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ENTREVISTA - Especialista avalia cenário logístico para indústrias madeireiras no Brasil<br />
INOVAÇÃO<br />
ENERGÉTICA<br />
MERCADO APOSTA NO PIONEIRISMO<br />
DE PROCESSOS E SOLUÇÕES PARA<br />
ALAVANCAR NEGÓCIOS<br />
ENERGY INNOVATION<br />
MARKET BETS ON PIONEERING<br />
OF PROCESSES AND SOLUTIONS FOR<br />
LEVERAGE BUSINESS
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SUMÁRIO<br />
INDUSTRIAL<br />
54<br />
<strong>2021</strong><br />
40<br />
50<br />
46<br />
MADEIRA<br />
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />
Alca Máquinas 11<br />
Benecke 39<br />
Cipem 09<br />
DRV Ferramentas 15<br />
Drytech 27<br />
Eletro Izidoro 33<br />
Engecass 19<br />
Franzoi 23<br />
Gottert 31<br />
HB Máquinas 63<br />
Indumec 29<br />
Linck 05<br />
Mademil 53<br />
Mafercon 37<br />
Máquinas Águia 61<br />
Mendes Máquinas 02<br />
Mill Indústrias 68<br />
MM Wood Brazil 25<br />
Montana Química 07<br />
MSM Química 13<br />
MSP <strong>Industrial</strong> 67<br />
Nazzareno 17<br />
Omil 21<br />
Prêmio REFERÊNCIA 65<br />
Rotteng 35<br />
SUMÁRIO<br />
06 Editorial<br />
08 Cartas<br />
10 Bastidores<br />
12 Coluna Flavio C. Geraldo<br />
14 Notas<br />
28 Aplicação<br />
30 Frases<br />
32 Entrevista<br />
38 Coluna ABIMCI<br />
40 Principal Pioneira em qualidade<br />
46 Marcenaria<br />
50 Madeira Tratada<br />
54 Exportação<br />
58 Artigo<br />
64 Agenda<br />
66 Espaço Aberto<br />
04<br />
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Inovação. Qualidade.<br />
Economia.<br />
MADE IN GERMANY
EDITORIAL<br />
REFERÊNCIA<br />
EM INOVAR<br />
NA CAPA<br />
A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />
www.referenciaindustrial.com.br<br />
ENTREVISTA - Especialista avalia cenário logístico para indústrias madeireiras no Brasil<br />
A<br />
Benecke completa seu 68º aniversário<br />
em <strong>2021</strong> e tem na palavra<br />
inovação seu principal referencial.<br />
Pioneira dentro do segmento madeireiro,<br />
a empresa de Timbó (SC)<br />
segue buscando novas soluções aos clientes para<br />
seguir como destaque por ainda muitas primaveras.<br />
Nesta edição, você também irá conferir uma<br />
entrevista sobre o setor logístico para as indústrias<br />
da madeira no Brasil, além de matérias sobre<br />
exportação, mercado, marcenaria e muito mais.<br />
Tenha uma excelente leitura!<br />
Ano XXIII • N°<strong>233</strong> •Setembro <strong>2021</strong><br />
INOVAÇÃO<br />
ENERGÉTICA<br />
MERCADO APOSTA NO PIONEIRISMO<br />
DE PROCESSOS E SOLUÇÕES PARA<br />
ALAVANCAR NEGÓCIOS<br />
A CAPA DESTE MÊS É<br />
ESTAMPADA PELO PARQUE<br />
FABRIL DA EMPRESA<br />
BENECKE<br />
ENERGY INNOVATION<br />
MARKET BETS ON PIONEERING<br />
OF PROCESSES AND SOLUTIONS FOR<br />
LEVERAGE BUSINESS<br />
EXPEDIENTE<br />
ANO XXIII - EDIÇÃO <strong>233</strong> - SETEMBRO <strong>2021</strong><br />
Diretor Comercial / Commercial Director - Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director - Pedro Bartoski Jr.<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
A MARK IN<br />
INNOVATION<br />
B<br />
enecke completes its 68th anniversary<br />
in <strong>2021</strong>, and “innovation” is its main<br />
mark. A pioneer within the timber segment,<br />
the company from Timbó (SC)<br />
plans to seek new solutions for its customers<br />
as a highlight for many years. In this issue,<br />
you can also check out an interview about logistics<br />
for the forest products industry in Brazil and articles<br />
on exports, markets, woodworking, and more.<br />
Pleasant reading!<br />
Redação / Writing<br />
Jorge de Souza<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Colunista / Columnist<br />
Flavio C. Geraldo | Paulo Pupo<br />
Depto. de Criação / Graphic Design<br />
Fabiana Tokarski / Supervisão<br />
Crislaine Briatori Ferreira<br />
Gabriela Bogoni<br />
criacao@revistareferencia.com.br<br />
Depto. Comercial / Sales Departament - Gerson Penkal, Jéssika Ferreira,<br />
Tainá Carolina Brandão<br />
comercial@revistareferencia.com.br<br />
fone: +55 (41) 3333-1023<br />
Representante Comercial - Dash7 Comunicação - Joseane Cristina Knop<br />
Tradução / Translation - John Wood Moore<br />
Depto. de Assinaturas / Subscription<br />
Pedro Moura<br />
assinatura@revistareferencia.com.br<br />
0800 600 2038<br />
ASSINATURAS<br />
0800 600 2038<br />
Periodicidade Advertising<br />
GARANTIDA GARANTEED<br />
Veículo filiado a:<br />
A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente, dirigida aos produtores e<br />
consumidores de bens e serviços em madeira, instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos<br />
governamentais, ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente ligados ao<br />
segmento madeireiro. A Revista REFERÊNCIA do Setor <strong>Industrial</strong> Madeireiro não se responsabiliza por<br />
conceitos emitidos em matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais de<br />
responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação, armazenamento de banco<br />
de dados, sob qualquer forma ou meio, dos textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista RE-<br />
FERÊNCIA são terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos direitos autorais,<br />
exceto para fins didáticos.<br />
Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication directed at the producers and<br />
consumers of the good and services of the lumberz industry, research institutions, university students,<br />
governmental agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked to the forest based<br />
segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself responsible for the concepts contained in the material,<br />
articles or columns signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors, themselves. The<br />
use, reproduction, appropriation and databank storage under any form or means of the texts, photographs<br />
and other intellectual property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited without<br />
the written authorization of the holders of the authorial rights.<br />
06<br />
referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong>
TOOL INDUSTRY<br />
FORTY YEARS AGO<br />
BENEFITING THE WOOD<br />
CARTAS<br />
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A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />
INOVAÇÃO - Conheça mais sobre práticas fundamentais do ESG para as empresas no século XXI<br />
TRADITION IN CUT<br />
TRADIÇÃO<br />
NO CORTE<br />
INDÚSTRIA DE FERRAMENTAS<br />
HÁ QUARENTA ANOS<br />
BENEFICIANDO A MADEIRA<br />
CARTAS<br />
CAPA DA EDIÇÃO 232 DA <br />
<br />
REVISTA REFERÊNCIA INDUSTRIAL, MÊS DE AGOSTO DE <strong>2021</strong><br />
<br />
CAPA<br />
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Ano XXIII • N°232 •Agosto <strong>2021</strong><br />
Por Miguel Brasil – São Paulo (SP)<br />
MARCENARIA<br />
Por Marcelo Berni –<br />
Sertãozinho (SP)<br />
Empresas familiares como a Siromat sempre me<br />
chamam a atenção. Imagino como todos dentro<br />
da empresa se sentem um só e trabalham em prol<br />
de um único objetivo.<br />
As matérias de marcenaria<br />
apresentam diversas<br />
formas de utilizar a<br />
madeira no dia a dia,<br />
incluindo na construção<br />
civil. Que cada vez mais<br />
possam crescer essas<br />
iniciativas.<br />
Foto: Emanoel Caldeira<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
MADEIRA TRATADA<br />
Por Eduardo Silva –<br />
Guarapuava (PR)<br />
INOVAÇÃO<br />
Por Francisco Costa – Tubarão (SC)<br />
O governo tem que<br />
trabalhar junto e diminuir<br />
as amarras para as<br />
indústrias conseguirem<br />
sua matéria-prima. Que<br />
cada vez mais essas<br />
concessões em áreas<br />
públicas possam ajudar os<br />
dois lados.<br />
Importante que as empresas do setor<br />
madeireiro também estejam preocupadas<br />
em dar um retorno para a sociedade e ao<br />
meio ambiente.<br />
08<br />
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os<br />
e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é<br />
fundamental para a Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL.<br />
referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong><br />
E-mails, críticas e sugestões podem ser enviados para redação ou siga:<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
CURTA NOSSA PÁGINA<br />
Referência <strong>Industrial</strong> Madeira<br />
@referenciamadeira
Sexta Reunião de Diretoria informa sobre conclusão de<br />
processo de integração de Sistemas Sisflora (Sema/MT)<br />
e Sinaflor (Ibama)<br />
Realizada em 26 de agosto, a Sexta Reunião de<br />
Diretoria do CIPEM ocorreu de forma presencial, no<br />
Auditório João Nicolau Petroni “Plenarinho”, localizado<br />
na Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso<br />
(FIEMT). Participaram do encontro os presidentes e<br />
executivos dos Sindicatos associados ao CIPEM, além de<br />
representantes do Fórum Nacional das Atividades de Base<br />
Florestal e convidados.<br />
Dentre as pautas setoriais discutidas, destacam-se as<br />
atualizações sobre a integração entre os sistemas Sisflora<br />
(Sema/MT) e Sinaflor (Ibama); a implementação do novo<br />
Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos<br />
Florestais Sisflora 2.0 e ainda, acompanhamento das<br />
próximas etapas do Programa em desenvolvimento pelo<br />
Observatório da Indústria (FIEMT) juntamente com a<br />
Organização das Nações Unidas (ONU). Por fim, foi<br />
apresentada uma importante agenda de divulgação da<br />
sustentabilidade do manejo Florestal representada pela<br />
edificação de um estande construído com madeira nativa e<br />
que será uma das mais aconchegantes atrações da Mostra<br />
“CASACOR” em Brasília de outubro a dezembro de <strong>2021</strong>,<br />
que abordará em sua programação eventos com embaixadas<br />
internacionais: Americana, Chinesa e Mexicana.<br />
De acordo com informe enviado pela Secretária de<br />
Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, que não<br />
pôde comparecer, a integração entre os sistemas Sisflora e<br />
Sinaflor foi completada e, inclusive reconhecida pelo<br />
Ibama. Dessa forma, após sanadas as últimas conferências,<br />
serão iniciadas as tratativas do sistema de rastreabilidade.<br />
Outro importante avanço para assegurar a transparência<br />
dos procedimentos que envolvem o setor de base<br />
florestal é a implementação do Sisflora 2.0 prevista para<br />
setembro de <strong>2021</strong>.<br />
Em relação a agenda com a FIEMT, Pedro Maximo,<br />
coordenador do Observatório da Indústria atualizou os<br />
presentes a respeito do progresso do Programa<br />
UNIDO/Page. O objetivo central do projeto é o de<br />
fornecer valiosas informações pertinentes ao setor,<br />
reunindo dimensões ambientais, sociais, econômicas e<br />
institucionais.<br />
Nesse sentido, a etapa atual do Programa visa gerar um<br />
indicador de sustentabilidade. Para isso, serão distribuídos<br />
cerca de 200 questionários aos empresários lotados nas<br />
bases dos Sindicatos.<br />
É válido frisar que o CIPEM faz o acompanhamento<br />
integralmente da demanda, bem como participou<br />
ativamente das etapas anteriores com o fornecimento de<br />
informações e resultados, com destaque inclusive, em<br />
rodadas de discussão com autoridades governamentais.<br />
Destacando os eventos durante a realização da mostra<br />
“CASACOR <strong>2021</strong>”, a economista e consultora em desenvolvimento<br />
de mercados Rosemeire Cristina dos Santos<br />
apresentou roteiro sobre o plano de ação e estratégias<br />
pertinentes a agenda.<br />
A Comissão Especial do acompanhamento da construção<br />
da nova sede do CIPEM discorreu sobre a relevância<br />
de uma edificação em madeira engenheirada para que a<br />
sociedade conheça o potencial construtivo a partir da<br />
madeira nativa e suas soluções tecnológicas futuristas.<br />
Ao final da reunião, Rafael Mason, presidente reeleito,<br />
informou sobre a cerimônia de posse da nova diretoria<br />
realizada no Buffet Leila Malouf a partir das 20h com as<br />
ilustres presenças dos associados, Gustavo de Oliveira,<br />
presidente da FIEMT e de autoridades do Executivo e<br />
Legislativo Estadual como a de Mauro Mendes, governador<br />
do Estado de Mato Grosso, Dilmar Dal Bosco, Carlos<br />
Avallone, dentre outras.<br />
CipemdeMT CipemMT cipemmt<br />
Manejosustentavel (65) 3644-3666
BASTIDORES<br />
BASTIDORES<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
VISITA<br />
REPRESENTANDO A JOTA EDITORA,<br />
O JORNALISTA JORGE DE SOUSA E O<br />
REPRESENTANTE COMERCIAL GERSON PENKAL<br />
VISITARAM A SEDE E O PARQUE FABRIL DA<br />
BENECKE, ACOMPANHADOS PELO GERENTE<br />
INDUSTRIAL DA EMPRESA, DOUGLAS HAAKE<br />
EVENTO<br />
O REPRESENTANTE COMERCIAL DA<br />
REFERÊNCIA INDUSTRIAL, GERSON PENKAL,<br />
MARCOU PRESENÇA NO EVENTO DA POSSE<br />
DA DIRETORIA DO CIPEM, EM CUIABÁ (MT)<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
ALTA<br />
SINAL VERDE<br />
Graças ao trabalho conjunto<br />
do Ministério da Saúde e<br />
Governos Estaduais, a vacinação<br />
contra Covid-19 no Brasil<br />
correu de forma acelerada no<br />
mês de agosto. A tendência<br />
é que todas as capitais do<br />
país fechem o mês com pelo<br />
menos uma dose aplicada<br />
em maiores de 18 anos. Esse<br />
avanço tem provocado a diminuição<br />
na ocupação nos leitos<br />
de UTI e também nos óbitos<br />
pela doença. Além disso,<br />
muitas das medidas restritivas<br />
adotadas durante a pandemia<br />
já estão sendo relaxadas,<br />
beneficiando os setores da<br />
indústria e do comércio.<br />
BAIXA<br />
SINAL AMARELO<br />
Segundo o relatório Focus, divulgado<br />
no mês de agosto pelo<br />
Banco Central, a inflação oficial<br />
do país subiu pela vigésima semana<br />
seguida e a expectativa<br />
para o IPCA (Índice de Preços<br />
ao Consumidor Amplo) subiu de<br />
7,05% para 7,11%. Junto dessa estimativa,<br />
os analistas pontuaram<br />
no relatório que a expectativa de<br />
crescimento do PIB (Produto Interno<br />
Bruto) de <strong>2021</strong> foi reduzida<br />
de 5,28% para 5,27%, enquanto<br />
a avaliação do próximo ano também<br />
apresentou baixa saindo de<br />
2,4% para 2%. Os analistas apontaram<br />
as tensões políticas e riscos<br />
fiscais da União como principais<br />
motivos para as quedas no crescimento<br />
do PIB.<br />
10 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong>
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ão se trata de novas informações, pelo<br />
contrário, trata-se de velhos conceitos,<br />
ainda não devidamente reconhecidos por<br />
alguns. De maneira simples, estamos falando<br />
de estatística, a ciência que, apoiada<br />
em metodologias definidas, possibilita a elaboração de<br />
planejamentos propositivos. Nas mãos certas, resultados<br />
de análises estatísticas possibilitam o aumento dos lucros,<br />
a melhoria de processos e da qualidade, redução de custos,<br />
maior efetividade das ações de marketing, ampliação<br />
da participação em mercados, desenvolvimento de novos<br />
produtos, enfim, estamos falando de uma ferramenta que<br />
poderá impactar positivamente, em especial os setores<br />
de finanças e produção. A estatística oferece a possibilidade<br />
de identificação de problemas através dos seus sintomas,<br />
oferecendo a possibilidade para a correta tomada<br />
de decisões. Parece milagre, mas não é. Por incrível que<br />
possa parecer, as desconfianças de muitos empresários<br />
em relação à coleta de dados estatísticos é a de que seus<br />
negócios podem ser prejudicados por estarem fornecendo<br />
informações sigilosas que poderão fazer parte da base<br />
Foto: divulgação<br />
de dados para outros interesses. No entanto, essa falta<br />
de confiança na confidencialidade, necessária aos coletores<br />
de informações, já é assunto do passado diante das<br />
incontáveis empresas altamente credenciadas para esse<br />
tipo de pesquisa. Em recente evento realizado online, foi<br />
possível ouvir representantes dos setores de florestas e<br />
da indústria base madeira, incluindo os setores de celulose<br />
e papel, siderurgia e da indústria de madeira sólida.<br />
O evento contou com apresentações de alta relevância<br />
relacionadas à oferta e demanda de madeira pela visão<br />
dos produtores, compradores e consultores. Os cenários<br />
apresentados pelos palestrantes, todos de elevadíssimo<br />
nível, não deixaram qualquer dúvida a respeito do<br />
futuro. Ficaram claras as limitações futuras frente a uma<br />
perspectiva de escassez de matéria-prima. O robusto e<br />
quase que insano crescimento da China como produtor<br />
e consumidor, e os impactos advindos desse crescimento<br />
na indústria mundial de produtos madeireiros nos remete<br />
a sérias reflexões, incluindo preocupações devido a essa<br />
rápida e crescente dependência mercadológica. Nos painéis<br />
conduzidos pelos consultores, abordando a oferta e<br />
demanda de madeira nos principais polos produtores do<br />
Brasil, ficaram escancaradas as preocupações quanto ao<br />
futuro do abastecimento frente ao possível descompasso<br />
entre o ritmo dos novos plantios e a crescente demanda,<br />
tanto interna como externa. Tudo claramente ilustrado<br />
por números e levando em consideração outros fatores<br />
limitantes, como déficit hídrico, pragas, competição com<br />
projetos do setor agropecuário, política cambial, aspectos<br />
regulatórios e capacidade instalada da indústria. Vale<br />
destacar também as menções às ricas contribuições da<br />
ABIMCI (Associação Brasileira da Indústria da Madeira<br />
Processada Mecanicamente), com a publicação periódica<br />
do seu já tradicional Estudo Setorial, assim como os relatórios<br />
anuais da IBÁ (Indústria Brasileira da Árvore), cujos<br />
conteúdos têm norteado o melhor entendimento desses<br />
cenários. Nada teria sido possível sem o devido e necessário<br />
engajamento e contribuição do setor produtivo que<br />
alimenta esses dados e que, há muito, tem consciência da<br />
importância desses dados para melhor orientar nos seus<br />
planejamentos. No que diz respeito ao setor de proteção<br />
de madeiras, está mais do que na hora de se promover<br />
um engajamento neste sentido, procurando a obtenção<br />
de uma radiografia do setor, que permitirá a elaboração<br />
de um planejamento diante dos próximos desafios desse<br />
mercado, em especial se considerarmos as perspectivas<br />
do setor da construção.<br />
12 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong>
CIPERTRIN MD<br />
• Líder no tratamento inseticida de painéis de madeira,<br />
(compensados, aglomerados MDF, OSB e outros) por adição à cola;<br />
• Mais concentrado dos inseticidas, diminui a quantidade de inertes<br />
a serem aplicados na cola, como também a área de estocagem;<br />
• Base água, com baixa toxidade e baixo odor;<br />
• Isento de solventes que atacam as borrachas dos equipamentos<br />
industriais;<br />
• Compatível com resinas de última geração;<br />
• Fácil diluição em água, para tratamento por imersão de madeiras<br />
serradas.<br />
TBP 90<br />
• O primeiro fungicida (antimofo) para madeira a base de<br />
tribromofenol só poderia ser o líder de mercado e a MSM<br />
Química, a maior importadora deste ingrediente ativo.<br />
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suas características naturais.<br />
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do tanque de imersão.<br />
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NOTAS<br />
Foto: divulgação<br />
FORMÓBILE<br />
A ForMóbile Xperience <strong>2021</strong>, aconteceu entre os dias 02 e 05 de<br />
agosto. Trata-se do evento 100% digital da maior feira do segmento<br />
de madeira e móveis da América Latina, que veio com a proposta de<br />
promover conteúdo, networking e oportunidades de negócios para o<br />
setor moveleiro no ambiente online. Ao analisar os resultados informados<br />
pela organização, parece que isso foi alcançado. Durante os<br />
4 dias de realização, foram transmitidas cerca de 25h (horas) de conteúdos<br />
inéditos gerados por 42 palestrantes. A plataforma do evento<br />
ainda proporcionou mais de 12.500 visitas aos estandes virtuais dos<br />
expositores e mais de 5.800 visitas aos seus produtos. Dentre os conteúdos<br />
exibidos na ForMóbile Xperience <strong>2021</strong>, estão alguns temas<br />
que chamam a atenção, como: Neurociência Aplicada A Arquitetura,<br />
Design e Iluminação; Como Se Planejar Para 2022; Design Biofílico<br />
Aplicado Na Marcenaria; Como Agregar Valor Nos Móveis Sob Medida;<br />
e A Realidade do Parque Fabril Brasileiro. Vale um destaque especial para o papo de primeiríssima qualidade sobre<br />
Wood Frame protagonizado por Fabio Machado, da Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL MADEIRA, e Guilherme Stamato,<br />
da Stamade. Nomes como Patricia Pomerantzeff, arquiteta e criadora do Doma Arquitetura - o maior canal de arquitetura<br />
do país no youtube, Anne Oelke, designer e criadora do Marcenaria Fora da Caixa, e Lorí Crízel, autor do primeiro livro sobre<br />
neurociência aplicado à arquitetura do Brasil, também fazem parte do time de palestrantes. O melhor é que todo esse<br />
universo continua disponível gratuitamente mesmo após o evento. A plataforma da ForMóbile Xperience seguirá aberta<br />
durante o ano todo para que os interessados assistam às gravações de todas as palestras, incluindo as da edição de 2020.<br />
Também seguirão disponíveis as possibilidades de conexões e interações com as pessoas e empresas cadastradas, inclusive<br />
através de videochamadas. Basta cadastrar-se pelo https://www.formobile.com.br/landing-page/formobile-xperience.html<br />
CONFIANÇA<br />
O Indicador de Incerteza da Economia Brasil (IIE-Br) da<br />
Fundação Getulio Vargas (FGV) cresceu 0,3 ponto em<br />
agosto passando para 119,6 pontos. Com isso, manteve<br />
a distância superior a 4 pontos para a média de 115<br />
pontos, anotada entre 2015 e 2019. O resultado apontou<br />
ainda que os dois componentes do indicador seguem<br />
em sentidos contrários no mês. Enquanto o componente<br />
de Mídia caiu 0,5 ponto, passando para 118,4<br />
pontos, contribuindo negativamente em 0,4 ponto, o<br />
componente de Expectativa, que mede a dispersão das<br />
previsões para os 12 meses seguintes, avançou 3 pontos,<br />
chegando a 116,2 pontos. Conforme a FGV, esse<br />
componente contribuiu de forma positiva, em 0,7 ponto, para a evolução na margem do indicador agregado. Segundo<br />
a economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/IBRE), Anna Carolina Gouveia, a alta<br />
do IIE-Br em agosto foi determinada pelo componente de expectativa, que mede a dispersão das previsões para os 12<br />
meses seguintes. Na visão da economista, as dificuldades em superar a pandemia no Brasil e no mundo, as dúvidas com<br />
relação à real situação fiscal do país e as frequentes turbulências políticas são fatores que vêm contribuindo para a alta<br />
da incerteza. Anna Carolina não vê possibilidade do indicador convergir para a média entre 2015 e 2019 em breve. “No<br />
âmbito econômico, o país ainda tem desafios como a inflação ascendente e o risco de crise energética. Com todas essas<br />
fontes de ruído, dificilmente o indicador convergirá para a já elevada média 2015-2019 nos próximos meses”, observou.<br />
Foto: divulgação<br />
14 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong>
NOTAS<br />
PRÊMIO<br />
O SFB (Serviço Florestal Brasileiro) participa da promoção<br />
do Prêmio Salão Design 2022 na categoria<br />
Prêmio Madeiras Alternativas. O objetivo é incentivar<br />
o uso de madeiras pouco conhecidas como<br />
uma maneira de contribuir para a viabilidade técnica<br />
e econômica dos planos de manejo de floresta<br />
nativa, principalmente da Amazônia. Para concorrer<br />
ao Prêmio Madeiras Alternativas, o candidato deverá<br />
estar selecionado para a segunda etapa eliminatória<br />
da premiação. Será considerada madeira<br />
alternativa qualquer espécie de madeira brasileira,<br />
ainda que conhecida, mas que não figure dentre<br />
aquelas consideradas pelo LPF (Laboratório de<br />
Produtos Florestais) do Serviço Florestal Brasileiro<br />
como muito utilizadas, no passado ou no presente,<br />
para a fabricação de móveis e outros produtos.<br />
Além do troféu especial, a categoria inclui como<br />
premiação uma viagem ao Laboratório de Produtos<br />
Florestais do SFB, em Brasília, e expedição a uma<br />
área de manejo florestal sustentável na Amazônia.<br />
Em 2020, o vencedor da categoria foi o designer<br />
Marcelo Briza Bicudo, que criou o banco Iris para a<br />
empresa Butzke. A peça é feita de cumaru, madeira<br />
da Amazônia resistente e que pode ser usada em<br />
áreas externas. O Prêmio Salão Design é realizado<br />
a cada 2 anos pelo SINDMÓVEIS (Sindicato das Indústrias<br />
do Mobiliário de Bento Gonçalves).<br />
Foto: divulgação<br />
BALANÇA<br />
CAMBIAL<br />
Com o início da retomada da economia mundial, as<br />
exportações brasileiras responderam positivamente<br />
no primeiro semestre de <strong>2021</strong>. No período, a corrente<br />
de comércio do Brasil com o mundo foi de US$<br />
236,1 bilhões. Desse total, segundo levantamento da<br />
CNI (Confederação Nacional da Indústria), 65% são<br />
de exportações para cinco grandes parceiros comerciais<br />
- China, União Europeia, EUA (Estados Unidos<br />
da América), Mercosul e Japão. Juntos, eles totalizaram<br />
exportações de US$ 88,4 bilhões no primeiro<br />
semestre. O maior volume foi para a China, com US$<br />
47,2 bilhões, uma alta de 39% na comparação com o<br />
primeiro semestre de 2020. Em seguida vem a União<br />
Europeia, com US$ 17,8 bilhões (+26%); seguida por<br />
EUA, com US$ 13,3 bilhões (+10%); Mercosul, com<br />
US$ 7,9 bilhões (+46%); e Japão, com US$ 2,2 bilhões<br />
(+22%). Quando considerados esses cinco principais<br />
parceiros juntos, a soma de <strong>2021</strong> teve alta de 31,8%<br />
em relação ao mesmo período de 2020, sendo o maior<br />
dos últimos 5 anos. Como as exportações totalizaram<br />
US$ 136,4 bilhões (+35,5%) e as importações somaram<br />
US$ 99,4 bilhões (+26,8%), o saldo comercial do<br />
semestre é de US$ 37,1 bilhões, o que representa um<br />
crescimento de 66,3%. Os EUA são o principal destino<br />
das exportações brasileiras de produtos industrializados,<br />
recebendo cerca de 25% dos industrializados do<br />
Brasil. Junto com o Mercosul, os EUA são o destino<br />
cujas vendas mais geram empregos, tributos e impactos<br />
em cadeia para o Brasil. A CNI avalia que Brasil e<br />
EUA, com economias que já são altamente integradas,<br />
encontram agora uma oportunidade histórica para<br />
lançar uma agenda de acordos visando preparar o empresário<br />
brasileiro para um livre comércio.<br />
Foto: divulgação<br />
16 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong>
NOTAS<br />
INOVAÇÃO<br />
Se tem uma ideia e não sabe como tirar do<br />
papel ou elaborou um projeto inovador, mas<br />
ainda não encontrou um modelo de negócio,<br />
está com a oportunidade de contar com a<br />
orientação de incubadoras e aceleradoras do<br />
Brasil gratuitamente e de forma 100% online.<br />
Para isso, é preciso se inscrever no edital de<br />
chamada pública do Programa Ideiaz - Powered<br />
by InovAtiva, realizado pela Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia,<br />
em parceria com o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e a ANPROTEC (Associação Nacional<br />
de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores). O objetivo do programa é apoiar a estruturação e desenvolvimento<br />
de projetos inovadores em estágio inicial e projetos de empreendimentos de impacto socioambiental. Os selecionados<br />
vão contar com o apoio de 35 incubadoras e aceleradoras do Brasil. Cada projeto selecionado vai ser acompanhado por<br />
10 semanas e receber, no mínimo, 25h (horas) de capacitação, sendo 15h de forma individual. Além disso, os contemplados<br />
vão receber mentorias, consultoria organizacional, suporte tecnológico, suporte para formalizar o negócio e qualificar esses<br />
empreendedores. De acordo com o Ministério da Economia, no primeiro semestre, o Programa Ideiaz - Powered by InovAtiva<br />
selecionou cerca de 150 projetos que estão recebendo consultoria. Os projetos em estágio inicial não devem ter o modelo de<br />
negócio consolidado e o produto ou serviço objeto ainda não comercializado. Serão selecionados até 450 projetos inovadores<br />
e de empreendimentos de impacto socioambiental. Mais informações disponíveis na internet, no site do Inovativa Brasil.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
OPEN BANKING<br />
Já está em funcionamento o sistema que permite aos<br />
clientes autorizarem o compartilhamento de dados pessoais<br />
e financeiros entre instituições bancárias. O open<br />
banking tem como objetivo facilitar o acesso a produtos<br />
e serviços bancários, como empréstimos e cartões de<br />
crédito. Segundo a FEBRABAN (Federação Brasileira de<br />
Bancos), o sistema vai começar a funcionar gradualmente<br />
e com consentimento dos usuários que vão poder<br />
escolher quais dados, por quanto tempo e entre quais<br />
instituições compartilhar. A partir do dia 13 poderão ser<br />
compartilhadas as informações de cadastro, que incluem<br />
os dados pessoais, o endereço e a renda. Ao autorizar o compartilhamento, o cliente vai permitir que uma instituição financeira<br />
acesse as informações de outra, com a qual o usuário tem uma relação anterior. Esse procedimento será vinculado a uma<br />
oferta de produto ou serviço específico, como financiamentos, abertura de conta ou cartão de crédito. O tempo máximo do<br />
compartilhamento será de um ano. Com esse cruzamento de dados, as instituições bancárias vão poder fazer ofertas mais<br />
adequadas ao perfil do cliente, assim como oferecer condições mais vantajosas. As operações também são limitadas entre os<br />
bancos autorizados pelo usuário. Ambas as instituições serão responsáveis pela segurança desses dados. A partir do dia 30 de<br />
agosto será possível fazer pagamentos pelo PIX usando o open banking, o que vai permitir que essas transações sejam feitas<br />
pelos chamados iniciadores de pagamento, que podem ser aplicativos de compras ou até de mensagens. A partir do dia 13<br />
de setembro, poderão ser autorizadas as trocas de informações sobre contas e movimentação financeira. Depois do dia 27 de<br />
setembro, os usuários vão poder disponibilizar os dados sobre operações de crédito e cartões de crédito. O sistema foi elaborado<br />
para que seja possível aceitar o compartilhamento de forma intuitiva, ao demonstrar o interesse na oferta de um banco o<br />
usuário indique as informações que quer compartilhar e seja encaminhado à plataforma da instituição que irá fornecer os dados.<br />
Pela regulamentação estabelecida pelo Banco Central, é obrigatória a participação no open banking de todas as grandes<br />
e médias instituições financeiras do país.<br />
18 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong>
NOTAS<br />
OTIMISMO<br />
O ICEC (Índice de Confiança do Empresário do<br />
Comércio) de agosto mostrou novo avanço, com<br />
o terceiro crescimento consecutivo no ano. Dessa<br />
vez, o aumento é de 4,3% na comparação com o<br />
mês anterior, alcançando 115 pontos, o que significa<br />
que ficou acima da zona considerada de satisfação.<br />
No comparativo anual, a alta é de 47,2%. Os<br />
números foram divulgados pela CNC (Confederação<br />
Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).<br />
De acordo com a entidade, “a alta aparece<br />
reforçada pela expectativa de melhoria das vendas<br />
do Dia dos Pais e da economia em geral”. A avaliação<br />
indicou ainda a continuação da tendência<br />
de incremento da confiança dos empresários,<br />
após fortes aumentos ocorridos em junho (12,2%)<br />
e julho (11,7%). Segundo a CNC, o Icec vem se<br />
mantendo na zona de otimismo desde julho. O<br />
principal responsável pela alta, como apontam as<br />
últimas pesquisas, é o subitem relativo às condições<br />
atuais do empresário do setor (10,6%), mas<br />
também com boa participação do subitem sobre<br />
a percepção de que as condições da economia<br />
melhoraram (14,9%). O componente que se refere<br />
a expectativas dos comerciantes (151,3 pontos) é o<br />
que se mantém com maior distância entre os três<br />
que integram o Icec. Ainda dentro da zona de otimismo,<br />
na sequência, aparece a intenção de investimentos<br />
(101,7 pontos). No entanto, o sentimento<br />
quanto à realidade dos empresários do comércio<br />
ainda se apresenta na zona de insatisfação (92,1<br />
pontos), apesar de vir crescendo ultimamente.<br />
Foto: divulgação<br />
POLÍTICA<br />
MONETÁRIA<br />
Em meio ao aumento da inflação de alimentos, combustíveis<br />
e energia, o BC (Banco Central) apertou<br />
ainda mais os cintos na política monetária. Por unanimidade,<br />
o COPOM (Comitê de Política Monetária)<br />
elevou a taxa Selic, juros básicos da economia, de<br />
4,25% para 5,25% ao ano. A decisão era esperada<br />
pelos analistas financeiros. Esse foi o quarto reajuste<br />
consecutivo na taxa Selic, mas o ritmo do ajuste aumentou.<br />
Nas últimas três reuniões, o COPOM tinha<br />
elevado a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro.<br />
Com Covid-19 detectada em teste na semana<br />
passada, o diretor de Política Monetária do BC, Bruno<br />
Serra Fernandes, não participou da reunião presencial.<br />
Em comunicado, o COPOM informou que, na próxima<br />
reunião, em 21 e 22 de setembro, também pretende<br />
elevar a Selic em 1 ponto percentual. O órgão pediu<br />
a continuidade das reformas econômicas estruturais<br />
e advertiu para o risco da aprovação de medidas que<br />
elevem os gastos públicos permanentemente. Com<br />
essa decisão, a Selic continua em um ciclo de alta,<br />
depois de passar seis anos sem ser elevada. De julho<br />
de 2015 a outubro de 2016, a taxa permaneceu em<br />
14,25% ao ano. Depois disso, o COPOM voltou a reduzir<br />
os juros básicos da economia até que a taxa chegasse<br />
a 6,5% ao ano em março de 2018. Em julho de<br />
2019, a Selic voltou a ser reduzida até alcançar 2% ao<br />
ano em agosto de 2020, influenciada pela contração<br />
econômica gerada pela pandemia de Covid-19. Esse<br />
era o menor nível da série histórica iniciada em 1986.<br />
Foto: divulgação<br />
20 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong>
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NOTAS<br />
REPRESENTAÇÃO<br />
SETORIAL<br />
Foto: divulgação<br />
Foi lançada em agosto, em Brasília (DF), a Frente Parlamentar Mista<br />
em Defesa da Desoneração da Folha de Pagamento. Coordenado<br />
pelo deputado federal Delegado Marcelo Freitas, o colegiado formado<br />
por 194 deputados e seis senadores deverá discutir e elaborar mecanismos<br />
que possam ajudar na criação e manutenção de empregos<br />
com um custo menor. Melhorando, assim, o ambiente de negócios no<br />
Brasil, por meio da simplificação e desoneração de impostos na folha<br />
de pagamento. A desoneração da folha surgiu em 2011, com o intuito<br />
de aliviar a carga tributária de setores intensivos em mão de obra e<br />
exportadores. Desde a sua origem ela foi concebida para substituir a<br />
contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento pelo encargo<br />
sobre a receita bruta da empresa. Ou seja, os setores deixariam de<br />
contribuir com 20% do salário dos funcionários para a Previdência Social, passando, em contrapartida, a pagarem uma alíquota<br />
fixa sobre o faturamento. Em virtude da pandemia, o regime de desoneração se aplica atualmente a 17 setores da economia.<br />
No entanto, deve ser extinto no final do ano. O papel da Frente Parlamentar, dessa forma, é o de tornar a desoneração fixa sob<br />
a justificativa, já comprovada por meio de diversos estudos, da manutenção dos empregos, da diminuição da informalidade e<br />
o consequente aumento de arrecadação, bem como da melhoria do ambiente de negócios como um todo em nosso País. A<br />
ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) apoia e se juntou a esta e demais iniciativas que reduzem a carga<br />
e a complexidade tributária que recaem sobre os setores produtivos no Brasil. Aderindo, assim, à nova Frente Parlamentar<br />
instituída para a defesa da desoneração da folha de pagamento, por meio da FREMOB (Frente Parlamentar Mista em Defesa da<br />
Indústria do Mobiliário). A entidade reforça, ainda, a necessidade de que seja realizada uma reforma tributária ampla, reduzindo<br />
custos ultrapassados e incentivando o empresariado e os setores produtivos na economia brasileira.<br />
LOGÍSTICA<br />
Criado a partir da publicação da Medida Provisória<br />
1.065/<strong>2021</strong>, o Marco Legal das Ferrovias resultará no aumento<br />
dos investimentos privados no setor ferroviário.<br />
Assinada em agosto pelo presidente da República, Jair<br />
Bolsonaro, e os ministros da Economia, Paulo Guedes,<br />
e da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, a medida<br />
reduz a burocracia para a construção de novas ferrovias e<br />
inova no aproveitamento de trechos ociosos e na prestação<br />
do serviço de transporte ferroviário. Uma das mudanças<br />
trazidas pela MP refere-se à permissão da construção de novas ferrovias por autorização, à semelhança do que já ocorre<br />
na exploração de infraestrutura em setores como telecomunicações, energia elétrica, portuário e aeroportuário. Também<br />
poderá ser autorizada a exploração de trechos sem operação, devolvidos, desativados ou ociosos. Com a Medida Provisória,<br />
estados, municípios e Distrito Federal podem outorgar serviço de transporte ferroviário que não façam parte do Subsistema<br />
Ferroviário Federal, atualmente constituído pelas ferrovias existentes ou planejadas, pertencentes aos grandes eixos de integração<br />
interestadual, interregional e internacional. Caberá á União, porém, estabelecer as diretrizes para assegurar a eficiência<br />
do sistema. Nas ferrovias públicas, além do modelo atual de outorga por concessão, será permitida a outorga de forma<br />
mais simplificada, por permissão. Outra novidade da MP é simplificação do procedimento para prestar serviço de transporte<br />
ferroviário como Operador Ferroviário Independente. Agora, basta apresentar a documentação exigida à ANTT (Agência<br />
Nacional de Transportes Terrestres) e a autorização será expedida de forma automática. A medida ainda permite que as<br />
atuais concessionárias, caso prejudicadas pela entrada em operação de ferrovia autorizada ou caso se comprometam com a<br />
expansão do serviço, possam migrar para o novo regime jurídico de autorização. Essa migração não prejudicará obrigações<br />
contidas nos atuais contratos quanto a investimentos e manutenção do transporte de passageiros.<br />
Foto: divulgação<br />
22 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong>
NOTAS<br />
CONTINUIDADE<br />
NA GESTÃO<br />
RAFAEL MASON É REELEITO PRESIDENTE DO<br />
CIPEM POR MAIS 2 ANOS E FOI NOMEADO<br />
DURANTE CERIMÔNIA DE POSSE EM CUIABÁ<br />
O CIPEM (Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de<br />
Madeira do Estado de Mato Grosso) realizou a cerimônia de posse<br />
da nova diretoria em 26 de agosto, no Buffet Leila Malouf, em Cuiabá<br />
(MT). Entre os convidados do evento estavam diversos associados aos sindicatos que compõem o CIPEM, como Gustavo de<br />
Oliveira, presidente da FIEMT (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso) e autoridades do Poder Legislativo e do<br />
Executivo do Estado de Mato Grosso, como o governador Mauro Mendes e os deputados estaduais Dilmar Dal Bosco, Carlos<br />
Avallone e Xuxu Dal’Molin. A cerimônia contou com homenagens a personalidades que fizeram parte da história dos 17 anos<br />
do CIPEM, em especial aos idealizadores da instituição: Sidnei Belincanta, César Mason e Clomir Bedin.<br />
Todos os ex-presidentes da CIPEM: César José Mason (2004-2007), Jaldes Langer (2007-2009), João Carlos Baldasso (2009-<br />
2011), Geraldo Bento (2011-2013 / 2013-2015) e Rafael Mason (2017-2019/ 2019-<strong>2021</strong>) receberam como homenagem um troféu<br />
feito em madeira nativa pelos seus serviços prestados à instituição.<br />
O presidente reeleito Rafael Mason (na foto acima, junto com a esposa Mônica Mason) foi prestigiado pelos presentes e<br />
destacou no discurso da nova gestão o relevante papel do setor de base florestal na promoção de desenvolvimento econômico<br />
e sustentável para o Estado de Mato Grosso.<br />
Além de Rafael Mason, Gustavo de Oliveira, Dilmar Dal Bosco e Mauro Mendes também foram empossados como membros<br />
da nova diretoria do CIPEM. O corpo diretivo recebeu agradecimentos dos membros do poder público presente, em<br />
especial ao trabalho realizado pelo setor madeireiro em prol do Mato Grosso. Outro destaque do evento foi a apresentação da<br />
maquete eletrônica da nova sede do CIPEM. O projeto arquitetônico é de autoria do arquiteto Roberto Lecomte, da Casacerta<br />
Arquitetura Design & Construção.<br />
PRESENTE AOS CONVIDADOS<br />
Todos os convidados ao evento de posse da nova diretoria da CIPEM receberam um exemplar exclusivo do livro que conta<br />
a história do CIPEM. O material conta os valores, principais ações e conquistas, bem como as premiações e honrarias recebidas<br />
e alcançadas ao longo dos 17 anos de sua criação. O livro ainda tem como objetivo apresentar todo o histórico de atuação dos<br />
sindicatos associados e outros parceiros do CIPEM em nível estadual, federal, promovendo a sustentabilidade da produção<br />
florestal de Mato Grosso internacionalmente. Toda a publicação conta com diversas imagens que ilustram esses 17 anos do CI-<br />
PEM, importantes também para contar a história da evolução do setor madeireiro do Brasil.<br />
Fotos: divulgação<br />
24 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong>
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NOTAS<br />
RECONHECIMENTO<br />
PELO TRABALHO<br />
PRÊMIO REFERÊNCIA COMPLETA 19 ANOS<br />
COM A MISSÃO DE COLOCAR EM EVIDÊNCIA<br />
O SETOR FLORESTAL E MADEIREIRO<br />
O PRÊMIO REFERÊNCIA se consolidou como uma das principais<br />
premiações do setor florestal e madeireiro e chega em <strong>2021</strong> em sua 19ª<br />
edição, e sem perder em nada a sua essência: colocar em evidência as<br />
boas práticas do segmento. “Fazemos o prêmio porque é um serviço<br />
que prestamos ao segmento, como uma forma de valorizar, salientar e<br />
mostrar o trabalho dessas empresas que acreditam no nosso setor”, explicou<br />
o diretor comercial da JOTA EDITORA, Fabio Machado.<br />
A JOTA EDITORA é responsável pela publicação das revistas REFE-<br />
RÊNCIA FLORESTAL, REFERÊNCIA INDUSTRIAL, BIOMAIS, CELULOSE<br />
& PAPEL E PRODUTOS DE MADEIRA.<br />
Serão escolhidas dez empresas dos setores florestal, industrial da<br />
madeira e químico da celulose e papel que conseguiram destaque em suas atividades em <strong>2021</strong>, como o desenvolvimento<br />
de novas tecnologias e produtos, investimentos em instalações ou maquinário, entre outros.<br />
Vão ser levadas em conta para a definição das empresas vencedoras a opinião dos leitores e assinantes das Revistas<br />
REFERÊNCIAS e também o julgamento dos jornalistas, que compõem essas publicações.<br />
“Fazemos nossa premiação desde 2003. Isso faz com que o PRÊMIO REFERÊNCIA seja tradicional e conceituado<br />
dentro do mercado e muitas empresas querem ser lembradas quando fazem algo de destaque”, destacou Fabio Machado.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
NOVIDADES EM <strong>2021</strong><br />
O PRÊMIO REFERÊNCIA <strong>2021</strong> será realizado no dia 6 de dezembro, de forma online e ao vivo com público limitado<br />
devido a pandemia da Covid-19.<br />
A edição de <strong>2021</strong> terá como novidade a realização de um Workshop durante o evento, que irá contar com a presença<br />
de diversos especialistas no setor florestal e madeireiro para fazer uma análise do mercado nesse ano e prever<br />
o segmento para 2022. Além disso, a realização no dia 6 de dezembro abraça o Dia do Madeireiro, uma das profissões<br />
mais importantes dentro do setor.<br />
FAZEMOS O PRÊMIO<br />
PORQUE É UM SERVIÇO<br />
QUE PRESTAMOS AO SEGMENTO,<br />
COMO UMA FORMA DE<br />
VALORIZAR, SALIENTAR E<br />
MOSTRAR O TRABALHO DESSAS<br />
EMPRESAS QUE ACREDITAM NO<br />
NOSSO SETOR<br />
FABIO MACHADO, DIRETOR COMERCIAL<br />
DA JOTA EDITORA, REVISTA REFERÊNCIA<br />
26 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong>
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28 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong>
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PRINCIPALMENTE NA QUESTÃO TRIBUTÁRIA E CRIAR UM AMBIENTE<br />
QUE POSSA PRIVILEGIAR A GERAÇÃO DE EMPREGO, A RENDA E O<br />
CONSUMO. MAS A FORMA COMO ESSA MUDANÇA ESTÁ SENDO FEITA<br />
NO PL <strong>233</strong>7/<strong>2021</strong> É INACEITÁVEL POR AUMENTAR A CARGA TRIBUTÁRIA<br />
PARA QUEM INVESTE NA EMPRESA. ESSA NOVA REDAÇÃO DESESTIMULA<br />
O INVESTIMENTO E ATRAVANCA O DESENVOLVIMENTO DO PAÍS”<br />
ROBSON BRAGA DE ANDRADE, PRESIDENTE DA CNI<br />
(CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA)<br />
“HÁ<br />
UMA NÍTIDA<br />
SENSAÇÃO<br />
DE QUE AS<br />
CONDIÇÕES ATUAIS<br />
DA ECONOMIA<br />
EVOLUÍRAM ATÉ<br />
O MOMENTO,<br />
COLOCANDO O OLHAR<br />
DOS COMERCIANTES<br />
SOBRE A CRISE NO<br />
ESPELHO RETROVISOR.<br />
OUTROS FATORES<br />
REFORÇARAM ESSE<br />
ENTENDIMENTO, COMO<br />
O POSSÍVEL CENÁRIO DE<br />
MANUTENÇÃO DO EMPREGO,<br />
SEGUIDO DO CRESCIMENTO<br />
DA RENDA, BEM COMO,<br />
DOS ACRÉSCIMOS SOBRE O<br />
FATURAMENTO DO COMÉRCIO EM<br />
DECORRÊNCIA DO PAGAMENTO<br />
DA QUARTA PARCELA DO AUXÍLIO<br />
EMERGENCIAL”<br />
JOSÉ ROBERTO<br />
TADROS,<br />
PRESIDENTE<br />
DA CNC<br />
(CONFEDERAÇÃO<br />
NACIONAL DO<br />
COMÉRCIO DE<br />
BENS, SERVIÇOS E<br />
TURISMO)<br />
“O COPOM REITERA QUE PERSEVERAR NO<br />
PROCESSO DE REFORMAS E AJUSTES NECESSÁRIOS NA<br />
ECONOMIA BRASILEIRA É ESSENCIAL PARA PERMITIR<br />
A RECUPERAÇÃO SUSTENTÁVEL DA ECONOMIA. O<br />
COMITÊ RESSALTA, AINDA, QUE QUESTIONAMENTOS<br />
SOBRE A CONTINUIDADE DAS REFORMAS E<br />
ALTERAÇÕES DE CARÁTER PERMANENTE NO PROCESSO<br />
DE AJUSTE DAS CONTAS PÚBLICAS PODEM ELEVAR A<br />
TAXA DE JUROS ESTRUTURAL DA ECONOMIA”<br />
Foto: Marcos Corrêa/PR<br />
BRUNO SERRA FERNANDES, DIRETOR DE POLÍTICA MONETÁRIA DO<br />
BANCO CENTRAL<br />
“EMBORA CADA ESTADO POSSA<br />
TER SUA POLÍTICA FISCAL, ELAS TÊM<br />
QUE CONVERGIR, PORQUE QUEM SE<br />
DESALINHA MUITO ACABA COM JUROS<br />
MUITO ALTOS. TEM MECANISMOS<br />
DE AUTOCORREÇÃO QUE IMPÕEM<br />
DISCIPLINA PARA TODO MUNDO.<br />
ENTÃO O BRASIL DEVERIA IMAGINAR<br />
UMA APROXIMAÇÃO MAIOR, COM<br />
ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO”<br />
PAULO GUEDES, MINISTÉRIO DA<br />
ECONOMIA<br />
30 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong>
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ENTREVISTA<br />
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LOGÍSTICA<br />
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O<br />
Brasil é um dos maiores produtores de madeira do<br />
mundo e ao mesmo tempo onera as indústrias do setor<br />
com uma das maiores taxas de fretes do mercado.<br />
Essa equação diminui as margens de lucro e também a<br />
competitividade dos produtos nacionais internacionalmente.<br />
Grande parte desses altos custos estão atrelados a maioria<br />
da produção nacional ser escoada somente pelo modal rodoviário,<br />
em detrimento de outros modelos mais baratos como o ferroviário<br />
e o hidroviário. “Infelizmente desde a extração da madeira até o<br />
beneficiamento dela e o escoamento da produção ao consumidor<br />
ou para exportação é feito pelo modal rodoviário. Então essa longa<br />
distância encarece muito o frete e por consequência reduz a rentabilidade<br />
das indústrias”, explica Edeon Vaz, diretor-executivo do Movimento<br />
Pró Logística de Mato Grosso. O especialista em logística<br />
conversou com exclusividade à Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL.<br />
Foto: divulgação<br />
ENTREVISTA<br />
32 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong><br />
B<br />
razil is one of the largest timber producers globally, and,<br />
at the same time, it charges Sector companies one of the<br />
highest freight rates in the market. This equation decreases<br />
profit margins and decreases the competitiveness of domestic<br />
products internationally. These high costs are tied to most<br />
national production being transported only using road transport, to the<br />
detriment of cheaper modes such as rail and waterway. “Unfortunately,<br />
road transport is used to transport harvested timber to be processed<br />
and for product shipments to consumers or export. So, this long-distance<br />
road transport greatly increases freight and consequently reduces the<br />
profitability of industries,” explains Edeon Vaz Ferreira, Executive Director<br />
of the Mato Grosso Pro Logistics Movement. The logistics specialist<br />
spoke exclusively to REFERÊNCIA <strong>Industrial</strong>.<br />
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acompanhar a evolução dos equipamentos da<br />
Rotteng, com tecnologias modernas de corte,<br />
segurança e produtividade. Atualmente contamos<br />
com 4 equipamentos em nossas unidades e mais<br />
uma em processo de aquisição. Diferenciais como<br />
prazos, disponibilidade de peças de reposição e<br />
manutenção são essenciais para mantermos a<br />
parceria por anos. Agradecemos toda a equipe da<br />
Rotteng pela presteza e disponibilidade.<br />
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“Nós da FORT PALETES consideramos as<br />
destopadeiras pneumáticas da Rotteng o melhor<br />
custo x benefício do mercado. Alta produtividade<br />
e set up ágil são as características que mais se<br />
destacam desse equipamento. Buscamos<br />
segurança aos nossos colaboradores e<br />
encontramos na Rotteng e suas máquinas esse<br />
quesito que consideramos primordial em nossas<br />
operações. Nossa parceria já vem desde 2014 e a<br />
cada ano as máquinas são atualizadas e mais<br />
produtivas”.<br />
Marcelo Canozo<br />
Diretor <strong>Industrial</strong><br />
Com Set up rápido e de fácil manuseio, os<br />
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flexibilizam e otimizam os cortes de madeira, o<br />
que diminui o desperdício e aumenta a produção<br />
com qualidade e precisão nas medidas, além de<br />
atender as normas legais que garantem a<br />
segurança dos colaboradores. Esta parceria<br />
perdura há mais de 6 anos.<br />
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Diretor Industria do Grupo Embalatec<br />
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36 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong>
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COLUNA ABIMCI<br />
ANÁLISE CRÍTICA É FUNDAMENTAL<br />
PARA ENTENDIMENTO DO MERCADO<br />
ESCOLHAS ERRADAS DE UMA EMPRESA PODEM SER DETERMINANTES PARA O INSUCESSO<br />
DE DETERMINADAS AÇÕES<br />
Paulo Pupo<br />
Superintendente da Associação<br />
Brasileira da Indústria de Madeira<br />
Processada Mecanicamente<br />
Contato: abimci@abimci.com.br<br />
O DESAFIO CERTAMENTE<br />
ESTÁ EM MAPEAR O GRANDE<br />
CENÁRIO, SEM DEIXAR ESCAPAR OS<br />
DETALHES E AS PARTICULARIDADES<br />
DO NOSSO SETOR<br />
C<br />
om a realidade e consolidação de agendas<br />
no formato remoto e do aumento de<br />
opções disponíveis para busca de informações,<br />
tenho certeza que inúmeros dos<br />
estimados leitores dessa coluna concordam<br />
que, atualmente, temos um excesso de reuniões,<br />
workshops, congressos, somados à enxurrada de informações<br />
pelos mais diversos meios de comunicação. Fatos<br />
que dificultam a definição sobre quais atividades e informações<br />
virtuais devem ser prioridade.<br />
No entanto, o que pode ser ainda mais desafiador<br />
nesse universo de informações é encontrar clareza para<br />
filtrar o que realmente interessa a você e ao seu negócio.<br />
E talvez o mais crucial: como identificar as principais influências<br />
e tendências que podem afetar o desempenho da<br />
sua empresa? O que é relevante para o dia-a-dia do seu<br />
negócio? Como não se deixar influenciar por informações<br />
macros e engessadas? Assim, ter acesso a fontes confiáveis<br />
e que lhe darão subsídios específicos do mercado de<br />
atuação é um dos caminhos para medir a temperatura e<br />
tendências relacionadas ao seu produto ou serviço.<br />
Foto: divulgação<br />
A escolha errada de uma informação – ou ainda pior<br />
– a interpretação distorcida, sem observar a metodologia<br />
utilizada para chegar a uma análise, pode ser determinante<br />
para o sucesso ou não de uma decisão.<br />
O desafio certamente está em mapear o grande cenário,<br />
sem deixar escapar os detalhes e as particularidades<br />
do nosso setor. Há quase cinco décadas exercendo esse<br />
papel de gerador de informação levando em conta dados<br />
nacionais e internacionais que podem afetar os negócios<br />
das indústrias madeireiras, a ABIMCI tem atuado para<br />
coordenar de maneira estratégica a apuração dos dados<br />
e a entrega desses conteúdos às empresas associadas, e,<br />
consequentemente, ao mercado. Um trabalho constante,<br />
que exige cautela e responsabilidade.<br />
Dados e informações produzidos e publicados por<br />
uma entidade de representação nacional como a ABIMCI,<br />
que possui importante abrangência no mercado interno<br />
e no mercado externo, assim como em órgãos governamentais,<br />
federações nacionais e internacionais, entre outros,<br />
exigem todos os cuidados possíveis com o tratamento<br />
dessas informações. Por isso, o cuidado e a responsabilidade<br />
da ABIMCI na divulgação das informações.<br />
Já as informações, estudos e relatórios segmentados,<br />
como os de viabilidade de novos projetos ou com enfoque<br />
regional devem ser avaliados dentro do contexto nos<br />
quais foram desenvolvidos, levando em consideração o<br />
projeto ou região específicos.<br />
Ao analisarmos de forma macro as dinâmicas do mercado<br />
internacional, as questões comerciais e políticas nos<br />
principais mercados, barreiras tarifárias e, especialmente,<br />
as não-tarifárias, além de acompanhar permanentemente<br />
as decisões governamentais que afetam direta ou indiretamente<br />
o setor produtivo, a ABIMCI atua para interpretar<br />
e filtrar as informações que merecem atenção das empresas<br />
associadas. Na prática, cada um dos Comitês Setoriais<br />
da Associação é capaz de analisar os dados macro e<br />
relacioná-los às peculiaridades dos segmentos de cada<br />
produto.<br />
Ao ter essa visão transversal dos fatos e, principalmente,<br />
da cadeia produtiva da madeira, estamos mais<br />
preparados para enfrentar as adversidades e inovar. Seja<br />
a Abimci por meio de iniciativas institucionais, novas<br />
formas de representação e promoção da marca da madeira<br />
brasileira, na defesa de interesses ou no trabalho<br />
técnico; sejam as empresas readequando suas estratégias<br />
comerciais, de posicionamento ou desenvolvimento de<br />
produtos.<br />
38 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong>
PRINCIPAL<br />
PIONEIRA<br />
EM QUALIDADE<br />
EMPRESA COMPLETA 68 ANOS EM <strong>2021</strong> E CARREGA UMA<br />
HISTÓRIA DE INOVAÇÃO E ROBUSTEZ NOS EQUIPAMENTOS<br />
40 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong><br />
Fotos: divulgação
PIONEER IN<br />
QUALITY<br />
A COMPANY COMPLETES 68 YEARS IN<br />
<strong>2021</strong> AND HAS A HISTORY OF EQUIPMENT<br />
INNOVATION AND ROBUSTNESS<br />
ABenecke Irmãos & Cia Ltda completa 68 anos<br />
em setembro de <strong>2021</strong> e dentro dessa história<br />
duas palavras resumem toda a trajetória da<br />
empresa: Pioneirismo e Qualidade. A empresa<br />
é referência para o setor madeireiro na disponibilização<br />
ao mercado de equipamentos como caldeiras,<br />
estufas para madeira serrada, secadores de lâmina e uma linha<br />
chamada de “máquinas especiais” dentro da Benecke, isso<br />
por terem funções muito específicas no processo produtivo<br />
do beneficiamento da madeira. “O foco principal sempre foi<br />
a satisfação das necessidades do nosso cliente. A história vem<br />
da necessidade do segmento madeireiro, sendo que com a<br />
evolução tecnológica, fomos evoluindo junto. Ver equipamentos<br />
Benecke fabricados na década de 70 em atividade hoje,<br />
nos enche de orgulho. A longevidade de nossas máquinas<br />
marcam a nossa história, tudo isso é fruto de uma parceria<br />
muito grande entre empresa e cliente”, destaca o engenheiro<br />
Kurt Emil Benecke, Diretor-Presidente da empresa.<br />
A Benecke esta sediada em Timbó, região conhecida<br />
como Vale Europeu em Santa Catarina, em uma área total<br />
de 185.000 m² (metros quadrados) sendo destes 18.500 m²<br />
construídos o que possibilitou e possibilita a empresa ampliar<br />
a produção, sem perder a qualidade dos equipamentos<br />
ofertados ao mercado.<br />
Esses quesitos estão presentes na filosofia da qualidade<br />
da Benecke, que pontua: “A Excelência da Qualidade será<br />
alcançada através de melhorias contínuas dos nossos equipamentos,<br />
serviços, da produtividade e da competência<br />
profissional. A conquista de novos mercados representa a<br />
expansão da nossa organização, tendo como consequência,<br />
a satisfação das necessidades e expectativas dos clientes, colaboradores<br />
e direção”, relata o engenheiro Douglas Haake,<br />
Gerente <strong>Industrial</strong> da Benecke.<br />
A Benecke tem como tradição o processo verticalizado, ou<br />
seja, tudo o que é possível fazer dentro da empresa, será feito.<br />
Com destaque para os sistemas de ventilação, trocadores de<br />
calor, painéis elétricos e automação, todos estes itens têm<br />
desenvolvimento específico. Os ventiladores e exaustores<br />
são fabricados, balanceados e testados em túnel de vento,<br />
dentro da própria Benecke. “Quando falamos de solda, temos<br />
muito orgulho de mostrar nosso trabalho, todo o processo<br />
é validado e inspecionado. Para cada etapa de solda existe<br />
uma IT (Instrução de Trabalho), onde possuímos todos os<br />
parâmetros de regulagem dos equipamentos e preparação<br />
de material”, complementa o engenheiro Douglas.<br />
I<br />
n September <strong>2021</strong>, Benecke Irmãos & Cia Ltda.<br />
completes 68 years of history, and over these years,<br />
two words stand out: Pioneering and Quality. The<br />
Company is a mark in the Timber Sector for making<br />
equipment available to the market, such as boilers,<br />
drying kilns for sawn wood, veneer dryers, and a “special<br />
machines” line within Benecke so-called because they have<br />
particular functions in the production process of timber<br />
processing. “The main focus has always been to meet<br />
our customer’s needs. The Company’s history is based on<br />
the needs of the timber segment evolving together with<br />
technological advances. Seeing Benecke equipment manufactured<br />
in the 70s still in activity today fills us with pride.<br />
The longevity of our machines marks our history, all of which<br />
is the result of a very substantial relationship between the<br />
Company and its customers,” highlights Engineer Kurt Emil<br />
Benecke, Executive Director of the Company.<br />
Benecke is headquartered in Timbó, a region known<br />
as the European Valley in the State of Santa Catarina, on a<br />
total area of 185 thousand m², whereby the factory covers<br />
only 18.5 thousand m², which has enabled and enables the<br />
Company to quickly expand production without losing the<br />
quality of the equipment offered to the market.<br />
These requirements are present in Benecke’s philosophy<br />
of quality. “Quality Excellence is achieved through<br />
continuous improvements in our equipment, services,<br />
productivity, and professional competence. Furthermore,<br />
the conquest of new markets represents the expansion of<br />
our organization, resulting in the satisfaction of customer,<br />
employees, and management needs and expectations,”<br />
notes Engineer Douglas Haake, <strong>Industrial</strong> Manager.<br />
Benecke has the vertical process as a tradition, i.e.,<br />
everything that can be manufactured within the factory is<br />
manufactured in the factory. With the emphasis on ventilation<br />
systems, heat exchangers, electrical panels, and<br />
automation, these items have specific development activities.<br />
For example, the fans and hoods are manufactured,<br />
balanced, and tested in a wind tunnel within Benecke itself.<br />
“When we talk about welding, we are very proud to show<br />
our work; the whole process is validated and inspected. In<br />
addition, there is a Work Instruction (IT) for each welding<br />
step, where we set out all the parameters of equipment regulation<br />
and material preparation,” adds Engineer Haake.<br />
Currently, the Company is present on all continents,<br />
with more than 54 hundred machines in operation. “Benecke’s<br />
history is mostly built on the timber segment, which<br />
remains important because our portfolio includes specific<br />
equipment for this segment. However, because we are<br />
the manufacturer of several of the best boiler models on<br />
SETEMBRO <strong>2021</strong> 41
42 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong>
44 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong>
SETEMBRO <strong>2021</strong> 45
MARCENARIA<br />
46 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong>
MADEIRA<br />
QUILÔMETRO ZERO<br />
EXECUÇÃO DO PROJETO PIONEIRO NA ESPANHA CHAMA ATENÇÃO<br />
PELO MÉTODO APLICADO<br />
Fotos: divulgação<br />
SETEMBRO <strong>2021</strong> 47
MARCENARIA<br />
S<br />
abe o que são os materiais km zero? São<br />
todos aqueles que podem ser adquiridos<br />
diretamente no local sem ter passado<br />
por diferentes etapas de processamento<br />
ou tratamento com produtos tóxicos, e<br />
mais do que isso, que no final de sua vida<br />
útil possam ser devolvidos ao meio ambiente sem<br />
causar grandes danos ou impactos relevantes na<br />
paisagem natural.<br />
Mas de fato, o que significa construir com madeira<br />
quilômetro zero? Um estudo de caso que nos<br />
ajuda a responder a tal questionamento é o projeto<br />
The Voxel: uma cabana construída no Parque Natural<br />
de Collserola, em Barcelona, na Espanha, por estudantes,<br />
arquitetos e pesquisadores do Laboratório<br />
de Edifícios Ecológicos Avançados e Biocidades -<br />
MAEBB, do IAAC (Instituto de Arquitetura Avançada<br />
da Catalunha), Valldaura Labs. O The Voxel é uma<br />
cabana de 16m² (metros quadrados) construída a<br />
partir de uma estrutura de CLT (Madeira Laminada<br />
Colada) de pinho carrasco, extraído em um raio de<br />
menos de um quilômetro do lugar exato da obra:<br />
tendo crescido, sido cortado, seco, processado e<br />
prensado no local.<br />
Segundo os próprios autores do projeto, antes<br />
de mais nada, foi preciso conhecer os ciclos da floresta.<br />
Neste caso, a partir de um plano de gestão<br />
sustentável do Parque Natural de Collserola, foi<br />
possível compreender o tempo necessário para que<br />
a floresta pudesse crescer e produzir o volume de<br />
madeira a ser utilizado na construção da estrutura,<br />
levando em conta seu processo natural de reposição,<br />
o impacto na biodiversidade local e a quantidade<br />
de CO 2<br />
fixada pelas novas árvores que substituiriam<br />
aquelas utilizadas na construção.<br />
Após esta avaliação, 40 pinheiros foram cortados<br />
e transformados em tábuas de 3 cm (centímetros)<br />
de espessura, as quais foram então empilhadas<br />
e deixadas para secar naturalmente ao longo de<br />
3 meses. Quando atingiram o nível de umidade<br />
adequado, as tábuas foram transportadas para o<br />
Laboratório do Instituto de Arquitetura Avançada da<br />
Catalunha para então serem processadas. Depois<br />
de prontas, cada uma das tábuas foram catalogadas<br />
antes de serem prensadas e transformadas em painéis<br />
estruturais de madeira CLT, resultando em um<br />
volume total de 3,6 m 3 (metros cúbicos) de madeira.<br />
Cada elemento que saiu do laboratório contava<br />
com um código específico de rastreamento, permitindo<br />
saber a exata localização e as características<br />
O THE VOXEL É UMA<br />
CABANA DE 16M²<br />
CONSTRUÍDA A PARTIR DE UMA<br />
ESTRUTURA DE MADEIRA<br />
LAMINADA COLADA DE PINHO<br />
CARRASCO, EXTRAÍDO EM UM RAIO<br />
DE MENOS DE UM QUILÔMETRO DO<br />
LUGAR EXATO DA OBRA<br />
48 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong>
SETEMBRO <strong>2021</strong> 49
MADEIRA TRATADA<br />
DIVERSIDADE<br />
NA APLICAÇÃO<br />
50 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong>
ESPÉCIES COMO PINUS E<br />
EUCALIPTO ESTÃO ENTRE<br />
AS MAIS PROCURADAS;<br />
PROCESSOS DE TRATAMENTO<br />
E MANUTENÇÃO GARANTEM<br />
DURABILIDADE E RESISTÊNCIA<br />
PARA DIVERSAS APLICAÇÕES<br />
Fotos: divulgação<br />
As madeiras de plantio (também chamadas<br />
de madeiras de reflorestamento) oferecem<br />
resistência e durabilidade no mesmo<br />
padrão das madeiras nativas, além de sua<br />
característica inerente de sustentabilidade<br />
- motivos pelos quais têm se tornado uma excelente solução<br />
na construção civil. A afirmação não é somente um<br />
detalhe técnico, mas algo reconhecido pelo mercado.<br />
De acordo com a IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores),<br />
a indústria de base florestal fechou 2019 com US$<br />
10,3 bilhões de saldo na balança comercial, segundo<br />
melhor resultado dos últimos 10 anos. Atualmente, são<br />
cerca de 9 milhões de hectares de árvores plantadas,<br />
com espécies como eucalipto, pinus, araucária, paricá e<br />
teca.<br />
“Hoje a indústria de preservação de madeiras possui<br />
padrões de qualidade que garantem o ótimo desempenho<br />
de seus produtos, inclusive para estruturas de<br />
edifícios com base em madeira de reflorestamento”,<br />
explica o gerente comercial da Montana Química, Silvio<br />
Lima, multinacional brasileira especialista em proteção,<br />
tratamento e preservação de madeira.<br />
Todos esses benefícios vêm com as vantagens estéticas<br />
e de conforto que a madeira oferece. Por exemplo,<br />
se antes pensávamos em encontrar a proteção superior<br />
contra brocas, cupins e umidade era uma exclusividade<br />
de madeiras de matas nativas, o cenário mudou por<br />
conta de técnicas e tratamentos aplicados na madeira<br />
SETEMBRO <strong>2021</strong> 51
MADEIRA TRATADA<br />
de plantio. Tanto dentro do processo industrial, quando<br />
essas madeiras são submetidas a impregnação de<br />
preservativos com funções preventivas contra xilófagos,<br />
quanto nas etapas de construção, dentro do canteiro de<br />
obras ou nas residências com a utilização de acabamentos<br />
com funções preventivas para madeira.<br />
Lima explica que, antes de mais nada, para escolha<br />
da melhor madeira a ser utilizada em um projeto, é<br />
importante entender qual será a sua condição de uso.<br />
“Com essa informação podemos definir qual a melhor<br />
madeira, produtos e processos que deverão ser utilizados,<br />
conferindo ao projeto a segurança, conforto e qualidade<br />
necessários”, pontua Silvio Lima.<br />
Existem hoje no Brasil normas técnicas da ABNT<br />
(Associação Brasileira de Normas Técnicas), como a NBR<br />
16.143 (Categorias de Uso), que apoiam os usuários e<br />
profissionais do setor para que eles possam fazer as melhores<br />
escolhas para seus projetos.<br />
O segredo não está apenas no tratamento industrial,<br />
mas também na manutenção e no acabamento, com<br />
produtos que, além de garantir visual superior às superfícies,<br />
também contribuem com a proteção. “Com tratamento<br />
industrial e manutenção corretos, uma madeira<br />
que poderia durar de quatro a cinco anos pode passar a<br />
ter uma vida útil de 15 a 20 anos, e dependendo da aplicação,<br />
até mesmo 30 anos”, finaliza Silvio Lima.<br />
COM TRATAMENTO<br />
INDUSTRIAL E<br />
MANUTENÇÃO CORRETOS, UMA<br />
MADEIRA QUE PODERIA DURAR<br />
DE 4 A 5 ANOS PODE PASSAR A<br />
TER UMA VIDA ÚTIL DE 15 A 20<br />
ANOS<br />
SILVIO LIMA, GERENTE COMERCIAL<br />
DA MONTANA QUÍMICA<br />
52 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong>
CHAMPANHE, PEROBA IPÊ E TECA<br />
Madeiras densas e duradouras, utilizadas quando<br />
necessitamos de mais resistência mecânica e<br />
contra elementos do clima, como sol e chuva.<br />
São boas opções para pilares, decks e outras<br />
estruturas, principalmente em ambientes externos.<br />
Ipê é uma das variedades mais empregadas.<br />
F<br />
SETEMBRO <strong>2021</strong> 53
EXPORTAÇÃO<br />
CARGA<br />
PESADA<br />
Fotos: divulgação<br />
54 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong>
CNI E 34 EMPRESAS E ASSOCIAÇÕES<br />
INDUSTRIAIS REUNIRAM 11 PROPOSTAS<br />
DE AÇÕES PARA MITIGAR OS CUSTOS E<br />
DIFICULDADES LOGÍSTICAS<br />
SETEMBRO <strong>2021</strong> 55
EXPORTAÇÃO<br />
O<br />
setor produtivo brasileiro está sendo<br />
duramente impactado com os efeitos<br />
da crise no comércio internacional,<br />
que se iniciou com a pandemia de<br />
Covid-19, mas vem se agravando<br />
mesmo com os avanços na contenção do vírus<br />
pelo mundo.<br />
A desorganização sem precedentes nesse<br />
mercado, que foi atingido por congestionamentos<br />
nos portos, falta de contêineres e valores de frete<br />
excessivamente altos, levou a CNI (Confederação<br />
Nacional da Indústria), em conjunto com empresas<br />
e associações do setor produtivo, a propor ao<br />
governo uma agenda de 11 ações para mitigar os<br />
custos e gargalos logísticos do comércio exterior,<br />
no curto e longo prazo.<br />
Entre as propostas estão a ampliação do monitoramento,<br />
transparência e divulgação de estatísticas<br />
do comércio exterior brasileiro; a conclusão da<br />
implantação do Portal Único de Comércio Exterior<br />
e da Janela Única Aquaviária; e a divulgação da<br />
Resolução Normativa nº 18, da ANTAQ (Agência<br />
Nacional de Transportes Aquaviários), que trata<br />
dos direitos e deveres dos usuários de transportes<br />
aquaviários, dos agentes intermediários e das empresas<br />
de navegação.<br />
Esta agenda de propostas é resultado do<br />
webinar e de levantamento realizados pela CNI,<br />
no mês de julho, que discutiu o contexto atual e<br />
as perspectivas para o transporte internacional<br />
de contêineres e contou com a participação de<br />
representantes de diferentes segmentos do setor<br />
industrial brasileiro.<br />
Os participantes fizeram relatos sobre como as<br />
questões de transparência e de equilíbrio estão<br />
afetando o comércio exterior. Mais de 70%, dos<br />
128 participantes, sofreram com a falta de contêineres<br />
ou de navios e 96% observaram um aumento<br />
no valor do frete de importação, enquanto 76%<br />
nas exportações<br />
O documento com as 11 propostas foi enviado<br />
na segunda-feira (16) ao secretário de Advocacia<br />
da Concorrência e Competitividade do Ministério<br />
da Economia, Geanluca Lorenzon; ao secretário<br />
Nacional de Portos e Transportes Aquaviários do<br />
Ministério da Infraestrutura, Diogo Piloni; e ao<br />
diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery. Constam<br />
como signatários do ofício 34 entidades de diversos<br />
setores, tais como máquinas e equipamentos,<br />
papel e celulose, veículos e autopeças, dentre<br />
outros.<br />
A DESORGANIZAÇÃO SEM<br />
PRECEDENTES NESSE<br />
MERCADO, QUE FOI ATINGIDO POR<br />
CONGESTIONAMENTOS NOS PORTOS,<br />
FALTA DE CONTÊINERES E VALORES DE<br />
FRETE EXCESSIVAMENTE ALTOS<br />
CNI (CONFEDERAÇÃO NACIONAL<br />
DAS INDÚSTRIAS)<br />
56 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong>
AGÊNCIA REGULADORA<br />
• Avançar na implementação da Resolução<br />
Normativa Antaq 18/2017;<br />
• Ampliar o monitoramento, transparência e<br />
divulgação de estatísticas do comércio exterior<br />
brasileiro;<br />
• Padronizar as taxas cobradas pelos terminais<br />
portuários;<br />
• Eliminar a cobrança do escaneamento de<br />
contêineres.<br />
O EXECUTIVO<br />
• Concluir a implantação do Portal Único de<br />
Comércio Exterior;<br />
• Implantar o projeto de Janela Única Aquaviária;<br />
• Publicar os Decretos presidenciais de não renovação<br />
dos acordos bilaterais de reserva de carga no<br />
transporte marítimo com a Argentina e o Uruguai;<br />
• Priorizar a agenda de transferência ao setor privado<br />
das administrações portuárias públicas;<br />
• Avançar na definição das poligonais dos portos<br />
públicos.<br />
O LEGISLATIVO<br />
• Aprovar o PL nº 4.199/2020 (BR do Mar);<br />
• Dar condições para a ANTAQ estabelecer preço<br />
teto ao serviço de praticagem (PL 4.392/2020).<br />
SETEMBRO <strong>2021</strong> 57
ARTIGO<br />
INTERNET OF<br />
THINGS (IOT)<br />
E AS PROFUNDAS<br />
MODIFICAÇÕES NOS<br />
PROCESSOS INDUSTRIAIS<br />
Fotos: divulgação<br />
TOMÁZ, MÁRCIO RAONNI<br />
DE SANTANA<br />
INTERNET OF THINGS (IOT) E AS PROFUNDAS<br />
MODIFICAÇÕES NOS PROCESSOS INDUSTRIAIS.<br />
REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO<br />
DO CONHECIMENTO. ANO 05, ED. 04, VOL. 06, PP.<br />
134-150. ABRIL DE 2020. ISSN: 2448-0959<br />
58 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong>
O<br />
RESUMO<br />
presente artigo trata de uma apresentação<br />
sucinta sobre a grande influência<br />
que a IoT vem causando nas cadeias<br />
industriais, mostra também o contexto<br />
de um futuro próximo a respeito da aplicação<br />
dessa tecnologia. Objetivo é alinhar as expectativas<br />
de crescimento do mercado com a utilização<br />
da tecnologia para automatização dos processos. O<br />
estudo aponta alguns conceitos e expõe a inovação<br />
de acordo com as necessidades iminentes das estruturas<br />
mercadológicas. São relatadas também algumas<br />
dificuldades do mercado brasileiro se comparado a<br />
outros mais desenvolvidos, no que diz respeito à implementação<br />
desse aporte tecnológico. A pesquisa<br />
deixa claro os conceitos negativos bem como a resistência<br />
de algumas corporações para a aceitação de<br />
uma mudança significativa em sua metodologia de<br />
produção. Além disso, é ressaltado a importância das<br />
companhias alinharem-se com os novos modelos de<br />
controle e gestão de seus produtos, a fim de se manterem<br />
competitivas no mercado.<br />
Palavras-chave: Indústrias, tecnologias, processos, IoT, internet das<br />
coisas.<br />
SETEMBRO <strong>2021</strong> 59
ARTIGO<br />
INTRODUÇÃO<br />
A popularização da internet, desde meados do século<br />
XXI, em conjunto com potencial tecnológico, aumentaram<br />
significativamente os níveis de produção industrial. Para<br />
atender a essa demanda de crescimento exponencial,<br />
novas técnicas surgiram para se ter uma maior automatização<br />
nos processos industriais, a fim de que esse crescimento<br />
em larga escala pudesse ser atendido sem que os<br />
serviços e produtos perdessem a sua qualidade (Lima &<br />
Pinto, 2019).<br />
Nesse contexto de inovações tecnológicas e necessidade<br />
das organizações, o surgimento do conceito de<br />
IoT (do inglês, Internet of Things), trouxe às indústrias as<br />
ferramentas ideais para atender a essa revolução. Trata-se<br />
de uma infraestrutura que permite uma comunicação, conectando<br />
o virtual ao real, criando um controle smart nos<br />
mais variados processos de uma sociedade. Essa forma<br />
de conectividade é usada para fundir a comunicação com<br />
objetos reais do mundo físico e seus dados vinculados a<br />
uma saída e visualização através da internet (Colombo &<br />
Filho, 2018).<br />
Essa revolução tecnológica, aliada às necessidades<br />
das grandes corporações, fez surgir o que se chama hoje<br />
de Indústria 4.0, concepção criada para designar a ação da<br />
IoT e suas grandes implicações nas metodologias de produção<br />
(Beccarin, 2018).<br />
Com relação a esses novos paradigmas, o presente<br />
artigo foi criado com o intuito de apresentar as profundas<br />
e ricas atribuições que a IoT vem trazer para essa era industrial.<br />
Esse assunto é de grande relevância, uma vez que<br />
trata não somente de um futuro próximo, mas também<br />
se refere, já nos dias atuais, ao cotidiano de muitas redes<br />
fabris e corporativas.<br />
Inicialmente o artigo buscou uma fundamentação<br />
teórica sobre os modelos de produções industriais, procurando<br />
apontar o cenário de maior necessidade e a partir<br />
desse ponto foram inseridas as definições e aplicações da<br />
Internet das coisas para melhorias dos processos e cadeias<br />
de produção.<br />
1. JUSTIFICATIVA<br />
Em uma era tecnológica que se preza muito mais pela<br />
rapidez de processos sem perda de qualidade, os conceitos<br />
de eficiência e eficácia são largamente mencionados<br />
em diversos setores industriais, seja em indústrias alimentícias,<br />
transportes, de serviços, etc.<br />
A busca por um sincronismo entre rapidez e qualidade<br />
em um mundo cada vez mais consumista e globalizado<br />
elevou a responsabilidade tecnológica a uma medida de<br />
provisão nesse contexto. É analisando esse ambiente que<br />
o presente artigo se justifica.<br />
2. REFERENCIAL TEÓRICO<br />
2.1 PRODUÇÃO EM MASSA NAS INDÚSTRIAS<br />
O modelo de produção em massa, conhecida também<br />
pela expressão inglesa make-to-stock, traz a ideia<br />
de uma produção de suficiência, pois o intuito é produzir<br />
uma quantidade necessária para ter sempre um produto<br />
disponível nos estoques, em consequência disso, há uma<br />
diminuição nos prazos de entrega para fornecedores ou<br />
clientes (Machado Cruz, 2016).<br />
A produção seriada ou em massa, como também é<br />
chamada, surgiu em meados do século XX. O responsável<br />
por esse modelo, Henry Ford, foi quem deu início a<br />
implementação desse sistema na linha de montagem,<br />
60 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong>
combinando com um processo de divisão de trabalho,<br />
tendo um maior controle e organização para alcançar os<br />
altos volumes de produção a um custo reduzido (Machado<br />
Cruz, 2016).<br />
Na atualidade, os princípios dos modelos de Ford estão<br />
ainda sendo irradiados em larga escala, porém o que<br />
acontece dentro das grandes corporações é que se produz<br />
muito mais em menos tempo, tornando vantajoso um sistema<br />
de controle rigoroso que proporcione uma garantia<br />
de eficiência (Coelho, 2015).<br />
Com a adoção dessa prática tornaram previsível o<br />
grande atendimento das demandas industriais, existindo<br />
um controle burocrático para manter a organização. Além<br />
das estratégias documentais, existe a especialização das<br />
tarefas por parte dos colaboradores que se aperfeiçoam<br />
em funções específicas (Machado Cruz, 2016).<br />
Com o aumento do fluxo de entrada/saída nos estoques<br />
e nas linhas de produções consequente desse tipo<br />
de modelo, os processos passaram a carecer de uma<br />
administração sistemática e automatizada que atenda<br />
a grande escala de itens e materiais fabricados. Essa necessidade<br />
é um resultado intrínseco do largo consumo e<br />
da grande evolução tecnológica vivenciada pelas grandes<br />
empresas (Matos, 2017).<br />
A BUSCA POR UM<br />
SINCRONISMO ENTRE<br />
RAPIDEZ E QUALIDADE EM UM<br />
MUNDO CADA VEZ MAIS<br />
CONSUMISTA E GLOBALIZADO<br />
ELEVOU A RESPONSABILIDADE<br />
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SETEMBRO <strong>2021</strong> 61
ARTIGO<br />
Nesse contexto evolutivo, as empresas passaram a<br />
adaptar as suas técnicas a um controle com menos ação<br />
humana e a utilização de ferramentas que propiciem uma<br />
organização mais satisfatória. Nesse tipo de ambiente é<br />
indispensável o monitoramento/controle de produtos, e<br />
é com essa finalidade que a IoT tem se apropriado das cadeias<br />
industriais, oferecendo visibilidade em tempo real e<br />
automatização sistêmica dos processos (Matos, 2017).<br />
A IOT É UMA REDE DE<br />
UTENSÍLIOS FÍSICOS<br />
QUE ANEXAM EM SUA<br />
INFRAESTRUTURA SENSORES E<br />
SOFTWARES, INTEGRANDO<br />
OUTRAS FERRAMENTAS PARA<br />
FAZER UMA CONEXÃO E TROCA<br />
DE INFORMAÇÕES<br />
2.2 O SURGIMENTO DA IOT<br />
No ano de 1999, Kevin Ashton popularizou o termo<br />
Internet das Coisas e 10 anos depois escreveu um artigo: A<br />
Coisa da Internet das Coisas; para um meio de comunicação<br />
da época chamado de RFID Jornal. De acordo com ele,<br />
a capacidade da rede estava em torno de 50 Penta Bytes<br />
de dados acumulados em gravações, registros e reprodução<br />
de imagens (Ashton, 2009).<br />
Naquela época, já existia uma previsão a respeito do<br />
atendimento das demandas com compressão do tempo,<br />
já se imaginava uma conexão entre pessoas e coisas de<br />
maneiras variadas através da internet. A captação de<br />
dados e de informações fazia parte de um modelo a ser<br />
adotado no futuro, segundo Ashton, que visualizava ainda<br />
a criação de ferramentas para otimizar tempo e recursos.<br />
A visão desse grande inovador já fazia uma prévia que a<br />
utilização de tais ferramentas e modelos seria uma revolução<br />
sem precedentes para o mundo que se conhecia na<br />
década de 90 (Ashton, 2009).<br />
O legado documentado e previsto por Ashton está presente<br />
nos dias atuais, onde se vive uma era de integração<br />
e conectividade grandiosa, relacionando dados e informações<br />
entre dispositivos diversos através da internet (Leite;<br />
Matins; Ursini, 2017).<br />
2.3 DEFINIÇÃO IOT<br />
A Internet das Coisas (IoT) é uma rede de utensílios<br />
físicos que anexam em sua infraestrutura sensores e<br />
softwares, integrando outras ferramentas com intuito de<br />
fazer uma conexão e troca de informações com outros<br />
dispositivos conectados a uma rede pela internet. Os equipamentos<br />
e dispositivos podem ser de diferentes tipos de<br />
objetos, como domésticos comuns ou ferramentas industriais<br />
aprimoradas. Acredita-se que existem atualmente<br />
7 bilhões de equipamentos IoT conectados, esse número<br />
62 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong>
tende a aumentar para 10 bilhões até 2020 e 22 bilhões<br />
em 2025 (Oracle, 2019).<br />
Em resumo, nos processos de negócios industriais,<br />
a IoT está atrelada de forma a integrar esses modelos,<br />
tornando uma relação de troca de informações e dados<br />
do ambiente de forma autônoma, existindo a junção da<br />
comunicação física e real, automatizando o sistema e diminuindo<br />
a intervenção humana (Zabadal & Castro, 2017).<br />
Existem diversas definições diferentes para IoT, porém<br />
o alvo e o objetivo da tecnologia são unânimes a todos<br />
os autores. Trata-se da relação entre diversos Hardwares<br />
que se comunicam uns com os outros com sinal de rádio<br />
frequência, armazenando informações úteis para determinadas<br />
tarefas (Zabadal & Castro, 2017).<br />
Segundo Zabadal e Castro (2017), a arquitetura é formada<br />
basicamente por 4 elementos: energia, sensores,<br />
processamento e comunicação. Abaixo segue uma descrição<br />
resumida desses componentes.<br />
Energia: é preciso uma alimentação elétrica para os<br />
dispositivos. Comumente, consistem em energia elétrica,<br />
porém podem ser utilizadas outras formas de energias,<br />
como a solar, por exemplo, ou até mesmo baterias.<br />
Sensores: faz o contato do ambiente onde está presente<br />
com o objeto real pertencente àquela localidade.<br />
Monitoram grandezas físicas como, temperatura, umidade,<br />
movimentação, pressão, etc.<br />
Processamento: é formada por uma memória embutida<br />
que é responsável pelo armazenamento dos dados<br />
coletados pelos sensores, esses dados são tratados e<br />
normalmente descarregados em uma base de dados ou<br />
plataforma que decifrarão e os utilizarão em concordância<br />
com a necessidade de uma organização.<br />
Comunicação: Consiste em um meio de conexão<br />
que pode ser realizado com ou sem fio. A comunicação<br />
geralmente é feita com a utilização de sinal RF (Rádio<br />
Frequência) que manda ou excita para receber um sinal de<br />
resposta com os dispositivos comunicantes.<br />
2.4 IOT INDUSTRIAL<br />
IoT industrial (IIoT) alude ao uso dessa tecnologia a<br />
meios industriais, principalmente quando relacionada à<br />
instrumentação, sensores e hosts que contemplem tecnologias<br />
em nuvem. Atualmente, as corporações utilizam<br />
uma comunicação recíproca entre maquinas (M2M) para<br />
obtenção de uma conexão wireless. Porém com as evoluções<br />
tecnológicas e a chegada do armazenamento em<br />
nuvem, tornou-se possível o surgimento de uma nova camada<br />
de automação, criando assim, metodologias novas<br />
para os mais atuais modelos de negócios. Nesse contexto<br />
a IIoT passou a ser chamada por muitos de quarta revolução<br />
industrial ou Industria 4.0 (Oracle, 2019).<br />
Ainda, de acordo com Oracle (2019), existem algumas<br />
aplicações do IIoT nos parques industriais:<br />
• Oficina Inteligente<br />
• Manutenção Preventiva<br />
• Redes Elétricas Inteligentes<br />
• Cidades Inteligentes<br />
• Logística Conectada e Inteligente<br />
• Cadeias de Suprimentos Digitais e Inteligentes<br />
Na IoT existe a camada operacional, essa camada contempla<br />
a digitalização de dados nos processos industriais.<br />
A utilização da Internet das Coisas é responsável pela<br />
conexão das informações de equipamentos vinculados a<br />
internet (Venturelle, 2018).<br />
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NOVEMBRO<br />
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MERCADO CADA VEZ MAIS TRATA COMO FUNDAMENTAL QUE AS EMPRESAS<br />
SE PREOCUPEM COM PAUTAS SOCIAIS,AMBIENTAIS E ECONÔMICAS<br />
S<br />
e antes os fatores por trás do fracasso de uma<br />
empresa estavam muito associados a questões<br />
econômicas, agora, com a mudança de comportamento<br />
da sociedade, os aspectos sociais<br />
ou ambientais de uma organização tornaram-<br />
-se extremamente importantes para o sucesso e a solidez<br />
de qualquer companhia. Empresas que não contam com<br />
propósitos visíveis, tornam-se referências negativas ao seu<br />
público-alvo. De acordo com uma pesquisa realizada pela<br />
Union e Webster, 87% da população brasileira prefere adquirir<br />
produtos e serviços de empresas sustentáveis. Mas,<br />
como promover a sustentabilidade nas empresas?<br />
De modo geral, toda empresa precisa priorizar objetivos<br />
sociais, ambientais e econômicos. Quando falamos<br />
sobre questões ambientais nas empresas, por exemplo,<br />
precisamos ter em mente as boas práticas internas de redução<br />
e reutilização de insumos, a reciclagem no descarte<br />
e a redução do consumo de energia e de água. Desta<br />
forma, é muito comum que as companhias correlacionem<br />
os seus objetivos com a agenda 2030 da ONU (Organização<br />
das Nações Unidas), documento criado em 2015,<br />
centrado em 17 objetivos para formar uma sociedade<br />
globalmente sustentável. Esses objetivos reúnem temas<br />
como fome, pobreza, educação, igualdade, clima, consumo,<br />
entre outros.<br />
A relevância dessas metas traçadas pelas empresas<br />
está muito conectada a sua sobrevivência no mercado.<br />
Se os aspectos sociais ou ambientais de uma organização<br />
não são claros para todos os clientes, fornecedores,<br />
entidades governamentais, colaboradores e outros stakeholders,<br />
a sua empresa pode se tornar uma referência<br />
negativa no mercado.<br />
Para que uma empresa se posicione como socialmente<br />
responsável, é preciso conhecimento, realização de<br />
EMPRESAS QUE<br />
TRAÇARAM AÇÕES DE<br />
SUSTENTABILIDADE, A LONGO<br />
PRAZO, CONSEGUEM COLHER<br />
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POR<br />
ERICK RODRIGUES<br />
COORDENADOR DA QUALIDADE E MEIO AMBIENTE<br />
DA FUCHS, FABRICANTE DE LUBRIFICANTES E<br />
PRODUTOS RELACIONADOS<br />
autoanálise social (quem são os funcionários, entorno,<br />
clientes), ambiental (aspectos e impactos significativos),<br />
recursos e boa intenção. Além disso, o conhecimento é a<br />
chave para otimizar as ações sociais e ambientais.<br />
Desta forma, é importante que as ações sociais, depois<br />
de traçadas pelas companhias, sejam organizadas<br />
para facilitar sua replicação em outras unidades. Aos poucos,<br />
é possível promover o autoconhecimento para potencializar<br />
ações internas e externas dentro das empresas.<br />
Lembrando que, essas diretrizes funcionam em caráter de<br />
orientação e dependem de engajamento de toda a cadeia<br />
a fim de promover o impacto desejado.<br />
Empresas que traçaram ações de sustentabilidade, a<br />
longo prazo, conseguem colher resultados muito positivos.<br />
Existem impactos menos mensuráveis como os sociais,<br />
mas, alguns como o de sustentabilidade ambiental,<br />
por exemplo, podem ser medidos com mais facilidade.<br />
Ao entrar no detalhe de cada ação, a diferença está no<br />
planejamento. Quando a decisão de agir é tomada, é necessário<br />
definir se trata de uma ação pontual ou contínua,<br />
se a iniciativa busca o engajamento máximo e está direcionada<br />
a quem mais precisa de fato. Isso não somente<br />
ajuda na motivação de participar, como permite, no final<br />
de um período, medir de fato o que foi alcançado.<br />
O tamanho do Brasil conta com a vantagem de atrair<br />
empresas multinacionais, o que possibilita um nivelamento<br />
do tema por meio do “intercâmbio de especialização”.<br />
De fato, está cada vez mais comum as organizações criarem<br />
uma estrutura interna para focar em sustentabilidade.<br />
Quando uma empresa se dispõe a mapear os aspectos e<br />
impactos, os colaboradores e a sociedade como um todo<br />
são afetados por meio do consumo racional de recursos,<br />
que, automaticamente, criam uma gama de efeitos<br />
que estão interrelacionados. O papel dessa estrutura é<br />
estudar esse inter-relacionamento direto ou indireto. A<br />
questão da sustentabilidade nas empresas comprova<br />
que, além de potencializar ganhos econômicos, também<br />
auxilia na reputação, conhecimento e evolução como<br />
empresa.<br />
66 referenciaindustrial.com.br SETEMBRO <strong>2021</strong>
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