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Entrevista: Biomassa de microalgas na obtenção de energia vira realidade<br />

COMBUSTÍVEL<br />

DO FUTURO<br />

MERCADO SE DESTACA<br />

NA PRODUÇÃO DE<br />

MÁQUINAS E SOLUÇÕES<br />

PARA A INDÚSTRIA DE<br />

PELLETS DE MADEIRA<br />

ECONOMIA<br />

COP 26 TRAZ ALERTAS SOBRE<br />

NECESSIDADE DO INVESTIMENTO<br />

EM FONTES RENOVÁVEIS<br />

PELO MUNDO<br />

ONDAS GIGANTES SURGEM COMO POTENCIAL DE<br />

FONTE RENOVÁVEL DE ENERGIA


HÁ UMA DÉCADA, ESPECIALIZADA EM<br />

TRANSFORMAR BIOMASSA EM<br />

ENERGIA TÉRMICA<br />

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SUMÁRIO<br />

06 | EDITORIAL<br />

Presente e futuro<br />

08 | CARTAS<br />

10 | NOTAS<br />

16 | ENTREVISTA<br />

20 | PRINCIPAL<br />

26 | PELO MUNDO<br />

Ondas douradas<br />

30 | MERCADO<br />

Diversidade elétrica<br />

34 | INOVAÇÃO<br />

Energia do futuro<br />

38 | EVENTO<br />

Prêmio REFERÊNCIA<br />

46 | ECONOMIA<br />

50 | ARTIGO<br />

56 | AGENDA<br />

58 | OPINIÃO<br />

Floresta em pé, solução para o<br />

Brasil em um novo perfil jurídico<br />

04 www.REVISTABIOMAIS.com.br


EDITORIAL<br />

Na capa deste mês é estampado<br />

maquinário da Biobrax para produção<br />

de pellets de madeira<br />

PRESENTE<br />

E FUTURO<br />

C<br />

om os olhos do mundo apontados para a necessidade de frear o aquecimento global, a busca<br />

por fontes renováveis de energia se coloca como obrigatória para o presente. E dentre esses<br />

novos combustíveis, os pellets de biomassa aparecem como uma excelente opção para as<br />

indústrias conseguirem formas mais econômicas e sustentáveis para alimentar os processos<br />

fabris. Referência nesse setor, a Biobrax atua desde 2018 para oferecer soluções e maquinários para empresas<br />

que desejam utilizar os pellets como fonte de combustível. Nesta edição, você também irá conferir uma<br />

entrevista sobre um projeto inovador para a utilização de biomassa de algas marinhas para a obtenção de<br />

energia, além de matérias sobre inovação, mercado e muito mais. Tenha uma excelente leitura!<br />

EXPEDIENTE<br />

ANO VIII - EDIÇÃO 48 - DEZEMBRO 2021<br />

Diretor Comercial<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

(fabiomachado@revistabiomais.com.br)<br />

Diretor Executivo<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

(bartoski@revistabiomais.com.br)<br />

Redação<br />

Jorge de Souza<br />

(jornalismo@revistabiomais.com.br)<br />

Dep. de Criação<br />

Fabiana Tokarski - Supervisão<br />

Crislaine Briatori Ferreira - Gabriela Bogoni<br />

Larissa Purkotte - (criacao@revistareferencia.com.br)<br />

Mídias Sociais<br />

Cainan Lucas<br />

Representante Comercial<br />

Dash7 Comunicação - Joseane Cristina Knop<br />

Dep. Comercial<br />

Gerson Penkal - Jéssika Ferreira - Tainá Carolina Brandão<br />

(comercial@revistabiomais.com.br)<br />

Fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Dep. de Assinaturas<br />

Pedro Moura<br />

(assinatura@revistabiomais.com.br) - 0800 600 2038<br />

ASSINATURAS<br />

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A REVISTA BIOMAIS é uma publicação da JOTA Editora<br />

Rua Maranhão, 502 - Água Verde - Cep: 80610-000 - Curitiba (PR) - Brasil<br />

Fone/Fax: +55 (41) 3333-1023<br />

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Veículo filiado a:<br />

A REVISTA BIOMAIS - é uma publicação bimestral e<br />

independente, dirigida aos produtores e consumidores de<br />

energias limpas e alternativas, produtores de resíduos para<br />

geração e cogeração de energia, instituições de pesquisa,<br />

estudantes universitários, órgãos governamentais, ONG’s,<br />

entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />

ligados ao segmento. A REVISTA BIOMAIS não se<br />

responsabiliza por conceitos emitidos em matérias, artigos,<br />

anúncios ou colunas assinadas, por entender serem estes<br />

materiais de responsabilidade de seus autores. A utilização,<br />

reprodução, apropriação, armazenamento de banco de dados,<br />

sob qualquer forma ou meio, dos textos, fotos e outras<br />

criações intelectuais da REVISTA BIOMAIS são terminantemente<br />

proibídas sem autorização escrita dos titulares dos<br />

direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />

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CARTAS<br />

CAPA<br />

O mundo inteiro está atento a importância de trocar os combustíveis fósseis por fontes<br />

renováveis. Por isso, o trabalho das indústrias e empresas que fomentam o uso da biomassa<br />

precisa ser muito divulgado e aplaudido!<br />

Alexandre Biega – Franca (SP)<br />

Foto: divulgação<br />

ENTREVISTA<br />

O Governo precisa urgentemente apoiar as empresas que querem investir em energia limpa, ainda mais com a crise<br />

energética que estamos vivendo.<br />

Mário Coimbra – Divinópolis (MG)<br />

MERCADO<br />

Da mesma forma que são cobradas, as empresas que seguem as leis ambientais e fomentam boas práticas precisam<br />

ser valorizadas pela sociedade.<br />

Felipe Barcki – Santarém (PA)<br />

PELO MUNDO<br />

Bitcoin é o presente e o futuro da economia mundial. Quem saiu na frente nessa<br />

mineração já está aproveitando muito bem os lucros.<br />

Adriano Wosniak – Pelotas (RS)<br />

Foto: divulgação<br />

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na<br />

mí<br />

energia<br />

biomassa<br />

dia informação<br />

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Publicações Técnicas da JOTA EDITORA<br />

08 www.REVISTABIOMAIS.com.br


NOTAS<br />

PARQUE EÓLICO<br />

A 2W Energia, uma das principais plataformas de energia renovável<br />

do país, recebeu do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico)<br />

parecer permanente para o parque eólico Anemus Wind, no Rio Grande<br />

do Norte. Com isso, o complexo está apto a operar a partir de setembro<br />

de 2022. Localizado nos municípios de Currais Novos e São Vicente, no<br />

Rio Grande do Norte, o complexo será uma planta de geração de energia<br />

limpa e renovável, com 138,6 MW (megawatts) de capacidade instalada. A<br />

energia gerada será destinada, principalmente, aos clientes da divisão de<br />

varejo da 2W, composta por pequenas e médias empresas que buscam a<br />

migração ao mercado livre de energia. O complexo terá 33 aerogeradores<br />

com potência nominal de 4,2 MW cada, com 147 de diâmetro dos rotores<br />

e a altura das torres de 125m (metros) acima do solo, modelo que traz<br />

melhor aproveitamento dos recursos eólicos da região. O início da geração<br />

de energia no Complexo Eólico Anemus está previsto para o segundo<br />

semestre de 2022.<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação<br />

PROJETO TRANSFORMAÇÃO<br />

A ENGIE Brasil Energia, por meio das Usinas Hidrelétricas Salto Santiago e Salto Osório, realizou a quarta edição do TransformAção:<br />

transformando a relação das pessoas com a energia. O projeto tem por finalidade estimular o protagonismo de estudantes<br />

das escolas municipais, estaduais e particulares localizadas nos municípios do entorno. A metodologia propôs às escolas e colégios<br />

implantarem projetos através dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) definido pela ONU (Organização das Nações<br />

Unidas). Os ODS são um conjunto de 17 objetivos que visam garantir um futuro sustentável do planeta, através de metas e indicadores<br />

específicos. Nesta edição, 48 escolas e colégios do Paraná inscreveram seus projetos, dos quais nove foram escolhidos como<br />

finalistas para Salto Santiago e oito para Salto Osório. No ano, o TransformAção mobilizou 6.137 alunos, 940 profissionais da equipe<br />

pedagógica, 4.755 familiares de alunos e 24.260 membros da comunidade. As finalistas foram selecionadas pelos seguintes critérios:<br />

histórico, objetivos, abrangência e os beneficiários, inovação social, melhoria, criatividade, mobilização, e a sustentabilidade para<br />

perpetuação. A ENGIE premiará todos os finalistas com valores em dinheiro, de acordo com a sua colocação na categoria, e neste ano<br />

também acontecerá o reconhecimento de projeto com maior percepção de Inovação Social por usina, onde os vencedores ganharão<br />

um prêmio adicional. O projeto acontece em<br />

parceria com o SESI Paraná, e a Solenidade de<br />

Premiação acontecerá pelo Canal do Portal TM<br />

TV no YouTube, nos dias 30 de novembro para<br />

os projetos de Salto Santiago e 1º de dezembro<br />

para os projetos de Salto Osório. Além<br />

disso, durante o Congresso Sesi ODS, nos dias<br />

24 e 25 de novembro, aconteceu a entrega<br />

dos prêmios Sesi Peça por Peça, que reconhece<br />

iniciativas que favorecem a transformação<br />

do ambiente escolar para alcance do ODS 04<br />

– Educação de Qualidade, desenvolvidas nos<br />

municípios paranaenses. Na ocasião, 5 escolas<br />

participantes do TransformAção também<br />

foram reconhecidas.<br />

10 www.REVISTABIOMAIS.com.br


GÁS METANO<br />

Em acordo proposto pelos EUA (Estados Unidos da América),<br />

o Brasil se comprometeu a reduzir em 30% as emissões de<br />

gás metano. Em 2020, o País foi responsável pela emissão de<br />

20,2 milhões de toneladas, sendo 72% da agropecuária, 16% de<br />

resíduos e 9% de mudança de uso da terra. A grande questão<br />

é que o metano é 25 vezes mais nocivo que o CO2 (gás carbônico),<br />

o que deve levar a uma consideração mais efetiva sobre<br />

a redução deste gás de efeito estufa para fins de cumprimento<br />

das metas estabelecidas no Acordo de Paris, incluindo também<br />

o setor de resíduos. Segundo o 6º Relatório (AR6) do IPCC (Painel<br />

Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), que teve o<br />

relatório do seu 1º Grupo de Trabalho publicado recentemente,<br />

há grande preocupação com o aquecimento Global, como incêndios<br />

florestais, inundações e elevação da temperatura e do nível<br />

do mar, apontando que o planeta Terra aquecerá 1,5 graus até<br />

2040, com fortes efeitos inclusive no Brasil. O mesmo relatório<br />

indica emissões insustentáveis de GEE (Gases do Efeito Estufa),<br />

mensurados em toneladas equivalentes de CO2, e parte deles são<br />

provenientes do metano gerado pela disposição de resíduos no<br />

meio ambiente. O 5º Relatório do IPCC já apontava que as usinas<br />

de recuperação energética (Waste-to-Energy) são a forma mais<br />

eficaz para mitigação dos gases de efeito estufa dos Resíduos<br />

Sólidos Urbanos. A ABREN (Associação Brasileira de Recuperação<br />

Energética de Resíduos) concorda com os resultados do relatório<br />

e propõe que os resíduos sejam usados como combustível para<br />

gerar energia. O Ministério do Meio Ambiente e o Ministério<br />

do Desenvolvimento Regional calculam que a região nordeste<br />

destina 4,4 milhões de ton/ano aos lixões e 4,3 milhões a aterros<br />

controlados, e a região sudeste destina 3,6 milhões de ton/ano<br />

de RSU aos lixões e 5,3 milhões de ton/ano para aterros controlados.<br />

Vale destacar que os 13 países com uma taxa de tratamento<br />

térmico de resíduos sólidos urbanos superior a 25% do total<br />

gerado estão também entre os 16 primeiros no Índice de Saúde e<br />

Bem-Estar do Fórum Econômico Mundial. A instalação de usinas<br />

de recuperação energética de resíduos permite incomensuráveis<br />

benefícios à saúde da população.<br />

Foto: divulgação<br />

TRANSMISSÃO<br />

Entraram em operação no final do mês de novembro, a<br />

linha de transmissão em 500 kV Presidente Juscelino/Pirapora<br />

2, circuito 2 e demais equipamentos associados nas subestações<br />

Presidente Juscelino e Pirapora 2. Os empreendimentos<br />

agregam um aporte valioso ao repasse da energia elétrica<br />

gerada nas regiões norte e nordeste para o restante do país.<br />

O empreendimento, sob concessão da Mantiqueira Transmissora<br />

do grupo CYMI, foi licitado no Leilão de Transmissão n°<br />

5/2015, promovido pela ANEEL (Agência Nacional de Energia<br />

Elétrica). O início da operação comercial da linha de transmissão<br />

é considerado especialmente oportuno neste período de<br />

escassez hídrica, uma vez que contribuirá para o escoamento<br />

da energia proveniente da Usina Hidrelétrica de Belo Monte<br />

e das geradoras eólicas e solares fotovoltaicas localizadas no<br />

nordeste. O incremento na transmissão, espera-se, colaborará<br />

para a recomposição dos níveis de armazenamento dos<br />

reservatórios das regiões sudeste, centro-oeste e sul durante<br />

o período chuvoso, e também para o uso otimizado deste recurso<br />

durante os períodos secos, com reflexos para a diminuição<br />

da tarifa de energia elétrica dos consumidores. Segundo<br />

estimativas iniciais, em fase de validação pelo ONS (Operador<br />

Nacional do Sistema), a linha de 177 km (quilômetros) localizada<br />

no norte de Minas Gerais permite o incremento de 800<br />

MWm (megawatts-médios) na transferência de energia – que<br />

supririam com sobra, por exemplo, a grande Florianópolis<br />

(SC) - demanda de 530 MWm). A linha Presidente Juscelino/<br />

Pirapora 2, circuito 2 viabiliza a efetiva integração da linha de<br />

transmissão 500 kV Presidente Juscelino/Janaúba circuitos<br />

1 e 2 e demais equipamentos associados nas subestações<br />

Presidente Juscelino e Janaúba 3 à operação do Sistema interligado<br />

Nacional. A linha de transmissão 500 kV Presidente<br />

Juscelino/Janaúba 3 circuitos 1 e 2 pertence a concessão da<br />

Equatorial Transmissora.<br />

Foto: divulgação<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

11


NOTAS<br />

SOL FORTE<br />

Segundo pesquisa da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica),<br />

a instalação de placas solares teve um crescimento de quase 50%<br />

no primeiro semestre de 2021. Com luzes cada vez mais intensas sobre<br />

o setor, o Brasil ultrapassou a marca histórica de 10 GW (gigawatts) de<br />

potência operacional da fonte fotovoltaica, em usinas de grande porte<br />

e em pequenos e médios sistemas instalados em telhados, fachadas e<br />

terrenos, de acordo com a ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia<br />

Solar Fotovoltaica). O cenário otimista ainda traz investimentos, da<br />

ordem de R$ 4,8 bilhões, e cerca de 15 mil profissionais trabalhando<br />

na área. É claro que, neste universo em expansão, muitas empresas<br />

têm crescido exponencialmente, como a Entec Solar, que neste mês<br />

comemora suas bodas de madeira oferecendo diferentes modelos de<br />

negócios, ofertas de instalação, modernos equipamentos e serviços de<br />

primeira linha em termos de manutenção. Com sede em Curitiba (PR),<br />

a empresa comemora seus cinco anos com mais de 800 obras realizadas<br />

em todos os estados do país. Com cinco filiais e mais de 150 agentes autorizados, realizando projetos e instalações de placas solares<br />

em residências, empresas, comércios, propriedades rurais e indústrias, e uma frota própria composta de três caminhões, duas carretas e<br />

14 veículos pertencentes às equipes técnicas, por semana, ela faz com que 20 brasileiros, no mínimo, sejam autossuficientes em gerar a<br />

própria energia. E as luzes sobre a Entec Solar estão tão fortes que os sócios-diretores Tiago Sarneski, Fernanda Pereira e Jessé Silva viram<br />

as cifras do faturamento nos primeiros seis meses deste ano aumentarem 370%, em comparação com igual período do ano passado, um<br />

reflexo do número de projetos de maior porte. Devido à alta demanda, até o fim deste ano, a companhia paranaense avalia faturar R$ 30<br />

milhões, valor 76,4% maior do que a receita alcançada em 2020. Do faturamento exclusivo com marketing digital, focado na venda de<br />

cursos, em 2017 e 2018, a empresa atingiu a marca de 3 mil alunos em 2019 e hoje conta, além dos treinamentos, com os mais variados<br />

projetos de sistema de energia solar fotovoltaica, os quais são cada vez mais procurados por causa das altas taxas da conta de luz e do<br />

barateamento dos equipamentos solares. “De janeiro a junho deste ano, tivemos 281 novos projetos, enquanto, nesse mesmo período,<br />

em 2020, foram 116, um salto de 326%”. Com isso, as projeções da empresa, para 2022, são de, no mínimo, 30% de crescimento, fechando<br />

com R$ 60 milhões e 160 postos de trabalho. Entre os próximos passos, destaque para a abertura de um novo escritório da Entec na<br />

cidade de Campinas (SP), que já conta, inclusive, com seis colaboradores in loco.<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação<br />

ESTAGNAÇÃO<br />

A empresa de pesquisa energética, ligada ao governo federal,<br />

apresentou os dados relacionados ao consumo de energia<br />

elétrica na rede de distribuição. Essa avaliação é feita anualmente<br />

para estimar o quanto a capacidade de geração de energia<br />

precisa crescer, em uma década, para atender a demanda.<br />

Segundo esses dados, o país não atingiu o plano de aumentar a<br />

produção de energia nos últimos 10 anos. Em meio à pior seca<br />

dos últimos 90 anos, o Brasil enfrenta uma séria crise energética<br />

o que faz com que os indicadores não sejam tão positivos. O parque<br />

de geração atual de energia elétrica tem 10 GW (gigawatts)<br />

a menos de capacidade do que o previsto. Para se ter uma<br />

ideia, a Usina de Itaipu, no Paraná, tem 14 GW de capacidade instalada. Diante da crise e do receio de desabastecimento, o país precisou<br />

importar energia e utilizar termelétricas mais caras, o que impacta diretamente no consumidor, que viu as tarifas aumentarem significativamente<br />

ao longo do ano. De acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria, esse aumento também terá um reflexo<br />

negativo no PIB, que deve ter queda de 0,11% em comparação a 2020.<br />

12 www.REVISTABIOMAIS.com.br


COM LUZ<br />

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque,<br />

descartou qualquer risco de desabastecimento elétrico<br />

ou de apagão no país, por conta da crise hídrica dos<br />

reservatórios. Durante a inauguração do laboratório do<br />

Centro de Pesquisas de Energia Elétrica da Eletrobras,<br />

em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, o ministro<br />

disse que o país atravessa a pior crise hídrica dos últimos<br />

90 anos, com falta de chuvas nos principais reservatórios.<br />

Mas ressaltou que o setor elétrico soube trabalhar<br />

para superar o problema. Bento Albuquerque também<br />

falou sobre a possibilidade de construção de uma<br />

quarta usina nuclear no país, para se somar às que já<br />

estão em funcionamento em Angra dos Reis, no litoral<br />

sul do Rio de Janeiro. Ele não definiu, no entanto, onde<br />

seria construída a nova usina, mas garantiu que será de<br />

uma nova geração, menor, mais eficiente e mais segura<br />

que as atuais. O novo centro de pesquisas, chamado<br />

Laboratório de Smart Grids, inaugurado pelo ministro,<br />

nesta sexta-feira, é um dos primeiros do gênero no país<br />

e recebeu investimentos da ordem de R$ 20 milhões. A<br />

previsão é de que ajude nas pesquisas e prestação de<br />

serviços às empresas do setor de energia, contribuindo<br />

para o avanço tecnológico brasileiro.<br />

Foto: divulgação<br />

USINAS EÓLICAS<br />

EXPANDEM CAPACIDADES<br />

As usinas eólicas constituem neste momento 20,1 GW<br />

(gigawatts) de potência instalada, respondendo por 11,11%<br />

da matriz energética brasileira. A expansão da capacidade<br />

instalada de energia elétrica a partir de fonte eólica no Brasil<br />

chegou a 3.051,29 MW (megawatts) em 2021, considerando-<br />

-se os dados referentes a novembro. É o maior incremento<br />

dessa fonte observado desde 2014, quando 2.786 MW foram<br />

liberados pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica)<br />

para operação comercial no país. Em 2021, a capacidade<br />

instalada até o momento é de 6.436,11 MW, sendo 3.051,29<br />

MW (47,41%) a partir de fonte eólica, 2.038,91 MW (31,68%)<br />

proveniente de termelétricas, 1.252,17 MW (19,46%) de<br />

usinas solares fotovoltaicas e 89,22 MW (1,39%) de pequenas<br />

centrais hidrelétricas.<br />

A meta de expansão da geração em 2021, de 4.790,4 MW,<br />

foi ultrapassada pela ANEEL em setembro. Durante este ano,<br />

foram inauguradas ou reabertas usinas em 20 estados das<br />

cinco regiões do país. Os estados com maior acréscimo na<br />

capacidade de geração foram Rio Grande do Norte, Bahia e<br />

Rio de Janeiro. Há 69 usinas em operação em teste, 17 delas<br />

desde outubro. Outras informações sobre o acompanhamento<br />

da expansão da oferta de geração estão disponíveis em<br />

painéis interativos em https://bit.ly/3D8k6Ql<br />

Foto: divulgação<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

13


NOTAS<br />

PLANTIO<br />

Com a presença de ministros de Estado, do governador do Paraná, prefeitos e parceiros da região oeste do Estado, a Itaipu<br />

Binacional comemorou no início de dezembro o plantio da 24ª milionésima árvore na margem brasileira da usina. A marca coroa os<br />

esforços de restauração florestal que a empresa iniciou em 1979 e a colocam como referência mundial em cuidados ambientais.<br />

Para o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, não se trata de um ato simbólico, uma vez que a Itaipu efetivamente plantou<br />

24 milhões de árvores. Ele, que liderou a missão brasileira à COP 26 (Conferência Mundial do Clima), lembrou dos desafios que o<br />

mundo enfrenta: a necessidade de produzir energia limpa, recuperar a biodiversidade e sequestrar os gases de efeito estufa. “E é<br />

uma satisfação muito grande ver que a Itaipu Binacional faz tudo isso ao mesmo tempo”, enfatizou.<br />

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, destacou a Itaipu como referência na aplicação dos princípios ESG (Meio<br />

Ambiente, Social e Governança, em inglês): a governança permite à empresa estabelecer recordes de produtividade e garantir o<br />

abastecimento mesmo em tempos de seca; o social se traduz em programas não apenas para pessoas em vulnerabilidade, mas<br />

também na geração de emprego e melhorias na infraestrutura regional; e o cuidado ambiental fica evidente no cuidado com a restauração<br />

florestal, por exemplo. E destacou o pioneirismo da Itaipu em temas urgentes da agenda internacional, como a transição<br />

energética (a substituição dos combustíveis fósseis por renováveis). “Costumo dizer que a transição energética começou no Brasil<br />

há 50 anos, com a Itaipu, as usinas nucleares e o Proálcool”, afirmou Bento.<br />

O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, falou sobre a importante contribuição da Itaipu para a promoção da<br />

sustentabilidade no estado. Recente relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) sobre a<br />

aplicação dos princípios da Agenda 2030 da ONU aponta o Paraná como exemplo de desenvolvimento sustentável. “A sustentabilidade<br />

faz parte do DNA da Itaipu. E esse trabalho inspirou outras empresas, como a Copel e Sanepar, a também atuarem com essa<br />

visão”, compara o governador, lembrando que o estado tem 94% da geração de energia ligada à fonte hídrica.<br />

O diretor-geral brasileiro da Itaipu, general João Francisco Ferreira, lembrou que os esforços de restauração florestal da Itaipu<br />

estão diretamente ligados ao negócio da empresa. Isso porque a conservação dos ecossistemas contribui para a preservação da<br />

água e para a longevidade do reservatório, assegurando a produção de energia para o Brasil e para o Paraguai no longo prazo. Ele<br />

também destacou o reconhecimento do programa O Homem e a Biosfera, da Unesco, que em 2019 incluiu as áreas protegidas da<br />

Itaipu na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.<br />

A cerimônia realizada no CRV (Centro de Recepção de Visitantes) da Itaipu marca o encerramento da campanha comemorativa<br />

da marca de 24 milhões de árvores plantadas pelo lado brasileiro da binacional. A iniciativa envolveu os empregados da empresa,<br />

comunidades e autoridades da região. Porém, como enfatizou o general Ferreira, “o trabalho de restauração continua e será realizado<br />

enquanto a Itaipu existir.”<br />

Foto: Sara Cheida Itaipu Binacional<br />

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ENTREVISTA<br />

Foto: divulgação<br />

ENTREVISTA<br />

ANDRÉ<br />

BELLIN<br />

MARIANO<br />

Formação: Doutor em Ciências –<br />

Bioquímica, pelo departamento de<br />

Bioquímica e Biologia Molecular da<br />

UFPR (Universidade Federal do Paraná),<br />

Farmacêutico com Habilitação em<br />

Análises Clínicas e Indústria pela UFPR.<br />

Cargo: Professor Adjunto do Dep.<br />

Engenharia Elétrica da UFPR, do curso de<br />

pós graduação em Engenharia e Ciência<br />

dos Materiais da UFPR e Cofundador<br />

do NPDEAS-UFPR (Núcleo de Pesquisa<br />

e Desenvolvimento em Energia<br />

Autossustentável), em que atua como<br />

pesquisador e gestor.<br />

PESQUISA<br />

PELO FUTURO<br />

A<br />

s universidades brasileiras são grandes celeiros para o fomento de tecnologias fundamentais<br />

para o crescimento da indústria e da geração de empregos. E na UFPR<br />

(Universidade Federal do Paraná) um projeto pode ser uma excelente alternativa<br />

para a geração de energia, utilizando biomassa de microalgas como combustível.<br />

“Recentemente licenciamos essa tecnologia para uma empresa e se alguma prefeitura ou<br />

consórcio de municípios interessado em tratar os resíduos sólidos usando essa tecnologia<br />

de produzir eletricidade, ela já está disponível no mercado”, explica o professor da UFPR e<br />

cofundador do NPDEAS-UFPR, André Bellin Mariano. O professor conversou com exclusividade<br />

à Revista BIOMAIS sobre o projeto e abaixo segue a entrevista na íntegra:<br />

16 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Como foi iniciado o projeto das microalgas na<br />

UFPR (Universidade Federal do Paraná)?<br />

O trabalho começou em 2007, quando professores<br />

da UFPR submeteram um projeto para o CNPq (Conselho<br />

Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico)<br />

para o desenvolvimento de uma planta para o cultivo de<br />

microalgas na universidade. A ideia era criar um projeto<br />

de prédio autossustentável em energia elétrica a partir<br />

da biomassa. Em um primeiro momento os pesquisadores<br />

pensaram em usar biogás, fazendo o tratamento de<br />

todos os efluentes e resíduos da universidade para gerar<br />

energia elétrica. O cálculo mostrou que a densidade<br />

energética do biogás ia ser insuficiente, então começou-se<br />

a buscar uma outra forma de produção rápida de<br />

biomassa, de forma sustentável, para gerir a energia do<br />

prédio. Naquele momento os pesquisadores entenderam<br />

que essa fonte seria as microalgas e entrei no projeto<br />

seis meses depois do início. Ajudei no desenvolvimento<br />

e na construção do prédio e dos primeiros reatores. Toda<br />

literatura científica estava apontando as microalgas como<br />

o futuro da produção de energia renovável. As microalgas<br />

são organismos unicelulares e podem duplicar o<br />

número de células em apenas 3h30 (horas). A gente já<br />

conseguiu fazer esse processo em 8h e esse crescimento<br />

dela permite a criação de uma biomassa uniforme, com<br />

composição interessante de óleo. Isso motivou o início<br />

do processo. No decorrer do projeto, percebemos que<br />

não era tão fácil produzir microalgas e obter esses altos<br />

teores, eram apenas em algumas condições específicas<br />

que as microalgas produziam muito óleo e as algas que<br />

produzem muito óleo não têm grande produtividade em<br />

biomassa. Em função disso, fomos fazendo várias adaptações<br />

na nossa tecnologia e desenvolvemos fotobiorreatores<br />

tubulares compactos, que são equipamentos com<br />

8m (metros) de altura e 3,5 km (quilômetros) de tubos<br />

transparentes, onde as microalgas circulam e crescem,<br />

fazendo fotossíntese e absorvendo CO2 (gás carbônico)<br />

da atmosfera. Ao final de 15 dias, conseguimos coletar<br />

esse material. Ou seja, a safra da microalga dura até 15<br />

dias, dependendo das condições, porque já conseguimos<br />

produzir as microalgas em três dias. Então o grupo foi se<br />

especializando nesse cultivo e a microalga que a gente<br />

mais utiliza é nativa aqui de Curitiba (PR), sendo assim<br />

acostumada com o clima da região, e estamos fazendo<br />

vários estudos para disponibilizar essa tecnologia. Por<br />

exemplo, a produção de biodiesel a partir das microalgas<br />

e estamos fazendo outras pesquisas complementares,<br />

como a produção de petróleo a partir das microalgas,<br />

extraindo hidrocarbonetos em frações semelhantes ao<br />

diesel, querosene e gasolina. Isso é todo uma nova linha<br />

de pesquisa que estamos desenvolvendo.<br />

Com o desenvolvimento do projeto, quais outros<br />

usos para as microalgas foram descobertos?<br />

Produzimos muita biomassa, mas ainda sobra o<br />

resíduo, que tem muito valor no mercado, pelos teores<br />

de proteína, carboidratos e sais minerais. Então fizemos<br />

parcerias com grupos de pesquisa da universidade e<br />

foram desenvolvidos indutores de crescimento vegetal.<br />

As nossas microalgas foram utilizadas em estudos para<br />

o desenvolvimento de tomates orgânicos, com registro<br />

de maior crescimento na raiz e no caule ainda na fase de<br />

germinação, permitindo frutos mais doces. Outras aplicações<br />

da biomassa são na alimentação de animais, com<br />

aplicação em rações para peixes e cachorros. Fizemos<br />

um estudo e demonstramos que nossa ração diminuiu<br />

colesterol e triglicerídeos nos cães e proteção a danos no<br />

DNA aos peixes. O único problema nosso para ter a sustentabilidade<br />

energética no prédio é a escala. Não temos<br />

muito espaço para cultivar, a gente tem atualmente um<br />

pátio com 400m2 (metros quadrados), tornando difícil<br />

construir todas as unidades necessárias para o projeto.<br />

Então procuramos outras formas de obter essa sustentabilidade<br />

energética com as microalgas e encontramos<br />

no tratamento de resíduos sólidos urbano. Construímos<br />

uma planta para incinerar esses resíduos, cuja emissão é<br />

tratada pelas microalgas e o calor desse processo é usado<br />

para gerar vapor que alimenta uma usina termoelétrica.<br />

Dessa forma estamos produzindo eletricidade de forma<br />

distribuída, fazendo o tratamento dos resíduos sólidos<br />

e diminuindo as emissões de gases poluentes devido a<br />

absorção das microalgas. Em paralelo, a gente buscou<br />

formas de produzir microalgas sem gastar recursos. Elas<br />

precisam de nutrientes como nitrogênio e fósforo e para<br />

não depender da indústria química, nós criamos uma<br />

A ideia era criar um<br />

projeto de prédio<br />

autossustentável em<br />

energia elétrica a partir<br />

da biomassa<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

17


ENTREVISTA<br />

tecnologia de tratamento de efluentes da agroindústria<br />

como fonte de nutrientes para as microalgas. Nosso modelo<br />

consiste em buscar efluentes como esterco e urina<br />

suína em uma fazenda de Castro (região dos Campos Gerais,<br />

no Paraná) e fazemos a biodigestão, com o efluente<br />

sendo usado como fonte de nutrientes nos fotobiorreatores.<br />

Dessa forma, ao final do processo a gente vai obter a<br />

biomassa da microalga e também água tratada, que pode<br />

ser utilizada na alimentação animal ou transformada<br />

em água potável. Patenteamos essa tecnologia no Brasil<br />

e nos EUA (Estados Unidos da América) e atualmente<br />

temos um sistema para purificação de biogás usando as<br />

microalgas para fixar CO2 e esse é um dos sistemas mais<br />

produtivos de biomassa, porque estamos fornecendo CO2<br />

para produção de biomassa concentrada. Recentemente<br />

nós licenciamos essa tecnologia para uma empresa e se<br />

alguma prefeitura ou consórcio de municípios interessado<br />

em tratar os resíduos sólidos usando essa tecnologia<br />

de produzir eletricidade, ela já está disponível no<br />

mercado.<br />

Qual a importância do fomento da pesquisa nas<br />

universidades brasileiras para descobertas como o<br />

projeto das microalgas?<br />

A importância de incentivar o desenvolvimento de<br />

energias sustentáveis dentro das universidades é fundamental<br />

para a sustentabilidade energética de um país.<br />

Estamos observando um movimento mundial de busca<br />

por fontes de energias renováveis para diminuir nossa<br />

dependência de combustíveis fósseis. Então vai ficar<br />

cada vez mais difícil esses combustíveis, provavelmente<br />

vai haver taxações e barreiras comerciais no mundo para<br />

produtos que foram feitos dessa forma, além de incentivos<br />

econômicos grandes para quem quiser trabalhar com<br />

energia renovável pelo mundo, tendo em vista o próprio<br />

nome, renovável, o uso é para fonte de energia e ela continua<br />

disponível para mim em um segundo momento.<br />

E o Brasil tem uma característica muito particular, como<br />

uma grande nação, transcontinental e com clima muito<br />

próprio para a produção de biomassa. Temos grande<br />

parte das nossas florestas intactas, com 7% a 8% utilizadas<br />

para o agronegócio e como a gente está produzindo<br />

alimentos para o mundo todo em uma pequena área,<br />

os resíduos dessas carnes seguem aqui no país, então<br />

quanto mais carne exportar, mais resíduos vou ter aqui. E<br />

o resíduo não é um problema e sim uma oportunidade.<br />

Todos os resíduos orgânicos que sobram da agricultura<br />

eles são energia solar. A planta faz a fotossíntese, aquilo<br />

que consigo utilizar vai virar alimento ou energia com o<br />

uso do óleo, açúcares ou biomassa, mas o que sobra ainda<br />

tem energia. Da mesma forma os animais, que comem<br />

a ração e têm uma conversão alimentar, aproveitando<br />

parte em proteína, mas boa parte ainda sai nas fezes e<br />

urina e tem grande potencial energético. Então ao invés<br />

de tratarmos essas questões como problemas ambientais,<br />

temos que encarar como uma oportunidade para<br />

desenvolver projetos de produção de biogás, efluentes<br />

da biogestão, entre outros. Nas cidades a gente tem<br />

grande potencial de resíduos, com o modelo tradicional<br />

sendo pegar o resíduo, botar em um caminhão e levar<br />

até um aterro. Queimando combustível fóssil para esse<br />

transporte do lixo. Então é um grande problema logístico<br />

e de poluição, sendo que se esse lixo não for aproveitado<br />

no aterro como fonte de biogás, vai acabar liberando<br />

gases poluentes na atmosfera. Se tenho a possibilidade<br />

de aproveitar esse resíduo para produção de energia<br />

distribuída, tenho grande vantagem logística com essa<br />

oportunidade. Com isso a gente ganha mais fôlego para<br />

momentos de menos chuva, quando nossos reservatórios<br />

estão diminuídos e a gente tem esse risco de ficar sem<br />

água para gerar hidroeletricidade. Então formas complementares<br />

a partir da biomassa, do lixo e dos resíduos<br />

são fundamentais para a sustentabilidade energética e<br />

é importante termos energia, porque é graças a ela que<br />

temos qualidade de vida, indústria, crescimento, geração<br />

de emprego e consequentemente o crescimento do país.<br />

Não podemos ficar reféns de matrizes ultrapassadas para<br />

produzir energia que vão gerar problemas para o futuro<br />

de diversos países. Esperamos que o Brasil seja protagonista<br />

mundial no desenvolvimento de diversas fontes de<br />

energia renovável, porque a sustentabilidade vem com a<br />

aplicação da pesquisa científica para termos resultados<br />

mais eficientes, sem geração de subprodutos.<br />

Então ao invés de tratarmos<br />

essas questões como<br />

problemas ambientais,<br />

temos que encarar como<br />

uma oportunidade para<br />

desenvolver projetos de<br />

produção de biogás<br />

18 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Máquinas Peletizadoras<br />

PELETIZADORAS PARA<br />

TODAS AS DEMANDAS<br />

TECNOLOGIA E<br />

INOVAÇÃO PARA<br />

A INDÚSTRIA DE<br />

PELLETS DE MADEIRA<br />

As Peletizadoras PBX são altamente dimensionadas, para entregar<br />

pellets de altíssima qualidade, possuem matriz plana, cabeçotes com<br />

dois, três ou quatro rolos podendo ser aplicada nas seguintes matérias:<br />

Pellets de madeira, feno, ração animal, adubo orgânico e outros.<br />

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PRINCIPAL<br />

INOVAÇÃO EM<br />

BIOMASSA<br />

20 www.REVISTABIOMAIS.com.br


INTEGRAÇÃO DE MÁQUINAS DE<br />

EXCELÊNCIA FABRICAM PELLETS<br />

IDEAIS PARA EXPORTAÇÃO<br />

FOTOS EMANOEL CALDEIRA E DIVULGAÇÃO<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

21


PRINCIPAL<br />

O<br />

s pellets têm ganho cada vez mais espaço<br />

na produção industrial. Com os custos<br />

de energia cada vez mais altos, a aposta<br />

nessa fonte sustentável tem se provado<br />

certeira, reduzindo despesas, sem colocar em risco a<br />

produtividade e rendimento das empresas.<br />

Dentro desse mercado, a Biobrax atua desde 2018,<br />

com maquinários para o processo de peletização,<br />

desde o projeto e instalação, até o comissionamento<br />

e a manutenção das peletizadoras. Tudo isso sendo<br />

referência em tecnologia, qualidade, velocidade na<br />

entrega e com manutenção imediata para os clientes<br />

da empresa.<br />

O diferencial dos seus equipamentos é o sistema<br />

de peletização, que possui matriz plana permitindo<br />

que a máquina trabalhe de forma horizontal, oferecendo<br />

maior durabilidade dos rolamentos frente a seus<br />

concorrentes, além da diminuição da necessidade de<br />

manutenção. O sistema ainda, utiliza de 25 CV a 30 CV<br />

a menos do que o normal, consumindo menos energia<br />

e produzindo com a mesma capacidade. “Temos<br />

levado transformações não só lucrativas, mas também<br />

para a vida das pessoas como um todo através do<br />

nosso serviço e compromisso”, explica Jefferson Luiz<br />

Nogueira Coutinho, fundador da empresa.<br />

A empresa foi fundada ao enxergar oportunidade<br />

na produção de pellets e registrou grande crescimento<br />

quando garantiu uma produção viável, assegurando<br />

a gestão dos recursos naturais, contribuindo para<br />

o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva dos<br />

clientes. Além disso, a Biobrax trabalha com a premissa<br />

principal de fornecer soluções inteligentes para<br />

atender a demanda de mercado de forma customizada<br />

a cada cliente.<br />

VANTAGEM COMPETITIVA DOS PELLETS<br />

O pellet tem sido cada vez mais procurado por ter<br />

fácil armazenagem e principalmente por sua elevada<br />

22<br />

www.REVISTABIOMAIS.com.br


densidade energética calorífica, sendo composto por<br />

serragem e lascas de madeira que são compactados<br />

ficando em forma granulada cilíndrica. Durante a<br />

visita na empresa, Jefferson chama os pellets de ouro<br />

reforçando as vantagens em se produzir e consumir<br />

o produto e o potencial de crescimento do mercado<br />

nacional e internacional. “O fabricante e o consumidor<br />

tem muito a ganhar com essa biomassa, além disso<br />

ajudamos muito nas questões ambientais do planeta.<br />

Qualquer empresa que adquira nossas máquinas e<br />

equipamentos, conseguem entrar com uma certificadora<br />

internacional de pellets”, ressalta Jefferson.<br />

Os pellets ainda possibilitam diversos benefícios<br />

às empresas como:<br />

• Redução a dependência do petróleo e gás;<br />

• Fonte de energia renovável e sustentável;<br />

• Redução no desperdício de resíduos florestais;<br />

• Diminuição de custos de produção;<br />

• Fornecimento de oportunidades de emprego<br />

local (desenvolvimento regional);<br />

• Baixa emissão de poluentes devido ao baixo teor<br />

de cinzas.<br />

O mercado mundial<br />

de pellets de madeira<br />

encontra-se em fase<br />

forte de crescimento,<br />

em especial pelo<br />

uso promissor como<br />

biocombustível. Segundo<br />

a European Pellet Centre,<br />

o pellet de madeira é a<br />

biomassa sólida mais<br />

negociada no mundo<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 23


PRINCIPAL<br />

MERCADO DE PELLETS<br />

O mercado mundial de pellets de madeira encontra-se<br />

em forte crescimento, em especial pelo uso<br />

promissor como biocombustível. Segundo a European<br />

Pellet Centre, o pellet de madeira é a biomassa sólida<br />

mais negociada no mundo. Alguns mercados, como<br />

Alemanha e Áustria são autossuficientes em sua<br />

produção, mas muitos ainda precisam importar a produção<br />

como é o caso da Bélgica, Dinamarca e Itália.<br />

O Brasil ainda está em fase de crescimento em<br />

sua produção e consumo, porém tem potencial de se<br />

tornar um dos grandes players do mercado mundial<br />

na produção do biocombustível, isso porque, segundo<br />

pesquisa do departamento de engenharia florestal<br />

de Brasília, só de descarte madeireiro o país produz<br />

em média anualmente 14 milhões de t (toneladas). “A<br />

maior fábrica hoje no Brasil, produz 40 t/h (toneladas<br />

por hora). Para atender a demanda brasileira precisaríamos<br />

de uma produção de 5 mil t/h", projeta Jefferson<br />

ao falar sobre o crescimento no ramo. “Esse mercado<br />

vai continuar crescendo gradativamente, todo ano,<br />

de 2 anos para cá tivemos uma crescente de 25%,<br />

precisamos de mais indústrias de peletizadoras para<br />

atender a demanda."<br />

Entre os setores que mais procuram os pellets<br />

na Biobrax se destacam as indústrias de mobiliários,<br />

avicultores e cooperativas avícolas. “Os aviários que<br />

consomem o pellet têm uma lucratividade no carregamento<br />

do lote de aproximadamente 17 centavos por<br />

quilo. O aviário que utiliza lenha tem muita variação<br />

de temperatura, o frango não ganha peso, mas quan-<br />

O pellet tem sido cada<br />

vez mais procurado por<br />

ter fácil armazenagem<br />

e principalmente por<br />

sua elevada densidade<br />

energética calorífica,<br />

o produto é composto<br />

por serragem e lascas<br />

de madeira que são<br />

compactados ficando<br />

em forma granulada<br />

cilíndrica<br />

24 www.REVISTABIOMAIS.com.br


do esse aviário possui uma fornalha que consome o<br />

pellet de madeira, tem constância de temperatura,<br />

que se mantém por 24h (horas) a 32 o C (graus Celsius),<br />

os frangos ganham mais peso e tem melhores resultados”,<br />

pontua Jefferson.<br />

A principal fonte de matéria-prima para a fabricação<br />

do pellet vem da atividade florestal. O sistema<br />

operacional para a fabricação se inicia no campo, onde<br />

coleta-se a madeira de árvores pinus e a encaminha<br />

para o processo de trituração, formando o cavaco. Essa<br />

madeira é triturada e vai para a fábrica passando por<br />

um processo de serragem, formando um material mais<br />

fino, ideal para a máquina formar uma granulometria<br />

adequada para o processo de secagem. O secador<br />

rotativo recebe essa serragem e reduz a umidade,<br />

com processo feito por uma fornalha automatizada e<br />

depois seguindo para uma moega que vai alimentar o<br />

moinho refinador. A partir desse refinador é que se obtém<br />

a entrega de uma granulometria necessária para<br />

criar o pellet A1, dentro das normativas internacionais,<br />

ideal para exportação.<br />

Falando em exportação, Jefferson pontua a importância<br />

e necessidade de um estudo mais profundo<br />

quando se quer explorar o mercado externo. "O que<br />

a gente precisa fazer e o que explicamos para nossos<br />

clientes que querem exportar, é a necessidade de um<br />

remanejo muito bem detalhado de florestas, respeitando<br />

as particularidades das espécies das árvores.<br />

Não depender de alguém de fora, precisa ter uma<br />

floresta própria para cortar", explica o fundador da<br />

empresa.<br />

Jackeline Oliveira Moreira, sócia-proprietária da<br />

Biobrax, enxerga um futuro promissor para a empresa,<br />

que tem planos para crescer ainda mais, com o<br />

grande potencial do Brasil na produção e o foco na<br />

exportação das máquinas. “Queremos uma Biobrax<br />

mais encorpada, com uma área industrial de aproximadamente<br />

2.500m² (metros quadrados). O mercado<br />

externo procura máquinas com maiores capacidades,<br />

que sejam robustas, estaremos preparados para isso”,<br />

garante Jackeline.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

25


PELO MUNDO<br />

ONDAS<br />

DOURADAS<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

26 www.REVISTABIOMAIS.com.br


ENERGIA MAREMOTRIZ É<br />

GERADA POR EMPRESA<br />

NA COSTA DA ESCÓCIA A<br />

PARTIR DE ONDAS GIGANTES<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

27


PELO MUNDO<br />

A<br />

busca por fontes renováveis de energia tem<br />

sido uma das principais disputas no século<br />

XXI e a exploração das ondas gigantes na<br />

geração de energia foi uma alternativa encontrada<br />

por duas empresas.<br />

A Orbital Marine Power tem utilizado uma turbina<br />

maremotriz na costa da Escócia, conhecida como a mais<br />

poderosa do mundo, que tem o tamanho de um avião de<br />

passageiros. A base fica cerca de 18m (metros) abaixo da<br />

superfície, com duas asas estendendo-se para baixo em<br />

cada lado da estrutura.<br />

Em comparação com outra matriz energética renovável,<br />

a eólica, a energia oriunda das ondas gigantes traz<br />

como diferencial a maior previsibilidade desse fenômeno<br />

natural em comparação com os ventos, visto que a vazante<br />

e o fluxo das marés dificilmente apresentam mudanças<br />

consideráveis.<br />

A turbina da Orbital Marine Power está conectada à<br />

elétrica da região de Orkney, na Escócia, e tem conseguido<br />

produzir cerca de 2 MW (megawatts) de potência, algo<br />

suficiente para abastecer mais de 2 mil casas por um ano.<br />

Outra empresa que tem buscado nas ondas gigantes<br />

uma fonte de energia é a Verdant Power, que baseada em<br />

Nova York, tem a estrutura rebaixada até o fundo do East<br />

River.<br />

A Verdant Power conseguiu por oito meses gerar eletricidade<br />

suficiente para abastecer cerca de 60 casas, com<br />

uma capacidade de expansão para até 6 mil residências<br />

dentro de usina de energia completa.<br />

Mas um impeditivo para a<br />

massificação das usinas de<br />

energia a partir das ondas<br />

gigantes é o alto custo de<br />

instalação dos projetos por<br />

essa fonte<br />

28 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Mas um impeditivo para a massificação das usinas<br />

de energia a partir das ondas gigantes é o alto custo de<br />

instalação dos projetos por essa fonte. Segundo números<br />

do Departamento de Energia dos EUA (Estados Unidos<br />

da América), o custo para implantar esse conceito fica na<br />

casa dos US$ 280 MW/h (megawatt/hora).<br />

Em comparação, projetos do setor de energia eólica<br />

custam em médias US$ 20 por MW/h, sendo mais competitiva<br />

para ser implantada dentro do mercado. Além<br />

disso, a geração de energia pelas ondas gigantes tem<br />

outro fator de dificuldade que é manutenção da estrutura<br />

abaixo do mar. Diferente de outras matrizes energéticas,<br />

as usinas maremotrizes sofrem com maior corrosão devido<br />

a compostos químicos mais abundantes no oceano,<br />

como cloretos, enxofre e metais pesados.<br />

Mesmo assim, as ondas gigantes despontam como<br />

mais uma alternativa sustentável para se buscar energia,<br />

sem gerar resíduos poluentes à atmosfera como os combustíveis<br />

fósseis e sendo dessa forma mais benéficas para<br />

o meio ambiente.<br />

A turbina da Orbital Marine<br />

Power está conectada<br />

à elétrica da região de<br />

Orkney, na Escócia, e tem<br />

conseguido produzir cerca<br />

de 2 MW de potência<br />

AGRADECEMOS A TODOS OS NOSSOS<br />

PARCEIROS E AMIGOS QUE ESTIVERAM<br />

EM NOSSO LADO NESTE ANO, QUE<br />

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MERCADO<br />

DIVERSIDADE<br />

ELÉTRICA<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

30 www.REVISTABIOMAIS.com.br


ANEEL APROVA REGULAMENTAÇÃO PARA<br />

FUNCIONAMENTO DE CENTRAIS GERADORAS<br />

HÍBRIDAS PARA FOMENTAR A DIVERSIFICAÇÃO<br />

DAS MATRIZES DE ENERGIA<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

31


MERCADO<br />

A<br />

ANEEL (Agência Nacional de Energia<br />

Elétrica) aprovou no mês de novembro a<br />

regulamentação para o funcionamento<br />

de Centrais Geradoras Híbridas e centrais<br />

geradoras associadas. O normativo traz as definições<br />

e as regras para a outorga desses empreendimentos e<br />

para a contratação do uso dos sistemas de transmissão,<br />

além de definir a forma de tarifação dessas usinas<br />

e da aplicação dos descontos legais nas tarifas de uso<br />

do sistema de transmissão.<br />

O normativo é considerado um passo importante<br />

para que empreendimentos no Brasil possam<br />

aproveitar a complementaridade temporal entre as<br />

diferentes fontes de geração de energia. Ele permite<br />

combinações de fontes de geração, sejam elas de<br />

usinas fotovoltaicas, eólicas, hidrelétricas grandes e<br />

pequenas e termelétricas.<br />

Entre as vantagens elencadas pela ANEEL, estão a<br />

complementaridade das fontes de geração (uma gera<br />

quando a outra está menos disponível), a utilização<br />

da rede de transmissão de maneira mais eficiente e<br />

estável, a mitigação de riscos comerciais e a economia<br />

na compra de terreno e em outros custos. A medida<br />

contribui, assim, para o crescimento da capacidade<br />

de geração com menores investimentos em expansão<br />

das redes, conforme explica a diretora Elisa Bastos:<br />

“A aprovação da regulamentação proposta será<br />

um marco para o desenvolvimento das usinas híbridas<br />

e associadas, o que propiciará maior diversidade tecnológica,<br />

contribuindo para a modernização do setor<br />

elétrico brasileiro”, afirmou a diretora-relatora do tema.<br />

“A regulamentação constitui uma alternativa para<br />

o uso eficiente dos recursos disponíveis. A inserção<br />

desses empreendimentos no sistema elétrico pode<br />

reduzir custos e postergar novos investimentos em<br />

expansão, especialmente nos pontos de conexão com<br />

a Rede Básica.”<br />

“Essa regulamentação é um salto de qualidade<br />

no setor elétrico e agora é a vitrine de nossa agenda<br />

de inovação”, atesta o diretor-geral da ANEEL, André<br />

Pepitone. “A Agência está buscando manter o sistema<br />

elétrico moderno frente ao atual contexto de transição<br />

A aprovação da<br />

regulamentação proposta<br />

será um marco para o<br />

desenvolvimento das usinas<br />

híbridas e associadas<br />

32 www.REVISTABIOMAIS.com.br


energética e sustentabilidade. Ao longo de todo o<br />

processo de construção do normativo, a ANEEL agiu<br />

com previsibilidade e transparência, qualidades que<br />

foram reconhecidas recentemente pela OCDE”, frisa o<br />

diretor-geral sobre o recente processo de peer review<br />

da Agência.<br />

As matérias procedimentais relacionadas à<br />

viabilização das usinas híbridas serão aprovadas pela<br />

ANEEL em breve, com a revisão dos Procedimentos de<br />

Rede e das Regras de Comercialização. Elas seguirão as<br />

propostas a serem apresentadas pelo ONS (Operador<br />

Nacional do Sistema Elétrico) e pela CCEE (Câmara de<br />

Comercialização de Energia Elétrica) em até 120 dias<br />

contados da publicação da Resolução Normativa.<br />

Por outro lado, a aplicação da norma no que se<br />

refere aos pedidos de Informação de Acesso no ONS e<br />

às solicitações de outorga na ANEEL terá início com a<br />

vigência da regulamentação de usinas híbridas, em 3<br />

de janeiro de 2022.<br />

Anteriormente à deliberação do normativo referente<br />

às usinas híbridas, foi empreendido o projeto<br />

piloto de outorga associada do complexo eólico Ventos<br />

de São Vicente 8 a 14 unido à usina solar fotovoltaica<br />

Sol do Piauí (68 MW), construído pela empresa<br />

Votorantim. O início da operação está previsto para<br />

13/1/2023.<br />

As usinas híbridas já são uma realidade para o<br />

sistema isolado desde 2014, nos editais dos leilões e<br />

nas outorgas. Foram propostas majoritariamente usinas<br />

termelétricas a diesel com adição de outra fonte<br />

de geração limpa, como eólica ou solar fotovoltaica.<br />

Nesse caso, os benefícios diretos são compartilhados<br />

entre empreendedor e consumidores locais. Recentemente,<br />

o tema passou por Consulta Pública na ANEEL<br />

para consolidar os critérios dessa adição de fonte<br />

renovável em usinas a diesel nos sistemas isolados.<br />

Nos sistemas isolados, as principais vantagens<br />

verificadas são: benefício econômico no valor da energia;<br />

economia no consumo de combustíveis fósseis,<br />

trazendo a redução de custos com o ressarcimento de<br />

Conta de Consumo de Combustíveis e a redução de<br />

emissão de gases de efeito estufa; e a redução da dependência<br />

de apenas uma fonte de energia (no caso,<br />

os combustíveis fósseis).


INOVAÇÃO<br />

ENERGIA DO<br />

FUTURO<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

34 www.REVISTABIOMAIS.com.br


MINISTÉRIO DA ENERGIA<br />

DIVULGA ESTUDO<br />

SOBRE O POTENCIAL<br />

DA DIGITALIZAÇÃO DO<br />

SETOR ENERGÉTICO E<br />

SEUS BENEFÍCIOS PARA A<br />

SOCIEDADE<br />

O<br />

setor de energia poderá passar por adaptações<br />

tecnológicas que representarão uma<br />

revolução similar à ocorrida com as telecomunicações.<br />

Em termos práticos, significa,<br />

entre um número ainda inimaginável de possibilidades,<br />

transformar medidores de energia e demais equipamentos<br />

em unidades de inteligência artificial e, a partir da<br />

digitalização de dados e procedimentos, ampliar como<br />

nunca a qualidade e os serviços prestados pelas empresas<br />

do setor.<br />

O potencial da digitalização do setor energético<br />

vai muito além do que se pode imaginar atualmente,<br />

conforme sugere um estudo divulgado em novembro,<br />

pelo MME (Ministério de Minas e Energia). Foi o que disse<br />

à Agência Brasil o diretor do Departamento de Desenvolvimento<br />

Energético do MME e coordenador do projeto<br />

Sistemas de Energia do Futuro, Carlos Alexandre Príncipe<br />

Pires.<br />

O estudo Uso de Novas Tecnologias Digitais para<br />

Medição de Consumo de Energia e Níveis de Eficiência<br />

Energética no Brasil é, segundo ele, uma ideia lançada no<br />

ar para mostrar à comunidade e, em especial, às empresas<br />

do setor energético, um horizonte inicial sobre o<br />

impacto que a digitalização de equipamentos e serviços<br />

pode ter para o Brasil.<br />

Elaborado por meio da Parceria Energética Brasil-Alemanha,<br />

o trabalho é produto de uma cooperação entre<br />

o Ministério de Economia e Energia da Alemanha (BMWi,<br />

na sigla em alemão) e o MME, que tem por base experiências<br />

europeias no uso da Inteligência Artificial, Internet<br />

das Coisas, Big Data e tecnologias digitais de ponta.<br />

Ele traz insumos sobre como utilizar essas tecnologias<br />

para coletar, processar e analisar dados relacionados ao<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

35


INOVAÇÃO<br />

consumo de energia e medição da eficiência energética<br />

no contexto brasileiro.<br />

“Minha percepção é de que a digitalização é um<br />

processo sem volta para todos os setores em algum<br />

momento, já que se trata de uma ferramenta que permite<br />

maior eficiência no uso dos recursos. Caso contrário,<br />

ela não se justificaria. Isso é muito perceptível. Todos os<br />

setores em que há digitalização ficam mais competitivos<br />

e eficientes, e isso não será diferente no setor energético”,<br />

argumentou o diretor do MME.<br />

MUDANÇAS EM ALTA VELOCIDADE<br />

Pires acrescentou que os efeitos da digitalização<br />

deste setor ocorrerão em uma velocidade ainda maior<br />

do que a das telecomunicações, uma vez que têm como<br />

ponto de partida ferramentas já disponibilizadas pelas<br />

telecomunicações, tanto no âmbito residencial como<br />

comercial e industrial.<br />

“A tendência é que esse processo se dê mais rápido<br />

do que o ocorrido nas telecomunicações, até porque as<br />

telecomunicações proporcionaram a outros setores ganho<br />

de tempo. Mas tudo vai depender de um passo ainda<br />

a ser dado na modernização do setor elétrico. Acredito<br />

que, no mercado livre de energia, esse passo seja dado<br />

muito mais rapidamente porque é intrínseco à liberdade<br />

de mercado. Já no cativo, que são as distribuidoras de<br />

energia, o passo será mais lento, mas tão ou mais rápido<br />

do que a legislação permitir”, complementa o diretor do<br />

MME.<br />

Diante de tantas possibilidades, não há, segundo Pires,<br />

como deixar de se fazer um paralelo entre o processo<br />

de digitalização e o ocorrido no setor de comunicações.<br />

“Antes, havia telefones fixos e orelhões. Quando apareceram<br />

os celulares não se tinha a exata noção de onde<br />

poderíamos chegar. Ninguém imaginava que, em pouco<br />

mais de dez anos, até operações bancárias complexas<br />

seriam feitas por meio deles”, observou.<br />

Ele acrescenta que a digitalização do setor abrange<br />

não apenas consumo e oferta, mas possibilidades quase<br />

infinitas do uso de inteligência artificial para a melhoria<br />

de processos.<br />

“O consumidor passa a ser o que chamamos de<br />

prossumidor: um consumidor mais proativo que, por<br />

exemplo, pode se tornar produtor ao gerar, consumir e<br />

36 www.REVISTABIOMAIS.com.br


distribuir energia a partir da própria casa”, exemplifica ao<br />

apontar uma ação básica do que visualiza como uma das<br />

possíveis revoluções, que devem ocorrer no setor, a partir<br />

da adoção de tecnologias envolvendo a digitalização da<br />

relação de consumo.<br />

As possibilidades não param por aí. “O consumidor<br />

será mais ativo na sua relação com as empresas, sabendo<br />

quanto consome em tempo real e adotando ajustes que<br />

podem ou não ser automatizados residencial, comercial<br />

e industrialmente.” Nesse sentido, ainda no campo dos<br />

exemplos, um ar-condicionado poderia ser ligado pouco<br />

antes de uma pessoa chegar em casa, a partir de um geolocalizador<br />

que, via internet, repasse essa informação à<br />

central de energia da casa. Poderá também ser desligado<br />

automaticamente, fazendo uso dessa mesma tecnologia,<br />

quando a pessoa sair de casa.<br />

A digitalização terá funcionalidades também na área<br />

de distribuição de energia. “Ela dispensará a ida de uma<br />

pessoa para fazer a medição do consumo de energia ou<br />

mesmo para fazer ligações ou religações. Tudo poderá<br />

ser feito de forma remota. Uma outra possibilidade é a de<br />

automatizar, com ajuda de inteligência artificial, a reconexão,<br />

de forma alternativa, do fornecimento de energia<br />

no caso de o transformador de um bairro apresentar<br />

problema”, explicou Pires.<br />

BENEFÍCIOS PARA A INDÚSTRIA<br />

No campo industrial, sensores podem proporcionar,<br />

a qualquer processo produtivo, mais eficiência. Por<br />

exemplo, ao interromper, de forma imediata, a produção<br />

quando uma falha for detectada. “E, logo em seguida,<br />

retomar o quanto antes o processo produtivo de outras<br />

formas, com máquinas ligando e desligando a partir de<br />

decisões tomadas por inteligência artificial”, argumenta o<br />

diretor do MME ao detalhar situações em que a digitalização<br />

pode ser muito mais ampla do que propriamente<br />

uma relação entre consumidor e distribuidora.<br />

Há também a expectativa de que, na medida em que<br />

uma frota de automóveis for se digitalizando e eletrificando,<br />

as baterias dos carros sirvam também de backup em<br />

situações de falta de energia nas residências, evitando<br />

que equipamentos vitais como respiradores ou mesmo<br />

geladeiras e freezers deixem de funcionar.<br />

O estudo divulgado pelo MME indica alguns desafios<br />

básicos, técnicos e de infraestrutura de rede, para que<br />

o Brasil avance na digitalização dos serviços oferecidos<br />

pelas companhias elétricas.<br />

Um deles está relacionado à necessidade de efetividade<br />

da comunicação entre o ponto de medição e a<br />

Espera-se que as<br />

concessionárias<br />

brasileiras de energia<br />

possam realizar a<br />

transição de forma<br />

planejada e sistemática,<br />

ampliando de forma<br />

gradual o conhecimento<br />

de seus clientes<br />

distribuidora (necessidade de um sistema bidirecional<br />

de comunicação, o gerenciamento deste sistema dentro<br />

do negócio de energia), e seus custos associados - quem<br />

pagará o investimento e como ele deve ser articulado<br />

entre as diversas possibilidades e players.<br />

Outro desafio é o país promover uma modernização<br />

regulatória e legal da concessão de distribuição de energia,<br />

para exigir, incentivar e monitorar a digitalização em<br />

toda a cadeia de negócios de energia, de forma a evoluir<br />

o status quo atual das condicionantes operacionais<br />

das distribuidoras de energia, e oferecer mais serviços<br />

e soluções energéticas, com modelos participativos e<br />

reconhecendo as interferências de novos mecanismos de<br />

comercialização da energia possivelmente infiltrados e<br />

competindo em sua cadeia de fornecimento.<br />

Ainda segundo a pesquisa do MME, as mudanças propostas<br />

com rede elétrica inteligente, IoT e digitalização<br />

das redes são culturalmente profundas para os players e<br />

para a sociedade, demandando, portanto, repensar, testar<br />

e reorganizar os processos existentes e as situações de<br />

décadas de operação das redes de energia, das normas<br />

regulatórias e das leis.<br />

“Espera-se que as concessionárias brasileiras de<br />

energia possam realizar a transição de forma planejada e<br />

sistemática, ampliando de forma gradual o conhecimento<br />

de seus clientes e de sua rede. Espera-se que o cliente<br />

seja também aculturado em suas responsabilidades e<br />

direitos e possa contribuir de forma inteligente para o<br />

negócio, como decisor da compra e efetivo estruturador<br />

da demanda”, conclui o estudo.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

37


PRÊMIO REFERÊNCIA<br />

PRÊMIO REFERÊNCIA CHEGOU A<br />

SUA 19ª EDIÇÃO CELEBRANDO<br />

OS DESTAQUES DO ANO EM<br />

DIVERSOS SEGMENTOS DO SETOR<br />

MADEIREIRO<br />

FOTOS EMANOEL CALDEIRA<br />

O<br />

ano de 2021 foi repleto de grandes oportunidades<br />

para a indústria da madeira no país.<br />

O setor demonstrou sua força e transformou<br />

cada momento em um passo para construção<br />

de um 2022 ainda mais promissor. Diante do cenário, a<br />

JOTA EDITORA, responsável pela publicação das Revistas<br />

REFERÊNCIA FLORESTAL, REFERÊNCIA INDUSTRIAL, REFE-<br />

RÊNCIA PRODUTOS DE MADEIRA, REFERÊNCIA BIOMAIS<br />

e REFERÊNCIA CELULOSE & PAPEL, realizou o Prêmio<br />

REFERÊNCIA, a fim de enaltecer não apenas as premiadas,<br />

mas também celebrar as conquistas da indústriade base<br />

florestal durante 2021.<br />

Neste ano a noite de premiação foi dividida em dois<br />

momentos diferentes, na primeira parte do evento foi<br />

realizado o painel: Panorama da Madeira; apresentado por<br />

Fábio Machado, diretor comercial da Revista REFERÊNCIA.<br />

O bate-papo contou com a participação de Eduardo Leão,<br />

Presidente da AIMEX (Associação das Indústrias Exportadoras<br />

de Madeiras do Estado do Pará), apresentando o tema:<br />

O cenário da exportação de produtos florestais amazônicos;<br />

Rafael José Mason, Presidente do CIPEM (Centro das<br />

Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado<br />

de Mato Grosso) apresentou o tema: A sustentabilidade do<br />

manejo florestal no Estado do Mato Grosso; e Álvaro Luiz<br />

Scheffer Junior, presidente da APRE (Associação Paranaense<br />

de Empresas de Base Florestal) tratou sobre a Participação<br />

do setor florestal na nova economia.<br />

Após a realização do painel, a jornalista e apresentadora<br />

Mira Graçano, foi responsável pela condução da cerimônia<br />

de premiação das dez empresas ganhadoras. Neste ano<br />

as empresas premiadas foram: Aplysia Soluções Ambientais,<br />

Brasil Tropical Pisos/BTP Floors, Dalcomad, Francio<br />

Soluções Florestais, Madeplant Florestal Ltda., Madfreitas,<br />

MM Wood Brazil Exportação de Madeira, Terra Sol Madeiras<br />

Ecológicas, Todesmade – Indústria de Madeiras e Artefatos<br />

Ltda e Uniflora Com. de Madeiras.<br />

Devido as restrições causadas pela pandemia, o evento<br />

foi realizado de maneira híbrida, sendo a parte presencial<br />

no Restaurante Porta Romana Trattoria, em Curitiba (PR),<br />

com presença dos vencedores e patrocinadores e transmissão<br />

online através do canal no youtube da Revista REFERÊN-<br />

CIA, que atingiu números expressivos: picos de audiência<br />

simultânea de quase 5 mil pessoas, totalizando mais de 42<br />

mil pessoas que passaram pelo evento. A cerimônia está<br />

disponível para ser assistida e compartilhada através do<br />

link: https://bit.ly/PremioReferencia2021.<br />

38 www.REVISTABIOMAIS.com.br


CONFIRA OS GANHADORES DO PRÊMIO REFERÊNCIA 2021<br />

APLYSIA SOLUÇÕES AMBIENTAIS<br />

A Aplysia Soluções Ambientais, empresa que desde 1997 desenvolve<br />

soluções completas para a indústria, recebeu destaque pelo Projeto<br />

ReNaturalize, que tem como objetivo a recuperação e restauração de<br />

ambiental de rios e nascentes. Os resultados do ReNaturalize o fizeram<br />

o único projeto brasileiro premiado no BRICS Solutions for SDGs Awards<br />

2021. O trabalho da empresa tem grande importância para o setor de<br />

celulose e papel, que utiliza a água como elemento essencial em seu<br />

processo produtivo e necessita das melhores soluções para o tratamento<br />

da água, visando garantir impactos ambientais positivos.<br />

Kátia Regina Chagas, pesquisadora da Aplysia, destacou a importância<br />

do projeto vencedor e o quanto a empresa se orgulha do por<br />

essa conquista. “Levamos soluções ambientais para o setor de celulose<br />

e papel há mais de duas décadas e sermos reconhecidos por isso nos<br />

faz acreditar que estamos no caminho certo”, afirmou Kátia (à dir.), que<br />

recebeu a placa das mãos de Marcele Coelho, da REFERÊNCIA.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

39


PRÊMIO REFERÊNCIA<br />

BRASIL TROPICAL PISOS/BTP FLOORS<br />

As preocupações ambientais fazem parte do trabalho da Brasil Tropical<br />

Pisos desde o início de suas atividades em 1994. Um dos objetivos da<br />

empresa sempre foi ser uma ponte entre a floresta e o mercado, trabalhando<br />

com madeiras nobres, retiradas de manejos sustentáveis e certificação<br />

de procedência. A empresa leva pisos de madeira, decks, revestimentos<br />

internos e madeira bruta para mais de 35 países, valorizando a qualidade da<br />

madeira brasileira ao redor do mundo. A excelência no trabalho e preocupações<br />

ambientais fizeram a BTP um dos destaques no segmento em 2021.<br />

“Fico muito feliz de estar nesse lugar com pessoas tão importantes.<br />

Estou emocionado e satisfeito por depois de tantos anos de trabalho junto<br />

a minha família conseguirmos conquistar esse prêmio”, destacou Leandro<br />

Bianchini Serafin, CEO da Brasil Tropical Pisos. Quem fez a entrega da placa<br />

foi Rafael Mason (à dir.), do CIPEM.<br />

DALCOMAD<br />

A Dalcomad, empresa fundada em 1994 e que desde 2009 atua no setor de<br />

portas, mostrou que com muito trabalho e dedicação novas soluções podem<br />

ser oferecidas ao mercado de portas. Neste ano a Dalcomad conquistou o<br />

Prêmio REFERÊNCIA com o lançamento do Kit Due, novo modelo de kit porta<br />

que tem como grande diferencial selecionar a abertura da porta, para direita ou<br />

para a esquerda, no momento da instalação. A empresa apresenta esse modelo<br />

como uma maneira de facilitar o trabalho do varejista e do consumidor final,<br />

uma vez que otimiza o estoque e tem montagem simples.<br />

Rogério Dalgallo, sócio e diretor da Dalcomad, valorizou a equipe de funcionários<br />

da empresa por conseguir fazer do Kit Due uma realidade. “Dedico esse<br />

prêmio aos colaboradores da Dalcomad. Nos últimos 4 anos eles acreditaram<br />

em uma ideia diferente, que nossos clientes pediam e conseguimos desenvolver<br />

o kit porta pronto”, salientou Rogério, que recebeu das mãos do presidente<br />

da ABIMCI, Juliano Vieira de Araujo (à esq.), a placa comemorativa.<br />

FRANCIO SOLUÇÕES FLORESTAIS<br />

A Francio Soluções Florestais oferece serviços de consultoria e treinamentos<br />

na área de silvicultura e agrosilvicultura. O crescimento da empresa é<br />

continuo e seu trabalho contribui diretamente para que a produção de floresta<br />

plantada alcance os melhores resultados na colheita. A Francio Soluções<br />

Florestais trabalha baseada em dados e ciência para levar aos seus clientes<br />

planos estratégicos e mensuráveis. O Prêmio REFERÊNCIA 2021 conquistado<br />

pela empresa destaca o trabalho dedicado a fazer o setor florestal mais forte,<br />

trazendo as melhores soluções técnicas para atingir os melhores resultados de<br />

produtividade.<br />

Pedro Francio Filho, proprietário da Francio Soluções Florestais, realçou a<br />

história da empresa e a importância dos clientes para a conquista do prêmio.<br />

“Essa conquista é fruto de um sonho iniciado há mais de 15 anos, de uma<br />

jornada muito longa focada em produtividade. Esse prêmio não é nosso, é dos<br />

nossos clientes”, apontou Pedro. Fabiana Tokarski, da REFERÊNCIA foi a responsável<br />

por fazer a entrega da placa.<br />

40 www.REVISTABIOMAIS.com.br


MADEPLANT FLORESTAL LTDA<br />

O trabalho da Madeplant Florestal Ltda começou há 15 anos, no Mato<br />

Grosso do Sul, onde a empresa tem sua sede. Oferecendo serviços de plantio<br />

e manutenção de florestas de eucalipto, colheita mecanizada, produção<br />

de biomassa, coleta e transporte de cavacos e consultoria para elaboração<br />

de projetos, a empresa executa o ciclo completo, que vai do plantio ao<br />

processamento da madeira. Em 2021 a Madeplant Florestal Ltda realizou<br />

grandes investimentos em maquinários e equipamentos para a produção<br />

de biomassa, atingindo produção média de 110 mil t/h (toneladas por hora).<br />

Renan Simões, diretor executivo da Madeplant Florestal Ltda, tratou<br />

a conquista do prêmio como um sonho realizado. “Na Madeplant sempre<br />

dissemos que quem não sonha não realiza, quem não ousa não conhece<br />

seus limites. Nosso sonho acontece e se torna palpável no momento em<br />

que recebemos nosso primeiro prêmio em nível nacional”, frisou. Renan (à<br />

dir.) recebeu a placa de Diego Ricardo Vieira, da DRV Ferramentas.<br />

MADFREITAS<br />

A Madfreitas está no setor madeireiro desde 2003 produzindo vigas, caibros,<br />

pranchas para cobertura, decks, assoalhos, batentes e tábuas. A empresa sediada<br />

em Nova Maringá (MT), trabalha exclusivamente com madeiras procedentes de<br />

manejos sustentáveis e reservas legais para atender clientes no sudeste e centro-<br />

-oeste do país. A empresa recebeu grande destaque pelo empenho na realização<br />

de treinamentos, investimento em equipamentos e pelas boas práticas pregadas<br />

e garantidas no trabalho, colocando sempre a floresta em primeiro lugar.<br />

Claudinei Melo Freitas (à dir.), reforçou o empenho ambiental da empresa em<br />

todas as atividades. “Para nós a madeira é subproduto, o produto principal é a<br />

manutenção da floresta em pé. Somos guardiões da floresta e estamos inseridos<br />

na bioeconomia, aproveitando tudo que a madeira pode oferecer”, reforçou<br />

Claudinei, que recebeu o prêmio das mãos de Valdinei Bento dos Santos, do<br />

CIPEM.<br />

MM WOOD BRAZIL EXPORTAÇÃO DE MADEIRA<br />

A madeira serrada brasileira tem alta qualidade e está ganhando o mundo<br />

através das exportações. A MM Wood Brazil trabalha há mais de 10 anos no setor<br />

madeireiro e há dois passou a operar exclusivamente com a negociação de<br />

madeira para o exterior. O trabalho ávido e com planos de rápido crescimento<br />

fizeram a empresa conquistar clientes na Ásia, Europa e México. Para 2022 já<br />

existem planos de levar a madeira serrada para os EUA (Estados Unidos da<br />

América). O Prêmio REFERÊNCIA 2021 é o reconhecimento pelo trabalho e pela<br />

ambição de toda equipe da MM Wood Brazil.<br />

Felipe Macedo (à esq.), sócio e diretor da MM Wood Brazil, destacou o rápido<br />

crescimento da empresa. “Começamos nossas atividades de exportação em<br />

meio a pandemia e hoje estamos sendo reconhecidos em meio a empresas já<br />

consagradas no mercado. Agradeço especialmente ao meu pai, minha esposa<br />

e meu sócio, que tanto tem feito para nossa empresa crescer”, celebrou Felipe,<br />

que recebeu a placa do prêmio das mãos de Pedro Bartoski Jr., da REFERÊNCIA.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

41


PRÊMIO REFERÊNCIA<br />

TERRA SOL MADEIRAS ECOLÓGICAS<br />

A Terra Sol Madeiras Ecológicas atua há quase 20 anos e é especializada<br />

em madeiras ecológicas para construção civil, atua na fabricação de painéis<br />

colados e construção modular. A empresa conquistou o Prêmio REFERÊN-<br />

CIA 2021 pelo lançamento do Mod House, método de construção ágil, seco,<br />

eficiente e baseado em sistemas modulares, que otimizam a produção e<br />

construção das casas. A arquitetura contemporânea do Mod House combina<br />

os fatores já citados a um excelente sistema de isolamento termo-acústico<br />

e estrutura interna que só a madeira pode oferecer.<br />

“Com o Mod House nós conseguimos ajudar a desmistificar a história<br />

de que casa de madeira não é legal. É uma forma de construção limpa, com<br />

melhor controle financeiro e construções financeiramente viáveis e muito<br />

duráveis ”, enfatiza Thiago Streck Peres (à dir.), sócio e diretor técnico comercial,<br />

sobre o Mod House. Quem fez a entrega da placa foi Everson Stelle, da<br />

Montana Química.<br />

TODESMADE – INDÚSTRIA DE MADEIRAS E ARTEFATOS LTDA<br />

A Todesmade do Grupo Todeschini, se destacou em 2021 por grandes<br />

investimentos e inovação, fatores que o Prêmio REFERÊNCIA valoriza e foram<br />

levados em conta para essa conquista. No início deste ano foi inaugurado um<br />

parque fabril destinado ao processamento dos mais de 10 mil ha (hectares)<br />

de pinus plantados pela empresa no Rio Grande do Sul. Batizado de Projeto<br />

Sinergia, complexo industrial também recebeu uma planta para a produção de<br />

pellets, assim toda a madeira que entra na fábrica, seja como produto final ou<br />

biomassa é aproveitada.<br />

Sidiano Valduga, gerente industrial da Todesmade, deu grande destaque<br />

para a experiência positiva da entrada no setor madeireiro. “Somos muito<br />

fortes no setor moveleiro e aprendemos nesse ano que o setor madeireiro não<br />

é um ramo de negócios e sim uma família, que nos orgulhamos de fazer parte”,<br />

afirmou. Ao lado, Sidiano recebeu de Paulo Pupo, da ABIMCI, a placa do prêmio.<br />

UNIFLORA COM. DE MADEIRAS<br />

A Uniflora, localizada em Curitibanos (SC), realizou grandes investimentos<br />

para suprir as demandas cada vez mais elevadas de seus clientes. A<br />

empresa fundada em 2011 é especializada na comercialização de madeira<br />

serrada para fabricação de pallets de pinus. A Uniflora fez de 2021 um ano<br />

de muito crescimento no processamento de madeira, para garantir maior<br />

eficiência, velocidade na entrega e produtos com alto padrão já reconhecido<br />

e valorizado por seus clientes.<br />

Diogo Scariot (à esq.), sócio administrador da Uniflora, destacou os<br />

investimentos feitos e os planos para o futuro da empresa. “Hoje já são três<br />

fábricas instaladas e a quarta planta está em construção. Temos em vista um<br />

futuro muito bom e próspero através da madeira”, ressaltou Diogo. Gerson<br />

Penkal foi o responsável por fazer a entrega da placa do prêmio.<br />

42 www.REVISTABIOMAIS.com.br


CLICK PRÊMIO REFERÊNCIA 2021<br />

Claudinei Melo Freitas e<br />

Maria Marta Freitas<br />

Paulo Souza Dantas Filho, Tyago Mello Correa e<br />

Renan Gonçalves de Moraes Simões<br />

Everson Stelle e Fábio Machado<br />

Frederico Rossi<br />

Thiago Streck Peres e<br />

Marcos Jachimek Flores<br />

Rogério Dalgallo, Andreia Debastiani Dalgallo,<br />

Natalia Dalgallo e Vitoria Dalgallo<br />

Vanessa Leising Serafin, Leandro Bianchini<br />

Serafin, Janaina Thiel e Everton dos Santos<br />

Eduardo Leão<br />

Sidiano Valduga e Célio Sarmento<br />

Rafael Mason<br />

Álvaro Luiz Scheffer Junior e<br />

Fábio Machado<br />

Wilma do Rocio Colaço e<br />

Valdinei Bento dos Santos<br />

Ailson Loper<br />

Giulianna Coutinho Mariani<br />

e Kátia Regina Chagas<br />

Juliano Vieira de Araujo<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

43


PRÊMIO REFERÊNCIA<br />

Diego Ricardo Vieira, Diego Ricardo Vieira Filho,<br />

Liliane Cordeiro e Michele Cordeiro<br />

Simone de Almeida Francio,<br />

Pedro Francio Filho e Diego Wantowsky<br />

Paulo Pupo<br />

Ronaldo Macedo e Carlos Queiroz<br />

Felipe Macedo e Daniela Bueno<br />

Gerson Penkal<br />

Marcele Coelho e Fabiana Tokarski<br />

Francisleine Machado, Fábio Machado<br />

e Fernanda Machado<br />

Guilherme Maurer, Paloma Silva,<br />

Cainan Araújo e Crislaine Briatori<br />

Fábio Machado, Francisleine Machado, Camile<br />

Bartoski, Mira Graçano, Pedro Bartoski Neto, Carla<br />

Schittler, Pedro Bartoski Jr. e Fernanda Machado<br />

Diogo Popinhak Scariot, Larissa Souza Francisco<br />

e Domingos Scariot Junior<br />

Pedro Bartoski Neto, Carla Schittler,<br />

Pedro Bartoski Jr. e Camile Bartoski<br />

Claudinei Melo Freitas, Valdinei Bento dos Santos,<br />

Rafael Mason, Leandro Bianchini Serafin<br />

e Frederico Rossi<br />

Michele Cordeiro, Claudinei Melo Freitas, Maria<br />

Marta Freitas e Liliane da Silva Cordeiro<br />

Renan Gonçalves de Moraes Simões, Tyago Mello Correa,<br />

Fábio Machado, Diego Ricardo Vieira, Diego Ricardo<br />

Vieira Filho e Paulo Souza Dantas Filho<br />

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ECONOMIA<br />

A<br />

AIE (Agência Internacional de Energia)<br />

lançou relatório em outubro que o<br />

mundo vai sofrer com o aquecimento<br />

global, mas também com "turbulências"<br />

no abastecimento energético, se não investir mais<br />

rapidamente em energias limpas.<br />

No relatório anual, publicado duas semanas<br />

antes da abertura da COP26 (Conferência das Nações<br />

Unidas sobre as Alterações Climáticas), em novembro,<br />

em Glasgow, na Escócia, a agência emitiu "avisos<br />

sérios sobre a direção que o mundo está tomando".<br />

Afirmando que surge nova economia no mercado<br />

da energia, a agência lamentou que o progresso<br />

seja contrariado pela resistência do status quo e dos<br />

combustíveis fósseis, com o petróleo, gás e carvão<br />

representando ainda 80% do consumo final de<br />

energia, responsáveis por três quartos das alterações<br />

climáticas.<br />

Atualmente, os compromissos climáticos dos<br />

governos, se cumpridos, só permitirão atingir 20%<br />

das reduções de emissões de gases de efeito estufa,<br />

necessárias para manter o aquecimento global sob<br />

controle até 2030.<br />

"Os investimentos em projetos de energia descarbonizada<br />

terão que triplicar nos próximos 10 anos<br />

para se conseguir a neutralidade de carbono até<br />

2050", apontou o diretor da AIE, Fatih Birol.<br />

"Se conseguirmos atingir a neutralidade de<br />

carbono até 2050, 2,2 milhões de mortes prematuras<br />

por poluição atmosférica poderão ser evitadas até<br />

2030, 40% menos do que atualmente. Em outros<br />

cenários, irão aumentar", adverte o documento.<br />

A AIE, que faz parte da OCDE (Organização para<br />

a Cooperação e Desenvolvimento Econômico),<br />

apresentou três cenários para o futuro: o das atuais<br />

políticas de redução de emissões efetivamente implementadas<br />

pelos governos; o dos compromissos<br />

de redução assumidos; e o que permite atingir a neutralidade<br />

de carbono em 2050, já tornado público<br />

pela AIE em maio.<br />

No primeiro cenário - o mais pessimista - a<br />

temperatura global aumentará 2,6 graus Celsius em<br />

2100, em comparação com a era pré-industrial; no<br />

segundo, 2,1 graus; e apenas no terceiro será limitada<br />

a 1,5 grau.<br />

O terceiro cenário, atingindo a neutralidade de<br />

carbono até 2050, "exigirá grandes esforços, mas<br />

oferece benefícios consideráveis, tanto para a saúde<br />

quanto para o desenvolvimento econômico", afirma<br />

a AIE.<br />

A agência acredita que é necessário um aumento<br />

do investimento de cerca de US$ 4 bilhões por ano<br />

até 2030 em projetos e infraestruturas de energia<br />

limpa para atingir o objetivo da neutralidade de<br />

carbono até 2050.<br />

O financiamento adicional necessário para esse<br />

objetivo "é menos oneroso do que parece", acrescentou.<br />

Segundo a AIE, 40% das reduções das emissões<br />

pagam-se, por meio da eficiência energética, da luta<br />

contra as fugas de metano ou de parques solares ou<br />

eólicos.<br />

A AIE disse ainda que o atual déficit de investimento<br />

afeta não só o clima, mas também os preços<br />

e a oferta, garantindo turbulências como as que o<br />

mundo sofre atualmente, com as tensões sobre os<br />

combustíveis fósseis.<br />

Nos últimos anos, a depreciação dos preços do<br />

petróleo e do gás limitaram o investimento no setor,<br />

mas a transição para a energia limpa é demasiado<br />

48 www.REVISTABIOMAIS.com.br


lenta para satisfazer a procura, considerou a agência.<br />

"Há um risco de turbulência crescente nos mercados<br />

globais de energia", alertou Birol. "Não estamos<br />

investindo o suficiente para satisfazer necessidades<br />

futuras, e essas incertezas estão nos preparando para<br />

um período volátil", acredita.<br />

A forma de responder é clara: investir de forma<br />

rápida e maciça em energia limpa para satisfazer as<br />

necessidades, tanto a curto quanto a longo prazo,<br />

acrescentou.<br />

Caso contrário, o risco de volatilidade desestabilizadora<br />

tenderá a aumentar, afirma o relatório, que<br />

destaca a importância de uma transição acessível a<br />

todos os cidadãos.<br />

"Está surgindo uma nova economia energética,<br />

com potencial para criar milhões de empregos",<br />

projeta Fatih Birol, que apelou aos líderes que participaram<br />

da COP26 para "fazer a sua parte, transformando<br />

a década de 2020 na de implantação maciça<br />

da energia descarbonizada."<br />

Os investimentos em<br />

projetos de energia<br />

descarbonizada terão<br />

que triplicar nos<br />

próximos 10 anos para se<br />

conseguir a neutralidade<br />

de carbono até 2050<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

49


ARTIGO<br />

MODELO MULTIPERÍODO<br />

DE OTIMIZAÇÃO<br />

PARA ALOCAÇÃO<br />

DE FLORESTAS PARA<br />

SUPRIMENTO ENERGÉTICO<br />

NA SECAGEM DE GRÃOS<br />

MOISÉS KNAUT TOKARSKI<br />

UFPR (Universidade Federal do Paraná)<br />

moises.knaut@ufpr.br<br />

JOSÉ EDUARDO PÉCORA JR<br />

UFPR (Universidade Federal do Paraná)<br />

pecora@ufpr.br<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

50 www.REVISTABIOMAIS.com.br


REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

51


ARTIGO<br />

RESUMO<br />

O<br />

eucalipto é matéria-prima para setores como<br />

de móveis e celulose, porém é também um<br />

importante insumo para energia térmica,<br />

sendo utilizado em diversos outros segmentos<br />

industriais. O alto preço das commodities agrícolas e<br />

o baixo preço do eucalipto afetam a renovação de áreas<br />

florestais. O risco de suprimento no Paraná (Brasil), faz<br />

com que as cerealistas situadas no Estado busquem a<br />

implantação de estratégias que garantam o fornecimento<br />

de cavaco de eucalipto para a secagem de soja e milho. O<br />

presente trabalho propõe um modelo matemático para<br />

otimização de alocação de unidades florestais, reduzindo<br />

custos de arrendamento e transporte de cavaco entre os<br />

maciços florestais e as unidades de recebimento de grãos<br />

em um ciclo de produção de 8 anos, considerando cortes<br />

em florestas com idades de 5 a 8 anos. A validação do modelo<br />

foi feita a partir do estudo de caso de uma empresa<br />

situada nos Campos Gerais no Paraná, no qual a otimização<br />

garantiu o fornecimento de cavaco nas 10 unidades de<br />

recebimento de grãos e resultou na escolha de 7 entre as<br />

14 unidades florestais disponíveis para arrendamento. O<br />

modelo também permite a análise das políticas de negócio<br />

da empresa, como a verificação do impacto da alteração<br />

de área mínima para colheita, ou lote mínimo de transporte<br />

entre um ponto de origem e um único destino.<br />

Palavras-Chaves: Cavaco, eucalipto, alocação, otimização,<br />

recebimento de grãos<br />

INTRODUÇÃO<br />

O eucalipto possui diversos usos econômicos, tanto<br />

nos setores de movelaria, matéria prima na cadeia de papel<br />

e celulose, quanto como insumo no processo industrial<br />

de diversas outras atividades, como para a secagem de<br />

grãos de soja e milho. No Paraná, segundo maior produtor<br />

de grãos do Brasil, a oferta de eucalipto está ameaçada<br />

nos próximos anos, por não se haver reposição do plantio<br />

florestal no Estado. A competição de área com commodities<br />

agrícolas, que batem recorde de preços mensalmente, o<br />

baixo valor pago na madeira, devido a um reflexo de alto<br />

estoque de madeira em pé observado nos anos anteriores,<br />

somados a intensificação da verticalização de indústrias<br />

de celulose na região, faz com que haja risco no equilíbrio<br />

entre oferta e demanda de madeira nos próximos anos.<br />

Estratégias de suprimento são cada vez mais imprescindíveis<br />

para evitar desabastecimento ou exposição a preços<br />

futuros exorbitantes de eucalipto para qualquer tipo de<br />

uso. Se observa no mercado, bem como na literatura,<br />

grande organização das cadeias de papel e celulose em<br />

relação ao planejamento e otimização de processos produtivos<br />

do eucalipto, tanto em termos de agendamento<br />

e composição de rotas para atendimento de demanda<br />

de indústria, como apresentado em Bórdon et al (2020),<br />

bem como, no planejamento de transporte respeitando<br />

restrições de sazonalidade por conta de neve e gelo em<br />

países nórdicos, proposto por Sfeir et al (2021), e também,<br />

52 www.REVISTABIOMAIS.com.br


O eucalipto é matéria-prima<br />

para setores como de móveis<br />

e celulose, porém é também<br />

um importante insumo<br />

para energia térmica, sendo<br />

utilizado em diversos outros<br />

segmentos industriais<br />

na alocação ótima de áreas para plantio, conforme Rönnqvist,<br />

(2003). Porém, outras atividades que não possuem<br />

na silvicultura o principal componente do negócio, como<br />

na comercialização de grãos, muitas vezes negligenciam<br />

a gestão estratégica deste insumo. Na academia também<br />

não se encontram trabalhos que foquem na otimização<br />

de processos voltados ao abastecimento de cavaco de<br />

eucalipto para uso energético na secagem de grãos, ou<br />

em outros processos industriais. Este estudo propõe uma<br />

adaptação do modelo de programação linear apresentado<br />

em Rönnqvist (2003), a fim de garantir a alocação ótima<br />

de unidades de produção florestal, reduzindo custos de<br />

arrendamento e transporte de cavaco entre os pontos de<br />

origem e as unidades de recebimento de grãos de uma<br />

empresa paranaense que utiliza cavaco de eucalipto para<br />

secagem de soja e milho. A metodologia de pesquisa é<br />

classificada como modelagem axiomática normativa, segundo<br />

Cauchik-Miguel et al (2018), por ser uma otimização<br />

com base em um misto de dados empíricos e dados gerados<br />

para validação do resultado. A seção seguinte descreve<br />

o problema proposto, enquanto na terceira é apresentado<br />

o modelo matemático. No quarto item, o modelo é testado<br />

e validado em um estudo de caso. Por fim, a quinta seção<br />

apresenta as conclusões do trabalho.<br />

DESCRIÇÃO DO PROBLEMA<br />

Segundo dados da CONAB (Companhia Nacional<br />

de Abastecimento), existem mais de 3 mil unidades de<br />

armazenagem de grãos no Estado do Paraná, sendo que<br />

a maior parte delas possuem estrutura para secagem e<br />

beneficiamento destes produtos. A capacidade estática somada<br />

é de aproximadamente 45 milhões de t (toneladas)<br />

(Conab,2020). Considerando as características de período<br />

de colheita das principais culturas agrícolas do estado, soja<br />

e milho, e da grande liquidez da comercialização, estima-se<br />

que uma mesma unidade receba o equivalente a 1,6 vezes<br />

sua capacidade estática por ano. Nas áreas do Estado com<br />

predominância do cultivo do milho de segunda safra (plantado<br />

após a colheita da soja), pode-se dizer que, em média,<br />

as unidades recebam 70% da sua capacidade de soja, e<br />

90% de sua capacidade de milho.<br />

Os informes sobre custos de recebimento, secagem e<br />

limpeza de grãos, atualizados por safra pela OCEPAR (Organização<br />

das Cooperativas do Estado do Paraná), apontam<br />

os coeficientes técnicos médios para secagem de soja e<br />

milho. Segundo esse informe, cada cultura possui uma<br />

umidade de referência média de recebimento do produto<br />

da lavoura. Para a soja o valor de referência é 18%, já para<br />

o milho 22%. Para armazenagem de ambos os produtos é<br />

necessário realizar a secagem até, pelo menos, 14%.<br />

Normalmente o corte de eucalipto para fins energéticos<br />

ocorre entre os 5 e 8 anos de idade do maciço florestal.<br />

Para conseguir colheita anual para atender de forma estável<br />

a necessidade de secagem das unidades de recebimento<br />

de grãos, o plantio deve ser escalonado em áreas distintas,<br />

sejam essas contínuas ou não. Considerando o IMA<br />

(Incremento Médio Anual) – do Estado do Paraná de 40 m³<br />

(metros cúbicos) por ha/ano (hectare por ano) - APRE, 2018<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

53


ARTIGO<br />

-, a quantidade de madeira disponível em um ha (hectare)<br />

varia de 200 a 320 m³, de acordo com a idade do maciço.<br />

Dados empíricos coletados com empresas que atuam no<br />

estado apontam que ao picar um metro cúbico de eucalipto<br />

se obtém aproximadamente 2,94 m³, que equivalem a<br />

300 kg (quilos) de cavaco, com umidade de 35%.<br />

Um levantamento florestal realizado pela OCEPAR em<br />

parceria com a consultoria Innovatech em 2020 demonstra<br />

que o transporte do cavaco é um dos principais custos<br />

associados ao fomento desta matéria-prima nas cooperativas<br />

paranaenses, acrescentando em média R$ 1,84 por<br />

quilômetro e por toneladas.<br />

O modelo possibilita a tomada de decisão estratégica<br />

em médio prazo, não abordando a parte operacional,<br />

como períodos de colheita, nem ordem de carregamento<br />

de caminhões com cavaco. Para essas atividades, sugere-se<br />

adaptação do modelo proposto por Bórdon et al (2020),<br />

que prevê o agendamento semanal de carregamento<br />

de caminhões para atender o consumo de madeira. O<br />

sistema proposto no atual trabalho, considera apenas o<br />

valor de arrendamento e o custo médio de deslocamento,<br />

O modelo proposto atende<br />

o objetivo de criar uma<br />

ferramenta que possibilite a<br />

tomada de decisão de quais<br />

unidades florestais arrendar<br />

não levando em conta o investimento de aquisição de<br />

caminhões, nem custo marginal de operação de produção<br />

de cavaco, ou seja, o valor que se gastaria para produzir<br />

uma tonelada de cavaco a mais do que a capacidade do<br />

conjunto de equipamentos responsáveis pela colheita e<br />

picagem da madeira.<br />

MODELO<br />

Esta seção apresenta o modelo matemático de programação<br />

linear proposto para a solução do presente problema,<br />

divididos em 4 itens: conjuntos, parâmetros, variáveis e<br />

o modelo em si.<br />

Conjuntos<br />

• O (pontos origem): o ∈ O = {1,…,N}<br />

• D (pontos destino): d ∈ D = {1,…,N}<br />

• A (anos): a ∈ A = {1,…,8}<br />

Parâmetros<br />

• Custo entre pontos de origem “o” e consumo de<br />

cavaco “d”: Cod<br />

• Demanda no ponto destino “d” no ano “a”: Rda<br />

• Produção por hectare no ano “a” na origem “o”: Koa<br />

• Custo de arrendamento por hectare ao ano: Woa<br />

• Área total, em hectares, por origem: Ho<br />

54 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Variáveis<br />

• Quantidade de cavaco entre os pontos, expressa de<br />

forma contínua: Qoda<br />

• Alocação de colheita de área arrendada no ano, sendo<br />

binária, com valor um quando a área “o” estiver ativa no<br />

ano “a”. Caso contrário, valor será zero: Yoa;<br />

• Alocação de maciço florestal arrendada no período,<br />

sendo binária, com valor um quando a área o estiver no ciclo<br />

completo (oito anos). Caso contrário, valor será zero: Vo;<br />

• Área colhida por ano “a” na origem “o”, variável contínua:<br />

Noa;<br />

• Se a origem “o” vai entregar para destino “d” no ano<br />

“a”, variável binária, sendo um quando ativa e zero caso<br />

contrário: Boda.<br />

da operação. Além disso, permite também a construção de<br />

cenários que possibilitam a avaliação das políticas internas<br />

das empresas, validando-as ou sugerindo mudanças para<br />

reduzir ainda mais os custos operacionais estratégicos<br />

desta importante atividade de fomento de biomassa para a<br />

secagem de grãos.<br />

Trabalhos futuros complementares podem ser realizados<br />

em duas frentes: a primeira é a adaptação para<br />

considerar custos não contabilizados no presente trabalho,<br />

como o deslocamento de equipamentos de colheita e<br />

picagem, ou até mesmo análise de viabilidade de investimento.<br />

A segunda é a transformação do modelo para<br />

decisões estratégicas para otimização tática operacional,<br />

conforme apresentado por Bordón et al (2020).<br />

CONCLUSÃO<br />

O modelo proposto atende o objetivo de criar uma<br />

ferramenta que possibilite a tomada de decisão de quais<br />

unidades florestais arrendar, qual a distribuição ideal de<br />

cavaco em relação a quantidade transportada entre as<br />

origens e os pontos de consumo, reduzindo o custo global<br />

A versão completa do artigo pode ser encontrada em<br />

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Data: 8 a 10<br />

Local: Essen (Alemanha)<br />

Informações: www.e-world-essen.com/en/<br />

DESTAQUE<br />

MARÇO 2022<br />

V CONFERÊNCIA NACIONAL DE PCHS E CGHS<br />

Data: 24 e 25<br />

Local: Curitiba (PR)<br />

Informações: www.viex-americas.com/eventos/abrapch/<br />

MARÇO 2022<br />

UTCAL SUMMIT 2022<br />

Data: 29 a 1º de abril<br />

Local: Rio de Janeiro (RJ)<br />

Informações: www.utcamericalatina.org/novoSite/<br />

?page_id=2072<br />

MAIO 2022<br />

XXI SEMINÁRIO NACIONAL DE<br />

PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA<br />

ELÉTRICA<br />

Data: 15 a 18<br />

Local: Rio de Janeiro (RJ)<br />

Informações: https://xxvisnptee.com.br/<br />

JUNHO 2022<br />

ECOENERGY<br />

Data: 7 a 9<br />

Local: São Paulo (SP)<br />

Informações: https://feiraecoenergy.com.br/16/<br />

FENASUCRO & AGROCANA<br />

Data: 16 a 19 de agosto de 2022<br />

Local: Sertãozinho (SP)<br />

Informações: www.fenasucro.com.br/<br />

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os elos da cadeia produtiva de bioenergia. Durante<br />

365 dias ao ano a marca cria experiências, apresenta<br />

tendências, facilita networking e oferece conteúdo<br />

técnico e profissional. Através de pesquisas periódicas<br />

realizadas junto à comunidade, a Fenasucro<br />

& Agrocana entende e prioriza os mais importantes<br />

interesses de cada elo da cadeia produtiva para<br />

oferecer conteúdo, produtos e soluções que se encaixam<br />

melhor a cada fase do ano em suas diversas<br />

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OPINIÃO<br />

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A<br />

COP26 (Conferência do Clima), realizada em Glasgow,<br />

na Escócia, centraliza as atenções mundiais<br />

sobre a necessidade de controle das mudanças<br />

climáticas, com cerca de 200 países apresentando<br />

suas metas para redução da emissão de gases até 2030. Nesse<br />

contexto, o aguçamento do olhar crítico internacional sobre<br />

o Brasil tornou-se inevitável, em razão dos níveis de desmatamento<br />

e da importância da Amazônia para o planeta.<br />

É um bom momento para o Brasil reavaliar internamente<br />

essa questão, discutir sua política ambiental e elaborar um<br />

novo plano de desenvolvimento sustentável para toda a região.<br />

A preservação da Floresta Amazônica é de absoluto interesse<br />

para o país. Manter a floresta de pé beneficia toda a população<br />

do planeta, enquanto a permissividade das práticas ilegais<br />

de desmatamento trará consequências danosas à economia<br />

brasileira, e em especial às regiões centro-oeste, sudeste e sul,<br />

responsáveis por mais de 70% do PIB Brasil (com destaque aos<br />

setores de energia hidráulica e agrobusiness - celeiro mundial).<br />

Ainda do ponto de vista econômico, existe uma oportunidade<br />

histórica a ser aproveitada: a participação nacional<br />

relevante no mercado de crédito de carbono, mediante a<br />

comercialização em bolsas nacionais e internacionais. O Brasil<br />

possui potencial para, no futuro, tornar-se líder mundial na<br />

geração e comercialização desses créditos. Mas há outras ações<br />

necessárias. Atividades como o garimpo e a pecuária extensiva<br />

não devem mais receber aprovação pelos órgãos do governo<br />

no Bioma Amazônia. Está comprovado matematicamente que<br />

o aumento de cabeças de gado por hectare é mais lucrativo<br />

e ecologicamente mais responsável, porque poupa a floresta.<br />

A preservação, portanto, é necessária não apenas por razões<br />

climáticas, mas também por questões econômicas. E reunimos<br />

todas as condições para implantar uma nova ordem econômica<br />

para a Amazônia, substituindo o irresponsável e criminoso<br />

desmatamento pelo modelo de árvore em pé.<br />

A discussão, entretanto, precisa ser ampliada. A preservação<br />

FLORESTA EM PÉ, SOLUÇÃO<br />

PARA O BRASIL EM UM<br />

NOVO PERFIL JURÍDICO<br />

da Floresta Amazônia deve se dar não por meio da imposição<br />

estrangeira, mas como fruto da conscientização nacional. Porém,<br />

dado que os benefícios da conservação da floresta são de<br />

extensão mundial, é justo que os custos desse esforço preservacionista<br />

sejam compartilhados por todos os países. Até agora,<br />

essa luta se deu a custo zero para o mundo, mas com sacrifício<br />

altíssimo da população amazônica. Esse quadro não é mais<br />

aceitável. A renúncia econômica dos amazônidas é infinitamente<br />

maior do que a grande maioria dos brasileiros conhece ou<br />

imagina.<br />

A complexidade da questão exige que organismos multilaterais<br />

sejam acionados para desenvolver estudos, observados<br />

pragmatismo e vigência. Tudo isso sem ideologias ou indicação<br />

de vencedores e vencidos. Se o resultado for positivo, como se<br />

espera, toda a humanidade será a vencedora.<br />

O que propomos é discutir tudo relativo à Floresta Tropical,<br />

incluindo as terras indígenas (um milhão de km² na Amazônia)<br />

e os rios voadores, como imposição de respeito à ecologia<br />

humana, à melhoria de qualidade de vida dos 18 milhões de<br />

brasileiros que habitam a região e têm necessidades mínimas a<br />

serem satisfeitas.<br />

Em outra frente, o modelo de Zona Franca de Manaus reclama<br />

reavaliação e implementação de correções a fim de agregar<br />

valores econômicos, após três décadas convivendo com a<br />

habitual má vontade do governo federal enquanto é criticado<br />

pela única renúncia fiscal aquinhoada pela nossa Constituição.<br />

A verdade, muito ao contrário do que está dito acima, é que a<br />

ZFM é uma grande âncora ambiental, certamente a melhor, e<br />

talvez única, ação do governo federal, mesmo que involuntária.<br />

É possível preservar e garantir resultados econômicos com<br />

um desenvolvimento ecologicamente correto e socialmente<br />

justo. Um novo perfil jurídico no país é necessário com reformas,<br />

não necessariamente constitucionais para implantá-lo,<br />

que viabilizariam tornar essa riqueza nacional uma fantástica<br />

fonte de divisas para o país.<br />

Por Ives Gandra da Silva Martins - Presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomércio e professor emérito da<br />

Universidade Mackenzie, das ECEME (Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército) e ESG (Superior de Guerra)<br />

e Samuel Hanan - Engenheiro, com especialização nas áreas de macroeconomia, administração de empresas e finanças,<br />

empresário e foi vice-governador do Amazonas (1999-2002)<br />

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