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Entrevista: Biomassa de microalgas na obtenção de energia vira realidade<br />
COMBUSTÍVEL<br />
DO FUTURO<br />
MERCADO SE DESTACA<br />
NA PRODUÇÃO DE<br />
MÁQUINAS E SOLUÇÕES<br />
PARA A INDÚSTRIA DE<br />
PELLETS DE MADEIRA<br />
ECONOMIA<br />
COP 26 TRAZ ALERTAS SOBRE<br />
NECESSIDADE DO INVESTIMENTO<br />
EM FONTES RENOVÁVEIS<br />
PELO MUNDO<br />
ONDAS GIGANTES SURGEM COMO POTENCIAL DE<br />
FONTE RENOVÁVEL DE ENERGIA
HÁ UMA DÉCADA, ESPECIALIZADA EM<br />
TRANSFORMAR BIOMASSA EM<br />
ENERGIA TÉRMICA<br />
Estrada Geral Pitangueira n° 1 - Agrolândia - SC
INDÚSTRIA DE GERADORES DE CALOR LTDA.<br />
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SUMÁRIO<br />
06 | EDITORIAL<br />
Presente e futuro<br />
08 | CARTAS<br />
10 | NOTAS<br />
16 | ENTREVISTA<br />
20 | PRINCIPAL<br />
26 | PELO MUNDO<br />
Ondas douradas<br />
30 | MERCADO<br />
Diversidade elétrica<br />
34 | INOVAÇÃO<br />
Energia do futuro<br />
38 | EVENTO<br />
Prêmio REFERÊNCIA<br />
46 | ECONOMIA<br />
50 | ARTIGO<br />
56 | AGENDA<br />
58 | OPINIÃO<br />
Floresta em pé, solução para o<br />
Brasil em um novo perfil jurídico<br />
04 www.REVISTABIOMAIS.com.br
EDITORIAL<br />
Na capa deste mês é estampado<br />
maquinário da Biobrax para produção<br />
de pellets de madeira<br />
PRESENTE<br />
E FUTURO<br />
C<br />
om os olhos do mundo apontados para a necessidade de frear o aquecimento global, a busca<br />
por fontes renováveis de energia se coloca como obrigatória para o presente. E dentre esses<br />
novos combustíveis, os pellets de biomassa aparecem como uma excelente opção para as<br />
indústrias conseguirem formas mais econômicas e sustentáveis para alimentar os processos<br />
fabris. Referência nesse setor, a Biobrax atua desde 2018 para oferecer soluções e maquinários para empresas<br />
que desejam utilizar os pellets como fonte de combustível. Nesta edição, você também irá conferir uma<br />
entrevista sobre um projeto inovador para a utilização de biomassa de algas marinhas para a obtenção de<br />
energia, além de matérias sobre inovação, mercado e muito mais. Tenha uma excelente leitura!<br />
EXPEDIENTE<br />
ANO VIII - EDIÇÃO 48 - DEZEMBRO 2021<br />
Diretor Comercial<br />
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(fabiomachado@revistabiomais.com.br)<br />
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Fone: +55 (41) 3333-1023<br />
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independente, dirigida aos produtores e consumidores de<br />
energias limpas e alternativas, produtores de resíduos para<br />
geração e cogeração de energia, instituições de pesquisa,<br />
estudantes universitários, órgãos governamentais, ONG’s,<br />
entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />
ligados ao segmento. A REVISTA BIOMAIS não se<br />
responsabiliza por conceitos emitidos em matérias, artigos,<br />
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materiais de responsabilidade de seus autores. A utilização,<br />
reprodução, apropriação, armazenamento de banco de dados,<br />
sob qualquer forma ou meio, dos textos, fotos e outras<br />
criações intelectuais da REVISTA BIOMAIS são terminantemente<br />
proibídas sem autorização escrita dos titulares dos<br />
direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />
06 www.REVISTABIOMAIS.com.br
CARTAS<br />
CAPA<br />
O mundo inteiro está atento a importância de trocar os combustíveis fósseis por fontes<br />
renováveis. Por isso, o trabalho das indústrias e empresas que fomentam o uso da biomassa<br />
precisa ser muito divulgado e aplaudido!<br />
Alexandre Biega – Franca (SP)<br />
Foto: divulgação<br />
ENTREVISTA<br />
O Governo precisa urgentemente apoiar as empresas que querem investir em energia limpa, ainda mais com a crise<br />
energética que estamos vivendo.<br />
Mário Coimbra – Divinópolis (MG)<br />
MERCADO<br />
Da mesma forma que são cobradas, as empresas que seguem as leis ambientais e fomentam boas práticas precisam<br />
ser valorizadas pela sociedade.<br />
Felipe Barcki – Santarém (PA)<br />
PELO MUNDO<br />
Bitcoin é o presente e o futuro da economia mundial. Quem saiu na frente nessa<br />
mineração já está aproveitando muito bem os lucros.<br />
Adriano Wosniak – Pelotas (RS)<br />
Foto: divulgação<br />
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na<br />
mí<br />
energia<br />
biomassa<br />
dia informação<br />
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08 www.REVISTABIOMAIS.com.br
NOTAS<br />
PARQUE EÓLICO<br />
A 2W Energia, uma das principais plataformas de energia renovável<br />
do país, recebeu do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico)<br />
parecer permanente para o parque eólico Anemus Wind, no Rio Grande<br />
do Norte. Com isso, o complexo está apto a operar a partir de setembro<br />
de 2022. Localizado nos municípios de Currais Novos e São Vicente, no<br />
Rio Grande do Norte, o complexo será uma planta de geração de energia<br />
limpa e renovável, com 138,6 MW (megawatts) de capacidade instalada. A<br />
energia gerada será destinada, principalmente, aos clientes da divisão de<br />
varejo da 2W, composta por pequenas e médias empresas que buscam a<br />
migração ao mercado livre de energia. O complexo terá 33 aerogeradores<br />
com potência nominal de 4,2 MW cada, com 147 de diâmetro dos rotores<br />
e a altura das torres de 125m (metros) acima do solo, modelo que traz<br />
melhor aproveitamento dos recursos eólicos da região. O início da geração<br />
de energia no Complexo Eólico Anemus está previsto para o segundo<br />
semestre de 2022.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
PROJETO TRANSFORMAÇÃO<br />
A ENGIE Brasil Energia, por meio das Usinas Hidrelétricas Salto Santiago e Salto Osório, realizou a quarta edição do TransformAção:<br />
transformando a relação das pessoas com a energia. O projeto tem por finalidade estimular o protagonismo de estudantes<br />
das escolas municipais, estaduais e particulares localizadas nos municípios do entorno. A metodologia propôs às escolas e colégios<br />
implantarem projetos através dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) definido pela ONU (Organização das Nações<br />
Unidas). Os ODS são um conjunto de 17 objetivos que visam garantir um futuro sustentável do planeta, através de metas e indicadores<br />
específicos. Nesta edição, 48 escolas e colégios do Paraná inscreveram seus projetos, dos quais nove foram escolhidos como<br />
finalistas para Salto Santiago e oito para Salto Osório. No ano, o TransformAção mobilizou 6.137 alunos, 940 profissionais da equipe<br />
pedagógica, 4.755 familiares de alunos e 24.260 membros da comunidade. As finalistas foram selecionadas pelos seguintes critérios:<br />
histórico, objetivos, abrangência e os beneficiários, inovação social, melhoria, criatividade, mobilização, e a sustentabilidade para<br />
perpetuação. A ENGIE premiará todos os finalistas com valores em dinheiro, de acordo com a sua colocação na categoria, e neste ano<br />
também acontecerá o reconhecimento de projeto com maior percepção de Inovação Social por usina, onde os vencedores ganharão<br />
um prêmio adicional. O projeto acontece em<br />
parceria com o SESI Paraná, e a Solenidade de<br />
Premiação acontecerá pelo Canal do Portal TM<br />
TV no YouTube, nos dias 30 de novembro para<br />
os projetos de Salto Santiago e 1º de dezembro<br />
para os projetos de Salto Osório. Além<br />
disso, durante o Congresso Sesi ODS, nos dias<br />
24 e 25 de novembro, aconteceu a entrega<br />
dos prêmios Sesi Peça por Peça, que reconhece<br />
iniciativas que favorecem a transformação<br />
do ambiente escolar para alcance do ODS 04<br />
– Educação de Qualidade, desenvolvidas nos<br />
municípios paranaenses. Na ocasião, 5 escolas<br />
participantes do TransformAção também<br />
foram reconhecidas.<br />
10 www.REVISTABIOMAIS.com.br
GÁS METANO<br />
Em acordo proposto pelos EUA (Estados Unidos da América),<br />
o Brasil se comprometeu a reduzir em 30% as emissões de<br />
gás metano. Em 2020, o País foi responsável pela emissão de<br />
20,2 milhões de toneladas, sendo 72% da agropecuária, 16% de<br />
resíduos e 9% de mudança de uso da terra. A grande questão<br />
é que o metano é 25 vezes mais nocivo que o CO2 (gás carbônico),<br />
o que deve levar a uma consideração mais efetiva sobre<br />
a redução deste gás de efeito estufa para fins de cumprimento<br />
das metas estabelecidas no Acordo de Paris, incluindo também<br />
o setor de resíduos. Segundo o 6º Relatório (AR6) do IPCC (Painel<br />
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), que teve o<br />
relatório do seu 1º Grupo de Trabalho publicado recentemente,<br />
há grande preocupação com o aquecimento Global, como incêndios<br />
florestais, inundações e elevação da temperatura e do nível<br />
do mar, apontando que o planeta Terra aquecerá 1,5 graus até<br />
2040, com fortes efeitos inclusive no Brasil. O mesmo relatório<br />
indica emissões insustentáveis de GEE (Gases do Efeito Estufa),<br />
mensurados em toneladas equivalentes de CO2, e parte deles são<br />
provenientes do metano gerado pela disposição de resíduos no<br />
meio ambiente. O 5º Relatório do IPCC já apontava que as usinas<br />
de recuperação energética (Waste-to-Energy) são a forma mais<br />
eficaz para mitigação dos gases de efeito estufa dos Resíduos<br />
Sólidos Urbanos. A ABREN (Associação Brasileira de Recuperação<br />
Energética de Resíduos) concorda com os resultados do relatório<br />
e propõe que os resíduos sejam usados como combustível para<br />
gerar energia. O Ministério do Meio Ambiente e o Ministério<br />
do Desenvolvimento Regional calculam que a região nordeste<br />
destina 4,4 milhões de ton/ano aos lixões e 4,3 milhões a aterros<br />
controlados, e a região sudeste destina 3,6 milhões de ton/ano<br />
de RSU aos lixões e 5,3 milhões de ton/ano para aterros controlados.<br />
Vale destacar que os 13 países com uma taxa de tratamento<br />
térmico de resíduos sólidos urbanos superior a 25% do total<br />
gerado estão também entre os 16 primeiros no Índice de Saúde e<br />
Bem-Estar do Fórum Econômico Mundial. A instalação de usinas<br />
de recuperação energética de resíduos permite incomensuráveis<br />
benefícios à saúde da população.<br />
Foto: divulgação<br />
TRANSMISSÃO<br />
Entraram em operação no final do mês de novembro, a<br />
linha de transmissão em 500 kV Presidente Juscelino/Pirapora<br />
2, circuito 2 e demais equipamentos associados nas subestações<br />
Presidente Juscelino e Pirapora 2. Os empreendimentos<br />
agregam um aporte valioso ao repasse da energia elétrica<br />
gerada nas regiões norte e nordeste para o restante do país.<br />
O empreendimento, sob concessão da Mantiqueira Transmissora<br />
do grupo CYMI, foi licitado no Leilão de Transmissão n°<br />
5/2015, promovido pela ANEEL (Agência Nacional de Energia<br />
Elétrica). O início da operação comercial da linha de transmissão<br />
é considerado especialmente oportuno neste período de<br />
escassez hídrica, uma vez que contribuirá para o escoamento<br />
da energia proveniente da Usina Hidrelétrica de Belo Monte<br />
e das geradoras eólicas e solares fotovoltaicas localizadas no<br />
nordeste. O incremento na transmissão, espera-se, colaborará<br />
para a recomposição dos níveis de armazenamento dos<br />
reservatórios das regiões sudeste, centro-oeste e sul durante<br />
o período chuvoso, e também para o uso otimizado deste recurso<br />
durante os períodos secos, com reflexos para a diminuição<br />
da tarifa de energia elétrica dos consumidores. Segundo<br />
estimativas iniciais, em fase de validação pelo ONS (Operador<br />
Nacional do Sistema), a linha de 177 km (quilômetros) localizada<br />
no norte de Minas Gerais permite o incremento de 800<br />
MWm (megawatts-médios) na transferência de energia – que<br />
supririam com sobra, por exemplo, a grande Florianópolis<br />
(SC) - demanda de 530 MWm). A linha Presidente Juscelino/<br />
Pirapora 2, circuito 2 viabiliza a efetiva integração da linha de<br />
transmissão 500 kV Presidente Juscelino/Janaúba circuitos<br />
1 e 2 e demais equipamentos associados nas subestações<br />
Presidente Juscelino e Janaúba 3 à operação do Sistema interligado<br />
Nacional. A linha de transmissão 500 kV Presidente<br />
Juscelino/Janaúba 3 circuitos 1 e 2 pertence a concessão da<br />
Equatorial Transmissora.<br />
Foto: divulgação<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
11
NOTAS<br />
SOL FORTE<br />
Segundo pesquisa da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica),<br />
a instalação de placas solares teve um crescimento de quase 50%<br />
no primeiro semestre de 2021. Com luzes cada vez mais intensas sobre<br />
o setor, o Brasil ultrapassou a marca histórica de 10 GW (gigawatts) de<br />
potência operacional da fonte fotovoltaica, em usinas de grande porte<br />
e em pequenos e médios sistemas instalados em telhados, fachadas e<br />
terrenos, de acordo com a ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia<br />
Solar Fotovoltaica). O cenário otimista ainda traz investimentos, da<br />
ordem de R$ 4,8 bilhões, e cerca de 15 mil profissionais trabalhando<br />
na área. É claro que, neste universo em expansão, muitas empresas<br />
têm crescido exponencialmente, como a Entec Solar, que neste mês<br />
comemora suas bodas de madeira oferecendo diferentes modelos de<br />
negócios, ofertas de instalação, modernos equipamentos e serviços de<br />
primeira linha em termos de manutenção. Com sede em Curitiba (PR),<br />
a empresa comemora seus cinco anos com mais de 800 obras realizadas<br />
em todos os estados do país. Com cinco filiais e mais de 150 agentes autorizados, realizando projetos e instalações de placas solares<br />
em residências, empresas, comércios, propriedades rurais e indústrias, e uma frota própria composta de três caminhões, duas carretas e<br />
14 veículos pertencentes às equipes técnicas, por semana, ela faz com que 20 brasileiros, no mínimo, sejam autossuficientes em gerar a<br />
própria energia. E as luzes sobre a Entec Solar estão tão fortes que os sócios-diretores Tiago Sarneski, Fernanda Pereira e Jessé Silva viram<br />
as cifras do faturamento nos primeiros seis meses deste ano aumentarem 370%, em comparação com igual período do ano passado, um<br />
reflexo do número de projetos de maior porte. Devido à alta demanda, até o fim deste ano, a companhia paranaense avalia faturar R$ 30<br />
milhões, valor 76,4% maior do que a receita alcançada em 2020. Do faturamento exclusivo com marketing digital, focado na venda de<br />
cursos, em 2017 e 2018, a empresa atingiu a marca de 3 mil alunos em 2019 e hoje conta, além dos treinamentos, com os mais variados<br />
projetos de sistema de energia solar fotovoltaica, os quais são cada vez mais procurados por causa das altas taxas da conta de luz e do<br />
barateamento dos equipamentos solares. “De janeiro a junho deste ano, tivemos 281 novos projetos, enquanto, nesse mesmo período,<br />
em 2020, foram 116, um salto de 326%”. Com isso, as projeções da empresa, para 2022, são de, no mínimo, 30% de crescimento, fechando<br />
com R$ 60 milhões e 160 postos de trabalho. Entre os próximos passos, destaque para a abertura de um novo escritório da Entec na<br />
cidade de Campinas (SP), que já conta, inclusive, com seis colaboradores in loco.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
ESTAGNAÇÃO<br />
A empresa de pesquisa energética, ligada ao governo federal,<br />
apresentou os dados relacionados ao consumo de energia<br />
elétrica na rede de distribuição. Essa avaliação é feita anualmente<br />
para estimar o quanto a capacidade de geração de energia<br />
precisa crescer, em uma década, para atender a demanda.<br />
Segundo esses dados, o país não atingiu o plano de aumentar a<br />
produção de energia nos últimos 10 anos. Em meio à pior seca<br />
dos últimos 90 anos, o Brasil enfrenta uma séria crise energética<br />
o que faz com que os indicadores não sejam tão positivos. O parque<br />
de geração atual de energia elétrica tem 10 GW (gigawatts)<br />
a menos de capacidade do que o previsto. Para se ter uma<br />
ideia, a Usina de Itaipu, no Paraná, tem 14 GW de capacidade instalada. Diante da crise e do receio de desabastecimento, o país precisou<br />
importar energia e utilizar termelétricas mais caras, o que impacta diretamente no consumidor, que viu as tarifas aumentarem significativamente<br />
ao longo do ano. De acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria, esse aumento também terá um reflexo<br />
negativo no PIB, que deve ter queda de 0,11% em comparação a 2020.<br />
12 www.REVISTABIOMAIS.com.br
COM LUZ<br />
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque,<br />
descartou qualquer risco de desabastecimento elétrico<br />
ou de apagão no país, por conta da crise hídrica dos<br />
reservatórios. Durante a inauguração do laboratório do<br />
Centro de Pesquisas de Energia Elétrica da Eletrobras,<br />
em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, o ministro<br />
disse que o país atravessa a pior crise hídrica dos últimos<br />
90 anos, com falta de chuvas nos principais reservatórios.<br />
Mas ressaltou que o setor elétrico soube trabalhar<br />
para superar o problema. Bento Albuquerque também<br />
falou sobre a possibilidade de construção de uma<br />
quarta usina nuclear no país, para se somar às que já<br />
estão em funcionamento em Angra dos Reis, no litoral<br />
sul do Rio de Janeiro. Ele não definiu, no entanto, onde<br />
seria construída a nova usina, mas garantiu que será de<br />
uma nova geração, menor, mais eficiente e mais segura<br />
que as atuais. O novo centro de pesquisas, chamado<br />
Laboratório de Smart Grids, inaugurado pelo ministro,<br />
nesta sexta-feira, é um dos primeiros do gênero no país<br />
e recebeu investimentos da ordem de R$ 20 milhões. A<br />
previsão é de que ajude nas pesquisas e prestação de<br />
serviços às empresas do setor de energia, contribuindo<br />
para o avanço tecnológico brasileiro.<br />
Foto: divulgação<br />
USINAS EÓLICAS<br />
EXPANDEM CAPACIDADES<br />
As usinas eólicas constituem neste momento 20,1 GW<br />
(gigawatts) de potência instalada, respondendo por 11,11%<br />
da matriz energética brasileira. A expansão da capacidade<br />
instalada de energia elétrica a partir de fonte eólica no Brasil<br />
chegou a 3.051,29 MW (megawatts) em 2021, considerando-<br />
-se os dados referentes a novembro. É o maior incremento<br />
dessa fonte observado desde 2014, quando 2.786 MW foram<br />
liberados pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica)<br />
para operação comercial no país. Em 2021, a capacidade<br />
instalada até o momento é de 6.436,11 MW, sendo 3.051,29<br />
MW (47,41%) a partir de fonte eólica, 2.038,91 MW (31,68%)<br />
proveniente de termelétricas, 1.252,17 MW (19,46%) de<br />
usinas solares fotovoltaicas e 89,22 MW (1,39%) de pequenas<br />
centrais hidrelétricas.<br />
A meta de expansão da geração em 2021, de 4.790,4 MW,<br />
foi ultrapassada pela ANEEL em setembro. Durante este ano,<br />
foram inauguradas ou reabertas usinas em 20 estados das<br />
cinco regiões do país. Os estados com maior acréscimo na<br />
capacidade de geração foram Rio Grande do Norte, Bahia e<br />
Rio de Janeiro. Há 69 usinas em operação em teste, 17 delas<br />
desde outubro. Outras informações sobre o acompanhamento<br />
da expansão da oferta de geração estão disponíveis em<br />
painéis interativos em https://bit.ly/3D8k6Ql<br />
Foto: divulgação<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
13
NOTAS<br />
PLANTIO<br />
Com a presença de ministros de Estado, do governador do Paraná, prefeitos e parceiros da região oeste do Estado, a Itaipu<br />
Binacional comemorou no início de dezembro o plantio da 24ª milionésima árvore na margem brasileira da usina. A marca coroa os<br />
esforços de restauração florestal que a empresa iniciou em 1979 e a colocam como referência mundial em cuidados ambientais.<br />
Para o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, não se trata de um ato simbólico, uma vez que a Itaipu efetivamente plantou<br />
24 milhões de árvores. Ele, que liderou a missão brasileira à COP 26 (Conferência Mundial do Clima), lembrou dos desafios que o<br />
mundo enfrenta: a necessidade de produzir energia limpa, recuperar a biodiversidade e sequestrar os gases de efeito estufa. “E é<br />
uma satisfação muito grande ver que a Itaipu Binacional faz tudo isso ao mesmo tempo”, enfatizou.<br />
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, destacou a Itaipu como referência na aplicação dos princípios ESG (Meio<br />
Ambiente, Social e Governança, em inglês): a governança permite à empresa estabelecer recordes de produtividade e garantir o<br />
abastecimento mesmo em tempos de seca; o social se traduz em programas não apenas para pessoas em vulnerabilidade, mas<br />
também na geração de emprego e melhorias na infraestrutura regional; e o cuidado ambiental fica evidente no cuidado com a restauração<br />
florestal, por exemplo. E destacou o pioneirismo da Itaipu em temas urgentes da agenda internacional, como a transição<br />
energética (a substituição dos combustíveis fósseis por renováveis). “Costumo dizer que a transição energética começou no Brasil<br />
há 50 anos, com a Itaipu, as usinas nucleares e o Proálcool”, afirmou Bento.<br />
O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, falou sobre a importante contribuição da Itaipu para a promoção da<br />
sustentabilidade no estado. Recente relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) sobre a<br />
aplicação dos princípios da Agenda 2030 da ONU aponta o Paraná como exemplo de desenvolvimento sustentável. “A sustentabilidade<br />
faz parte do DNA da Itaipu. E esse trabalho inspirou outras empresas, como a Copel e Sanepar, a também atuarem com essa<br />
visão”, compara o governador, lembrando que o estado tem 94% da geração de energia ligada à fonte hídrica.<br />
O diretor-geral brasileiro da Itaipu, general João Francisco Ferreira, lembrou que os esforços de restauração florestal da Itaipu<br />
estão diretamente ligados ao negócio da empresa. Isso porque a conservação dos ecossistemas contribui para a preservação da<br />
água e para a longevidade do reservatório, assegurando a produção de energia para o Brasil e para o Paraguai no longo prazo. Ele<br />
também destacou o reconhecimento do programa O Homem e a Biosfera, da Unesco, que em 2019 incluiu as áreas protegidas da<br />
Itaipu na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.<br />
A cerimônia realizada no CRV (Centro de Recepção de Visitantes) da Itaipu marca o encerramento da campanha comemorativa<br />
da marca de 24 milhões de árvores plantadas pelo lado brasileiro da binacional. A iniciativa envolveu os empregados da empresa,<br />
comunidades e autoridades da região. Porém, como enfatizou o general Ferreira, “o trabalho de restauração continua e será realizado<br />
enquanto a Itaipu existir.”<br />
Foto: Sara Cheida Itaipu Binacional<br />
14 www.REVISTABIOMAIS.com.br
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ENTREVISTA<br />
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ENTREVISTA<br />
ANDRÉ<br />
BELLIN<br />
MARIANO<br />
Formação: Doutor em Ciências –<br />
Bioquímica, pelo departamento de<br />
Bioquímica e Biologia Molecular da<br />
UFPR (Universidade Federal do Paraná),<br />
Farmacêutico com Habilitação em<br />
Análises Clínicas e Indústria pela UFPR.<br />
Cargo: Professor Adjunto do Dep.<br />
Engenharia Elétrica da UFPR, do curso de<br />
pós graduação em Engenharia e Ciência<br />
dos Materiais da UFPR e Cofundador<br />
do NPDEAS-UFPR (Núcleo de Pesquisa<br />
e Desenvolvimento em Energia<br />
Autossustentável), em que atua como<br />
pesquisador e gestor.<br />
PESQUISA<br />
PELO FUTURO<br />
A<br />
s universidades brasileiras são grandes celeiros para o fomento de tecnologias fundamentais<br />
para o crescimento da indústria e da geração de empregos. E na UFPR<br />
(Universidade Federal do Paraná) um projeto pode ser uma excelente alternativa<br />
para a geração de energia, utilizando biomassa de microalgas como combustível.<br />
“Recentemente licenciamos essa tecnologia para uma empresa e se alguma prefeitura ou<br />
consórcio de municípios interessado em tratar os resíduos sólidos usando essa tecnologia<br />
de produzir eletricidade, ela já está disponível no mercado”, explica o professor da UFPR e<br />
cofundador do NPDEAS-UFPR, André Bellin Mariano. O professor conversou com exclusividade<br />
à Revista BIOMAIS sobre o projeto e abaixo segue a entrevista na íntegra:<br />
16 www.REVISTABIOMAIS.com.br
Como foi iniciado o projeto das microalgas na<br />
UFPR (Universidade Federal do Paraná)?<br />
O trabalho começou em 2007, quando professores<br />
da UFPR submeteram um projeto para o CNPq (Conselho<br />
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico)<br />
para o desenvolvimento de uma planta para o cultivo de<br />
microalgas na universidade. A ideia era criar um projeto<br />
de prédio autossustentável em energia elétrica a partir<br />
da biomassa. Em um primeiro momento os pesquisadores<br />
pensaram em usar biogás, fazendo o tratamento de<br />
todos os efluentes e resíduos da universidade para gerar<br />
energia elétrica. O cálculo mostrou que a densidade<br />
energética do biogás ia ser insuficiente, então começou-se<br />
a buscar uma outra forma de produção rápida de<br />
biomassa, de forma sustentável, para gerir a energia do<br />
prédio. Naquele momento os pesquisadores entenderam<br />
que essa fonte seria as microalgas e entrei no projeto<br />
seis meses depois do início. Ajudei no desenvolvimento<br />
e na construção do prédio e dos primeiros reatores. Toda<br />
literatura científica estava apontando as microalgas como<br />
o futuro da produção de energia renovável. As microalgas<br />
são organismos unicelulares e podem duplicar o<br />
número de células em apenas 3h30 (horas). A gente já<br />
conseguiu fazer esse processo em 8h e esse crescimento<br />
dela permite a criação de uma biomassa uniforme, com<br />
composição interessante de óleo. Isso motivou o início<br />
do processo. No decorrer do projeto, percebemos que<br />
não era tão fácil produzir microalgas e obter esses altos<br />
teores, eram apenas em algumas condições específicas<br />
que as microalgas produziam muito óleo e as algas que<br />
produzem muito óleo não têm grande produtividade em<br />
biomassa. Em função disso, fomos fazendo várias adaptações<br />
na nossa tecnologia e desenvolvemos fotobiorreatores<br />
tubulares compactos, que são equipamentos com<br />
8m (metros) de altura e 3,5 km (quilômetros) de tubos<br />
transparentes, onde as microalgas circulam e crescem,<br />
fazendo fotossíntese e absorvendo CO2 (gás carbônico)<br />
da atmosfera. Ao final de 15 dias, conseguimos coletar<br />
esse material. Ou seja, a safra da microalga dura até 15<br />
dias, dependendo das condições, porque já conseguimos<br />
produzir as microalgas em três dias. Então o grupo foi se<br />
especializando nesse cultivo e a microalga que a gente<br />
mais utiliza é nativa aqui de Curitiba (PR), sendo assim<br />
acostumada com o clima da região, e estamos fazendo<br />
vários estudos para disponibilizar essa tecnologia. Por<br />
exemplo, a produção de biodiesel a partir das microalgas<br />
e estamos fazendo outras pesquisas complementares,<br />
como a produção de petróleo a partir das microalgas,<br />
extraindo hidrocarbonetos em frações semelhantes ao<br />
diesel, querosene e gasolina. Isso é todo uma nova linha<br />
de pesquisa que estamos desenvolvendo.<br />
Com o desenvolvimento do projeto, quais outros<br />
usos para as microalgas foram descobertos?<br />
Produzimos muita biomassa, mas ainda sobra o<br />
resíduo, que tem muito valor no mercado, pelos teores<br />
de proteína, carboidratos e sais minerais. Então fizemos<br />
parcerias com grupos de pesquisa da universidade e<br />
foram desenvolvidos indutores de crescimento vegetal.<br />
As nossas microalgas foram utilizadas em estudos para<br />
o desenvolvimento de tomates orgânicos, com registro<br />
de maior crescimento na raiz e no caule ainda na fase de<br />
germinação, permitindo frutos mais doces. Outras aplicações<br />
da biomassa são na alimentação de animais, com<br />
aplicação em rações para peixes e cachorros. Fizemos<br />
um estudo e demonstramos que nossa ração diminuiu<br />
colesterol e triglicerídeos nos cães e proteção a danos no<br />
DNA aos peixes. O único problema nosso para ter a sustentabilidade<br />
energética no prédio é a escala. Não temos<br />
muito espaço para cultivar, a gente tem atualmente um<br />
pátio com 400m2 (metros quadrados), tornando difícil<br />
construir todas as unidades necessárias para o projeto.<br />
Então procuramos outras formas de obter essa sustentabilidade<br />
energética com as microalgas e encontramos<br />
no tratamento de resíduos sólidos urbano. Construímos<br />
uma planta para incinerar esses resíduos, cuja emissão é<br />
tratada pelas microalgas e o calor desse processo é usado<br />
para gerar vapor que alimenta uma usina termoelétrica.<br />
Dessa forma estamos produzindo eletricidade de forma<br />
distribuída, fazendo o tratamento dos resíduos sólidos<br />
e diminuindo as emissões de gases poluentes devido a<br />
absorção das microalgas. Em paralelo, a gente buscou<br />
formas de produzir microalgas sem gastar recursos. Elas<br />
precisam de nutrientes como nitrogênio e fósforo e para<br />
não depender da indústria química, nós criamos uma<br />
A ideia era criar um<br />
projeto de prédio<br />
autossustentável em<br />
energia elétrica a partir<br />
da biomassa<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
17
ENTREVISTA<br />
tecnologia de tratamento de efluentes da agroindústria<br />
como fonte de nutrientes para as microalgas. Nosso modelo<br />
consiste em buscar efluentes como esterco e urina<br />
suína em uma fazenda de Castro (região dos Campos Gerais,<br />
no Paraná) e fazemos a biodigestão, com o efluente<br />
sendo usado como fonte de nutrientes nos fotobiorreatores.<br />
Dessa forma, ao final do processo a gente vai obter a<br />
biomassa da microalga e também água tratada, que pode<br />
ser utilizada na alimentação animal ou transformada<br />
em água potável. Patenteamos essa tecnologia no Brasil<br />
e nos EUA (Estados Unidos da América) e atualmente<br />
temos um sistema para purificação de biogás usando as<br />
microalgas para fixar CO2 e esse é um dos sistemas mais<br />
produtivos de biomassa, porque estamos fornecendo CO2<br />
para produção de biomassa concentrada. Recentemente<br />
nós licenciamos essa tecnologia para uma empresa e se<br />
alguma prefeitura ou consórcio de municípios interessado<br />
em tratar os resíduos sólidos usando essa tecnologia<br />
de produzir eletricidade, ela já está disponível no<br />
mercado.<br />
Qual a importância do fomento da pesquisa nas<br />
universidades brasileiras para descobertas como o<br />
projeto das microalgas?<br />
A importância de incentivar o desenvolvimento de<br />
energias sustentáveis dentro das universidades é fundamental<br />
para a sustentabilidade energética de um país.<br />
Estamos observando um movimento mundial de busca<br />
por fontes de energias renováveis para diminuir nossa<br />
dependência de combustíveis fósseis. Então vai ficar<br />
cada vez mais difícil esses combustíveis, provavelmente<br />
vai haver taxações e barreiras comerciais no mundo para<br />
produtos que foram feitos dessa forma, além de incentivos<br />
econômicos grandes para quem quiser trabalhar com<br />
energia renovável pelo mundo, tendo em vista o próprio<br />
nome, renovável, o uso é para fonte de energia e ela continua<br />
disponível para mim em um segundo momento.<br />
E o Brasil tem uma característica muito particular, como<br />
uma grande nação, transcontinental e com clima muito<br />
próprio para a produção de biomassa. Temos grande<br />
parte das nossas florestas intactas, com 7% a 8% utilizadas<br />
para o agronegócio e como a gente está produzindo<br />
alimentos para o mundo todo em uma pequena área,<br />
os resíduos dessas carnes seguem aqui no país, então<br />
quanto mais carne exportar, mais resíduos vou ter aqui. E<br />
o resíduo não é um problema e sim uma oportunidade.<br />
Todos os resíduos orgânicos que sobram da agricultura<br />
eles são energia solar. A planta faz a fotossíntese, aquilo<br />
que consigo utilizar vai virar alimento ou energia com o<br />
uso do óleo, açúcares ou biomassa, mas o que sobra ainda<br />
tem energia. Da mesma forma os animais, que comem<br />
a ração e têm uma conversão alimentar, aproveitando<br />
parte em proteína, mas boa parte ainda sai nas fezes e<br />
urina e tem grande potencial energético. Então ao invés<br />
de tratarmos essas questões como problemas ambientais,<br />
temos que encarar como uma oportunidade para<br />
desenvolver projetos de produção de biogás, efluentes<br />
da biogestão, entre outros. Nas cidades a gente tem<br />
grande potencial de resíduos, com o modelo tradicional<br />
sendo pegar o resíduo, botar em um caminhão e levar<br />
até um aterro. Queimando combustível fóssil para esse<br />
transporte do lixo. Então é um grande problema logístico<br />
e de poluição, sendo que se esse lixo não for aproveitado<br />
no aterro como fonte de biogás, vai acabar liberando<br />
gases poluentes na atmosfera. Se tenho a possibilidade<br />
de aproveitar esse resíduo para produção de energia<br />
distribuída, tenho grande vantagem logística com essa<br />
oportunidade. Com isso a gente ganha mais fôlego para<br />
momentos de menos chuva, quando nossos reservatórios<br />
estão diminuídos e a gente tem esse risco de ficar sem<br />
água para gerar hidroeletricidade. Então formas complementares<br />
a partir da biomassa, do lixo e dos resíduos<br />
são fundamentais para a sustentabilidade energética e<br />
é importante termos energia, porque é graças a ela que<br />
temos qualidade de vida, indústria, crescimento, geração<br />
de emprego e consequentemente o crescimento do país.<br />
Não podemos ficar reféns de matrizes ultrapassadas para<br />
produzir energia que vão gerar problemas para o futuro<br />
de diversos países. Esperamos que o Brasil seja protagonista<br />
mundial no desenvolvimento de diversas fontes de<br />
energia renovável, porque a sustentabilidade vem com a<br />
aplicação da pesquisa científica para termos resultados<br />
mais eficientes, sem geração de subprodutos.<br />
Então ao invés de tratarmos<br />
essas questões como<br />
problemas ambientais,<br />
temos que encarar como<br />
uma oportunidade para<br />
desenvolver projetos de<br />
produção de biogás<br />
18 www.REVISTABIOMAIS.com.br
Máquinas Peletizadoras<br />
PELETIZADORAS PARA<br />
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20 www.REVISTABIOMAIS.com.br
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FOTOS EMANOEL CALDEIRA E DIVULGAÇÃO<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
21
PRINCIPAL<br />
O<br />
s pellets têm ganho cada vez mais espaço<br />
na produção industrial. Com os custos<br />
de energia cada vez mais altos, a aposta<br />
nessa fonte sustentável tem se provado<br />
certeira, reduzindo despesas, sem colocar em risco a<br />
produtividade e rendimento das empresas.<br />
Dentro desse mercado, a Biobrax atua desde 2018,<br />
com maquinários para o processo de peletização,<br />
desde o projeto e instalação, até o comissionamento<br />
e a manutenção das peletizadoras. Tudo isso sendo<br />
referência em tecnologia, qualidade, velocidade na<br />
entrega e com manutenção imediata para os clientes<br />
da empresa.<br />
O diferencial dos seus equipamentos é o sistema<br />
de peletização, que possui matriz plana permitindo<br />
que a máquina trabalhe de forma horizontal, oferecendo<br />
maior durabilidade dos rolamentos frente a seus<br />
concorrentes, além da diminuição da necessidade de<br />
manutenção. O sistema ainda, utiliza de 25 CV a 30 CV<br />
a menos do que o normal, consumindo menos energia<br />
e produzindo com a mesma capacidade. “Temos<br />
levado transformações não só lucrativas, mas também<br />
para a vida das pessoas como um todo através do<br />
nosso serviço e compromisso”, explica Jefferson Luiz<br />
Nogueira Coutinho, fundador da empresa.<br />
A empresa foi fundada ao enxergar oportunidade<br />
na produção de pellets e registrou grande crescimento<br />
quando garantiu uma produção viável, assegurando<br />
a gestão dos recursos naturais, contribuindo para<br />
o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva dos<br />
clientes. Além disso, a Biobrax trabalha com a premissa<br />
principal de fornecer soluções inteligentes para<br />
atender a demanda de mercado de forma customizada<br />
a cada cliente.<br />
VANTAGEM COMPETITIVA DOS PELLETS<br />
O pellet tem sido cada vez mais procurado por ter<br />
fácil armazenagem e principalmente por sua elevada<br />
22<br />
www.REVISTABIOMAIS.com.br
densidade energética calorífica, sendo composto por<br />
serragem e lascas de madeira que são compactados<br />
ficando em forma granulada cilíndrica. Durante a<br />
visita na empresa, Jefferson chama os pellets de ouro<br />
reforçando as vantagens em se produzir e consumir<br />
o produto e o potencial de crescimento do mercado<br />
nacional e internacional. “O fabricante e o consumidor<br />
tem muito a ganhar com essa biomassa, além disso<br />
ajudamos muito nas questões ambientais do planeta.<br />
Qualquer empresa que adquira nossas máquinas e<br />
equipamentos, conseguem entrar com uma certificadora<br />
internacional de pellets”, ressalta Jefferson.<br />
Os pellets ainda possibilitam diversos benefícios<br />
às empresas como:<br />
• Redução a dependência do petróleo e gás;<br />
• Fonte de energia renovável e sustentável;<br />
• Redução no desperdício de resíduos florestais;<br />
• Diminuição de custos de produção;<br />
• Fornecimento de oportunidades de emprego<br />
local (desenvolvimento regional);<br />
• Baixa emissão de poluentes devido ao baixo teor<br />
de cinzas.<br />
O mercado mundial<br />
de pellets de madeira<br />
encontra-se em fase<br />
forte de crescimento,<br />
em especial pelo<br />
uso promissor como<br />
biocombustível. Segundo<br />
a European Pellet Centre,<br />
o pellet de madeira é a<br />
biomassa sólida mais<br />
negociada no mundo<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 23
PRINCIPAL<br />
MERCADO DE PELLETS<br />
O mercado mundial de pellets de madeira encontra-se<br />
em forte crescimento, em especial pelo uso<br />
promissor como biocombustível. Segundo a European<br />
Pellet Centre, o pellet de madeira é a biomassa sólida<br />
mais negociada no mundo. Alguns mercados, como<br />
Alemanha e Áustria são autossuficientes em sua<br />
produção, mas muitos ainda precisam importar a produção<br />
como é o caso da Bélgica, Dinamarca e Itália.<br />
O Brasil ainda está em fase de crescimento em<br />
sua produção e consumo, porém tem potencial de se<br />
tornar um dos grandes players do mercado mundial<br />
na produção do biocombustível, isso porque, segundo<br />
pesquisa do departamento de engenharia florestal<br />
de Brasília, só de descarte madeireiro o país produz<br />
em média anualmente 14 milhões de t (toneladas). “A<br />
maior fábrica hoje no Brasil, produz 40 t/h (toneladas<br />
por hora). Para atender a demanda brasileira precisaríamos<br />
de uma produção de 5 mil t/h", projeta Jefferson<br />
ao falar sobre o crescimento no ramo. “Esse mercado<br />
vai continuar crescendo gradativamente, todo ano,<br />
de 2 anos para cá tivemos uma crescente de 25%,<br />
precisamos de mais indústrias de peletizadoras para<br />
atender a demanda."<br />
Entre os setores que mais procuram os pellets<br />
na Biobrax se destacam as indústrias de mobiliários,<br />
avicultores e cooperativas avícolas. “Os aviários que<br />
consomem o pellet têm uma lucratividade no carregamento<br />
do lote de aproximadamente 17 centavos por<br />
quilo. O aviário que utiliza lenha tem muita variação<br />
de temperatura, o frango não ganha peso, mas quan-<br />
O pellet tem sido cada<br />
vez mais procurado por<br />
ter fácil armazenagem<br />
e principalmente por<br />
sua elevada densidade<br />
energética calorífica,<br />
o produto é composto<br />
por serragem e lascas<br />
de madeira que são<br />
compactados ficando<br />
em forma granulada<br />
cilíndrica<br />
24 www.REVISTABIOMAIS.com.br
do esse aviário possui uma fornalha que consome o<br />
pellet de madeira, tem constância de temperatura,<br />
que se mantém por 24h (horas) a 32 o C (graus Celsius),<br />
os frangos ganham mais peso e tem melhores resultados”,<br />
pontua Jefferson.<br />
A principal fonte de matéria-prima para a fabricação<br />
do pellet vem da atividade florestal. O sistema<br />
operacional para a fabricação se inicia no campo, onde<br />
coleta-se a madeira de árvores pinus e a encaminha<br />
para o processo de trituração, formando o cavaco. Essa<br />
madeira é triturada e vai para a fábrica passando por<br />
um processo de serragem, formando um material mais<br />
fino, ideal para a máquina formar uma granulometria<br />
adequada para o processo de secagem. O secador<br />
rotativo recebe essa serragem e reduz a umidade,<br />
com processo feito por uma fornalha automatizada e<br />
depois seguindo para uma moega que vai alimentar o<br />
moinho refinador. A partir desse refinador é que se obtém<br />
a entrega de uma granulometria necessária para<br />
criar o pellet A1, dentro das normativas internacionais,<br />
ideal para exportação.<br />
Falando em exportação, Jefferson pontua a importância<br />
e necessidade de um estudo mais profundo<br />
quando se quer explorar o mercado externo. "O que<br />
a gente precisa fazer e o que explicamos para nossos<br />
clientes que querem exportar, é a necessidade de um<br />
remanejo muito bem detalhado de florestas, respeitando<br />
as particularidades das espécies das árvores.<br />
Não depender de alguém de fora, precisa ter uma<br />
floresta própria para cortar", explica o fundador da<br />
empresa.<br />
Jackeline Oliveira Moreira, sócia-proprietária da<br />
Biobrax, enxerga um futuro promissor para a empresa,<br />
que tem planos para crescer ainda mais, com o<br />
grande potencial do Brasil na produção e o foco na<br />
exportação das máquinas. “Queremos uma Biobrax<br />
mais encorpada, com uma área industrial de aproximadamente<br />
2.500m² (metros quadrados). O mercado<br />
externo procura máquinas com maiores capacidades,<br />
que sejam robustas, estaremos preparados para isso”,<br />
garante Jackeline.<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
25
PELO MUNDO<br />
ONDAS<br />
DOURADAS<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
26 www.REVISTABIOMAIS.com.br
ENERGIA MAREMOTRIZ É<br />
GERADA POR EMPRESA<br />
NA COSTA DA ESCÓCIA A<br />
PARTIR DE ONDAS GIGANTES<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
27
PELO MUNDO<br />
A<br />
busca por fontes renováveis de energia tem<br />
sido uma das principais disputas no século<br />
XXI e a exploração das ondas gigantes na<br />
geração de energia foi uma alternativa encontrada<br />
por duas empresas.<br />
A Orbital Marine Power tem utilizado uma turbina<br />
maremotriz na costa da Escócia, conhecida como a mais<br />
poderosa do mundo, que tem o tamanho de um avião de<br />
passageiros. A base fica cerca de 18m (metros) abaixo da<br />
superfície, com duas asas estendendo-se para baixo em<br />
cada lado da estrutura.<br />
Em comparação com outra matriz energética renovável,<br />
a eólica, a energia oriunda das ondas gigantes traz<br />
como diferencial a maior previsibilidade desse fenômeno<br />
natural em comparação com os ventos, visto que a vazante<br />
e o fluxo das marés dificilmente apresentam mudanças<br />
consideráveis.<br />
A turbina da Orbital Marine Power está conectada à<br />
elétrica da região de Orkney, na Escócia, e tem conseguido<br />
produzir cerca de 2 MW (megawatts) de potência, algo<br />
suficiente para abastecer mais de 2 mil casas por um ano.<br />
Outra empresa que tem buscado nas ondas gigantes<br />
uma fonte de energia é a Verdant Power, que baseada em<br />
Nova York, tem a estrutura rebaixada até o fundo do East<br />
River.<br />
A Verdant Power conseguiu por oito meses gerar eletricidade<br />
suficiente para abastecer cerca de 60 casas, com<br />
uma capacidade de expansão para até 6 mil residências<br />
dentro de usina de energia completa.<br />
Mas um impeditivo para a<br />
massificação das usinas de<br />
energia a partir das ondas<br />
gigantes é o alto custo de<br />
instalação dos projetos por<br />
essa fonte<br />
28 www.REVISTABIOMAIS.com.br
Mas um impeditivo para a massificação das usinas<br />
de energia a partir das ondas gigantes é o alto custo de<br />
instalação dos projetos por essa fonte. Segundo números<br />
do Departamento de Energia dos EUA (Estados Unidos<br />
da América), o custo para implantar esse conceito fica na<br />
casa dos US$ 280 MW/h (megawatt/hora).<br />
Em comparação, projetos do setor de energia eólica<br />
custam em médias US$ 20 por MW/h, sendo mais competitiva<br />
para ser implantada dentro do mercado. Além<br />
disso, a geração de energia pelas ondas gigantes tem<br />
outro fator de dificuldade que é manutenção da estrutura<br />
abaixo do mar. Diferente de outras matrizes energéticas,<br />
as usinas maremotrizes sofrem com maior corrosão devido<br />
a compostos químicos mais abundantes no oceano,<br />
como cloretos, enxofre e metais pesados.<br />
Mesmo assim, as ondas gigantes despontam como<br />
mais uma alternativa sustentável para se buscar energia,<br />
sem gerar resíduos poluentes à atmosfera como os combustíveis<br />
fósseis e sendo dessa forma mais benéficas para<br />
o meio ambiente.<br />
A turbina da Orbital Marine<br />
Power está conectada<br />
à elétrica da região de<br />
Orkney, na Escócia, e tem<br />
conseguido produzir cerca<br />
de 2 MW de potência<br />
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MERCADO<br />
DIVERSIDADE<br />
ELÉTRICA<br />
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30 www.REVISTABIOMAIS.com.br
ANEEL APROVA REGULAMENTAÇÃO PARA<br />
FUNCIONAMENTO DE CENTRAIS GERADORAS<br />
HÍBRIDAS PARA FOMENTAR A DIVERSIFICAÇÃO<br />
DAS MATRIZES DE ENERGIA<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
31
MERCADO<br />
A<br />
ANEEL (Agência Nacional de Energia<br />
Elétrica) aprovou no mês de novembro a<br />
regulamentação para o funcionamento<br />
de Centrais Geradoras Híbridas e centrais<br />
geradoras associadas. O normativo traz as definições<br />
e as regras para a outorga desses empreendimentos e<br />
para a contratação do uso dos sistemas de transmissão,<br />
além de definir a forma de tarifação dessas usinas<br />
e da aplicação dos descontos legais nas tarifas de uso<br />
do sistema de transmissão.<br />
O normativo é considerado um passo importante<br />
para que empreendimentos no Brasil possam<br />
aproveitar a complementaridade temporal entre as<br />
diferentes fontes de geração de energia. Ele permite<br />
combinações de fontes de geração, sejam elas de<br />
usinas fotovoltaicas, eólicas, hidrelétricas grandes e<br />
pequenas e termelétricas.<br />
Entre as vantagens elencadas pela ANEEL, estão a<br />
complementaridade das fontes de geração (uma gera<br />
quando a outra está menos disponível), a utilização<br />
da rede de transmissão de maneira mais eficiente e<br />
estável, a mitigação de riscos comerciais e a economia<br />
na compra de terreno e em outros custos. A medida<br />
contribui, assim, para o crescimento da capacidade<br />
de geração com menores investimentos em expansão<br />
das redes, conforme explica a diretora Elisa Bastos:<br />
“A aprovação da regulamentação proposta será<br />
um marco para o desenvolvimento das usinas híbridas<br />
e associadas, o que propiciará maior diversidade tecnológica,<br />
contribuindo para a modernização do setor<br />
elétrico brasileiro”, afirmou a diretora-relatora do tema.<br />
“A regulamentação constitui uma alternativa para<br />
o uso eficiente dos recursos disponíveis. A inserção<br />
desses empreendimentos no sistema elétrico pode<br />
reduzir custos e postergar novos investimentos em<br />
expansão, especialmente nos pontos de conexão com<br />
a Rede Básica.”<br />
“Essa regulamentação é um salto de qualidade<br />
no setor elétrico e agora é a vitrine de nossa agenda<br />
de inovação”, atesta o diretor-geral da ANEEL, André<br />
Pepitone. “A Agência está buscando manter o sistema<br />
elétrico moderno frente ao atual contexto de transição<br />
A aprovação da<br />
regulamentação proposta<br />
será um marco para o<br />
desenvolvimento das usinas<br />
híbridas e associadas<br />
32 www.REVISTABIOMAIS.com.br
energética e sustentabilidade. Ao longo de todo o<br />
processo de construção do normativo, a ANEEL agiu<br />
com previsibilidade e transparência, qualidades que<br />
foram reconhecidas recentemente pela OCDE”, frisa o<br />
diretor-geral sobre o recente processo de peer review<br />
da Agência.<br />
As matérias procedimentais relacionadas à<br />
viabilização das usinas híbridas serão aprovadas pela<br />
ANEEL em breve, com a revisão dos Procedimentos de<br />
Rede e das Regras de Comercialização. Elas seguirão as<br />
propostas a serem apresentadas pelo ONS (Operador<br />
Nacional do Sistema Elétrico) e pela CCEE (Câmara de<br />
Comercialização de Energia Elétrica) em até 120 dias<br />
contados da publicação da Resolução Normativa.<br />
Por outro lado, a aplicação da norma no que se<br />
refere aos pedidos de Informação de Acesso no ONS e<br />
às solicitações de outorga na ANEEL terá início com a<br />
vigência da regulamentação de usinas híbridas, em 3<br />
de janeiro de 2022.<br />
Anteriormente à deliberação do normativo referente<br />
às usinas híbridas, foi empreendido o projeto<br />
piloto de outorga associada do complexo eólico Ventos<br />
de São Vicente 8 a 14 unido à usina solar fotovoltaica<br />
Sol do Piauí (68 MW), construído pela empresa<br />
Votorantim. O início da operação está previsto para<br />
13/1/2023.<br />
As usinas híbridas já são uma realidade para o<br />
sistema isolado desde 2014, nos editais dos leilões e<br />
nas outorgas. Foram propostas majoritariamente usinas<br />
termelétricas a diesel com adição de outra fonte<br />
de geração limpa, como eólica ou solar fotovoltaica.<br />
Nesse caso, os benefícios diretos são compartilhados<br />
entre empreendedor e consumidores locais. Recentemente,<br />
o tema passou por Consulta Pública na ANEEL<br />
para consolidar os critérios dessa adição de fonte<br />
renovável em usinas a diesel nos sistemas isolados.<br />
Nos sistemas isolados, as principais vantagens<br />
verificadas são: benefício econômico no valor da energia;<br />
economia no consumo de combustíveis fósseis,<br />
trazendo a redução de custos com o ressarcimento de<br />
Conta de Consumo de Combustíveis e a redução de<br />
emissão de gases de efeito estufa; e a redução da dependência<br />
de apenas uma fonte de energia (no caso,<br />
os combustíveis fósseis).
INOVAÇÃO<br />
ENERGIA DO<br />
FUTURO<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
34 www.REVISTABIOMAIS.com.br
MINISTÉRIO DA ENERGIA<br />
DIVULGA ESTUDO<br />
SOBRE O POTENCIAL<br />
DA DIGITALIZAÇÃO DO<br />
SETOR ENERGÉTICO E<br />
SEUS BENEFÍCIOS PARA A<br />
SOCIEDADE<br />
O<br />
setor de energia poderá passar por adaptações<br />
tecnológicas que representarão uma<br />
revolução similar à ocorrida com as telecomunicações.<br />
Em termos práticos, significa,<br />
entre um número ainda inimaginável de possibilidades,<br />
transformar medidores de energia e demais equipamentos<br />
em unidades de inteligência artificial e, a partir da<br />
digitalização de dados e procedimentos, ampliar como<br />
nunca a qualidade e os serviços prestados pelas empresas<br />
do setor.<br />
O potencial da digitalização do setor energético<br />
vai muito além do que se pode imaginar atualmente,<br />
conforme sugere um estudo divulgado em novembro,<br />
pelo MME (Ministério de Minas e Energia). Foi o que disse<br />
à Agência Brasil o diretor do Departamento de Desenvolvimento<br />
Energético do MME e coordenador do projeto<br />
Sistemas de Energia do Futuro, Carlos Alexandre Príncipe<br />
Pires.<br />
O estudo Uso de Novas Tecnologias Digitais para<br />
Medição de Consumo de Energia e Níveis de Eficiência<br />
Energética no Brasil é, segundo ele, uma ideia lançada no<br />
ar para mostrar à comunidade e, em especial, às empresas<br />
do setor energético, um horizonte inicial sobre o<br />
impacto que a digitalização de equipamentos e serviços<br />
pode ter para o Brasil.<br />
Elaborado por meio da Parceria Energética Brasil-Alemanha,<br />
o trabalho é produto de uma cooperação entre<br />
o Ministério de Economia e Energia da Alemanha (BMWi,<br />
na sigla em alemão) e o MME, que tem por base experiências<br />
europeias no uso da Inteligência Artificial, Internet<br />
das Coisas, Big Data e tecnologias digitais de ponta.<br />
Ele traz insumos sobre como utilizar essas tecnologias<br />
para coletar, processar e analisar dados relacionados ao<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
35
INOVAÇÃO<br />
consumo de energia e medição da eficiência energética<br />
no contexto brasileiro.<br />
“Minha percepção é de que a digitalização é um<br />
processo sem volta para todos os setores em algum<br />
momento, já que se trata de uma ferramenta que permite<br />
maior eficiência no uso dos recursos. Caso contrário,<br />
ela não se justificaria. Isso é muito perceptível. Todos os<br />
setores em que há digitalização ficam mais competitivos<br />
e eficientes, e isso não será diferente no setor energético”,<br />
argumentou o diretor do MME.<br />
MUDANÇAS EM ALTA VELOCIDADE<br />
Pires acrescentou que os efeitos da digitalização<br />
deste setor ocorrerão em uma velocidade ainda maior<br />
do que a das telecomunicações, uma vez que têm como<br />
ponto de partida ferramentas já disponibilizadas pelas<br />
telecomunicações, tanto no âmbito residencial como<br />
comercial e industrial.<br />
“A tendência é que esse processo se dê mais rápido<br />
do que o ocorrido nas telecomunicações, até porque as<br />
telecomunicações proporcionaram a outros setores ganho<br />
de tempo. Mas tudo vai depender de um passo ainda<br />
a ser dado na modernização do setor elétrico. Acredito<br />
que, no mercado livre de energia, esse passo seja dado<br />
muito mais rapidamente porque é intrínseco à liberdade<br />
de mercado. Já no cativo, que são as distribuidoras de<br />
energia, o passo será mais lento, mas tão ou mais rápido<br />
do que a legislação permitir”, complementa o diretor do<br />
MME.<br />
Diante de tantas possibilidades, não há, segundo Pires,<br />
como deixar de se fazer um paralelo entre o processo<br />
de digitalização e o ocorrido no setor de comunicações.<br />
“Antes, havia telefones fixos e orelhões. Quando apareceram<br />
os celulares não se tinha a exata noção de onde<br />
poderíamos chegar. Ninguém imaginava que, em pouco<br />
mais de dez anos, até operações bancárias complexas<br />
seriam feitas por meio deles”, observou.<br />
Ele acrescenta que a digitalização do setor abrange<br />
não apenas consumo e oferta, mas possibilidades quase<br />
infinitas do uso de inteligência artificial para a melhoria<br />
de processos.<br />
“O consumidor passa a ser o que chamamos de<br />
prossumidor: um consumidor mais proativo que, por<br />
exemplo, pode se tornar produtor ao gerar, consumir e<br />
36 www.REVISTABIOMAIS.com.br
distribuir energia a partir da própria casa”, exemplifica ao<br />
apontar uma ação básica do que visualiza como uma das<br />
possíveis revoluções, que devem ocorrer no setor, a partir<br />
da adoção de tecnologias envolvendo a digitalização da<br />
relação de consumo.<br />
As possibilidades não param por aí. “O consumidor<br />
será mais ativo na sua relação com as empresas, sabendo<br />
quanto consome em tempo real e adotando ajustes que<br />
podem ou não ser automatizados residencial, comercial<br />
e industrialmente.” Nesse sentido, ainda no campo dos<br />
exemplos, um ar-condicionado poderia ser ligado pouco<br />
antes de uma pessoa chegar em casa, a partir de um geolocalizador<br />
que, via internet, repasse essa informação à<br />
central de energia da casa. Poderá também ser desligado<br />
automaticamente, fazendo uso dessa mesma tecnologia,<br />
quando a pessoa sair de casa.<br />
A digitalização terá funcionalidades também na área<br />
de distribuição de energia. “Ela dispensará a ida de uma<br />
pessoa para fazer a medição do consumo de energia ou<br />
mesmo para fazer ligações ou religações. Tudo poderá<br />
ser feito de forma remota. Uma outra possibilidade é a de<br />
automatizar, com ajuda de inteligência artificial, a reconexão,<br />
de forma alternativa, do fornecimento de energia<br />
no caso de o transformador de um bairro apresentar<br />
problema”, explicou Pires.<br />
BENEFÍCIOS PARA A INDÚSTRIA<br />
No campo industrial, sensores podem proporcionar,<br />
a qualquer processo produtivo, mais eficiência. Por<br />
exemplo, ao interromper, de forma imediata, a produção<br />
quando uma falha for detectada. “E, logo em seguida,<br />
retomar o quanto antes o processo produtivo de outras<br />
formas, com máquinas ligando e desligando a partir de<br />
decisões tomadas por inteligência artificial”, argumenta o<br />
diretor do MME ao detalhar situações em que a digitalização<br />
pode ser muito mais ampla do que propriamente<br />
uma relação entre consumidor e distribuidora.<br />
Há também a expectativa de que, na medida em que<br />
uma frota de automóveis for se digitalizando e eletrificando,<br />
as baterias dos carros sirvam também de backup em<br />
situações de falta de energia nas residências, evitando<br />
que equipamentos vitais como respiradores ou mesmo<br />
geladeiras e freezers deixem de funcionar.<br />
O estudo divulgado pelo MME indica alguns desafios<br />
básicos, técnicos e de infraestrutura de rede, para que<br />
o Brasil avance na digitalização dos serviços oferecidos<br />
pelas companhias elétricas.<br />
Um deles está relacionado à necessidade de efetividade<br />
da comunicação entre o ponto de medição e a<br />
Espera-se que as<br />
concessionárias<br />
brasileiras de energia<br />
possam realizar a<br />
transição de forma<br />
planejada e sistemática,<br />
ampliando de forma<br />
gradual o conhecimento<br />
de seus clientes<br />
distribuidora (necessidade de um sistema bidirecional<br />
de comunicação, o gerenciamento deste sistema dentro<br />
do negócio de energia), e seus custos associados - quem<br />
pagará o investimento e como ele deve ser articulado<br />
entre as diversas possibilidades e players.<br />
Outro desafio é o país promover uma modernização<br />
regulatória e legal da concessão de distribuição de energia,<br />
para exigir, incentivar e monitorar a digitalização em<br />
toda a cadeia de negócios de energia, de forma a evoluir<br />
o status quo atual das condicionantes operacionais<br />
das distribuidoras de energia, e oferecer mais serviços<br />
e soluções energéticas, com modelos participativos e<br />
reconhecendo as interferências de novos mecanismos de<br />
comercialização da energia possivelmente infiltrados e<br />
competindo em sua cadeia de fornecimento.<br />
Ainda segundo a pesquisa do MME, as mudanças propostas<br />
com rede elétrica inteligente, IoT e digitalização<br />
das redes são culturalmente profundas para os players e<br />
para a sociedade, demandando, portanto, repensar, testar<br />
e reorganizar os processos existentes e as situações de<br />
décadas de operação das redes de energia, das normas<br />
regulatórias e das leis.<br />
“Espera-se que as concessionárias brasileiras de<br />
energia possam realizar a transição de forma planejada e<br />
sistemática, ampliando de forma gradual o conhecimento<br />
de seus clientes e de sua rede. Espera-se que o cliente<br />
seja também aculturado em suas responsabilidades e<br />
direitos e possa contribuir de forma inteligente para o<br />
negócio, como decisor da compra e efetivo estruturador<br />
da demanda”, conclui o estudo.<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
37
PRÊMIO REFERÊNCIA<br />
PRÊMIO REFERÊNCIA CHEGOU A<br />
SUA 19ª EDIÇÃO CELEBRANDO<br />
OS DESTAQUES DO ANO EM<br />
DIVERSOS SEGMENTOS DO SETOR<br />
MADEIREIRO<br />
FOTOS EMANOEL CALDEIRA<br />
O<br />
ano de 2021 foi repleto de grandes oportunidades<br />
para a indústria da madeira no país.<br />
O setor demonstrou sua força e transformou<br />
cada momento em um passo para construção<br />
de um 2022 ainda mais promissor. Diante do cenário, a<br />
JOTA EDITORA, responsável pela publicação das Revistas<br />
REFERÊNCIA FLORESTAL, REFERÊNCIA INDUSTRIAL, REFE-<br />
RÊNCIA PRODUTOS DE MADEIRA, REFERÊNCIA BIOMAIS<br />
e REFERÊNCIA CELULOSE & PAPEL, realizou o Prêmio<br />
REFERÊNCIA, a fim de enaltecer não apenas as premiadas,<br />
mas também celebrar as conquistas da indústriade base<br />
florestal durante 2021.<br />
Neste ano a noite de premiação foi dividida em dois<br />
momentos diferentes, na primeira parte do evento foi<br />
realizado o painel: Panorama da Madeira; apresentado por<br />
Fábio Machado, diretor comercial da Revista REFERÊNCIA.<br />
O bate-papo contou com a participação de Eduardo Leão,<br />
Presidente da AIMEX (Associação das Indústrias Exportadoras<br />
de Madeiras do Estado do Pará), apresentando o tema:<br />
O cenário da exportação de produtos florestais amazônicos;<br />
Rafael José Mason, Presidente do CIPEM (Centro das<br />
Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado<br />
de Mato Grosso) apresentou o tema: A sustentabilidade do<br />
manejo florestal no Estado do Mato Grosso; e Álvaro Luiz<br />
Scheffer Junior, presidente da APRE (Associação Paranaense<br />
de Empresas de Base Florestal) tratou sobre a Participação<br />
do setor florestal na nova economia.<br />
Após a realização do painel, a jornalista e apresentadora<br />
Mira Graçano, foi responsável pela condução da cerimônia<br />
de premiação das dez empresas ganhadoras. Neste ano<br />
as empresas premiadas foram: Aplysia Soluções Ambientais,<br />
Brasil Tropical Pisos/BTP Floors, Dalcomad, Francio<br />
Soluções Florestais, Madeplant Florestal Ltda., Madfreitas,<br />
MM Wood Brazil Exportação de Madeira, Terra Sol Madeiras<br />
Ecológicas, Todesmade – Indústria de Madeiras e Artefatos<br />
Ltda e Uniflora Com. de Madeiras.<br />
Devido as restrições causadas pela pandemia, o evento<br />
foi realizado de maneira híbrida, sendo a parte presencial<br />
no Restaurante Porta Romana Trattoria, em Curitiba (PR),<br />
com presença dos vencedores e patrocinadores e transmissão<br />
online através do canal no youtube da Revista REFERÊN-<br />
CIA, que atingiu números expressivos: picos de audiência<br />
simultânea de quase 5 mil pessoas, totalizando mais de 42<br />
mil pessoas que passaram pelo evento. A cerimônia está<br />
disponível para ser assistida e compartilhada através do<br />
link: https://bit.ly/PremioReferencia2021.<br />
38 www.REVISTABIOMAIS.com.br
CONFIRA OS GANHADORES DO PRÊMIO REFERÊNCIA 2021<br />
APLYSIA SOLUÇÕES AMBIENTAIS<br />
A Aplysia Soluções Ambientais, empresa que desde 1997 desenvolve<br />
soluções completas para a indústria, recebeu destaque pelo Projeto<br />
ReNaturalize, que tem como objetivo a recuperação e restauração de<br />
ambiental de rios e nascentes. Os resultados do ReNaturalize o fizeram<br />
o único projeto brasileiro premiado no BRICS Solutions for SDGs Awards<br />
2021. O trabalho da empresa tem grande importância para o setor de<br />
celulose e papel, que utiliza a água como elemento essencial em seu<br />
processo produtivo e necessita das melhores soluções para o tratamento<br />
da água, visando garantir impactos ambientais positivos.<br />
Kátia Regina Chagas, pesquisadora da Aplysia, destacou a importância<br />
do projeto vencedor e o quanto a empresa se orgulha do por<br />
essa conquista. “Levamos soluções ambientais para o setor de celulose<br />
e papel há mais de duas décadas e sermos reconhecidos por isso nos<br />
faz acreditar que estamos no caminho certo”, afirmou Kátia (à dir.), que<br />
recebeu a placa das mãos de Marcele Coelho, da REFERÊNCIA.<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
39
PRÊMIO REFERÊNCIA<br />
BRASIL TROPICAL PISOS/BTP FLOORS<br />
As preocupações ambientais fazem parte do trabalho da Brasil Tropical<br />
Pisos desde o início de suas atividades em 1994. Um dos objetivos da<br />
empresa sempre foi ser uma ponte entre a floresta e o mercado, trabalhando<br />
com madeiras nobres, retiradas de manejos sustentáveis e certificação<br />
de procedência. A empresa leva pisos de madeira, decks, revestimentos<br />
internos e madeira bruta para mais de 35 países, valorizando a qualidade da<br />
madeira brasileira ao redor do mundo. A excelência no trabalho e preocupações<br />
ambientais fizeram a BTP um dos destaques no segmento em 2021.<br />
“Fico muito feliz de estar nesse lugar com pessoas tão importantes.<br />
Estou emocionado e satisfeito por depois de tantos anos de trabalho junto<br />
a minha família conseguirmos conquistar esse prêmio”, destacou Leandro<br />
Bianchini Serafin, CEO da Brasil Tropical Pisos. Quem fez a entrega da placa<br />
foi Rafael Mason (à dir.), do CIPEM.<br />
DALCOMAD<br />
A Dalcomad, empresa fundada em 1994 e que desde 2009 atua no setor de<br />
portas, mostrou que com muito trabalho e dedicação novas soluções podem<br />
ser oferecidas ao mercado de portas. Neste ano a Dalcomad conquistou o<br />
Prêmio REFERÊNCIA com o lançamento do Kit Due, novo modelo de kit porta<br />
que tem como grande diferencial selecionar a abertura da porta, para direita ou<br />
para a esquerda, no momento da instalação. A empresa apresenta esse modelo<br />
como uma maneira de facilitar o trabalho do varejista e do consumidor final,<br />
uma vez que otimiza o estoque e tem montagem simples.<br />
Rogério Dalgallo, sócio e diretor da Dalcomad, valorizou a equipe de funcionários<br />
da empresa por conseguir fazer do Kit Due uma realidade. “Dedico esse<br />
prêmio aos colaboradores da Dalcomad. Nos últimos 4 anos eles acreditaram<br />
em uma ideia diferente, que nossos clientes pediam e conseguimos desenvolver<br />
o kit porta pronto”, salientou Rogério, que recebeu das mãos do presidente<br />
da ABIMCI, Juliano Vieira de Araujo (à esq.), a placa comemorativa.<br />
FRANCIO SOLUÇÕES FLORESTAIS<br />
A Francio Soluções Florestais oferece serviços de consultoria e treinamentos<br />
na área de silvicultura e agrosilvicultura. O crescimento da empresa é<br />
continuo e seu trabalho contribui diretamente para que a produção de floresta<br />
plantada alcance os melhores resultados na colheita. A Francio Soluções<br />
Florestais trabalha baseada em dados e ciência para levar aos seus clientes<br />
planos estratégicos e mensuráveis. O Prêmio REFERÊNCIA 2021 conquistado<br />
pela empresa destaca o trabalho dedicado a fazer o setor florestal mais forte,<br />
trazendo as melhores soluções técnicas para atingir os melhores resultados de<br />
produtividade.<br />
Pedro Francio Filho, proprietário da Francio Soluções Florestais, realçou a<br />
história da empresa e a importância dos clientes para a conquista do prêmio.<br />
“Essa conquista é fruto de um sonho iniciado há mais de 15 anos, de uma<br />
jornada muito longa focada em produtividade. Esse prêmio não é nosso, é dos<br />
nossos clientes”, apontou Pedro. Fabiana Tokarski, da REFERÊNCIA foi a responsável<br />
por fazer a entrega da placa.<br />
40 www.REVISTABIOMAIS.com.br
MADEPLANT FLORESTAL LTDA<br />
O trabalho da Madeplant Florestal Ltda começou há 15 anos, no Mato<br />
Grosso do Sul, onde a empresa tem sua sede. Oferecendo serviços de plantio<br />
e manutenção de florestas de eucalipto, colheita mecanizada, produção<br />
de biomassa, coleta e transporte de cavacos e consultoria para elaboração<br />
de projetos, a empresa executa o ciclo completo, que vai do plantio ao<br />
processamento da madeira. Em 2021 a Madeplant Florestal Ltda realizou<br />
grandes investimentos em maquinários e equipamentos para a produção<br />
de biomassa, atingindo produção média de 110 mil t/h (toneladas por hora).<br />
Renan Simões, diretor executivo da Madeplant Florestal Ltda, tratou<br />
a conquista do prêmio como um sonho realizado. “Na Madeplant sempre<br />
dissemos que quem não sonha não realiza, quem não ousa não conhece<br />
seus limites. Nosso sonho acontece e se torna palpável no momento em<br />
que recebemos nosso primeiro prêmio em nível nacional”, frisou. Renan (à<br />
dir.) recebeu a placa de Diego Ricardo Vieira, da DRV Ferramentas.<br />
MADFREITAS<br />
A Madfreitas está no setor madeireiro desde 2003 produzindo vigas, caibros,<br />
pranchas para cobertura, decks, assoalhos, batentes e tábuas. A empresa sediada<br />
em Nova Maringá (MT), trabalha exclusivamente com madeiras procedentes de<br />
manejos sustentáveis e reservas legais para atender clientes no sudeste e centro-<br />
-oeste do país. A empresa recebeu grande destaque pelo empenho na realização<br />
de treinamentos, investimento em equipamentos e pelas boas práticas pregadas<br />
e garantidas no trabalho, colocando sempre a floresta em primeiro lugar.<br />
Claudinei Melo Freitas (à dir.), reforçou o empenho ambiental da empresa em<br />
todas as atividades. “Para nós a madeira é subproduto, o produto principal é a<br />
manutenção da floresta em pé. Somos guardiões da floresta e estamos inseridos<br />
na bioeconomia, aproveitando tudo que a madeira pode oferecer”, reforçou<br />
Claudinei, que recebeu o prêmio das mãos de Valdinei Bento dos Santos, do<br />
CIPEM.<br />
MM WOOD BRAZIL EXPORTAÇÃO DE MADEIRA<br />
A madeira serrada brasileira tem alta qualidade e está ganhando o mundo<br />
através das exportações. A MM Wood Brazil trabalha há mais de 10 anos no setor<br />
madeireiro e há dois passou a operar exclusivamente com a negociação de<br />
madeira para o exterior. O trabalho ávido e com planos de rápido crescimento<br />
fizeram a empresa conquistar clientes na Ásia, Europa e México. Para 2022 já<br />
existem planos de levar a madeira serrada para os EUA (Estados Unidos da<br />
América). O Prêmio REFERÊNCIA 2021 é o reconhecimento pelo trabalho e pela<br />
ambição de toda equipe da MM Wood Brazil.<br />
Felipe Macedo (à esq.), sócio e diretor da MM Wood Brazil, destacou o rápido<br />
crescimento da empresa. “Começamos nossas atividades de exportação em<br />
meio a pandemia e hoje estamos sendo reconhecidos em meio a empresas já<br />
consagradas no mercado. Agradeço especialmente ao meu pai, minha esposa<br />
e meu sócio, que tanto tem feito para nossa empresa crescer”, celebrou Felipe,<br />
que recebeu a placa do prêmio das mãos de Pedro Bartoski Jr., da REFERÊNCIA.<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
41
PRÊMIO REFERÊNCIA<br />
TERRA SOL MADEIRAS ECOLÓGICAS<br />
A Terra Sol Madeiras Ecológicas atua há quase 20 anos e é especializada<br />
em madeiras ecológicas para construção civil, atua na fabricação de painéis<br />
colados e construção modular. A empresa conquistou o Prêmio REFERÊN-<br />
CIA 2021 pelo lançamento do Mod House, método de construção ágil, seco,<br />
eficiente e baseado em sistemas modulares, que otimizam a produção e<br />
construção das casas. A arquitetura contemporânea do Mod House combina<br />
os fatores já citados a um excelente sistema de isolamento termo-acústico<br />
e estrutura interna que só a madeira pode oferecer.<br />
“Com o Mod House nós conseguimos ajudar a desmistificar a história<br />
de que casa de madeira não é legal. É uma forma de construção limpa, com<br />
melhor controle financeiro e construções financeiramente viáveis e muito<br />
duráveis ”, enfatiza Thiago Streck Peres (à dir.), sócio e diretor técnico comercial,<br />
sobre o Mod House. Quem fez a entrega da placa foi Everson Stelle, da<br />
Montana Química.<br />
TODESMADE – INDÚSTRIA DE MADEIRAS E ARTEFATOS LTDA<br />
A Todesmade do Grupo Todeschini, se destacou em 2021 por grandes<br />
investimentos e inovação, fatores que o Prêmio REFERÊNCIA valoriza e foram<br />
levados em conta para essa conquista. No início deste ano foi inaugurado um<br />
parque fabril destinado ao processamento dos mais de 10 mil ha (hectares)<br />
de pinus plantados pela empresa no Rio Grande do Sul. Batizado de Projeto<br />
Sinergia, complexo industrial também recebeu uma planta para a produção de<br />
pellets, assim toda a madeira que entra na fábrica, seja como produto final ou<br />
biomassa é aproveitada.<br />
Sidiano Valduga, gerente industrial da Todesmade, deu grande destaque<br />
para a experiência positiva da entrada no setor madeireiro. “Somos muito<br />
fortes no setor moveleiro e aprendemos nesse ano que o setor madeireiro não<br />
é um ramo de negócios e sim uma família, que nos orgulhamos de fazer parte”,<br />
afirmou. Ao lado, Sidiano recebeu de Paulo Pupo, da ABIMCI, a placa do prêmio.<br />
UNIFLORA COM. DE MADEIRAS<br />
A Uniflora, localizada em Curitibanos (SC), realizou grandes investimentos<br />
para suprir as demandas cada vez mais elevadas de seus clientes. A<br />
empresa fundada em 2011 é especializada na comercialização de madeira<br />
serrada para fabricação de pallets de pinus. A Uniflora fez de 2021 um ano<br />
de muito crescimento no processamento de madeira, para garantir maior<br />
eficiência, velocidade na entrega e produtos com alto padrão já reconhecido<br />
e valorizado por seus clientes.<br />
Diogo Scariot (à esq.), sócio administrador da Uniflora, destacou os<br />
investimentos feitos e os planos para o futuro da empresa. “Hoje já são três<br />
fábricas instaladas e a quarta planta está em construção. Temos em vista um<br />
futuro muito bom e próspero através da madeira”, ressaltou Diogo. Gerson<br />
Penkal foi o responsável por fazer a entrega da placa do prêmio.<br />
42 www.REVISTABIOMAIS.com.br
CLICK PRÊMIO REFERÊNCIA 2021<br />
Claudinei Melo Freitas e<br />
Maria Marta Freitas<br />
Paulo Souza Dantas Filho, Tyago Mello Correa e<br />
Renan Gonçalves de Moraes Simões<br />
Everson Stelle e Fábio Machado<br />
Frederico Rossi<br />
Thiago Streck Peres e<br />
Marcos Jachimek Flores<br />
Rogério Dalgallo, Andreia Debastiani Dalgallo,<br />
Natalia Dalgallo e Vitoria Dalgallo<br />
Vanessa Leising Serafin, Leandro Bianchini<br />
Serafin, Janaina Thiel e Everton dos Santos<br />
Eduardo Leão<br />
Sidiano Valduga e Célio Sarmento<br />
Rafael Mason<br />
Álvaro Luiz Scheffer Junior e<br />
Fábio Machado<br />
Wilma do Rocio Colaço e<br />
Valdinei Bento dos Santos<br />
Ailson Loper<br />
Giulianna Coutinho Mariani<br />
e Kátia Regina Chagas<br />
Juliano Vieira de Araujo<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
43
PRÊMIO REFERÊNCIA<br />
Diego Ricardo Vieira, Diego Ricardo Vieira Filho,<br />
Liliane Cordeiro e Michele Cordeiro<br />
Simone de Almeida Francio,<br />
Pedro Francio Filho e Diego Wantowsky<br />
Paulo Pupo<br />
Ronaldo Macedo e Carlos Queiroz<br />
Felipe Macedo e Daniela Bueno<br />
Gerson Penkal<br />
Marcele Coelho e Fabiana Tokarski<br />
Francisleine Machado, Fábio Machado<br />
e Fernanda Machado<br />
Guilherme Maurer, Paloma Silva,<br />
Cainan Araújo e Crislaine Briatori<br />
Fábio Machado, Francisleine Machado, Camile<br />
Bartoski, Mira Graçano, Pedro Bartoski Neto, Carla<br />
Schittler, Pedro Bartoski Jr. e Fernanda Machado<br />
Diogo Popinhak Scariot, Larissa Souza Francisco<br />
e Domingos Scariot Junior<br />
Pedro Bartoski Neto, Carla Schittler,<br />
Pedro Bartoski Jr. e Camile Bartoski<br />
Claudinei Melo Freitas, Valdinei Bento dos Santos,<br />
Rafael Mason, Leandro Bianchini Serafin<br />
e Frederico Rossi<br />
Michele Cordeiro, Claudinei Melo Freitas, Maria<br />
Marta Freitas e Liliane da Silva Cordeiro<br />
Renan Gonçalves de Moraes Simões, Tyago Mello Correa,<br />
Fábio Machado, Diego Ricardo Vieira, Diego Ricardo<br />
Vieira Filho e Paulo Souza Dantas Filho<br />
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47
ECONOMIA<br />
A<br />
AIE (Agência Internacional de Energia)<br />
lançou relatório em outubro que o<br />
mundo vai sofrer com o aquecimento<br />
global, mas também com "turbulências"<br />
no abastecimento energético, se não investir mais<br />
rapidamente em energias limpas.<br />
No relatório anual, publicado duas semanas<br />
antes da abertura da COP26 (Conferência das Nações<br />
Unidas sobre as Alterações Climáticas), em novembro,<br />
em Glasgow, na Escócia, a agência emitiu "avisos<br />
sérios sobre a direção que o mundo está tomando".<br />
Afirmando que surge nova economia no mercado<br />
da energia, a agência lamentou que o progresso<br />
seja contrariado pela resistência do status quo e dos<br />
combustíveis fósseis, com o petróleo, gás e carvão<br />
representando ainda 80% do consumo final de<br />
energia, responsáveis por três quartos das alterações<br />
climáticas.<br />
Atualmente, os compromissos climáticos dos<br />
governos, se cumpridos, só permitirão atingir 20%<br />
das reduções de emissões de gases de efeito estufa,<br />
necessárias para manter o aquecimento global sob<br />
controle até 2030.<br />
"Os investimentos em projetos de energia descarbonizada<br />
terão que triplicar nos próximos 10 anos<br />
para se conseguir a neutralidade de carbono até<br />
2050", apontou o diretor da AIE, Fatih Birol.<br />
"Se conseguirmos atingir a neutralidade de<br />
carbono até 2050, 2,2 milhões de mortes prematuras<br />
por poluição atmosférica poderão ser evitadas até<br />
2030, 40% menos do que atualmente. Em outros<br />
cenários, irão aumentar", adverte o documento.<br />
A AIE, que faz parte da OCDE (Organização para<br />
a Cooperação e Desenvolvimento Econômico),<br />
apresentou três cenários para o futuro: o das atuais<br />
políticas de redução de emissões efetivamente implementadas<br />
pelos governos; o dos compromissos<br />
de redução assumidos; e o que permite atingir a neutralidade<br />
de carbono em 2050, já tornado público<br />
pela AIE em maio.<br />
No primeiro cenário - o mais pessimista - a<br />
temperatura global aumentará 2,6 graus Celsius em<br />
2100, em comparação com a era pré-industrial; no<br />
segundo, 2,1 graus; e apenas no terceiro será limitada<br />
a 1,5 grau.<br />
O terceiro cenário, atingindo a neutralidade de<br />
carbono até 2050, "exigirá grandes esforços, mas<br />
oferece benefícios consideráveis, tanto para a saúde<br />
quanto para o desenvolvimento econômico", afirma<br />
a AIE.<br />
A agência acredita que é necessário um aumento<br />
do investimento de cerca de US$ 4 bilhões por ano<br />
até 2030 em projetos e infraestruturas de energia<br />
limpa para atingir o objetivo da neutralidade de<br />
carbono até 2050.<br />
O financiamento adicional necessário para esse<br />
objetivo "é menos oneroso do que parece", acrescentou.<br />
Segundo a AIE, 40% das reduções das emissões<br />
pagam-se, por meio da eficiência energética, da luta<br />
contra as fugas de metano ou de parques solares ou<br />
eólicos.<br />
A AIE disse ainda que o atual déficit de investimento<br />
afeta não só o clima, mas também os preços<br />
e a oferta, garantindo turbulências como as que o<br />
mundo sofre atualmente, com as tensões sobre os<br />
combustíveis fósseis.<br />
Nos últimos anos, a depreciação dos preços do<br />
petróleo e do gás limitaram o investimento no setor,<br />
mas a transição para a energia limpa é demasiado<br />
48 www.REVISTABIOMAIS.com.br
lenta para satisfazer a procura, considerou a agência.<br />
"Há um risco de turbulência crescente nos mercados<br />
globais de energia", alertou Birol. "Não estamos<br />
investindo o suficiente para satisfazer necessidades<br />
futuras, e essas incertezas estão nos preparando para<br />
um período volátil", acredita.<br />
A forma de responder é clara: investir de forma<br />
rápida e maciça em energia limpa para satisfazer as<br />
necessidades, tanto a curto quanto a longo prazo,<br />
acrescentou.<br />
Caso contrário, o risco de volatilidade desestabilizadora<br />
tenderá a aumentar, afirma o relatório, que<br />
destaca a importância de uma transição acessível a<br />
todos os cidadãos.<br />
"Está surgindo uma nova economia energética,<br />
com potencial para criar milhões de empregos",<br />
projeta Fatih Birol, que apelou aos líderes que participaram<br />
da COP26 para "fazer a sua parte, transformando<br />
a década de 2020 na de implantação maciça<br />
da energia descarbonizada."<br />
Os investimentos em<br />
projetos de energia<br />
descarbonizada terão<br />
que triplicar nos<br />
próximos 10 anos para se<br />
conseguir a neutralidade<br />
de carbono até 2050<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
49
ARTIGO<br />
MODELO MULTIPERÍODO<br />
DE OTIMIZAÇÃO<br />
PARA ALOCAÇÃO<br />
DE FLORESTAS PARA<br />
SUPRIMENTO ENERGÉTICO<br />
NA SECAGEM DE GRÃOS<br />
MOISÉS KNAUT TOKARSKI<br />
UFPR (Universidade Federal do Paraná)<br />
moises.knaut@ufpr.br<br />
JOSÉ EDUARDO PÉCORA JR<br />
UFPR (Universidade Federal do Paraná)<br />
pecora@ufpr.br<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
50 www.REVISTABIOMAIS.com.br
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
51
ARTIGO<br />
RESUMO<br />
O<br />
eucalipto é matéria-prima para setores como<br />
de móveis e celulose, porém é também um<br />
importante insumo para energia térmica,<br />
sendo utilizado em diversos outros segmentos<br />
industriais. O alto preço das commodities agrícolas e<br />
o baixo preço do eucalipto afetam a renovação de áreas<br />
florestais. O risco de suprimento no Paraná (Brasil), faz<br />
com que as cerealistas situadas no Estado busquem a<br />
implantação de estratégias que garantam o fornecimento<br />
de cavaco de eucalipto para a secagem de soja e milho. O<br />
presente trabalho propõe um modelo matemático para<br />
otimização de alocação de unidades florestais, reduzindo<br />
custos de arrendamento e transporte de cavaco entre os<br />
maciços florestais e as unidades de recebimento de grãos<br />
em um ciclo de produção de 8 anos, considerando cortes<br />
em florestas com idades de 5 a 8 anos. A validação do modelo<br />
foi feita a partir do estudo de caso de uma empresa<br />
situada nos Campos Gerais no Paraná, no qual a otimização<br />
garantiu o fornecimento de cavaco nas 10 unidades de<br />
recebimento de grãos e resultou na escolha de 7 entre as<br />
14 unidades florestais disponíveis para arrendamento. O<br />
modelo também permite a análise das políticas de negócio<br />
da empresa, como a verificação do impacto da alteração<br />
de área mínima para colheita, ou lote mínimo de transporte<br />
entre um ponto de origem e um único destino.<br />
Palavras-Chaves: Cavaco, eucalipto, alocação, otimização,<br />
recebimento de grãos<br />
INTRODUÇÃO<br />
O eucalipto possui diversos usos econômicos, tanto<br />
nos setores de movelaria, matéria prima na cadeia de papel<br />
e celulose, quanto como insumo no processo industrial<br />
de diversas outras atividades, como para a secagem de<br />
grãos de soja e milho. No Paraná, segundo maior produtor<br />
de grãos do Brasil, a oferta de eucalipto está ameaçada<br />
nos próximos anos, por não se haver reposição do plantio<br />
florestal no Estado. A competição de área com commodities<br />
agrícolas, que batem recorde de preços mensalmente, o<br />
baixo valor pago na madeira, devido a um reflexo de alto<br />
estoque de madeira em pé observado nos anos anteriores,<br />
somados a intensificação da verticalização de indústrias<br />
de celulose na região, faz com que haja risco no equilíbrio<br />
entre oferta e demanda de madeira nos próximos anos.<br />
Estratégias de suprimento são cada vez mais imprescindíveis<br />
para evitar desabastecimento ou exposição a preços<br />
futuros exorbitantes de eucalipto para qualquer tipo de<br />
uso. Se observa no mercado, bem como na literatura,<br />
grande organização das cadeias de papel e celulose em<br />
relação ao planejamento e otimização de processos produtivos<br />
do eucalipto, tanto em termos de agendamento<br />
e composição de rotas para atendimento de demanda<br />
de indústria, como apresentado em Bórdon et al (2020),<br />
bem como, no planejamento de transporte respeitando<br />
restrições de sazonalidade por conta de neve e gelo em<br />
países nórdicos, proposto por Sfeir et al (2021), e também,<br />
52 www.REVISTABIOMAIS.com.br
O eucalipto é matéria-prima<br />
para setores como de móveis<br />
e celulose, porém é também<br />
um importante insumo<br />
para energia térmica, sendo<br />
utilizado em diversos outros<br />
segmentos industriais<br />
na alocação ótima de áreas para plantio, conforme Rönnqvist,<br />
(2003). Porém, outras atividades que não possuem<br />
na silvicultura o principal componente do negócio, como<br />
na comercialização de grãos, muitas vezes negligenciam<br />
a gestão estratégica deste insumo. Na academia também<br />
não se encontram trabalhos que foquem na otimização<br />
de processos voltados ao abastecimento de cavaco de<br />
eucalipto para uso energético na secagem de grãos, ou<br />
em outros processos industriais. Este estudo propõe uma<br />
adaptação do modelo de programação linear apresentado<br />
em Rönnqvist (2003), a fim de garantir a alocação ótima<br />
de unidades de produção florestal, reduzindo custos de<br />
arrendamento e transporte de cavaco entre os pontos de<br />
origem e as unidades de recebimento de grãos de uma<br />
empresa paranaense que utiliza cavaco de eucalipto para<br />
secagem de soja e milho. A metodologia de pesquisa é<br />
classificada como modelagem axiomática normativa, segundo<br />
Cauchik-Miguel et al (2018), por ser uma otimização<br />
com base em um misto de dados empíricos e dados gerados<br />
para validação do resultado. A seção seguinte descreve<br />
o problema proposto, enquanto na terceira é apresentado<br />
o modelo matemático. No quarto item, o modelo é testado<br />
e validado em um estudo de caso. Por fim, a quinta seção<br />
apresenta as conclusões do trabalho.<br />
DESCRIÇÃO DO PROBLEMA<br />
Segundo dados da CONAB (Companhia Nacional<br />
de Abastecimento), existem mais de 3 mil unidades de<br />
armazenagem de grãos no Estado do Paraná, sendo que<br />
a maior parte delas possuem estrutura para secagem e<br />
beneficiamento destes produtos. A capacidade estática somada<br />
é de aproximadamente 45 milhões de t (toneladas)<br />
(Conab,2020). Considerando as características de período<br />
de colheita das principais culturas agrícolas do estado, soja<br />
e milho, e da grande liquidez da comercialização, estima-se<br />
que uma mesma unidade receba o equivalente a 1,6 vezes<br />
sua capacidade estática por ano. Nas áreas do Estado com<br />
predominância do cultivo do milho de segunda safra (plantado<br />
após a colheita da soja), pode-se dizer que, em média,<br />
as unidades recebam 70% da sua capacidade de soja, e<br />
90% de sua capacidade de milho.<br />
Os informes sobre custos de recebimento, secagem e<br />
limpeza de grãos, atualizados por safra pela OCEPAR (Organização<br />
das Cooperativas do Estado do Paraná), apontam<br />
os coeficientes técnicos médios para secagem de soja e<br />
milho. Segundo esse informe, cada cultura possui uma<br />
umidade de referência média de recebimento do produto<br />
da lavoura. Para a soja o valor de referência é 18%, já para<br />
o milho 22%. Para armazenagem de ambos os produtos é<br />
necessário realizar a secagem até, pelo menos, 14%.<br />
Normalmente o corte de eucalipto para fins energéticos<br />
ocorre entre os 5 e 8 anos de idade do maciço florestal.<br />
Para conseguir colheita anual para atender de forma estável<br />
a necessidade de secagem das unidades de recebimento<br />
de grãos, o plantio deve ser escalonado em áreas distintas,<br />
sejam essas contínuas ou não. Considerando o IMA<br />
(Incremento Médio Anual) – do Estado do Paraná de 40 m³<br />
(metros cúbicos) por ha/ano (hectare por ano) - APRE, 2018<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
53
ARTIGO<br />
-, a quantidade de madeira disponível em um ha (hectare)<br />
varia de 200 a 320 m³, de acordo com a idade do maciço.<br />
Dados empíricos coletados com empresas que atuam no<br />
estado apontam que ao picar um metro cúbico de eucalipto<br />
se obtém aproximadamente 2,94 m³, que equivalem a<br />
300 kg (quilos) de cavaco, com umidade de 35%.<br />
Um levantamento florestal realizado pela OCEPAR em<br />
parceria com a consultoria Innovatech em 2020 demonstra<br />
que o transporte do cavaco é um dos principais custos<br />
associados ao fomento desta matéria-prima nas cooperativas<br />
paranaenses, acrescentando em média R$ 1,84 por<br />
quilômetro e por toneladas.<br />
O modelo possibilita a tomada de decisão estratégica<br />
em médio prazo, não abordando a parte operacional,<br />
como períodos de colheita, nem ordem de carregamento<br />
de caminhões com cavaco. Para essas atividades, sugere-se<br />
adaptação do modelo proposto por Bórdon et al (2020),<br />
que prevê o agendamento semanal de carregamento<br />
de caminhões para atender o consumo de madeira. O<br />
sistema proposto no atual trabalho, considera apenas o<br />
valor de arrendamento e o custo médio de deslocamento,<br />
O modelo proposto atende<br />
o objetivo de criar uma<br />
ferramenta que possibilite a<br />
tomada de decisão de quais<br />
unidades florestais arrendar<br />
não levando em conta o investimento de aquisição de<br />
caminhões, nem custo marginal de operação de produção<br />
de cavaco, ou seja, o valor que se gastaria para produzir<br />
uma tonelada de cavaco a mais do que a capacidade do<br />
conjunto de equipamentos responsáveis pela colheita e<br />
picagem da madeira.<br />
MODELO<br />
Esta seção apresenta o modelo matemático de programação<br />
linear proposto para a solução do presente problema,<br />
divididos em 4 itens: conjuntos, parâmetros, variáveis e<br />
o modelo em si.<br />
Conjuntos<br />
• O (pontos origem): o ∈ O = {1,…,N}<br />
• D (pontos destino): d ∈ D = {1,…,N}<br />
• A (anos): a ∈ A = {1,…,8}<br />
Parâmetros<br />
• Custo entre pontos de origem “o” e consumo de<br />
cavaco “d”: Cod<br />
• Demanda no ponto destino “d” no ano “a”: Rda<br />
• Produção por hectare no ano “a” na origem “o”: Koa<br />
• Custo de arrendamento por hectare ao ano: Woa<br />
• Área total, em hectares, por origem: Ho<br />
54 www.REVISTABIOMAIS.com.br
Variáveis<br />
• Quantidade de cavaco entre os pontos, expressa de<br />
forma contínua: Qoda<br />
• Alocação de colheita de área arrendada no ano, sendo<br />
binária, com valor um quando a área “o” estiver ativa no<br />
ano “a”. Caso contrário, valor será zero: Yoa;<br />
• Alocação de maciço florestal arrendada no período,<br />
sendo binária, com valor um quando a área o estiver no ciclo<br />
completo (oito anos). Caso contrário, valor será zero: Vo;<br />
• Área colhida por ano “a” na origem “o”, variável contínua:<br />
Noa;<br />
• Se a origem “o” vai entregar para destino “d” no ano<br />
“a”, variável binária, sendo um quando ativa e zero caso<br />
contrário: Boda.<br />
da operação. Além disso, permite também a construção de<br />
cenários que possibilitam a avaliação das políticas internas<br />
das empresas, validando-as ou sugerindo mudanças para<br />
reduzir ainda mais os custos operacionais estratégicos<br />
desta importante atividade de fomento de biomassa para a<br />
secagem de grãos.<br />
Trabalhos futuros complementares podem ser realizados<br />
em duas frentes: a primeira é a adaptação para<br />
considerar custos não contabilizados no presente trabalho,<br />
como o deslocamento de equipamentos de colheita e<br />
picagem, ou até mesmo análise de viabilidade de investimento.<br />
A segunda é a transformação do modelo para<br />
decisões estratégicas para otimização tática operacional,<br />
conforme apresentado por Bordón et al (2020).<br />
CONCLUSÃO<br />
O modelo proposto atende o objetivo de criar uma<br />
ferramenta que possibilite a tomada de decisão de quais<br />
unidades florestais arrendar, qual a distribuição ideal de<br />
cavaco em relação a quantidade transportada entre as<br />
origens e os pontos de consumo, reduzindo o custo global<br />
A versão completa do artigo pode ser encontrada em<br />
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Data: 8 a 10<br />
Local: Essen (Alemanha)<br />
Informações: www.e-world-essen.com/en/<br />
DESTAQUE<br />
MARÇO 2022<br />
V CONFERÊNCIA NACIONAL DE PCHS E CGHS<br />
Data: 24 e 25<br />
Local: Curitiba (PR)<br />
Informações: www.viex-americas.com/eventos/abrapch/<br />
MARÇO 2022<br />
UTCAL SUMMIT 2022<br />
Data: 29 a 1º de abril<br />
Local: Rio de Janeiro (RJ)<br />
Informações: www.utcamericalatina.org/novoSite/<br />
?page_id=2072<br />
MAIO 2022<br />
XXI SEMINÁRIO NACIONAL DE<br />
PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA<br />
ELÉTRICA<br />
Data: 15 a 18<br />
Local: Rio de Janeiro (RJ)<br />
Informações: https://xxvisnptee.com.br/<br />
JUNHO 2022<br />
ECOENERGY<br />
Data: 7 a 9<br />
Local: São Paulo (SP)<br />
Informações: https://feiraecoenergy.com.br/16/<br />
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A<br />
COP26 (Conferência do Clima), realizada em Glasgow,<br />
na Escócia, centraliza as atenções mundiais<br />
sobre a necessidade de controle das mudanças<br />
climáticas, com cerca de 200 países apresentando<br />
suas metas para redução da emissão de gases até 2030. Nesse<br />
contexto, o aguçamento do olhar crítico internacional sobre<br />
o Brasil tornou-se inevitável, em razão dos níveis de desmatamento<br />
e da importância da Amazônia para o planeta.<br />
É um bom momento para o Brasil reavaliar internamente<br />
essa questão, discutir sua política ambiental e elaborar um<br />
novo plano de desenvolvimento sustentável para toda a região.<br />
A preservação da Floresta Amazônica é de absoluto interesse<br />
para o país. Manter a floresta de pé beneficia toda a população<br />
do planeta, enquanto a permissividade das práticas ilegais<br />
de desmatamento trará consequências danosas à economia<br />
brasileira, e em especial às regiões centro-oeste, sudeste e sul,<br />
responsáveis por mais de 70% do PIB Brasil (com destaque aos<br />
setores de energia hidráulica e agrobusiness - celeiro mundial).<br />
Ainda do ponto de vista econômico, existe uma oportunidade<br />
histórica a ser aproveitada: a participação nacional<br />
relevante no mercado de crédito de carbono, mediante a<br />
comercialização em bolsas nacionais e internacionais. O Brasil<br />
possui potencial para, no futuro, tornar-se líder mundial na<br />
geração e comercialização desses créditos. Mas há outras ações<br />
necessárias. Atividades como o garimpo e a pecuária extensiva<br />
não devem mais receber aprovação pelos órgãos do governo<br />
no Bioma Amazônia. Está comprovado matematicamente que<br />
o aumento de cabeças de gado por hectare é mais lucrativo<br />
e ecologicamente mais responsável, porque poupa a floresta.<br />
A preservação, portanto, é necessária não apenas por razões<br />
climáticas, mas também por questões econômicas. E reunimos<br />
todas as condições para implantar uma nova ordem econômica<br />
para a Amazônia, substituindo o irresponsável e criminoso<br />
desmatamento pelo modelo de árvore em pé.<br />
A discussão, entretanto, precisa ser ampliada. A preservação<br />
FLORESTA EM PÉ, SOLUÇÃO<br />
PARA O BRASIL EM UM<br />
NOVO PERFIL JURÍDICO<br />
da Floresta Amazônia deve se dar não por meio da imposição<br />
estrangeira, mas como fruto da conscientização nacional. Porém,<br />
dado que os benefícios da conservação da floresta são de<br />
extensão mundial, é justo que os custos desse esforço preservacionista<br />
sejam compartilhados por todos os países. Até agora,<br />
essa luta se deu a custo zero para o mundo, mas com sacrifício<br />
altíssimo da população amazônica. Esse quadro não é mais<br />
aceitável. A renúncia econômica dos amazônidas é infinitamente<br />
maior do que a grande maioria dos brasileiros conhece ou<br />
imagina.<br />
A complexidade da questão exige que organismos multilaterais<br />
sejam acionados para desenvolver estudos, observados<br />
pragmatismo e vigência. Tudo isso sem ideologias ou indicação<br />
de vencedores e vencidos. Se o resultado for positivo, como se<br />
espera, toda a humanidade será a vencedora.<br />
O que propomos é discutir tudo relativo à Floresta Tropical,<br />
incluindo as terras indígenas (um milhão de km² na Amazônia)<br />
e os rios voadores, como imposição de respeito à ecologia<br />
humana, à melhoria de qualidade de vida dos 18 milhões de<br />
brasileiros que habitam a região e têm necessidades mínimas a<br />
serem satisfeitas.<br />
Em outra frente, o modelo de Zona Franca de Manaus reclama<br />
reavaliação e implementação de correções a fim de agregar<br />
valores econômicos, após três décadas convivendo com a<br />
habitual má vontade do governo federal enquanto é criticado<br />
pela única renúncia fiscal aquinhoada pela nossa Constituição.<br />
A verdade, muito ao contrário do que está dito acima, é que a<br />
ZFM é uma grande âncora ambiental, certamente a melhor, e<br />
talvez única, ação do governo federal, mesmo que involuntária.<br />
É possível preservar e garantir resultados econômicos com<br />
um desenvolvimento ecologicamente correto e socialmente<br />
justo. Um novo perfil jurídico no país é necessário com reformas,<br />
não necessariamente constitucionais para implantá-lo,<br />
que viabilizariam tornar essa riqueza nacional uma fantástica<br />
fonte de divisas para o país.<br />
Por Ives Gandra da Silva Martins - Presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomércio e professor emérito da<br />
Universidade Mackenzie, das ECEME (Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército) e ESG (Superior de Guerra)<br />
e Samuel Hanan - Engenheiro, com especialização nas áreas de macroeconomia, administração de empresas e finanças,<br />
empresário e foi vice-governador do Amazonas (1999-2002)<br />
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