You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
NOTAS<br />
INSTABILIDADE<br />
O IIE-BR (Indicador de Incerteza da Economia) da<br />
Fundação Getulio Vargas subiu 14,3 pontos em<br />
setembro, para 133,9 pontos, o maior nível desde<br />
março de 2021. Segundo análise do IBRE/FGV (Instituto<br />
Brasileiro de Economia), comparando-se à<br />
série histórica anterior à pandemia de covid-19, período<br />
em que foram registrados níveis inéditos de<br />
incerteza no Brasil e no mundo, este seria o segundo<br />
maior nível de incerteza, ficando abaixo apenas<br />
de setembro de 2015, quando o indicador alcançou<br />
136,8 pontos. “Entre os fatores que contribuíram<br />
para a alta estão as diversas crises do momento<br />
– política, institucional e hídrica, o cenário fiscal<br />
indefinido, a inflação ascendente e dúvidas remanescentes<br />
quanto à pandemia que injetaram uma<br />
dose adicional de incerteza no mês. Com todos<br />
esses choques, dificilmente o indicador convergirá<br />
para a (já elevada) média 2015-2019 em 2021, como<br />
parecia ser possível alguns meses atrás”, afirmou,<br />
em nota, a economista do IBRE/FGV, Anna Carolina<br />
Gouveia. Segundo o estudo, os dois componentes<br />
do indicador de incerteza caminharam no mesmo<br />
sentido em setembro. “O componente de mídia<br />
subiu 14,2 pontos, para 132,6 pontos, maior nível<br />
desde agosto de 2020, uma contribuição de 12,4<br />
pontos para o índice agregado. O componente de<br />
expectativas, que mede a dispersão das previsões<br />
para os 12 meses seguintes, subiu 8,8 pontos, para<br />
125 pontos, maior nível desde abril, contribuindo<br />
de forma positiva em 1,9 ponto para a evolução na<br />
margem do IIE-Br”, informou a FGV.<br />
Foto: divulgação<br />
PIB<br />
A nova projeção do BC (Banco Central) para o crescimento<br />
da economia em 2021 ficou praticamente<br />
estável. A estimativa para a expansão do PIB (Produto<br />
Interno Bruto) – a soma de todos os bens e<br />
serviços produzidos no país – passou de 4,6% para<br />
4,7%. A informação consta do Relatório de Inflação,<br />
publicação trimestral do BC, divulgada no fim de<br />
setembro. Segundo o órgão, a projeção depende<br />
da continuidade do esfriamento da pandemia de<br />
covid-19, da diminuição dos níveis de incerteza<br />
econômica ao longo do tempo e da manutenção<br />
do regime fiscal de controle das contas públicas.<br />
Entretanto, há fatores que restringem o ritmo de<br />
recuperação no segundo semestre deste ano e<br />
durante o ano seguinte. Na semana passada, o<br />
COPOM (Comitê de Política Monetária) do BC elevou<br />
novamente a taxa básica de juros, a Selic, para<br />
6,25% ao ano, mantendo a trajetória mais contracionista<br />
da política monetária para conter o avanço da<br />
inflação. As informações utilizadas para a projeção<br />
também já incluem os preços mais elevados da<br />
energia elétrica em razão da crise hídrica, mas não<br />
contemplam cenário de restrições diretas ao consumo<br />
de eletricidade. Outros riscos apresentados<br />
pelo BC são a própria evolução da pandemia, que<br />
segue sendo monitorada, e ações que piorem as<br />
expectativas sobre a trajetória fiscal, “que podem<br />
pressionar as avaliações de risco e a confiança dos<br />
agentes, com impactos negativos, possivelmente<br />
defasados, sobre a atividade econômica e os investimentos<br />
em particular”.<br />
Por outro lado, segundo o BC, os indicadores econômicos<br />
recentes sugerem continuidade da evolução<br />
positiva da atividade doméstica, com recuperação<br />
robusta do crescimento da economia ao longo<br />
do segundo semestre.<br />
Foto: divulgação<br />
16 referenciaindustrial.com.br OUTUBRO 2021