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*Revista VOi 190

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entrevista<br />

Muitas vezes se confunde timidez como sendo uma pessoa reservada.<br />

Acontece isso contigo também?<br />

Sempre tive muito amor para dar, sempre quis receber, mas nem isso sabia<br />

administrar direito, me fechava, às vezes por medo, às vezes por vergonha.<br />

Meu apelido era marrentinha. Quando vejo alguém introvertido,<br />

antes de pensar que a pessoa é metida, estranha, a primeira pergunta que<br />

me faço é: qual será o sentimento ou fato que essa pessoa não está sabendo<br />

administrar? E fico com uma vontade muito grande de ajudar. Quando<br />

estava neste cenário da minha vida, com quem tinha intimidade, dava um<br />

jeito de arrancar risadas, com comentários ou caretas. Quem não tinha intimidade<br />

comigo, jamais imaginaria que tinha herdada a comédia do meu<br />

irmão.<br />

Em que momento decidiu ser jornalista?<br />

Quantas vezes já nos envolvemos em conflitos ou nos colocamos em situações<br />

complicadas por falha de comunicação? Foi o momento em que<br />

decidi fazer jornalismo. Uma trajetória acadêmica que me marcou muito,<br />

cresci ainda mais como pessoa e profissional. Aprendi a importância da<br />

fala, da interpretação, do cuidado e respeito com a identidade/imagem do<br />

outro. Uma fala pode mudar para melhor ou pior a vida de alguém. Sem<br />

esperar, apareceu a oportunidade de apresentar um programa ao vivo em<br />

estúdio, em que também gravava semanalmente nas ruas, o que me permitia<br />

estar com o meu público, conhecê-lo pessoalmente. Graças a todo o<br />

conteúdo que as artes e o jornalismo me trouxeram, apresentava e improvisava<br />

ao vivo com segurança, entendia e valorizava a troca com o público<br />

conseguindo ser a cada dia uma versão melhor de mim, ensinando e<br />

aprendendo, vendo arte e Deus em tudo. Ficou definido o meu propósito.<br />

Ficou entendido até a ordem das profissões: primeiro aprendi a sentir com<br />

a arte, depois aprendi a falar com o jornalismo e então aprendi a demonstrar<br />

e receber como apresentadora.<br />

Como foi seu início de carreira?<br />

A minha primeira faculdade foi o curso de Direito. Entrei com 17 anos,<br />

cursei quatro semestres no Unileste (Centro Universitário do Leste de Minas).<br />

Já sonhava cursar Artes Cênicas, mas ouvia que não era da família de<br />

famosos, que era preciso ter dinheiro para ter um sobrenome famoso. Então<br />

acabei me boicotando ao dar ouvidos a isso. Cursei Direito e participei<br />

de concursos de Miss, ganhei títulos municipais, estadual e nacional. Fiz<br />

um concurso público e comecei acreditar mais em mim, não conseguia<br />

me ver como advogada, promotora ou juíza, não era feliz. Então decidi ir<br />

atrás desse sonho de infância. Transferi o curso de Direito para o Rio de<br />

Janeiro e tentei conciliar as carreiras, ainda com medo de não dar certo<br />

nas artes. Em resumo, o início foi difícil e me exigiu muita coragem. Tinha<br />

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OUTUBRO 2021<br />

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