividade, pensembem. Mas a partir domomento que você decidiufazer, você determinoucomo é que vai ser o seutrabalho, divulgue o seutrabalho. Não importa sevocê vai vender bolo depote, se você vai venderbrigadeiro, você tem queestruturar como é que vocêvai fazer aquilo. Como éque vai ser a embalagem, ea sua divulgação.”Críticas existem emqualquer lugar e para elanão foi diferente. Sejano Only Fans, ou emqualquer outra plataforma,pessoas irão julgar oseu comportamento,mas a única coisa queresta a você é se deixarafetar ou seguir emfrente. E para AngélicaMorango, ser o que elaé, é o que a torna especial.Porque mesmo quenão faça nada, oumesmo que esteja semovimentando todos osdias, sempre vai existir ojulgamento da outrapessoa. Mas ela escolheu,apenas e simplesmente,viver.“É muio doido porque exime esse julgamewo. Eximem váriasvertewes femininas e ggumas feminimas, ggumas delas inclusive,são cowra qugquer tipo de produção de coweúdo erótico.Entrevista por:Karolen PassosMelissa MarquesBruna FentanesBaiana, designer e estudante de jornalismo. Acredita quevive em seu próprio conto de fadas e se divide entre suasduas obsessões: livros de romance e séries teen.“