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mos ou das decisões que tomem estão connosco
e esses, felizmente, continuam comigo
e são meus amigos. Uns com quem estou
mais vezes e outros com menos frequência,
mas sei que no dia que precisar(em) eles
sabem que se precisarem de mim estaremos
lá. Não me preocupa sentir que haja algum
afastamento de uma pessoa ou outra, agora
o que sinto é uma certa mágoa ou desilusão
em relação a isso, mas é algo que vejo
como natural numa sociedade. Note-se que
a nossa sociedade está ainda muito presa a
um poder político de quase cinco décadas, o
que de alguma forma faz com que algumas
pessoas tenham limitações em expressar-se
livremente e em assumir posições contrárias
ao regime político vigente. Isso acaba por
influenciar a vida das pessoas, mas é, no meu
caso, um dos motivos pelos quais este projecto
político me motiva e a mudança política
na Madeira me faz trabalhar todos os dias
para a concretizar.
No caso de uma hipotética vitória, para
quem vão os primeiros agradecimentos?
S.: Os agradecimentos vão para todos os
madeirenses e todos os porto-santenses
que confiaram no projecto e o reconheceram
em termos de propostas e soluções, vão
para todas as pessoas que me acompanham,
desde familiares a militantes do partido, os
meus camaradas, e para todas aquelas pessoas
que desde o primeiro dia acreditaram
que é um projecto vencedor e que pode efectivamente
mudar a Madeira e construir a
Madeira melhor que nós preconizamos.
[Estás politicamente correcto] E no caso
de uma hipotética derrota, onde é que se
lambem as feridas?
S.: O processo democrático passa por vitórias
e por derrotas. Qualquer resultado tem
de ser visto com naturalidade e ser aceite.
Acima de tudo, temos de o aceitar. É a decisão
das pessoas é a decisão da população
e tudo aquilo que seja o resultado, ou qualquer
que seja o resultado, dependerá sempre
da decisão das pessoas, mas tal dependerá
sempre da nossa capacidade de transmitir
a mensagem. Se falharmos, é porque
não soubemos transmitir a mensagem da
melhor forma, se vencermos é porque o conseguimos
fazer. Há uma coisa da qual não
tenho dúvidas: é que nós temos o melhor
projecto para a Madeira, temos as melhores
soluções e conseguimos, efectivamente,
fazer melhor do que que tem sido feito
até agora.
Mais Madeira e melhor Madeira?
S.: Sobretudo, melhor Madeira.
Têm ambos o Turismo enquanto trajecto
muito importante e presente nas vossas
vidas. E conhecem-se em contexto de
turismo. Contem-nos como é que tudo
aconteceu. Como é que o Turismo entra
nas vossas vidas e como é que depois
vocês entram na vida um do outro?
M.: É assim: trabalho no turismo desde os
meus 19 anos, na MTS, que é uma empresa
alemã sedeada em Faro e que tem escritórios
em Lisboa, Porto, Açores, Cabo Verde,
Madeira. Sempre ligada à MTS, já fiz representação
no aeroporto, incoming e incentivos,
agora estou mais na parte comercial e
das viagens. Nós conhecemo-nos no âmbito
das feiras de turismo, estava eu na altura na
Top Atlântico, conhecemo-nos “salvo erro”
num workshop da New Castle...
Essas viagens profissionais são um perigo
[risos]...
M.: Temos muita coisa em comum e a parte
das viagens faz parte.
E como é que acontece o clique, ou seja,
o que é que há no Sérgio que faz com que
a Mafalda olhe para ele e resolva passar
para um patamar de casal?
M.: Começou pela simpatia, pelo sorriso...
Há quanto tempo é que vocês estão numa
relação?
M.: É uma pergunta difícil...
S.: Tivemos um período em que não vivíamos
juntos. Agora, a morar juntos, já são
seis anos.
Há filhos de uma parte e há filhos de outra
parte. Como é que se faz a gestão de quatro
adolescentes e pré-adolescentes? De
chicote na mão?
M.: De vez em quando é preciso o chicote
mas não é sempre [risos]. É assim: estive
sozinha com os miúdos durante alguns anos,
a minha filha tinha 2 anos e já está com 10
anos, pelo que, antes de morarmos juntos eu
já tinha o papel de mãe, não digo de pai porque
eles têm o pai e lidam muito com o pai e
têm um bom relacionamento com o pai, mas
já os tinha em casa comigo, por isso, essa
gestão já a tinha em casa.
O que é que a filha do Sérgio puxa mais
ao pai e o que é que os teus filhos puxam
mais a ti? Aquela característica que foram
buscar a vocês.
M.: A filha do Sérgio é fisicamente mais parecida
com ele do que em termos de feitio.
S.: É uma boa menina – tem bom coração,
gosta de crianças, eu também gosto, tem coisas
minhas.
M.: É verdade. Digo-lhe que ela devia seguir
a carreira de Educadora de Infância porque
tem muito jeito com crianças.
E por parte dos filhos mais velhos já existe
alguma vontade, vocação, para um projeto
profissional?
M.: A minha pequenina, desde os 3 anos diz
que quer ser médica, neste momento tem 12.
M.: Em relação aos rapazes, o Rodrigo, que
tem 15 anos e foi agora para o 10. º ano,
tinha uma ideia mas o Sérgio falou com ele
e está na área de Economia. Ele fez uns testes
e tudo indicava Economia e Gestão e está
nessa área. Eu até pensava que seria Desporto
- treinou hóquei em patins durante muitos
anos e tem jeito para o futebol. O mais
velho não sabe ainda o que quer - está com
20 anos - mas temos umas ideias para ele e
veremos o que vai dar.
Devido a serem 4 adolescentes e pré-adolescentes
na casa, ainda consegues arranjar
tempo para ti, em que te consegues
pôr sozinha e fazer aquelas coisas que
gostas de fazer?
M.: Sim, nomeadamente o desporto. Tento
fazer desporto cinco vezes por semana,
gosto de correr na rua e isso alivia-me um
bocado.
Pergunta para ambos: o Turismo sempre
foi o que vocês quiseram fazer nas vossas
vidas ou caem por acaso nessa realidade?
M.: No meu caso, por incrível por pareça, ia
seguir Matemática. Entrei no curso de Gestão,
e por coincidência, uma tia minha que
sempre esteve ligada ao Turismo convenceu-
-me a mudar de curso, mudei de curso, gostei
muito e dei-me bem. Gosto desta parte
comercial, das viagens. Gosto muito.
S.: No meu caso fiz a formação académica
de Economia e comecei a trabalhar em Lisboa,
na área da auditoria (área que considerava
ser muito cinzenta e desinteressan-
24 saber outubro 2022