MadeiraIndustrial_254Web
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Entrevista Presidente eleito da CNI, Ricardo Alban, defende novos investimentos para a indústria<br />
GERAÇÕES ATRAVÉS<br />
DAS MÁQUINAS<br />
HISTÓRIA DE QUATRO DÉCADAS CONTRIBUI PARA O<br />
DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA DA MADEIRA<br />
GENERATIONS<br />
THROUGH MACHINES<br />
A FOUR-DECADE-OLD HISTORY<br />
CONTRIBUTES TO THE DEVELOPMENT<br />
OF THE WOODWORKING INDUSTRY
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diferentes tamanhos e formas de maneira r<br />
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SUMÁRIO<br />
INDUSTRIAL<br />
86<br />
2023<br />
56<br />
66<br />
62<br />
MADEIRA<br />
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />
ABPM 97<br />
Aimex 69<br />
Benecke 04<br />
Bonardi Química 65<br />
Bruno 19<br />
Burntech 41<br />
Ceratizit 51<br />
Cipem 39<br />
Contraco 12<br />
Dallabona Máquinas 55<br />
DRV Ferramentas 21<br />
Dujua 99<br />
Effisa 45<br />
Elemaq 91<br />
Engecass 25<br />
Fimma Brasil 53<br />
ForMóbile 43<br />
Fresul Ferramentas 73<br />
Gaidzinski 63<br />
Gautech 83<br />
H Bremer 08<br />
Impacto 29<br />
Indumec 37<br />
Meeta Industrial 71<br />
Mendes Máquinas 02<br />
Metrisa 77<br />
Mill Indústrias 100<br />
Montana Química 17<br />
MSM Química 35<br />
Nazzareno 31<br />
Neutraliza 85<br />
Omil 23<br />
Pole Cola 75<br />
Potens 95<br />
Prêmio REFERÊNCIA 96<br />
Rotteng 06<br />
Solution Focus 89<br />
Tecnosan 91<br />
Termobio 14<br />
Termolegno 33<br />
Vantec 27<br />
Viscoh Alta Perfomance 10<br />
WoodFlow 47<br />
XH MAR BEHTLEHEM 49<br />
SUMÁRIO<br />
18 Editorial<br />
20 Cartas<br />
22 Bastidores<br />
24 Notas<br />
34 Aplicação<br />
36 Frases<br />
38 Entrevista<br />
54 Coluna Abimci<br />
56 Principal Valores que atravessam gerações<br />
62 Estudo<br />
66 Marcenaria<br />
72 Sustentabilidade<br />
78 Equipamentos<br />
80 Feira<br />
86 Construção<br />
90 Artigo<br />
96 Agenda<br />
98 Espaço Aberto<br />
16 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
EDITORIAL<br />
É PRECISO<br />
SE REINVENTAR<br />
companhar as mudanças e se manter em atividade<br />
são desafios que os empresários en-<br />
A<br />
frentam constantemente. E é se reinventando<br />
e inovando que garantem a continuidade do<br />
negócio. Foi assim com a Dallabona Máquinas,<br />
empresa catarinense que comemora 40 anos em 2023 e é<br />
tema da reportagem especial desta edição da Revista REFE-<br />
RÊNCIA MADEIRA INDUSTRIAL. A empresa se destaca na fabricação<br />
de equipamentos e continua atenta às necessidades<br />
dos clientes para apresentar as melhores soluções. Na entrevista<br />
desta edição, o presidente eleito da CNI (Confederação<br />
Nacional das Indústrias), Ricardo Alban, ressalta a necessidade<br />
da indústria inovar para garantir a competitividade no<br />
mercado cada vez mais global. A edição, ainda, destaca a<br />
publicação da norma técnica na ABNT (Associação Brasileira<br />
das Normas Técnicas) para o sistema construtivo light wood<br />
frame, a posição das molduras de madeira no mercado mundial,<br />
os preparativos para a realização da ForMóbile 2024, e<br />
a realização da Fimma 2023, entre outros assuntos exclusivos<br />
do segmento, que só a Revista REFERÊNCIA MADEIRA IN-<br />
DUSTRIAL oferece. Uma ótima leitura!<br />
IT IS NECESSARY TO<br />
REINVENT ONESELF<br />
K<br />
eeping up with the changes and staying in<br />
operation are challenges that entrepreneurs<br />
constantly face. And it is by reinventing and<br />
innovating that ensures business continuity. This<br />
was the case with Dallabona Máquinas, a Santa<br />
Catarina company that celebrates 40 years in 2023 and is the<br />
subject of the special report of this issue of REFERÊNCIA<br />
Madeira Industrial. The Company began by reinventing itself<br />
in equipment manufacture while continuing to be attentive to<br />
customers’ needs to present the best solutions. In this issue’s<br />
interview, Ricardo Alban, the President-elect of the National<br />
Confederation of Industries (CNI), emphasizes the need for<br />
the Industrial Sector to reinvent itself and innovate to ensure<br />
competitiveness in the increasingly global market. The issue<br />
also highlights the publication of the Brazilian Association of<br />
Technical Standards (ABNT) technical standard for the light<br />
wood frame construction system, the position of the wood<br />
frames in the world market, and the preparations for the realization<br />
of ForMóbile 2024 and Fimma 2023, among other<br />
news. Pleasant reading!<br />
18 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023<br />
NA CAPA<br />
A CAPA DESTA EDIÇÃO DESTACA<br />
OS EQUIPAMENTOS DA DALLABONA<br />
MÁQUINAS, EMPRESA QUE<br />
COMPLETA 40 ANOS CONSOLIDADA<br />
NO MERCADO DA MADEIRA<br />
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ANO XXV - EDIÇÃO 254 - AGOSTO 2023<br />
A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />
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Ano XXV • Nº254•Agosto 2023<br />
Entrevista Presidente eleito da CNI, Ricardo Alban, defende novos investimentos para a indústria<br />
GERAÇÕES ATRAVÉS<br />
DAS MÁQUINAS<br />
HISTÓRIA DE QUATRO DÉCADAS CONTRIBUI PARA O<br />
DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA DA MADEIRA<br />
Diretor Comercial / Commercial Director - Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director - Pedro Bartoski Jr.<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Redação / Writing<br />
Gisele Rossi<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Colunista / Columnist<br />
Paulo Pupo<br />
Depto. de Criação / Graphic Design<br />
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Crislaine Briatori Ferreira<br />
Guilherme Augusto Oliveira<br />
Sofia Carlesso<br />
criacao@revistareferencia.com.br<br />
Midias Sociais / Social Media<br />
Cainan Lucas<br />
Depto. Comercial / Sales Departament - Gerson Penkal - Carlos Felde<br />
comercial@revistareferencia.com.br<br />
fone: +55 (41) 3333-1023<br />
Representante Comercial - Dash7 Comunicação - Joseane Cristina Knop<br />
Tradução / Translation - John Wood Moore<br />
Depto. de Assinaturas / Subscription<br />
assinatura@revistareferencia.com.br<br />
0800 600 2038<br />
ASSINATURAS<br />
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A FOUR-DECADE-OLD HISTORY<br />
CONTRIBUTES TO THE DEVELOPMENT<br />
OF THE WOODWORKING INDUSTRY<br />
A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente, dirigida aos produtores e<br />
consumidores de bens e serviços em madeira, instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos<br />
governamentais, ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente ligados ao<br />
segmento madeireiro. A Revista REFERÊNCIA do Setor Industrial Madeireiro não se responsabiliza por<br />
conceitos emitidos em matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais de<br />
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FERÊNCIA são terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos direitos autorais,<br />
exceto para fins didáticos.<br />
Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication directed at the producers and<br />
consumers of the good and services of the lumberz industry, research institutions, university students,<br />
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articles or columns signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors, themselves. The<br />
use, reproduction, appropriation and databank storage under any form or means of the texts, photographs<br />
and other intellectual property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited without<br />
the written authorization of the holders of the authorial rights.
A DECADE OF INVESTMENTS IN<br />
Entrevista Euclesio Finatti, coordenador da Comissão de Estudos da ABNT esclarece sobre wood frame<br />
CARTAS<br />
A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />
EFICIÊNCIA QUE<br />
ATRAVESSA FRONTEIRAS<br />
UMA DÉCADA DE INVESTIMENTOS EM TECNOLOGIA<br />
ATRAI NOVOS MERCADOS E PARCEIROS PARA A<br />
INDÚSTRIA DA MADEIRA<br />
CARTAS<br />
CAPA DA EDIÇÃO 253 DA<br />
REVISTA REFERÊNCIA INDUSTRIAL, MÊS DE JULHO DE 2023<br />
MARCENARIA<br />
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Ano XXV • Nº253•Julho 2023<br />
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REVISTA<br />
Por Manoel Francisco<br />
Moreira -<br />
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Por Gustavo Fari -<br />
Itú (SP)<br />
Ainda bem que os móveis rústicos estão fazendo<br />
parte do nosso cotidiano, dá um novo ar para<br />
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Revista REFERÊNCIA<br />
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ENTREVISTA<br />
Por Matheus Dias -<br />
Betim (MG)<br />
ESTUDO<br />
Esse novo sistema de<br />
construção promete<br />
mudar o mercado,<br />
esperamos que essas<br />
inovações apareçam<br />
cada vez mais no nosso<br />
dia a dia.<br />
Por Maria Luiza -<br />
Curitiba (PR)<br />
Deu até vontade de trocar todas as portas<br />
de casa com essa matéria.<br />
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os<br />
e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é<br />
fundamental para a Revista REFERÊNCIA MADEIRA INDUSTRIAL.<br />
20 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023<br />
E-mails, críticas e sugestões podem ser enviados para redação ou siga:<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
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ENCONTRO<br />
REGISTRO DO ENCONTRO ENTRE O DIRETOR COMERCIAL DA REVISTA<br />
REFERÊNCIA MADEIRA INDUSTRIAL, FÁBIO MACHADO E O PRESIDENTE<br />
DA ACIMDERJ, WADSON WERLY, EM SÃO PAULO (SP).<br />
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ALTA<br />
NOTA DE CRÉDITO<br />
A agência de classificação de<br />
risco Fitch Ratings elevou a<br />
nota de crédito do Brasil de<br />
BB- para BB, com perspectiva<br />
estável. O anúncio foi feito no<br />
final de julho. A agência justificou<br />
a nova classificação como<br />
reflexo de “um desempenho<br />
macroeconômico e fiscal melhor<br />
do que o esperado, em<br />
meio a sucessivos choques nos<br />
últimos anos, políticas proativas<br />
e reformas que apoiaram<br />
isso e a expectativa da Fitch de<br />
que o novo governo trabalhará<br />
para melhorias adicionais.” A<br />
avaliação do Brasil tinha sido<br />
rebaixada para o patamar BBem<br />
2018.<br />
BAIXA<br />
COMÉRCIO VAREJISTA<br />
Dados da PMC (Pesquisa<br />
Mensal de Comércio), divulgada<br />
em 14 de julho pelo<br />
IBGE (Instituto Brasileiro<br />
de Geografia e Estatística),<br />
apontam que as vendas no<br />
comércio varejista no Brasil<br />
caíram 1% na passagem de<br />
abril para maio, segundo<br />
recuo consecutivo. Com isso,<br />
a queda acumulada no ano<br />
chegou a 1,3% enquanto nos<br />
últimos 12 meses ficou em<br />
0,8%. Já na comparação interanual,<br />
o comércio também<br />
caiu 1% frente a maio de<br />
2022, marcando a primeira<br />
taxa negativa após nove meses<br />
de altas.<br />
22 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
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NOTAS<br />
Foto: divulgação<br />
REFORMA<br />
TRIBUTÁRIA<br />
Depois de 30 anos de discussão,<br />
a câmara dos deputados<br />
deu um passo histórico e<br />
aprovou a primeira fase da reforma<br />
tributária, que reformula<br />
a tributação sobre o consumo.<br />
O texto seguiu para o senado,<br />
onde precisa ser aprovado em<br />
dois turnos por, pelo menos,<br />
três quintos dos parlamentares<br />
(49 senadores) para ser promulgado.<br />
A PEC (proposta de<br />
emenda à constituição), caso<br />
aprovada em definitivo no congresso,<br />
simplificará e unificará<br />
os tributos sobre o consumo e<br />
representa apenas a primeira<br />
etapa da reforma. O texto unifica<br />
duas PECs que tramitaram<br />
pelo parlamento nos últimos<br />
anos, uma na câmara e outra<br />
no senado. Diversos pontos<br />
negociados foram incluídos no<br />
texto para facilitar a aprovação.<br />
A principal mudança será a<br />
extinção de cinco tributos. Três<br />
deles são federais: PIS (Programa<br />
de Integração Social),<br />
Cofins (Contribuição para o<br />
Financiamento da Seguridade<br />
Social) e o IPI (Imposto sobre<br />
Produtos Industrializados). Esses<br />
tributos serão substituídos<br />
pela Contribuição sobre Bens e<br />
Serviços (CBS), a ser arrecadada<br />
pela União. Dois impostos<br />
a serem extintos são locais, o<br />
ICMS (Imposto sobre a Circulação<br />
de Mercadorias e Serviços),<br />
administrado pelos Estados; e<br />
o ISS (Imposto sobre Serviços), arrecadado pelos municípios. Em troca, será criado o IVA (Imposto sobre Valor Agregado),<br />
dividido em duas partes. Uma delas será o IBS (Imposto Sobre Bens e Serviços), que unificará o ICMS e o ISS. A outra parte<br />
do IVA será o CBS.<br />
Em troca dessas mudanças que deverão trazer o fim da guerra fiscal entre os Estados, o governo criará um Fundo de Desenvolvimento<br />
Regional para financiar projetos de desenvolvimento em Estados mais pobres. Inicialmente orçado em R$ 40<br />
bilhões a partir de 2033, o fundo foi um dos principais pontos de embates.<br />
A proposta prevê alíquotas reduzidas para alguns setores da economia e abre margem para a criação de um sistema de<br />
cashback (devolução de parte do tributo pago), que será regulamentada por lei complementar. O texto também prevê mudanças<br />
na tributação sobre patrimônio, com cobrança de imposto sobre meios de transporte de luxo e heranças.<br />
24 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
NOTAS<br />
FIERGS LANÇA NOVAS<br />
FERRAMENTAS DIGITAIS<br />
Já estão disponíveis duas novas ferramentas digitais criadas pela FIERGS (Federação das Indústrias do Estado<br />
do Rio Grande do Sul). A apresentação da Indústria de Benefícios e do Portal da Indústria Gaúcha foi feita a presidentes<br />
de Sindicatos Industriais filiados à FIERGS pelo presidente Gilberto Porcello Petry. “Estamos apresentando<br />
o Portal da Indústria e o Indústria de Benefícios para fortalecer os Sindicatos e seus associados. São iniciativas da<br />
FIERGS para a geração de negócios na indústria gaúcha e fomento ao associativismo”, destacou Gilberto Petry.<br />
A plataforma Indústria de Benefícios, idealizada pela Unisind (Unidade de Desenvolvimento Sindical) da FIER-<br />
GS, é destinada exclusivamente às empresas associadas aos Sindicatos Industriais filiados à Federação e ao CIER-<br />
GS (Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul), com acesso gratuito. A iniciativa promove resultados<br />
para todos os envolvidos. Para os sindicatos, é um incremento de portfólio e estímulo ao associativismo. Para as<br />
indústrias, uma possibilidade de acessarem fornecedores, serviços diferenciados e com condições favoráveis. Já os<br />
parceiros terão maior destaque entre as indústrias. São benefícios envolvendo os mais diferentes setores, incluindo<br />
o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e o Sesi (Serviço Social da Indústria). Para conhecer a<br />
plataforma e saber mais sobre os parceiros, acesse o link: https://industriadebeneficios.fiergs.org.br/<br />
A outra novidade, o Portal da Indústria Gaúcha, encabeçado pelo Conase (Conselho de Articulação Sindical<br />
e Empresarial), em parceria com a Unisind, tem como origem conceitual básica o antigo Cadastro Industrial da<br />
FIERGS. O objetivo é conectar as indústrias gaúchas, aproximá-las das entidades do Sistema FIERGS, entregando<br />
soluções e conteúdos direcionados de acordo com as necessidades. O portal https://portaldaindustria.fiergs.org.<br />
br/ integra empresas, relacionando as buscas de uma com os itens catalogados de outra. Também disponibiliza<br />
um mapa de negócios com localização por município ou região, permitindo pesquisar por densidade de potenciais<br />
parceiros.<br />
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26 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
Máquinas para Laminação
NOTAS<br />
CUSTO<br />
BRASIL<br />
Foto: divulgação<br />
Entre os aspectos que impactam o Custo Brasil, a questão tributária é a que mais desperta preocupações das instituições<br />
que participaram da consulta pública sobre o tema realizada pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio<br />
e Serviços) no último mês de junho. Do total de sugestões enviadas à pasta, 18,8% trataram da complexa estrutura de tributos<br />
no país que se espera ser simplificada com a proposta reforma tributária que tramita no congresso nacional.<br />
Nesse tema, os participantes fizeram referências específicas à cumulatividade dos tributos ao longo da cadeia produtiva,<br />
à complexidade da legislação tributária, e às obrigações acessórias como por exemplo, problemas relacionados à emissão de<br />
notas fiscais e às demonstrações contábeis.<br />
O setor de energia aparece em segundo lugar na consulta, com 16,6% das contribuições, seguido por transporte e logística<br />
(14,3%), comércio exterior (10,6%), financiamento e garantias (7,6%), legislação trabalhista (7,3%), meio ambiente (5,3%),<br />
telecomunicações (3,6%), saúde e vigilância sanitária (3,5%), inovação (2,9%), Justiça e segurança pública (2,7%), regulação da<br />
qualidade (1;1%), propriedade intelectual (0,6%), comércio (0,6%), saneamento básico (0.6%), abertura de empresas (0,5%, e<br />
compras públicas (0,4%).<br />
A indústria foi o setor que enviou mais contribuições, com 42,4% do total, seguida pela área de energia, responsável por<br />
20% das sugestões, sendo 10,6% relativas a gás natural e petróleo, e 9,4% do setor elétrico. Na sequência, aparecem transportes<br />
(8,2%), telecomunicações (7,1%), tecnologia de informação (5,9%), setor financeiro (5,9%), saúde (3,5%), agropecuária<br />
(2,4%), serviços profissionais (2,4%), comércio (1,2%) e saneamento básico (1,2%).<br />
Sob responsabilidade da Secretaria de Competitividade e Política Regulatória do MDIC, a consulta teve o objetivo de<br />
identificar ineficiências regulatórias que impactam no Custo Brasil. Os dados serão usados na formulação Estratégia de Redução<br />
do Custo Brasil, prevista para ser implementada nos próximos 10 anos.<br />
28 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
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NOTAS<br />
PARQUE INDUSTRIAL<br />
RETRÓGRADO<br />
O parque industrial brasileiro envelheceu e não foi renovado. Uma pesquisa inédita da CNI (Confederação Nacional da<br />
Indústria) mostra que as máquinas e equipamentos industriais têm, em média, 14 anos, e 38% deles estão próximos ou já<br />
ultrapassaram a idade sinalizada pelo fabricante como ciclo de vida ideal. Os dados consideram as máquinas usadas na indústria<br />
extrativa e na indústria de transformação, sem contar os materiais de escritório e os equipamentos de transporte.<br />
A pesquisa reforça que máquinas mais antigas afetam a competitividade das indústrias e exigem maiores custos de<br />
manutenção e gerenciamento da vida útil dos equipamentos, uma vez que tendem a ter mais problemas e falhas nas operações.<br />
Além disso, quanto mais próxima uma máquina está de esgotar sua vida útil, mais dificuldades surgem nos processos,<br />
como a de conseguir peças compatíveis para manutenção. “Esse cenário de envelhecimento das máquinas e equipamentos<br />
revela a necessidade de adoção de políticas públicas que estimulem a renovação e atualização tecnológica do parque fabril<br />
brasileiro”, afirma a diretora de Desenvolvimento Industrial e Economia da CNI, Lytha Spíndola. A economista lembra que o<br />
Plano de Retomada da Indústria, entregue pela CNI ao governo brasileiro, apresenta uma proposta de estímulo ao investimento<br />
por meio da depreciação acelerada, com objetivo de aumentar a produtividade da economia brasileira e acelerar o<br />
ritmo de crescimento econômico do Brasil.<br />
A sondagem especial Idade e Ciclo de Vida das Máquinas e Equipamentos no Brasil foi realizada em junho e foram ouvidas<br />
1.682 empresas das indústrias extrativa e de transformação e 356 empresas da indústria da construção.<br />
Foto: divulgação<br />
30 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
NOTAS<br />
Foto: divulgação<br />
CONTAGEM REGRESSIVA<br />
Mais de 200 marcas expositoras levarão à Fimma Brasil suas soluções em insumos, componentes, acessórios, químicos,<br />
máquinas, ferramentas, software e demais segmentos que atendem às indústrias de móveis. A Revista REFERÊNCIA MADEI-<br />
RA INDUSTRIAL também estará presente na feira que acontece de 28 a 31 de agosto, em Bento Gonçalves (RS). A feira terá<br />
o espaço Ecossistema de Inovação, que contará com a presença de parceiros apresentando o que há de mais atual em IA<br />
(Inteligência Artificial) para o setor moveleiro. Em 2023, pela segunda vez a Fimma ocorrerá em conjunto com a Movelsul Brasil.<br />
Além de promover negócios entre empresas brasileiras, a feira do setor moveleiro entende a importância de apoiar seus<br />
expositores na prospecção de parcerias com o mercado externo. Por isso, a próxima edição do evento mais uma vez contará<br />
com Rodadas de Negócios Internacionais – garantindo a presença de importadores vindos de países estratégicos para os fornecedores<br />
da cadeia moveleira.<br />
A ação, coordenada pelo Orchestra Brasil – projeto de fomento às exportações mantido pelo Sindmóveis (Sindicato das<br />
Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves) com apoio da Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e<br />
Atração de Investimentos) – permitirá que os expositores realizem negócios junto ao mercado externo. Conforme Daniel Segalin,<br />
diretor internacional da Movergs – entidade que realiza a Fimma Brasil, as Rodadas de Negócios Internacionais são um<br />
diferencial da feira. “Os encontros ocorrerão em um estande exclusivo onde os importadores poderão conversar diretamente<br />
com representantes das empresas participantes para alinhar parcerias e prospectar negócios. Tudo com apoio e orientação do<br />
Orchestra Brasil para potencializar a experiência das empresas”, explica Daniel.<br />
32 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
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APLICAÇÃO<br />
XXV PRÊMIO<br />
SALÃO DESIGN<br />
Com 35 anos de história, o Prêmio Salão Design conquistou credibilidade na área do design de mobiliário. Realizado<br />
desde 1988 pelo Sindmóveis (Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves), a tradicional premiação brasileira<br />
do segmento contou nesta edição, a XXV, com 562 projetos inscritos. Desses, 228 foram aprovados e considerados<br />
finalistas e 11 projetos foram contemplados. A mostra com os produtos ocorrerá em um espaço exclusivo na feira Movelsul<br />
Brasil, evento simultâneo a Fimma (Feira Internacional de Fornecedores da Cadeia Produtiva de Madeira e Móveis),<br />
que será realizada de 28 a 31 de agosto, no Parque de Eventos de Bento Gonçalves (RS).<br />
Entre os projetos premiados destacamos os Prêmios Especiais: Madeiras Alternativas e Prêmio Voto Popular. O<br />
primeiro é uma categoria especial em parceria com o SFB (Serviço Florestal Brasileiro), que teve colaboração da pesquisadora<br />
associada ao LPF (Laboratório de Produtos Florestais) do SFB, Vera Coradin; e o segundo contou com a participação<br />
do público, que votou em seus projetos favoritos. No site salaodesign.com.br estão disponíveis os projetos premiados<br />
e os pareceres do júri estético-criativo, bem como, seus depoimentos sobre os desafios do Prêmio Salão Design<br />
2023.<br />
PRÊMIOS ESPECIAIS<br />
A Cadeira Terra, design de Amelia Tarozzo, Camila Fix, Flavia Pagotti e Rejane Carvalho Leite (Plataforma4 para Oficcina<br />
Origin) de São Paulo (SP) foi o projeto premiado na categoria Madeiras Alternativas. Conforme o parecer do júri, “a<br />
cadeira usa ripas de jequitibá-rosa (Cariniana sp.) maciço, coladas e prensadas em forma de painéis. A superfície lisa ao<br />
toque é obtida por meio de lixação manual com aplicação de camada de proteção de verniz PU e seladora.”<br />
Na categoria Voto Popular, o projeto vencedor foi a Estante KIS, design assinado por Ráisa Guerra e Silva (Mania de<br />
Decoração), de Goiânia (GO). O parecer do júri destacou a votação obtida. “Pela primeira vez em seus 35 anos de história,<br />
o Prêmio Salão Design contou com a participação do público. O Prêmio Voto Popular é uma distinção concedida ao<br />
projeto finalista que foi mais votado. O premiado nesta edição recebeu 12.874 dos 59.583 votos on-line.”<br />
Fotos: Carlos Ben<br />
ESTANTE KIS, POR RÁISA<br />
GUERRA E SILVA<br />
CADEIRA TERRA, DESIGN DE AMELIA TAROZZO, CAMILA FIX,<br />
FLAVIA PAGOTTI E REJANE CARVALHO LEITE<br />
34 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
CUPIM SUBTERRÂNEO<br />
NORMA ASTM D:3345-74 (1999)<br />
AVALIAÇÃO 10<br />
CIPERTRIN MD foi aplicado em painéis compensados pelo processo de adição à cola e tratamento superficial, posteriormente<br />
estes painéis foram submetidos ao ataque de CUPINS SUBTERRÂNEOS conforme NORMA ASTM D:3345-74 (1999)<br />
(Stabd Test Method for Laboratory Evoluation of Wood and Other Cellulosic Materials for Resistence to Termites), obtendo<br />
resultados de avaliação 10, onde demonstra total eficiência contra o ataque dos CUPINS SUBTERRÂNEOS, atendendo<br />
assim, a Norma de Preservação de Madeira ABNT 16143 (Sistema de Categoria de Uso).<br />
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madeira, (compensados, MDF, HDF, OSB, e outros)<br />
por adição à cola e tratamento superficial;<br />
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FRASES<br />
“O ATUAL CENÁRIO DESAFIADOR PARA A INDÚSTRIA, COM<br />
TAXA DE JUROS ELEVADA E AUMENTO DO ENDIVIDAMENTO,<br />
AINDA CRIA UM AMBIENTE DE INCERTEZA NOS EMPRESÁRIOS EM<br />
RELAÇÃO A UM SEGUNDO SEMESTRE DIFÍCIL, PORÉM COM ALGUMA<br />
MELHORA NA DEMANDA”<br />
STÉFANO PACINI, ECONOMISTA DA FGV IBRE (INSTITUTO BRASILEIRO<br />
DE ECONOMIA DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS), RESPONSÁVEL<br />
PELA DIVULGAÇÃO DO ICI (ÍNDICE DE CONFIANÇA DA INDÚSTRIA)<br />
“ESTIMAMOS<br />
UM PRAZO DE<br />
DOIS OU TRÊS<br />
MESES PARA O<br />
AMADURECIMENTO<br />
DE TODOS OS PONTOS<br />
DA REFORMA. O<br />
CONGRESSO DEVE UMA<br />
REFORMA TRIBUTÁRIA<br />
AO BRASIL, TENHO MUITA<br />
CONVICÇÃO DE QUE A<br />
ENTREGAREMOS AINDA ESSE<br />
ANO”<br />
“O SETOR PRIVADO BRASILEIRO, QUE DETÉM A<br />
CHAVE DE UMA TRANSIÇÃO VERDE BEM SUCEDIDA,<br />
COM EMPRESÁRIOS QUE OPERAM NA ECONOMIA<br />
GLOBAL, ESTÃO MAIS BEM COLOCADOS PARA<br />
PROCURAR UM PREÇO DE CARBONO DOMÉSTICO<br />
QUE GARANTA AS CONDIÇÕES DE CONCORRÊNCIA<br />
EQUITATIVA PARA TODOS”<br />
IGNACIO YBÁÑEZ, EMBAIXADOR DA UNIÃO EUROPEIA<br />
NO BRASIL, DURANTE LANÇAMENTO DA PROPOSTA DA<br />
CNI (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA) PARA<br />
REGULAÇÃO DO MERCADO DE CARBONO NO BRASIL<br />
RODRIGO<br />
PACHECO,<br />
PRESIDENTE DO<br />
SENADO, SOBRE<br />
A EXPECTATIVA<br />
DE VOTAR<br />
A REFORMA<br />
TRIBUTÁRIA NA<br />
CASA<br />
Foto: Roque de Sá/Agência Senado<br />
“O USO DA MADEIRA, APLICADA<br />
EM SUAS DIVERSAS TÉCNICAS,<br />
É UM PROJETO QUE MUDA A<br />
HISTÓRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL<br />
E MUDA A IMAGEM DO BRASIL NO<br />
MUNDO, QUANDO O ASSUNTO É<br />
DESMATAMENTO”<br />
SILVIO BARROS, CONSULTOR DE<br />
SUSTENTABILIDADE E GESTÃO<br />
URBANA DA CBIC (CÂMARA<br />
BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA<br />
CONSTRUÇÃO)<br />
36 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
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ENTREVISTA<br />
EM DEFESA<br />
DA NEOINDUSTRIALIZAÇÃO<br />
IN DEFENSE<br />
OF NEO-<br />
INDUSTRIALIZATION<br />
ENTREVISTA<br />
O<br />
empresário Ricardo Alban foi eleito no último mês de<br />
maio para assumir a presidência da CNI (Confederação<br />
Nacional da Indústria) nos próximos 4 anos. A<br />
posse está marcada para 31 de outubro. Atual presidente<br />
da FIEB (Federação das Indústrias do Estado<br />
da Bahia) Alban também é vice-presidente da Associação Nacional<br />
da Indústria de Biscoitos; presidente do Sindicato da Indústria do<br />
Trigo, Milho, Mandioca, Massas Alimentícias e de Biscoitos do<br />
Estado da Bahia; membro do Conselho Nacional do Sesi (Serviço<br />
Social da Indústria); membro da Associação Nordeste Forte; entre<br />
outras instituições. Desde 1987 é sócio-diretor da fábrica de biscoitos<br />
Tupy. Em entrevista para Revista REFERÊNCIA MADEIRA<br />
INDUSTRIAL ele fala da necessidade de investimentos para reindustrialização<br />
do país.<br />
Last May, businessman Ricardo Alban was elected to assume<br />
the Presidency of the National Confederation of Industry<br />
(CNI) for the next four years. The inauguration is scheduled<br />
for Oct. 31. Alban is the current President of the Federation<br />
of Industries of the State of Bahia (Fieb) and also Vice-president<br />
of the National Association of the Biscuit Industry; President<br />
of the Wheat, Corn, Cassava, Pasta, and Biscuits Industry of the State<br />
of Bahia Business Syndicate; Member of the National Council of the<br />
Social Service of Industry (Sesi); Member of the Northeast Strong Association;<br />
among other institutions. Since 1987, has been the Managing<br />
Partner of the Tupy biscuit factory. In an interview with REFERÊNCIA<br />
Madeira Industrial, he talks about the need for investments for the reindustrialization<br />
of the Country.<br />
RICARDO ALBAN<br />
FORMAÇÃO PROFISSIONAL: ENGENHEIRO MECÂNICO<br />
PELA UFBA (UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA) E EM<br />
ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS PELA EAUFBA (ESCOLA DE<br />
ADMINISTRAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA)<br />
CARGO: PRESIDENTE DA FIEB (FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS<br />
DO ESTADO DA BAHIA), PRESIDENTE ELEITO DA CNI<br />
Foto: Michelle Fioravanti<br />
(CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA)<br />
PROFESSIONAL EDUCATION: MECHANICAL ENGINEERING, FEDERAL UNIVERSITY<br />
OF BAHIA (UFBA) AND BUSINESS ADMINISTRATION, BUSINESS SCHOOL, FEDERAL<br />
UNIVERSITY OF BAHIA (EAUFBA)<br />
FUNCTION: PRESIDENT OF THE FEDERATION OF INDUSTRIES OF THE STATE OF<br />
BAHIA (FIEB) AND PRESIDENT-ELECT OF THE NATIONAL CONFEDERATION OF<br />
INDUSTRY (CNI)<br />
38 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
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SUCESSO NO EXTERIOR:<br />
PROJETO COM MADEIRA TROPICAL NATIVA ENGENHEIRADA<br />
É DESTAQUE EM EVENTO INTERNACIONAL<br />
A utilização de novas tecnologias para a indústria de base<br />
florestal, além de trazer benefícios econômicos, também garante<br />
melhor aproveitamento das espécies madeireiras disponíveis na<br />
floresta.<br />
Um exemplo disso é a Madeira Laminada Colada, que utiliza<br />
madeiras de baixa densidade (madeiras brancas) para construir<br />
peças de diferentes dimensões e formatos, podendo substituir<br />
estruturas metálicas e concreto nas construções civis, mantendo a<br />
qualidade e contando com a leveza e beleza da madeira.<br />
O CIPEM (Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de<br />
Madeira do Estado de Mato Grosso), em parceria com o LaMEM<br />
(Laboratório de Madeiras e Estruturas de Madeiras) da USP<br />
(Universidade de São Paulo), realizou ensaios com algumas<br />
espécies de madeira nativa, encontrando resultados promissores<br />
para sua utilização.<br />
Com base nos resultados do estudo com o LaMEM, o arquiteto<br />
Roberto Lecomte elaborou o projeto arquitetônico da Sede do<br />
CIPEM, totalmente construído com madeira nativa, utilizando<br />
todos os produtos disponíveis, como madeira maciça, laminados e<br />
a MLC.<br />
Este projeto foi selecionado, dentre outros 600 trabalhos de<br />
todo o mundo, para ser apresentado na WCTE (World Conference<br />
on Timber Engineering, em tradução direta Congresso Mundial de<br />
Engenharia da Madeira) 2023.<br />
A apresentação do projeto da Sede do CIPEM, utilizando a<br />
madeira nativa para a fabricação de madeira engenheirada gerou<br />
grande repercussão e interesse por parte dos quase 900 participantes,<br />
de todas as partes do mundo, reunidos em Oslo/Noruega.<br />
A WCTE é o principal fórum científico do mundo para a<br />
apresentação das mais recentes soluções técnicas e arquitetônicas<br />
e inovações na construção em madeira.
ENTREVISTA<br />
COMO FOI SUA TRAJETÓRIA DENTRO DA FIEB<br />
ATÉ SER ELEITO PARA PRESIDÊNCIA DA CNI?<br />
Estou à frente da FIEB (Federação das Indústrias do<br />
Estado da Bahia) desde 2014 e, desde 2018, atuo como<br />
presidente do CIEB (Centro das Indústrias do Estado da<br />
Bahia). Neste período em que estou à frente da FIEB, a<br />
instituição ganhou envergadura e eficiência, atestadas<br />
pelo aumento significativo na prestação de serviços à<br />
indústria baiana. A gestão corporativa foi um dos grandes<br />
focos de minha administração. Além da gestão, a<br />
inovação foi outro vetor fundamental, com incentivo à<br />
P&D (Pesquisa & Desenvolvimento) e energia limpa. Por<br />
meio do Cimatec (Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia),<br />
Cimatec Park e outras iniciativas como adesão<br />
ao Pacto Global, a FIEB contribuiu para criar na Bahia um<br />
hub para a nova indústria, baseada em inovação, P&D<br />
e energia limpa. Nesse contexto, destaca-se o Cimatec<br />
Park, inaugurado em 2019, em uma área de 4 milhões de<br />
m² (metros quadrados) no polo industrial de Camaçari<br />
(BA).<br />
QUAIS SERÃO SEUS PRINCIPAIS DESAFIOS NA<br />
PRESIDÊNCIA DA CNI?<br />
O setor produtivo precisará se reinventar, investir<br />
em inovação e em ganho de escala para se adequar às<br />
exigências do fornecimento global, tornando-se capaz<br />
também de atender o mercado interno de maneira competitiva.<br />
No entanto, o Brasil tem sérias restrições estruturais,<br />
que costumeiramente denominamos de Custo Brasil,<br />
que envolve aspectos como sistema tributário anacrônico,<br />
infraestrutura deficiente e cara, baixo nível educacional e<br />
de qualificação da mão de obra, etc. Por isso, se não houver<br />
um esforço concentrado e acelerado do setor público<br />
nessa frente, dificilmente o trabalho do setor privado<br />
logrará êxito. Esse é o exemplo internacional em todos<br />
os países que avançaram rapidamente no caminho do<br />
desenvolvimento. Um trabalho coordenado dos setores<br />
público e privado na promoção dos investimentos necessários<br />
ao país, que também contemplem a descarbonização<br />
da indústria e a transição enérgica para a garantia de<br />
uma economia mais sustentável.<br />
COMO SERÁ A RELAÇÃO DA SUA GESTÃO E DA<br />
CNI COM ESTE NOVO GOVERNO QUE TRABALHA<br />
CONTRA A INDÚSTRIA?<br />
A criação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria,<br />
Comércio e Serviços é um sinal do compromisso do<br />
atual governo com a indústria brasileira. A atuação con-<br />
WHAT WAS YOUR PATH WITHIN THE FEDERA-<br />
TION OF INDUSTRIES OF THE STATE OF BAHIA<br />
(FIEB) UNTIL YOU WERE ELECTED TO THE CNI<br />
PRESIDENCY?<br />
Since 2014, I have been the head of Fieb; since<br />
2018, I have been the President of the Center of Industries<br />
of the State of Bahia (Cieb). In this period in which<br />
I was head of Fieb, the institution has gained breadth<br />
and efficiency, attested by the significant increase in<br />
providing services to the State of Bahia’s Industrial Sector.<br />
Corporate management was one of the primary focuses<br />
of my administration. In addition to management,<br />
innovation was another fundamental vector, with incentives<br />
for Research and Development and clean energy.<br />
Through the Integrated Center for Manufacturing and<br />
Technology (Cimatec), Cimatec Park, and other initiatives,<br />
such as joining the Global Compact, Fieb created<br />
a hub for the new industry based on innovation, R&D,<br />
and clean energy in Bahia. In this context, Cimatec<br />
Park stands out, inaugurated in 2019, in an area of four<br />
million m² in the industrial center of Camaçari (BA).<br />
WHAT WILL BE YOUR MAIN CHALLENGES AS<br />
PRESIDENT OF CNI?<br />
The Productive Sector must reinvent itself, invest<br />
in innovation, and gain scale to adapt to global supply<br />
requirements, thus becoming more competitive in the<br />
domestic market. However, Brazil has severe structural<br />
restrictions, which we usually call Custo Brasil, which<br />
involve an anachronistic tax system, deficient and<br />
expensive infrastructure, low educational and qualification<br />
levels of the workforce, etc. Therefore, if there is<br />
no concentrated and accelerated effort by the Public<br />
Sector on this front, the work of the Private Sector will<br />
hardly succeed. This is an international example of all<br />
the countries that have advanced rapidly on the development<br />
path. A coordinated work of the Public and<br />
Private Sectors in promoting the investments needed<br />
by the Country also contemplates industry’s decarbonization<br />
and the energetic transition to ensure a more<br />
sustainable economy.<br />
WHAT WILL BE THE RELATIONSHIP BETWEEN<br />
YOUR MANAGEMENT AND THE CNI WITH THE<br />
CURRENT GOVERNMENT THAT WORKS AGAINST<br />
THE INDUSTRY?<br />
In creating the Ministry of Development, Industry,<br />
Trade, and Services, the Government has signaled its<br />
O SETOR PRODUTIVO PRECISARÁ SE REINVENTAR, INVESTIR EM<br />
INOVAÇÃO E EM GANHO DE ESCALA PARA SE ADEQUAR ÀS<br />
EXIGÊNCIAS DO FORNECIMENTO GLOBAL<br />
40 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
ENTREVISTA<br />
junta dos setores público e privado para a promoção de<br />
investimentos necessários ao país é fundamental para o<br />
desenvolvimento da nossa indústria. Para o efeito sistêmico<br />
que almejamos, de reindustrializar o Brasil, precisamos<br />
de políticas transversais de competitividade que levem,<br />
por exemplo, à redução do custo da energia, do gás natural<br />
no país, à redução do peso da tributação sobre o setor<br />
industrial, ao incremento dos recursos disponíveis para o<br />
financiamento de projetos de investimentos em ampliação<br />
e modernização de capacidades, além de recursos<br />
para a pesquisa e inovação, vitais para nos inserirmos na<br />
indústria contemporânea, entre tantas outras questões<br />
que precisamos abordar numa construção de política<br />
integrada de desenvolvimento industrial. O que temos<br />
observado é um claro objetivo desse governo de apoio à<br />
indústria e a um processo efetivo de neoindustrialização.<br />
Se existem algumas ações que podem ir de encontro a<br />
isso, vamos conversar, esclarecer as divergências e buscar<br />
as convergências.<br />
QUAIS FORAM AS PRINCIPAIS CONQUISTAS DA<br />
SUA GESTÃO À FRENTE DA FIEB?<br />
A FIEB buscou se aproximar mais do empresariado do<br />
interior da Bahia, investindo na construção de unidades<br />
integradas nas principais cidades do interior para levar<br />
os serviços e a expertise de inovação do Sesi, Senai, IEL<br />
e CIEB. Com isso, também buscamos dar suporte ao pequeno<br />
e médio empresário industrial, apoiando em questões<br />
ambientais, regulatórias e de crédito. Outro aspecto<br />
que podemos destacar é o incentivo à implementação<br />
da indústria 4.0, começando pela transformação digital<br />
dos processos e produtos de dentro para fora. O Cimatec<br />
Park, inaugurado em 2019, é um exemplo. Esse hub tecnológico<br />
abriga, dentre outros, o principal complexo de<br />
inovação da Ford: o Centro de Desenvolvimento e Tecnologia<br />
da Ford do Brasil. Também incentivamos a P&D. Um<br />
dos investimentos mais recentes foi trazer para a Bahia<br />
um núcleo do observatório da indústria, que está em fase<br />
de implantação na sede da FIEB. Esse núcleo vai subsidiar<br />
o setor industrial com informações estratégicas utilizando<br />
big data e outras ferramentas avançadas de dados.<br />
DURANTE SUA GESTÃO HOUVE UMA EXPANSÃO<br />
DAS ATIVIDADES DA FIEB PARA O INTERIOR DO ES-<br />
TADO. ACREDITA QUE QUANDO SE FALA DE TODO<br />
TERRITÓRIO NACIONAL, AINDA HÁ NECESSIDADE<br />
DE INTERIORIZAÇÃO DAS ATIVIDADES INDUS-<br />
TRIAIS?<br />
Sim, assim como há desequilíbrios entre as regiões<br />
do país, há também desigualdades internas, dentro dos<br />
Estados da federação. Induzir o crescimento para o interior<br />
é um dos principais desafios para os formuladores de<br />
políticas públicas. É necessário proporcionar condições<br />
para que as cidades de médio porte possam se desenvolver,<br />
aproveitando suas potencialidades para criar riquezas.<br />
A concentração industrial foi resultado de um processo<br />
commitment to the Brazilian Industrial Sector. The joint<br />
action of the Public and Private Sectors in promoting<br />
investments the Country needs is fundamental for<br />
developing our industry. For the systemic effect that<br />
we want of reindustrializing Brazil, we need transversal<br />
competitiveness policies that lead, for example, to the<br />
reduction of the cost of energy and natural gas in the<br />
Country, and to the reduction of the burden of taxation<br />
on the Industrial Sector, to the increase of the resources<br />
available for the financing of investment projects in<br />
expansion and modernization, in addition to resources<br />
for research and innovation, vital to insert ourselves in<br />
contemporary industry, among many other issues that<br />
we need to address in the construction of an integrated<br />
industrial development policy. We have observed a clear<br />
objective of this Government to support the industry<br />
and to an effective process of neo-industrialization. If<br />
some actions can go against this, we will talk, clarify the<br />
divergences, and seek out the convergences.<br />
WHAT WERE THE MAIN ACHIEVEMENTS OF<br />
YOUR MANDATE AS THE HEAD OF FIEB?<br />
Fieb sought to get closer to the business community<br />
in the interior of the State of Bahia, investing in<br />
the construction of Integrated Units in the main cities<br />
of the interior to provide Sesi, Senai, IEL, and Cieb<br />
services and innovation expertise. With this, we also<br />
sought to support small and medium-sized industrial<br />
entrepreneurs, supporting environmental, regulatory,<br />
and credit issues. Another aspect we can highlight is<br />
the incentive to implement Industry 4.0, starting with<br />
the digital transformation of processes and products<br />
from the inside out. Cimatec Park, inaugurated in 2019,<br />
is an example. This technology hub is home to, among<br />
others, Ford’s main innovation complex: the Ford do<br />
Brasil’s Development and Technology Center. We also<br />
encourage Research & Development. One of the most<br />
recent investments was to bring to the State of Bahia a<br />
nucleus of the Industry Observatory, which is in the implementation<br />
phase at Fieb’s offices. This nucleus will<br />
subsidize the Industrial Sector with strategic information<br />
using big data and other advanced data tools.<br />
DURING YOUR ADMINISTRATION, FIEB’S AC-<br />
TIVITIES WERE EXPANDED TO THE INTERIOR OF<br />
THE STATE. DO YOU BELIEVE THERE IS STILL A<br />
NEED TO INTERNALIZE INDUSTRIAL ACTIVITIES<br />
WHEN DISCUSSING THE ENTIRE BRAZILIAN TER-<br />
RITORY?<br />
Yes, just as there are imbalances between the Regions<br />
of the Country, there are also internal inequalities<br />
within the States. Inducing growth inland is one of the<br />
main challenges for policymakers. It is necessary to<br />
provide conditions for medium-sized cities to develop,<br />
taking advantage of their potential to create wealth.<br />
The industrial concentration resulted from a natural<br />
42 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
FEIRA INTERNACIONAL DA<br />
INDÚSTRIA DE MÓVEIS E MADEIRA
ENTREVISTA<br />
natural de atração de indústrias para alguns municípios,<br />
aproveitando as economias de aglomeração, que se<br />
traduzem em melhores condições de competitividade.<br />
Isso fez com que algumas regiões fossem colocadas à<br />
margem do crescimento econômico, principalmente da<br />
industrialização. No entanto, políticas de desconcentração<br />
são complexas e devem ser focadas, não na taxação<br />
da região que apresenta condições mais favoráveis, tampouco<br />
no desincentivo ao crescimento dessa região, mas<br />
em instrumentos que possibilitem que as regiões menos<br />
desenvolvidas incrementem suas condições de competitividade<br />
face às regiões mais industrializadas. Importante<br />
também considerar vocações naturais de desenvolvimento,<br />
obedecendo as vantagens comparativas de cada<br />
região. O reconhecimento dos vetores de crescimento<br />
regionais e setores industriais potenciais, assim como a<br />
infraestrutura logística necessária são fundamentais para<br />
adequar serviços de capacitação empresarial, qualificação<br />
de mão de obra, ensino fundamental e a oferta de serviços<br />
públicos qualificados.<br />
A FIEB TEM INCENTIVADO A ADOÇÃO DA ECO-<br />
NOMIA CIRCULAR. A PARTIR DESTA EXPERIÊNCIA,<br />
COMO AVALIA A ADOÇÃO DESTA INICIATIVA PELO<br />
SETOR INDUSTRIAL?<br />
A indústria brasileira já tem adotado práticas para o<br />
melhor aproveitamento dos recursos naturais, mas precisamos<br />
avançar neste caminho, que é irreversível. A economia<br />
circular associa crescimento econômico a um ciclo<br />
de desenvolvimento sustentável, permitindo a redução de<br />
custos/perdas produtivas por meio da diminuição da dependência<br />
de matérias-primas virgens. O mercado exige<br />
que todos façamos parte deste movimento. A conscientização<br />
da sociedade para a importância deste tema ainda<br />
é necessária, além de políticas públicas que estimulem<br />
a gestão estratégica dos recursos naturais, promovam a<br />
inovação e incentivem a pesquisa.<br />
A CNI TEM UM TRABALHO VOLTADO PARA FOR-<br />
MAÇÃO ACADÊMICA E DE TRABALHADORES PARA<br />
A INDÚSTRIA. COMO É REALIZADO O TRABALHO<br />
NA PRÁTICA PELAS FEDERAÇÕES NOS ESTADOS?<br />
A formação profissional de mão de obra é um dos<br />
desafios de competitividade para a indústria. Por isso,<br />
preparar e qualificar a mão de obra para aumentar a<br />
produtividade sempre esteve no foco das ações da CNI.<br />
process of attracting industries to some municipalities,<br />
taking advantage of the agglomeration economies,<br />
which translated into better competitiveness conditions.<br />
This caused some regions to be placed on the<br />
sidelines of economic growth, especially industrialization.<br />
However, deconcentration policies are complex<br />
and should be focused not on the taxation of the<br />
region that presents more favorable conditions, nor on<br />
the disincentive to the growth of that region, but on<br />
instruments that enable the less developed regions to<br />
increase their conditions of competitiveness vis-à-vis<br />
the more industrialized regions. Considering natural<br />
development vocations and obeying each region’s<br />
comparative advantages are also important. Recognizing<br />
regional growth vectors, potential industrial<br />
sectors, and the necessary logistics infrastructure is<br />
fundamental to adapting business training services,<br />
labor qualification, elementary education, and qualified<br />
public services.<br />
FIEB HAS ENCOURAGED THE ADOPTION OF<br />
THE CIRCULAR ECONOMY. FROM THIS EXPERIEN-<br />
CE, HOW DO YOU SEE THE ADOPTION OF THIS<br />
INITIATIVE BY THE INDUSTRIAL SECTOR?<br />
The Brazilian Industrial Sector has already adopted<br />
practices for the best use of natural resources, but we<br />
need to continue on this path and not turn back. The<br />
circular economy associates economic growth with a<br />
cycle of sustainable development, allowing the reduction<br />
of productive costs/losses through the decrease<br />
in dependence on virgin raw materials. The market<br />
demands that we all be part of this movement. The<br />
awareness of society for the importance of this theme<br />
is still necessary, in addition to public policies that stimulate<br />
the strategic management of natural resources,<br />
promote innovation, and encourage research.<br />
THE CNI HAS FOCUSED ON ACADEMIC AND<br />
WORKFORCE TRAINING FOR INDUSTRY. HOW DO<br />
YOU SEE THIS BEING CARRIED OUT IN PRACTICE<br />
BY THE STATE FEDERATIONS?<br />
Vocational workforce training is one of the competitiveness<br />
challenges for the Industrial Sector. Therefore,<br />
preparing and qualifying the workforce to increase<br />
productivity has always been the focus of CNI’s actions.<br />
For this, it has the support of the entities that are part<br />
INDUZIR O CRESCIMENTO PARA O INTERIOR É UM DOS PRINCIPAIS<br />
DESAFIOS PARA OS FORMULADORES DE POLÍTICAS PÚBLICAS. É<br />
NECESSÁRIO PROPORCIONAR CONDIÇÕES PARA QUE AS CIDADES DE MÉDIO<br />
PORTE POSSAM SE DESENVOLVER, APROVEITANDO SUAS POTENCIALIDADES<br />
PARA CRIAR RIQUEZAS<br />
44 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
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ENTREVISTA<br />
Para isso, conta com o apoio das entidades que fazem<br />
parte do Sistema Indústria e suas unidades regionais, vinculadas<br />
às federações. O Senai, criado com a missão de<br />
formar profissionais para a indústria nacional, tem papel<br />
fundamental neste processo. Esse esforço também é realizado<br />
pelo Sesi, que atua para melhorar a qualidade da<br />
educação e promovendo ambientes de trabalho seguros<br />
e saudáveis, e do IEL, que promove ações de capacitação<br />
empresarial. E o modelo de atuação do Sistema Indústria,<br />
que conta com o apoio das federações na operacionalização<br />
destas iniciativas, gera um efeito multiplicador que<br />
acaba se espalhando por todo o país.<br />
A INOVAÇÃO, A ENERGIA LIMPA E PRÁTICAS ESG<br />
SÃO IMPORTANTES NOS DIAS ATUAIS. COMO PRE-<br />
TENDE DESENVOLVER ESSAS INICIATIVAS JUNTO<br />
ÀS INDÚSTRIAS?<br />
Atentas às demandas em relação a padrões de sustentabilidade,<br />
as indústrias estão cada vez mais conscientes<br />
que o negócio pode até ser promissor e com probabilidade<br />
de lucro, mas o que está sendo decisivo para o mercado<br />
de investimento são as boas práticas empresariais que<br />
incorporam valores ambientais, sociais e de governança<br />
corporativa. O direcionamento com foco em ESG (Environmental,<br />
Social, Governance) e no comprometimento<br />
das metas atreladas aos ODSs (Objetivos do Desenvolvimento<br />
Sustentável) refletem diretamente em requisitos<br />
mercadológicos que se estendem na cadeia de valor,<br />
por meio de grandes empresas âncoras, dos principais<br />
setores produtivos, que possuem papel muito importante<br />
de influenciar fornecedores, normalmente pequenas e<br />
médias empresas, no engajamento de adotar práticas<br />
sustentáveis. As entidades representativas da indústria<br />
cumprem o papel de agente indutor de sustentabilidade,<br />
compartilhando conhecimento e incentivando as indústrias<br />
a adotarem os critérios ESG na estratégia empresarial,<br />
como fator impulsionador de melhor desempenho<br />
operacional, exercício da transparência e do diálogo com<br />
as partes interessadas, de maneira a assegurar um ambiente<br />
mais favorável aos negócios.<br />
QUAIS AS PRINCIPAIS INICIATIVAS QUE PRETEN-<br />
DE DESENVOLVER NA CNI?<br />
Nossa missão é representar e defender os interesses<br />
de todos os industriais brasileiros, do pequeno ao grande,<br />
do norte ao sul, da agroindústria à ciber indústria.<br />
Trabalharemos para materializar o apoio à indústria já<br />
manifestado pelas lideranças políticas nacionais e regionais.<br />
Assim, a indústria brasileira poderá ampliar sua contribuição<br />
para o Brasil alcançar novo patamar de desenvolvimento<br />
econômico e social. Nossa matriz energética<br />
limpa, a capacidade brasileira de inovação, nosso pujante<br />
mercado interno e a posição do Brasil em defesa da paz<br />
e do entendimento em um momento de aumento das<br />
tensões globais são forças capazes de dar novo ímpeto<br />
à indústria e colocá-la em nova trajetória de crescimenof<br />
the Industry Federation System and its regional<br />
units linked to the federations. Senai, created with the<br />
mission of training professionals for the domestic industry,<br />
has a fundamental role in this process. Also, this<br />
effort is being carried out by Sesi, which is working to<br />
improve the quality of education and promote safe and<br />
healthy work environments, and IEL, which supports<br />
business training. And the Industry Federation System’s<br />
model of action, which has the Federations’ support in<br />
operationalizing these initiatives, generates a multiplier<br />
effect that spreads throughout the Country.<br />
INNOVATION, CLEAN ENERGY, AND ESG<br />
PRACTICES ARE ESSENTIAL THESE DAYS. HOW<br />
DO YOU INTEND TO DEVELOP THESE INITIATIVES<br />
WITH THE INDUSTRIAL SECTOR?<br />
By being attentive to the demands regarding<br />
sustainability standards, companies are increasingly<br />
aware that the business may be promising and likely<br />
profitable. However, good business practices that are<br />
decisive for the investment market are good business<br />
practices that incorporate environmental, social, and<br />
corporate governance values. The targeting focused<br />
on ESG and the commitment of the goals linked to the<br />
Sustainable Development Goals (SDG) reflect directly<br />
on market requirements that extend in the value chain<br />
through large anchor companies of the main Productive<br />
Sectors, which have a significant role in influencing<br />
suppliers, usually small and medium-sized companies,<br />
in the commitment to adopt sustainable practices.<br />
The representative entities of the Industrial Sector<br />
fulfill the role of inducing sustainability agents, sharing<br />
knowledge, and encouraging industries to adopt ESG<br />
criteria in business strategy as a driving factor for better<br />
operational performance, exercise of transparency, and<br />
dialogue with stakeholders to ensure a more favorable<br />
environment for business.<br />
WHAT ARE THE MAIN INITIATIVES YOU IN-<br />
TEND TO DEVELOP AT CNI?<br />
Our mission is to represent and defend the interests<br />
of all Brazilian industrialists, from small to large,<br />
from North to South, from Agribusiness to the Cyber<br />
segment. We will work to materialize the support for<br />
the Industrial Sector already expressed by national and<br />
regional political leaders. Thus, the Brazilian Industrial<br />
Sector can expand its contribution to Brazil to reach a<br />
new economic and social development level. Our clean<br />
energy matrix, Brazil’s capacity for innovation, our thriving<br />
domestic market, and Brazil’s position in defense<br />
of peace and understanding at a time of rising global<br />
tensions are forces capable of giving new impetus to<br />
the Brazilian Industrial Sector and putting it on a new<br />
trajectory for sustainable growth. There is no great country<br />
in the world without a great industry. That is what<br />
we all strive for.<br />
46 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
ENTREVISTA<br />
to sustentável. Não há grande país no mundo sem uma<br />
grande indústria. É isso o que todos nós queremos.<br />
E SOBRE OS DESAFIOS PARA AS INDÚSTRIAS<br />
BRASILEIRAS?<br />
Temos desafios enormes. No campo estrutural, envolve<br />
um esforço nacional no sentido de realizar reformas<br />
que destravem as atuais barreiras ao investimento produtivo,<br />
a exemplo das reformas tributária e administrativa,<br />
que possibilitem um ajuste fiscal sustentado e de liberação<br />
de recursos para investimentos em infraestrutura<br />
física e social. Em outra frente, as empresas industriais<br />
que, após décadas de dificuldades e ininterruptas crises<br />
econômicas no Brasil, precisam buscar soluções empresariais<br />
e financeiras para investir em inovação e possíveis<br />
mudanças de atuação, inserindo-se nas novas vertentes<br />
produtivas, a exemplo da Indústria 4.0, da descarbonização<br />
da economia e da participação nas cadeias globais<br />
de valor, no contexto dos movimentos de nearshoring e<br />
friendshoring, temas que estão sendo debatidos hoje por<br />
conta dos problemas da globalização. Caso queiramos<br />
escapar da armadilha do baixo crescimento em que estamos<br />
presos há décadas, precisaremos avançar nos dois<br />
campos simultaneamente.<br />
OS DESAFIOS DO SETOR SÃO IGUAIS PARA IN-<br />
DÚSTRIAS PEQUENAS, MÉDIAS OU GRANDES?<br />
É preciso dividir essa questão em duas partes. As<br />
questões macroeconômicas afetam a todas as indústrias,<br />
independente do seu porte. Em linhas gerais, todas as<br />
empresas enfrentam o chamado Custo Brasil. Por outro<br />
lado, há problemas específicos das pequenas e médias<br />
indústrias. Sem entrar em pormenores, os quais dariam<br />
um artigo separado, é possível ilustrar os problemas das<br />
pequenas e médias indústrias com uma analogia sobre a<br />
questão da legislação ambiental. Há uma infinidade de<br />
normas e leis que regulamentam a economia quanto aos<br />
aspectos ambientais, as grandes empresas estão equipadas<br />
para compreender e atuar nessas questões, elas<br />
possuem um departamento que cuida desse tema ou,<br />
algumas vezes, pagam consultorias especializadas para<br />
assessorar em questões específicas. O pequeno e médio<br />
empresário, por sua vez, padece com o excesso de condicionantes<br />
ambientais não aplicáveis aos seus negócios,<br />
que são até desconhecidos, gerando custos elevados,<br />
multas e até paralisação da fábrica. A legislação, nesse<br />
caso, não diferencia o porte da empresa. Outro aspecto<br />
que ilustra essa diferença é o comércio internacional.<br />
Aqui também as grandes indústrias possuem canais próprios<br />
de comercialização e analistas especializados no<br />
comércio exterior. Já as pequenas e microempresas, por<br />
sua vez, desconhecem essa realidade e podem sofrer a<br />
concorrência dos importados. Por tudo isso, o papel da<br />
CNI e das Federações Estaduais de Indústria deve ser<br />
redobrado para apoiar e defender as micro, pequenas e<br />
média indústrias.<br />
WHAT ARE THE CHALLENGES FOR BRAZILIAN<br />
COMPANIES?<br />
We have enormous challenges. In the structural<br />
field, it involves a national effort to carry out reforms<br />
that unlock the current barriers to productive investment,<br />
such as tax and administrative reforms, which<br />
enable a sustained fiscal adjustment and release of<br />
resources for investments in physical and social infrastructure.<br />
On another front, industrial companies<br />
that, after decades of difficulties and uninterrupted<br />
economic crises in Brazil, need to seek business and<br />
financial solutions to investing in innovation and possible<br />
changes in performance, inserting themselves in<br />
the new productive aspects, such as Industry 4.0, the<br />
decarbonization of the economy, and participation in<br />
global value chains, in the context of nearshoring and<br />
friendshoring movements. These issues are being debated<br />
today because of the problems of globalization.<br />
If we want to escape the low-growth trap we have been<br />
stuck in for decades, we must move forward in both<br />
areas simultaneously.<br />
ARE THE CHALLENGES FOR THE INDUSTRIAL<br />
SECTOR THE SAME FOR ALL COMPANIES, WHE-<br />
THER SMALL, MEDIUM, OR LARGE?<br />
This question must be divided into two parts. Macroeconomic<br />
issues affect all companies, regardless of<br />
their size. In general, all companies face the so-called<br />
Custo Brasil. On the other hand, there are problems<br />
specific to small and medium-sized companies. Without<br />
going into detail, which would lead to a complete<br />
article, it is possible to illustrate the difficulties of<br />
small and medium-sized companies with an analogy on<br />
the issue of environmental legislation. Many standards<br />
and laws regulate the economy regarding ecological<br />
aspects, and large companies are equipped to understand<br />
and act on these issues; they have a department<br />
that takes care of these issues, or, sometimes, they pay<br />
specialized consultants to advise on specific issues. The<br />
small and medium entrepreneurs, in turn, suffer from<br />
the excess of environmental constraints not applicable<br />
to their business, which are unknown, generating high<br />
costs, fines, and even factory closures. In this case, the<br />
legislation does not differentiate the company’s size.<br />
Another aspect that illustrates this difference is international<br />
trade. The large companies also have their own<br />
marketing channels, and analysts specialized in foreign<br />
trade. Small and micro enterprises, on the other hand,<br />
are unaware of this reality and may suffer competition<br />
from imports. For all this, the role of the CNI and the<br />
State Federations of Industry must be redoubled to<br />
support and defend micro, small, and medium companies.<br />
HOW DO YOU SEE THE CURRENT DOMESTIC<br />
INDUSTRIAL SECTOR POLICY? IS MORE INCENTI-<br />
48 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
ENTREVISTA<br />
COMO AVALIA A POLÍTICA NACIONAL PARA O<br />
SETOR INDUSTRIAL? HÁ MAIS INCENTIVO OU MAIS<br />
DIFICULDADE?<br />
Nos últimos anos, não houve uma política industrial<br />
propriamente dita, mas ações esporádicas, a exemplo da<br />
desoneração da folha de pagamento para alguns setores<br />
e linhas de financiamento específicas. O reflexo disso foi<br />
a crescente desindustrialização precoce da economia<br />
brasileira. Felizmente, estamos presenciando uma nova<br />
preocupação das autoridades em fazer a uma Nova Política<br />
Industrial, a chamada neoindustrilização do Brasil,<br />
que está baseada em uma agenda moderna, com foco<br />
em tecnologia, inovação, energias limpas, ou seja, no desenvolvimento<br />
sustentável. Não podemos, no entanto, esquecer<br />
a indústria tradicional, que pode ser reconfigurada<br />
para alcançar as metas de sustentabilidade. Um primeiro<br />
passo nessa direção é equacionar o problema de financiamento<br />
para o investimento. Nesse sentido, o Governo Federal<br />
deu passo importante ao designar o BNDES (Banco<br />
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) como<br />
o braço financeiro desse processo, ampliando os recursos<br />
para a indústria. Ao que tudo indica, um novo foco de<br />
industrialização está em curso no BNDES e os números<br />
deste início de ano são promissores. Outro passo que<br />
será decisivo para que o Brasil finalmente entre nos trilhos<br />
do crescimento é a reforma tributária. A indústria vê<br />
com otimismo a mobilização do governo, do congresso<br />
e da sociedade em geral para a construção de um texto<br />
que seja aprovado ainda este ano. Os benefícios de uma<br />
reforma tributária serão amplos, seja para as empresas ou<br />
para os cidadãos. Deve aumentar a competitividade das<br />
nossas exportações e trazer equilíbrio na concorrência<br />
com os importados. Espera-se que somente com a reforma<br />
tributária, haja um crescimento acumulado de 12% do<br />
PIB (Produto Interno Bruto) em 15 anos, com aumento de<br />
R$ 1,2 trilhão, o que representa cerca de R$ 481 por mês<br />
para cada brasileiro. Essas possibilidades fazem acreditar<br />
que o Brasil pode recuperar o protagonismo no cenário<br />
mundial, com a indústria sendo locomotiva desse processo.<br />
QUAIS MEDIDAS ESPERA QUE O GOVERNO ADO-<br />
TE PARA INCENTIVAR A INDÚSTRIA E DIMINUIR O<br />
DESEMPREGO?<br />
Certamente não são medidas simples, não há uma fórmula<br />
mágica capaz de aumentar rapidamente o emprego.<br />
Ao contrário, é preciso persistência e foco para alcançar<br />
esse objetivo, que é desejo de todos nós. Algumas políticas<br />
de expansão do consumo, como retirar restrições do<br />
CPF das pessoas, abrir linhas de crédito, incentivar a construção<br />
de moradias e compra de seus bens, ampliar os<br />
benefícios sociais etc. são todas bem-vindas e necessárias<br />
nesse momento. O país precisa voltar a crescer, as pessoas<br />
precisam recuperar a autoestima, ficando empregadas<br />
e participando do mercado consumidor. Porém, essas políticas<br />
têm data de validade, elas não podem ser usadas<br />
VE OR MORE DIFFICULTY BEING CREATED?<br />
In recent years, there has not been an industrial<br />
policy per se, but somewhat sporadic actions, such as<br />
exempting payroll taxes for some sectors and creating<br />
specific financing lines. The reflection of this was the<br />
growing early deindustrialization of the Brazilian economy.<br />
Fortunately, we are witnessing a new concern of<br />
the authorities in elaborating a New Industrial Policy,<br />
the so-called Neo-industrialization of Brazil, which is<br />
based on a modern agenda, focusing on technology,<br />
innovation, and clean energy, i.e., sustainable development.<br />
We cannot, however, forget traditional industry,<br />
which can be reconfigured to achieve sustainability goals.<br />
The first step in this direction is to address the investment<br />
financing problem. In this sense, the Federal<br />
Government took an important step by designating the<br />
National Bank for Economic and Social Development<br />
(Bndes) as the financial arm of this process, expanding<br />
resources for the Industrial Sector. Apparently, a new<br />
focus on industrialization is underway in Bndes, and the<br />
numbers from the beginning of the year are promising.<br />
Another step that will be decisive for Brazil to get on<br />
the growth track finally is tax reform. The industry sees<br />
with optimism the mobilization of the Government,<br />
Congress, and society in general for the construction of<br />
a text that will be approved later this year. The benefits<br />
of tax reform will be wide-ranging, whether for businesses<br />
or citizens. It must increase the competitiveness<br />
of our exports and balance competition with imports.<br />
It is expected that just with tax reform, there will be a<br />
cumulative growth of 12% of GDP in 15 years, with an<br />
increase of R$ 1.2 trillion, which represents about R$<br />
481 per month for each Brazilian. These possibilities<br />
make us believe that Brazil can regain its leading role<br />
on the world stage, with the Industrial Sector being the<br />
locomotive of this process.<br />
WHAT MEASURES DO YOU EXPECT THE<br />
GOVERNMENT TO TAKE TO ENCOURAGE THE<br />
INDUSTRIAL SECTOR AND LOWER UNEMPLOY-<br />
MENT?<br />
They certainly will not be simple measures; no magic<br />
formula can rapidly increase employment. On the<br />
contrary, it takes persistence and focus to achieve this<br />
goal, which is the desire of all of us. Some policies to<br />
expand consumption, such as removing restrictions on<br />
an Individual’s Tax Registration (CPF), opening lines of<br />
credit, encouraging housing construction and buying<br />
goods, expanding social benefits, etc., are all welcome<br />
and necessary now. The Country needs to grow<br />
again, and people need to regain self-esteem, become<br />
employed, and participate in the consumer market.<br />
However, these policies have an expiration date. They<br />
cannot be used indefinitely because they quickly reach<br />
saturation, either in household debt capacity or in the<br />
physical infrastructure reach of the economy. Therefore,<br />
50 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
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ENTREVISTA<br />
indefinidamente, pois alcançam rapidamente a saturação,<br />
seja na capacidade de endividamento das famílias, seja<br />
no alcance da infraestrutura física da economia. Por isso,<br />
a melhor política de combate ao desemprego e apoio à<br />
indústria está no incentivo ao investimento em todas as<br />
suas vertentes, tanto na ampliação da capacidade de produção<br />
das fábricas, quanto na logística de escoamento<br />
dessa produção. O incentivo ao investimento passa por<br />
tudo o que foi discutido aqui, com a redução do Custo<br />
Brasil e políticas direcionadas para o setor industrial.<br />
QUAL A EXPECTATIVA PARA O SETOR INDUS-<br />
TRIAL NOS PRÓXIMOS ANOS?<br />
O panorama econômico nacional neste ano, embora<br />
não seja otimista, está melhorando com a constante reavaliação<br />
das projeções de crescimento do PIB. Para os<br />
próximos anos, tudo dependerá em grande medida da<br />
capacidade do governo federal em arrumar a casa e construir<br />
bases sólidas para sustentar um novo ciclo de crescimento<br />
a partir de 2024. O fato é que a economia brasileira<br />
perdeu o ritmo de crescimento desde março de 2022,<br />
após alcançar taxas anualizadas de crescimento de 4,9%<br />
em fevereiro de 2022, encerrando o ano com crescimento<br />
de 2,9%. O baixo crescimento do PIB brasileiro ainda reflete<br />
os impactos do aperto monetário, que resultou em<br />
uma das maiores taxas reais de juros do mundo. Isso encarece<br />
o crédito, com impactos para o consumo e para os<br />
investimentos. O cenário internacional também é nebuloso.<br />
Ainda persistem as medidas dos governos dos principais<br />
países em controlar a inflação, que atingiu níveis muito<br />
elevados. Por conta disso, os bancos centrais dos EUA<br />
(Estados Unidos da América) e da Europa promoveram<br />
forte elevação dos juros, reduzindo a liquidez mundial e<br />
encarecendo suas moedas. A economia chinesa, por sua,<br />
vez ainda tenta voltar ao crescimento dos últimos anos,<br />
mas encontra dificuldades em virtude da desestruturação<br />
dos mercados pós-covid. Nesse cenário de desaceleração<br />
econômica, a tendência é de queda dos preços das<br />
commodities. Por esta razão, recentemente os países da<br />
OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo)<br />
cortaram a produção de petróleo na tentativa de conter<br />
os preços. Adicione-se os efeitos da persistente guerra<br />
na Ucrânia. Por tudo isso, o crescimento projetado pelo<br />
Banco Mundial para as economias avançadas é de apenas<br />
0,5% e para o mundo em 2023 é de 1,7%. Para o setor<br />
industrial, o Brasil pode aproveitar a nova configuração da<br />
economia internacional (friendshoring e nearshoring) para<br />
impulsionar sua industrialização.<br />
the best policy to combat unemployment and support<br />
the Industrial Sector is to encourage investment in all<br />
its aspects, in both expansion of production capacity<br />
and the logistics of the flow of this production. The<br />
incentive to invest goes through everything that has<br />
been discussed here, with the reduction of the Custo<br />
Brasil and policies directed to the Industrial Sector.<br />
WHAT IS THE EXPECTATION FOR THE INDUS-<br />
TRIAL SECTOR IN THE COMING YEARS??<br />
While not optimistic, Brazil’s economic outlook for<br />
this year is improving with the constant reassessment<br />
of GDP growth projections. For the next few years,<br />
everything will largely depend on the Federal Government’s<br />
ability to reorganize and build solid foundations<br />
to sustain a new cycle of growth starting in 2024. The<br />
Brazilian economy has had a lower pace of growth<br />
since March 2022, after reaching an annualized growth<br />
rate of 4.9% in February 2022, ending the year with<br />
2.9%. Brazil’s low GDP growth still reflects the impacts<br />
of monetary tightening, which has resulted in one of<br />
the highest real interest rates in the world. This makes<br />
credit more expensive, with impacts on consumption<br />
and investment. The international scene is also hazy.<br />
The measures of the governments of the leading countries<br />
to control inflation, which has reached very high<br />
levels, persist. Because of this, the central banks of<br />
the United States and Europe promoted a substantial<br />
increase in interest rates, reducing global liquidity and<br />
making their currencies more expensive. For its part,<br />
the Chinese economy is still trying to return to the<br />
growth of recent years but is struggling due to the disruption<br />
of post-Covid markets. In this economic slowdown<br />
scenario, the tendency is for commodity prices<br />
to fall. For this reason, OPEC+ countries recently cut oil<br />
production in an attempt to contain prices. Add to that<br />
the effects of the persistent war in Ukraine. With all this,<br />
the growth projected by the World Bank for advanced<br />
economies is only 0.5%, and for the world in 2023, it is<br />
1.7%. Brazil can use the new configurations of the international<br />
economy, friendshoring and nearshoring, for<br />
the Industrial Sector to boost its industrialization.<br />
A ATUAÇÃO CONJUNTA DOS SETORES PÚBLICO E PRIVADO PARA A<br />
PROMOÇÃO DE INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS AO PAÍS É FUNDAMENTAL<br />
PARA O DESENVOLVIMENTO DA NOSSA INDÚSTRIA<br />
52 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
COLUNA ABIMCI<br />
NORMA TÉCNICA<br />
DO SISTEMA WOOD FRAME É PUBLICADA!<br />
Paulo Pupo<br />
Superintendente da Associação<br />
Brasileira da Indústria de Madeira<br />
Processada Mecanicamente<br />
Contato: abimci@abimci.com.br<br />
O<br />
setor industrial madeireiro e de base florestal<br />
brasileiro está vivendo um dos mais<br />
importantes momentos da sua história recente,<br />
com a publicação da norma do light<br />
wood frame pela ABNT (Associação Brasileira<br />
de Normas Técnicas), a nossa tão esperada norma<br />
para construções de casas e empreendimentos com<br />
madeira. A publicação é um passo fundamental para a<br />
consolidação do uso do sistema construtivo industrializado<br />
de casas com madeira no Brasil.<br />
Foram 7 anos de intensos trabalhos técnicos na<br />
preparação da norma e, certamente, ainda há muito a<br />
ser feito para que o sistema ganhe escala de negócios<br />
na construção civil. Abordagens positivas e competitividade<br />
não faltam, pois o sistema wood frame, além de<br />
propiciar vantagens construtivas como a redução do<br />
tempo de execução das obras, a redução de resíduos,<br />
a economia de energia, oportuniza ganhos ambientais,<br />
sendo potencialmente sustentável, pois a matéria-prima<br />
principal utilizada no sistema construtivo é proveniente<br />
prioritariamente de florestas plantadas. Esta madeira estoca<br />
o carbono absorvido durante o ciclo de crescimento<br />
das árvores. Além disto, é um processo construtivo<br />
que atende os princípios do ESG, baseados nos aspectos<br />
ambientais, sociais e de governança. Este sistema<br />
combina eficiência construtiva, versatilidade, sustentabilidade<br />
e benefícios energéticos, aspectos cada vez mais<br />
valorizados na indústria da construção.<br />
Mas mesmo com todos esses fatores positivos, daqui<br />
para frente, um intenso trabalho precisa ser realizado,<br />
como o desenvolvimento de ações coordenadas para<br />
estimular o desenvolvimento de políticas públicas no<br />
Brasil, a inclusão do sistema construtivo nas linhas de financiamentos<br />
oficiais e uma ação coordenada de comunicação,<br />
apresentando os seus diferenciais e benefícios.<br />
E para que essas mudanças ocorram, será necessário,<br />
novamente, o envolvimento de todos os agentes, que<br />
almejam o avanço e estabelecimento do sistema construtivo<br />
no Brasil.<br />
Foto: divulgação<br />
UM POUCO MAIS DA HISTÓRIA DOS<br />
TRABALHOS DA NORMA<br />
A publicação da norma técnica ABNT NBR 16936 - Edificações<br />
em light wood frame, é proveniente de ações iniciadas,<br />
há mais de duas décadas, por empresas e pessoas, muitas<br />
vezes em ações solitárias, mas que com persistência e olhar<br />
de futuro, foram ganhando corpo e aderência. Tais esforços<br />
levaram a criação, há quase 15 anos, da Comissão Casa Inteligente,<br />
dentro da Fiep (Federação das Indústrias do Estado<br />
do Paraná), que reuniu em um primeiro momento, empresários<br />
do setor madeireiro e representantes da construção<br />
civil do Paraná. Com o andamento dos trabalhos, o grupo<br />
cresceu, trazendo mais interessados que começaram a buscar<br />
soluções e elencar os maiores desafios para a consolidação<br />
do sistema.<br />
A Abimci, compreendendo a necessidade de padronização<br />
do sistema construtivo e de gerar escala de negócios<br />
junto à construção civil, atuou de forma mais abrangente no<br />
processo, reunindo os conteúdos técnicos e organizando junto<br />
à ABNT os trâmites para a criação da Comissão de Estudos<br />
de Sistemas Construtivos Light Wood Frame para o desenvolvimento<br />
da norma, que iniciou oficialmente os trabalhos em<br />
2016. Por mais de 7 anos, nossa entidade atuou em todo o<br />
processo e na organização geral das atividades da Comissão<br />
de Estudos, que teve como objetivo a estruturação do texto<br />
da norma focado em aspectos técnicos de projeto, execução<br />
e desempenho para edificações em até dois pavimentos.<br />
Neste período, o texto da norma foi encaminhado para<br />
várias consultas nacionais para avaliação dos seus conteúdos,<br />
não sem antes serem despendidas inúmeras horas de trabalho<br />
de revisão técnica, pesquisas, contribuições e atuação de<br />
grupos de trabalho, que foram formados (materiais, projetos,<br />
execução e desempenho) para otimização das agendas.<br />
Como citado no início desta coluna, a publicação da<br />
norma do light wood frame foi o primeiro passo para a consolidação<br />
do sistema construtivo, processo que era prioritário<br />
para o estabelecimento dos parâmetros e entendimentos<br />
técnicos, mas agora precisamos do olhar estratégico para a<br />
sua consolidação.<br />
A Abimci continuará promovendo agendas de defesa e<br />
de promoção do sistema construtivo no mercado nacional,<br />
atuando institucionalmente junto ao governo e demais entidades<br />
estratégicas, como agências reguladoras, instituições<br />
financeiras, entre outras. Apenas com este trabalho objetivo<br />
e constante, o sistema ganhará seu merecido espaço frente<br />
outros sistemas construtivos.<br />
Parabéns a todos os envolvidos, e que os esforços despendidos<br />
por todos, direta e indiretamente, ao longo de<br />
todo esse processo, se transformem em negócios e sustentabilidade<br />
para o setor madeireiro e de base florestal.<br />
54 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
PRINCIPAL<br />
VALORES<br />
QUE ATRAVESSAM GERAÇÕES<br />
Fotos: divulgação<br />
EMPRESA COMEMORA 40<br />
ANOS COM PARCERIAS<br />
SÓLIDAS E CONSOLIDADA<br />
NO MERCADO DA<br />
INDÚSTRIA DA MADEIRA<br />
N<br />
unca parar de se reinventar é um grande desafio<br />
para a manutenção das empresas. Não se<br />
acomodar para seguir em frente. Com visão de<br />
negócios e foco nas necessidades dos clientes,<br />
a Dallabona Máquinas completa 40 anos como<br />
uma empresa consolidada no mercado. A empresa é especializada<br />
na produção de máquinas para serrarias e embalagens<br />
de madeira, fabricadas com estrutura reforçada e matéria-prima<br />
de qualidade.<br />
Foi se reinventando que começou a história da empresa.<br />
Feliciano Dallabona trabalhava na cultura do arroz, na região<br />
do Vale do Itajaí (SC), e no final da década de 1970, devido<br />
ao êxodo rural, sentiu a falta de mão de obra para colheita, e<br />
assim fabricou sua primeira Colheitadeira de Arroz. A notícia da<br />
fabricação do equipamento se espalhou entre os agricultores<br />
e os pedidos foram aumentando. Em um período de entressafras,<br />
a Dallabona passou a atuar em novos mercados. Iniciou<br />
consertos e fabricação de máquinas para serraria, o que se<br />
tornou o principal segmento de atuação da empresa até hoje.<br />
56 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
MERCADO DA MADEIRA<br />
Aristides e Helvecio Dallabona, filhos e sucessores de Feliciano,<br />
observaram o mercado promissor da madeira, investiram<br />
em melhorias, aprimoramento e infraestrutura para atender o<br />
setor e tocaram o negócio para frente com o desafio de não<br />
cair no comodismo e estar sempre se reinventando. Há quatro<br />
décadas que a empresa cumpre o compromisso de destinar<br />
ao mercado da madeira produtos de qualidade, contribuindo<br />
para o crescimento dos seus clientes e sempre atenta às necessidades<br />
do setor.<br />
A Serra Circular Múltipla Regulável, equipamento utilizado<br />
na serraria para serrar blocos, caibros, pontaletes, sarrafos e<br />
tábuas, foi o primeiro equipamento lançado pela Dallabona<br />
voltado para serrarias. Atualmente as Serras Circulares Múltiplas<br />
e as Destopadeiras Automáticas são os equipamentos mais<br />
pedidos na empresa.<br />
“Em cada projeto que desenvolvemos tratamos com singularidade<br />
e dedicação, porque sabemos que a chave para o<br />
sucesso é nos colocarmos no lugar do cliente. Nossos valores<br />
fundamentais baseiam-se nos ensinamentos dos nossos fundadores:<br />
atender às reais necessidades dos clientes, cumprir com<br />
excelência os compromissos acordados e cultivar princípios<br />
sólidos de ética, união e comprometimento”, afirma Jussara<br />
Dallabona, gerente comercial.<br />
EMPRESA ROBUSTA<br />
Nestes 40 anos de atividades, a equipe da Dallabona já<br />
atendeu mais de 1.800 clientes, foram mais de 5 mil máquinas<br />
fabricadas, e atualmente conta com mais de 45 modelos de<br />
equipamentos e máquinas para serraria e embalagens de<br />
madeira colocadas no mercado, além da automatização de<br />
linhas, produção de layouts personalizados, instalações e<br />
treinamentos feitos por profissionais altamente qualificados.<br />
A empresa conta com um parque fabril de 3.600 m² (metros<br />
quadrados) instalado no município de Timbó (SC). Hoje a<br />
Dallabona Máquinas conta com a segunda geração da família<br />
trabalhando na empresa, sempre buscando a excelência e<br />
profissionais qualificados para garantir o suporte necessário aos<br />
clientes antes, durante e depois da venda. Um dos diferenciais<br />
é o atendimento técnico do departamento comercial para<br />
identificar a real necessidade do cliente e garantir o suporte<br />
técnico necessário no pós-venda.<br />
Aristides e Helvecio Dallabona<br />
EM CADA PROJETO QUE<br />
DESENVOLVEMOS TRATAMOS<br />
COM SINGULARIDADE E<br />
DEDICAÇÃO, PORQUE SABEMOS QUE A<br />
CHAVE PARA O SUCESSO É NOS<br />
COLOCARMOS NO LUGAR DO CLIENTE.<br />
NOSSOS VALORES FUNDAMENTAIS<br />
BASEIAM-SE NOS ENSINAMENTOS DOS<br />
NOSSOS FUNDADORES: ATENDER ÀS<br />
REAIS NECESSIDADES DOS CLIENTES,<br />
CUMPRIR COM EXCELÊNCIA OS<br />
COMPROMISSOS ACORDADOS E<br />
CULTIVAR PRINCÍPIOS SÓLIDOS DE<br />
ÉTICA, UNIÃO E COMPROMETIMENTO<br />
JUSSARA DALLABONA, GERENTE<br />
COMERCIAL DA DALLABONA<br />
REDE DE RELAÇÕES<br />
Entre clientes, fornecedores e empresários a empresa é<br />
reconhecida pelo trabalho de qualidade.<br />
Cliente há 15 anos da Dallabona Máquinas, Laurentino<br />
Tenfen, conhecido como Padreco, diretor da Móveis Caftor,<br />
empresa especializada em fabricação de móveis de madeira<br />
para bebês, destaca o atendimento e a redução de custos<br />
que as máquinas proporcionam. “As máquinas influenciam<br />
diretamente na produtividade. O atendimento da Dallabona é<br />
excelente, sempre buscam nos atender com novas tecnologias,<br />
oferecendo melhorias no processo produtivo”, destaca Padreco.<br />
Na fábrica instalada em Rio Negrinho (SC), a Caftor utiliza<br />
equipamentos como a Destopadeira Automática, a Corrente<br />
Transportadora de Toras, o Carro Porta Toras, Guincho Elétrico,<br />
Serra Fita Vertical, Serra Fita Horizontal Duas Entradas e Mesa<br />
Roletada Engrenada e Corrente Transportadora.<br />
AGOSTO 2023 57
PRINCIPAL<br />
A presidente da ACIMVI (Associação Empresarial do Médio<br />
Vale do Itajaí), Lúcia Giovanella da Silva, fala da qualidade do<br />
trabalho da empresa. “A Dallabona Máquinas é um exemplo<br />
de que o segredo do sucesso está nas pessoas e na qualidade<br />
do trabalho delas, pois é em pequenos passos e com muitas<br />
mãos que se faz uma empresa vencedora. Referência nacional<br />
na produção de máquinas para madeiras com altíssima qualidade,<br />
tecnologia e segurança, a empresa demonstra que<br />
o seu sucesso é resultado de um verdadeiro time em ação”,<br />
enaltece Lúcia.<br />
Para garantir a qualidade de suas máquinas, a Dallabona<br />
procura também fornecedores com capacidade para atender<br />
as necessidades dos fabricantes. A empresa de origem alemã<br />
SEW Eurodrive Brasil é uma das fornecedoras da Dallabona<br />
Máquinas. Esta relação teve início há mais de 14 anos e, hoje<br />
em dia, a SEW fornece motores elétricos, motoredutores e<br />
redutores de velocidade que são utilizados nos equipamentos<br />
da Dallabona. O engenheiro de vendas da empresa, Roberson<br />
Goulart Hugen, ressalta o trabalho conjunto. “Parabenizamos<br />
a Dallabona Máquinas pelos 40 anos de empresa, que muito<br />
vem contribuindo para o desenvolvimento do setor madeireiro<br />
ao longo destes anos. Como fornecedor de acionamento, a<br />
SEW contribui de forma ativa junto a equipe de engenharia<br />
da Dallabona. Sempre buscando em conjunto, selecionarmos<br />
e fornecermos acionamentos de alta performance, com soluções<br />
efetivas aos clientes finais, agregando eficiência aos<br />
equipamentos, rendimento e tecnologia”, aponta Roberson.<br />
Com atendimento em todo país e sempre se adaptando<br />
as tendências de mercado, a Dallabona Máquinas comemora<br />
40 anos com parcerias sólidas e duradouras com os clientes,<br />
fornecedores e parceiros.<br />
AS MÁQUINAS INFLUENCIAM<br />
DIRETAMENTE NA<br />
PRODUTIVIDADE. O<br />
ATENDIMENTO DA DALLABONA É<br />
EXCELENTE, SEMPRE BUSCAM NOS<br />
ATENDER COM NOVAS TECNOLOGIAS,<br />
OFERECENDO MELHORIAS NO<br />
PROCESSO PRODUTIVO<br />
LAURENTINO TENFEN, CONHECIDO COMO<br />
PADRECO, DIRETOR DA MÓVEIS CAFTOR<br />
BLOQUEADEIRA 4 MOTORES<br />
Lançado em 2022 este equipamento foi desenvolvido para efetuar simultaneamente<br />
dois cortes longitudinais em toras de até 300 mm (milímetros) de diâmetro<br />
com 04 serras circulares. A Bloqueadeira 4 Motores gera um bloco no centro<br />
da tora e uma costaneira de cada lado, sendo que a saída das costaneiras é<br />
automática e o bloco é direcionado para a próxima máquina.<br />
58 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
SERRA CIRCULAR MÚLTIPLA COM<br />
CENTRADOR DE BLOCO<br />
Com o centrador de blocos, a alimentação<br />
da Serra Circular Múltipla é contínua e automatizada,<br />
sendo assim, sem esforço manual.<br />
A Múltipla com dois eixos é capaz de abrir<br />
blocos de até 170 mm de altura com variadas<br />
espessuras e diversos tipos de madeiras.<br />
SERRA CIRCULAR<br />
MÚLTIPLA REGULÁVEL<br />
Projetada com largura de passagem<br />
de 1400 mm, consequentemente<br />
tendo uma largura útil maior no<br />
eixo das serras, esta máquina permite<br />
refilar tábuas e barrotes com<br />
variadas medidas sem a necessidade<br />
do setup de troca de serras,<br />
além de ter uma capacidade de<br />
corte de até 100 mm de altura.<br />
A DALLABONA MÁQUINAS É UM EXEMPLO<br />
DE QUE O SEGREDO DO SUCESSO ESTÁ<br />
NAS PESSOAS E NA QUALIDADE DO<br />
TRABALHO DELAS, POIS É EM PEQUENOS PASSOS E<br />
COM MUITAS MÃOS QUE SE FAZ UMA EMPRESA<br />
VENCEDORA. REFERÊNCIA NACIONAL NA PRODUÇÃO<br />
DE MÁQUINAS PARA MADEIRAS COM ALTÍSSIMA<br />
QUALIDADE, TECNOLOGIA E SEGURANÇA, A<br />
EMPRESA DEMONSTRA QUE O SEU SUCESSO É<br />
RESULTADO DE UM VERDADEIRO TIME EM AÇÃO<br />
LÚCIA GIOVANELLA DA SILVA, PRESIDENTE DA ACIMVI<br />
AGOSTO 2023 59
PRINCIPAL<br />
PARABENIZAMOS A DALLABONA MÁQUINAS<br />
PELOS 40 ANOS DE EMPRESA, QUE MUITO VEM<br />
CONTRIBUINDO PARA O DESENVOLVIMENTO DO<br />
SETOR MADEIREIRO AO LONGO DESTES ANOS. COMO<br />
FORNECEDOR DE ACIONAMENTO, A SEW CONTRIBUI DE<br />
FORMA ATIVA JUNTO A EQUIPE DE ENGENHARIA DA<br />
DALLABONA. SEMPRE BUSCANDO EM CONJUNTO,<br />
SELECIONARMOS E FORNECERMOS ACIONAMENTOS DE<br />
ALTA PERFORMANCE<br />
ROBERSON GOULART HUGEN, ENGENHEIRO<br />
DE VENDAS DA SEW EURODRIVE BRASIL<br />
DESTOPADEIRA<br />
AUTOMÁTICA COM<br />
ESTEIRA<br />
De acordo com a empresa, no<br />
mercado nacional, a Destopadeira<br />
Dallabona foi pioneira a ter uma<br />
capacidade de corte de 600 mm<br />
de largura e 120 mm de altura,<br />
permitindo, assim, o destopo de<br />
um fardo considerável de madeira.<br />
Este equipamento possui uma<br />
importante variedade de cortes<br />
programados no painel eletrônico,<br />
além de se enquadrar nas normas<br />
de segurança vigentes, revolucionando<br />
assim o setor de estofados<br />
e embalagens em geral. Foi lançada<br />
em 2015, e já foram produzidas<br />
mais de 50 máquinas.<br />
DESTOPADEIRA AUTOMÁTICA COM EMPURRADOR<br />
Lançada em 2020, a Destopadeira com Empurrador é uma das<br />
maiores aliadas dos fabricantes de estofados, cama box e embalagens<br />
de madeira, por possuir variadas medidas de corte programadas no<br />
painel, com muita agilidade, precisão e segurança, tendo capacidade<br />
de corte de 100 mm de altura e 275 mm de largura.<br />
60 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
SERRA FITA PALETES<br />
Os paletes são fundamentais para a logística de qualquer empresa ou indústria que realiza a manipulação constante<br />
de cargas e mercadorias para uso interno ou comercialização. A reciclagem de paletes de madeira possibilita o reaproveitamento<br />
das estruturas e também aumenta a vida útil das peças. E as vantagens obtidas com a reciclagem são<br />
muitas, especialmente no quesito financeiro, uma vez que a reciclagem: economiza água e energia elétrica; reduz a<br />
geração de gases poluentes; diminui os gastos com a aquisição de novos paletes; controla a quantidade de material<br />
descartado. Neste contexto, investir na reciclagem de paletes é um cuidado extra que as empresas e indústrias podem<br />
ter com a saúde do meio ambiente e da população em geral. Para o setor de reciclagem e reforma de paletes a<br />
Dallabona tem a Serra Fita que faz o corte do prego e madeira por meio de uma lâmina de aço especial, oferecendo<br />
ao mercado paleteiro uma solução eficaz e segura para a reutilização da madeira na fabricação de paletes reformados,<br />
diminuindo o custo de logística de várias empresas do país.<br />
INSTALAÇÃO E TREINAMENTO<br />
A Dallabona Máquinas conta com equipe especializada em instalação, treinamento operacional e<br />
manutenção de máquinas, com expertise técnica a empresa garante um serviço de excelência, realizando<br />
instalações precisas, capacitando operadores e oferecendo manutenção preventiva e corretiva,<br />
assegurando a operação contínua e eficiente dos equipamentos essenciais para a indústria madeireira.<br />
AGOSTO 2023 61
ESTUDO<br />
MOLDURAS<br />
DE MADEIRA<br />
EM PRIMEIRO LUGAR<br />
O BRASIL FOI O PRINCIPAL<br />
EXPORTADOR MUNDIAL DE<br />
MOLDURAS DE MADEIRA<br />
EM 2021 CONFORME<br />
ESTUDO DA ABIMCI<br />
Fotos: divulgação<br />
As molduras de madeira são produtos<br />
manufaturados como rodapés,<br />
rodameios, rodaforros, alizares de<br />
portas utilizados na construção<br />
civil e arquitetura de interiores.<br />
Além do Brasil, Chile e Alemanha são grandes<br />
produtores, e juntos estão no ranking dos três<br />
principais países exportadores de molduras nos<br />
últimos anos, conforme aponta o Estudo Setorial<br />
2022 - Ano Base 2021 da Abimci (Associação<br />
Brasileira da Indústria de Madeira Processada<br />
Mecanicamente).<br />
62 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
ESTUDO<br />
Em 2021, o Brasil foi responsável por 19% do<br />
valor comercializado no mercado internacional<br />
de molduras de madeira, ficando com a primeira<br />
posição do ranking. O Chile ficou com 18%<br />
do total e Alemanha com 14%. Outros países<br />
exportadores são a Estônia e Rússia que ficaram<br />
com cerca de 13% cada do mercado global.<br />
Em 2016 o Brasil tinha ficado com a segunda<br />
posição, com 12% do mercado global, o que<br />
demonstra a evolução das exportações deste<br />
produto.<br />
Os EUA (Estados Unidos da América) são os<br />
principais compradores da produção brasileira.<br />
Em 2021 adquiriu 96,5% das molduras de madeira<br />
do Brasil e em 2016 ficaram com 94%.<br />
Conforme indica o estudo da Abimci, países<br />
do sudeste asiático estão se consolidando<br />
como novos produtores de molduras de madeira<br />
e deverão ter participação no comércio<br />
internacional nos próximos anos.<br />
Os Estados do Paraná e Santa Catarina são os<br />
maiores produtores e exportadores de molduras.<br />
A produção nacional tem se mantido estável<br />
na última década. Em 2021, a produção foi<br />
de 980 mil m³ (metros cúbicos) e o volume de<br />
exportação foi de 179 mil toneladas de moldura<br />
de madeira. O aquecimento do mercado imobiliário<br />
nos EUA é a principal alavanca para as<br />
vendas do produto brasileiro, afinal é o principal<br />
destino da produção mundial de produtos<br />
de base florestal.<br />
Ao lado das portas de madeira e do compensado,<br />
as molduras de madeira são exemplos<br />
da boa colocação que os produtos da indústria<br />
brasileira de madeira sólida vêm conquistando<br />
no mundo, seguindo especificações, padrões e<br />
classificações que garantem a qualidade e boa<br />
performance do produto.<br />
PRODUÇÃO ESTÁVEL<br />
A indústria de molduras tem como matéria-prima<br />
a madeira proveniente de florestas<br />
plantadas, principalmente pinus. Foi a partir dos<br />
anos de 1990 que este segmento passou a se<br />
desenvolver, com alto valor agregado, relacionado<br />
a demanda do setor de construção civil.<br />
PANORAMA DA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA<br />
DE MOLDURAS DE MADEIRA<br />
2016 – 143 mil toneladas<br />
2021 – 179 mil toneladas<br />
FOI A PARTIR DOS ANOS DE 1990 QUE ESTE SEGMENTO PASSOU<br />
A SE DESENVOLVER, COM ALTO VALOR AGREGADO,<br />
RELACIONADO A DEMANDA DO SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL<br />
64 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
OS MELHORES RESULTADOS PARA A<br />
INDÚSTRIA DE COMPENSADOS<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Parque Industrial Colombo - Paraná<br />
Fones: 0800 645 9905 | 41. 3605-1595<br />
sac@bonardiquimica.com.br
MARCENARIA<br />
ÁTRIO LJUNGBERG<br />
66 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
BAIRRO COM<br />
CONSTRUÇÕES<br />
DE MADEIRA<br />
ESTOCOLMO ANUNCIA CONSTRUÇÃO DE UM DISTRITO DE<br />
MADEIRA EM ANTIGO BAIRRO INDUSTRIAL<br />
Fotos: divulgação Átrio Ljungberg<br />
AGOSTO 2023<br />
67
MARCENARIA<br />
Aprefeitura de Estocolmo, capital<br />
da Suécia, anunciou recentemente<br />
a construção de um bairro inteiro<br />
com edificações em madeira. O<br />
Estocolmo Wood City é o maior<br />
projeto de construção urbana em<br />
madeira do mundo que deve ter os primeiros<br />
edifícios concluídos em 2025 e o distrito concluído<br />
em 2027. O projeto se estende por mais de<br />
250 mil m 2 (metros quadrados) contemplando<br />
30 edifícios em 25 quarteirões, sendo considerado<br />
o maior projeto de construção conhecido no<br />
mundo com madeira.<br />
A nova área vai abrigar mais de 7 mil escritórios<br />
e 2 mil residências em Sickla, no sul<br />
de Estocolmo, em um ambiente urbano com<br />
uma mistura de locais de trabalho, habitação,<br />
restaurantes e lojas. “Estamos orgulhosos de<br />
apresentar o projeto Estocolmo Wood City. Este<br />
não é apenas um passo importante para nós<br />
como empresa, mas um marco histórico para a<br />
capacidade de inovação sueca”, exalta Annica<br />
Ånäs, CEO da Átrio Ljungberg, construtora responsável<br />
pelo projeto.<br />
CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL<br />
A construção moderna de madeira é um<br />
tema de discussão em todo o mundo, pois<br />
descobriu-se que o uso de madeira nas construções<br />
urbanas emite menos carbono do que<br />
outros materiais de construção. Atualmente, a<br />
indústria de construção civil é responsável por<br />
quase 40% das emissões globais. A troca dos<br />
materiais convencionais pela madeira pode reduzir<br />
essas emissões em até 26,5%.<br />
O PROJETO SE ESTENDE POR<br />
MAIS DE 250 MIL M 2<br />
CONTEMPLANDO 30 EDIFÍCIOS EM 25<br />
QUARTEIRÕES, SENDO CONSIDERADO<br />
O MAIOR PROJETO DE CONSTRUÇÃO<br />
CONHECIDO NO MUNDO COM<br />
MADEIRA<br />
68 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
MARCENARIA<br />
O projeto de construção do bairro em madeira<br />
é uma inovação, uma vez que os projetos<br />
até agora são muitas vezes edifícios ou blocos<br />
individuais com o Sara Cultural Center, um<br />
complexo de 17 mil m² que inclui um hotel de<br />
20 andares, localizado em Skellefteä, no norte<br />
da Suécia. O Estocolmo Wood City pretende<br />
marcar uma nova era na arquitetura sustentável<br />
e no desenvolvimento urbano.<br />
BENEFÍCIOS DA MADEIRA<br />
As vantagens das construções de madeira<br />
são muitas, tanto para o meio ambiente quanto<br />
para saúde e bem-estar das pessoas. Conforme<br />
demonstrado por estudos, os edifícios de madeira<br />
fornecem melhor qualidade do ar, reduz o<br />
estresse, aumenta a produtividade e armazena<br />
CO 2<br />
(dióxido de carbono) ao longo do tempo,<br />
contribuindo para um ambiente sustentável.<br />
O projeto da Estocolmo Wood City traz<br />
ainda diversos outros benefícios ambientais. A<br />
ênfase em espaços de escritório no projeto é<br />
uma forma de suprir o déficit de locais para trabalho<br />
ao sul do centro da cidade de Estocolmo,<br />
com tempo de deslocamento reduzido para<br />
as pessoas. A proposta tem ainda como foco a<br />
energia autoproduzida, armazenada e compartilhada,<br />
investindo em métodos de construção<br />
com eficiência de recursos e fluxos circulares de<br />
materiais. “Queremos criar um ambiente onde<br />
nossos clientes, aqueles que viverão e trabalharão<br />
no novo bairro, poderão participar do desenvolvimento<br />
e desenho da cidade do futuro”,<br />
almeja Annica Ånäs.<br />
70 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
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SUSTENTABILIDADE<br />
MERCADO REGULADO DE<br />
CARBONO<br />
CNI ESTRUTUROU PROPOSTA DE ARQUITETURA E GOVERNANÇA DE<br />
MODELO REGULADO DE PRECIFICAÇÃO DE EMISSÕES DE GEE (GASES<br />
DE EFEITO ESTUFA)<br />
Fotos: divulgação<br />
72 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
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SUSTENTABILIDADE<br />
ACNI (Confederação Nacional da Indústria)<br />
apresentou ao governo federal, uma proposta<br />
para a implementação de um sistema<br />
regulado de comércio de emissões de<br />
carbono no Brasil. O instrumento é uma<br />
importante medida para reduzir as emissões de gases<br />
de efeito estufa e tem potencial de movimentar até R$<br />
128 bilhões em receitas, segundo estimativas do projeto<br />
PMR (Partnership for Market Readiness).<br />
Após avaliar os modelos praticados por EUA (Estados<br />
Unidos da América), UE (União Europeia), México,<br />
Japão e Coreia do Sul, em um estudo lançado<br />
em 2021, a CNI coordenou as discussões com a base<br />
industrial e esboçou a arquitetura detalhada de um<br />
modelo de precificação sob a ótica do cap and trade<br />
– modalidade vista como a melhor para o Brasil –, que<br />
apresenta também aspectos relativos à governança do<br />
sistema.<br />
O documento foi divulgado no evento Diálogo:<br />
Mercado Regulado de Carbono e a Competitividade<br />
Industrial; e pode ser conferido no site da CNI (Proposta<br />
da Indústria para o Mercado Regulado de Carbono).<br />
NOVO MODELO<br />
Os sistemas de precificação de carbono se impõem<br />
de forma crescente no mundo, em particular pelo<br />
grande volume de receitas movimentadas, em torno<br />
de US$ 95 bilhões no ano de 2022, de acordo com<br />
estimativas do Banco Mundial. Por isso, para a CNI,<br />
o país precisa se posicionar de forma proativa nessa<br />
agenda. Regularizar o mercado de carbono é uma das<br />
propostas da indústria para uma agenda de baixo carbono<br />
e integra a missão “Descarbonização”, um dos<br />
quatro pilares de política industrial propostos pela CNI<br />
no Plano de Retomada da Indústria e já inserido entre<br />
as missões que serão debatidas pelo CNDI (Conselho<br />
Nacional de Política Industrial), coordenado pelo MDIC<br />
(Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Comércio<br />
e Serviços).<br />
ENTENDA A PROPOSTA<br />
Entre os anos de 2016 e 2020, a CNI, federações<br />
de indústrias, associações setoriais e empresas participaram<br />
do projeto PMR Brasil. A iniciativa, coordenada<br />
pelo governo brasileiro em parceria com o Banco Mundial,<br />
estudou os impactos da implementação de sistemas<br />
de precificação de carbono no Brasil, mostrando<br />
expectativa de crescimento do PIB (Produto Interno<br />
Bruto), redução do desemprego e potencial de movimentar<br />
receitas de até R$ 128 bilhões.<br />
O projeto PMR Brasil finalizou em dezembro de<br />
2020, e os resultados sugeriram algumas linhas de<br />
ação para o sucesso do estabelecimento do mercado<br />
regulado de carbono. São elas: implementação gradual,<br />
com o primeiro período de conformidade (de 2 a 5<br />
anos), com ambição modesta e foco no aprendizado;<br />
adoção de um valor mínimo de emissão anual de 25<br />
mil toneladas de CO 2<br />
(gás carbônico) para selecionar<br />
os setores que serão regulados; regulação com abrangência<br />
nacional para evitar a sobreposição de regulações<br />
estaduais; e mecanismos de estabilização de<br />
preços para evitar flutuações muito amplas.<br />
As experiências internacionais trouxeram também<br />
uma questão chave para o mercado de carbono: a implementação<br />
de uma estrutura de MRV (mensuração,<br />
relato e verificação), obrigatória, em escala nacional,<br />
antes do início da operação do mercado.<br />
A contabilização, quantificação e divulgação das in-<br />
74 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
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SUSTENTABILIDADE<br />
formações dessas emissões de forma acurada, padronizada,<br />
verificada e transparente são vitais para o custo<br />
efetividade do sistema. Isso porque os dados servem<br />
de insumo para estabelecer e acompanhar metas setoriais<br />
e nacionais, bem como, subsidiar a gestão do<br />
desafio de combate às mudanças climáticas.<br />
Além da estrutura de MRV, é necessário desenvolver<br />
o Sistema de Registro Nacional de Emissões,<br />
infraestrutura essencial para a operação do mercado<br />
e que exige um arcabouço tecnológico avançado com<br />
medidas de segurança e de transparência.<br />
Como signatário da Convenção-Quadro das Nações<br />
Unidas sobre Mudança do Clima (Acordo de Paris),<br />
o Brasil tem o compromisso de relatar seus inventários<br />
nacionais de emissões e remoções de GEE.<br />
A divulgação desses inventários, hoje, é realizada<br />
pelo SIRENE (Sistema de Registro Nacional de Emissões),<br />
instituído pelo decreto nº 9.172, de 17 de outubro<br />
de 2017. O SIRENE apresenta os resultados de<br />
emissões no Brasil de todos os gases de efeito estufa<br />
para os setores de resíduos, agropecuária, uso da terra,<br />
energia e indústria.<br />
A ferramenta dá suporte à tomada de decisão no<br />
âmbito de políticas, planos, programas e projetos na<br />
área de mudança do clima, no que diz respeito ao desenvolvimento<br />
de conhecimento científico e adoção de<br />
medidas de mitigação.<br />
PÚBLICO E PRIVADO<br />
Para que o mercado regulado de carbono seja<br />
efetivo, é fundamental que exista um alto nível de governança<br />
por parte do governo federal, para planejar<br />
e implementar um sistema adaptado ao contexto nacional.<br />
O setor industrial defende que essa governança<br />
OS SISTEMAS DE<br />
PRECIFICAÇÃO DE<br />
CARBONO SE IMPÕEM DE FORMA<br />
CRESCENTE NO MUNDO, EM<br />
PARTICULAR PELO GRANDE<br />
VOLUME DE RECEITAS<br />
MOVIMENTADAS, EM TORNO DE<br />
US$ 95 BILHÕES NO ANO DE 2022,<br />
DE ACORDO COM ESTIMATIVAS<br />
DO BANCO MUNDIAL<br />
seja participativa e envolva o setor privado em instância<br />
deliberativa, de forma que o mercado regulado<br />
de carbono garanta a competitividade das empresas<br />
brasileiras no exterior e contemple todos os setores<br />
emissores de gases de efeito estufa.<br />
Assim, a proposta da CNI para o sistema de comércio<br />
de emissões é detalhada numa estrutura de governança<br />
que contempla três componentes: Plano Nacional<br />
de Alocação, Programa de Monitoramento de<br />
Emissões de GEE e Mercado Regulado de Emissões.<br />
Em termos de funções regulatórias, o modelo usado<br />
em todo o mundo é sustentado por dois pilares:<br />
uma autoridade competente e outro regulador do mercado<br />
de títulos. A autoridade competente é um braço<br />
do poder público que faz a supervisão do mercado e<br />
que pode, também, em certos casos, executar a operacionalização<br />
do sistema. Por exemplo, no caso do sistema<br />
elétrico brasileiro, isso corresponde à supervisão<br />
do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) por<br />
parte da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica)<br />
e do MME (Ministério de Minas e Energia).<br />
76 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
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MERCADO HÁ 28 ANOS<br />
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paixão pela geração de vapor e a experiência<br />
adquirida em mais de 10 anos de atuação na<br />
área motivaram o engenheiro Paulo Roberto<br />
Da Cass a fundar a Engecass – Tecnologia em<br />
Equipamentos, empresa sediada em Rio do<br />
Sul (SC). Fundada em 1º de julho de 1995 a empresa está<br />
comemorando 28 anos de atividade em 2023. Os primeiros<br />
equipamentos vendidos pela Engecass foram uma planta de<br />
secagem composta por uma caldeira e dois secadores de<br />
madeira para um cliente de Santa Catarina.<br />
Como toda empresa, em quase três décadas de história,<br />
muitos desafios foram encontrados, principalmente<br />
em relação às oscilações do mercado madeireiro nacional<br />
e internacional, o que implicou em adaptações da marca<br />
para que continuasse competitiva e eficiente no mercado<br />
com tecnologias diferenciadas. Além disso, a expansão dos<br />
seus negócios para outros segmentos da economia gerou<br />
diversos desafios que a Engecass enfrentou, se colocando<br />
à frente do mercado.<br />
78 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
SETOR MADEIREIRO<br />
Quando, no início, forneceu a planta de secagem com<br />
uma caldeira e dois secadores a empresa também fez assessoria<br />
no projeto de secagem de madeira. “Foi um trabalho<br />
singular visto que não fornecemos apenas os equipamentos,<br />
mas também a assessoria. Variavam muito as especificações<br />
dos equipamentos em função do tipo da madeira que se<br />
estava secando, como os diversos tipos de pinus, madeiras<br />
tropicais, e também a grande variedade de eucaliptos, madeira<br />
que estava em ascensão no mercado de secagem. A<br />
partir dali muito foi pesquisado nos equipamentos pelo mundo”,<br />
lembra Paulo Da Cass, fundador e diretor da empresa.<br />
A experiência e conhecimentos que a Engecass buscou<br />
em outros países e trouxe para o Brasil tem como benefícios<br />
principais o controle apurado da qualidade da madeira, com<br />
a adoção de controles eletrônicos, com medição contínua<br />
da umidade da madeira em vários estágios, com controle<br />
de aquecimento e de consumo energético bastante precisos,<br />
para que não haja estresse no produto que está sendo<br />
processado.<br />
Atualmente a empresa produz secadores convencionais,<br />
que já tem uma performance muito diferenciada no mercado,<br />
e também secadores de secagem acelerada, com uma<br />
tecnologia de alta velocidade de ar e alta área de aquecimento,<br />
além do controle preciso da umidificação no interior<br />
da câmara, utilizando o sistema de aspersão de água, vapor<br />
à baixa pressão, e também as tinas de evaporação.<br />
QUEIMA<br />
DE RESÍDUOS<br />
As caldeiras Engecass<br />
desenvolveram<br />
uma tecnologia<br />
que é capaz<br />
de queimar a biomassa<br />
com baixo<br />
poder calorífico,<br />
equipamentos direcionados para a queima de serragem<br />
verde, por exemplo, com 55% ou mais de umidade. Estas<br />
caldeiras são desenvolvidas para produzir vapor com alta<br />
eficiência, o que se tornou uma obrigatoriedade nos equipamentos.<br />
O controle de combustão flexível/modulante, e<br />
a utilização de acessórios que promovem o aumento do rendimento<br />
dos equipamentos foram pontos preponderantes<br />
no desenvolvimento, assim como a adequação às diversas<br />
exigências ambientais.<br />
A tecnologia desenvolvida pela Engecass fez com que<br />
a marca alcançasse clientes em todo o mercado brasileiro e<br />
América Latina, em países como o Chile, Guatemala, Costa<br />
Rica e África do Sul, com grande demanda para este tipo<br />
de secagem.<br />
Com gosto pelos desafios e os conhecimentos adquiridos<br />
na atividade de cogeração de energia a partir da biomassa,<br />
a empresa sempre busca inovar e estar à frente do mercado,<br />
trazendo novas ideias. Um dos mais novos lançamentos da<br />
Engecass são as plantas para a queima de RSU (Resíduo<br />
Sólido Urbano), transformando-o em eletricidade comercializável,<br />
deixando de depender de distribuidores de energia<br />
elétrica e barateando o custo de processos. Este tipo de<br />
queima, além de reduzir o volume do lixo para 10% do volume<br />
original, traz um destino mais nobre para o problema<br />
ambiental. O objetivo é a geração de energia térmica através<br />
da queima dos resíduos, princípio semelhante ao das usinas a<br />
cavaco. A primeira planta para queima de RSU está sendo instalada,<br />
com a capacidade de 3,5MWh (megawatts por hora).<br />
Hoje a empresa promove suas caldeiras para diversos<br />
segmentos de atuação que necessitam energia térmica. A<br />
Engecass se destaca pelo fornecimento de caldeiras para o<br />
mercado de proteína, e também no setor do agronegócio,<br />
produzindo sistemas de aquecimento para secagem de<br />
grãos, com sistemas de aquecimento diferenciados.<br />
AGOSTO 2023 79
FEIRA<br />
ESPAÇO<br />
MADEIRA<br />
80 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
PREPARATIVOS<br />
PARA 10ª EDIÇÃO<br />
DA FORMÓBILE JÁ<br />
COMEÇARAM E<br />
ESPAÇO MADEIRA<br />
ESTÁ CONFIRMADO<br />
Fotos: divulgação<br />
Apróxima edição da ForMóbile – Feira<br />
Internacional da Indústria de Móveis e<br />
Madeira já tem data para acontecer em<br />
2024. Será realizada entre os dias 2 e 5<br />
de julho, no São Paulo Expo. Com mais<br />
de 18 anos de mercado, o evento reúne toda a cadeia<br />
de produção e suprimentos do setor moveleiro e é<br />
um dos principais encontros da indústria na América<br />
Latina.<br />
O Espaço Madeira, uma das atrações da feira desde<br />
o ano 2018, está garantido, reunindo expositores de<br />
fornecimento de madeira maciça e produtos relacionados,<br />
que compõem o setor de grande importância e<br />
relevância no segmento moveleiro nacional e internacional.<br />
AGOSTO 2023 81
FEIRA<br />
A última edição presencial da ForMóbile, realizada<br />
em julho de 2022, contou com a participação de mais<br />
de 500 marcas expositoras e um público estimado de<br />
50 mil profissionais, com representantes de 32 países,<br />
que foram atraídos para a realização de negócios,<br />
aprendizado e networking. A expectativa é repetir o<br />
sucesso na próxima edição.<br />
ESPAÇO DEDICADO<br />
O setor moveleiro segue destacando-se como uma<br />
das principais cadeias produtivas do Brasil. A perspectiva<br />
para este ano é de retomada do crescimento<br />
em função do aquecimento do consumo. De acordo<br />
com a Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias<br />
do Mobiliário), o Brasil ocupa o 6º lugar no ranking de<br />
maiores produtores de móveis no mundo, e a previsão<br />
para os próximos anos é crescer ainda mais.<br />
O projeto Espaço Madeira dentro da ForMóbile<br />
foi idealizado em parceria com a Revista REFERÊNCIA<br />
MADEIRA INDUSTRIAL, e nas últimas edições reuniu as<br />
principais soluções para madeira maciça. Para a nova<br />
edição, o Espaço Madeira estará ainda maior e mais<br />
completo. Além de produtos e equipamentos para o<br />
setor de madeira maciça, haverá também soluções de<br />
madeira voltadas para a construção civil, pois, diante<br />
das dificuldades impostas pelas mudanças climáticas,<br />
o uso da madeira em edificações tem crescido em<br />
todo mundo, visando maior sustentabilidade no setor<br />
de construção, com uso da madeira engenheirada e<br />
o sistema construtivo light wood frame, que também<br />
devem se popularizar no Brasil.<br />
Este ambiente dedicado oferece oportunidades de<br />
negócios, troca de experiências e acesso às novidades<br />
do setor, com estandes que incluem vários benefícios<br />
para as empresas presentes. É uma oportunidade para<br />
as empresas da cadeia produtiva do setor apresentarem<br />
seus produtos e as aplicações de forma prática.<br />
TRABALHO CONTÍNUO<br />
“Enquanto a data não chega, a ForMóbile continua<br />
a interagir com a indústria e a promover as empresas<br />
brasileiras da cadeia moveleira no país e no exterior.<br />
PARA A NOVA EDIÇÃO, O<br />
ESPAÇO MADEIRA ESTARÁ<br />
AINDA MAIOR E MAIS COMPLETO.<br />
ALÉM DE PRODUTOS E<br />
EQUIPAMENTOS PARA O SETOR DE<br />
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82 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
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FEIRA<br />
ENQUANTO A DATA NÃO CHEGA, A FORMÓBILE CONTINUA A<br />
INTERAGIR COM A INDÚSTRIA E A PROMOVER AS EMPRESAS<br />
BRASILEIRAS DA CADEIA MOVELEIRA NO PAÍS E NO EXTERIOR<br />
TATIANO SEGALIN, SHOW MANAGER DA FORMÓBILE<br />
Temos uma agenda de eventos e ações durante todo<br />
o ano de 2023 para oferecer ao mercado conteúdo e<br />
networking exclusivo”, comenta o show manager da<br />
ForMóbile, Tatiano Segalin.<br />
Uma das ações é a jornada ininterrupta de interação<br />
com toda a cadeia moveleira na plataforma For-<br />
Móbile Xperience, que se consagrou como um canal<br />
de informação qualificada e exclusiva sobre toda a<br />
cadeia da indústria moveleira. “Um dos propósitos da<br />
ForMóbile é manter o seu caráter inovador e proporcionar<br />
novos modelos de negócios ao setor”, adianta<br />
Tatiano.<br />
A ForMóbile também cruzou fronteiras ao participar<br />
de eventos internacionais do setor moveleiro.<br />
Em maio, marcou presença na Interzum e na Ligna,<br />
tradicionais eventos do setor madeireiro, realizados na<br />
Alemanha. No segundo semestre de 2023 a ForMóbile<br />
patrocinou a 18ª edição do Prêmio Top Móbile, que<br />
reconhece as marcas mais lembradas do setor em 46<br />
categorias, sendo 22 categorias no segmento de Fornecedores<br />
da Indústria e 24 categorias no segmento<br />
de Fabricantes de Móveis. Em outubro, a ForMóbile<br />
também marcará presença na EXPO SICAM, na Itália.<br />
“Em 2022, a ForMóbile teve intensa participação<br />
internacional, tanto de empresas expositoras interessadas<br />
no mercado consumidor brasileiro, como de<br />
visitantes que vieram ao país em busca das soluções<br />
da indústria nacional. Por isso, é importante reforçar os<br />
laços criados entre a cadeia moveleira brasileira e os<br />
mercados internacionais e levar para o mundo a qualidade<br />
do móvel brasileiro e o potencial do mercado<br />
consumidor local”, conclui Tatiano.<br />
84 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
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86 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
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NOVOS NEGÓCIOS<br />
NO SETOR INDUSTRIAL<br />
MADEIREIRO<br />
Fotos: divulgação<br />
A<br />
pós expectativa do setor da madeira<br />
e muito estudo e dedicação nos<br />
últimos 7 anos a ABNT (Associação<br />
Brasileira de Norma Técnica) publicou<br />
no dia 7 de julho a norma<br />
técnica NBR 16936 – Edificações em light wood<br />
frame. A publicação do texto marca oficialmente<br />
um importante passo para a consolidação do uso<br />
do sistema construtivo industrializado e sustentável<br />
no Brasil.<br />
Para o presidente da Abimci (Associação Brasileira<br />
da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente),<br />
Juliano Vieira de Araujo, este foi<br />
um passo importante. “A publicação da norma é<br />
uma conquista muito importante para o setor industrial<br />
madeireiro e todos os elos envolvidos na<br />
cadeia produtiva da construção brasileira. Agora,<br />
outros desafios precisam ser vencidos para que<br />
o sistema construtivo em wood frame ganhe<br />
escala, como o desenvolvimento de ações coordenadas<br />
para estimular o desenvolvimento de<br />
políticas públicas para o uso do sistema no Brasil,<br />
bem como a inclusão nas linhas de financiamentos<br />
oficiais”, pondera Juliano.<br />
O sistema wood frame, além de propiciar vantagens<br />
construtivas como a redução do tempo<br />
de execução das obras, a redução de resíduos,<br />
a economia de energia, também oportuniza ga-<br />
AGOSTO 2023 87
CONSTRUÇÃO<br />
nhos ambientais como explica o presidente da<br />
Abimci. “A construção de casas com madeira,<br />
utilizando o sistema wood frame é potencialmente<br />
sustentável porque a matéria-prima utilizada<br />
no sistema construtivo é proveniente prioritariamente<br />
de florestas plantadas. Esta madeira<br />
estoca o carbono absorvido durante o ciclo de<br />
crescimento das árvores. Além disto, é um processo<br />
construtivo que atende os princípios do<br />
ESG, baseados nos aspectos ambientais, sociais<br />
e de governança. Este sistema combina eficiência<br />
construtiva, versatilidade, sustentabilidade e<br />
benefícios energéticos, aspectos cada vez mais<br />
valorizados na indústria da construção”, salienta<br />
Juliano.<br />
HISTÓRICO<br />
A publicação da norma técnica ABNT NBR<br />
16936 – Edificações em light wood frame tem<br />
em sua história um amplo trabalho técnico que<br />
envolveu diversos agentes, como associações,<br />
universidades, pesquisadores e empresas do<br />
setor industrial madeireiro, fornecedores do sistema<br />
e construtoras. Há quase 15 anos, o primeiro<br />
passo foi dado com a criação da Comissão Casa<br />
Inteligente, uma iniciativa da FIEP (Federação das<br />
Indústrias do Estado do Paraná) que reuniu, no<br />
primeiro momento, empresários dos setores madeireiros<br />
e representantes da construção civil do<br />
Paraná. Com o passar dos anos, o grupo cresceu,<br />
reunindo interessados que começaram a buscar<br />
soluções e elencar os maiores desafios para a<br />
consolidação do sistema, entre eles, técnicos,<br />
políticos e culturais.<br />
A compreensão sobre a necessidade de<br />
padronização e ganho de escala nos negócios,<br />
trouxe a Abimci, entidade gestora do Comitê<br />
Brasileiro de Madeiras da ABNT, o CB-031, para<br />
dentro destas tratativas, atuando tecnicamente<br />
e organizando junto à ABNT os trâmites para a<br />
criação da Comissão de Estudos para o desenvolvimento<br />
da norma. Assim, em 2016, foi instalada<br />
a Comissão de Estudo de Sistemas Construtivos<br />
Light Wood Frame da ABNT, coordenada por<br />
Euclesio Finatti. A Abimci, desde então, atuou<br />
na secretaria dos trabalhos e organização das<br />
atividades da Comissão de Estudos, sempre com<br />
a fundamental contribuição de inúmeros profis-<br />
ESTE SISTEMA COMBINA EFICIÊNCIA CONSTRUTIVA,<br />
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ENERGÉTICOS, ASPECTOS CADA VEZ MAIS VALORIZADOS NA<br />
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO<br />
JULIANO VIEIRA DE ARAUJO, PRESIDENTE DA ABIMCI<br />
88 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
sionais, entidades, grupos de trabalho, órgãos do<br />
governo, dedicados ao avanço do sistema construtivo<br />
no Brasil. Para o desenvolvimento da norma<br />
brasileira para o sistema wood frame, normas<br />
internacionais, assim como exemplos práticos de<br />
países onde o sistema já é consolidado, foram<br />
utilizados para embasamentos técnicos.<br />
O intenso trabalho realizado pela Comissão<br />
de Estudos da ABNT teve como objetivo a estruturação<br />
do texto da norma focado em aspectos<br />
técnicos de projeto, execução e desempenho<br />
para edificações em até dois pavimentos. Após<br />
inúmeras reuniões presenciais, realizadas em<br />
Curitiba (PR), que reuniam os interessados e colaboradores<br />
para o desenvolvimento da norma,<br />
esses encontros passaram a ser remotos, desde o<br />
início da pandemia de Covid-19. Neste período,<br />
o texto da norma foi encaminhado para várias<br />
consultas nacionais para avaliação dos seus conteúdos.<br />
Neste ano, o texto da norma foi finalizado<br />
e publicado, o que representa um importante<br />
passo para a consolidação do sistema construtivo<br />
no Brasil com amplo potencial de gerar escala e<br />
negócios.<br />
AGORA, OUTROS DESAFIOS<br />
PRECISAM SER VENCIDOS<br />
PARA QUE O SISTEMA CONSTRUTIVO<br />
EM WOOD FRAME GANHE ESCALA,<br />
COMO O DESENVOLVIMENTO DE<br />
AÇÕES COORDENADAS PARA<br />
ESTIMULAR O DESENVOLVIMENTO<br />
DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O USO<br />
DO SISTEMA NO BRASIL, BEM COMO<br />
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ARTIGO<br />
AVALIAÇÃO DO EFEITO DA FADIGA NO MÓDULO<br />
DE ELASTICIDADE NA FLEXÃO DE PAINÉIS DE<br />
MADEIRA<br />
COMPENSADA<br />
Fotos: REFERÊNCIA<br />
ANDRÉ LUIZ NONATO FERRAZ<br />
UEMT (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO MATO GROSSO)<br />
VINÍCIUS BORGES DE MOURA AQUINO<br />
UNIFESSPA (UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ)<br />
GIOVANA GOBATTO BALANCO<br />
USP (UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO)<br />
FRANCISCO ANTÔNIO ROCCO LAHR<br />
USP (UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO)<br />
JOÃO PAULO BOFF ALMEIDA<br />
UFSCAR (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS)<br />
ANDRÉ LUIS CHRISTOFORO<br />
UFSCAR (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS)<br />
90 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
O<br />
RESUMO<br />
s painéis têm sido cada vez mais utilizados<br />
nas construções civis, rurais, entre outras,<br />
com destaque para os compensados pelo<br />
bom desempenho mecânico. Em muitas<br />
aplicações, os painéis podem estar sujeitos<br />
à ação de carregamentos cíclicos, e dessa forma, o<br />
conhecimento do efeito da fadiga é de fundamental importância.<br />
Todavia, as normas ABNT NBR ISO 2426 [12],<br />
NBR ISO 1096 [13], NBR 9489 [14] e NBR 9533 [15] que<br />
apresentam as classificações e os métodos de ensaios<br />
de painéis de madeira, não prescrevem requisitos para<br />
considerar o efeito da fadiga nas propriedades do material,<br />
o que motiva o desenvolvimento de pesquisas nessa<br />
temática. Este trabalho objetivou avaliar o efeito do<br />
número de ciclos de fadiga [NC] (zero - referência, 3600,<br />
7200, 22500, 45000, 67500, 90000) para a frequência de<br />
oscilação igual a 1,0 Hz nos valores do MOE (módulo<br />
de elasticidade na flexão) de painéis comerciais de madeira<br />
compensada de eucalipto. Foram fabricados seis<br />
corpos de prova para cada número de ciclos, resultando<br />
em 36 amostras. Os resultados evidenciaram reduções<br />
significativas do MOE a partir de 22.500 ciclos, implicando<br />
que zero, 3600 e 7.200 ciclos forneceram resultados<br />
estatisticamente equivalentes. O modelo de regressão<br />
logarítmico mostrou ser o de melhor representatividade<br />
(R²=64,28%), apresentando-se como alternativa na<br />
previsão do decaimento do MOE para ciclos de fadiga<br />
superiores aos avaliados nessa pesquisa.<br />
INTRODUÇÃO<br />
O uso de produtos engenheirados à base de madeira,<br />
como painéis MDF (Medium Density Fiberboard),<br />
LVL (Laminated Veneer Lumber), OSB (Oriented Strand<br />
Board) e painéis compensados de madeira consistem<br />
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ARTIGO<br />
em alternativas no uso da madeira maciça em estruturas<br />
e construções rurais, podendo também ser aplicados<br />
na confecção de móveis, fôrmas para concreto armado,<br />
embalagens, entre outras.<br />
Dentre estes, pode-se destacar o uso do painel de<br />
madeira compensada, definido como painel de madeira<br />
composto por lâminas de madeiras sobrepostas<br />
em direções perpendiculares entre si, unidas através<br />
de adesivo, pressão e temperatura, com aplicações na<br />
construção civil, rural entre outras.<br />
O uso da madeira em estruturas no Brasil é regido<br />
pela norma brasileira ABNT NBR 7190. Juntamente a<br />
esta, os painéis de madeira compensada são normatizados<br />
pelas normas ABNT NBR ISO 2426, NBR ISO 1096,<br />
NBR 9489 e NBR 9533.<br />
Para estruturas submetidas a cargas dinâmicas ou<br />
cíclicas, como pontes, viadutos e silos, deve-se levar em<br />
conta o efeito de fadiga no material. Em ambas as normas<br />
brasileiras apresentadas, não há requisitos normativos<br />
para considerar o efeito de fadiga nas propriedades<br />
mecânicas do material, o que motiva o desenvolvimento<br />
de pesquisas nessa temática.<br />
MATERIAIS E MÉTODOS<br />
Para os ensaios de carregamento cíclico, foram utilizados<br />
corpos de prova (50×200×8 mm) extraídos de 6<br />
painéis comerciais compensados de madeira de eucalipto<br />
(dimensões 2200×1600 mm) proveniente da empresa<br />
Ecoplac®, com espessura igual a 8 mm e fabricados<br />
com resinas MR-Reutilizável e fenólica WBP (weather<br />
and boil proof) 100% resistente à água, informações estas<br />
disponibilizadas pelo fabricante.<br />
O MOE foi calculado conforme o disposto na ABNT<br />
NBR 7190 e ABNT NBR 9533, porém, o ensaio de flexão<br />
estática a três pontos foi adaptado para a condição não<br />
destrutiva, admitindo deslocamento máximo igual a<br />
L/200 (ABNT NBR 7190 [11]). Tal deslocamento assegura<br />
a linearidade física e geométrica do material, sendo<br />
92 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023
comumente empregado na determinação do MOE em<br />
ensaios não destrutivos, como nos trabalhos de Christoforo<br />
et al., Icimoto et al., Zangiácomo et al., Segundinho<br />
et al., e Lahr et al.. No ensaio de carregamento cíclico<br />
(fadiga), como o modelo esquemático dos apoios impossibilita<br />
a livre rotação do corpo de prova na seção<br />
dos apoios, uma vez que os parafusos pressionaram as<br />
amostras, o limite de deslocamento adotado (garantia<br />
de linearidade física e geométrica) foi igual a L/300.<br />
Cabe destacar que os parafusos não penetraram nos<br />
corpos de prova.<br />
De modo a expor os painéis a condições mais severas,<br />
a frequência de oscilação adotada na presente<br />
pesquisa foi igual a 1,0 Hz, superior à frequência de 0,4<br />
Hz e 0,45 Hz utilizada, respectivamente, por Guimarães<br />
et al. [22] e Del Menezzi et al.. Os ciclos de fadiga adotados<br />
neste trabalho foram: zero (referência), 3600, 7200,<br />
22500, 45000, 67500 e 90000, o que resultou em seis<br />
tratamentos experimentais distintos juntamente com<br />
a condição de referência. O número máximo de ciclos<br />
desta pesquisa é inferior ao máximo (100000) utilizado<br />
por Guimarães et al, entretanto, cabe destacar que a<br />
pesquisa de Guimarães et al. foi realizada considerando-<br />
-se a madeira sólida.<br />
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ARTIGO<br />
RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />
As médias do MOE para zero, 3600 e 7200 ciclos foram<br />
muito próximas, com redução de aproximadamente<br />
21% no valor do módulo de elasticidade de 7200 para<br />
22500 ciclos. Entre 22500 a 90000 ciclos não foram notadas<br />
grandes diferenças nos valores dessa propriedade.<br />
No ensaio de fadiga, o intervalo de carregamento foi<br />
de 49,92 N a 39,68 N, sendo que a razão de tensão, obtida<br />
pelo quociente entre os valores máximo e mínimo de<br />
tensão, correspondeu a 1,26.<br />
Os P-valores do teste de normalidade [AD] (0,582) e<br />
de homogeneidade de variâncias [Bt] (0,530) foram ambos<br />
superiores ao nível de significância adotado (0,05),<br />
validando assim o modelo da Anova. O P-valor da Anova<br />
foi igual a 0,02 (
Resultados do teste de Tukey para o MOE dos painéis<br />
compensados em função dos ciclos de fadiga. Nota-se<br />
que os três primeiros níveis do fator NC (0, 3600,<br />
7200 ciclos) resultaram em médias do MOE estatisticamente<br />
equivalentes entre si, consistindo nos maiores valores<br />
médios dessa propriedade. O MOE sofreu redução<br />
de 21% a partir de 22500 ciclos de fadiga, mas permanecendo<br />
inalterado entre 22500 a 90000 ciclos (médias<br />
equivalentes). Tal redução é uma informação importante<br />
a ser considerada em futuras revisões dos documentos<br />
normativos brasileiros no que diz respeito a projetos de<br />
painéis compensados sujeitos à ação de cargas cíclicas.<br />
A redução do MOE pode ser justificada pelo fato<br />
da madeira apresentar alterações em sua organização<br />
celular quando submetida a carregamentos cíclicos ou<br />
contínuos.<br />
CONCLUSÕES<br />
Os resultados da presente pesquisa permitem concluir<br />
que houve redução significativa dos valores médios<br />
do módulo de elasticidade em função dos ciclos de fadiga<br />
avaliados.<br />
As peças ensaiadas com zero (referência), 3600 e<br />
7200 ciclos apresentaram módulo de elasticidade estatisticamente<br />
equivalentes, havendo uma redução<br />
considerável de 21% no MOE a partir de 22500 ciclos,<br />
entretanto, de 22500 a 90000, as médias dos valores do<br />
MOE mantiveram-se equivalentes.<br />
A redução de 21% nos valores do MOE a partir de<br />
22500 ciclos é uma informação importante para fundamentar<br />
futuras revisões das normativas brasileiras<br />
no que se refere a elaboração de projetos em que os<br />
painéis compensados são expostos a carregamentos<br />
cíclicos. No entanto, se fazem necessários outros estudos<br />
que considerem mais categorias de painéis compensados<br />
comerciais, maiores números de ciclos e de<br />
amostras ensaiadas por ciclo, análise da influência de<br />
parâmetros como umidade, efeito de escala e outros<br />
que naturalmente ocorrem nas estruturas, a fim de estabelecer<br />
modelos mais abrangentes que conduzam a<br />
estimativas mais precisas do modulo de elasticidade.<br />
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AGENDA<br />
AGENDA<br />
2023<br />
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05 A 08<br />
WMF 2023<br />
LOCAL: SHANGHAI (CHINA)<br />
INFORMAÇÕES:<br />
WWW.WOODWORKFAIR.COM/<br />
WMF23/IDX/ENG<br />
DEZEMBRO 2023<br />
12 A 14<br />
WOOD EXPO<br />
LOCAL: CASABLANCA<br />
(MARROCOS)<br />
INFORMAÇÕES:<br />
HTTPS://COVERING.MA/WOOD/<br />
JULHO 2024<br />
02 A 05<br />
FORMÓBILE<br />
LOCAL: SÃO PAULO EXPO<br />
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O<br />
pensamento computacional é uma habilidade<br />
essencial no mundo de hoje, impulsionado pelo<br />
rápido desenvolvimento da tecnologia digital<br />
e da computação. Pode ser definido como um<br />
conjunto de habilidades mentais e estratégias<br />
cognitivas que permitem a resolução eficiente e sistemática de<br />
problemas com base nos conceitos e métodos da lógica de<br />
programação. Isso inclui a capacidade de dividir um problema<br />
complexo em partes menores e mais gerenciáveis, identificar<br />
padrões e tendências relevantes, e desenvolver algoritmos e<br />
implementar soluções usando linguagens de programação e<br />
outras ferramentas.<br />
A importância do pensamento computacional pode ser<br />
vista em várias áreas e setores, incluindo educação, indústria,<br />
pesquisa científica e desenvolvimento de software. Entre os<br />
principais pontos que destacam a importância do pensamento<br />
computacional podemos citar a resolução de problemas complexos,<br />
tomada de decisões informadas, criatividade e inovação.<br />
Além disso, o pensamento computacional promove a<br />
colaboração entre equipes multidisciplinares. Ao compartilhar<br />
soluções, discutir abordagens e trabalhar em conjunto para<br />
resolver problemas, as pessoas podem aproveitar a diversidade<br />
de conhecimentos e experiências para obter resultados<br />
melhores.<br />
Essa forma de pensar é aplicável em diversas áreas da vida<br />
e não se limita apenas à programação, uso de computadores,<br />
a projetos e processos, mas é uma abordagem ampla e flexível<br />
que ajuda a melhorar a tomada de decisões e a resolução de<br />
problemas em nosso cotidiano, e que deveria ser adotada<br />
logo nos primeiros anos escolares.<br />
Na escola, pode atuar de forma transversal em áreas como<br />
matemática, ciências e tecnologia da informação. Entretanto,<br />
em um cenário de desistência que atinge sete em cada dez<br />
alunos de formação de professores em exatas, o desafio é<br />
ainda maior. Muitas redes de ensino já sentem a dificuldade da<br />
falta de professores e já há um temor de um apagão de professores<br />
nos próximos anos. Mas, é realmente necessário estudar<br />
lógica e programação de computadores para desenvolver<br />
o pensamento computacional?<br />
Existem várias abordagens do ensino do pensamento computacional<br />
como a programação de computadores, o uso de<br />
jogos e atividades lúdicas, a criação de projetos, entre outras.<br />
Ainda existe a chamada computação desplugada, que é uma<br />
abordagem pedagógica que visa ensinar conceitos de ciência<br />
da computação e programação sem a necessidade de dispositivos<br />
eletrônicos, como computadores e tablets. Essa abordagem<br />
pode ser aplicada em diversos contextos educacionais,<br />
desde escolas com poucos recursos tecnológicos, até programas<br />
de inclusão digital em áreas remotas ou de baixa renda.<br />
Um bom exemplo é o jogo de xadrez intimamente relacionado<br />
de várias maneiras ao pensamento computacional e que<br />
pode ser usado como um contexto para aplicar e desenvolver<br />
habilidades de pensamento computacional. O xadrez é cheio<br />
de padrões e problemas complexos que devem ser resolvidos<br />
durante a partida. O reconhecimento de padrões e a decomposição<br />
desses problemas em situações menores ajuda na<br />
tomada de decisões rápidas e eficientes.<br />
Em resumo, o pensamento computacional é uma habilidade<br />
essencial para enfrentar os desafios do século XXI, em especial<br />
da era digital. Ele ajuda a resolver problemas, promover<br />
a inovação, tomar decisões embasadas em dados, capacitar as<br />
pessoas em relação à tecnologia e prepará-las para o futuro.<br />
Na medida em que a tecnologia continua a avançar, espera-se<br />
que o pensamento computacional se torne uma habilidade<br />
ainda mais valiosa. A automação, a inteligência artificial e<br />
outras tecnologias emergentes estão transformando a maneira<br />
como trabalhamos, vivemos e interagimos com o mundo. O<br />
pensamento computacional oferece uma base sólida para se<br />
adaptar a essas mudanças e se manter relevante no futuro.<br />
ENTRE OS PRINCIPAIS PONTOS<br />
QUE DESTACAM A<br />
IMPORTÂNCIA DO PENSAMENTO<br />
COMPUTACIONAL PODEMOS CITAR A<br />
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS COMPLEXOS,<br />
TOMADA DE DECISÕES INFORMADAS,<br />
CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO<br />
Foto: divulgação<br />
98 referenciaindustrial.com.br AGOSTO 2023