Editorial Indispensável recurso à Soberana do Céu e da Terra o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam” (Sl 126, 1), diz o salmista. E Deus não estabeleceu outra base para nossa salvação senão Jesus Cristo. Portanto, todo edifício que não é construído sobre essa pedra firme é como se fosse elevado sobre a areia move- “Se diça e, mais cedo ou mais tarde, cairá infalivelmente. Para que floresça e frutifique o nosso apostolado, torna-se indispensável essa vida sobrenatural, que é a vida de Nosso Senhor Jesus Cristo em nós. A realização prática desse ideal de vida interior se acha naquela perfeita comunhão a que chegou o Apóstolo das Gentes: “Já não sou eu que vivo, é Jesus Cristo que vive em mim” (cf. Gl 2, 20). Daí decorre a conclusão de que, em nossas lides apostólicas, devemos regular nossas inclinações naturais e nos esforçar por adquirir o hábito de julgar e de nos dirigir em tudo de acordo com as luzes do Evangelho e os exemplos de nosso Divino Salvador. O alvo de todos os nossos trabalhos de apostolado deve ser tornar todo homem perfeito em Jesus Cristo, porque só n’Ele habitam toda a plenitude da Divindade e toda a plenitude de graças, de virtudes e de perfeições. Pertencemos a Nosso Senhor Jesus Cristo como seus membros e servos, que Ele resgatou por um preço infinitamente caro, pelo preço de seu Sangue. Antes do Batismo, pertencíamos a satanás. O Batismo nos tornou verdadeiros escravos de Jesus Cristo e assim não devemos viver, trabalhar e morrer senão para glorificar esse Homem-Deus em nosso corpo e fazê-Lo reinar em nossa alma, porque somos sua conquista e sua herança. Essas verdades, que se aplicam de modo absoluto a Nosso Senhor Jesus Cristo, também se aplicam de modo relativo a Nossa Senhora. Tendo-A Jesus Cristo escolhido para companheira inseparável de sua vida, de sua morte, de sua glória e de seu poder no Céu e na Terra, deu-Lhe, por graça, relativamente a sua Majestade, os mesmos direitos e privilégios que Ele possui por natureza. “Tudo o que a Deus convém por natureza, convém a Maria pela graça”, afirma São Luís Grignion. De modo que, segundo os Santos Padres, tendo ambos a mesma vontade e o mesmo poder, possuem os mesmos súditos e os mesmos servos. A Santíssima Virgem foi o meio de que Nosso Senhor Se serviu para vir a nós. É também o meio do qual nos devemos servir para ir a Ele. Nossa Senhora não é como as outras criaturas que, se a elas nos apegássemos, poderiam nos afastar em vez de nos aproximar de Deus. Unir-nos a Maria Santíssima é unir-nos a Jesus Cristo, seu Filho. É por isso que São Boaventura, repetindo o que já haviam afirmado os Santos Padres, diz que a Santíssima Virgem é o caminho para ir a Nosso Senhor. Para que floresça e frutifique o nosso apostolado, para que nos guiemos em tudo de acordo com as luzes do Evangelho e possamos seguir os exemplos de nosso Divino Salvador, indispensável se torna recorrermos sempre à Rainha e Soberana do Céu e da Terra, Mãe de Deus e Mãe dos homens, Medianeira de todas as graças, dessas mesmas graças sem as quais, ao tentarmos lançar as bases de qualquer obra, apenas edificaremos sobre a areia. * * Cf. O Legionário n. 557, 11/4/1943. Declaração: Conformando-nos com os decretos do Sumo Pontífice Urbano VIII, de 13 de março de 1625 e de 5 de junho de 1631, declaramos não querer antecipar o juízo da Santa Igreja no emprego de palavras ou na apreciação dos fatos edificantes publicados nesta revista. Em nossa intenção, os títulos elogiosos não têm outro sentido senão o ordinário, e em tudo nos submetemos, com filial amor, às decisões da Santa Igreja. 4
Piedade pliniana Dominai-me, ó Mãe! P. L. B. Vaes Minha Mãe, eu não sou bastante forte para me dar a Vós; dominai-me! Entrai na minha alma com graças tais que eu praticamente não resista. Esta porta, minha Mãe, que por miséria não abro, arrombai-a; eu Vos espero atrás dela com meu sorriso, meu reconhecimento e minha gratidão. Notre-Dame de Laon Catedral de Laon, França 5