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S.: Acho que temos de regressar – não gosto
da expressão «regressar ao passado» –
mas temos de respeitar o legado que temos
a nível da excelência de serviço, algo que
tem vindo a perder-se por alguma inércia,
por decisões estratégias (a Escola Hoteleira
é um desses exemplos, a situação em que
se encontra atualmente é preocupante). Um
destino turístico como a Madeira nunca será
competitivo pelo preço ou pelo volume, mas
será sempre pela diferenciação. Temos de
apostar no que é autêntico e genuíno e, portanto,
a preocupação pela excelência de serviço
por um lado e, por outro, a requalificação
do serviço. São as duas grandes prioridades.
Se não cuidarmos daquilo que é autêntico
e genuíno vamos ser iguais a qualquer
outro destino e isso não nos serve.
Tempo a dois, ou a seis, neste momento é
um bocadinho mais difícil devido às funções
do Sérgio, mas mesmo assim consegue-se
um “buraquinho” na agenda para
escaparem?
M.: Sim, conseguimos, de vez em quando...
Como é que se harmoniza este tipo de
situação, harmonizar e equilibrar, de
alguma forma, esta indisponibilidade do
Sérgio com a disponibilidade do resto da
família?
M.: Com compreensão.
Se amanhã vieres a ser a primeira-dama
da Região, como é que vais olhar para essa
possibilidade ou novo papel?
M.: Vou continuar a ser a pessoa que sou e
como sou. Se poder ajudar o Sérgio a governar,
terei todo o gosto.
Mas o Sérgio não é apenas este rosto político
que conhecemos. Quem é o Sérgio
‘não político’?
S.: O Sérgio ‘não político’ é alguém que nasceu
e cresceu na Madeira, que gosta muito
da Madeira e da sua terra, daquilo que é
nosso - e isto também me faz andar na política.
Razões familiares e profissionais levaram-me
a conhecer o mundo, o que faz com
que tenha uma perspetiva daquilo que é a
Madeira, o seu potencial e do que esta terra
pode ser. Apesar de ter trabalhado, estudado
e estado algum tempo fora, sempre que
regressa à Madeira acha que é, de facto, o
sítio ideal para viver, para constituir família e
para ter cá negócios - para toda e qualquer
atividade que se possa imaginar. Sou genuinamente
apaixonado pela Madeira e pela
minha terra. De resto, sou uma pessoa que
gosta de viver bem, que gosta de experienciar
a vida, gosto de viagens, gosto de estar
com os meus amigos, gosto muito de sorrir –
não é um sorriso de cartaz mas é um sorriso
genuíno e que faço o dia todo - acordo sempre
bem disposto e adoro falar, que é uma
coisa que a Mafalda não aprecia assim tanto
de manhã que é quando acordo e ponho-
-me a falar e sorrio muito [risos]. Sou bem
disposto.
És um bom garfo?
S.: Também.
És tu quem usa o avental em casa?
S.: É a Mafalda, mas quando posso gosto de
cozinhar. Não cozinho muitas vezes, mas é
algo que gosto de fazer como antisstress.
Gosto de estar na cozinha, gosto de meter
as mãos na massa e de fazer qualquer coisa
mas, infelizmente, é uma tarefa que não
acontece com muita frequência.
Tenho uma boa notícia para ti: vai ser
sempre a piorar [risos]
S.: Provavelmente [risos]
A memória mais antiga que tens contigo
(aquela memória bonita que trazes sempre
contigo) qual é?
M.: …
ABC: Tenho uma: com dois anos e meio estar
ao colo do meu avô à janela da casa onde
morávamos, a falar com um vizinho...
M.: Os sábados... todos os fins de semana
o meu pai levava-me. Não sou de cá, nasci
na Inglaterra, e na cidadezinha onde morávamos
todos os sábados o meu pai fazia
questão de me levar à cidade e comprava-
-me sempre uma boneca ou um livro, e isso
é uma boa memória.
E em termos de valores, quais os valores
que achas que são mais importantes
para transmitires aos teus ou aos vossos
filhos?
M.: Gostarem das pessoas, compreenderem
e ouvirem as outras pessoas, empatia, tolerância,
terem bom coração. Acima de tudo,
que sejam boas pessoas.
Aquele sonho ou projecto que ainda queres
realizar na tua vida?
M.: Eu ainda não fiz as minhas viagens todas.
Ainda tenho uma bucket list muito grande. A
Islândia, por exemplo.
Qual é o teu topo de viagem que está na
tua bucket list?
S.: Tenho uma grande falha, não é a minha
viagem de sonho mas acho que é imperdoável.
Costumo dizer que já fui duas vezes à
China e ainda não fui aos Estados Unidos, e
então gostava muito de visitar os EUA, várias
cidades desse país, desde Nova Iorque e Los
Angeles. Já tive oportunidades para conhecer
muitos destinos, uns mais exóticos do
que outros, mas acho que os Estados Unidos
é uma falha grande. Gostava de conhecer
melhor a América do Sul - Argentina, Chile
- e também Austrália.
Tens o Paulo Cafôfo nas Comunidades e
apanhas boleia dele…
S.: Ele está neste momento na Califórnia
[risos]
Para quando prevês o teu homicídio político
interno no partido?
S.: Nesta fase, temos um projecto que está
a iniciar-se e que é a afirmação do PS-M
como a melhor alternativa para o governo da
Região e, como tal, não é o momento de pensar
como é que vai terminar. Estamos no início
de um percurso no qual acredito, em que
há muitas pessoas envolvidas e que também
acreditam neste projecto, e tenho a certeza
que a maioria dos madeirenses vão também
acreditar em 2023.
É uma boa resposta, até porque sabemos
que o PS é perito em golpes palacianos...
Uma frase que neste momento gostasses
de deixar para o eleitorado madeirense e
porto-santense.
S.: Que acreditem que é possível termos a
Madeira melhor e que os políticos não são
todos iguais. Por mais que tentem transmitir
essa ideia, acreditem que há pessoas -
não estou a falar de mim mas de um grupo
de pessoas que tive o privilégio de conhecer
ao longo destes últimos três anos - que
estão motivadas, que estão na política de forma
desinteressada e querem efectivamente
construir esta Madeira melhor. Portanto que
acreditem que é possível!
A última pergunta é para ti: nas próximas
regionais em que é que vais votar?
M.: [risos] Essa pergunta não é difícil! É claro
que irei votar no Sérgio, mas não é porque
vive comigo, mas sim porque o Sérgio acha
que vai mudar o mundo. É claro que o Sérgio
não vai conseguir mudar o mundo, mas
tenho a certeza que vai conseguir mudar a
Região para melhor. s
26 saber outubro 2022