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Revista Dr Plinio 286

Janeiro de 2022

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mes, que atinge a junção da alma<br />

com o espírito. Aprecia apenas<br />

as pessoas as quais dão uns<br />

conselhos que deixam os outros<br />

mais tranquilos, mais serenos...<br />

Dom da santa violência<br />

Havia um sacerdote em São<br />

Paulo – muito idoso, tipo do homem<br />

preclaro – do qual se dizia<br />

que era o diretor espiritual dos<br />

ateus da cidade. Tratava-se daqueles<br />

antigos ateus com um restinho<br />

de religião e que, quando<br />

ficavam aborrecidos com qualquer<br />

coisa, procuravam o padre e<br />

diziam-lhe: “Eu lamento não ter<br />

fé porque a religião é uma grande<br />

coisa.” E depois contavam aos<br />

outros: “Que palavra de unção o<br />

sacerdote me disse! Eu saí tranquilizado<br />

de lá.”<br />

Que dizer, a palavra não é para<br />

converter, mas apenas para<br />

adoçar, um bálsamo que se esfrega<br />

sobre a ferida sem curá-<br />

-la. É mais ou menos como uma<br />

pessoa que está com muita febre,<br />

e lhe concedem um torrão<br />

de açúcar para chupar; é uma<br />

coisa doce que distrai um pouco<br />

nas amarguras da febre.<br />

Esse sacerdote atualmente é<br />

mais que nonagenário. Segundo<br />

uma informação muito segura<br />

que eu tive há poucos dias, ele<br />

está com o seu clergyman pronto,<br />

porque quer ser um dos primeiros<br />

padres de São Paulo a tirar a<br />

batina e pôr esse novo traje.<br />

O que devemos pedir a São Paulo?<br />

É evidente que Nossa Senhora lhe<br />

obteve esse dom da santa violência,<br />

porque ele se defrontava com muitos<br />

obstáculos para derrubar. Naquela<br />

época de lutas era preciso derrubar<br />

o paganismo. Nós devemos pedir à<br />

Santíssima Virgem essa santa violência<br />

para destruir a Revolução, que é<br />

hoje muito mais poderosa do que foi<br />

o paganismo no tempo do Império<br />

<strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong> em 1965<br />

Romano. De maneira que se pode<br />

compreender que os apóstolos dos<br />

últimos tempos tenham uma violência<br />

à São Paulo.<br />

Aliás, sob alguns aspectos São<br />

Paulo pode ser considerado uma<br />

prefiguração dos apóstolos dos últimos<br />

tempos. Quando lemos aquela<br />

Oração Abrasada de São Luís Grignion<br />

e comparamos o que ali está dito<br />

com São Paulo, as analogias são<br />

enormes, uma porção de coisas se<br />

reportam umas às outras admiravelmente.<br />

Arquivo <strong>Revista</strong><br />

De uma cidade<br />

consagrada a São Paulo<br />

partiu o movimento<br />

contrarrevolucionário<br />

Aqui estão alguns comentários<br />

a respeito de São Paulo.<br />

Ser-nos-ia lícito acrescentar<br />

uma outra consideração.<br />

É uma coisa curiosa que de<br />

uma cidade consagrada a São<br />

Paulo tenha partido o movimento<br />

contrarrevolucionário<br />

no Brasil, que está se irradiando<br />

agora para outros países. Quer<br />

dizer, tem-se a impressão de<br />

que o Apóstolo São Paulo deseja<br />

que os nascidos na sua cidade<br />

tenham essa iniciativa. E por outro<br />

lado aquilo que se chamou<br />

outrora o espírito paulista tinha<br />

qualquer coisa do vigor, da força,<br />

da intrepidez, da iniciativa,<br />

do senso organizativo próprios<br />

àqueles que devem desenvolver<br />

uma larga ação de um certo sentido<br />

universal e imperialista. Os<br />

bandeirantes tinham como que<br />

uma prefiguração natural de algumas<br />

qualidades as quais um<br />

contrarrevolucionário deve possuir<br />

no plano sobrenatural.<br />

Devemos hoje nos lembrar<br />

particularmente de rezar a São<br />

Paulo. É muito natural e justo<br />

para que ele nos dê esse seu espírito,<br />

ou seja, o dos apóstolos<br />

dos últimos tempos. v<br />

(Extraído de conferência de<br />

25/1/1965)<br />

1) Expressão metafórica criada por <strong>Dr</strong>.<br />

<strong>Plinio</strong> para designar a mentalidade<br />

sentimental que se manifesta na piedade,<br />

na cultura, na arte, etc. As pessoas<br />

por ela afetadas se tornam moles,<br />

medíocres, pouco propensas à<br />

fortaleza, assim como a tudo que signifique<br />

esplendor.<br />

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