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Entrevista Presidente eleito da CNI, Ricardo Alban, defende novos investimentos para a indústria<br />

GERAÇÕES ATRAVÉS<br />

DAS MÁQUINAS<br />

HISTÓRIA DE QUATRO DÉCADAS CONTRIBUI PARA O<br />

DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA DA MADEIRA<br />

GENERATIONS<br />

THROUGH MACHINES<br />

A FOUR-DECADE-OLD HISTORY<br />

CONTRIBUTES TO THE DEVELOPMENT<br />

OF THE WOODWORKING INDUSTRY


É líder na indústria de embalagem de resíduos,<br />

fornecendo soluções inovadoras e eficientes,<br />

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estabilidade, proteção e facilidade no manuseio dos produtos.<br />

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Com um anel giratório controlado com precisão, os fardos são firmemente compactados<br />

vo, processando fardos de<br />

diferentes tamanhos e formas de maneira r<br />

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Uma ampla base de clientes em diferentes indústrias já se beneficia do uso desse equipamento para o zar<br />

suas operações de embalagem, garan ndo a integridade e proteção de seus produtos durante o transporte.


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SUMÁRIO<br />

INDUSTRIAL<br />

86<br />

2023<br />

56<br />

66<br />

62<br />

MADEIRA<br />

ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />

ABPM 97<br />

Aimex 69<br />

Benecke 04<br />

Bonardi Química 65<br />

Bruno 19<br />

Burntech 41<br />

Ceratizit 51<br />

Cipem 39<br />

Contraco 12<br />

Dallabona Máquinas 55<br />

DRV Ferramentas 21<br />

Dujua 99<br />

Effisa 45<br />

Elemaq 91<br />

Engecass 25<br />

Fimma Brasil 53<br />

ForMóbile 43<br />

Fresul Ferramentas 73<br />

Gaidzinski 63<br />

Gautech 83<br />

H Bremer 08<br />

Impacto 29<br />

Indumec 37<br />

Meeta Industrial 71<br />

Mendes Máquinas 02<br />

Metrisa 77<br />

Mill Indústrias 100<br />

Montana Química 17<br />

MSM Química 35<br />

Nazzareno 31<br />

Neutraliza 85<br />

Omil 23<br />

Pole Cola 75<br />

Potens 95<br />

Prêmio REFERÊNCIA 96<br />

Rotteng 06<br />

Solution Focus 89<br />

Tecnosan 91<br />

Termobio 14<br />

Termolegno 33<br />

Vantec 27<br />

Viscoh Alta Perfomance 10<br />

WoodFlow 47<br />

XH MAR BEHTLEHEM 49<br />

SUMÁRIO<br />

18 Editorial<br />

20 Cartas<br />

22 Bastidores<br />

24 Notas<br />

34 Aplicação<br />

36 Frases<br />

38 Entrevista<br />

54 Coluna Abimci<br />

56 Principal Valores que atravessam gerações<br />

62 Estudo<br />

66 Marcenaria<br />

72 Sustentabilidade<br />

78 Equipamentos<br />

80 Feira<br />

86 Construção<br />

90 Artigo<br />

96 Agenda<br />

98 Espaço Aberto<br />

16 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


EDITORIAL<br />

É PRECISO<br />

SE REINVENTAR<br />

companhar as mudanças e se manter em atividade<br />

são desafios que os empresários en-<br />

A<br />

frentam constantemente. E é se reinventando<br />

e inovando que garantem a continuidade do<br />

negócio. Foi assim com a Dallabona Máquinas,<br />

empresa catarinense que comemora 40 anos em 2023 e é<br />

tema da reportagem especial desta edição da Revista REFE-<br />

RÊNCIA MADEIRA INDUSTRIAL. A empresa se destaca na fabricação<br />

de equipamentos e continua atenta às necessidades<br />

dos clientes para apresentar as melhores soluções. Na entrevista<br />

desta edição, o presidente eleito da CNI (Confederação<br />

Nacional das Indústrias), Ricardo Alban, ressalta a necessidade<br />

da indústria inovar para garantir a competitividade no<br />

mercado cada vez mais global. A edição, ainda, destaca a<br />

publicação da norma técnica na ABNT (Associação Brasileira<br />

das Normas Técnicas) para o sistema construtivo light wood<br />

frame, a posição das molduras de madeira no mercado mundial,<br />

os preparativos para a realização da ForMóbile 2024, e<br />

a realização da Fimma 2023, entre outros assuntos exclusivos<br />

do segmento, que só a Revista REFERÊNCIA MADEIRA IN-<br />

DUSTRIAL oferece. Uma ótima leitura!<br />

IT IS NECESSARY TO<br />

REINVENT ONESELF<br />

K<br />

eeping up with the changes and staying in<br />

operation are challenges that entrepreneurs<br />

constantly face. And it is by reinventing and<br />

innovating that ensures business continuity. This<br />

was the case with Dallabona Máquinas, a Santa<br />

Catarina company that celebrates 40 years in 2023 and is the<br />

subject of the special report of this issue of REFERÊNCIA<br />

Madeira Industrial. The Company began by reinventing itself<br />

in equipment manufacture while continuing to be attentive to<br />

customers’ needs to present the best solutions. In this issue’s<br />

interview, Ricardo Alban, the President-elect of the National<br />

Confederation of Industries (CNI), emphasizes the need for<br />

the Industrial Sector to reinvent itself and innovate to ensure<br />

competitiveness in the increasingly global market. The issue<br />

also highlights the publication of the Brazilian Association of<br />

Technical Standards (ABNT) technical standard for the light<br />

wood frame construction system, the position of the wood<br />

frames in the world market, and the preparations for the realization<br />

of ForMóbile 2024 and Fimma 2023, among other<br />

news. Pleasant reading!<br />

18 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023<br />

NA CAPA<br />

A CAPA DESTA EDIÇÃO DESTACA<br />

OS EQUIPAMENTOS DA DALLABONA<br />

MÁQUINAS, EMPRESA QUE<br />

COMPLETA 40 ANOS CONSOLIDADA<br />

NO MERCADO DA MADEIRA<br />

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ANO XXV - EDIÇÃO 254 - AGOSTO 2023<br />

A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />

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Ano XXV • Nº254•Agosto 2023<br />

Entrevista Presidente eleito da CNI, Ricardo Alban, defende novos investimentos para a indústria<br />

GERAÇÕES ATRAVÉS<br />

DAS MÁQUINAS<br />

HISTÓRIA DE QUATRO DÉCADAS CONTRIBUI PARA O<br />

DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA DA MADEIRA<br />

Diretor Comercial / Commercial Director - Fábio Alexandre Machado<br />

fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />

Diretor Executivo / Executive Director - Pedro Bartoski Jr.<br />

bartoski@revistareferencia.com.br<br />

Redação / Writing<br />

Gisele Rossi<br />

jornalismo@revistareferencia.com.br<br />

Colunista / Columnist<br />

Paulo Pupo<br />

Depto. de Criação / Graphic Design<br />

Fabiana Tokarski / Supervisão<br />

Crislaine Briatori Ferreira<br />

Guilherme Augusto Oliveira<br />

Sofia Carlesso<br />

criacao@revistareferencia.com.br<br />

Midias Sociais / Social Media<br />

Cainan Lucas<br />

Depto. Comercial / Sales Departament - Gerson Penkal - Carlos Felde<br />

comercial@revistareferencia.com.br<br />

fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Representante Comercial - Dash7 Comunicação - Joseane Cristina Knop<br />

Tradução / Translation - John Wood Moore<br />

Depto. de Assinaturas / Subscription<br />

assinatura@revistareferencia.com.br<br />

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A FOUR-DECADE-OLD HISTORY<br />

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OF THE WOODWORKING INDUSTRY<br />

A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente, dirigida aos produtores e<br />

consumidores de bens e serviços em madeira, instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos<br />

governamentais, ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente ligados ao<br />

segmento madeireiro. A Revista REFERÊNCIA do Setor Industrial Madeireiro não se responsabiliza por<br />

conceitos emitidos em matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais de<br />

responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação, armazenamento de banco<br />

de dados, sob qualquer forma ou meio, dos textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista RE-<br />

FERÊNCIA são terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos direitos autorais,<br />

exceto para fins didáticos.<br />

Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication directed at the producers and<br />

consumers of the good and services of the lumberz industry, research institutions, university students,<br />

governmental agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked to the forest based<br />

segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself responsible for the concepts contained in the material,<br />

articles or columns signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors, themselves. The<br />

use, reproduction, appropriation and databank storage under any form or means of the texts, photographs<br />

and other intellectual property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited without<br />

the written authorization of the holders of the authorial rights.


A DECADE OF INVESTMENTS IN<br />

Entrevista Euclesio Finatti, coordenador da Comissão de Estudos da ABNT esclarece sobre wood frame<br />

CARTAS<br />

A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />

EFICIÊNCIA QUE<br />

ATRAVESSA FRONTEIRAS<br />

UMA DÉCADA DE INVESTIMENTOS EM TECNOLOGIA<br />

ATRAI NOVOS MERCADOS E PARCEIROS PARA A<br />

INDÚSTRIA DA MADEIRA<br />

CARTAS<br />

CAPA DA EDIÇÃO 253 DA<br />

REVISTA REFERÊNCIA INDUSTRIAL, MÊS DE JULHO DE 2023<br />

MARCENARIA<br />

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Ano XXV • Nº253•Julho 2023<br />

EFFICIENCY THAT<br />

CROSSES BORDERS<br />

TECHNOLOGY ATTRACTS NEW MARKETS<br />

AND PARTNERS FOR THE WOOD INDUSTRY<br />

REVISTA<br />

Por Manoel Francisco<br />

Moreira -<br />

Reserva (PR)<br />

Por Gustavo Fari -<br />

Itú (SP)<br />

Ainda bem que os móveis rústicos estão fazendo<br />

parte do nosso cotidiano, dá um novo ar para<br />

nossas casas.<br />

Venho através desse<br />

e-mail parabenizar a<br />

Revista REFERÊNCIA<br />

MADEIRA INDUSTRIAL.<br />

Edição nota 10!<br />

Foto: divulgação<br />

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ENTREVISTA<br />

Por Matheus Dias -<br />

Betim (MG)<br />

ESTUDO<br />

Esse novo sistema de<br />

construção promete<br />

mudar o mercado,<br />

esperamos que essas<br />

inovações apareçam<br />

cada vez mais no nosso<br />

dia a dia.<br />

Por Maria Luiza -<br />

Curitiba (PR)<br />

Deu até vontade de trocar todas as portas<br />

de casa com essa matéria.<br />

Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os<br />

e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />

As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é<br />

fundamental para a Revista REFERÊNCIA MADEIRA INDUSTRIAL.<br />

20 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023<br />

E-mails, críticas e sugestões podem ser enviados para redação ou siga:<br />

jornalismo@revistareferencia.com.br<br />

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também são personalizadas<br />

de acordo com a demanda<br />

do cliente.


BASTIDORES<br />

BASTIDORES<br />

ENCONTRO<br />

REGISTRO DO ENCONTRO ENTRE O DIRETOR COMERCIAL DA REVISTA<br />

REFERÊNCIA MADEIRA INDUSTRIAL, FÁBIO MACHADO E O PRESIDENTE<br />

DA ACIMDERJ, WADSON WERLY, EM SÃO PAULO (SP).<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

FIMMA BRASIL<br />

ESTAREMOS PRESENTES NA FIMMA BRASIL, FEIRA QUE ACONTECE<br />

DE 28 A 31 DE AGOSTO, EM BENTO GONÇALVES (RS). ESTAREMOS<br />

PRESENTEANDO CLIENTES E ASSINANTES DA REVISTA COM BELOS<br />

CHAPÉUS, BONÉS E CHAVEIROS.<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

ALTA<br />

NOTA DE CRÉDITO<br />

A agência de classificação de<br />

risco Fitch Ratings elevou a<br />

nota de crédito do Brasil de<br />

BB- para BB, com perspectiva<br />

estável. O anúncio foi feito no<br />

final de julho. A agência justificou<br />

a nova classificação como<br />

reflexo de “um desempenho<br />

macroeconômico e fiscal melhor<br />

do que o esperado, em<br />

meio a sucessivos choques nos<br />

últimos anos, políticas proativas<br />

e reformas que apoiaram<br />

isso e a expectativa da Fitch de<br />

que o novo governo trabalhará<br />

para melhorias adicionais.” A<br />

avaliação do Brasil tinha sido<br />

rebaixada para o patamar BBem<br />

2018.<br />

BAIXA<br />

COMÉRCIO VAREJISTA<br />

Dados da PMC (Pesquisa<br />

Mensal de Comércio), divulgada<br />

em 14 de julho pelo<br />

IBGE (Instituto Brasileiro<br />

de Geografia e Estatística),<br />

apontam que as vendas no<br />

comércio varejista no Brasil<br />

caíram 1% na passagem de<br />

abril para maio, segundo<br />

recuo consecutivo. Com isso,<br />

a queda acumulada no ano<br />

chegou a 1,3% enquanto nos<br />

últimos 12 meses ficou em<br />

0,8%. Já na comparação interanual,<br />

o comércio também<br />

caiu 1% frente a maio de<br />

2022, marcando a primeira<br />

taxa negativa após nove meses<br />

de altas.<br />

22 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


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NOTAS<br />

Foto: divulgação<br />

REFORMA<br />

TRIBUTÁRIA<br />

Depois de 30 anos de discussão,<br />

a câmara dos deputados<br />

deu um passo histórico e<br />

aprovou a primeira fase da reforma<br />

tributária, que reformula<br />

a tributação sobre o consumo.<br />

O texto seguiu para o senado,<br />

onde precisa ser aprovado em<br />

dois turnos por, pelo menos,<br />

três quintos dos parlamentares<br />

(49 senadores) para ser promulgado.<br />

A PEC (proposta de<br />

emenda à constituição), caso<br />

aprovada em definitivo no congresso,<br />

simplificará e unificará<br />

os tributos sobre o consumo e<br />

representa apenas a primeira<br />

etapa da reforma. O texto unifica<br />

duas PECs que tramitaram<br />

pelo parlamento nos últimos<br />

anos, uma na câmara e outra<br />

no senado. Diversos pontos<br />

negociados foram incluídos no<br />

texto para facilitar a aprovação.<br />

A principal mudança será a<br />

extinção de cinco tributos. Três<br />

deles são federais: PIS (Programa<br />

de Integração Social),<br />

Cofins (Contribuição para o<br />

Financiamento da Seguridade<br />

Social) e o IPI (Imposto sobre<br />

Produtos Industrializados). Esses<br />

tributos serão substituídos<br />

pela Contribuição sobre Bens e<br />

Serviços (CBS), a ser arrecadada<br />

pela União. Dois impostos<br />

a serem extintos são locais, o<br />

ICMS (Imposto sobre a Circulação<br />

de Mercadorias e Serviços),<br />

administrado pelos Estados; e<br />

o ISS (Imposto sobre Serviços), arrecadado pelos municípios. Em troca, será criado o IVA (Imposto sobre Valor Agregado),<br />

dividido em duas partes. Uma delas será o IBS (Imposto Sobre Bens e Serviços), que unificará o ICMS e o ISS. A outra parte<br />

do IVA será o CBS.<br />

Em troca dessas mudanças que deverão trazer o fim da guerra fiscal entre os Estados, o governo criará um Fundo de Desenvolvimento<br />

Regional para financiar projetos de desenvolvimento em Estados mais pobres. Inicialmente orçado em R$ 40<br />

bilhões a partir de 2033, o fundo foi um dos principais pontos de embates.<br />

A proposta prevê alíquotas reduzidas para alguns setores da economia e abre margem para a criação de um sistema de<br />

cashback (devolução de parte do tributo pago), que será regulamentada por lei complementar. O texto também prevê mudanças<br />

na tributação sobre patrimônio, com cobrança de imposto sobre meios de transporte de luxo e heranças.<br />

24 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


NOTAS<br />

FIERGS LANÇA NOVAS<br />

FERRAMENTAS DIGITAIS<br />

Já estão disponíveis duas novas ferramentas digitais criadas pela FIERGS (Federação das Indústrias do Estado<br />

do Rio Grande do Sul). A apresentação da Indústria de Benefícios e do Portal da Indústria Gaúcha foi feita a presidentes<br />

de Sindicatos Industriais filiados à FIERGS pelo presidente Gilberto Porcello Petry. “Estamos apresentando<br />

o Portal da Indústria e o Indústria de Benefícios para fortalecer os Sindicatos e seus associados. São iniciativas da<br />

FIERGS para a geração de negócios na indústria gaúcha e fomento ao associativismo”, destacou Gilberto Petry.<br />

A plataforma Indústria de Benefícios, idealizada pela Unisind (Unidade de Desenvolvimento Sindical) da FIER-<br />

GS, é destinada exclusivamente às empresas associadas aos Sindicatos Industriais filiados à Federação e ao CIER-<br />

GS (Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul), com acesso gratuito. A iniciativa promove resultados<br />

para todos os envolvidos. Para os sindicatos, é um incremento de portfólio e estímulo ao associativismo. Para as<br />

indústrias, uma possibilidade de acessarem fornecedores, serviços diferenciados e com condições favoráveis. Já os<br />

parceiros terão maior destaque entre as indústrias. São benefícios envolvendo os mais diferentes setores, incluindo<br />

o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e o Sesi (Serviço Social da Indústria). Para conhecer a<br />

plataforma e saber mais sobre os parceiros, acesse o link: https://industriadebeneficios.fiergs.org.br/<br />

A outra novidade, o Portal da Indústria Gaúcha, encabeçado pelo Conase (Conselho de Articulação Sindical<br />

e Empresarial), em parceria com a Unisind, tem como origem conceitual básica o antigo Cadastro Industrial da<br />

FIERGS. O objetivo é conectar as indústrias gaúchas, aproximá-las das entidades do Sistema FIERGS, entregando<br />

soluções e conteúdos direcionados de acordo com as necessidades. O portal https://portaldaindustria.fiergs.org.<br />

br/ integra empresas, relacionando as buscas de uma com os itens catalogados de outra. Também disponibiliza<br />

um mapa de negócios com localização por município ou região, permitindo pesquisar por densidade de potenciais<br />

parceiros.<br />

Foto: divulgação<br />

26 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


Máquinas para Laminação


NOTAS<br />

CUSTO<br />

BRASIL<br />

Foto: divulgação<br />

Entre os aspectos que impactam o Custo Brasil, a questão tributária é a que mais desperta preocupações das instituições<br />

que participaram da consulta pública sobre o tema realizada pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio<br />

e Serviços) no último mês de junho. Do total de sugestões enviadas à pasta, 18,8% trataram da complexa estrutura de tributos<br />

no país que se espera ser simplificada com a proposta reforma tributária que tramita no congresso nacional.<br />

Nesse tema, os participantes fizeram referências específicas à cumulatividade dos tributos ao longo da cadeia produtiva,<br />

à complexidade da legislação tributária, e às obrigações acessórias como por exemplo, problemas relacionados à emissão de<br />

notas fiscais e às demonstrações contábeis.<br />

O setor de energia aparece em segundo lugar na consulta, com 16,6% das contribuições, seguido por transporte e logística<br />

(14,3%), comércio exterior (10,6%), financiamento e garantias (7,6%), legislação trabalhista (7,3%), meio ambiente (5,3%),<br />

telecomunicações (3,6%), saúde e vigilância sanitária (3,5%), inovação (2,9%), Justiça e segurança pública (2,7%), regulação da<br />

qualidade (1;1%), propriedade intelectual (0,6%), comércio (0,6%), saneamento básico (0.6%), abertura de empresas (0,5%, e<br />

compras públicas (0,4%).<br />

A indústria foi o setor que enviou mais contribuições, com 42,4% do total, seguida pela área de energia, responsável por<br />

20% das sugestões, sendo 10,6% relativas a gás natural e petróleo, e 9,4% do setor elétrico. Na sequência, aparecem transportes<br />

(8,2%), telecomunicações (7,1%), tecnologia de informação (5,9%), setor financeiro (5,9%), saúde (3,5%), agropecuária<br />

(2,4%), serviços profissionais (2,4%), comércio (1,2%) e saneamento básico (1,2%).<br />

Sob responsabilidade da Secretaria de Competitividade e Política Regulatória do MDIC, a consulta teve o objetivo de<br />

identificar ineficiências regulatórias que impactam no Custo Brasil. Os dados serão usados na formulação Estratégia de Redução<br />

do Custo Brasil, prevista para ser implementada nos próximos 10 anos.<br />

28 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


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NOTAS<br />

PARQUE INDUSTRIAL<br />

RETRÓGRADO<br />

O parque industrial brasileiro envelheceu e não foi renovado. Uma pesquisa inédita da CNI (Confederação Nacional da<br />

Indústria) mostra que as máquinas e equipamentos industriais têm, em média, 14 anos, e 38% deles estão próximos ou já<br />

ultrapassaram a idade sinalizada pelo fabricante como ciclo de vida ideal. Os dados consideram as máquinas usadas na indústria<br />

extrativa e na indústria de transformação, sem contar os materiais de escritório e os equipamentos de transporte.<br />

A pesquisa reforça que máquinas mais antigas afetam a competitividade das indústrias e exigem maiores custos de<br />

manutenção e gerenciamento da vida útil dos equipamentos, uma vez que tendem a ter mais problemas e falhas nas operações.<br />

Além disso, quanto mais próxima uma máquina está de esgotar sua vida útil, mais dificuldades surgem nos processos,<br />

como a de conseguir peças compatíveis para manutenção. “Esse cenário de envelhecimento das máquinas e equipamentos<br />

revela a necessidade de adoção de políticas públicas que estimulem a renovação e atualização tecnológica do parque fabril<br />

brasileiro”, afirma a diretora de Desenvolvimento Industrial e Economia da CNI, Lytha Spíndola. A economista lembra que o<br />

Plano de Retomada da Indústria, entregue pela CNI ao governo brasileiro, apresenta uma proposta de estímulo ao investimento<br />

por meio da depreciação acelerada, com objetivo de aumentar a produtividade da economia brasileira e acelerar o<br />

ritmo de crescimento econômico do Brasil.<br />

A sondagem especial Idade e Ciclo de Vida das Máquinas e Equipamentos no Brasil foi realizada em junho e foram ouvidas<br />

1.682 empresas das indústrias extrativa e de transformação e 356 empresas da indústria da construção.<br />

Foto: divulgação<br />

30 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


NOTAS<br />

Foto: divulgação<br />

CONTAGEM REGRESSIVA<br />

Mais de 200 marcas expositoras levarão à Fimma Brasil suas soluções em insumos, componentes, acessórios, químicos,<br />

máquinas, ferramentas, software e demais segmentos que atendem às indústrias de móveis. A Revista REFERÊNCIA MADEI-<br />

RA INDUSTRIAL também estará presente na feira que acontece de 28 a 31 de agosto, em Bento Gonçalves (RS). A feira terá<br />

o espaço Ecossistema de Inovação, que contará com a presença de parceiros apresentando o que há de mais atual em IA<br />

(Inteligência Artificial) para o setor moveleiro. Em 2023, pela segunda vez a Fimma ocorrerá em conjunto com a Movelsul Brasil.<br />

Além de promover negócios entre empresas brasileiras, a feira do setor moveleiro entende a importância de apoiar seus<br />

expositores na prospecção de parcerias com o mercado externo. Por isso, a próxima edição do evento mais uma vez contará<br />

com Rodadas de Negócios Internacionais – garantindo a presença de importadores vindos de países estratégicos para os fornecedores<br />

da cadeia moveleira.<br />

A ação, coordenada pelo Orchestra Brasil – projeto de fomento às exportações mantido pelo Sindmóveis (Sindicato das<br />

Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves) com apoio da Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e<br />

Atração de Investimentos) – permitirá que os expositores realizem negócios junto ao mercado externo. Conforme Daniel Segalin,<br />

diretor internacional da Movergs – entidade que realiza a Fimma Brasil, as Rodadas de Negócios Internacionais são um<br />

diferencial da feira. “Os encontros ocorrerão em um estande exclusivo onde os importadores poderão conversar diretamente<br />

com representantes das empresas participantes para alinhar parcerias e prospectar negócios. Tudo com apoio e orientação do<br />

Orchestra Brasil para potencializar a experiência das empresas”, explica Daniel.<br />

32 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


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APLICAÇÃO<br />

XXV PRÊMIO<br />

SALÃO DESIGN<br />

Com 35 anos de história, o Prêmio Salão Design conquistou credibilidade na área do design de mobiliário. Realizado<br />

desde 1988 pelo Sindmóveis (Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves), a tradicional premiação brasileira<br />

do segmento contou nesta edição, a XXV, com 562 projetos inscritos. Desses, 228 foram aprovados e considerados<br />

finalistas e 11 projetos foram contemplados. A mostra com os produtos ocorrerá em um espaço exclusivo na feira Movelsul<br />

Brasil, evento simultâneo a Fimma (Feira Internacional de Fornecedores da Cadeia Produtiva de Madeira e Móveis),<br />

que será realizada de 28 a 31 de agosto, no Parque de Eventos de Bento Gonçalves (RS).<br />

Entre os projetos premiados destacamos os Prêmios Especiais: Madeiras Alternativas e Prêmio Voto Popular. O<br />

primeiro é uma categoria especial em parceria com o SFB (Serviço Florestal Brasileiro), que teve colaboração da pesquisadora<br />

associada ao LPF (Laboratório de Produtos Florestais) do SFB, Vera Coradin; e o segundo contou com a participação<br />

do público, que votou em seus projetos favoritos. No site salaodesign.com.br estão disponíveis os projetos premiados<br />

e os pareceres do júri estético-criativo, bem como, seus depoimentos sobre os desafios do Prêmio Salão Design<br />

2023.<br />

PRÊMIOS ESPECIAIS<br />

A Cadeira Terra, design de Amelia Tarozzo, Camila Fix, Flavia Pagotti e Rejane Carvalho Leite (Plataforma4 para Oficcina<br />

Origin) de São Paulo (SP) foi o projeto premiado na categoria Madeiras Alternativas. Conforme o parecer do júri, “a<br />

cadeira usa ripas de jequitibá-rosa (Cariniana sp.) maciço, coladas e prensadas em forma de painéis. A superfície lisa ao<br />

toque é obtida por meio de lixação manual com aplicação de camada de proteção de verniz PU e seladora.”<br />

Na categoria Voto Popular, o projeto vencedor foi a Estante KIS, design assinado por Ráisa Guerra e Silva (Mania de<br />

Decoração), de Goiânia (GO). O parecer do júri destacou a votação obtida. “Pela primeira vez em seus 35 anos de história,<br />

o Prêmio Salão Design contou com a participação do público. O Prêmio Voto Popular é uma distinção concedida ao<br />

projeto finalista que foi mais votado. O premiado nesta edição recebeu 12.874 dos 59.583 votos on-line.”<br />

Fotos: Carlos Ben<br />

ESTANTE KIS, POR RÁISA<br />

GUERRA E SILVA<br />

CADEIRA TERRA, DESIGN DE AMELIA TAROZZO, CAMILA FIX,<br />

FLAVIA PAGOTTI E REJANE CARVALHO LEITE<br />

34 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


CUPIM SUBTERRÂNEO<br />

NORMA ASTM D:3345-74 (1999)<br />

AVALIAÇÃO 10<br />

CIPERTRIN MD foi aplicado em painéis compensados pelo processo de adição à cola e tratamento superficial, posteriormente<br />

estes painéis foram submetidos ao ataque de CUPINS SUBTERRÂNEOS conforme NORMA ASTM D:3345-74 (1999)<br />

(Stabd Test Method for Laboratory Evoluation of Wood and Other Cellulosic Materials for Resistence to Termites), obtendo<br />

resultados de avaliação 10, onde demonstra total eficiência contra o ataque dos CUPINS SUBTERRÂNEOS, atendendo<br />

assim, a Norma de Preservação de Madeira ABNT 16143 (Sistema de Categoria de Uso).<br />

• Líder no tratamento inseticida de painéis de<br />

madeira, (compensados, MDF, HDF, OSB, e outros)<br />

por adição à cola e tratamento superficial;<br />

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FRASES<br />

“O ATUAL CENÁRIO DESAFIADOR PARA A INDÚSTRIA, COM<br />

TAXA DE JUROS ELEVADA E AUMENTO DO ENDIVIDAMENTO,<br />

AINDA CRIA UM AMBIENTE DE INCERTEZA NOS EMPRESÁRIOS EM<br />

RELAÇÃO A UM SEGUNDO SEMESTRE DIFÍCIL, PORÉM COM ALGUMA<br />

MELHORA NA DEMANDA”<br />

STÉFANO PACINI, ECONOMISTA DA FGV IBRE (INSTITUTO BRASILEIRO<br />

DE ECONOMIA DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS), RESPONSÁVEL<br />

PELA DIVULGAÇÃO DO ICI (ÍNDICE DE CONFIANÇA DA INDÚSTRIA)<br />

“ESTIMAMOS<br />

UM PRAZO DE<br />

DOIS OU TRÊS<br />

MESES PARA O<br />

AMADURECIMENTO<br />

DE TODOS OS PONTOS<br />

DA REFORMA. O<br />

CONGRESSO DEVE UMA<br />

REFORMA TRIBUTÁRIA<br />

AO BRASIL, TENHO MUITA<br />

CONVICÇÃO DE QUE A<br />

ENTREGAREMOS AINDA ESSE<br />

ANO”<br />

“O SETOR PRIVADO BRASILEIRO, QUE DETÉM A<br />

CHAVE DE UMA TRANSIÇÃO VERDE BEM SUCEDIDA,<br />

COM EMPRESÁRIOS QUE OPERAM NA ECONOMIA<br />

GLOBAL, ESTÃO MAIS BEM COLOCADOS PARA<br />

PROCURAR UM PREÇO DE CARBONO DOMÉSTICO<br />

QUE GARANTA AS CONDIÇÕES DE CONCORRÊNCIA<br />

EQUITATIVA PARA TODOS”<br />

IGNACIO YBÁÑEZ, EMBAIXADOR DA UNIÃO EUROPEIA<br />

NO BRASIL, DURANTE LANÇAMENTO DA PROPOSTA DA<br />

CNI (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA) PARA<br />

REGULAÇÃO DO MERCADO DE CARBONO NO BRASIL<br />

RODRIGO<br />

PACHECO,<br />

PRESIDENTE DO<br />

SENADO, SOBRE<br />

A EXPECTATIVA<br />

DE VOTAR<br />

A REFORMA<br />

TRIBUTÁRIA NA<br />

CASA<br />

Foto: Roque de Sá/Agência Senado<br />

“O USO DA MADEIRA, APLICADA<br />

EM SUAS DIVERSAS TÉCNICAS,<br />

É UM PROJETO QUE MUDA A<br />

HISTÓRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL<br />

E MUDA A IMAGEM DO BRASIL NO<br />

MUNDO, QUANDO O ASSUNTO É<br />

DESMATAMENTO”<br />

SILVIO BARROS, CONSULTOR DE<br />

SUSTENTABILIDADE E GESTÃO<br />

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BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA<br />

CONSTRUÇÃO)<br />

36 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


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ENTREVISTA<br />

EM DEFESA<br />

DA NEOINDUSTRIALIZAÇÃO<br />

IN DEFENSE<br />

OF NEO-<br />

INDUSTRIALIZATION<br />

ENTREVISTA<br />

O<br />

empresário Ricardo Alban foi eleito no último mês de<br />

maio para assumir a presidência da CNI (Confederação<br />

Nacional da Indústria) nos próximos 4 anos. A<br />

posse está marcada para 31 de outubro. Atual presidente<br />

da FIEB (Federação das Indústrias do Estado<br />

da Bahia) Alban também é vice-presidente da Associação Nacional<br />

da Indústria de Biscoitos; presidente do Sindicato da Indústria do<br />

Trigo, Milho, Mandioca, Massas Alimentícias e de Biscoitos do<br />

Estado da Bahia; membro do Conselho Nacional do Sesi (Serviço<br />

Social da Indústria); membro da Associação Nordeste Forte; entre<br />

outras instituições. Desde 1987 é sócio-diretor da fábrica de biscoitos<br />

Tupy. Em entrevista para Revista REFERÊNCIA MADEIRA<br />

INDUSTRIAL ele fala da necessidade de investimentos para reindustrialização<br />

do país.<br />

Last May, businessman Ricardo Alban was elected to assume<br />

the Presidency of the National Confederation of Industry<br />

(CNI) for the next four years. The inauguration is scheduled<br />

for Oct. 31. Alban is the current President of the Federation<br />

of Industries of the State of Bahia (Fieb) and also Vice-president<br />

of the National Association of the Biscuit Industry; President<br />

of the Wheat, Corn, Cassava, Pasta, and Biscuits Industry of the State<br />

of Bahia Business Syndicate; Member of the National Council of the<br />

Social Service of Industry (Sesi); Member of the Northeast Strong Association;<br />

among other institutions. Since 1987, has been the Managing<br />

Partner of the Tupy biscuit factory. In an interview with REFERÊNCIA<br />

Madeira Industrial, he talks about the need for investments for the reindustrialization<br />

of the Country.<br />

RICARDO ALBAN<br />

FORMAÇÃO PROFISSIONAL: ENGENHEIRO MECÂNICO<br />

PELA UFBA (UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA) E EM<br />

ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS PELA EAUFBA (ESCOLA DE<br />

ADMINISTRAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA)<br />

CARGO: PRESIDENTE DA FIEB (FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS<br />

DO ESTADO DA BAHIA), PRESIDENTE ELEITO DA CNI<br />

Foto: Michelle Fioravanti<br />

(CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA)<br />

PROFESSIONAL EDUCATION: MECHANICAL ENGINEERING, FEDERAL UNIVERSITY<br />

OF BAHIA (UFBA) AND BUSINESS ADMINISTRATION, BUSINESS SCHOOL, FEDERAL<br />

UNIVERSITY OF BAHIA (EAUFBA)<br />

FUNCTION: PRESIDENT OF THE FEDERATION OF INDUSTRIES OF THE STATE OF<br />

BAHIA (FIEB) AND PRESIDENT-ELECT OF THE NATIONAL CONFEDERATION OF<br />

INDUSTRY (CNI)<br />

38 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


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PROJETO COM MADEIRA TROPICAL NATIVA ENGENHEIRADA<br />

É DESTAQUE EM EVENTO INTERNACIONAL<br />

A utilização de novas tecnologias para a indústria de base<br />

florestal, além de trazer benefícios econômicos, também garante<br />

melhor aproveitamento das espécies madeireiras disponíveis na<br />

floresta.<br />

Um exemplo disso é a Madeira Laminada Colada, que utiliza<br />

madeiras de baixa densidade (madeiras brancas) para construir<br />

peças de diferentes dimensões e formatos, podendo substituir<br />

estruturas metálicas e concreto nas construções civis, mantendo a<br />

qualidade e contando com a leveza e beleza da madeira.<br />

O CIPEM (Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de<br />

Madeira do Estado de Mato Grosso), em parceria com o LaMEM<br />

(Laboratório de Madeiras e Estruturas de Madeiras) da USP<br />

(Universidade de São Paulo), realizou ensaios com algumas<br />

espécies de madeira nativa, encontrando resultados promissores<br />

para sua utilização.<br />

Com base nos resultados do estudo com o LaMEM, o arquiteto<br />

Roberto Lecomte elaborou o projeto arquitetônico da Sede do<br />

CIPEM, totalmente construído com madeira nativa, utilizando<br />

todos os produtos disponíveis, como madeira maciça, laminados e<br />

a MLC.<br />

Este projeto foi selecionado, dentre outros 600 trabalhos de<br />

todo o mundo, para ser apresentado na WCTE (World Conference<br />

on Timber Engineering, em tradução direta Congresso Mundial de<br />

Engenharia da Madeira) 2023.<br />

A apresentação do projeto da Sede do CIPEM, utilizando a<br />

madeira nativa para a fabricação de madeira engenheirada gerou<br />

grande repercussão e interesse por parte dos quase 900 participantes,<br />

de todas as partes do mundo, reunidos em Oslo/Noruega.<br />

A WCTE é o principal fórum científico do mundo para a<br />

apresentação das mais recentes soluções técnicas e arquitetônicas<br />

e inovações na construção em madeira.


ENTREVISTA<br />

COMO FOI SUA TRAJETÓRIA DENTRO DA FIEB<br />

ATÉ SER ELEITO PARA PRESIDÊNCIA DA CNI?<br />

Estou à frente da FIEB (Federação das Indústrias do<br />

Estado da Bahia) desde 2014 e, desde 2018, atuo como<br />

presidente do CIEB (Centro das Indústrias do Estado da<br />

Bahia). Neste período em que estou à frente da FIEB, a<br />

instituição ganhou envergadura e eficiência, atestadas<br />

pelo aumento significativo na prestação de serviços à<br />

indústria baiana. A gestão corporativa foi um dos grandes<br />

focos de minha administração. Além da gestão, a<br />

inovação foi outro vetor fundamental, com incentivo à<br />

P&D (Pesquisa & Desenvolvimento) e energia limpa. Por<br />

meio do Cimatec (Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia),<br />

Cimatec Park e outras iniciativas como adesão<br />

ao Pacto Global, a FIEB contribuiu para criar na Bahia um<br />

hub para a nova indústria, baseada em inovação, P&D<br />

e energia limpa. Nesse contexto, destaca-se o Cimatec<br />

Park, inaugurado em 2019, em uma área de 4 milhões de<br />

m² (metros quadrados) no polo industrial de Camaçari<br />

(BA).<br />

QUAIS SERÃO SEUS PRINCIPAIS DESAFIOS NA<br />

PRESIDÊNCIA DA CNI?<br />

O setor produtivo precisará se reinventar, investir<br />

em inovação e em ganho de escala para se adequar às<br />

exigências do fornecimento global, tornando-se capaz<br />

também de atender o mercado interno de maneira competitiva.<br />

No entanto, o Brasil tem sérias restrições estruturais,<br />

que costumeiramente denominamos de Custo Brasil,<br />

que envolve aspectos como sistema tributário anacrônico,<br />

infraestrutura deficiente e cara, baixo nível educacional e<br />

de qualificação da mão de obra, etc. Por isso, se não houver<br />

um esforço concentrado e acelerado do setor público<br />

nessa frente, dificilmente o trabalho do setor privado<br />

logrará êxito. Esse é o exemplo internacional em todos<br />

os países que avançaram rapidamente no caminho do<br />

desenvolvimento. Um trabalho coordenado dos setores<br />

público e privado na promoção dos investimentos necessários<br />

ao país, que também contemplem a descarbonização<br />

da indústria e a transição enérgica para a garantia de<br />

uma economia mais sustentável.<br />

COMO SERÁ A RELAÇÃO DA SUA GESTÃO E DA<br />

CNI COM ESTE NOVO GOVERNO QUE TRABALHA<br />

CONTRA A INDÚSTRIA?<br />

A criação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria,<br />

Comércio e Serviços é um sinal do compromisso do<br />

atual governo com a indústria brasileira. A atuação con-<br />

WHAT WAS YOUR PATH WITHIN THE FEDERA-<br />

TION OF INDUSTRIES OF THE STATE OF BAHIA<br />

(FIEB) UNTIL YOU WERE ELECTED TO THE CNI<br />

PRESIDENCY?<br />

Since 2014, I have been the head of Fieb; since<br />

2018, I have been the President of the Center of Industries<br />

of the State of Bahia (Cieb). In this period in which<br />

I was head of Fieb, the institution has gained breadth<br />

and efficiency, attested by the significant increase in<br />

providing services to the State of Bahia’s Industrial Sector.<br />

Corporate management was one of the primary focuses<br />

of my administration. In addition to management,<br />

innovation was another fundamental vector, with incentives<br />

for Research and Development and clean energy.<br />

Through the Integrated Center for Manufacturing and<br />

Technology (Cimatec), Cimatec Park, and other initiatives,<br />

such as joining the Global Compact, Fieb created<br />

a hub for the new industry based on innovation, R&D,<br />

and clean energy in Bahia. In this context, Cimatec<br />

Park stands out, inaugurated in 2019, in an area of four<br />

million m² in the industrial center of Camaçari (BA).<br />

WHAT WILL BE YOUR MAIN CHALLENGES AS<br />

PRESIDENT OF CNI?<br />

The Productive Sector must reinvent itself, invest<br />

in innovation, and gain scale to adapt to global supply<br />

requirements, thus becoming more competitive in the<br />

domestic market. However, Brazil has severe structural<br />

restrictions, which we usually call Custo Brasil, which<br />

involve an anachronistic tax system, deficient and<br />

expensive infrastructure, low educational and qualification<br />

levels of the workforce, etc. Therefore, if there is<br />

no concentrated and accelerated effort by the Public<br />

Sector on this front, the work of the Private Sector will<br />

hardly succeed. This is an international example of all<br />

the countries that have advanced rapidly on the development<br />

path. A coordinated work of the Public and<br />

Private Sectors in promoting the investments needed<br />

by the Country also contemplates industry’s decarbonization<br />

and the energetic transition to ensure a more<br />

sustainable economy.<br />

WHAT WILL BE THE RELATIONSHIP BETWEEN<br />

YOUR MANAGEMENT AND THE CNI WITH THE<br />

CURRENT GOVERNMENT THAT WORKS AGAINST<br />

THE INDUSTRY?<br />

In creating the Ministry of Development, Industry,<br />

Trade, and Services, the Government has signaled its<br />

O SETOR PRODUTIVO PRECISARÁ SE REINVENTAR, INVESTIR EM<br />

INOVAÇÃO E EM GANHO DE ESCALA PARA SE ADEQUAR ÀS<br />

EXIGÊNCIAS DO FORNECIMENTO GLOBAL<br />

40 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


ENTREVISTA<br />

junta dos setores público e privado para a promoção de<br />

investimentos necessários ao país é fundamental para o<br />

desenvolvimento da nossa indústria. Para o efeito sistêmico<br />

que almejamos, de reindustrializar o Brasil, precisamos<br />

de políticas transversais de competitividade que levem,<br />

por exemplo, à redução do custo da energia, do gás natural<br />

no país, à redução do peso da tributação sobre o setor<br />

industrial, ao incremento dos recursos disponíveis para o<br />

financiamento de projetos de investimentos em ampliação<br />

e modernização de capacidades, além de recursos<br />

para a pesquisa e inovação, vitais para nos inserirmos na<br />

indústria contemporânea, entre tantas outras questões<br />

que precisamos abordar numa construção de política<br />

integrada de desenvolvimento industrial. O que temos<br />

observado é um claro objetivo desse governo de apoio à<br />

indústria e a um processo efetivo de neoindustrialização.<br />

Se existem algumas ações que podem ir de encontro a<br />

isso, vamos conversar, esclarecer as divergências e buscar<br />

as convergências.<br />

QUAIS FORAM AS PRINCIPAIS CONQUISTAS DA<br />

SUA GESTÃO À FRENTE DA FIEB?<br />

A FIEB buscou se aproximar mais do empresariado do<br />

interior da Bahia, investindo na construção de unidades<br />

integradas nas principais cidades do interior para levar<br />

os serviços e a expertise de inovação do Sesi, Senai, IEL<br />

e CIEB. Com isso, também buscamos dar suporte ao pequeno<br />

e médio empresário industrial, apoiando em questões<br />

ambientais, regulatórias e de crédito. Outro aspecto<br />

que podemos destacar é o incentivo à implementação<br />

da indústria 4.0, começando pela transformação digital<br />

dos processos e produtos de dentro para fora. O Cimatec<br />

Park, inaugurado em 2019, é um exemplo. Esse hub tecnológico<br />

abriga, dentre outros, o principal complexo de<br />

inovação da Ford: o Centro de Desenvolvimento e Tecnologia<br />

da Ford do Brasil. Também incentivamos a P&D. Um<br />

dos investimentos mais recentes foi trazer para a Bahia<br />

um núcleo do observatório da indústria, que está em fase<br />

de implantação na sede da FIEB. Esse núcleo vai subsidiar<br />

o setor industrial com informações estratégicas utilizando<br />

big data e outras ferramentas avançadas de dados.<br />

DURANTE SUA GESTÃO HOUVE UMA EXPANSÃO<br />

DAS ATIVIDADES DA FIEB PARA O INTERIOR DO ES-<br />

TADO. ACREDITA QUE QUANDO SE FALA DE TODO<br />

TERRITÓRIO NACIONAL, AINDA HÁ NECESSIDADE<br />

DE INTERIORIZAÇÃO DAS ATIVIDADES INDUS-<br />

TRIAIS?<br />

Sim, assim como há desequilíbrios entre as regiões<br />

do país, há também desigualdades internas, dentro dos<br />

Estados da federação. Induzir o crescimento para o interior<br />

é um dos principais desafios para os formuladores de<br />

políticas públicas. É necessário proporcionar condições<br />

para que as cidades de médio porte possam se desenvolver,<br />

aproveitando suas potencialidades para criar riquezas.<br />

A concentração industrial foi resultado de um processo<br />

commitment to the Brazilian Industrial Sector. The joint<br />

action of the Public and Private Sectors in promoting<br />

investments the Country needs is fundamental for<br />

developing our industry. For the systemic effect that<br />

we want of reindustrializing Brazil, we need transversal<br />

competitiveness policies that lead, for example, to the<br />

reduction of the cost of energy and natural gas in the<br />

Country, and to the reduction of the burden of taxation<br />

on the Industrial Sector, to the increase of the resources<br />

available for the financing of investment projects in<br />

expansion and modernization, in addition to resources<br />

for research and innovation, vital to insert ourselves in<br />

contemporary industry, among many other issues that<br />

we need to address in the construction of an integrated<br />

industrial development policy. We have observed a clear<br />

objective of this Government to support the industry<br />

and to an effective process of neo-industrialization. If<br />

some actions can go against this, we will talk, clarify the<br />

divergences, and seek out the convergences.<br />

WHAT WERE THE MAIN ACHIEVEMENTS OF<br />

YOUR MANDATE AS THE HEAD OF FIEB?<br />

Fieb sought to get closer to the business community<br />

in the interior of the State of Bahia, investing in<br />

the construction of Integrated Units in the main cities<br />

of the interior to provide Sesi, Senai, IEL, and Cieb<br />

services and innovation expertise. With this, we also<br />

sought to support small and medium-sized industrial<br />

entrepreneurs, supporting environmental, regulatory,<br />

and credit issues. Another aspect we can highlight is<br />

the incentive to implement Industry 4.0, starting with<br />

the digital transformation of processes and products<br />

from the inside out. Cimatec Park, inaugurated in 2019,<br />

is an example. This technology hub is home to, among<br />

others, Ford’s main innovation complex: the Ford do<br />

Brasil’s Development and Technology Center. We also<br />

encourage Research & Development. One of the most<br />

recent investments was to bring to the State of Bahia a<br />

nucleus of the Industry Observatory, which is in the implementation<br />

phase at Fieb’s offices. This nucleus will<br />

subsidize the Industrial Sector with strategic information<br />

using big data and other advanced data tools.<br />

DURING YOUR ADMINISTRATION, FIEB’S AC-<br />

TIVITIES WERE EXPANDED TO THE INTERIOR OF<br />

THE STATE. DO YOU BELIEVE THERE IS STILL A<br />

NEED TO INTERNALIZE INDUSTRIAL ACTIVITIES<br />

WHEN DISCUSSING THE ENTIRE BRAZILIAN TER-<br />

RITORY?<br />

Yes, just as there are imbalances between the Regions<br />

of the Country, there are also internal inequalities<br />

within the States. Inducing growth inland is one of the<br />

main challenges for policymakers. It is necessary to<br />

provide conditions for medium-sized cities to develop,<br />

taking advantage of their potential to create wealth.<br />

The industrial concentration resulted from a natural<br />

42 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


FEIRA INTERNACIONAL DA<br />

INDÚSTRIA DE MÓVEIS E MADEIRA


ENTREVISTA<br />

natural de atração de indústrias para alguns municípios,<br />

aproveitando as economias de aglomeração, que se<br />

traduzem em melhores condições de competitividade.<br />

Isso fez com que algumas regiões fossem colocadas à<br />

margem do crescimento econômico, principalmente da<br />

industrialização. No entanto, políticas de desconcentração<br />

são complexas e devem ser focadas, não na taxação<br />

da região que apresenta condições mais favoráveis, tampouco<br />

no desincentivo ao crescimento dessa região, mas<br />

em instrumentos que possibilitem que as regiões menos<br />

desenvolvidas incrementem suas condições de competitividade<br />

face às regiões mais industrializadas. Importante<br />

também considerar vocações naturais de desenvolvimento,<br />

obedecendo as vantagens comparativas de cada<br />

região. O reconhecimento dos vetores de crescimento<br />

regionais e setores industriais potenciais, assim como a<br />

infraestrutura logística necessária são fundamentais para<br />

adequar serviços de capacitação empresarial, qualificação<br />

de mão de obra, ensino fundamental e a oferta de serviços<br />

públicos qualificados.<br />

A FIEB TEM INCENTIVADO A ADOÇÃO DA ECO-<br />

NOMIA CIRCULAR. A PARTIR DESTA EXPERIÊNCIA,<br />

COMO AVALIA A ADOÇÃO DESTA INICIATIVA PELO<br />

SETOR INDUSTRIAL?<br />

A indústria brasileira já tem adotado práticas para o<br />

melhor aproveitamento dos recursos naturais, mas precisamos<br />

avançar neste caminho, que é irreversível. A economia<br />

circular associa crescimento econômico a um ciclo<br />

de desenvolvimento sustentável, permitindo a redução de<br />

custos/perdas produtivas por meio da diminuição da dependência<br />

de matérias-primas virgens. O mercado exige<br />

que todos façamos parte deste movimento. A conscientização<br />

da sociedade para a importância deste tema ainda<br />

é necessária, além de políticas públicas que estimulem<br />

a gestão estratégica dos recursos naturais, promovam a<br />

inovação e incentivem a pesquisa.<br />

A CNI TEM UM TRABALHO VOLTADO PARA FOR-<br />

MAÇÃO ACADÊMICA E DE TRABALHADORES PARA<br />

A INDÚSTRIA. COMO É REALIZADO O TRABALHO<br />

NA PRÁTICA PELAS FEDERAÇÕES NOS ESTADOS?<br />

A formação profissional de mão de obra é um dos<br />

desafios de competitividade para a indústria. Por isso,<br />

preparar e qualificar a mão de obra para aumentar a<br />

produtividade sempre esteve no foco das ações da CNI.<br />

process of attracting industries to some municipalities,<br />

taking advantage of the agglomeration economies,<br />

which translated into better competitiveness conditions.<br />

This caused some regions to be placed on the<br />

sidelines of economic growth, especially industrialization.<br />

However, deconcentration policies are complex<br />

and should be focused not on the taxation of the<br />

region that presents more favorable conditions, nor on<br />

the disincentive to the growth of that region, but on<br />

instruments that enable the less developed regions to<br />

increase their conditions of competitiveness vis-à-vis<br />

the more industrialized regions. Considering natural<br />

development vocations and obeying each region’s<br />

comparative advantages are also important. Recognizing<br />

regional growth vectors, potential industrial<br />

sectors, and the necessary logistics infrastructure is<br />

fundamental to adapting business training services,<br />

labor qualification, elementary education, and qualified<br />

public services.<br />

FIEB HAS ENCOURAGED THE ADOPTION OF<br />

THE CIRCULAR ECONOMY. FROM THIS EXPERIEN-<br />

CE, HOW DO YOU SEE THE ADOPTION OF THIS<br />

INITIATIVE BY THE INDUSTRIAL SECTOR?<br />

The Brazilian Industrial Sector has already adopted<br />

practices for the best use of natural resources, but we<br />

need to continue on this path and not turn back. The<br />

circular economy associates economic growth with a<br />

cycle of sustainable development, allowing the reduction<br />

of productive costs/losses through the decrease<br />

in dependence on virgin raw materials. The market<br />

demands that we all be part of this movement. The<br />

awareness of society for the importance of this theme<br />

is still necessary, in addition to public policies that stimulate<br />

the strategic management of natural resources,<br />

promote innovation, and encourage research.<br />

THE CNI HAS FOCUSED ON ACADEMIC AND<br />

WORKFORCE TRAINING FOR INDUSTRY. HOW DO<br />

YOU SEE THIS BEING CARRIED OUT IN PRACTICE<br />

BY THE STATE FEDERATIONS?<br />

Vocational workforce training is one of the competitiveness<br />

challenges for the Industrial Sector. Therefore,<br />

preparing and qualifying the workforce to increase<br />

productivity has always been the focus of CNI’s actions.<br />

For this, it has the support of the entities that are part<br />

INDUZIR O CRESCIMENTO PARA O INTERIOR É UM DOS PRINCIPAIS<br />

DESAFIOS PARA OS FORMULADORES DE POLÍTICAS PÚBLICAS. É<br />

NECESSÁRIO PROPORCIONAR CONDIÇÕES PARA QUE AS CIDADES DE MÉDIO<br />

PORTE POSSAM SE DESENVOLVER, APROVEITANDO SUAS POTENCIALIDADES<br />

PARA CRIAR RIQUEZAS<br />

44 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


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ENTREVISTA<br />

Para isso, conta com o apoio das entidades que fazem<br />

parte do Sistema Indústria e suas unidades regionais, vinculadas<br />

às federações. O Senai, criado com a missão de<br />

formar profissionais para a indústria nacional, tem papel<br />

fundamental neste processo. Esse esforço também é realizado<br />

pelo Sesi, que atua para melhorar a qualidade da<br />

educação e promovendo ambientes de trabalho seguros<br />

e saudáveis, e do IEL, que promove ações de capacitação<br />

empresarial. E o modelo de atuação do Sistema Indústria,<br />

que conta com o apoio das federações na operacionalização<br />

destas iniciativas, gera um efeito multiplicador que<br />

acaba se espalhando por todo o país.<br />

A INOVAÇÃO, A ENERGIA LIMPA E PRÁTICAS ESG<br />

SÃO IMPORTANTES NOS DIAS ATUAIS. COMO PRE-<br />

TENDE DESENVOLVER ESSAS INICIATIVAS JUNTO<br />

ÀS INDÚSTRIAS?<br />

Atentas às demandas em relação a padrões de sustentabilidade,<br />

as indústrias estão cada vez mais conscientes<br />

que o negócio pode até ser promissor e com probabilidade<br />

de lucro, mas o que está sendo decisivo para o mercado<br />

de investimento são as boas práticas empresariais que<br />

incorporam valores ambientais, sociais e de governança<br />

corporativa. O direcionamento com foco em ESG (Environmental,<br />

Social, Governance) e no comprometimento<br />

das metas atreladas aos ODSs (Objetivos do Desenvolvimento<br />

Sustentável) refletem diretamente em requisitos<br />

mercadológicos que se estendem na cadeia de valor,<br />

por meio de grandes empresas âncoras, dos principais<br />

setores produtivos, que possuem papel muito importante<br />

de influenciar fornecedores, normalmente pequenas e<br />

médias empresas, no engajamento de adotar práticas<br />

sustentáveis. As entidades representativas da indústria<br />

cumprem o papel de agente indutor de sustentabilidade,<br />

compartilhando conhecimento e incentivando as indústrias<br />

a adotarem os critérios ESG na estratégia empresarial,<br />

como fator impulsionador de melhor desempenho<br />

operacional, exercício da transparência e do diálogo com<br />

as partes interessadas, de maneira a assegurar um ambiente<br />

mais favorável aos negócios.<br />

QUAIS AS PRINCIPAIS INICIATIVAS QUE PRETEN-<br />

DE DESENVOLVER NA CNI?<br />

Nossa missão é representar e defender os interesses<br />

de todos os industriais brasileiros, do pequeno ao grande,<br />

do norte ao sul, da agroindústria à ciber indústria.<br />

Trabalharemos para materializar o apoio à indústria já<br />

manifestado pelas lideranças políticas nacionais e regionais.<br />

Assim, a indústria brasileira poderá ampliar sua contribuição<br />

para o Brasil alcançar novo patamar de desenvolvimento<br />

econômico e social. Nossa matriz energética<br />

limpa, a capacidade brasileira de inovação, nosso pujante<br />

mercado interno e a posição do Brasil em defesa da paz<br />

e do entendimento em um momento de aumento das<br />

tensões globais são forças capazes de dar novo ímpeto<br />

à indústria e colocá-la em nova trajetória de crescimenof<br />

the Industry Federation System and its regional<br />

units linked to the federations. Senai, created with the<br />

mission of training professionals for the domestic industry,<br />

has a fundamental role in this process. Also, this<br />

effort is being carried out by Sesi, which is working to<br />

improve the quality of education and promote safe and<br />

healthy work environments, and IEL, which supports<br />

business training. And the Industry Federation System’s<br />

model of action, which has the Federations’ support in<br />

operationalizing these initiatives, generates a multiplier<br />

effect that spreads throughout the Country.<br />

INNOVATION, CLEAN ENERGY, AND ESG<br />

PRACTICES ARE ESSENTIAL THESE DAYS. HOW<br />

DO YOU INTEND TO DEVELOP THESE INITIATIVES<br />

WITH THE INDUSTRIAL SECTOR?<br />

By being attentive to the demands regarding<br />

sustainability standards, companies are increasingly<br />

aware that the business may be promising and likely<br />

profitable. However, good business practices that are<br />

decisive for the investment market are good business<br />

practices that incorporate environmental, social, and<br />

corporate governance values. The targeting focused<br />

on ESG and the commitment of the goals linked to the<br />

Sustainable Development Goals (SDG) reflect directly<br />

on market requirements that extend in the value chain<br />

through large anchor companies of the main Productive<br />

Sectors, which have a significant role in influencing<br />

suppliers, usually small and medium-sized companies,<br />

in the commitment to adopt sustainable practices.<br />

The representative entities of the Industrial Sector<br />

fulfill the role of inducing sustainability agents, sharing<br />

knowledge, and encouraging industries to adopt ESG<br />

criteria in business strategy as a driving factor for better<br />

operational performance, exercise of transparency, and<br />

dialogue with stakeholders to ensure a more favorable<br />

environment for business.<br />

WHAT ARE THE MAIN INITIATIVES YOU IN-<br />

TEND TO DEVELOP AT CNI?<br />

Our mission is to represent and defend the interests<br />

of all Brazilian industrialists, from small to large,<br />

from North to South, from Agribusiness to the Cyber<br />

segment. We will work to materialize the support for<br />

the Industrial Sector already expressed by national and<br />

regional political leaders. Thus, the Brazilian Industrial<br />

Sector can expand its contribution to Brazil to reach a<br />

new economic and social development level. Our clean<br />

energy matrix, Brazil’s capacity for innovation, our thriving<br />

domestic market, and Brazil’s position in defense<br />

of peace and understanding at a time of rising global<br />

tensions are forces capable of giving new impetus to<br />

the Brazilian Industrial Sector and putting it on a new<br />

trajectory for sustainable growth. There is no great country<br />

in the world without a great industry. That is what<br />

we all strive for.<br />

46 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


ENTREVISTA<br />

to sustentável. Não há grande país no mundo sem uma<br />

grande indústria. É isso o que todos nós queremos.<br />

E SOBRE OS DESAFIOS PARA AS INDÚSTRIAS<br />

BRASILEIRAS?<br />

Temos desafios enormes. No campo estrutural, envolve<br />

um esforço nacional no sentido de realizar reformas<br />

que destravem as atuais barreiras ao investimento produtivo,<br />

a exemplo das reformas tributária e administrativa,<br />

que possibilitem um ajuste fiscal sustentado e de liberação<br />

de recursos para investimentos em infraestrutura<br />

física e social. Em outra frente, as empresas industriais<br />

que, após décadas de dificuldades e ininterruptas crises<br />

econômicas no Brasil, precisam buscar soluções empresariais<br />

e financeiras para investir em inovação e possíveis<br />

mudanças de atuação, inserindo-se nas novas vertentes<br />

produtivas, a exemplo da Indústria 4.0, da descarbonização<br />

da economia e da participação nas cadeias globais<br />

de valor, no contexto dos movimentos de nearshoring e<br />

friendshoring, temas que estão sendo debatidos hoje por<br />

conta dos problemas da globalização. Caso queiramos<br />

escapar da armadilha do baixo crescimento em que estamos<br />

presos há décadas, precisaremos avançar nos dois<br />

campos simultaneamente.<br />

OS DESAFIOS DO SETOR SÃO IGUAIS PARA IN-<br />

DÚSTRIAS PEQUENAS, MÉDIAS OU GRANDES?<br />

É preciso dividir essa questão em duas partes. As<br />

questões macroeconômicas afetam a todas as indústrias,<br />

independente do seu porte. Em linhas gerais, todas as<br />

empresas enfrentam o chamado Custo Brasil. Por outro<br />

lado, há problemas específicos das pequenas e médias<br />

indústrias. Sem entrar em pormenores, os quais dariam<br />

um artigo separado, é possível ilustrar os problemas das<br />

pequenas e médias indústrias com uma analogia sobre a<br />

questão da legislação ambiental. Há uma infinidade de<br />

normas e leis que regulamentam a economia quanto aos<br />

aspectos ambientais, as grandes empresas estão equipadas<br />

para compreender e atuar nessas questões, elas<br />

possuem um departamento que cuida desse tema ou,<br />

algumas vezes, pagam consultorias especializadas para<br />

assessorar em questões específicas. O pequeno e médio<br />

empresário, por sua vez, padece com o excesso de condicionantes<br />

ambientais não aplicáveis aos seus negócios,<br />

que são até desconhecidos, gerando custos elevados,<br />

multas e até paralisação da fábrica. A legislação, nesse<br />

caso, não diferencia o porte da empresa. Outro aspecto<br />

que ilustra essa diferença é o comércio internacional.<br />

Aqui também as grandes indústrias possuem canais próprios<br />

de comercialização e analistas especializados no<br />

comércio exterior. Já as pequenas e microempresas, por<br />

sua vez, desconhecem essa realidade e podem sofrer a<br />

concorrência dos importados. Por tudo isso, o papel da<br />

CNI e das Federações Estaduais de Indústria deve ser<br />

redobrado para apoiar e defender as micro, pequenas e<br />

média indústrias.<br />

WHAT ARE THE CHALLENGES FOR BRAZILIAN<br />

COMPANIES?<br />

We have enormous challenges. In the structural<br />

field, it involves a national effort to carry out reforms<br />

that unlock the current barriers to productive investment,<br />

such as tax and administrative reforms, which<br />

enable a sustained fiscal adjustment and release of<br />

resources for investments in physical and social infrastructure.<br />

On another front, industrial companies<br />

that, after decades of difficulties and uninterrupted<br />

economic crises in Brazil, need to seek business and<br />

financial solutions to investing in innovation and possible<br />

changes in performance, inserting themselves in<br />

the new productive aspects, such as Industry 4.0, the<br />

decarbonization of the economy, and participation in<br />

global value chains, in the context of nearshoring and<br />

friendshoring movements. These issues are being debated<br />

today because of the problems of globalization.<br />

If we want to escape the low-growth trap we have been<br />

stuck in for decades, we must move forward in both<br />

areas simultaneously.<br />

ARE THE CHALLENGES FOR THE INDUSTRIAL<br />

SECTOR THE SAME FOR ALL COMPANIES, WHE-<br />

THER SMALL, MEDIUM, OR LARGE?<br />

This question must be divided into two parts. Macroeconomic<br />

issues affect all companies, regardless of<br />

their size. In general, all companies face the so-called<br />

Custo Brasil. On the other hand, there are problems<br />

specific to small and medium-sized companies. Without<br />

going into detail, which would lead to a complete<br />

article, it is possible to illustrate the difficulties of<br />

small and medium-sized companies with an analogy on<br />

the issue of environmental legislation. Many standards<br />

and laws regulate the economy regarding ecological<br />

aspects, and large companies are equipped to understand<br />

and act on these issues; they have a department<br />

that takes care of these issues, or, sometimes, they pay<br />

specialized consultants to advise on specific issues. The<br />

small and medium entrepreneurs, in turn, suffer from<br />

the excess of environmental constraints not applicable<br />

to their business, which are unknown, generating high<br />

costs, fines, and even factory closures. In this case, the<br />

legislation does not differentiate the company’s size.<br />

Another aspect that illustrates this difference is international<br />

trade. The large companies also have their own<br />

marketing channels, and analysts specialized in foreign<br />

trade. Small and micro enterprises, on the other hand,<br />

are unaware of this reality and may suffer competition<br />

from imports. For all this, the role of the CNI and the<br />

State Federations of Industry must be redoubled to<br />

support and defend micro, small, and medium companies.<br />

HOW DO YOU SEE THE CURRENT DOMESTIC<br />

INDUSTRIAL SECTOR POLICY? IS MORE INCENTI-<br />

48 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


ENTREVISTA<br />

COMO AVALIA A POLÍTICA NACIONAL PARA O<br />

SETOR INDUSTRIAL? HÁ MAIS INCENTIVO OU MAIS<br />

DIFICULDADE?<br />

Nos últimos anos, não houve uma política industrial<br />

propriamente dita, mas ações esporádicas, a exemplo da<br />

desoneração da folha de pagamento para alguns setores<br />

e linhas de financiamento específicas. O reflexo disso foi<br />

a crescente desindustrialização precoce da economia<br />

brasileira. Felizmente, estamos presenciando uma nova<br />

preocupação das autoridades em fazer a uma Nova Política<br />

Industrial, a chamada neoindustrilização do Brasil,<br />

que está baseada em uma agenda moderna, com foco<br />

em tecnologia, inovação, energias limpas, ou seja, no desenvolvimento<br />

sustentável. Não podemos, no entanto, esquecer<br />

a indústria tradicional, que pode ser reconfigurada<br />

para alcançar as metas de sustentabilidade. Um primeiro<br />

passo nessa direção é equacionar o problema de financiamento<br />

para o investimento. Nesse sentido, o Governo Federal<br />

deu passo importante ao designar o BNDES (Banco<br />

Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) como<br />

o braço financeiro desse processo, ampliando os recursos<br />

para a indústria. Ao que tudo indica, um novo foco de<br />

industrialização está em curso no BNDES e os números<br />

deste início de ano são promissores. Outro passo que<br />

será decisivo para que o Brasil finalmente entre nos trilhos<br />

do crescimento é a reforma tributária. A indústria vê<br />

com otimismo a mobilização do governo, do congresso<br />

e da sociedade em geral para a construção de um texto<br />

que seja aprovado ainda este ano. Os benefícios de uma<br />

reforma tributária serão amplos, seja para as empresas ou<br />

para os cidadãos. Deve aumentar a competitividade das<br />

nossas exportações e trazer equilíbrio na concorrência<br />

com os importados. Espera-se que somente com a reforma<br />

tributária, haja um crescimento acumulado de 12% do<br />

PIB (Produto Interno Bruto) em 15 anos, com aumento de<br />

R$ 1,2 trilhão, o que representa cerca de R$ 481 por mês<br />

para cada brasileiro. Essas possibilidades fazem acreditar<br />

que o Brasil pode recuperar o protagonismo no cenário<br />

mundial, com a indústria sendo locomotiva desse processo.<br />

QUAIS MEDIDAS ESPERA QUE O GOVERNO ADO-<br />

TE PARA INCENTIVAR A INDÚSTRIA E DIMINUIR O<br />

DESEMPREGO?<br />

Certamente não são medidas simples, não há uma fórmula<br />

mágica capaz de aumentar rapidamente o emprego.<br />

Ao contrário, é preciso persistência e foco para alcançar<br />

esse objetivo, que é desejo de todos nós. Algumas políticas<br />

de expansão do consumo, como retirar restrições do<br />

CPF das pessoas, abrir linhas de crédito, incentivar a construção<br />

de moradias e compra de seus bens, ampliar os<br />

benefícios sociais etc. são todas bem-vindas e necessárias<br />

nesse momento. O país precisa voltar a crescer, as pessoas<br />

precisam recuperar a autoestima, ficando empregadas<br />

e participando do mercado consumidor. Porém, essas políticas<br />

têm data de validade, elas não podem ser usadas<br />

VE OR MORE DIFFICULTY BEING CREATED?<br />

In recent years, there has not been an industrial<br />

policy per se, but somewhat sporadic actions, such as<br />

exempting payroll taxes for some sectors and creating<br />

specific financing lines. The reflection of this was the<br />

growing early deindustrialization of the Brazilian economy.<br />

Fortunately, we are witnessing a new concern of<br />

the authorities in elaborating a New Industrial Policy,<br />

the so-called Neo-industrialization of Brazil, which is<br />

based on a modern agenda, focusing on technology,<br />

innovation, and clean energy, i.e., sustainable development.<br />

We cannot, however, forget traditional industry,<br />

which can be reconfigured to achieve sustainability goals.<br />

The first step in this direction is to address the investment<br />

financing problem. In this sense, the Federal<br />

Government took an important step by designating the<br />

National Bank for Economic and Social Development<br />

(Bndes) as the financial arm of this process, expanding<br />

resources for the Industrial Sector. Apparently, a new<br />

focus on industrialization is underway in Bndes, and the<br />

numbers from the beginning of the year are promising.<br />

Another step that will be decisive for Brazil to get on<br />

the growth track finally is tax reform. The industry sees<br />

with optimism the mobilization of the Government,<br />

Congress, and society in general for the construction of<br />

a text that will be approved later this year. The benefits<br />

of tax reform will be wide-ranging, whether for businesses<br />

or citizens. It must increase the competitiveness<br />

of our exports and balance competition with imports.<br />

It is expected that just with tax reform, there will be a<br />

cumulative growth of 12% of GDP in 15 years, with an<br />

increase of R$ 1.2 trillion, which represents about R$<br />

481 per month for each Brazilian. These possibilities<br />

make us believe that Brazil can regain its leading role<br />

on the world stage, with the Industrial Sector being the<br />

locomotive of this process.<br />

WHAT MEASURES DO YOU EXPECT THE<br />

GOVERNMENT TO TAKE TO ENCOURAGE THE<br />

INDUSTRIAL SECTOR AND LOWER UNEMPLOY-<br />

MENT?<br />

They certainly will not be simple measures; no magic<br />

formula can rapidly increase employment. On the<br />

contrary, it takes persistence and focus to achieve this<br />

goal, which is the desire of all of us. Some policies to<br />

expand consumption, such as removing restrictions on<br />

an Individual’s Tax Registration (CPF), opening lines of<br />

credit, encouraging housing construction and buying<br />

goods, expanding social benefits, etc., are all welcome<br />

and necessary now. The Country needs to grow<br />

again, and people need to regain self-esteem, become<br />

employed, and participate in the consumer market.<br />

However, these policies have an expiration date. They<br />

cannot be used indefinitely because they quickly reach<br />

saturation, either in household debt capacity or in the<br />

physical infrastructure reach of the economy. Therefore,<br />

50 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


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ENTREVISTA<br />

indefinidamente, pois alcançam rapidamente a saturação,<br />

seja na capacidade de endividamento das famílias, seja<br />

no alcance da infraestrutura física da economia. Por isso,<br />

a melhor política de combate ao desemprego e apoio à<br />

indústria está no incentivo ao investimento em todas as<br />

suas vertentes, tanto na ampliação da capacidade de produção<br />

das fábricas, quanto na logística de escoamento<br />

dessa produção. O incentivo ao investimento passa por<br />

tudo o que foi discutido aqui, com a redução do Custo<br />

Brasil e políticas direcionadas para o setor industrial.<br />

QUAL A EXPECTATIVA PARA O SETOR INDUS-<br />

TRIAL NOS PRÓXIMOS ANOS?<br />

O panorama econômico nacional neste ano, embora<br />

não seja otimista, está melhorando com a constante reavaliação<br />

das projeções de crescimento do PIB. Para os<br />

próximos anos, tudo dependerá em grande medida da<br />

capacidade do governo federal em arrumar a casa e construir<br />

bases sólidas para sustentar um novo ciclo de crescimento<br />

a partir de 2024. O fato é que a economia brasileira<br />

perdeu o ritmo de crescimento desde março de 2022,<br />

após alcançar taxas anualizadas de crescimento de 4,9%<br />

em fevereiro de 2022, encerrando o ano com crescimento<br />

de 2,9%. O baixo crescimento do PIB brasileiro ainda reflete<br />

os impactos do aperto monetário, que resultou em<br />

uma das maiores taxas reais de juros do mundo. Isso encarece<br />

o crédito, com impactos para o consumo e para os<br />

investimentos. O cenário internacional também é nebuloso.<br />

Ainda persistem as medidas dos governos dos principais<br />

países em controlar a inflação, que atingiu níveis muito<br />

elevados. Por conta disso, os bancos centrais dos EUA<br />

(Estados Unidos da América) e da Europa promoveram<br />

forte elevação dos juros, reduzindo a liquidez mundial e<br />

encarecendo suas moedas. A economia chinesa, por sua,<br />

vez ainda tenta voltar ao crescimento dos últimos anos,<br />

mas encontra dificuldades em virtude da desestruturação<br />

dos mercados pós-covid. Nesse cenário de desaceleração<br />

econômica, a tendência é de queda dos preços das<br />

commodities. Por esta razão, recentemente os países da<br />

OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo)<br />

cortaram a produção de petróleo na tentativa de conter<br />

os preços. Adicione-se os efeitos da persistente guerra<br />

na Ucrânia. Por tudo isso, o crescimento projetado pelo<br />

Banco Mundial para as economias avançadas é de apenas<br />

0,5% e para o mundo em 2023 é de 1,7%. Para o setor<br />

industrial, o Brasil pode aproveitar a nova configuração da<br />

economia internacional (friendshoring e nearshoring) para<br />

impulsionar sua industrialização.<br />

the best policy to combat unemployment and support<br />

the Industrial Sector is to encourage investment in all<br />

its aspects, in both expansion of production capacity<br />

and the logistics of the flow of this production. The<br />

incentive to invest goes through everything that has<br />

been discussed here, with the reduction of the Custo<br />

Brasil and policies directed to the Industrial Sector.<br />

WHAT IS THE EXPECTATION FOR THE INDUS-<br />

TRIAL SECTOR IN THE COMING YEARS??<br />

While not optimistic, Brazil’s economic outlook for<br />

this year is improving with the constant reassessment<br />

of GDP growth projections. For the next few years,<br />

everything will largely depend on the Federal Government’s<br />

ability to reorganize and build solid foundations<br />

to sustain a new cycle of growth starting in 2024. The<br />

Brazilian economy has had a lower pace of growth<br />

since March 2022, after reaching an annualized growth<br />

rate of 4.9% in February 2022, ending the year with<br />

2.9%. Brazil’s low GDP growth still reflects the impacts<br />

of monetary tightening, which has resulted in one of<br />

the highest real interest rates in the world. This makes<br />

credit more expensive, with impacts on consumption<br />

and investment. The international scene is also hazy.<br />

The measures of the governments of the leading countries<br />

to control inflation, which has reached very high<br />

levels, persist. Because of this, the central banks of<br />

the United States and Europe promoted a substantial<br />

increase in interest rates, reducing global liquidity and<br />

making their currencies more expensive. For its part,<br />

the Chinese economy is still trying to return to the<br />

growth of recent years but is struggling due to the disruption<br />

of post-Covid markets. In this economic slowdown<br />

scenario, the tendency is for commodity prices<br />

to fall. For this reason, OPEC+ countries recently cut oil<br />

production in an attempt to contain prices. Add to that<br />

the effects of the persistent war in Ukraine. With all this,<br />

the growth projected by the World Bank for advanced<br />

economies is only 0.5%, and for the world in 2023, it is<br />

1.7%. Brazil can use the new configurations of the international<br />

economy, friendshoring and nearshoring, for<br />

the Industrial Sector to boost its industrialization.<br />

A ATUAÇÃO CONJUNTA DOS SETORES PÚBLICO E PRIVADO PARA A<br />

PROMOÇÃO DE INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS AO PAÍS É FUNDAMENTAL<br />

PARA O DESENVOLVIMENTO DA NOSSA INDÚSTRIA<br />

52 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


COLUNA ABIMCI<br />

NORMA TÉCNICA<br />

DO SISTEMA WOOD FRAME É PUBLICADA!<br />

Paulo Pupo<br />

Superintendente da Associação<br />

Brasileira da Indústria de Madeira<br />

Processada Mecanicamente<br />

Contato: abimci@abimci.com.br<br />

O<br />

setor industrial madeireiro e de base florestal<br />

brasileiro está vivendo um dos mais<br />

importantes momentos da sua história recente,<br />

com a publicação da norma do light<br />

wood frame pela ABNT (Associação Brasileira<br />

de Normas Técnicas), a nossa tão esperada norma<br />

para construções de casas e empreendimentos com<br />

madeira. A publicação é um passo fundamental para a<br />

consolidação do uso do sistema construtivo industrializado<br />

de casas com madeira no Brasil.<br />

Foram 7 anos de intensos trabalhos técnicos na<br />

preparação da norma e, certamente, ainda há muito a<br />

ser feito para que o sistema ganhe escala de negócios<br />

na construção civil. Abordagens positivas e competitividade<br />

não faltam, pois o sistema wood frame, além de<br />

propiciar vantagens construtivas como a redução do<br />

tempo de execução das obras, a redução de resíduos,<br />

a economia de energia, oportuniza ganhos ambientais,<br />

sendo potencialmente sustentável, pois a matéria-prima<br />

principal utilizada no sistema construtivo é proveniente<br />

prioritariamente de florestas plantadas. Esta madeira estoca<br />

o carbono absorvido durante o ciclo de crescimento<br />

das árvores. Além disto, é um processo construtivo<br />

que atende os princípios do ESG, baseados nos aspectos<br />

ambientais, sociais e de governança. Este sistema<br />

combina eficiência construtiva, versatilidade, sustentabilidade<br />

e benefícios energéticos, aspectos cada vez mais<br />

valorizados na indústria da construção.<br />

Mas mesmo com todos esses fatores positivos, daqui<br />

para frente, um intenso trabalho precisa ser realizado,<br />

como o desenvolvimento de ações coordenadas para<br />

estimular o desenvolvimento de políticas públicas no<br />

Brasil, a inclusão do sistema construtivo nas linhas de financiamentos<br />

oficiais e uma ação coordenada de comunicação,<br />

apresentando os seus diferenciais e benefícios.<br />

E para que essas mudanças ocorram, será necessário,<br />

novamente, o envolvimento de todos os agentes, que<br />

almejam o avanço e estabelecimento do sistema construtivo<br />

no Brasil.<br />

Foto: divulgação<br />

UM POUCO MAIS DA HISTÓRIA DOS<br />

TRABALHOS DA NORMA<br />

A publicação da norma técnica ABNT NBR 16936 - Edificações<br />

em light wood frame, é proveniente de ações iniciadas,<br />

há mais de duas décadas, por empresas e pessoas, muitas<br />

vezes em ações solitárias, mas que com persistência e olhar<br />

de futuro, foram ganhando corpo e aderência. Tais esforços<br />

levaram a criação, há quase 15 anos, da Comissão Casa Inteligente,<br />

dentro da Fiep (Federação das Indústrias do Estado<br />

do Paraná), que reuniu em um primeiro momento, empresários<br />

do setor madeireiro e representantes da construção<br />

civil do Paraná. Com o andamento dos trabalhos, o grupo<br />

cresceu, trazendo mais interessados que começaram a buscar<br />

soluções e elencar os maiores desafios para a consolidação<br />

do sistema.<br />

A Abimci, compreendendo a necessidade de padronização<br />

do sistema construtivo e de gerar escala de negócios<br />

junto à construção civil, atuou de forma mais abrangente no<br />

processo, reunindo os conteúdos técnicos e organizando junto<br />

à ABNT os trâmites para a criação da Comissão de Estudos<br />

de Sistemas Construtivos Light Wood Frame para o desenvolvimento<br />

da norma, que iniciou oficialmente os trabalhos em<br />

2016. Por mais de 7 anos, nossa entidade atuou em todo o<br />

processo e na organização geral das atividades da Comissão<br />

de Estudos, que teve como objetivo a estruturação do texto<br />

da norma focado em aspectos técnicos de projeto, execução<br />

e desempenho para edificações em até dois pavimentos.<br />

Neste período, o texto da norma foi encaminhado para<br />

várias consultas nacionais para avaliação dos seus conteúdos,<br />

não sem antes serem despendidas inúmeras horas de trabalho<br />

de revisão técnica, pesquisas, contribuições e atuação de<br />

grupos de trabalho, que foram formados (materiais, projetos,<br />

execução e desempenho) para otimização das agendas.<br />

Como citado no início desta coluna, a publicação da<br />

norma do light wood frame foi o primeiro passo para a consolidação<br />

do sistema construtivo, processo que era prioritário<br />

para o estabelecimento dos parâmetros e entendimentos<br />

técnicos, mas agora precisamos do olhar estratégico para a<br />

sua consolidação.<br />

A Abimci continuará promovendo agendas de defesa e<br />

de promoção do sistema construtivo no mercado nacional,<br />

atuando institucionalmente junto ao governo e demais entidades<br />

estratégicas, como agências reguladoras, instituições<br />

financeiras, entre outras. Apenas com este trabalho objetivo<br />

e constante, o sistema ganhará seu merecido espaço frente<br />

outros sistemas construtivos.<br />

Parabéns a todos os envolvidos, e que os esforços despendidos<br />

por todos, direta e indiretamente, ao longo de<br />

todo esse processo, se transformem em negócios e sustentabilidade<br />

para o setor madeireiro e de base florestal.<br />

54 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


PRINCIPAL<br />

VALORES<br />

QUE ATRAVESSAM GERAÇÕES<br />

Fotos: divulgação<br />

EMPRESA COMEMORA 40<br />

ANOS COM PARCERIAS<br />

SÓLIDAS E CONSOLIDADA<br />

NO MERCADO DA<br />

INDÚSTRIA DA MADEIRA<br />

N<br />

unca parar de se reinventar é um grande desafio<br />

para a manutenção das empresas. Não se<br />

acomodar para seguir em frente. Com visão de<br />

negócios e foco nas necessidades dos clientes,<br />

a Dallabona Máquinas completa 40 anos como<br />

uma empresa consolidada no mercado. A empresa é especializada<br />

na produção de máquinas para serrarias e embalagens<br />

de madeira, fabricadas com estrutura reforçada e matéria-prima<br />

de qualidade.<br />

Foi se reinventando que começou a história da empresa.<br />

Feliciano Dallabona trabalhava na cultura do arroz, na região<br />

do Vale do Itajaí (SC), e no final da década de 1970, devido<br />

ao êxodo rural, sentiu a falta de mão de obra para colheita, e<br />

assim fabricou sua primeira Colheitadeira de Arroz. A notícia da<br />

fabricação do equipamento se espalhou entre os agricultores<br />

e os pedidos foram aumentando. Em um período de entressafras,<br />

a Dallabona passou a atuar em novos mercados. Iniciou<br />

consertos e fabricação de máquinas para serraria, o que se<br />

tornou o principal segmento de atuação da empresa até hoje.<br />

56 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


MERCADO DA MADEIRA<br />

Aristides e Helvecio Dallabona, filhos e sucessores de Feliciano,<br />

observaram o mercado promissor da madeira, investiram<br />

em melhorias, aprimoramento e infraestrutura para atender o<br />

setor e tocaram o negócio para frente com o desafio de não<br />

cair no comodismo e estar sempre se reinventando. Há quatro<br />

décadas que a empresa cumpre o compromisso de destinar<br />

ao mercado da madeira produtos de qualidade, contribuindo<br />

para o crescimento dos seus clientes e sempre atenta às necessidades<br />

do setor.<br />

A Serra Circular Múltipla Regulável, equipamento utilizado<br />

na serraria para serrar blocos, caibros, pontaletes, sarrafos e<br />

tábuas, foi o primeiro equipamento lançado pela Dallabona<br />

voltado para serrarias. Atualmente as Serras Circulares Múltiplas<br />

e as Destopadeiras Automáticas são os equipamentos mais<br />

pedidos na empresa.<br />

“Em cada projeto que desenvolvemos tratamos com singularidade<br />

e dedicação, porque sabemos que a chave para o<br />

sucesso é nos colocarmos no lugar do cliente. Nossos valores<br />

fundamentais baseiam-se nos ensinamentos dos nossos fundadores:<br />

atender às reais necessidades dos clientes, cumprir com<br />

excelência os compromissos acordados e cultivar princípios<br />

sólidos de ética, união e comprometimento”, afirma Jussara<br />

Dallabona, gerente comercial.<br />

EMPRESA ROBUSTA<br />

Nestes 40 anos de atividades, a equipe da Dallabona já<br />

atendeu mais de 1.800 clientes, foram mais de 5 mil máquinas<br />

fabricadas, e atualmente conta com mais de 45 modelos de<br />

equipamentos e máquinas para serraria e embalagens de<br />

madeira colocadas no mercado, além da automatização de<br />

linhas, produção de layouts personalizados, instalações e<br />

treinamentos feitos por profissionais altamente qualificados.<br />

A empresa conta com um parque fabril de 3.600 m² (metros<br />

quadrados) instalado no município de Timbó (SC). Hoje a<br />

Dallabona Máquinas conta com a segunda geração da família<br />

trabalhando na empresa, sempre buscando a excelência e<br />

profissionais qualificados para garantir o suporte necessário aos<br />

clientes antes, durante e depois da venda. Um dos diferenciais<br />

é o atendimento técnico do departamento comercial para<br />

identificar a real necessidade do cliente e garantir o suporte<br />

técnico necessário no pós-venda.<br />

Aristides e Helvecio Dallabona<br />

EM CADA PROJETO QUE<br />

DESENVOLVEMOS TRATAMOS<br />

COM SINGULARIDADE E<br />

DEDICAÇÃO, PORQUE SABEMOS QUE A<br />

CHAVE PARA O SUCESSO É NOS<br />

COLOCARMOS NO LUGAR DO CLIENTE.<br />

NOSSOS VALORES FUNDAMENTAIS<br />

BASEIAM-SE NOS ENSINAMENTOS DOS<br />

NOSSOS FUNDADORES: ATENDER ÀS<br />

REAIS NECESSIDADES DOS CLIENTES,<br />

CUMPRIR COM EXCELÊNCIA OS<br />

COMPROMISSOS ACORDADOS E<br />

CULTIVAR PRINCÍPIOS SÓLIDOS DE<br />

ÉTICA, UNIÃO E COMPROMETIMENTO<br />

JUSSARA DALLABONA, GERENTE<br />

COMERCIAL DA DALLABONA<br />

REDE DE RELAÇÕES<br />

Entre clientes, fornecedores e empresários a empresa é<br />

reconhecida pelo trabalho de qualidade.<br />

Cliente há 15 anos da Dallabona Máquinas, Laurentino<br />

Tenfen, conhecido como Padreco, diretor da Móveis Caftor,<br />

empresa especializada em fabricação de móveis de madeira<br />

para bebês, destaca o atendimento e a redução de custos<br />

que as máquinas proporcionam. “As máquinas influenciam<br />

diretamente na produtividade. O atendimento da Dallabona é<br />

excelente, sempre buscam nos atender com novas tecnologias,<br />

oferecendo melhorias no processo produtivo”, destaca Padreco.<br />

Na fábrica instalada em Rio Negrinho (SC), a Caftor utiliza<br />

equipamentos como a Destopadeira Automática, a Corrente<br />

Transportadora de Toras, o Carro Porta Toras, Guincho Elétrico,<br />

Serra Fita Vertical, Serra Fita Horizontal Duas Entradas e Mesa<br />

Roletada Engrenada e Corrente Transportadora.<br />

AGOSTO 2023 57


PRINCIPAL<br />

A presidente da ACIMVI (Associação Empresarial do Médio<br />

Vale do Itajaí), Lúcia Giovanella da Silva, fala da qualidade do<br />

trabalho da empresa. “A Dallabona Máquinas é um exemplo<br />

de que o segredo do sucesso está nas pessoas e na qualidade<br />

do trabalho delas, pois é em pequenos passos e com muitas<br />

mãos que se faz uma empresa vencedora. Referência nacional<br />

na produção de máquinas para madeiras com altíssima qualidade,<br />

tecnologia e segurança, a empresa demonstra que<br />

o seu sucesso é resultado de um verdadeiro time em ação”,<br />

enaltece Lúcia.<br />

Para garantir a qualidade de suas máquinas, a Dallabona<br />

procura também fornecedores com capacidade para atender<br />

as necessidades dos fabricantes. A empresa de origem alemã<br />

SEW Eurodrive Brasil é uma das fornecedoras da Dallabona<br />

Máquinas. Esta relação teve início há mais de 14 anos e, hoje<br />

em dia, a SEW fornece motores elétricos, motoredutores e<br />

redutores de velocidade que são utilizados nos equipamentos<br />

da Dallabona. O engenheiro de vendas da empresa, Roberson<br />

Goulart Hugen, ressalta o trabalho conjunto. “Parabenizamos<br />

a Dallabona Máquinas pelos 40 anos de empresa, que muito<br />

vem contribuindo para o desenvolvimento do setor madeireiro<br />

ao longo destes anos. Como fornecedor de acionamento, a<br />

SEW contribui de forma ativa junto a equipe de engenharia<br />

da Dallabona. Sempre buscando em conjunto, selecionarmos<br />

e fornecermos acionamentos de alta performance, com soluções<br />

efetivas aos clientes finais, agregando eficiência aos<br />

equipamentos, rendimento e tecnologia”, aponta Roberson.<br />

Com atendimento em todo país e sempre se adaptando<br />

as tendências de mercado, a Dallabona Máquinas comemora<br />

40 anos com parcerias sólidas e duradouras com os clientes,<br />

fornecedores e parceiros.<br />

AS MÁQUINAS INFLUENCIAM<br />

DIRETAMENTE NA<br />

PRODUTIVIDADE. O<br />

ATENDIMENTO DA DALLABONA É<br />

EXCELENTE, SEMPRE BUSCAM NOS<br />

ATENDER COM NOVAS TECNOLOGIAS,<br />

OFERECENDO MELHORIAS NO<br />

PROCESSO PRODUTIVO<br />

LAURENTINO TENFEN, CONHECIDO COMO<br />

PADRECO, DIRETOR DA MÓVEIS CAFTOR<br />

BLOQUEADEIRA 4 MOTORES<br />

Lançado em 2022 este equipamento foi desenvolvido para efetuar simultaneamente<br />

dois cortes longitudinais em toras de até 300 mm (milímetros) de diâmetro<br />

com 04 serras circulares. A Bloqueadeira 4 Motores gera um bloco no centro<br />

da tora e uma costaneira de cada lado, sendo que a saída das costaneiras é<br />

automática e o bloco é direcionado para a próxima máquina.<br />

58 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


SERRA CIRCULAR MÚLTIPLA COM<br />

CENTRADOR DE BLOCO<br />

Com o centrador de blocos, a alimentação<br />

da Serra Circular Múltipla é contínua e automatizada,<br />

sendo assim, sem esforço manual.<br />

A Múltipla com dois eixos é capaz de abrir<br />

blocos de até 170 mm de altura com variadas<br />

espessuras e diversos tipos de madeiras.<br />

SERRA CIRCULAR<br />

MÚLTIPLA REGULÁVEL<br />

Projetada com largura de passagem<br />

de 1400 mm, consequentemente<br />

tendo uma largura útil maior no<br />

eixo das serras, esta máquina permite<br />

refilar tábuas e barrotes com<br />

variadas medidas sem a necessidade<br />

do setup de troca de serras,<br />

além de ter uma capacidade de<br />

corte de até 100 mm de altura.<br />

A DALLABONA MÁQUINAS É UM EXEMPLO<br />

DE QUE O SEGREDO DO SUCESSO ESTÁ<br />

NAS PESSOAS E NA QUALIDADE DO<br />

TRABALHO DELAS, POIS É EM PEQUENOS PASSOS E<br />

COM MUITAS MÃOS QUE SE FAZ UMA EMPRESA<br />

VENCEDORA. REFERÊNCIA NACIONAL NA PRODUÇÃO<br />

DE MÁQUINAS PARA MADEIRAS COM ALTÍSSIMA<br />

QUALIDADE, TECNOLOGIA E SEGURANÇA, A<br />

EMPRESA DEMONSTRA QUE O SEU SUCESSO É<br />

RESULTADO DE UM VERDADEIRO TIME EM AÇÃO<br />

LÚCIA GIOVANELLA DA SILVA, PRESIDENTE DA ACIMVI<br />

AGOSTO 2023 59


PRINCIPAL<br />

PARABENIZAMOS A DALLABONA MÁQUINAS<br />

PELOS 40 ANOS DE EMPRESA, QUE MUITO VEM<br />

CONTRIBUINDO PARA O DESENVOLVIMENTO DO<br />

SETOR MADEIREIRO AO LONGO DESTES ANOS. COMO<br />

FORNECEDOR DE ACIONAMENTO, A SEW CONTRIBUI DE<br />

FORMA ATIVA JUNTO A EQUIPE DE ENGENHARIA DA<br />

DALLABONA. SEMPRE BUSCANDO EM CONJUNTO,<br />

SELECIONARMOS E FORNECERMOS ACIONAMENTOS DE<br />

ALTA PERFORMANCE<br />

ROBERSON GOULART HUGEN, ENGENHEIRO<br />

DE VENDAS DA SEW EURODRIVE BRASIL<br />

DESTOPADEIRA<br />

AUTOMÁTICA COM<br />

ESTEIRA<br />

De acordo com a empresa, no<br />

mercado nacional, a Destopadeira<br />

Dallabona foi pioneira a ter uma<br />

capacidade de corte de 600 mm<br />

de largura e 120 mm de altura,<br />

permitindo, assim, o destopo de<br />

um fardo considerável de madeira.<br />

Este equipamento possui uma<br />

importante variedade de cortes<br />

programados no painel eletrônico,<br />

além de se enquadrar nas normas<br />

de segurança vigentes, revolucionando<br />

assim o setor de estofados<br />

e embalagens em geral. Foi lançada<br />

em 2015, e já foram produzidas<br />

mais de 50 máquinas.<br />

DESTOPADEIRA AUTOMÁTICA COM EMPURRADOR<br />

Lançada em 2020, a Destopadeira com Empurrador é uma das<br />

maiores aliadas dos fabricantes de estofados, cama box e embalagens<br />

de madeira, por possuir variadas medidas de corte programadas no<br />

painel, com muita agilidade, precisão e segurança, tendo capacidade<br />

de corte de 100 mm de altura e 275 mm de largura.<br />

60 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


SERRA FITA PALETES<br />

Os paletes são fundamentais para a logística de qualquer empresa ou indústria que realiza a manipulação constante<br />

de cargas e mercadorias para uso interno ou comercialização. A reciclagem de paletes de madeira possibilita o reaproveitamento<br />

das estruturas e também aumenta a vida útil das peças. E as vantagens obtidas com a reciclagem são<br />

muitas, especialmente no quesito financeiro, uma vez que a reciclagem: economiza água e energia elétrica; reduz a<br />

geração de gases poluentes; diminui os gastos com a aquisição de novos paletes; controla a quantidade de material<br />

descartado. Neste contexto, investir na reciclagem de paletes é um cuidado extra que as empresas e indústrias podem<br />

ter com a saúde do meio ambiente e da população em geral. Para o setor de reciclagem e reforma de paletes a<br />

Dallabona tem a Serra Fita que faz o corte do prego e madeira por meio de uma lâmina de aço especial, oferecendo<br />

ao mercado paleteiro uma solução eficaz e segura para a reutilização da madeira na fabricação de paletes reformados,<br />

diminuindo o custo de logística de várias empresas do país.<br />

INSTALAÇÃO E TREINAMENTO<br />

A Dallabona Máquinas conta com equipe especializada em instalação, treinamento operacional e<br />

manutenção de máquinas, com expertise técnica a empresa garante um serviço de excelência, realizando<br />

instalações precisas, capacitando operadores e oferecendo manutenção preventiva e corretiva,<br />

assegurando a operação contínua e eficiente dos equipamentos essenciais para a indústria madeireira.<br />

AGOSTO 2023 61


ESTUDO<br />

MOLDURAS<br />

DE MADEIRA<br />

EM PRIMEIRO LUGAR<br />

O BRASIL FOI O PRINCIPAL<br />

EXPORTADOR MUNDIAL DE<br />

MOLDURAS DE MADEIRA<br />

EM 2021 CONFORME<br />

ESTUDO DA ABIMCI<br />

Fotos: divulgação<br />

As molduras de madeira são produtos<br />

manufaturados como rodapés,<br />

rodameios, rodaforros, alizares de<br />

portas utilizados na construção<br />

civil e arquitetura de interiores.<br />

Além do Brasil, Chile e Alemanha são grandes<br />

produtores, e juntos estão no ranking dos três<br />

principais países exportadores de molduras nos<br />

últimos anos, conforme aponta o Estudo Setorial<br />

2022 - Ano Base 2021 da Abimci (Associação<br />

Brasileira da Indústria de Madeira Processada<br />

Mecanicamente).<br />

62 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


ESTUDO<br />

Em 2021, o Brasil foi responsável por 19% do<br />

valor comercializado no mercado internacional<br />

de molduras de madeira, ficando com a primeira<br />

posição do ranking. O Chile ficou com 18%<br />

do total e Alemanha com 14%. Outros países<br />

exportadores são a Estônia e Rússia que ficaram<br />

com cerca de 13% cada do mercado global.<br />

Em 2016 o Brasil tinha ficado com a segunda<br />

posição, com 12% do mercado global, o que<br />

demonstra a evolução das exportações deste<br />

produto.<br />

Os EUA (Estados Unidos da América) são os<br />

principais compradores da produção brasileira.<br />

Em 2021 adquiriu 96,5% das molduras de madeira<br />

do Brasil e em 2016 ficaram com 94%.<br />

Conforme indica o estudo da Abimci, países<br />

do sudeste asiático estão se consolidando<br />

como novos produtores de molduras de madeira<br />

e deverão ter participação no comércio<br />

internacional nos próximos anos.<br />

Os Estados do Paraná e Santa Catarina são os<br />

maiores produtores e exportadores de molduras.<br />

A produção nacional tem se mantido estável<br />

na última década. Em 2021, a produção foi<br />

de 980 mil m³ (metros cúbicos) e o volume de<br />

exportação foi de 179 mil toneladas de moldura<br />

de madeira. O aquecimento do mercado imobiliário<br />

nos EUA é a principal alavanca para as<br />

vendas do produto brasileiro, afinal é o principal<br />

destino da produção mundial de produtos<br />

de base florestal.<br />

Ao lado das portas de madeira e do compensado,<br />

as molduras de madeira são exemplos<br />

da boa colocação que os produtos da indústria<br />

brasileira de madeira sólida vêm conquistando<br />

no mundo, seguindo especificações, padrões e<br />

classificações que garantem a qualidade e boa<br />

performance do produto.<br />

PRODUÇÃO ESTÁVEL<br />

A indústria de molduras tem como matéria-prima<br />

a madeira proveniente de florestas<br />

plantadas, principalmente pinus. Foi a partir dos<br />

anos de 1990 que este segmento passou a se<br />

desenvolver, com alto valor agregado, relacionado<br />

a demanda do setor de construção civil.<br />

PANORAMA DA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA<br />

DE MOLDURAS DE MADEIRA<br />

2016 – 143 mil toneladas<br />

2021 – 179 mil toneladas<br />

FOI A PARTIR DOS ANOS DE 1990 QUE ESTE SEGMENTO PASSOU<br />

A SE DESENVOLVER, COM ALTO VALOR AGREGADO,<br />

RELACIONADO A DEMANDA DO SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL<br />

64 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


OS MELHORES RESULTADOS PARA A<br />

INDÚSTRIA DE COMPENSADOS<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Parque Industrial Colombo - Paraná<br />

Fones: 0800 645 9905 | 41. 3605-1595<br />

sac@bonardiquimica.com.br


MARCENARIA<br />

ÁTRIO LJUNGBERG<br />

66 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


BAIRRO COM<br />

CONSTRUÇÕES<br />

DE MADEIRA<br />

ESTOCOLMO ANUNCIA CONSTRUÇÃO DE UM DISTRITO DE<br />

MADEIRA EM ANTIGO BAIRRO INDUSTRIAL<br />

Fotos: divulgação Átrio Ljungberg<br />

AGOSTO 2023<br />

67


MARCENARIA<br />

Aprefeitura de Estocolmo, capital<br />

da Suécia, anunciou recentemente<br />

a construção de um bairro inteiro<br />

com edificações em madeira. O<br />

Estocolmo Wood City é o maior<br />

projeto de construção urbana em<br />

madeira do mundo que deve ter os primeiros<br />

edifícios concluídos em 2025 e o distrito concluído<br />

em 2027. O projeto se estende por mais de<br />

250 mil m 2 (metros quadrados) contemplando<br />

30 edifícios em 25 quarteirões, sendo considerado<br />

o maior projeto de construção conhecido no<br />

mundo com madeira.<br />

A nova área vai abrigar mais de 7 mil escritórios<br />

e 2 mil residências em Sickla, no sul<br />

de Estocolmo, em um ambiente urbano com<br />

uma mistura de locais de trabalho, habitação,<br />

restaurantes e lojas. “Estamos orgulhosos de<br />

apresentar o projeto Estocolmo Wood City. Este<br />

não é apenas um passo importante para nós<br />

como empresa, mas um marco histórico para a<br />

capacidade de inovação sueca”, exalta Annica<br />

Ånäs, CEO da Átrio Ljungberg, construtora responsável<br />

pelo projeto.<br />

CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL<br />

A construção moderna de madeira é um<br />

tema de discussão em todo o mundo, pois<br />

descobriu-se que o uso de madeira nas construções<br />

urbanas emite menos carbono do que<br />

outros materiais de construção. Atualmente, a<br />

indústria de construção civil é responsável por<br />

quase 40% das emissões globais. A troca dos<br />

materiais convencionais pela madeira pode reduzir<br />

essas emissões em até 26,5%.<br />

O PROJETO SE ESTENDE POR<br />

MAIS DE 250 MIL M 2<br />

CONTEMPLANDO 30 EDIFÍCIOS EM 25<br />

QUARTEIRÕES, SENDO CONSIDERADO<br />

O MAIOR PROJETO DE CONSTRUÇÃO<br />

CONHECIDO NO MUNDO COM<br />

MADEIRA<br />

68 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


MARCENARIA<br />

O projeto de construção do bairro em madeira<br />

é uma inovação, uma vez que os projetos<br />

até agora são muitas vezes edifícios ou blocos<br />

individuais com o Sara Cultural Center, um<br />

complexo de 17 mil m² que inclui um hotel de<br />

20 andares, localizado em Skellefteä, no norte<br />

da Suécia. O Estocolmo Wood City pretende<br />

marcar uma nova era na arquitetura sustentável<br />

e no desenvolvimento urbano.<br />

BENEFÍCIOS DA MADEIRA<br />

As vantagens das construções de madeira<br />

são muitas, tanto para o meio ambiente quanto<br />

para saúde e bem-estar das pessoas. Conforme<br />

demonstrado por estudos, os edifícios de madeira<br />

fornecem melhor qualidade do ar, reduz o<br />

estresse, aumenta a produtividade e armazena<br />

CO 2<br />

(dióxido de carbono) ao longo do tempo,<br />

contribuindo para um ambiente sustentável.<br />

O projeto da Estocolmo Wood City traz<br />

ainda diversos outros benefícios ambientais. A<br />

ênfase em espaços de escritório no projeto é<br />

uma forma de suprir o déficit de locais para trabalho<br />

ao sul do centro da cidade de Estocolmo,<br />

com tempo de deslocamento reduzido para<br />

as pessoas. A proposta tem ainda como foco a<br />

energia autoproduzida, armazenada e compartilhada,<br />

investindo em métodos de construção<br />

com eficiência de recursos e fluxos circulares de<br />

materiais. “Queremos criar um ambiente onde<br />

nossos clientes, aqueles que viverão e trabalharão<br />

no novo bairro, poderão participar do desenvolvimento<br />

e desenho da cidade do futuro”,<br />

almeja Annica Ånäs.<br />

70 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


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SUSTENTABILIDADE<br />

MERCADO REGULADO DE<br />

CARBONO<br />

CNI ESTRUTUROU PROPOSTA DE ARQUITETURA E GOVERNANÇA DE<br />

MODELO REGULADO DE PRECIFICAÇÃO DE EMISSÕES DE GEE (GASES<br />

DE EFEITO ESTUFA)<br />

Fotos: divulgação<br />

72 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


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SUSTENTABILIDADE<br />

ACNI (Confederação Nacional da Indústria)<br />

apresentou ao governo federal, uma proposta<br />

para a implementação de um sistema<br />

regulado de comércio de emissões de<br />

carbono no Brasil. O instrumento é uma<br />

importante medida para reduzir as emissões de gases<br />

de efeito estufa e tem potencial de movimentar até R$<br />

128 bilhões em receitas, segundo estimativas do projeto<br />

PMR (Partnership for Market Readiness).<br />

Após avaliar os modelos praticados por EUA (Estados<br />

Unidos da América), UE (União Europeia), México,<br />

Japão e Coreia do Sul, em um estudo lançado<br />

em 2021, a CNI coordenou as discussões com a base<br />

industrial e esboçou a arquitetura detalhada de um<br />

modelo de precificação sob a ótica do cap and trade<br />

– modalidade vista como a melhor para o Brasil –, que<br />

apresenta também aspectos relativos à governança do<br />

sistema.<br />

O documento foi divulgado no evento Diálogo:<br />

Mercado Regulado de Carbono e a Competitividade<br />

Industrial; e pode ser conferido no site da CNI (Proposta<br />

da Indústria para o Mercado Regulado de Carbono).<br />

NOVO MODELO<br />

Os sistemas de precificação de carbono se impõem<br />

de forma crescente no mundo, em particular pelo<br />

grande volume de receitas movimentadas, em torno<br />

de US$ 95 bilhões no ano de 2022, de acordo com<br />

estimativas do Banco Mundial. Por isso, para a CNI,<br />

o país precisa se posicionar de forma proativa nessa<br />

agenda. Regularizar o mercado de carbono é uma das<br />

propostas da indústria para uma agenda de baixo carbono<br />

e integra a missão “Descarbonização”, um dos<br />

quatro pilares de política industrial propostos pela CNI<br />

no Plano de Retomada da Indústria e já inserido entre<br />

as missões que serão debatidas pelo CNDI (Conselho<br />

Nacional de Política Industrial), coordenado pelo MDIC<br />

(Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Comércio<br />

e Serviços).<br />

ENTENDA A PROPOSTA<br />

Entre os anos de 2016 e 2020, a CNI, federações<br />

de indústrias, associações setoriais e empresas participaram<br />

do projeto PMR Brasil. A iniciativa, coordenada<br />

pelo governo brasileiro em parceria com o Banco Mundial,<br />

estudou os impactos da implementação de sistemas<br />

de precificação de carbono no Brasil, mostrando<br />

expectativa de crescimento do PIB (Produto Interno<br />

Bruto), redução do desemprego e potencial de movimentar<br />

receitas de até R$ 128 bilhões.<br />

O projeto PMR Brasil finalizou em dezembro de<br />

2020, e os resultados sugeriram algumas linhas de<br />

ação para o sucesso do estabelecimento do mercado<br />

regulado de carbono. São elas: implementação gradual,<br />

com o primeiro período de conformidade (de 2 a 5<br />

anos), com ambição modesta e foco no aprendizado;<br />

adoção de um valor mínimo de emissão anual de 25<br />

mil toneladas de CO 2<br />

(gás carbônico) para selecionar<br />

os setores que serão regulados; regulação com abrangência<br />

nacional para evitar a sobreposição de regulações<br />

estaduais; e mecanismos de estabilização de<br />

preços para evitar flutuações muito amplas.<br />

As experiências internacionais trouxeram também<br />

uma questão chave para o mercado de carbono: a implementação<br />

de uma estrutura de MRV (mensuração,<br />

relato e verificação), obrigatória, em escala nacional,<br />

antes do início da operação do mercado.<br />

A contabilização, quantificação e divulgação das in-<br />

74 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


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SUSTENTABILIDADE<br />

formações dessas emissões de forma acurada, padronizada,<br />

verificada e transparente são vitais para o custo<br />

efetividade do sistema. Isso porque os dados servem<br />

de insumo para estabelecer e acompanhar metas setoriais<br />

e nacionais, bem como, subsidiar a gestão do<br />

desafio de combate às mudanças climáticas.<br />

Além da estrutura de MRV, é necessário desenvolver<br />

o Sistema de Registro Nacional de Emissões,<br />

infraestrutura essencial para a operação do mercado<br />

e que exige um arcabouço tecnológico avançado com<br />

medidas de segurança e de transparência.<br />

Como signatário da Convenção-Quadro das Nações<br />

Unidas sobre Mudança do Clima (Acordo de Paris),<br />

o Brasil tem o compromisso de relatar seus inventários<br />

nacionais de emissões e remoções de GEE.<br />

A divulgação desses inventários, hoje, é realizada<br />

pelo SIRENE (Sistema de Registro Nacional de Emissões),<br />

instituído pelo decreto nº 9.172, de 17 de outubro<br />

de 2017. O SIRENE apresenta os resultados de<br />

emissões no Brasil de todos os gases de efeito estufa<br />

para os setores de resíduos, agropecuária, uso da terra,<br />

energia e indústria.<br />

A ferramenta dá suporte à tomada de decisão no<br />

âmbito de políticas, planos, programas e projetos na<br />

área de mudança do clima, no que diz respeito ao desenvolvimento<br />

de conhecimento científico e adoção de<br />

medidas de mitigação.<br />

PÚBLICO E PRIVADO<br />

Para que o mercado regulado de carbono seja<br />

efetivo, é fundamental que exista um alto nível de governança<br />

por parte do governo federal, para planejar<br />

e implementar um sistema adaptado ao contexto nacional.<br />

O setor industrial defende que essa governança<br />

OS SISTEMAS DE<br />

PRECIFICAÇÃO DE<br />

CARBONO SE IMPÕEM DE FORMA<br />

CRESCENTE NO MUNDO, EM<br />

PARTICULAR PELO GRANDE<br />

VOLUME DE RECEITAS<br />

MOVIMENTADAS, EM TORNO DE<br />

US$ 95 BILHÕES NO ANO DE 2022,<br />

DE ACORDO COM ESTIMATIVAS<br />

DO BANCO MUNDIAL<br />

seja participativa e envolva o setor privado em instância<br />

deliberativa, de forma que o mercado regulado<br />

de carbono garanta a competitividade das empresas<br />

brasileiras no exterior e contemple todos os setores<br />

emissores de gases de efeito estufa.<br />

Assim, a proposta da CNI para o sistema de comércio<br />

de emissões é detalhada numa estrutura de governança<br />

que contempla três componentes: Plano Nacional<br />

de Alocação, Programa de Monitoramento de<br />

Emissões de GEE e Mercado Regulado de Emissões.<br />

Em termos de funções regulatórias, o modelo usado<br />

em todo o mundo é sustentado por dois pilares:<br />

uma autoridade competente e outro regulador do mercado<br />

de títulos. A autoridade competente é um braço<br />

do poder público que faz a supervisão do mercado e<br />

que pode, também, em certos casos, executar a operacionalização<br />

do sistema. Por exemplo, no caso do sistema<br />

elétrico brasileiro, isso corresponde à supervisão<br />

do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) por<br />

parte da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica)<br />

e do MME (Ministério de Minas e Energia).<br />

76 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


EQUIPAMENTOS<br />

ENERGIA<br />

COM QUALIDADE<br />

Fotos: divulgação<br />

EMPRESA ESTÁ NO<br />

MERCADO HÁ 28 ANOS<br />

DESENVOLVENDO<br />

TECNOLOGIAS QUE<br />

GARANTEM EFICIÊNCIA<br />

NOS PROCESSOS<br />

A<br />

paixão pela geração de vapor e a experiência<br />

adquirida em mais de 10 anos de atuação na<br />

área motivaram o engenheiro Paulo Roberto<br />

Da Cass a fundar a Engecass – Tecnologia em<br />

Equipamentos, empresa sediada em Rio do<br />

Sul (SC). Fundada em 1º de julho de 1995 a empresa está<br />

comemorando 28 anos de atividade em 2023. Os primeiros<br />

equipamentos vendidos pela Engecass foram uma planta de<br />

secagem composta por uma caldeira e dois secadores de<br />

madeira para um cliente de Santa Catarina.<br />

Como toda empresa, em quase três décadas de história,<br />

muitos desafios foram encontrados, principalmente<br />

em relação às oscilações do mercado madeireiro nacional<br />

e internacional, o que implicou em adaptações da marca<br />

para que continuasse competitiva e eficiente no mercado<br />

com tecnologias diferenciadas. Além disso, a expansão dos<br />

seus negócios para outros segmentos da economia gerou<br />

diversos desafios que a Engecass enfrentou, se colocando<br />

à frente do mercado.<br />

78 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


SETOR MADEIREIRO<br />

Quando, no início, forneceu a planta de secagem com<br />

uma caldeira e dois secadores a empresa também fez assessoria<br />

no projeto de secagem de madeira. “Foi um trabalho<br />

singular visto que não fornecemos apenas os equipamentos,<br />

mas também a assessoria. Variavam muito as especificações<br />

dos equipamentos em função do tipo da madeira que se<br />

estava secando, como os diversos tipos de pinus, madeiras<br />

tropicais, e também a grande variedade de eucaliptos, madeira<br />

que estava em ascensão no mercado de secagem. A<br />

partir dali muito foi pesquisado nos equipamentos pelo mundo”,<br />

lembra Paulo Da Cass, fundador e diretor da empresa.<br />

A experiência e conhecimentos que a Engecass buscou<br />

em outros países e trouxe para o Brasil tem como benefícios<br />

principais o controle apurado da qualidade da madeira, com<br />

a adoção de controles eletrônicos, com medição contínua<br />

da umidade da madeira em vários estágios, com controle<br />

de aquecimento e de consumo energético bastante precisos,<br />

para que não haja estresse no produto que está sendo<br />

processado.<br />

Atualmente a empresa produz secadores convencionais,<br />

que já tem uma performance muito diferenciada no mercado,<br />

e também secadores de secagem acelerada, com uma<br />

tecnologia de alta velocidade de ar e alta área de aquecimento,<br />

além do controle preciso da umidificação no interior<br />

da câmara, utilizando o sistema de aspersão de água, vapor<br />

à baixa pressão, e também as tinas de evaporação.<br />

QUEIMA<br />

DE RESÍDUOS<br />

As caldeiras Engecass<br />

desenvolveram<br />

uma tecnologia<br />

que é capaz<br />

de queimar a biomassa<br />

com baixo<br />

poder calorífico,<br />

equipamentos direcionados para a queima de serragem<br />

verde, por exemplo, com 55% ou mais de umidade. Estas<br />

caldeiras são desenvolvidas para produzir vapor com alta<br />

eficiência, o que se tornou uma obrigatoriedade nos equipamentos.<br />

O controle de combustão flexível/modulante, e<br />

a utilização de acessórios que promovem o aumento do rendimento<br />

dos equipamentos foram pontos preponderantes<br />

no desenvolvimento, assim como a adequação às diversas<br />

exigências ambientais.<br />

A tecnologia desenvolvida pela Engecass fez com que<br />

a marca alcançasse clientes em todo o mercado brasileiro e<br />

América Latina, em países como o Chile, Guatemala, Costa<br />

Rica e África do Sul, com grande demanda para este tipo<br />

de secagem.<br />

Com gosto pelos desafios e os conhecimentos adquiridos<br />

na atividade de cogeração de energia a partir da biomassa,<br />

a empresa sempre busca inovar e estar à frente do mercado,<br />

trazendo novas ideias. Um dos mais novos lançamentos da<br />

Engecass são as plantas para a queima de RSU (Resíduo<br />

Sólido Urbano), transformando-o em eletricidade comercializável,<br />

deixando de depender de distribuidores de energia<br />

elétrica e barateando o custo de processos. Este tipo de<br />

queima, além de reduzir o volume do lixo para 10% do volume<br />

original, traz um destino mais nobre para o problema<br />

ambiental. O objetivo é a geração de energia térmica através<br />

da queima dos resíduos, princípio semelhante ao das usinas a<br />

cavaco. A primeira planta para queima de RSU está sendo instalada,<br />

com a capacidade de 3,5MWh (megawatts por hora).<br />

Hoje a empresa promove suas caldeiras para diversos<br />

segmentos de atuação que necessitam energia térmica. A<br />

Engecass se destaca pelo fornecimento de caldeiras para o<br />

mercado de proteína, e também no setor do agronegócio,<br />

produzindo sistemas de aquecimento para secagem de<br />

grãos, com sistemas de aquecimento diferenciados.<br />

AGOSTO 2023 79


FEIRA<br />

ESPAÇO<br />

MADEIRA<br />

80 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


PREPARATIVOS<br />

PARA 10ª EDIÇÃO<br />

DA FORMÓBILE JÁ<br />

COMEÇARAM E<br />

ESPAÇO MADEIRA<br />

ESTÁ CONFIRMADO<br />

Fotos: divulgação<br />

Apróxima edição da ForMóbile – Feira<br />

Internacional da Indústria de Móveis e<br />

Madeira já tem data para acontecer em<br />

2024. Será realizada entre os dias 2 e 5<br />

de julho, no São Paulo Expo. Com mais<br />

de 18 anos de mercado, o evento reúne toda a cadeia<br />

de produção e suprimentos do setor moveleiro e é<br />

um dos principais encontros da indústria na América<br />

Latina.<br />

O Espaço Madeira, uma das atrações da feira desde<br />

o ano 2018, está garantido, reunindo expositores de<br />

fornecimento de madeira maciça e produtos relacionados,<br />

que compõem o setor de grande importância e<br />

relevância no segmento moveleiro nacional e internacional.<br />

AGOSTO 2023 81


FEIRA<br />

A última edição presencial da ForMóbile, realizada<br />

em julho de 2022, contou com a participação de mais<br />

de 500 marcas expositoras e um público estimado de<br />

50 mil profissionais, com representantes de 32 países,<br />

que foram atraídos para a realização de negócios,<br />

aprendizado e networking. A expectativa é repetir o<br />

sucesso na próxima edição.<br />

ESPAÇO DEDICADO<br />

O setor moveleiro segue destacando-se como uma<br />

das principais cadeias produtivas do Brasil. A perspectiva<br />

para este ano é de retomada do crescimento<br />

em função do aquecimento do consumo. De acordo<br />

com a Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias<br />

do Mobiliário), o Brasil ocupa o 6º lugar no ranking de<br />

maiores produtores de móveis no mundo, e a previsão<br />

para os próximos anos é crescer ainda mais.<br />

O projeto Espaço Madeira dentro da ForMóbile<br />

foi idealizado em parceria com a Revista REFERÊNCIA<br />

MADEIRA INDUSTRIAL, e nas últimas edições reuniu as<br />

principais soluções para madeira maciça. Para a nova<br />

edição, o Espaço Madeira estará ainda maior e mais<br />

completo. Além de produtos e equipamentos para o<br />

setor de madeira maciça, haverá também soluções de<br />

madeira voltadas para a construção civil, pois, diante<br />

das dificuldades impostas pelas mudanças climáticas,<br />

o uso da madeira em edificações tem crescido em<br />

todo mundo, visando maior sustentabilidade no setor<br />

de construção, com uso da madeira engenheirada e<br />

o sistema construtivo light wood frame, que também<br />

devem se popularizar no Brasil.<br />

Este ambiente dedicado oferece oportunidades de<br />

negócios, troca de experiências e acesso às novidades<br />

do setor, com estandes que incluem vários benefícios<br />

para as empresas presentes. É uma oportunidade para<br />

as empresas da cadeia produtiva do setor apresentarem<br />

seus produtos e as aplicações de forma prática.<br />

TRABALHO CONTÍNUO<br />

“Enquanto a data não chega, a ForMóbile continua<br />

a interagir com a indústria e a promover as empresas<br />

brasileiras da cadeia moveleira no país e no exterior.<br />

PARA A NOVA EDIÇÃO, O<br />

ESPAÇO MADEIRA ESTARÁ<br />

AINDA MAIOR E MAIS COMPLETO.<br />

ALÉM DE PRODUTOS E<br />

EQUIPAMENTOS PARA O SETOR DE<br />

MADEIRA MACIÇA, HAVERÁ TAMBÉM<br />

SOLUÇÕES DE MADEIRA VOLTADAS<br />

PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL<br />

82 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


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FEIRA<br />

ENQUANTO A DATA NÃO CHEGA, A FORMÓBILE CONTINUA A<br />

INTERAGIR COM A INDÚSTRIA E A PROMOVER AS EMPRESAS<br />

BRASILEIRAS DA CADEIA MOVELEIRA NO PAÍS E NO EXTERIOR<br />

TATIANO SEGALIN, SHOW MANAGER DA FORMÓBILE<br />

Temos uma agenda de eventos e ações durante todo<br />

o ano de 2023 para oferecer ao mercado conteúdo e<br />

networking exclusivo”, comenta o show manager da<br />

ForMóbile, Tatiano Segalin.<br />

Uma das ações é a jornada ininterrupta de interação<br />

com toda a cadeia moveleira na plataforma For-<br />

Móbile Xperience, que se consagrou como um canal<br />

de informação qualificada e exclusiva sobre toda a<br />

cadeia da indústria moveleira. “Um dos propósitos da<br />

ForMóbile é manter o seu caráter inovador e proporcionar<br />

novos modelos de negócios ao setor”, adianta<br />

Tatiano.<br />

A ForMóbile também cruzou fronteiras ao participar<br />

de eventos internacionais do setor moveleiro.<br />

Em maio, marcou presença na Interzum e na Ligna,<br />

tradicionais eventos do setor madeireiro, realizados na<br />

Alemanha. No segundo semestre de 2023 a ForMóbile<br />

patrocinou a 18ª edição do Prêmio Top Móbile, que<br />

reconhece as marcas mais lembradas do setor em 46<br />

categorias, sendo 22 categorias no segmento de Fornecedores<br />

da Indústria e 24 categorias no segmento<br />

de Fabricantes de Móveis. Em outubro, a ForMóbile<br />

também marcará presença na EXPO SICAM, na Itália.<br />

“Em 2022, a ForMóbile teve intensa participação<br />

internacional, tanto de empresas expositoras interessadas<br />

no mercado consumidor brasileiro, como de<br />

visitantes que vieram ao país em busca das soluções<br />

da indústria nacional. Por isso, é importante reforçar os<br />

laços criados entre a cadeia moveleira brasileira e os<br />

mercados internacionais e levar para o mundo a qualidade<br />

do móvel brasileiro e o potencial do mercado<br />

consumidor local”, conclui Tatiano.<br />

84 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


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CONSTRUÇÃO<br />

SISTEMA<br />

WOOD FRAME<br />

86 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


PUBLICAÇÃO DE<br />

NORMA TÉCNICA ABRE<br />

POSSIBILIDADE PARA<br />

NOVOS NEGÓCIOS<br />

NO SETOR INDUSTRIAL<br />

MADEIREIRO<br />

Fotos: divulgação<br />

A<br />

pós expectativa do setor da madeira<br />

e muito estudo e dedicação nos<br />

últimos 7 anos a ABNT (Associação<br />

Brasileira de Norma Técnica) publicou<br />

no dia 7 de julho a norma<br />

técnica NBR 16936 – Edificações em light wood<br />

frame. A publicação do texto marca oficialmente<br />

um importante passo para a consolidação do uso<br />

do sistema construtivo industrializado e sustentável<br />

no Brasil.<br />

Para o presidente da Abimci (Associação Brasileira<br />

da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente),<br />

Juliano Vieira de Araujo, este foi<br />

um passo importante. “A publicação da norma é<br />

uma conquista muito importante para o setor industrial<br />

madeireiro e todos os elos envolvidos na<br />

cadeia produtiva da construção brasileira. Agora,<br />

outros desafios precisam ser vencidos para que<br />

o sistema construtivo em wood frame ganhe<br />

escala, como o desenvolvimento de ações coordenadas<br />

para estimular o desenvolvimento de<br />

políticas públicas para o uso do sistema no Brasil,<br />

bem como a inclusão nas linhas de financiamentos<br />

oficiais”, pondera Juliano.<br />

O sistema wood frame, além de propiciar vantagens<br />

construtivas como a redução do tempo<br />

de execução das obras, a redução de resíduos,<br />

a economia de energia, também oportuniza ga-<br />

AGOSTO 2023 87


CONSTRUÇÃO<br />

nhos ambientais como explica o presidente da<br />

Abimci. “A construção de casas com madeira,<br />

utilizando o sistema wood frame é potencialmente<br />

sustentável porque a matéria-prima utilizada<br />

no sistema construtivo é proveniente prioritariamente<br />

de florestas plantadas. Esta madeira<br />

estoca o carbono absorvido durante o ciclo de<br />

crescimento das árvores. Além disto, é um processo<br />

construtivo que atende os princípios do<br />

ESG, baseados nos aspectos ambientais, sociais<br />

e de governança. Este sistema combina eficiência<br />

construtiva, versatilidade, sustentabilidade e<br />

benefícios energéticos, aspectos cada vez mais<br />

valorizados na indústria da construção”, salienta<br />

Juliano.<br />

HISTÓRICO<br />

A publicação da norma técnica ABNT NBR<br />

16936 – Edificações em light wood frame tem<br />

em sua história um amplo trabalho técnico que<br />

envolveu diversos agentes, como associações,<br />

universidades, pesquisadores e empresas do<br />

setor industrial madeireiro, fornecedores do sistema<br />

e construtoras. Há quase 15 anos, o primeiro<br />

passo foi dado com a criação da Comissão Casa<br />

Inteligente, uma iniciativa da FIEP (Federação das<br />

Indústrias do Estado do Paraná) que reuniu, no<br />

primeiro momento, empresários dos setores madeireiros<br />

e representantes da construção civil do<br />

Paraná. Com o passar dos anos, o grupo cresceu,<br />

reunindo interessados que começaram a buscar<br />

soluções e elencar os maiores desafios para a<br />

consolidação do sistema, entre eles, técnicos,<br />

políticos e culturais.<br />

A compreensão sobre a necessidade de<br />

padronização e ganho de escala nos negócios,<br />

trouxe a Abimci, entidade gestora do Comitê<br />

Brasileiro de Madeiras da ABNT, o CB-031, para<br />

dentro destas tratativas, atuando tecnicamente<br />

e organizando junto à ABNT os trâmites para a<br />

criação da Comissão de Estudos para o desenvolvimento<br />

da norma. Assim, em 2016, foi instalada<br />

a Comissão de Estudo de Sistemas Construtivos<br />

Light Wood Frame da ABNT, coordenada por<br />

Euclesio Finatti. A Abimci, desde então, atuou<br />

na secretaria dos trabalhos e organização das<br />

atividades da Comissão de Estudos, sempre com<br />

a fundamental contribuição de inúmeros profis-<br />

ESTE SISTEMA COMBINA EFICIÊNCIA CONSTRUTIVA,<br />

VERSATILIDADE, SUSTENTABILIDADE E BENEFÍCIOS<br />

ENERGÉTICOS, ASPECTOS CADA VEZ MAIS VALORIZADOS NA<br />

INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO<br />

JULIANO VIEIRA DE ARAUJO, PRESIDENTE DA ABIMCI<br />

88 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


sionais, entidades, grupos de trabalho, órgãos do<br />

governo, dedicados ao avanço do sistema construtivo<br />

no Brasil. Para o desenvolvimento da norma<br />

brasileira para o sistema wood frame, normas<br />

internacionais, assim como exemplos práticos de<br />

países onde o sistema já é consolidado, foram<br />

utilizados para embasamentos técnicos.<br />

O intenso trabalho realizado pela Comissão<br />

de Estudos da ABNT teve como objetivo a estruturação<br />

do texto da norma focado em aspectos<br />

técnicos de projeto, execução e desempenho<br />

para edificações em até dois pavimentos. Após<br />

inúmeras reuniões presenciais, realizadas em<br />

Curitiba (PR), que reuniam os interessados e colaboradores<br />

para o desenvolvimento da norma,<br />

esses encontros passaram a ser remotos, desde o<br />

início da pandemia de Covid-19. Neste período,<br />

o texto da norma foi encaminhado para várias<br />

consultas nacionais para avaliação dos seus conteúdos.<br />

Neste ano, o texto da norma foi finalizado<br />

e publicado, o que representa um importante<br />

passo para a consolidação do sistema construtivo<br />

no Brasil com amplo potencial de gerar escala e<br />

negócios.<br />

AGORA, OUTROS DESAFIOS<br />

PRECISAM SER VENCIDOS<br />

PARA QUE O SISTEMA CONSTRUTIVO<br />

EM WOOD FRAME GANHE ESCALA,<br />

COMO O DESENVOLVIMENTO DE<br />

AÇÕES COORDENADAS PARA<br />

ESTIMULAR O DESENVOLVIMENTO<br />

DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O USO<br />

DO SISTEMA NO BRASIL, BEM COMO<br />

A INCLUSÃO NAS LINHAS DE<br />

FINANCIAMENTOS OFICIAIS<br />

JULIANO VIEIRA DE ARAUJO,<br />

PRESIDENTE DA ABIMCI<br />

Sua empresa está preparada para<br />

um mercado cada vez mais exigente?<br />

Criatividade, inovação, abertura às mudanças e uma rápida adaptação a novos<br />

cenários são diferenciais competitivos essenciais para quem quer permanecer<br />

e/ou ocupar um lugar de destaque nesse novo contexto.<br />

Disponibilizamos soluções que têm como base as ferramentas do Lean<br />

Manufacturing (produção enxuta), para o ataque,<br />

redução das perdas e aumento efetivo da produtividade:<br />

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ARTIGO<br />

AVALIAÇÃO DO EFEITO DA FADIGA NO MÓDULO<br />

DE ELASTICIDADE NA FLEXÃO DE PAINÉIS DE<br />

MADEIRA<br />

COMPENSADA<br />

Fotos: REFERÊNCIA<br />

ANDRÉ LUIZ NONATO FERRAZ<br />

UEMT (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO MATO GROSSO)<br />

VINÍCIUS BORGES DE MOURA AQUINO<br />

UNIFESSPA (UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ)<br />

GIOVANA GOBATTO BALANCO<br />

USP (UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO)<br />

FRANCISCO ANTÔNIO ROCCO LAHR<br />

USP (UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO)<br />

JOÃO PAULO BOFF ALMEIDA<br />

UFSCAR (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS)<br />

ANDRÉ LUIS CHRISTOFORO<br />

UFSCAR (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS)<br />

90 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


O<br />

RESUMO<br />

s painéis têm sido cada vez mais utilizados<br />

nas construções civis, rurais, entre outras,<br />

com destaque para os compensados pelo<br />

bom desempenho mecânico. Em muitas<br />

aplicações, os painéis podem estar sujeitos<br />

à ação de carregamentos cíclicos, e dessa forma, o<br />

conhecimento do efeito da fadiga é de fundamental importância.<br />

Todavia, as normas ABNT NBR ISO 2426 [12],<br />

NBR ISO 1096 [13], NBR 9489 [14] e NBR 9533 [15] que<br />

apresentam as classificações e os métodos de ensaios<br />

de painéis de madeira, não prescrevem requisitos para<br />

considerar o efeito da fadiga nas propriedades do material,<br />

o que motiva o desenvolvimento de pesquisas nessa<br />

temática. Este trabalho objetivou avaliar o efeito do<br />

número de ciclos de fadiga [NC] (zero - referência, 3600,<br />

7200, 22500, 45000, 67500, 90000) para a frequência de<br />

oscilação igual a 1,0 Hz nos valores do MOE (módulo<br />

de elasticidade na flexão) de painéis comerciais de madeira<br />

compensada de eucalipto. Foram fabricados seis<br />

corpos de prova para cada número de ciclos, resultando<br />

em 36 amostras. Os resultados evidenciaram reduções<br />

significativas do MOE a partir de 22.500 ciclos, implicando<br />

que zero, 3600 e 7.200 ciclos forneceram resultados<br />

estatisticamente equivalentes. O modelo de regressão<br />

logarítmico mostrou ser o de melhor representatividade<br />

(R²=64,28%), apresentando-se como alternativa na<br />

previsão do decaimento do MOE para ciclos de fadiga<br />

superiores aos avaliados nessa pesquisa.<br />

INTRODUÇÃO<br />

O uso de produtos engenheirados à base de madeira,<br />

como painéis MDF (Medium Density Fiberboard),<br />

LVL (Laminated Veneer Lumber), OSB (Oriented Strand<br />

Board) e painéis compensados de madeira consistem<br />

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ARTIGO<br />

em alternativas no uso da madeira maciça em estruturas<br />

e construções rurais, podendo também ser aplicados<br />

na confecção de móveis, fôrmas para concreto armado,<br />

embalagens, entre outras.<br />

Dentre estes, pode-se destacar o uso do painel de<br />

madeira compensada, definido como painel de madeira<br />

composto por lâminas de madeiras sobrepostas<br />

em direções perpendiculares entre si, unidas através<br />

de adesivo, pressão e temperatura, com aplicações na<br />

construção civil, rural entre outras.<br />

O uso da madeira em estruturas no Brasil é regido<br />

pela norma brasileira ABNT NBR 7190. Juntamente a<br />

esta, os painéis de madeira compensada são normatizados<br />

pelas normas ABNT NBR ISO 2426, NBR ISO 1096,<br />

NBR 9489 e NBR 9533.<br />

Para estruturas submetidas a cargas dinâmicas ou<br />

cíclicas, como pontes, viadutos e silos, deve-se levar em<br />

conta o efeito de fadiga no material. Em ambas as normas<br />

brasileiras apresentadas, não há requisitos normativos<br />

para considerar o efeito de fadiga nas propriedades<br />

mecânicas do material, o que motiva o desenvolvimento<br />

de pesquisas nessa temática.<br />

MATERIAIS E MÉTODOS<br />

Para os ensaios de carregamento cíclico, foram utilizados<br />

corpos de prova (50×200×8 mm) extraídos de 6<br />

painéis comerciais compensados de madeira de eucalipto<br />

(dimensões 2200×1600 mm) proveniente da empresa<br />

Ecoplac®, com espessura igual a 8 mm e fabricados<br />

com resinas MR-Reutilizável e fenólica WBP (weather<br />

and boil proof) 100% resistente à água, informações estas<br />

disponibilizadas pelo fabricante.<br />

O MOE foi calculado conforme o disposto na ABNT<br />

NBR 7190 e ABNT NBR 9533, porém, o ensaio de flexão<br />

estática a três pontos foi adaptado para a condição não<br />

destrutiva, admitindo deslocamento máximo igual a<br />

L/200 (ABNT NBR 7190 [11]). Tal deslocamento assegura<br />

a linearidade física e geométrica do material, sendo<br />

92 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023


comumente empregado na determinação do MOE em<br />

ensaios não destrutivos, como nos trabalhos de Christoforo<br />

et al., Icimoto et al., Zangiácomo et al., Segundinho<br />

et al., e Lahr et al.. No ensaio de carregamento cíclico<br />

(fadiga), como o modelo esquemático dos apoios impossibilita<br />

a livre rotação do corpo de prova na seção<br />

dos apoios, uma vez que os parafusos pressionaram as<br />

amostras, o limite de deslocamento adotado (garantia<br />

de linearidade física e geométrica) foi igual a L/300.<br />

Cabe destacar que os parafusos não penetraram nos<br />

corpos de prova.<br />

De modo a expor os painéis a condições mais severas,<br />

a frequência de oscilação adotada na presente<br />

pesquisa foi igual a 1,0 Hz, superior à frequência de 0,4<br />

Hz e 0,45 Hz utilizada, respectivamente, por Guimarães<br />

et al. [22] e Del Menezzi et al.. Os ciclos de fadiga adotados<br />

neste trabalho foram: zero (referência), 3600, 7200,<br />

22500, 45000, 67500 e 90000, o que resultou em seis<br />

tratamentos experimentais distintos juntamente com<br />

a condição de referência. O número máximo de ciclos<br />

desta pesquisa é inferior ao máximo (100000) utilizado<br />

por Guimarães et al, entretanto, cabe destacar que a<br />

pesquisa de Guimarães et al. foi realizada considerando-<br />

-se a madeira sólida.<br />

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ARTIGO<br />

RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

As médias do MOE para zero, 3600 e 7200 ciclos foram<br />

muito próximas, com redução de aproximadamente<br />

21% no valor do módulo de elasticidade de 7200 para<br />

22500 ciclos. Entre 22500 a 90000 ciclos não foram notadas<br />

grandes diferenças nos valores dessa propriedade.<br />

No ensaio de fadiga, o intervalo de carregamento foi<br />

de 49,92 N a 39,68 N, sendo que a razão de tensão, obtida<br />

pelo quociente entre os valores máximo e mínimo de<br />

tensão, correspondeu a 1,26.<br />

Os P-valores do teste de normalidade [AD] (0,582) e<br />

de homogeneidade de variâncias [Bt] (0,530) foram ambos<br />

superiores ao nível de significância adotado (0,05),<br />

validando assim o modelo da Anova. O P-valor da Anova<br />

foi igual a 0,02 (


Resultados do teste de Tukey para o MOE dos painéis<br />

compensados em função dos ciclos de fadiga. Nota-se<br />

que os três primeiros níveis do fator NC (0, 3600,<br />

7200 ciclos) resultaram em médias do MOE estatisticamente<br />

equivalentes entre si, consistindo nos maiores valores<br />

médios dessa propriedade. O MOE sofreu redução<br />

de 21% a partir de 22500 ciclos de fadiga, mas permanecendo<br />

inalterado entre 22500 a 90000 ciclos (médias<br />

equivalentes). Tal redução é uma informação importante<br />

a ser considerada em futuras revisões dos documentos<br />

normativos brasileiros no que diz respeito a projetos de<br />

painéis compensados sujeitos à ação de cargas cíclicas.<br />

A redução do MOE pode ser justificada pelo fato<br />

da madeira apresentar alterações em sua organização<br />

celular quando submetida a carregamentos cíclicos ou<br />

contínuos.<br />

CONCLUSÕES<br />

Os resultados da presente pesquisa permitem concluir<br />

que houve redução significativa dos valores médios<br />

do módulo de elasticidade em função dos ciclos de fadiga<br />

avaliados.<br />

As peças ensaiadas com zero (referência), 3600 e<br />

7200 ciclos apresentaram módulo de elasticidade estatisticamente<br />

equivalentes, havendo uma redução<br />

considerável de 21% no MOE a partir de 22500 ciclos,<br />

entretanto, de 22500 a 90000, as médias dos valores do<br />

MOE mantiveram-se equivalentes.<br />

A redução de 21% nos valores do MOE a partir de<br />

22500 ciclos é uma informação importante para fundamentar<br />

futuras revisões das normativas brasileiras<br />

no que se refere a elaboração de projetos em que os<br />

painéis compensados são expostos a carregamentos<br />

cíclicos. No entanto, se fazem necessários outros estudos<br />

que considerem mais categorias de painéis compensados<br />

comerciais, maiores números de ciclos e de<br />

amostras ensaiadas por ciclo, análise da influência de<br />

parâmetros como umidade, efeito de escala e outros<br />

que naturalmente ocorrem nas estruturas, a fim de estabelecer<br />

modelos mais abrangentes que conduzam a<br />

estimativas mais precisas do modulo de elasticidade.<br />

Você pode acessar esse<br />

conteúdo pelo QRcode:<br />

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MADEIRAS E DERIVADOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO<br />

AGENDA<br />

AGENDA<br />

2023<br />

SETEMBRO 2023<br />

05 A 08<br />

WMF 2023<br />

LOCAL: SHANGHAI (CHINA)<br />

INFORMAÇÕES:<br />

WWW.WOODWORKFAIR.COM/<br />

WMF23/IDX/ENG<br />

DEZEMBRO 2023<br />

12 A 14<br />

WOOD EXPO<br />

LOCAL: CASABLANCA<br />

(MARROCOS)<br />

INFORMAÇÕES:<br />

HTTPS://COVERING.MA/WOOD/<br />

JULHO 2024<br />

02 A 05<br />

FORMÓBILE<br />

LOCAL: SÃO PAULO EXPO<br />

INFORMAÇÕES: HTTPS://WWW.<br />

FORMOBILE.COM.BR/PT/HOME.<br />

HTML<br />

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ESPAÇO ABERTO<br />

A IMPORTÂNCIA<br />

DO PENSAMENTO COMPUTACIONAL<br />

NO MUNDO CONTEMPORÂNEO<br />

POR<br />

MARCELO<br />

PARANHOS<br />

COORDENADOR<br />

DOS CURSOS DE<br />

PÓS-GRADUAÇÃO<br />

EM ENGENHARIAS NA<br />

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O<br />

pensamento computacional é uma habilidade<br />

essencial no mundo de hoje, impulsionado pelo<br />

rápido desenvolvimento da tecnologia digital<br />

e da computação. Pode ser definido como um<br />

conjunto de habilidades mentais e estratégias<br />

cognitivas que permitem a resolução eficiente e sistemática de<br />

problemas com base nos conceitos e métodos da lógica de<br />

programação. Isso inclui a capacidade de dividir um problema<br />

complexo em partes menores e mais gerenciáveis, identificar<br />

padrões e tendências relevantes, e desenvolver algoritmos e<br />

implementar soluções usando linguagens de programação e<br />

outras ferramentas.<br />

A importância do pensamento computacional pode ser<br />

vista em várias áreas e setores, incluindo educação, indústria,<br />

pesquisa científica e desenvolvimento de software. Entre os<br />

principais pontos que destacam a importância do pensamento<br />

computacional podemos citar a resolução de problemas complexos,<br />

tomada de decisões informadas, criatividade e inovação.<br />

Além disso, o pensamento computacional promove a<br />

colaboração entre equipes multidisciplinares. Ao compartilhar<br />

soluções, discutir abordagens e trabalhar em conjunto para<br />

resolver problemas, as pessoas podem aproveitar a diversidade<br />

de conhecimentos e experiências para obter resultados<br />

melhores.<br />

Essa forma de pensar é aplicável em diversas áreas da vida<br />

e não se limita apenas à programação, uso de computadores,<br />

a projetos e processos, mas é uma abordagem ampla e flexível<br />

que ajuda a melhorar a tomada de decisões e a resolução de<br />

problemas em nosso cotidiano, e que deveria ser adotada<br />

logo nos primeiros anos escolares.<br />

Na escola, pode atuar de forma transversal em áreas como<br />

matemática, ciências e tecnologia da informação. Entretanto,<br />

em um cenário de desistência que atinge sete em cada dez<br />

alunos de formação de professores em exatas, o desafio é<br />

ainda maior. Muitas redes de ensino já sentem a dificuldade da<br />

falta de professores e já há um temor de um apagão de professores<br />

nos próximos anos. Mas, é realmente necessário estudar<br />

lógica e programação de computadores para desenvolver<br />

o pensamento computacional?<br />

Existem várias abordagens do ensino do pensamento computacional<br />

como a programação de computadores, o uso de<br />

jogos e atividades lúdicas, a criação de projetos, entre outras.<br />

Ainda existe a chamada computação desplugada, que é uma<br />

abordagem pedagógica que visa ensinar conceitos de ciência<br />

da computação e programação sem a necessidade de dispositivos<br />

eletrônicos, como computadores e tablets. Essa abordagem<br />

pode ser aplicada em diversos contextos educacionais,<br />

desde escolas com poucos recursos tecnológicos, até programas<br />

de inclusão digital em áreas remotas ou de baixa renda.<br />

Um bom exemplo é o jogo de xadrez intimamente relacionado<br />

de várias maneiras ao pensamento computacional e que<br />

pode ser usado como um contexto para aplicar e desenvolver<br />

habilidades de pensamento computacional. O xadrez é cheio<br />

de padrões e problemas complexos que devem ser resolvidos<br />

durante a partida. O reconhecimento de padrões e a decomposição<br />

desses problemas em situações menores ajuda na<br />

tomada de decisões rápidas e eficientes.<br />

Em resumo, o pensamento computacional é uma habilidade<br />

essencial para enfrentar os desafios do século XXI, em especial<br />

da era digital. Ele ajuda a resolver problemas, promover<br />

a inovação, tomar decisões embasadas em dados, capacitar as<br />

pessoas em relação à tecnologia e prepará-las para o futuro.<br />

Na medida em que a tecnologia continua a avançar, espera-se<br />

que o pensamento computacional se torne uma habilidade<br />

ainda mais valiosa. A automação, a inteligência artificial e<br />

outras tecnologias emergentes estão transformando a maneira<br />

como trabalhamos, vivemos e interagimos com o mundo. O<br />

pensamento computacional oferece uma base sólida para se<br />

adaptar a essas mudanças e se manter relevante no futuro.<br />

ENTRE OS PRINCIPAIS PONTOS<br />

QUE DESTACAM A<br />

IMPORTÂNCIA DO PENSAMENTO<br />

COMPUTACIONAL PODEMOS CITAR A<br />

RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS COMPLEXOS,<br />

TOMADA DE DECISÕES INFORMADAS,<br />

CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO<br />

Foto: divulgação<br />

98 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023

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