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Revista Dr Plinio 305

Agosto de 2023

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nem sequer as mulheres se enfeitam<br />

hoje.<br />

Terceira objeção: Se não são varonis,<br />

não podem ser bons soldados.<br />

Esses bonecos representam os<br />

homens que eram assim: serviam<br />

para dançar minueto, mas não para<br />

combater; eram pelintras.<br />

Hoje em dia, se um homem colocar<br />

essas botinhas finíssimas, esse<br />

chapeuzinho na cabeça, vestir esse<br />

paletó de grande qualidade, ornar<br />

o seu tambor, tocar a cornetinha<br />

desse jeito, fica um pelintra. Esse<br />

não pode ser um batalhador.<br />

Mais uma objeção: Infeliz povo<br />

que precisava pagar tanto dinheiro<br />

para oficiais inúteis e para um<br />

exército com esses homens ricos<br />

vestidos assim, os quais, na quase<br />

totalidade, eram nobres. Isso se fazia para enfeitar a nobreza,<br />

enquanto ao pobre povo faltava o pão. E nós não<br />

podemos permitir isso.<br />

Respeito pela carreira militar<br />

em tempo de paz<br />

O que a História descreve a respeito deles? Os guerreiros<br />

desse tempo eram de uma coragem prodigiosa.<br />

Soldados franceses, ingleses, alemães, espanhóis<br />

e de outras nações avançavam uns sobre os outros<br />

com uma intrepidez que deixam as pessoas<br />

até hoje assombradas. Batalhavam dispostos a<br />

morrer.<br />

Não se usava trincheira no tempo em que a arma<br />

branca era muito empregada. Ela começou a<br />

ser utilizada com o uso corrente da arma de fogo.<br />

É conhecido o modo de um oficial francês, do<br />

tempo de Luís XV, chamar a atenção dos soldados<br />

que iam combater: “Messieurs 3 – chamar um soldado<br />

de monsieur mostra o abismo de diferença<br />

com o tratamento que hoje se empregaria ‘ó macacada’<br />

– Messieurs, prendam bem o chapéu na cabeça!<br />

Nós vamos ter a honra de dar uma carga de cavalaria!”<br />

E eles, com mosquetão ou espada, se lançavam<br />

contra os inimigos. Havia a carnificina: rolavam<br />

pelo chão, ficavam amputados, cegos, doentes<br />

para a vida inteira, ou morriam.<br />

Eles lutavam assim porque realça a grande<br />

nobreza que há em dar a vida pela pátria. Estimula<br />

o heroísmo proporcionando ao indivíduo<br />

a sensação e a vivência de como é glorioso caminhar<br />

para a morte. Dessa forma ele sente muito mais a<br />

glória da guerra do que um soldado camuflado.<br />

Isso dá ao indivíduo a consciência da importância da<br />

morte e, portanto, faz com que esteja em condições de<br />

enfrentá-la com galhardia.<br />

Mas isso não é só para a hora da batalha. Um dos critérios<br />

– não o único – para medir o valor de um povo é analisar<br />

o respeito que ele tem pela carreira militar quando<br />

está em tempo de paz. As nações que respeitam muito a<br />

Raymond Desvarreux-Larpenteur (CC3.0)<br />

David, Gustave de Noirmont (CC3.0)<br />

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