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2020_Luzes-ApostoloPulchrum

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<strong>Luzes</strong> da Civilização Cristã<br />

Leonardo C.<br />

péries, enquanto as originais permanecem<br />

num lugar onde estejam a<br />

salvo dos fatores de deterioração.<br />

Um poema construído em<br />

torno da Santa Missa<br />

do profundamente de Religião, de maneira a encontrarmos<br />

em quase todos os motivos decorativos uma alusão religiosa.<br />

Até mesmo em cima, os mouros que estão batendo no sino.<br />

Veneza possuía escravos mouros aprisionados durante<br />

as guerras, as quais, em geral, eram por motivo religioso.<br />

Os venezianos eram católicos e os mouros maometanos. Os<br />

escravos deviam servir os seus senhores; então estão representados<br />

ali os escravos mouros batendo o sino. Ou seja, é<br />

o triunfo da Cruz sobre o crescente do Islã.<br />

Cavalos que parecem conversar<br />

Os famosos cavalos de Veneza, na realidade, pertenciam<br />

ao Império Bizantino, tendo sido trazidos de Constantinopla<br />

como presa de guerra. São considerados como verdadeira<br />

maravilha no gênero, porque representam com uma<br />

vitalidade e naturalidade assombrosas quatro cavalos que<br />

vão numa marcha um pouco viva, mas não em disparada. É<br />

muito interessante o inter-relacionamento entre eles. Cavalo<br />

não conversa; contudo, estes estão como que conversando.<br />

Notem o movimento de cabeça do primeiro para o segundo<br />

e do terceiro para o quarto. Percebe-se isso nos animais,<br />

às vezes: estão como que convivendo, quase como se<br />

conversassem. Considerem a discrição do movimento das<br />

patas, em nada forçado. É a marcha comum de cavalos numa<br />

rua, mas animais de categoria.<br />

Napoleão, que era um grande ladrão, levou-os para<br />

Paris. Quando ele caiu, o rei legítimo da França, irmão<br />

de Luís XVI, Luís XVIII, restituiu a Veneza esses cavalos<br />

roubados. O rei legítimo não queria ser dono ilegítimo<br />

de um tesouro desses. Então foram reinstalados.<br />

Mais recentemente descobriu-se que o ar do mar e outras<br />

circunstâncias estavam deteriorando os cavalos. Para<br />

evitar isso, que seria uma perda irreparável, foram feitas<br />

cópias exatíssimas, as quais ficam expostas às intem-<br />

No interior da Basílica de São<br />

Marcos nota-se uma série de arcos<br />

que culminam num último, fechado<br />

numa espécie de semicírculo todo<br />

cravejado de mosaicos preciosos. O<br />

corpo da igreja é formado de tal maneira<br />

que possui arcos até o fim. Nos<br />

lados, os arcos se interrompem em<br />

certo momento para recomeçarem<br />

depois, deixando um espaço vazio.<br />

A catedral é construída em forma<br />

de cruz. O Corpo sagrado de Nosso Senhor estaria ao longo<br />

da nave central, e nas laterais os braços, cujo principal, para<br />

onde se inclinou a cabeça sagrada do Redentor na hora da<br />

morte, fica à direita do altar. Então a ideia da Cruz, do sacrifício,<br />

da morte e, portanto, da Redenção infinitamente preciosa<br />

de Nosso Senhor Jesus Cristo, e de que a Missa renova<br />

de modo incruento o Santo Sacrifício do Calvário, fica simbolizada<br />

muito adequadamente por essa disposição.<br />

No primeiro plano vemos uma cruz disposta de maneira<br />

a ser observada por quem entra e por quem está nas naves<br />

laterais. Portanto, em qualquer lado que se esteja vê-se<br />

o símbolo de nossa Redenção, indicando o significado central<br />

da catedral, que é de ser o lugar onde se celebra a Missa,<br />

ato supremo da piedade católica. Assim, essa basílica é<br />

todo um poema construído em torno da Santa Missa.<br />

Para além dessa espécie de vedação com colunatas,<br />

feita de pedras lindíssimas, que separa o altar-mor do<br />

corpo da catedral, vemos à direita<br />

e à esquerda os púlpitos de onde<br />

os sacerdotes e diáconos leem<br />

as Sagradas Escrituras e cantam<br />

o Ofício sagrado.<br />

O solo em Veneza é de tal maneira<br />

úmido que apresenta resistências<br />

desiguais aos pesos que<br />

carrega. Então, há partes do chão<br />

que são um pouco mais afundadas,<br />

outras mais salientes, e é necessária<br />

certa atenção para não se<br />

perder o equilíbrio e cair de repente.<br />

Mas esse piso é feito de tal maneira<br />

que em nenhum lugar esse<br />

movimento de terreno prejudicou<br />

os mosaicos. Estão todos perfeitos.<br />

J.P. Castro<br />

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