56ª Edição_Revista ATRAÇÃO

Por Jacob Melo
QUE MÁQUINA NÓS SOMOS ?
Natal R. G. NORTE BR
Estudioso e praticante do Espiritismo e do Magnetismo há mais de 50 anos. Autor de vários livros sobre
o tema, é um dos fundadores do EMME, bem como da Casa que dirige: o Lar Espírita Alvorada Nova, de
Parnamirim (RN). Reside em Natal (RN). É formado em Engenharia Civil e pós-graduado em Psicanálise.
Nem sempre as pessoas se dão conta do quão complexo
é o processo que envolve uma transmissão de dados.
Por isso mesmo, se queremos mandar uma mensagem
via WhatsApp para alguém e, por algum motivo, a
ligação não se completa, logo reclamamos da internet, do
aparelho que usamos ou até imaginamos que alguém não
quer nos ouvir...
Dizer que o sinal não é bom ou que está fraco, até
mesmo o argumento de que “aqui neste lugar quase nunca
se consegue fechar um contato porque não chega o
sinal”, tudo isso corporifica nosso nível de insatisfação, de
reclamação e de incompreensão sobre como funciona o
sistema.
Agora imaginemos se os softwares e seus preciosos
algoritmos 1 , por costumarem nos indicar boas opções ou
deduções, de repente nos sugerirem algo inusitado e que
acreditemos seja falso ou que esteja errado, como agiremos,
ou melhor, como temos reagido?
Muito bem. Nosso grande software é a vida em si, o
qual está engenhosamente dirigido pelos algoritmos trazidos
na sede da alma, algoritmos esses que nada mais
são do que as chamadas reações naturais decorrentes de
nossos comportamentos, hábitos e condicionamentos.
Quando estamos acostumados a tudo querer e à
instantaneidade das respostas concordantes, facilmente
caímos nas redes de conflitos emocionais, isso porque a
insatisfação obnubila a mente e deixa vazar todo instinto
reacional, seja por não termos tudo na prontidão esperada
ou pela resposta não combinar com o sentido íntimo das
expectativas.
Quando colocamos como sendo o Criador o grande
administrador desse sistema global, facilmente entendemos
o porquê de haver tantas acusações contra Ele. Não
aceitamos a demora nas respostas, não concordamos com
as respostas e não admitimos as consequências das respostas.
Pior de tudo: cremos que nossa rebeldia terá o condão
de resolver a problemática.
De já termos vivido tanto, mesmo se nos considerarmos
jovens ainda, deveríamos ter aprendido algumas lições,
pois as máquinas de hoje, embora não sejam seres
inteligentes, já trazem em si algoritmos que as ensinam a
melhorar suas adaptações e respostas. É de se perguntar:
Será que não temos cuidado dos nossos? Ou teremos nascido
sem eles? Ou ainda: Estamos desligando nossos instrumentos
de progresso para acionar tão somente os campos
dos automatismos irracionais?
Nosso sinal de conexão é disparado, via de regra,
internamente. A oração, direta ou indireta, é nosso botão
“on/off” 2 com a essência divina que habita em nós e que
funciona como o mais perfeito conjunto algorítmico a nosso
favor. Mantermos o sinal de conexão acionado requer que
preservemos a ligação em on, todavia nos descuidamos
e passamos grande parte dos dias com ela em off. Dessa
forma, não estamos abertos para perceber melhor as chamadas
“respostas da vida”.
Concluindo, como temos que a prece/oração é o
melhor padrão para definir o magnetismo espiritual, dela
precisamos não só para perceber o que nos chega, como
também para extrairmos os melhores benefícios que nos
são oferecidos. Somos uma máquina perfeita, porém o software
que ainda domina nosso estado de progresso requer
mais sabedoria dos algoritmos que temos implantados em
nosso universo emocional, psíquico, moral e espiritual.
1 Algoritmos são procedimentos precisos, não ambíguos, padronizados, eficientes e corretos,
muito usados em computação; nos dias atuais, são eles um tanto quanto “inteligentes”, levando
aparelhos a “aprenderem” a tomar decisões ante as práticas comuns a que estão expostos.
2 On significa ligar/ligado; Off significa desligar/desligado.
12 Atração_ agosto de 2022